Por Herculano Domício - Jornal Cruzeiro do Vale

Por Herculano Domício

04/03/2016

DALSOCHIO CONDENADO I
Lembram-se da perseguição por palavras e dúvidas processuais que os próceres do PT de Gaspar moveram contra a juíza Ana Paula Amaro da Silveira? Ela atuou por 11 anos (2001 a 2012) na Primeira Vara, a que também cuidava dos assuntos da Infância e Adolescência. E por seu trabalho eficiente, a juíza Ana Paula se tornou referência neste assunto no Brasil. E por outro lado e por receber autos instruídos por inquéritos, provas, fatos, julgados e doutrina, além da convicção, teve que decidir por ofício contra os políticos no poder de plantão, inclusive quando esteve à frente da Justiça Eleitoral. Prá que! Virou alvo. Mas, covardemente. Só depois dela ter ido a Florianópolis numa promoção. A história é amplamente conhecida dos gasparenses e já tomou várias vezes, suficiente espaço aqui, razão também da ira permanente – de vingança e perseguição – do poder instalado.


DALSOCHIO CONDENADO II
A Rede Globo – alimentada na pauta - fez uma reportagem no programa Fantástico. Tudo para promover sob o manto de um suposto jornalismo investigativo, uma novela de baixa audiência. Da tribuna da Câmara, onde dizem estar imunes e a sentença mostrou que houve excesso desta prerrogativa constitucional -, os políticos do PT tripudiaram sobre os feitos da juíza. E foram pontuais: naquilo em que ela era a referência nacional. A juíza foi à Justiça buscar reparos.

DALSOCHIO CONENADO III
E saiu há pouco – e não ganhou divulgação - a sentença de mais um réu arrolado pela juíza: é a do vereador Antônio Carlos Dalsochio, cunhado do prefeito Pedro Celso Zuchi, ambos do PT. O primeiro condenado por idêntico crime foi o presidente do PT, o vereador e líder do governo, José Amarildo Rampelotti. Foi em meados de setembro do ano passado (pode ser revisitado na coluna de 22.09). E há mais processos na fila a espera de sentença, inclusive da secretária de Desenvolvimento Social, Maristela Cizeski. Mari Zuchi e Andrei Gislei Hostins, que transitaram este assunto nas redes sociais – inclusive expondo menores - no apoio aos políticos. Eles também se tornaram réus e aguardam a decisão da Jurisdição. Da sentença de Dalsochio cabe recurso às instâncias superiores.

DALSOCHIO CONDENADO IV
Este é o teor da sentença da juíza Graziela Shizuiho Alchini: “ante o exposto, julgo procedente a queixa-crime [crimes contra a honra – difamação e calunia -] para, em consequência, condenar o querelado Antônio Carlos Dalsochio, já qualificado, à pena privativa de liberdade de 1 ano, 7 meses e 12 dias de detenção, em regime inicial aberto, e ao pagamento de 52 dias-multa, no valor unitário equivalente a 1/15 do salário mínimo vigente à época dos fatos, devidamente corrigido, a qual Substituo por duas penas restritivas de direitos, na forma de prestação de serviços gratuitos à comunidade, cujas tarefas serão atribuídas na fase de execução da pena, devendo ser cumprida à razão de uma hora de tarefa por dia de condenação, de acordo com as aptidões do condenado e outra prestação pecuniária de 20 salários mínimos em favor das instituições de acolhimento de crianças e adolescentes da Comarca de Gaspar (Cegapam)”.

DALSOCHIO CONDENADO V
Em 52 páginas, a juíza Graziela descreveu com riqueza de detalhes, a forma como se usou um fato para agredir a honra da juíza Ana Paula, bem como colocar dúvidas sobre a instituição Judiciário, a quem o condenado, no discurso acusou de corporativismo para proteger a juíza, mas no depoimento no Fórum não soube apontar onde e como isto se deu. No mesmo sentido, o tribuno Dalsochio que queria espetáculo com CPIs aqui e na Assembleia sobre este assunto para dar notoriedade e sustentar a pauta do Fantástico, não soube apontar em seu depoimento em juízo, um só caso ou especificar a “grande quantidade de crianças que desapareceram ou foram arrancadas de seus pais na Comarca pela juíza para serem doadas pelo mundo afora”, como pontuar. Tangenciando, para se livrar da responsabilidade e da pena, preferiu culpar a reportagem, feita em 2013 em favor da novela global “Salve Jorge” que tratava deste tema. Ela iniciou no sertão da Bahia e foi alimentada na pauta fajuta por Gaspar, para os interesses de vingança do poder político. Acorda, Gaspar!

TRAPICHE


Qual a diferença do PT, uma franquia nacional de um partido que vive afrontado as leis e à cidadania para se manter no poder a qualquer custo? Nenhuma.

O PMDB de Gaspar por intermédio da sua bancada na Câmara está questionando o prefeito Pedro Celso Zuchi, PT, a razão pela qual ele mantém em cargo de confiança, o ex-secretário e hoje superintendente de Agricultura, o ex-vereador Afonso Bernardo Hostert, PRB.

Afonso foi condenado em segunda instância no caso da compra de votos. E pelas leis vigentes, ele não poderia ser um servidor público. Mas, como o PT o protege... Vira e mexe, o PT e Pedro Celso Zuchi reclamam do Ministério Público. Mas, o MP só age porque o PT e a administração petista enfrentam à sociedade, as leis, à ética e à realidade. Parece proposital nesta arrogância.

Tranca I. Enquanto o PMDB e PP minam o PSDB para serem os únicos adversários coligados contra o PT, o PT desfere socos na boca do estômago de ambos. O que apareceu na Câmara nesta semana e todos em providencial silêncio? Projeto de Lei 04/2016. Ele denomina de prefeito Bernardo Leonardo Spengler [falecido e era do PMDB] a nova sede do Samae. Neste caso, PT e PMDB se identificaram. O PMDB vai votar contra?

Tranca II. Quer mais? O PT para minar o PP vai até trocar o nome de um bairro inteiro, o Belchior. Está criando o Distrito Prefeito Tarcísio Deschamps (1983/88 ex- PDS origem do PP). O PP de Luiz Carlos Spengler Filho (o de José Hilário José Melato não tem problemas com esta votação em favor do PT), vai votar contra? O que pensa o povo do Belchior sobre o Projeto de Lei 05/2016?

Tranca III. Só para relembrar. A Ponte do Vale nem tem perspectivas para ficar pronta. O PT vetou qualquer nome que não fosse o dele. O ex-prefeito Dorval Rodolfo Pamplona (1956/1961, da ex-UDN), levou. Então...

O presidente do PSD de Gaspar, o vereador Marcelo de Souza Brick, está em plena campanha. Percorre gabinetes tucanos daqui, Blumenau e Brasília. Quer o PSDB desistindo da candidatura própria. Quer apoio e apoio para ele.

A pergunta que os tucanos fazem: Brick está a serviço de quem? Do PMDB-PP, do PT?

O presidente do PSDB de Santa Catarina, deputado Marcos Vieira, esteve aqui na terça-feira à noite. Falou para o diretório e disse que a candidatura de Andreia Symone Zimmermann Nagel a prefeito, não terá volta.

Marcos Wanroswky (ex-vereador, secretário e médico), de Blumenau, também esteve neste encontro. Ele contou como aconteceu a vitória de Napoleão Bernardes.

O deputado Jean Jackson Kuhlmann, PSD, então candidato – vai ser de novo – e padrinho do PSD daqui e de Marcelo Brick, botou banca: disse que o PSD tinha dinheiro e o apoio incondicional do governador Raimundo Colombo.

Ao que os tucanos de lá teriam respondido: fiquem com o dinheiro e o apoio do governador, que nós ficaremos com as ideias. Napoleão venceu com ideias. “Vocês não devem abrir mão das ideias”, incentivou Wanroswky aos tucanos daqui, para não desistirem da vontade de serem cabeça de chapa na eleição deste ano.

 

Edição 1739

Comentários

Carrapataço
07/03/2016 18:22
Simples!!!
Se for aprovada a lei da mudança de nome do Belchior para Distrito, em outubro votaremos em peso na ANDRÉIA e nos vereadores que a apoiam para que em 2017 ela faça a mudança na lei voltando ao que era.
Assim como o Zuchi mudou o nome de SAMUSA para SAMAE.

E o Zuchi que vá com o Décio Lima para Itajaí.
Herculano
07/03/2016 16:06
Ao Janguta

Acho que você não está lendo direito ou está tentando vender gato por lebre. Não o leitor Sidnei, que todos conhecem e morador do Belchior onde a família está há muitos anos..

Se você faz isto por boa fé, é desculpável. Mas, se faz por má fé, ai não se trata de um Janguta, que se esconde propositadamente para não se expor ao ridículo e ao embate de ideias, mas de um Jagunço que lida como se todos dos belchiores fossem analfabetos, ignorantes e desinformados.

Primeiro não é PL 7, mas PL 5

Segundo, como a reação está grande, os petistas e o prefeito Pedro Celso Zuchi já estão encontrando saídas. E vou tratar deste assunto na coluna inédita de amanhã, só para os internautas do portal mais acessado da cidade.

Qual a razão para dar um nome diferente de um bairro bicentenário ao pretenso novo distrito? Não há obrigação de que para se criar um distrito - uma boa ideia e até pedido pelo pessoal do Belchior - deve-se apagar a identidade, o nome original e a história de um a comunidade.

Veja como começa o PL 5 e pode ser encontrado na íntegra do site da Câmara, se ainda houver alguma dúvida entre os leitores e leitoras.

PROJETO DE LEI Nº 05/2016.

CRIA O DISTRITO PREFEITO TARCÍSIO DESCHAMPS NO MUNICÍPIO DE GASPAR E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS.


O Prefeito do Município de Gaspar, nos termos do artigo 72, inciso IV, da Lei Orgânica do Município,

Faço saber que a Câmara de Vereadores aprovou o projeto e eu sanciono a seguinte Lei:

Art. 1º Fica criado o Distrito Prefeito Tarcísio Deschamps.

Art. 2º A área territorial do Distrito Prefeito Tarcísio Deschamps compreende toda a área delimitada dos bairros Belchior Baixo, Belchior Central, Belchior Alto e Arraial D'ouro, cujas divisas estão assim delimitadas:...
Janguta
07/03/2016 14:31
ao Sidney Antonio Hostert

Parece-me que você não conhece o teor do PL 07, nele não se está mudando nome de bairros, eles permanecem com os nomes já existentes. Cria-se um distrito, onde deverá inclusive poderá ter cartorios e correios.
Herculano
07/03/2016 13:40
O FIM E O COMEÇO, por Aécio Neves, senador, presidente do PSDB, candidato a presidência derrotado por Dilma Vana Rousseff, PT, em artigo para o jornal Folha de S. Paulo.

Vivemos um momento especialmente difícil da vida nacional. Um capricho do destino combinou o agravamento da crise econômica com o pior momento do terremoto político que ameaça o governo.

De um lado, a constatação de que, na economia, a queda vertiginosa do PIB configura anos de crescimento perdido para o país. De outro, as revelações vindas à tona na Operação Lava Jato lançam luzes sobre o mundo de sombras no qual opera o grupo instalado no poder. Trata-se de uma combinação letal. De certo, não sobreviverão nem mesmo algumas biografias.

O fracasso na gestão econômica e as impropriedades cometidas pelo grupo no poder ?"cada dia elas estão mais expostas?" não são uma invenção da oposição e nem fruto de uma conjuntura adversa. O conjunto da obra tem DNA e carteira de identidade petistas. A crise na qual estamos mergulhados é resultado de crenças equivocadas, valores desvirtuados e ambições desmedidas.

Infelizmente o PT não entende a crise, sequer a reconhece. Faz o pior: parece querer aprofundá-la, com uma sucessão de atitudes que beiram a irresponsabilidade cívica, como as pressões a favor de troca de ministros, a crítica contumaz à independência das instituições e da imprensa e a divulgação recente de um programa econômico alternativo ao do próprio governo que preside.

À deriva e maculado por escândalos cada vez mais próximos do seu núcleo de poder, este governo não está apto a restaurar a confiança essencial à reconstrução do país.

A hora que vivemos exige coragem e serenidade de todos os democratas.

Serenidade para não aceitar as provocações que nascem da intolerância daqueles que, sem argumentos, insistem em disseminar o ódio e dividir o Brasil para tentar esconder a realidade. Palavras de ordem ensaiadas não vão calar o país.

Não se trata de quem grita mais ou mais alto. Os brasileiros aprenderam a ouvir uma nova voz: a da Justiça.

Coragem para continuar a busca da verdade. A sociedade não merece menos do que isso. Devemos apoiar os trabalhos do Ministério Público, da Polícia Federal e das demais instituições que zelam pela democracia. É hora de assegurar que elas continuem trabalhando sem constrangimentos, sempre nos limites da ordem constitucional. Afronta a democracia quem, dizendo agir em seu nome, quer destruir seus pilares.

Mas, apesar de tudo o que enfrentamos, nosso olhar não pode ficar refém dos dias que vivemos. É preciso enxergar mais adiante. Do encontro com a verdade nascerá um novo Brasil. Confiante, fortalecido na sua esperança como povo e nação.

Um país com credibilidade, capaz de retomar o crescimento e recuperar o respeito da nossa gente e do mundo. É nessa direção que precisamos caminhar.
Herculano
07/03/2016 13:36
Á SOMBRA DA HISTORIA, por Marcelo Agner, para o Correio Brazilienze

Um detalhe chamou a minha atenção durante a declaração de guerra de Lula aos inimigos no dia em que teve que se explicar à PolíciaFederal. Atrás do ex-presidente, destacavam-se duas jovens. Uma delas vestia a camiseta da UNE. A outra, a de uma entidade de estudantes secundaristas - acredito que seja a Ubes.

