O Tribunal Superior Eleitoral, TSE, disponibilizou o acesso às contas finais de campanha dos candidatos que encerraram a participação nas eleições deste ano ainda no primeiro turno. A novidade é mais uma comprovação do avanço do processo eleitoral brasileiro, que se mostra transparente e eficiente até mesmo quando comparado a países de primeiro mundo. Ainda que a complexidade de algumas ferramentas dificultem o acompanhamento do cidadão comum, as constantes comprovações exigidas aos candidatos ajudam a dar credibilidade a todo o processo democrático.
Mais do que discutir as quantias declaradas pelos candidatos, a prestação final de contas das eleições municipais pode ser um momento oportuno para discutir um dos itens mais urgentes da almejada reforma política brasileira: o suporte financeiro às campanhas eleitorais. É fato que o atual modelo necessita de mudanças. Neste debate, o financiamento público de campanha, há tempos visto como ameaça, ganha cada vez mais a simpatia até de setores conservadores da sociedade.
Se por um lado há quem diga que a folia de santinhos e placas seria custeada por dinheiro público, por outro alguns defendem que isso já ocorre, se levados em conta os casos de caixa dois, em que verbas públicas acabam sendo relocadas para fins eleitorais. Com o financiamento público, além de frear a farra dos materiais gráficos, que há décadas invade as ruas durante o período de campanha, será possível reduzir o compromisso de nossos políticos com a iniciativa privada e estreitar o vínculo com a população, que deveria ser prioridade dos representantes públicos.
Edição 1440
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