Contra a burocracia - Jornal Cruzeiro do Vale

O que parecia um sonho ganhou ares de realidade neste início de abril. A obra da Ponte do Vale, que caminhava a passos largos e arrancava elogios até dos gasparenses mais desconfiados, foi paralisada em função da demora na liberação total de pagamentos para a empresa. A visão animadora de mais de 100 funcionários distribuídos no canteiro de obras deu lugar a um cenário mais pacato, com ferragens amontoadas e poucos funcionários quase que preparando a interrupção total dos trabalhos.

A definição do prefeito Pedro Celso Zuchi, de que agora a Prefeitura precisa vencer a burocracia, é perspicaz. É compreensível que a obra parasse se não houvesse recursos disponíveis para a sequência dos trabalhos. No entanto, o município já viu prometidas duas emendas parlamentares com valores que superam o total orçado para a construção da ponte. É frustrante ter que refazer o trajeto Gaspar-Brasília para rediscutir cláusulas, valores e termos para uma obra que tem recursos afiançados e deveria seguir em andamento.

No entanto, agora a paralisação já é realidade. O desafio é reunir documentações, reconvocar os aliados políticos e unir forças para tentar equacionar a conta da obra, que não pode ser dividida de igual para igual entre município e União, por motivos óbvios. Ao contrário do impasse que se estabeleceu com a Ponte Hercílio Deeke, a obra da Ponte do Vale sempre teve ritmo satisfatório e a empresa recebe constantes elogios. Cabe agora a nossos representantes agilizar as discussões, deixar a burocracia em segundo plano e batalhar para que a obra retorne o mais rápido possível. A comunidade de todo o Vale do Itajaí agradece.

Edição 1478