Lula convocou a tropa de choque para enfrentar o que seus partidários chamam de "golpe e perseguição". Pediu ajuda à CUT, ao MST, ao PT e ao PCdoB para uma cruzada contra a direita e os conservadores - na avaliação do petismo, quem não está com ele se enquadra em um desses dois grupos. UNE e Ubes não estavam na lista. Mas não era necessário citá-las. As duas entidades já se apresentaram para a empreitada. Em nota divulgada no site, a UNE afirma, timidamente, reconhecer a importância das investigações da Justiça, mas sai em defesa de Lula, atacando desde a PF até a imprensa.

Houve um tempo em que gritar "a UNE somos nós, nossa força, nossa voz" era motivo de orgulho. Mesmo sem militar no movimento estudantil, eu sabia da importância dele para o país e para todos os que repudiavam a ditadura militar - e na época em que os militares estavam no poder, é bom lembrar.

Mas o movimento se perdeu no tempo. Ficou deslumbrado com a chegada do PT ao poder, acreditando que a esquerda, enfim, ditaria novos rumos do país. A UNE acabou estatizada. Hoje, ataca instituições republicanas para defender as efêmeras benesses que recebe do Estado. Faltam lideranças e bom senso. Sobra oportunismo.

Ao cerrar fileiras com o governo, a UNE se esqueceu totalmente da educação no país. Seus diretores poucos se importam com a falta de rumos da "Pátria educadora", que deixou universidades à míngua e à beira do colapso. Não há passeatas, protestos ou mobilizações contra o Estado. Muitos podem argumentar que a pauta da UNE sempre excedeu as reivindicações pela melhoria do ensino.

Mas, ao defender veementemente Lula contra a Lava-Jato, a UNE dá o salto mais questionável e perigoso de sua história recente. A entidade que nasceu com a democracia no DNA prefere ficar hoje ao lado do investigado e não do da Justiça, sem esperar o fim das investigações de denúncias que são graves e merecem ser apuradas, explicadas. O Brasil trava sua maior guerra à corrupção e aos malfeitos.

No entanto, muitos tentam transformar o atual momento brasileiro numa luta ideológica e de classes. Acreditar nisso é flertar com o autoritarismo. E a UNE, por representar (ou tentar fazê-lo) nossos estudantes, não tem o direito de fazer escolhas tão açodadas.
Herculano
07/03/2016 13:33
PROCURA-SE UM PRESIDENTE, editorial do Jornal O Estado de S. Paulo

A petista Dilma Rousseff ocupa apenas formalmente o cargo de presidente da República, para o qual foi reeleita em 2014. Na prática, ela já não consegue exercer nenhum poder, salvo o previsto no protocolo ?" sempre haverá alguém no Palácio do Planalto para lhe servir um cafezinho. Mas a autoridade para governar de fato, conferida pelo voto popular, a presidente não tem mais, nem mesmo diante daqueles que, em tese, deveriam apoiá-la, quer porque integram seu partido, quer porque formam o condomínio que a sustenta. Formou-se um vácuo no Executivo, a tal ponto que, hoje, se pode dizer que falta um presidente no governo que aí está. Como política é ocupação de espaços, esse vazio institucional deixado pela incapacidade de Dilma já está sendo preenchido pelo Congresso, que assume cada vez mais ares de governo, como se no parlamentarismo estivéssemos.

Vendo o Planalto desnorteado, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), planejam impor uma extensa pauta de votações com temas que não são considerados prioritários pelo governo e que contrariam tanto Dilma como o PT.

Entre os projetos que deverão ser levados a plenário no Senado estão a proposta de autonomia do Banco Central, a proibição de mudanças em contratos de concessão, a reforma tributária e a fixação de teto para o endividamento da União, além da reforma da Previdência, que Dilma até quer, mas o PT repudia.

Na Câmara, Eduardo Cunha planeja criar comissões para discutir assuntos que são de interesse direto do governo, como o fim da participação obrigatória da Petrobrás na exploração do pré-sal. "A resultante da comissão especial é que será levada ao plenário", informou Cunha. Ou seja, o governo perdeu totalmente a influência sobre a agenda legislativa mesmo em assuntos que considera de importância estratégica.

Já as propostas da lavra do governo são tratadas com incontido desdém. O senador Romero Jucá (PMDB-RR), por exemplo, classificou de "doidice" a intenção do ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, de criar uma "banda fiscal" para o superávit primário, que automaticamente afrouxaria a meta fiscal em caso de desaceleração da economia. "Precisamos ter realismo fiscal", ponderou o parlamentar, como se o Congresso fosse um exemplo de dedicação ao equilíbrio das contas públicas.

Portanto, sem força para retomar a iniciativa característica da Presidência, Dilma depende da boa vontade de grupos políticos sobre os quais não exerce nenhuma influência, apesar de ainda deter a poderosa caneta que distribui cargos e verbas. Nem mesmo o modelo de "presidencialismo de cooptação", resultante da transformação do "presidencialismo de coalizão" em um grosseiro toma lá da cá, tem funcionado. Dilma só conseguiu arregimentar algum apoio na segunda divisão do PMDB, e mesmo assim ao custo de entregar anéis e dedos ?" como o importantíssimo Ministério da Saúde ?" a políticos de baixa extração.

Todo esse esforço tem sido incapaz de restituir a Dilma o poder inerente a seu cargo. Sua cruzada em favor da volta da CPMF, hoje praticamente a única pauta que ocupa a agenda presidencial, não encontra respaldo sério em nenhum recanto no Congresso. Ao contrário: sempre que podem, os críticos do governo lembram que, antes de defender a CPMF, Dilma deveria convencer seu próprio partido a aprovar as reformas essenciais para a retomada da economia.

Mas é justamente aí que está o maior problema de Dilma: a petista não governa porque é bisonhamente fraca ?" e não se fortalece porque, além de ser como é, enfrenta a sabotagem de seus correligionários, a começar pelo chefão do PT, Luiz Inácio Lula da Silva. A título de "ajudar" Dilma a governar, como disse em discurso à militância petista, Lula tratou de desmoralizar de vez a presidente, ao derrubar seus principais ministros ?" o da Casa Civil, o da Fazenda e, agora, o da Justiça.

Assim, está claro que, politicamente, Dilma já é passado. Enquanto ela estiver na Presidência, esta será exercida na prática por terceiros ?" Renan, Cunha, Wagner, Lula et caterva ?", com claros prejuízos para o equilíbrio institucional e o futuro imediato do País.
Sidney Antonio Hostert
07/03/2016 11:28
Mandar um projeto para Câmara de Vereadores pedindo urgência, querendo mudança de nome de um bairro tradicional como o Belchior, dá na verdade a exata dimensão da total falta de tino político comum aos administradores do partido atualmente no poder. Penso que o povo deverá tomar esta atitude como uma vingança mesquinha em resposta as constantes cobranças que as lideranças do Bairro vem fazendo à Prefeitura.
Se for o caso de agradar um partido ou qualquer outro motivo, definitivamente a possibilidade do povo belchiorense mostrar sua discordância quanto ao fato deverá ser ainda mais forte.
Herculano
07/03/2016 07:33
da série: a Globo virou alvo dos petistas. O problema não é a roubalheira, a corrupção, mas a imprensa, a Justiça, o Ministério Público, a Polícia...

ALETHEA JACT EST, por Alex Solnik, para o 247, o blog sustentado por publicidade estatal

1) Se os advogados de Lula forem tão competentes quanto os do banqueiro Daniel Dantas, e se o que valeu em 2008 vale em 2016, a Operação Alethea tem tudo para ser anulada no STF pelos mesmos motivos pelos quais os ministros anularam a Operação Satiagraha: quebra de sigilo. Na Satiagraha, toda a apuração liderada pelo delegado Protógenes Queiroz virou pó porque os advogados de Dantas conseguiram provar que ele vazou a ação da polícia para o repórter César Tralli, da TV Globo. A quebra de sigilo da Alethea ocorreu à luz do dia. Dois repórteres da Folha escreveram matéria contando terem chegado à casa de Lula antes da Polícia Federal. Falta saber quem - da Polícia Federal, do Ministério Público, da força tarefa da Lava Jato - passou a informação. Mas a responsabilidade é de quem comanda. O comandante da Satiagraha foi afastado de suas funções na Polícia Federal.

2) A informação de Frederico Vasconcelos na "Folha" de hoje deveria ser manchete do jornal, mas não ganhou nem chamada na primeira página, talvez para não melindrar seus doutos membros que estão debruçados sobre o pedido de cassação da chapa Dilma-Temer: "TSE contrata jornalistas por meio de empresa de limpeza". O presidente do tribunal, Dias Toffoli, ainda não decidiu se jornalistas vão fazer faxina ou faxineiros vão escrever matérias. O TSE informa aos jornalistas que a casa irá fornecer detergente e saponáceo para o bom desempenho de suas funções.

3) Estou conjecturando - não é informação - que o que o juiz Sergio Moro comandou na sexta-feira foi um ensaio geral. Testou o trajeto da casa de Lula até o aeroporto. Testou a reação da opinião pública. Testou a repercussão. Só não testou o embarque para Curitiba.
Herculano
07/03/2016 07:05
BISPO PEDE GRAÇA DE "PISAR CABEÇA DA JARARACA", por Josias de Souza

Na última sexta-feira, após ser levado sob vara para prestar depoimento à Polícia Federal, Lula destilou o seu veneno: "Se quiseram matar a jararaca, não bateram na cabeça, bateram no rabo, porque a jararaca está viva."

Neste domingo, o deputado Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA), adepto da causa do impeachment, difundiu pelas redes sociais vídeo com um trecho ofídico da missa celebrada por Dom Darci José Nicioli, bispo auxiliar da Arquidiocese de Aparecida.

"Peça, meu irmão e minha irmã, a graça de pisar a cabeça da serpente", diz o bispo em sua homilia, "de todas as víboras que insistem e persistem em nossa vida, daqueles que se autodenominam jararacas, pisar a cabeça da serpente, vencer o mal pelo bem. Por Cristo Nosso Senhor. Amém!"

A Santa Madre Igreja já foi mais sutil!
Herculano
07/03/2016 07:01
APERTE O CINTO, O GOVERNO SUMIU, por Carlos Brickmann

Lula depõe sob vara, as empresas de seus filhos, as casas de seus amigos, o Instituto Lula, sofrem busca e apreensão. Gente sua, como Paulo Okamoto, José de Filippi e Clara Ant, é chamada a depor. Qual a reação do Governo? Nenhuma - claro que não. Como haveria reação do Governo se não há Governo?

Em 11 de setembro de 2001, atentados simultâneos atingiram, nos Estados Unidos, o Pentágono e as Torres Gêmeas. Um avião que seguia na direção da Casa Branca foi derrubado pela reação dos passageiros. O presidente George W. Bush fechou o espaço aéreo americano, iniciou imediatamente as investigações sobre os autores dos atentados, enviou ao Congresso uma resolução sobre o uso da força militar contra terroristas e países que os apoiassem. Em três dias, a resolução estava aprovada. Correto ou não, o Governo apontou o caminho a seguir.

E o nosso Governo, no momento em que o seu ex-líder no Senado, em delação premiada, joga a crise no colo da presidente e do criador de postes, o ex-presidente? Simples: a presidente descarregou farto estoque de palavrões e só não disse que o delator era idiota porque a lembraram de que, no caso, estaria admitindo ter escolhido um idiota para líder no Senado. Dois de seus ministros falaram sem combinar com ninguém. O porta-voz ... mas quem é seu porta-voz? E a reação foi criticar "o golpe" - um golpe, claro, combinado entre imprensa, juízes, promotores, ministros do STJ e ministros do Supremo escolhidos pelo PT.

Faltou pensar antes de agir. Mas tudo bem: o Governo nem pensou nem agiu.

SO NA VONTADE

Quando as tropas nazistas chegaram a Moscou, o líder soviético Stalin tomou duas decisões: primeiro, não deixaria a cidade; segundo, seu melhor general, Rokossovsky, polonês, preso por sua ordem, foi libertado para assumir o supremo comando da defesa da capital. Ganhou.

Tanta gente neste nosso Governo admira o marechal Stalin! Mas é amor apenas platônico. Correr riscos e decidir, isso não. É o motivo de tanta trapalhada no enfrentamento da Lava Jato. Ninguém sabe o que fazer. Mas não é de admirar: um Governo que põe no ar um programa errado de imposto de renda, cujo E-Simples levou meses para funcionar, que não tem a menor ideia nem de como combater mosquitos, está também indefeso diante de procuradores e magistrados.

E insiste no erro: o ministro da Educação que não conseguiu realizar nenhum Enem sem problemas virou prefeito de São Paulo, onde até agora não conseguiu entregar uniformes e kits escolares - e, convenhamos, a data do início do ano escolar não pode surpreender ninguém. É mais fácil insultar o juiz Sérgio Moro pelas redes sociais. Só que não funciona.
Herculano
07/03/2016 07:00
PENSAR NO FUTURO, por Carlos Brickmann

É normal que boa parte da população, que não acreditava que Lula fosse atingido pelas investigações, esteja comemorando. Mas festejar nessa hora não é bom para ninguém. Quem quer que esteja no Governo terá, de agora em diante, de buscar um caminho que funcione. "Não podemos incendiar o Brasil", diz Marco Aurélio, um dos poucos ministros do STF que não devem a nomeação ao PT. "Vamos esperar que as instituições funcionem". E, esquecendo a questão prática, de que é preciso cuidar do futuro, há também a questão humana: não é de bom-tom festejar a desgraça dos outros.

Que a lei seja cumprida, doa a quem doer, mas tenhamos sobriedade. É ótimo, como exercício de comedimento; e útil, pois o adversário vencido, mas não humilhado, pode transformar-se em aliado.

ADEUS DELCÍDIO

Delcídio, o líder do Governo no Senado, ganhou com sua explosiva delação premiada o direito de viver fora da cadeia. Mas ganhou também o ódio de boa parte dos senadores, antes seus amigos: vários terão problemas por causa do que ele contou. O Planalto continua a apreciá-lo, mas bem pururuca e com batatinhas. Deve perder o mandato. Assim perde o foro privilegiado e cai na vara de Sérgio Moro. Espera, porém, que o acordo seja respeitado.

É provável que ele possa voltar a dar suas festas magníficas, embora sem convidados tão ilustres.

ADEUS, CUNHA

A denúncia contra Eduardo Cunha foi aceita no Supremo por unanimidade. Ainda não foi julgado, presume-se sua inocência, mas a unanimidade deve dizer-lhe alguma coisa. Cunha é competente e combativo, mas não deve durar muito.

O CAMINHO DO PAÍS

Se Dilma for impedida, o vice Michel Temer assume. Se a chapa Dilma-Temer for cassada pelo TSE, por abuso de poder econômico (a delação de Delcídio passa por aí), o substituto tem 60 dias para convocar eleições. Os dois primeiros substitutos legais, Cunha e Renan, têm problemas com a lei. Nada estranho: dos 594 parlamentares, 160 estão pendurados no Supremo. Desses, há uns 40 na lista da Lava Jato.

Não se escandalize, caro leitor: o Brasil é assim mesmo.

BICO GRANDE

O Brasil é assim mesmo, seja ou não PT. Em São Paulo, governado pelos tucanos desde 1995, o Ministério Público apresentou a oitava denúncia contra as multinacionais Alstom e CAF, acusadas de fraudes a licitações do Metrô no valor de R$ 1,8 bilhão. Oito denúncias. Nenhuma delas foi ainda julgada.
Herculano
07/03/2016 06:54
QUANDO AS CASAS CAIREM, por Celso Rocha de Barros, sociólogo, para o jornal Folha de S. Paulo

Parte 1

É natural que petistas se sintam abalados com a delação de Delcídio do Amaral e com o depoimento de Lula na última sexta. Já a comemoração da oposição é um mistério: ou concordam com os petistas exaltados, que dizem que a Lava Jato é só uma jogada contra o PT, ou não andam prestando atenção no que está acontecendo ao seu redor. Se a Lava Jato for até o fim, muitas outras casas cairão.

Segundo a reportagem da "Istoé", Delcídio denunciou um acordo entre governo e oposição para livrar Lula no Mensalão. Se houve um acordo desses, não foi feito com nenhum peso-leve. Sargento não assina armistício.

Pessoalmente, duvido que Delcídio tenha provas do acordo (se as tinha, deve ter sido o dono da República nos últimos anos). Mas tampouco vimos provas contra Dilma, e a maioria dos analistas está tratando as denúncias incomparavelmente menos graves contra a Presidente como já demonstradas.

Além disso, há uma boa chance de que a investigação sobre as contribuições de campanha cheguem na oposição. Fontes próximas a Marcelo Odebrecht revelaram à coluna de Mônica Bergamo de 1º de março que, se o empresário optar pela delação, entregará tanto o PT quanto a oposição. Hoje sabemos que contribuir para as campanhas do PT era um investimento muito lucrativo. Investir na alternativa (doar para a oposição, como foi feito) era crise de consciência? Os investigadores da Lava Jato devem estar perguntando isso aos delatores, suponho.

É importante saber isso, porque não ser otário sempre vale alguma coisa. Eduardo Cunha é só o caso mais claro, mas tem muita gente querendo entregar o PT para a opinião pública na esperança de que isso arrefeça os ânimos e permita mudar de assunto antes que o resto da turma seja pego. O discurso que coloca o PT como único participante do esquema das empreiteiras é um plano de fuga, exatamente como o túnel do traficante mexicano El Chapo.
Herculano
07/03/2016 06:54
QUANDO AS CASAS CAIREM, por Celso Rocha de Barros, sociólogo, para o jornal Folha de S. Paulo

Parte 2

A política brasileira sempre foi financiada por empreiteiras e outras empresas que tinham negócios com o governo. É ótimo que os órgãos de fiscalização finalmente tenham atacado esse problema. Mas o que fazer diante da crise do sistema?

Minha sugestão: prendam quem tiver que ser preso, mas preservem os partidos. Os únicos partidos fáceis de fundar são os picaretas. Os que nasceram nas disputas concretas da sociedade civil são construções fáceis de quebrar, mas difíceis de construir. Se o PT afundar porque petistas roubaram, outros ladrões aparecerão, mas talvez não haja outro movimento sindical como o do ABC. Se PSDB, PMDB e DEM afundarem por motivo análogo, outros ladrões aparecerão, mas, se Deus quiser, não vai ser necessário lutar contra a ditadura.

Tratem com cuidado o que a sociedade civil já conseguiu fazer em termos de auto-organização. Se novos partidos igualmente legítimos se fortalecerem, como a Rede, ou o Partido Novo, que se aliem aos que já existem, ou tentem substituí-los após uma série de vitórias eleitorais. Com uma polícia e um Judiciário eficientes, com o que já temos de sociedade civil e imprensa livre, é só deixar que o sistema político evolua naturalmente.

Fazer o contrário é ser feito de otário por gente que até mesmo o sistema atual achou picareta ou demagógica demais.
Herculano
07/03/2016 06:48
PT QUER GUERRA CIVIL - CARVALHO AMEAÇA O PAÍS E AS INSTITUIÇÕES COM O CAOS SE LULA FOR SUBMETIDO À LEI, por Reinaldo Azevedo, de Veja

Parte 1

O PT arreganha os dentes. Enquanto deu as cartas no país, demonizou e destruiu quem quis, sem dar a ninguém chance de defesa. Agora que o partido e seu chefão estão submetidos à lei, petista vem nos ameaçar com sangue nas ruas.

Gilberto Carvalho, que foi chefe de gabinete de Lula por oito anos e, por quatro, secretário-geral da Presidência, está hoje no comando do Conselho Nacional do SESI. A sinecura lhe garante vida boa e tempo para falar bobagem pelos cotovelos. Inclusive para ameaçar as instituições. Ele não é um qualquer. Depois de Lula, é o segundo homem mais influente do PT. Também era braço direito de Celso Daniel, prefeito petista de Santo André que foi assassinado em 2002 em circunstâncias nebulosas. Sim, Carvalho acabou sendo personagem de narrativas um tanto estranhas sobre aquele caso. Ficam para outro post.

Carvalho concede uma patética entrevista a Natuza Nery na Folha desta segunda ?" patética pelas respostas, bem entendido. O trabalho de Natuza está bem feito. Afinal, o gigante se revelou em toda a sua nanica grandeza.

A quase totalidade de seu chororô beira o ridículo. Ele insiste, por exemplo, que o tal sítio de Atibaia foi um presente de amigos para Lula, que nunca nem quis saber de onde saía o dinheiro para toda aquela fartura. Não dá para levar a sério.

Depois desenvolve a tese, já tornada pública por Rui Falcão, que setores da Polícia Federal e do Ministério Público Federal são tomados de antipetismo congênito. Segundo Carvalho, os pais dos jovens delegados e procuradores batem panela. Bem, ainda que assim fosse, o que ele tem com isso? Seria o caso de fazer um teste ideológico nos dois entes e só aceitar indivíduos de esquerda?

O homem que pertence ao partido que apela a milicianos para bater em adversários nas ruas diz estar em curso no país uma espécie de fascismo. Por "fascistas", claro!, entendam-se todos aqueles que repudiam os malfeitos do PT. É um lixo moral.
Herculano
07/03/2016 06:48
PT QUER GUERRA CIVIL - CARVALHO AMEAÇA O PAÍS E AS INSTITUIÇÕES COM O CAOS SE LULA FOR SUBMETIDO À LEI, por Reinaldo Azevedo, de Veja

Parte 2

Mas isso tudo é bobajada sem importância. A coisa fica séria quando Carvalho ameaça o país com o caos caso Lula seja preso ?" e, obviamente, Lula só será preso se houver lei que dê amparo a tal decisão. Logo, Carvalho está dizendo que as leis se submetem ao PT, mas o PT não se submete às leis.

Não se trata de interpretação. Ele foi explícito. Prestem atenção ao que disse quando indagado sobre uma eventual prisão de Lula:
"Eu não quero falar nessa hipótese, espero sinceramente que não aconteça. Eu só espero que eles não brinquem com fogo. A tese que eles desenvolveram é a tese de que o Lula é uma estátua de gelo, que basta você encostar perto do fogo que ela vai derreter. Essa foi a tese que eles seguiram, na expressão de um cara deles, que eu fiquei sabendo. Então, eles tentaram desmoralizar o Lula primeiro isolando-o da massa para depois chegar nele. Na sexta ficou evidente que isso não é tão simples assim."

O que se entende por "brincar com fogo"? Carvalho está dizendo que o PT vai incendiar o país se Lula for submetido à lei?
Indagado sobre uma possível radicalização, o irresponsável chega a falar que teme conflitos no dia 13 próximo, num claro esforço para amedrontar a população. As maiores manifestações políticas da história do país, em favor do impeachment, sempre foram pacíficas. Justamente porque não contaram com a presença de petistas. Leiam o que disse:

"Vai depender, a meu juízo, do comportamento da PF, do MP e do Judiciário. Se houver um reequilíbrio e ficar claro que a Lava Jato busca combater a corrupção, não o Lula, acho que a sociedade vai compreender. Mas, se continuar tão explicitamente como foi demonstrado na sexta e em outras ocasiões, esse direcionamento persecutório de uma força política de um líder, como é o caso do Lula, aí eu temo muito por um processo que nos leve ao que acontece na Venezuela, porque você vai levando ao processo de justiçamento, de justiça com as próprias mãos, e haverá um ódio progressivo. Não foi nada bom o que ocorreu na sexta, as manifestações à tarde. Estou convencido de que pode ocorrer no dia 13, mas temos que ter maturidade de não insuflar ou estimular esse tipo de manifestação. Temos de buscar o contrário, buscar o entendimento e a paz."

Como se nota, Carvalho é aquele que, primeiro insufla e, depois, pede paz.

O PT arreganha os dentes. Enquanto deu as cartas no país, demonizou e destruiu quem quis, sem dar a ninguém chance de defesa. Agora que o partido e Lula estão submetidos à lei, Carvalho vem nos ameaçar com sangue nas ruas.

Só para registro: no ano retrasado, o canalha de Nicolás Maduro, presidente da Venezuela, matou mais de 40 pessoas em protestos de rua. Quando Carvalho fala em venezuelização, e considerando que é o seu partido que está no poder, fica claro de que lado estariam os assassinos e de que lado estariam os assassinados.

De vários modos, o Brasil não é a Venezuela. E eu vou lembrar aos senhor Carvalho por quê.
Herculano
07/03/2016 06:39
MARCELO ODEBRECHET JÁ FALA PELOS COTOVELOS À PF, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

A nova sensação, na Lava Jato, é a disposição do empresário Marcelo Odebrecht, ex-presidente da empreiteira, de prestar depoimento sob delação premiada. Ele já está sendo ouvido e "começou a cantar mais que canário", segundo fonte com acesso à força-tarefa. É muito temida no PT e no Palácio do Planalto a delação de Marcelo, maior parceiro dos governo do PT - que o beneficiaram com negócios bilionários.

Língua temida

A delação de Marcelo Odebrecht é tão temida que Dilma queria tirá-lo da cadeia o quanto antes, conforme o senador Delcídio do Amaral.

Negociação

Delcídio conta haver participado de negociação, a pedido de Dilma, para nomear um ministro do STJ comprometido em soltar Marcelo.

Nem pensar

A Odebrecht pediu ajuda a velho "cacique" goiano, padrinho de ministra do STJ, para soltar Marcelo. Mas ela reagiu com um contundente "não".

Um parto

Marcelo Odebrecht sucumbiu à delação após frustradas todas as esperanças de ser solto. No dia 19 ele completa 9 meses preso.

DELCÍDIO: REUNIÕES COM DILMA REVELAM INTIMIDADE

Ao contrário do que alardeia o advogado-geral da União, José Eduardo Cardozo, não faltaram oportunidades a Delcídio do Amaral (PT-MS) para conversar reservadamente com a presidente Dilma. De abril, quando virou líder do governo, até sua prisão em novembro, foram mais de 30 encontros entre o senador e a presidente, entre encontros de coordenação política, jantares e reunião de líderes do Congresso.

Líder sem credibilidade?

Apesar do cargo de líder do governo e a proximidade de Delcídio a Dilma, Cardozo o acusou de usar "mentiras" e não ter credibilidade.

Íntimos

Delcídio também mantinha reuniões semanais com o ex-presidente Lula, como a que teria dia 26 de novembro, mas foi preso na véspera.

Ao pé do ouvido

Antes mesmo de liderar a base do governo Dilma no Senado, Delcídio teve um encontro reservado com a presidente em março de 2013.

Demorou, mas chegou

Desde a primeira fase, "a Lava Jato vai chegar no Lula?" era a pergunta mais frequente nas rodas de conversa sobre a gatunagem na Petrobras. Somente ontem, dois anos e 23 fases depois, ela chegou.

Conta outra...

Entre as lorotas que Lula contou, no discurso de sexta-feira (4), estava a de que se encontrava "de férias" quando teve de depor no Ministério Público Federal, em Brasília. Faltou esclarecer: férias de quê?

Organização criminosa

"Estamos sendo governados por uma organização criminosa", afirma o líder do DEM na Câmara, Pauderney Avelino (AM), sobre a 24ª fase da Lava Jato, que investiga falcatruas atribuídas ao ex-presidente Lula.

Quem entende

Ao contrário do que afirmam simpatizantes do PT, o presidente da nacional da OAB, Claudio Lamachia, disse que foi legal a condução coercitiva do ex-presidente Lula pela Polícia Federal.

A toque de caixa

O senador Telmário Motta (PDT-RR) apresenta na próxima quarta (9), no Conselho de Ética, relatório do processo de cassação de Delcídio do Amaral (PT-MS). A delação do petista acelerou o trabalho.

Correio

O senador Romário (PSB-RJ) mostra que continua galante e até mandou pelo Facebook um recado à atriz global Cléo Pires: "Alguém avisa a ela que eu também estou solteiro".

Defesa ruim

A situação do governo e do PT é tão ruim que não há mais plano de defesa. A única estratégia dos governistas é tentar desqualificar denúncias e denunciantes, para não ter de responder às acusações.

Emprego: procura-se

Com o governo do Distrito Federal na pindaíba, Rodrigo Rollemberg procura um super-secretário, como era o ex-chefe da Casa Civil, Hélio Doyle. Está difícil. É que dá um trabalho danado governar.

Pergunta do contribuinte

Quem pagou as passagens aéreas e hospedagem dos deputados e senadores do PT e do PCdoB que viajaram a São Paulo bajular Lula?
Herculano
07/03/2016 06:30
JUNTOS = COMPLICAÇÃO, por Valdo Cruz para o Jornal Folha de S. Paulo

A crise ganha contornos infernais, Lula entra de vez no olho do furacão da Lava Jato, Dilma vai sendo sugada também e a presidente, num instinto de sobrevivência, se reaproxima do criador.

O gesto natural da petista, neste momento de encruzilhada em que se encontra, pode ser uma solução no curtíssimo prazo. Envolve, contudo, riscos que podem agravar o cenário de crise e piorar ainda mais a situação caótica do país.

Dilma vinha se distanciando tanto de Lula como do PT. Seus dois principais pontos de apoio exigiam da presidente ajustes e mudanças que ela resistia e resiste a entregar.

Num deles foi obrigada a ceder. Tirou José Eduardo Cardozo da Justiça, o petista acusado pelo partido de não controlar a Polícia Federal. Mas Dilma o manteve por perto, na Advocacia-Geral da União.

Depois disto, o cenário só fez piorar. A delação da Andrade Gutierrez revelou caixa dois na campanha da petista em 2010; veio a público o roteiro da delação do senador Delcídio do Amaral, citando a presidente em relações complicadas. E a Lava Jato focou de vez no ex-presidente.

Tudo numa só semana, jogando Dilma de novo nos braços de Lula e do PT. Até quando, não se sabe. Dentro do governo, há quem aposte que não por muito tempo. Afinal, os petistas defendem uma guinada na política econômica e querem engavetar a reforma da Previdência.

Se ceder neste campo também a seus aliados, a presidente vai ficar bem na foto com sua turma, unindo ainda mais sua tropa em torno de sua defesa e de seu criador. Mas vai jogar a economia brasileira num buraco ainda mais profundo.

Primeiro, porque a oposição vai infernizar cada vez mais a vida do governo no Congresso, acentuando sua paralisia e obstruindo votações de interesse do Palácio do Planalto.

Segundo, porque Lula e o PT não compreendem que o mundo mudou, o país quebrou e não dá para ajustar as coisas sem dor. É a real.
Herculano
06/03/2016 21:44
JAQUES WAGNER É HOSTILIZADO EM RESTAURANTE DE BRASÍLIA

Conteúdo do jornal Folha de S. Paulo. Texto da sucursal de Brasília. O ministro Jaques Wagner (Casa Civil) foi alvo de hostilidades, neste domingo (6), em um restaurante em Brasília, quando almoçava com sua mulher, Fátima.

No momento em que o ministro deixava o restaurante de comida japonesa uma mulher gritou na direção do petista: "Fora PT". Outros clientes aderiram aos ataques e gritaram "Fora!". O ministro, irritado, respondeu: "Seu mal-educado, fascista".

A discussão foi rápida. O ministro chegou a ensaiar uma volta, mas sua mulher o levou para fora do restaurante. O incidente foi confirmado pela assessoria do político, que passou um posicionamento de Jaques Wagner sobre o episódio: "É preciso ter educação democrática: conviver com as diferenças sem discriminar ou ofender gratuitamente".

Em São Paulo, outros petistas já foram hostilizados, entre eles os ex-ministros Guido Mantega (Fazenda) e Alexandre Padilha (Saúde).

Rui Falcão, presidente do PT, também já foi hostilizado em Brasília.
José Antonio
06/03/2016 20:58
Herculano

O PT ganhou a eleição de 2000 após o desastrado governo do PMDB, onde, pela primeira vez na história de Gaspar um prefeito foi cassado. Veio então a desastrada administração de Andreone para cumprir o restante do mandato. Em 2008 o PT voltou a ganhar novamente após a desastrada administração de Adilson. A maioria do eleitor gasparense votou no prefeito Zuchi, não votou no PT. Em 2012, Zuchi voltou a vencer novamente, outra vez a maioria votou em Zuchi, não no PT. Em 2016, quando Zuchi não poderá ir a reeleição o PT está órfão de candidatos competitivos. Agora em 2016 estamos diante das operações LAVA JATO e PETROLÃO, sendo que a presidente Dilma e o EX lula estão sendo pegos nesta pouca vergonha, todos os partidos da base aliada do governo federal envolvidos, PT, PMDB, PSD, PP, PDT, PCdoB, PRB, será que o eleitor gasparense vai ter coragem de votar nos candidatos destes partidos? O PT volta a ter o que sempre teve em Gaspar, ou seja seis mil e poucos votos, não venham me dizer que a eleição municipal é diferente, isso não cola, o eleitor está de saco cheio de tantas mentiras, de tanta enganação. A inflação corroendo o poder de compra, o desemprego subindo. O funcionalismo público ( mais de dois mil) não vota no PT (só ai já dá uns cinco mil votos contra o PT). O PMDB, o PP, o PSD, PDT, PRB, PCdoB são sócios do governo Dilma, o eleitor também vai deixar de votar nestes enganadores. Vamos ter uma eleição interessante, vamos ter uma grande surpresa em Gaspar, assim como tivemos em 2000, podem ter certeza.
Roberto basei
06/03/2016 20:02
O texto inviado sobre descaso não e meu retirei das redes sociais
Sidnei Luis Reinert
06/03/2016 19:50
Quem pagou a viagem de Dilma em solidariedade a Lula?

Brasil 06.03.16 11:55
Depois de impedir a posse do ministro da Justiça nomeado por Jaques Wagner para melar a Lava Jato, o DEM segue fazendo oposição como o Brasil precisa.

A Veja informa que, amanhã, o Democratas vai apresentar "um requerimento de informações à Presidência da República e à Casa Civil para saber quem pagou pela viagem da presidente Dilma Rousseff a São Bernardo do Campo (SP)".

http://www.oantagonista.com/posts/quem-pagou-a-viagem-de-dilma-em-solidariedade-a-lula
Sidnei Luis Reinert
06/03/2016 19:45
O plano do governo para enlamear a Lava Jato

Brasil 05.03.16 07:49
Jaques Wagner tem de ser preso.

Segundo a Veja, ele está armando um dossiê contra a Lava Jato.

O dossiê foi levado a Jaques Wagner no fim do ano passado por um aloprado da PF: o policial Flávio Werneck, presidente do Sindicato dos Policiais Federais no Distrito Federal.

A reportagem conta que o dossiê acusa o juiz Sergio Moro, os procuradores e os delegados da Lava Jato "de estarem a serviço de um grande plano do PSDB para implodir o PT e o governo.

Um diagrama com fotos anexado ao dossiê tenta estabelecer essas conexões.

O esquema mirabolante envolve na trama até mesmo uma multinacional interessada em destruir a Petrobras".

Em vez de expulsar o policial aloprado de seu gabinete, Jaques Wagner - que já está com um pé na cadeia por seu envolvimento com o Petrolão - prometeu encaminhar o dossiê a "um promotor baiano de sua confiança para dar sequência ao assunto".

http://www.oantagonista.com/posts/o-plano-do-governo-para-enlamear-a-lava-jato?utm_content=bufferd967d&utm_medium=social&utm_source=facebook.com&utm_campaign=buffer
Ana Amélia que não é Lemos
06/03/2016 19:15
Sr. Herculano:

"A generosidade das empreiteiras com Lula é intrigante".
Juiz Sérgio Moro.

Ainda bem que o diabo deixa rastro para se perceber que algo está errado.

"É perigoso deixar feridos pelo caminho".
Delcídio do Amaral.

LuLLa e Dilma não seguiram o conselho.
Bom pra nós! ?"timo pro BRASIL!!!!!
Roberto basei
06/03/2016 15:27
QUEREM EXEMPLO DE DESCASO E FALTA DE RESPEITO? VOU CITAR APENAS ALGUNS DOS QUE TENHO VIVENCIADO E SENTIDO NA PELE NESTE ANO LETIVO DE 2016.
EM 2015 HOUVE ELEIÇÃO PARA DIRETORES DAS ESCOLAS DA REDE MUNICIPAL DE GASPAR E ACEITEI O DESAFIO DE VOLTAR À MINHA SEMPRE QUERIDA ESCOLA DOLORES KRAUSS. DURANTE O PROCESSO DE ELEIÇÃO, FIZEMOS UMA CAMPANHA CENTRADA NO "ALUNO". DIGO FIZEMOS PORQUE A PROFESSORA ELIANE HOEPERS ALVES SERIA DIRETORA ADJUNTA.
EM MOMENTO ALGUM FOMOS ALERTADOS DE QUE ESSA TAL NOVA REFORMA ADMINISTRATIVA EXCLUIRIA O CARGO DE DIRETOR ADJUNTO. EM MOMENTO ALGUM HOUVE PREOCUPAÇÃO DA PARTE DAA SECRETARIA DA EDUCAÇÃO DE NOS COMUNICAR TAL FATO. BOATOS FORAM SURGINDO NOS DIAS DE ESCOLHAS DE VAGAS DOS ACTS, ATÉ QUE PRESSIONADOS POR N?"S, ABRIRAM O JOGO SUJO.
PRIMEIRAMENTE DISSERAM QUE NOSSOS DIRETORES ADJUNTOS SERIAM PESSOAS CONCURSADAS COMO ASSISTENTES ADMINISTRATIVOS. DISSEMOS NÃO, POIS QUERÍAMOS ALGUÉM DE NOSSA CONFIANÇA E DA ÁREA DA EDUCAÇÃO. POR RESPEITO A ALGUNS COLEGAS E COMUNIDADE ESCOLAR, ACEITAMOS A PROPOSTA DE UM 3o. COORDENADOR PEDAG?"GICO. APENAS ONTEM, UM MÊS DEPOIS, ESSE ASSUNTO ENTROU EM PAUTA NA CÂMARA DE VEREADORES.
ISSO QUER DIZER QUE TODO O TRABALHO QUE ERA REALIZADO POR DUAS PESSOAS (DIRETOR E DIRETOR ADJUNTO) ESTÁ SENDO REALIZADO POR UMA ÚNICA PESSOA. MINHA SORTE É TER NA ESCOLA PROFISSIONAIS COMPROMETIDOS, PORQUE SE FOSSE ESPERAR PELA SEMED...
ESSA MESMA REFORMA ADMINISTRATIVA, DIMINUIU AINDA MAIS A BAIXA COMISSÃO DE ALGUNS DIRETORES, QUE NO MEU CASO E DE ALGUNS OUTROS É DE R$ 900,00, ENQUANTO NA REDE ESTADUAL A COMISSÃO É DE MAIS 70% SOBRE O SALÁRIO BASE.
MESMO SABENDO QUE A COMISSÃO ERA BAIXA (QUASE R$ 1.000,00), ME CANDIDATEI, PORÉM SEM ESPERAR QUE DIMINUÍSSE.
HOJE TIVE MAIS UMA SURPRESA...
IMPRIMINDO MINHA FOLHA DE PAGAMENTO DO MÊS DE FEVEREIRO, RECEBI R$ 630,00 DE COMISSÃO. LIGUEI PARA O RH E TIVE COMO RESPOSTA O FATO DE TER SIDO CONTRATADA COMO DIRETORA A PARTIR DO DIA 10 DE FEVEREIRO. DETALHE: ESTOU TRABALHANDO NA ESCOLA COMO DIRETORA DESDE 1o. DE FEVEREIRO. INCLUSIVE FUI NUMA REUNIÃO CONVOCADA PELA SEMED, NO DIA 02 DE FEVEREIRO, COMO DIRETORA. E AGORA ME DIZEM QUE FUI NOMEADA APENAS DIA 10 DE FEVEREIRO?
SE TIVESSEM ME DITO NO DIA 1o. DE FEVEREIRO QUE SERIA ASSIM, EU COM CERTEZA TERIA ASSUMIDO A DIREÇÃO, PARA PREPARAR A ESCOLA PARA OS FUNCIONÁRIOS, ALUNOS E COMUNIDADE.
O QUE ME ABALA PROFUNDAMENTE É A FALTA DE RESPEITO, O DESCASO.
SOU FUNCIONÁRIA DA PREFEITURA DESDE 1984. DESSES 32 ANOS, APENAS POR 4 ANOS SOLICITEI LICENÇA. PORTANTO, SÃO 28 ANOS COMO SERVIDORA PÚBLICA NA PREFEITURA DE GASPAR.
ESSE FATO NÃO ACONTECE APENAS COMIGO, MAS TAMBÉM COM OS DIRETORES DAS DEMAIS ESCOLAS E CDIs.
SE PUDEREM, COMPARTILHEM!!!!!
OBRIGADA!

A oposição está tranquila ta favorável
Herculano
06/03/2016 10:10
CARTAS NA MESA, por Fernando Henrique Cardoso, sociólogo, ex- senador, e ministro da Fazenda de Itamar Franco, PMDB, quando implantou o Plano Real, ex-presidente da República pelo PSDB, em artigo publicado no jornal O Estado de S. Paulo

Parte 1

É preciso abrir o jogo: não se trata só de Dilma ou do PT, mas da exaustão do atual arranjo político brasileiro. E mais: o que idealizamos na Constituição de 1988, cujo valor é indiscutível, era construir uma democracia plena e um país decente, com acesso generalizado à educação pública, saúde gratuita e previdência social. Mais ainda, acesso à terra para os que nela precisassem trabalhar, bem como assistência social para os que dela necessitassem. A execução desse programa encontra dificuldades crescentes porque a estrutura estatal é burocratizada e corporativista. E também porque a sociedade não quer e não pode pagar cada vez mais tributos quando os gastos não param de se expandir.

Era inevitável que nos encontrássemos nesta situação? Não. Contudo, para evitar a crise do sistema de partidos e da relação Executivo-Legislativo, teriam sido necessários, no mínimo, os contrapesos da "lei de barreira" e da proibição de alianças partidárias nas eleições proporcionais, restrição aos gastos de campanha e regras mais severas para seu financiamento.

Mas não é só. A má condução da política econômica tornou impossível ao governo petista seguir oferecendo os benefícios sociais propostos, senão pagando o preço da falência do Tesouro. Não me refiro às bolsas, que vêm do governo Itamar, foram ampliadas em meu governo e consolidadas nos governos petistas: elas são grãos de areia quando comparadas com as "bolsas empresário" oferecidas pelos bancos públicos com recursos do Tesouro. Sem mencionar o grau inédito de corrupção, azeite que amaciou as relações entre governos, partidos e empresas e deu no que deu: desmoralização e desesperança. Oxalá continue a dar cadeia também.

Diante disso, como manter a ilusão de que as instituições estão funcionando? Algumas corporações do Estado, sim, se robusteceram: partes do Ministério Público e da Polícia Federal, segmentos do Judiciário, as Forças Armadas e partes significativas da burocracia pública, como no Itamaraty, na Receita e em algum ministério, ou no Banco Central. Entretanto, no conjunto, o Estado entrou em paralisia, não só o Executivo, como também a burocracia e o Congresso. Este pelas causas acima aludidas, cuja consequência mais visível é a fragmentação dos partidos e a quase impossibilidade de se constituírem maiorias para enfrentar as dificuldades que estão levando ao desmonte do sistema político.

Nada disso aconteceu de repente. Repito o que disse em outras oportunidades: na viagem que a presidente Dilma fez em 2013 para prestar homenagens fúnebres a Mandela, acompanhada por todos os ex-presidentes, eu mesmo lhes disse: o sistema político acabou; nossos partidos não podem ou não querem mudar; busquemos os mínimos denominadores comuns para sair do impasse, pois somos todos responsáveis por ele. Apenas o presidente Sarney se mostrou sensível às minhas palavras.
Herculano
06/03/2016 10:09
CARTAS NA MESA, por Fernando Henrique Cardoso, sociólogo, ex- senador, e ministro da Fazenda de Itamar Franco, PMDB, quando implantou o Plano Real, ex-presidente da República pelo PSDB, em artigo publicado no jornal O Estado de S. Paulo

Parte 2

Agora é tarde. Estamos em situação que se aproxima à da Quarta República Francesa, cujo fim coincidiu com os desajustes das guerras coloniais, tentativas de golpe e, finalmente, a solução gaullista. Aqui as Forças Armadas, como é certo, são garantes da ordem, e não atores políticos. É hora, portanto, de líderes, de pessoas desassombradas dizerem a verdade: não sairemos da encalacrada sem um esforço coletivo e uma mudança nas regras do jogo. A questão não é só econômica. Sobre as medidas econômicas, à parte os aloprados de sempre, vai-se formando uma convergência, basta ler nos jornais o que dizem os economistas.

Mesmo temas sensíveis, nos quais ousei tocar quando exercia a Presidência e que caro me custaram em matéria de popularidade, voltam à baila: no âmbito trabalhista, como disse o novo presidente do Tribunal Superior do Trabalho, Gandra Martins, citando como exemplo o Programa de Proteção ao Emprego, comecemos por aceitar que o acordado entre os sindicatos prevaleça sobre o legislado, desde que respeitadas as garantias fundamentais asseguradas aos trabalhadores pela CLT. Enfrentemos o déficit previdenciário, definindo uma idade mínima para a aposentadoria que se efetive progressivamente, digamos, em dez anos. Aspiremos, com audácia, a que um novo governo, formado dentro das regras constitucionais, leve o Congresso a aprovar algumas medidas básicas que limitem o endividamento federal, compatibilizem o gasto público com o crescimento do PIB e das receitas e melhorem o sistema tributário, em especial em relação ao ICMS.

Dentre as medidas fundamentais a serem aprovadas, a principal é, obviamente, a reformulação da legislação partidário-eleitoral. O nó é político: eleições com a legislação atual resultarão na repetição do mesmo despautério no Legislativo. Há que mudar logo a lei dos partidos, restringindo a expansão de seu número e alterando as regras de financiamento eleitoral, para evitar a corrupção. Por boas que tenham sido as intenções da proibição de contribuição de empresas aos partidos, teria sido melhor limitar a contribuição de cada conglomerado econômico a, digamos, x milhões de reais, obrigando as empresas a doar apenas ao partido que escolherem, e por intermédio do Tribunal Superior Eleitoral, que controlaria os gastos das campanhas. A proibição pura e simples pode levar, como ocorreu em outros países, a que o dinheiro ilícito, de caixa 2 ou do crime organizado, destrua de vez o sistema representativo.

Ideias não faltam. Mas é preciso mudar a cultura, o que é lento, e reformar já as instituições. É tempo para que se verifique a viabilidade, como proposto pela Ordem dos Advogados do Brasil e por vários parlamentares, de instituir um regime semiparlamentarista, com uma Presidência forte e equilibradora, mas não gerencial.

Só nas crises se fazem grandes mudanças. Estamos em uma. Mãos à obra.
Herculano
06/03/2016 10:03
OPOSIÇÃO MIRA EM DILMA PARA EVITAR "VITIMIZAÇÃO" DE LULA

Conteúdo do jornal Folha de S. Paulo. Terxto de Daniela Lima, da sucursal de Brasília. A ação da Lava Jato sobre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva deixou a oposição receosa. Nos bastidores, líderes dos principais partidos adversários do governo federal e do PT admitem que a condução coercitiva do ex-presidente e a intensa cobertura da nova fase da investigação abriram uma "brecha" para que o petista se apresente como vítima.

Na tentativa de não alimentar esse movimento, a oposição acordou que, a partir da semana que vem, vai centrar o foco da atuação política no impeachment da presidente Dilma Rousseff e na ofensiva contra a sua reeleição, travada no TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

Esse script prevê ainda que, para perguntas sobre Lula, a resposta será uma só: é um assunto a ser tratado pela polícia e a Justiça.

Durante toda a última sexta-feira (4), quando a Lava Jato colocou a Operação Aletheia nas ruas, os principais nomes da oposição trocaram telefonemas e fizeram reuniões para debater a melhor forma de reagir à ação, considerada o momento mais delicado desde o início da crise.

Já naquela manhã, havia dúvidas sobre o modo como a ação sobre Lula seria vista pela população. Em privado, tucanos e integrantes do DEM confessaram que a condução coercitiva efetuada contra o ex-presidente ?"levado a depor na delegacia da PF do aeroporto de Congonhas, zona sul de São Paulo?", deu munição para o discurso de que ele é vítima de um golpe.

A confirmação de que esse viés seria explorado veio em seguida, quando o petista disse que havia se sentido como um prisioneiro e emocionou-se ao falar sobre o episódio. O PSDB avalia que, nesse cenário, qualquer sintoma de agitação social pode fortalecer a tese de que o movimento contra Lula criou um clima de conflagração social.

A ordem, portanto, é expressar apoio incondicional às instituições e à Justiça, mas não entrar no "jogo" proposto pelo ex-presidente.

Em outra frente, já nesta segunda-feira (6), a oposição inicia obstrução dos trabalhos na Câmara como forma de pressionar o impeachment e pede ao TSE que incorpore à ação que investiga ilegalidades na reeleição de Dilma os termos da delação premiada negociada pelo senador Delcídio do Amaral (PT-MS), ex-líder do governo.

"Não vamos comemorar [a ação da PF contra Lula], não vamos tripudiar, vamos aguardar as investigações. E cuidar aqui do que é a política, que é a Dilma. Vamos mostrar que com ela não dá mais", disse o senador Aécio Neves (PSDB-MG).

Discurso semelhante foi feito por Agripino Maia, presidente do DEM. "A questão do Lula não é um assunto político, é policial. Temos que nos concentrar na homologação da delação de Delcídio. Isso pode trazer forças novas à articulação do impeachment", avaliou.

PMDB

A cautela com Lula também é palavra de ordem no PMDB, partido comandado pelo vice-presidente da república, Michel Temer (SP), principal beneficiário de uma eventual queda de Dilma.

A cúpula da sigla acordou evitar polêmica sobre o assunto e suas implicações para Dilma pelo menos até o próximo dia 12, quando ocorrerá a convenção nacional da legenda e Temer será reeleito presidente da sigla.

A recondução de Temer se dará na véspera das próximas manifestações nacionais pelo impeachment, marcadas para o dia 13.

Os atos são aguardados com grande expectativa pela ala do PMDB que é a favor do impeachment de Dilma. Esse grupo avalia que, se houver grande adesão aos protestos, no dia 15, o governo Dilma estará acabado.
Herculano
06/03/2016 09:58
AS PORTAS DE MARÇO, por Fernando Gabeira, para o jornal O Globo

parte 1

O sítio Santa Bárbara, em Atibaia, tem um caseiro chamado Maradona e é um autêntico gol de mão, desses que se fazem na esperança de enganar o juiz. O sítio foi reformado, assim como o tríplex de Guarujá, por duas empreiteiras envolvidas no Petrolão: OAS e Odebrecht. É um enigma como o tríplex do Guarujá. Estávamos nos divertindo com os pedalinhos do sítio Santa Bárbara, quando surgiu a delação premiada de Delcídio do Amaral, ex-líder do governo. São revelações tenebrosas de sabotagem da Lava-Jato. Lula pagando à família de Nestor Cerveró para proteger seu amigo Bumlai. Dilma nomeando um ministro do STJ para libertar os empreiteiros.

Tudo isso acontece depois de o PT derrubar um ministro da Justiça e colocar outro com as iniciais WC para tentar conter a lama que chega ao Palácio do Planalto. O que significa controlar a Lava-Jato, nesta altura das investigações? Há uma fila de delatores no pipeline. Novas informações virão à tona, as coisas ficarão mais claras ainda, como se ainda não fossem suficientemente claras. Na sexta, com novo ministro e tudo, a Polícia Federal, cumprindo determinações da Justiça, fez uma devassa no Instituto Lula e nas casas da família. Uma pessoa sensata diria que não é hora de brigar com a polícia e sim discutir coisas mais práticas com ela, como banho de sol, visita íntima.

O filme está acabando, e as revelações de Delcídio mostram uma realidade que já intuíamos: a luta surda contra a Lava-Jato. Diziam que José Eduardo Cardozo caiu porque não controlava a Polícia Federal. Caiu, na verdade, depois de tentar o controle e fracassar. Esse juiz, Marcelo Navarro, que teria sido nomeado para liberar no STJ, já foi denunciado inúmeras vezes no site "O antagonista" como o homem que iria dar os habeas corpus. Bem que ele tentou: perdeu por 4 a 1.
Herculano
06/03/2016 09:57
AS PORTAS DE MARÇO, por Fernando Gabeira, para o jornal O Globo

parte 2

Tentaram controlar o Supremo, a julgar pela delação de Delcídio, e falharam. Tentaram o STJ, perderam de 4 a 1. Fizeram de tudo e se esborracharam. As portas estão se abrindo. A começar pela tarefa urgente de derrubar Eduardo Cunha, transformado em réu pelo Supremo Tribunal Federal.

Cunha é um imenso trambolho no caminho. Se a Câmara não destitui da presidência um réu na Lava Jato, acusado em depoimentos de delatores e com contas na Suíça, então é uma tarefa que os próprios ministros precisam executar. Mas isso pode ser feito rapidamente na Câmara. Basta parar tudo e forçá-lo a sair. A oposição tem o dever de fazer isso e realizar uma nova eleição. Como conviver com a ideia de que um presidente da Câmara é, ao mesmo tempo, réu no maior processo de corrupção do país? É tão grave quanto conviver com um governo que se elegeu usando dinheiro do Petrolão para pagar seu marqueteiro. E tentou de várias maneiras sabotar as investigações da Lava-Jato. Dilma e Cunha estão queimados, há um rastro de fumaça nos poderes da República. Os tribunais, Superior e Eleitoral, são as únicas forças de pé. Têm que dar uma resposta.

O que está se passando no Brasil pode ser visto de muitas formas. Mas é também humilhante viver num país em que dois poderes estão afundados no escândalo. Daí a importância de domingo que vem, dia 13 de março. É o momento em que a sociedade tem chance de mostrar como vê tudo isso. As pesquisas já indicam o sentimento majoritário.

Manifestações são diferentes de cifras: pessoas de carne e osso expressando sua vontade de resolver a crise política. Elas sabem que desatar esse nó traz um alento para o combate em outro front assustador: a economia. Já se fala num cenário de moratória, no qual o Brasil não terá condições de saldar os seus compromissos. Quebradeira. Ainda é um cenário no horizonte. Torna-se mais provável quanto mais demorar a solução da crise política com a saída de Dilma e Cunha.

Dessa maneira vejo o 13 de março. Um dia não apenas para protestar contra Dilma e Cunha, pateticamente agarrados aos seus cargos, enquanto o país afunda. Mas para afirmar que esse é o passo inicial de um longo e áspero caminho para soerguer a economia. O PIB caiu 3,8% em 2015. As perspectivas são piores em 2016. As respostas positivas do mercado ao fim do governo indicam como o colapso dos dois podres poderes será um passo adiante. Entre outras, a vantagem de mudanças impulsionadas pela sociedade é a consciência coletiva da amplitude da crise econômica. Não posso garantir que esse será o caminho vitorioso. Apenas afirmo que as possibilidades de saída são muito maiores quando há sintonia entre um governo respeitável e uma população consciente da gravidade do momento.

Já disse isso de muitas formas. O Brasil está parecendo um pouco com aquele personagem do Castelo do Kafka que esperou anos diante de uma porta, para descobrir que estava aberta.

Quem sabe, domingo que vem?
Herculano
06/03/2016 09:54
EXCLUÍDO

Pois é doutor Aurélio Marcos de Souza. Triste, mas verídica esta sua conclusão. Agora, reclamam de que se cobram a ausência na simples fiscalização. E foi a falta desta fiscalização que deixou tudo isso transformar na proporção bandida que se esclarece agora.

A fiscalização faltou aqui para se exigir debate, transparência e participação. E quem fechou o olho terá um preço caro a pagar, pois foi, no mínimo, conivente com o erro. E este erro afeta a sociedade como um todo.

Eu não me dei por vencido e por isso, pago um preço caro pela insistência e coragem, que faltaram a quase todos. Ora, quem tem coragem de afrontar e lambuzar instituições, leis e seus operadores como policiais, promotores e juízes, pensa que é sopa calar os meios de comunicação, adversários e os que reclamam... Acorda, Gaspar!
Herculano
06/03/2016 09:47
O ADVERSÁRIO É A LEI, por Dora Kramer, para o jornal O Estado de S. Paulo

Triste do homem público cujo adversário é a lei.

Desalento visto com nitidez no semblante do ex-presidente Luiz Inácio da Silva depois do interrogatório de sexta-feira quando, num angustiado esforço para se manter altivo, manifestou-se contra o perfeito funcionamento de instituições do País que presidiu.

Mais tarde, no Sindicato dos Bancários - aquele que deixou a ver navios vazios os bancários que viram suas economias desviadas de uma cooperativa habitacional para o cofre do PT e para o bolso de petistas -, atirou-se ao ato patético de anunciar a candidatura à Presidência em 2018. Ocasião em que tanto poderá estar na batalha para convencer uma população já devidamente informada a colocá-lo de novo no topo de uma cadeia alimentar de corrupção, quanto poderá ser um réu ou um condenado.

Em razão das perspectivas desfavoráveis, Lula da Silva tenta circunscrever suas agruras e embates ao campo da política, quando os dados objetivos transportam seu infortúnio para as alçadas da polícia e da Justiça. Foi-se o tempo em que Lula e o PT podiam brigar na arena e com as regras sob as quais detêm total domínio, a disputa política e, sobretudo, eleitoral.

Não é disso o que se trata no presente. Não está na oposição a raiz dos problemas do ex-presidente, de seu partido e de sua sucessora. Por seus erros e também por seus acertos de conduta, o PSDB nunca se mostrou nem se mostra agora um adversário à altura. A oposição formal perdeu todas quando tentou enfrentar os mestres da manipulação do peso da consciência alheia, da condescendência dos ingênuos, das conveniências dos aproveitadores e da omissão dos covardes.

Agora o tucanato dá sinal de racionalidade ao perceber o lance e se recusar a entrar no jogo da provocação. Enquanto o PT aposta na radicalização nas ruas para tentar intimidar as forças contrárias, o senador Aécio Neves faz um apelo à moderação e ao respeito às investigações, sabedor de que poderia ser responsabilizado por males maiores se incitasse protestos.

Deu corda ao enforcado. Optou por deixar o PT brigar sozinho e, assim, pagar a conta por eventuais danos à civilidade. Prejuízos estes que poderão ser maiores ou menores, dependendo da disposição de Lula de prosseguir na mesma incitação ao confronto que marcou a conduta dele à frente da Presidência da República. Na época era movido pela soberba. Hoje é motivado pelo ódio aos que não se rendem à sua presumida (e já perdida) majestade.

Nesse cenário de articulada radicalização, seria de esperar da presidente da República uma posição apaziguadora. Não foi, contudo, o que se viu no pronunciamento de Dilma Rousseff no final da tarde de sexta-feira. Ela, ao contrário, deu gás à (falsa) polêmica, desqualificou o trabalho da Polícia Federal e desclassificou decisão da Justiça ao se dizer "absolutamente inconformada" com a condução coercitiva de Lula.

Nada fez contra a suposta ilegalidade, porque nada havia a fazer além de falar como quem dá salvo-conduto a um personagem perdido em seu labirinto. Dele, Lula tentará sair por meio da intimidação e da violência. Não vai conseguir porque já não combate em campo conhecido.

O ex-presidente trava, sim, uma batalha. Guerra, no entanto, perdida para a legalidade, a impessoalidade, a probidade e a transparência de um grupo de policiais argutos e de procuradores muito bem preparados para fazer frente a uma gente que só tem em mente as conveniências e o bem estar da própria gente.
Para Dilma só restam duas escolhas: ou embarca ou deixa o barco correr.
Herculano
06/03/2016 09:45
EM BUSCA DA SAÍDA, por Merval Pereira, para o jornal O Globo

Se a política não resolver a crise, a crise vai resolver a política. Mais que um jogo de palavras que o deputado Raul Jungman gosta de usar, esta é uma constatação que fica mais evidente ainda diante da iniciativa de militares de contatarem na sexta-feira autoridades civis - governadores de Estados estratégicos como Rio e São Paulo, ministros, líderes partidários - para colocarem à disposição tropas em caso de necessidade de garantir a ordem pública, conforme Ricardo Noblat noticiou em seu blog.

Os confrontos entre petistas e seus adversários políticos nas ruas de diversas capitais do país, enquanto Lula depunha na Polícia Federal, insuflados por uma convocação do presidente do PT, Rui Falcão, acendeu a luz amarela nas instituições militares, que pelo artigo 142 da Constituição têm a missão de garantir a ordem pública.

O fato de terem oferecido apoio às autoridades civis mostra que, ao contrário de outras ocasiões, os militares não estão dispostos a uma intervenção, mas se preocupam com a crise e se dispõem a auxiliar as autoridades civis em caso de necessidade.

Já há algum tempo, diante do agravamento da crise político-econômica, militares de alta patente estão conversando com lideranças civis de diversos setores da sociedade, e agora consideram que está na hora de o mundo político encontrar saídas constitucionais para o impasse em que estamos metidos, com o Congresso, que é o único caminho para uma solução em moldes democráticos, paralisado diante de sua própria crise: um presidente da Câmara tornado réu pelo Supremo Tribunal Federal, um presidente do Senado alcançado por nada menos que seis processos, cerca uma centena de deputados e senadores envolvidos de alguma maneira em problemas com a Justiça e tantos outros sujeitos ao imponderável das delações premiadas da Lava-Jato.

Mesmo soluções constitucionais como o impeachment ficam contaminadas pela presença de Eduardo Cunha na presidência da Câmara, e a perspectiva de que ele possa assumir a presidência da República, por poucos meses que seja, para convocar novas eleições - no caso de uma impugnação da chapa PT-PMDB até o fim desse ano, o que é improvável - é no mínimo desanimador.

Nos bastidores do Congresso negocia-se de tudo, desde a implantação de um semipresidencialismo de ocasião, até a sugestão mais recente da Rede de Marina Silva de aprovar uma emenda constitucional com o instituto do recall, pelo qual a presidente Dilma poderia ser retirada do poder através de uma consulta popular.

Houve há poucos dias a tentativa de fazer com que Dilma rompesse com o PT e partisse para uma nova coalizão partidária, que poderia contar até mesmo com setores da oposição. Os fatos, porém, atropelaram essas negociações, e hoje Dilma e Lula estão juntos no que pode ser um abraço de afogados, mas é a única maneira de os dois tentarem sair vivos politicamente dessa crise.

A oposição, por seu turno, começa a deixar a dubiedade para apoiar o impeachment , pois um processo de impugnação da chapa no Tribunal Superior Eleitoral pode levar mais um ano, com marchas e contramarchas no STF e, mais complicado que tudo, no terceiro ano de mandato um novo governo seria eleito de maneira indireta por este Congresso sem credibilidade diante da população.

A pressão agora é para que o PMDB rompa o mais rápido possível com o governo e entre de cabeça no processo de impeachment. Ao mesmo tempo, arma-se na Câmara uma ação conjunta para obstruir as sessões até que a permanência de Cunha na presidência se torne inviável.

Alguma coisa terá que ser feita, e rápido, diante da deterioração do ambiente econômico e da mudança de patamar da crise política, com a Lava-Jato tendo chegado literalmente às portas do ex-presidente Lula. Se as forças políticas que representam a maioria do país, hoje claramente posicionada contra o PT, não se unirem em busca de uma saída democrática para a crise, estaremos diante de uma ameaça de retrocesso institucional.

As milícias petistas mobilizadas na confrontação física nas ruas podem transformar o país em uma Venezuela, e quanto mais os fatos forem sendo desvelados, mais a resposta violenta será a única saída.

O Congresso tem que encontrar rapidamente uma saída constitucional que possibilite a formação de um governo de transição democrática, e o caminho mais viável parece ser o impeachment, já que a presidente Dilma não se mostra capaz de articular essa transição, e se revela comprometida cada dia mais com as ações criminosas que a levaram ao governo.
Aureluo Marcos De Souza
06/03/2016 08:30
A doença do medo de ser oposiçao de Aecio Neves e os seus, também contaninou muita gente boa por aqui. Para ser oposicao, o politico deve pensar e agir como oposicao, e não só falar que é oposicão. Por fim a politica da boa vizinhança deu no que deu, acabou com o sonho de milhões de brasileiros.


Herculano
06/03/2016 06:51
PIMENTA NOS OUTROS, PODE. EM LULA, NÃO. é ISSO?, por Ricardo Noblat, de O Globo

Na última sexta-feira, o ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal, foi a primeira voz de respeito a censurar a decisão do juiz Sérgio Moro favorável ao emprego da condução coercitiva para que Lula fosse depor aos procuradores da Lava-Jato.

"Condução coercitiva? O que é isso? Eu não compreendi. Só se conduz coercitivamente, ou, como se dizia antigamente, debaixo de vara, o cidadão que resiste e não comparece para depor. E o Lula não foi intimado", afirmou o ministro.

Condução coercitiva quer dizer condução obrigatória. De fato, Lula não fora intimado. Agentes federais amanheceram no seu apartamento de São Bernardo do Campo e o lavaram para depor em uma delegacia da Polícia Federal no aeroporto de Congonhas. Ele ficou ali por três horas.

Naquele dia, a prefeitos que se reuniram com ela no Palácio do Planalto, a presidente Dilma havia manifestado seu "absoluto inconformismo" com a "desnecessária" condução coercitiva de Lula, que "por várias vezes compareceu de forma voluntária para prestar esclarecimentos".

Dito assim, parece que Lula saiu por aí batendo em portas de delegados e de procuradores se oferecendo para esclarecer isso ou aquilo. Não foi assim. Intimado a depor várias vezes, ele atendeu a algumas intimações. E conseguiu driblar outras.

Das dezenas de vozes que protestaram contra a condução coercitiva de Lula, entre elas as de juristas, a voz de Rui Falcão, presidente do PT, foi a mais inflamada, a ponto de provocar tensão entre generais do Alto Comando do Exército, em Brasília. Rui disse:

- A condução coercitiva de Lula representa um ataque à democracia e à Constituição. Trata-se de novo e indigno capítulo na escalada golpista que busca desestabilizar o governo da presidente Dilma Rousseff, criminalizar o PT e combater o principal líder do povo brasileiro.

Tudo é golpe para o PT. Quando o escândalo do mensalão ameaçou encurtar o mandato de Lula, o PT falou em golpe. O pedido de impeachment de Dilma foi e é tratado como golpe. A humilhação de Lula foi mais um capítulo do golpe que está em marcha.

Está tudo bem, tudo muito bem, só não dá para entender uma coisinha: por que nenhuma das vozes que se revelaram inconformadas com a condução coercitiva de Lula se fez ouvir quando outros envolvidos com a Lava-Jato foram conduzidos coercitivamente para depor? Não repararam? Não se tocaram?

Só vale para os outros a condução coercitiva, para Lula, não? É capaz de valer para importantes empresários, alguns deles presos; ultimamente para políticos; e para gente comum. Aliás, para esse tipo de gente sempre valeu. Quem se incomoda com ela? Mas para Lula, não? Por quê?

Ex-presidente da República não tem direito a fórum privilegiado. Está sujeito à Justiça de primeira instância. Como os demais cidadãos, pode apelar de decisões da primeira instância às instâncias superiores da Justiça. E é só. Não tem direito a nenhum tratamento especial.

O mais espantoso é que Lula não foi o primeiro, nem o segundo, nem será o último suspeito da roubalheira na Petrobras a ser conduzido para depor "sob vara", como prefere o ministro Marco Aurélio. Antes dele, 116 suspeitos foram alvo de condução coercitiva. Lula foi o 117º.

É como observa com razão a nota oficial distribuída, ontem, pela força-tarefa do Ministério Público encarregada da Lava-Jato:

"Houve no âmbito da Lava Jato 117 mandados de condução coercitiva. Apenas em relação à do Sr. Luiz Inácio Lula da Silva houve manifestação de opiniões contrárias. Conclui-se que esses críticos insurgem-se não contra o instituto da condução coercitiva em si, mas sim pela condução coercitiva de um ex-presidente da República".

Os procuradores reconhecem que Lula merece respeito, mas apenas "na exata medida do respeito que se deve a qualquer outro cidadão brasileiro".

Estão certos.

Lula, somente ele, é o responsável pela situação em que se encontra. Não foram seus adversários que o levaram a prevaricar. Não foram as elites que o forçaram a se corromper. Ninguém o obrigou a jogar na lama sua fama de homem decente.

Lula é vítima de Lula, da sua ambição desmedida pelo poder, do seu encantamento por um mundo ao qual sempre quis pertencer, da falta de solidez dos seus compromissos com valores e princípios que dizia cultivar. É triste que termine assim.
Herculano
06/03/2016 06:41
E A ORQUESTRA JÁ NÃO TOCA, por Clóvis Rossi, para o jornal Folha de S. Paulo

O Brasil como Titanic é a comparação de Judd Webber, na newsletter sobre América Latina do "Financial Times".

Depois de informar que, em um dos luxuosos shoppings que pontuam o cenário do país tropical, toma-se sorvete a US$ 4 a casquinha, ele afirma: "Mas, ao contrário da orquestra tocando enquanto o transatlântico afundava, a aparência de normalidade não pode durar".

Judd vai ao exagero de sugerir ao vendedor de sorvetes que aceite apenas pagamento em dinheiro, porque "a taxa de cheques devolvidos no Brasil é a maior desde que as estatísticas começaram".

De acordo, Judd, com uma ressalva: é evidente que, se por orquestra se tomar o governo, ela já parou de tocar faz algum tempo.

Meses atrás, um inquilino importante do Palácio do Planalto desabafou comigo: "É muito difícil governar quando o horizonte que se tem é de apenas uma semana".

De lá para cá, ficou pior.

Breve recapitulação: na quinta-feira (3) cedinho, chegava à minha caixa de correspondência eletrônica boletim da "Economist" em tom tão lúgubre quanto o de Judd Webber.

Dizia: "Os estatísticos confirmarão hoje [quinta] que o PIB encolheu cerca de 4% no ano passado [foi, na verdade, 3,8%]. Cerca de 100 mil empregos foram perdidos em janeiro, além de mais de 1,5 milhão em 2015. O gasto dos consumidores está se contraindo: vendas no varejo caíram 7% em dezembro. A inflação, correndo a 11%, está comendo os salários daqueles que ainda têm emprego. A treva estagflacionária persistirá até que Dilma Rousseff enfrente o deficit orçamentário que mina a confiança, agora em chocantes 10,8% do PIB".

Termina com a previsão de que, do jeito que as coisas vão, as notícias sobre o PIB de 2016 serão igualmente lúgubres.

Parecia, pois, a descrição perfeita do fundo do poço, mas eis que, nas horas seguintes, vieram informações que demonstram que o excelente colunista Vinicius Torres Freire estava certo ao imaginar que o fundo do poço tem um alçapão.

Primeiro, o vazamento da delação premiada do senador Delcídio do Amaral, apontando o dedo para a presidente e para seu antecessor e padrinho, Luiz Inácio Lula da Silva.

Mais 24 horas e a Polícia Federal leva Lula, sob vara, para prestar depoimento sobre as inúmeras suspeitas que pesam sobre o ex-presidente.

É a tempestade perfeita, dificultando ou, no limite, impedindo o resgate dos passageiros do Titanic Brasil, agora que a orquestra já não toca e não há salva-vidas para todos.

Pode ser que Delcídio do Amaral esteja mentindo, pode ser que ele não tenha provas, o que será fundamental no âmbito jurídico. Mas, no âmbito político, o "iceberg" já bateu no navio.

É como no caso Roberto Jefferson/mensalão: ele tampouco ofereceu provas, na entrevista que deu à Folha, mas o desfecho acabou sendo a prisão de uma parte da cúpula do PT.

A diferença entre o mensalão e o petrolão é o estado da economia (saudável à época) e a popularidade do presidente de turno, inexistente agora. O comandante irá ao fundo com o navio?
Herculano
06/03/2016 06:33
DILMA DEFENDE LULA NUM ENCONTRO COM GOVERNADORES E SOFRE UMA CONTESTAÇÃO, por Josias de Souza

Dilma Rousseff foi submetida a uma saia justa ao dizer, num encontro com governadores, que ficara "indignada" com o tratamento "desrespeitoso" dispensado a Lula por Sérgio Moro, juiz da Lava Jato. Um dos visitantes, Pedro Taques (PSDB), governador de Mato Grosso, retrucou a anfitriã: "Entendo que não houve desrespeito, presidente. Ninguém está acima da lei."

Os governadores voaram até Brasília para discutir, na noite da última sexta-feira, o alongamento das dívidas dos seus Estados com a União. Horas antes, agentes da Polícia Federal haviam executado uma ordem de "condução coercitiva" de Lula, para prestar depoimento sobre a suspeita de receber vantagens de empresas pilhadas roubando a Petrobras.

Dilma enxergou na coerção ordenada por Moro um "abuso de autoridade", pois "bastava convidar" Lula, que "não se negaria a prestar os esclarecimentos". Ao contraditá-la, Taques chamou Dilma de "presidente", não de presidenta, como ela prefere. Brindou-a, de resto, com um cerimonioso "vossa excelência". Ex-procurador da República, ele sapecou:

"Eu não sairia desta sala com a consciência tranquila e não respeitaria o bom povo de Mato Grosso, que me mandou aqui, se não expressasse minha opinião. Entendo que não houve abuso ou perseguição. Ninguém está acima da lei. Todos, inclusive eu, podemos ser investigados. A lei não pode servir para beneficiar amigos nem para prejudicar inimigos."

Além das referências a Lula, Dilma tomou o tempo dos governadores para defender a si mesma das acusações feitas por seu ex-líder no Senado, Delcídio Amaral, hoje um delator premiado da Lava Jato. Delcídio disse, entre outras coisas, que Dilma sabia que a refinaria de Pasadena, no Texas, fora adquirida com sobrepreço pela Petrobras, para que a diferença fosse usada no pagamento de propinas.

Dilma presidia o Conselho Administrativo da Petrobras na época em que o negócio foi fechado. Contra o ataque de Delcídio, ela exibiu aos governadores decisão do procurador-geral da República Rodrigo Janot. Em despacho de julho de 2014, o chefe do Ministério Público Federal arquivara representação em que um grupo de senadores pedia a abertura de inquérito para responsabilizar Dilma pelo prejuízo imposto à Petrobras ?"coisa de US$ 800 milhões.

Por mal dos pecados, Pedro Taques assinou a representação protocolada na Procuradoria contra Dilma. Na época, ele era senador pelo governista PDT. Viu-se compelido a mencionar o fato na reunião da última sexta: "Presidente, quero dizer a Vossa Excelência que eu, pessoalmente, redigi essa peça. Representei contra a senhora na Procuradoria. Meu nome está aí. Não posso esquecer o que assinei e redigi. Eu e colegas como Cristovam Buarque, Pedro Simon, Randolfe Rodrigues? Li a decisão do procurador-geral. Respeito a sua história. Mas não renego o que escrevi."

"Você viu a minha resposta ao procurador?", indagou Dilma, determinando a um auxiliar que entregasse cópia a Taques. O governador respondeu que já conhecia a peça. Não quis polemizar com a presidente. Autorizado, deixou a reunião antes do término.

Nenhum dos outros governadores ecoou as observações do colega matogrossense. Ao contrário. Vários endossaram o desagravo a Lula e solidarizaram-se com Dilma. Entre eles o alagoano Renan Filho (PMDB), o piauiense Wellington Dias (PT) e o cearense Camilo Santana (PT).

O governador do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg (PSB), que também era senador e assinou a representação contra Dilma, preferiu silenciar. Vice-governadora do Paraná, Cida Borghetti (Pros) representou o governador tucano Beto Richa. Disse na reunião de sexta-feira que os ataques a Dilma atingem a mulher brasileira.

Neste sábado, Dilma visitou Lula na cobertura dele em São Bernardo. Reiterou a tese de que seu padrinho político sofreu uma "violência injustificável''. Em nota, o juiz Sérgio Moro defendeu a ação envolvendo Lula. O Ministério Público tachou de "cortina de fumaça'' o debate sobre o método empregado para ouvir Lula. em torno do ex-presidente.
Herculano
06/03/2016 06:26
MORO DEU A LULA O PAPEL DE COITADINHO, por Elio Gaspari para os jornais O Globo e Folha de S. Paulo

Realizou-se parcialmente o primeiro objetivo dos procuradores da Lava Jato: o juiz Sergio Moro determinou a condução coercitiva de Lula a uma delegacia. Ele não foi preso, foi submetido a um constrangimento inédito: um ex-presidente da República entrou numa viatura policial. É bom lembrar que, quando os coronéis de IPMs da ditadura chamavam Juscelino Kubitschek para depor num quartel, marcavam hora e ele ia. O grande JK deixava-se fotografar entrando no prédio com seu inesquecível sorriso.

Há mais de um ano, Moro e os procuradores mostram que sabem o que estão fazendo. Indicações de contas mal explicadas envolvendo Nosso Guia, eles as têm, e podem ser encontradas nas 89 páginas em que o Ministério Público mostrou como o dinheiro de empresas metidas em petrorroubalheiras ia para as arcas do Instituto Lula e da família Silva. Como indício não é prova, podem ter dado um passo maior que a perna. Sobretudo porque a condução coercitiva deu ao episódio uma teatralidade desnecessária.

Lula foi presenteado com o papel de vítima, que desempenha há 40 anos com maestria. Como o marqueteiro João Santana já explicou, ele alterna a condição de coitadinho com a de poderoso. O coitadinho é perseguido pela elite. O poderoso defende as empreiteiras.

Lula teve seu mau momento quando respondeu a uma pergunta sobre os pedalinhos de Atibaia dizendo que ela não honrava a Polícia Federal. Deu-se ares de poderoso quando na verdade está diante de um caso em que um suboficial do Exército pagou do seu bolso brinquedos caros para os netos do chefe. O que não honra a Presidência da República é a família Silva ter se metido nesse tipo de transações. Os policiais fizeram muito bem ao perguntar e Lula continua devendo diversas respostas.

Uma conjunção dos astros fez com que, no mesmo dia em que se soube da colaboração de Delcídio do Amaral, o IBGE divulgasse uma contração de 3,8% da economia.

Governo em crise política é coisa comum. Crise política junto com recessão é coisa mais rara. Ambas, somadas a um governo catatônico, ecoam o ocaso do mandato de Fernando Collor de Mello.

O JOGO DA TROCA DE PRESIDENTE

Quem não torce pela sobrevivência do mandato de Dilma Rousseff deve saber o que quer. Tirar a doutora da cadeira é uma coisa. Quem colocar no lugar, e como, é outra.

Pelo caminho do impeachment, o vice-presidente Michel Temer assume no dia seguinte.

Pelo caminho da cassação da chapa de Dilma e Temer, assumirá o presidente da Câmara (hoje, Eduardo Cunha), obrigado a convocar eleições em até 90 dias. Se a lâmina do TSE cair depois do início de julho, o pleito poderá coincidir com a eleição municipal de outubro. Candidatos? Marina Silva, sem dúvida. Além dela, quem sobreviver na briga dos tucanos, e resta a possibilidade de aparecimento de um meteoro. Esta opção expressaria diretamente a vontade popular.

Se o TSE cassar a chapa Dilma-Temer a partir de 1º de janeiro, deputados e senadores elegerão, 30 dias depois, o seu substituto, para concluir o mandato. Votam todos aqueles que estiverem no exercício de suas funções. Se continuarem nas cadeiras, Eduardo Cunha presidirá a eleição e Delcídio do Amaral votará.

Esse colégio eleitoral será composto de 594 pessoas. Deles, 99 têm processos à espera de julgamento no STF e são 500 os inquéritos em andamento envolvendo parlamentares.

Vinte e um anos depois da campanha das Diretas, o regime democrático brasileiro corre o risco de eleger indiretamente um presidente da República.
Herculano
06/03/2016 06:25
JOÃO SANTANA, por Elio Gaspari, para os jornais O Globo e Folha de S. Paulo.

As eventuais colaborações de Léo Pinheiro da OAS e de diretores da Odebrecht poderão colocar mais um magano na fila: João Santana.

O marqueteiro do PT foi surpreendido pelo acervo de informações que os investigadores reuniram a respeito de suas transações com a Odebrecht. Essa é a parte mais simples.

Santana é um arquivo vivo dos métodos e das manhas do mercado que fez dele um milionário. Desde sua chegada à carceragem de Curitiba, ele está em outro mundo, diante da estratégia do Ministério Público. De um lado, os procuradores acumulam provas para buscar condenações. De outro, não se contentam com confissões. Se um preso quer colaborar, precisa botar na mesa coisas novas.

Por exemplo: diretores da Andrade Gutierrez destamparam a panela das pesquisas eleitorais pagas pela empresa para atender às necessidades de candidatos. Esse é um costume velho e multipartidário. A empreiteira mostrou uma árvore, Santana poderá mostrar a floresta.

ODEBRECHT

Em outubro, quando a Camargo Corrêa fechou seu acordo de colaboração, a Odebrecht desmentiu categoricamente que caminhasse na mesma direção.

Acreditava que antes das festas de Natal o STJ soltaria seu presidente. Confiava na macumba palaciana narrada por Delcídio do Amaral e divulgada pela repórter Débora Bergamasco. Tinham uma conta fechada, na ponta do lápis. Deu água.

Apesar da ênfase do desmentido da Odebrecht, ela vinha testando as águas para seguir no mesmo caminho, já aceito pela Andrade Gutierrez.

DILMÊS

A doutora Dilma disse, no ano passado, que os problemas da Petrobras eram "página virada", depois informou que "não respeito delator". Agora, indignada, repudiou o que chama de "uso abusivo de vazamentos".

Ela pode ter dito o certo, mas, se a Lava Jato não tivesse continuado a folhear o livro da Petrobras, a roubalheira teria ido para baixo do tapete e, se os colaboradores não tivessem sido ouvidos, as empreiteiras continuariam caladas.

Um vazamento pode ser irregular, mas isso não exclui a possibilidade de ele ser verdadeiro. É melhor haver uma verdade vazada do que blindá-la com mentiras.

VALÉRIO DE VOLTA

O empresário Marcos Valério continua na penitenciária. Ele poderá desempatar uma parte das revelações de Delcídio do Amaral.

O senador deve lembrar que, na primeira vez em que mencionou as ansiedades de Valério, Lula, calado, olhava para as próprias meias. Na segunda, mandou que procurasse Paulo Okamotto.

BOA NOTÍCIA

Depois de seu magnífico retrato de Stálin e de seu comissariado, o historiador Simon Montefiore mandará às livrarias em maio uma história dos czares Romanov, que governaram a Rússia até 1917.

Tem tudo para ser coisa fina, pois antes de se meter com os bolcheviques, Montefiore escreveu uma elegante biografia de Grigory Potemkin, o poderoso primeiro-ministro e namorado de Catarina, a Grande. Uma história de poder e amor.

O tio-avô de Montefiore foi sócio dos banqueiros Rothschild e ele tem um olho de lince para observar o poder e as elites. Essa foi uma das virtudes do retrato de Stálin com sua "corte do Czar Vermelho".
Herculano
06/03/2016 06:12
EM BREVE LULA TERÁ MOTIVOS PARA SE 'SENTIR PRESO', por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

A 24ª fase da Operação Lava Jato, deflagrada nesta sexta-feira (4), é só o começo das investigações de denúncias de corrupção envolvendo o ex-presidente Lula, seus familiares e sócios. No despacho que deu origem à Operação Aletheia, Lula é acusado de integrar o "esquema criminoso de cartel, fraude, corrupção e lavagem de dinheiro no âmbito da empresa Petrobras, cujo acionista controlador é a União Federal".

COLARINHO É BRANCO
Lula e petistas adotam discurso de "prisão política", mas na verdade o ex-presidente está sob investigação de crimes de colarinho branco.

SELO DE APROVAÇÃO
Na delação de Salim Schahin, ele contou à PF que o contrato suspeito entre o Grupo Schain, que dirigia, e a Petrobras foi "aprovado por Lula".

BÊNÇÃO DO CHEFE
Na delação de Fernando Baiano, o operador conta que José Carlos Bumlai disse que Lula "abençoou" o esquema criminoso na Petrobras.

DOAÇÕES SUSPEITAS
A força-tarefa da Lava Jato investiga "doações" ao Instituto Lula, que recebeu R$ 20 milhões de cinco empreiteiras enroladas no Petrolão.

LUTA DE DELCÍDIO AGORA É MANTER DELAÇÃO PREMIADA
Ex-líder do governo no Senado, Delcídio do Amaral (PT-MS) corre contra a Polícia Federal e o Ministério Público para se beneficiar do acordo de delação premiada. Se as investigações da Operação Lava Jato avançarem sobre o ex-presidente Lula, alvo da delação, Delcídio irá direto para a cadeia. Para usufruir do benefício, é preciso revelar novidades ainda não detectadas pelos órgãos de investigação.

ENTREGA RECUSADA
Ao discutir a delação, Delcídio ofereceu entregar dados contra um senador petista e outro peemedebista. Os investigadores recusaram.

SIN?"NIMO DE CULPA
A delação do petista fez uma parte da sua equipe de advogados deixar o caso. Segundo um deles, delação é "sinônimo de culpa".

PGR CONFIRMOU
Dilma, Lula e advogados ainda duvidam do acordo de delação de Delcídio. Mas fonte da Procuradoria Geral da República já o confirmou.

É AINDA MAIS GRAVE
Circula a certeza, nos tribunais superiores de Brasília, de que a força-tarefa da Lava Jato já reuniu mais provas contra Lula do que se imagina. Ou o juiz federal Sérgio Moro, ponderado, minucioso e técnico como é, não teria ordenado a 24ª fase da Operação Lava Jato.

TESTADA E APROVADA
A condução coercitiva de Lula serviu para testar a reação das pessoas à eventual prisão do ex-presidente. A avaliação foi a de que sua prisão provocará protestos de petistas, mas nada preocupante.

OPOSIÇÃO FROUXA
O senador Aécio Neves, presidente do PSDB, anda tão fraquinho que nem sequer conseguiu evitar que governadores de oposição fossem à reunião com Dilma, presidente cujo impeachment diz pretender.

ARROGÂNCIA
Mesmo informado de que é acusado de vários crimes graves, o ex-presidente Lula preferiu ofender os investigadores e até o juiz federal Sergio Moro, classificando-o de "arrogante" e "prepotente".

NINGUÉM MERECE
Espanta que após tantas denúncias gravíssimas, como as contidas na delação do senador Delcídio Amaral (PT-MS), o mesmo grupo ladravaz ainda permaneça nos principais postos de comando do País.

ASSIM, NÃO DÁ
Com a nova fase da Lava Jato, o deputado Jerônimo Goergen (PP-RJ) cobra do senador Ciro Nogueira (PP-PB) a saída do PP da base aliada do governo, que "chegou ao fim de forma melancólica".

À PAISANA, COM MEDO
Para evitar agressão enquanto trabalhava na cobertura da coletiva do ex-presidente Lula, sexta-feira, o repórter Gabriel Prado precisou retirar a identificação da GloboNews no microfone.

ESTÁ FAVORÁVEL?
Eduardo Cunha não se abateu com o acolhimento da denúncia por corrupção e lavagem de dinheiro, no STF. Ele usa o "funk" sensação do momento, do MC Bin Laden: "Tá tranquilo, tá favorável".

ESCAFEDEU
Por onde anda a muda Marina Silva?
Herculano
06/03/2016 06:05
DE VOLTA AO PALANQUE, por Bernardo Mello Franco, para o jornal Folha de S. Paulo

A sexta-feira quente fez as peças avançarem no tabuleiro da crise. A Lava Jato ensaiou seu movimento mais ousado ao obrigar Lula a depor sob condução coercitiva da polícia. O ex-presidente reagiu com fúria e convocou a tropa para defendê-lo. A tensão transbordou para as ruas, com cenas de pancadaria que podem se repetir nos próximos dias.

Em Curitiba, Sergio Moro abandonou de vez o discurso de que Lula não seria alvo das investigações. O juiz deixou claro que o petista está em sua mira e já indicou que pretende condená-lo. Em decisão, apontou "fundada suspeita" de que o ex-presidente recebeu "benefícios materiais" de fornecedoras da Petrobras.

Curiosamente, Moro não esperou o petista se defender nos autos. Ele contestou uma nota enviada à imprensa sobre o tríplex do Guarujá. A seu juízo, apresentaria um "álibi" de "pouca consistência com os fatos".

Em São Paulo, Lula se pintou para a guerra. Reuniu aliados, criticou o juiz e prometeu reagir. "Se quiseram matar a jararaca, não bateram na cabeça. Bateram no rabo, porque a jararaca está viva", desafiou.

A ofensiva da Lava Jato pôs o ex-presidente de volta no palanque. Em tom de campanha, ele escancarou o discurso de candidato ao Palácio do Planalto. "O que aconteceu hoje era o que precisava acontecer para o PT levantar a cabeça", afirmou. "Estou disposto a andar por este país."

Aos 70 anos, Lula mostrou que ainda tem força para mobilizar aliados a defendê-lo de forma incondicional. No dia em que acordou com a polícia na porta, ele voltou para casa nos braços de seguidores.

Resta saber se o discurso aplaudido pelos petistas será capaz de hipnotizar plateias mais amplas no Brasil de 2018. O país está mudando, e a imagem do ex-presidente também. Ele não está fora do jogo, mas terá dificuldade de sustentar o velho figurino de vítima das elites. Pelo menos enquanto não explicar bem a relação de simpatia, quase amor, que manteve com empreiteiras do petrolão.
Lesma Zúque
05/03/2016 23:19
O Lula e o PT vem com papo de que tão fortes, só que sempre que acontece alguma coisa os que apoiam não passam de 3 mil papa sanduíche.
Roberto Sombrio
05/03/2016 23:10
Oi, Herculano.

O maior ladrão deste país e parte de seu discurso patético.

"Eu vim aqui para dizer o seguinte: eu não sei se vou ser candidato, mas eu queria dizer a todos que me ofenderam hoje pela manhã que foi uma ofensa; um ex-presidente que fez por esse País o que eu fiz, não merecia receber o que eu recebi hoje de manhã. Mas sem mágoa. Quero dizer para você aqui, se eles tiverem que me derrotar, eles vão ter que me enfrentar nas ruas deste País", disse o ex-presidente.

Sem mágoa? O simples fato de mencionar já demonstra mágoa. Deixa! Ele é burro mesmo e todo burro para ter sucesso, só sendo ladrão.
Disse a todos que o ofenderam de manhã que foi uma ofensa. É mesmo burro? Não foi um chute não?

"se eles tiverem que me derrotar, eles vão ter que me enfrentar nas ruas deste País", disse o ex-presidente. O bandido não muda mesmo, continua mentiroso, pois é um cagão e não põe a cara nas ruas. Esse é vagabundo e tem quem o admira.

O senador Delcídio do Amaral precisa andar com seguranças ou será um novo Celso Daniel. O PT não perdoa. Lula deixou bem claro nesse discurso de ontem. O ódio dele e de toda a militância era visível.
O Exército se manifestou pronto a conter os embates nas ruas. Eles sabem do que guerrilheiros como Lula, Dilma e sua corja são capazes.

Brasil! Seja um país verde, amarelo, azul e branco. Livre-se deles.
Herculano
05/03/2016 21:41
Reeditando. Cole o endereço e assista.
ENSAIO

O grupo que organiza o protesto contra a corrupção e o desgoverno (inflação alta,desemprego, falta de atendimento à saúde, paradeira das obras vitais...) do PT (e seus comparsas como o PMDB, PP, PSD, PDT, PCdoB, PTB, PR e PRB e outros) contra os brasileiros, foi as ruas de Gaspar hoje pela manhã.

Fez o convite. Uma faixa, "Não aguenta mais o PT? BUZINE!", passeou na Avenida das Comunidades. Um sucesso. Um buzinaço sem fim. Confira em https://youtu.be/jREkdNLeqf4

O protesto em Gaspar será no domingo que vem, dia 13, a partir das 9h30min na escadaria da Igreja Matriz de São Pedro Apóstolo. Acorda, Gaspar!
Mardição
05/03/2016 19:13
O encontro da Dilma cu lula na casa dele foi pra lembra a dupla sertaneja Jararaca e Ratinho?
Herculano
05/03/2016 18:38
DILMA DESAFIA A JUSTIÇA E AS INSTITUIÇÕES E VAI A LULA, por Reinaldo Azevedo, de Veja.

Antes da chegada de Dilma, Lula desceu de surpresa e cumprimentou os manifestantes. O ex-presidente abraçou alguns militantes e tirou fotos

A presidente Dilma Rousseff chegou por volta das 13h30 deste sábado ao prédio onde mora Luiz Inácio Lula da Silva, em São Bernardo do Campo (SP), para encontro com o ex-presidente. Em frente ao prédio, militantes fazem uma vigília. Dilma, Lula e a ex-primeira-dama Marisa Letícia apareceram na varanda e acenaram para os manifestantes. O ministro da Casa Civil, Jaques Wagner, também integra a comitiva da presidente que está no apartamento de Lula. Na pauta do encontro, mais que uma mera solidariedade ao ex-presidente, estão as estratégias do governo e do PT para reagir às denúncias da delação do senador Delcídio do Amaral (PT-MS) e à condução coercitiva de Lula para depor na Polícia Federal.

Antes da chegada de Dilma, Lula desceu de surpresa e cumprimentou os manifestantes. O ex-presidente abraçou alguns militantes e tirou fotos. Um carro de som foi levado até o local para Lula discursar. No entanto, o ex-presidente disse que não faria discurso, pois o prédio onde mora fica ao lado de um hospital. Os apoiadores se aglomeraram ao redor do ex-presidente, enquanto ele caminhava, para abraçá-lo e tirar fotos com câmeras e celulares e gritavam palavras de ordem a favor de Lula.

Uma hora depois de chegar ao apartamento do ex-presidente, Dilma Rousseff deixou o local sem falar com a imprensa ou com os manifestantes. Minutos antes, no entanto, ela desceu até o hall de entrada do prédio e acenou para as dezenas de pessoas que se encontravam em frente ao imóvel, em uma vigília iniciada às 9 horas. Diferentemente de Lula, que saiu à rua e abraçou os simpatizantes, Dilma apenas abriu o portão de entrada e acenou para as pessoas presentes no local.

O deputado federal Vicente Paulo da Silva (PT-SP), conhecido como Vicentinho, afirmou que o encontro entre Dilma e Lula foi bom. "Eles falaram sobre o abuso cometido ontem pelo juiz Sérgio Moro", relatou o deputado, referindo-se à condução coercitiva do ex-presidente na sexta-feira, durante a 24ª fase da Operação Lava Jato. Mais cedo, os organizadores informaram que 1.000 pessoas participam da vigília. A Polícia Militar estimou um público de 250 pessoas. Após o encontro com Lula, Dilma deve seguir para Porto Alegre, onde irá descansar o resto do final de semana ao lado de sua família.
Luiz Orlando Poli
05/03/2016 18:16
UMA CRISE ANUNCIADA!

A pergunta que muitos brasileiros se fazem e não quer calar : "Que fatores levaram o país a desembocar nessa crise ?". Do ponto de vista econômico a partir de 2003 se estabeleceu um governo voltado para um projeto de poder e não de país, um governo que que implantou politicas assistencialistas, clientelistas visando unica e exclusivamente esse projeto, Um projeto que nesse intervalo de tempo teve sua sustentação na estabilidade econômica conquistada as duras penas via plano real, tão atacado pelos que se valarem dele para esse fim. Com essas politicas começaram a comprometer as bases do real e seus fundamentos.Estimular um crescimento sem critérios, sem limites geraram a médio ou longo prazo uma bolha que veio a estourar e o resultado é esse que ai está, inflação,desemprego, estagnação e torçamos que isso não caminhe para uma depressão econômica o pior dos cenários econômicos. Já do ponto de vista político a crise se instalou face a um sistema de governo presidencialista/congressual que visa o toma lá dá cá resultando num sistema de governo que tem que cooptar para tentar governar. A origem se inicia num processo eleitoral em que são firmados, acordos, compromissos, intenções de predar o estado. Sem uma PROFUNDA e MORALIZADORA REFORMA POLÍTICA não iremos remover essa pratica de ter um estado privatizado sim para partidos ou facções.Ou lutamos por reformas profundas nessa direção ou tudo isso se repete num curto espaço de tempo.
Sidnei Luis Reinert
05/03/2016 18:15
Cabeça da Jararaca pronta para corte histórico


Edição do Alerta Total ?" www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net

As grandes empreiteiras vão investir R$ 15 milhões de pixulecos ou acarajés para financiar a logística de manifestações messiânicas da petelândia em defesa do mito destroçado Luiz Inácio Lula da Silva. A informação vazou e já é alvo de investigação pela Polícia Federal. Um pente fino nos 10 conteineres de mudanças de Lula, nos quais a OAS bancou R$ 2,3 milhões, devem incriminar Lula, com grande chance de ser indiciado, processado e até preso de verdade, mesmo antes de ser judiciariamente condenado.

A condução coercitiva para prestar depoimento na operação Aletheia revelou a inteira verdade sobre Lula: hoje ele é o político mais desmoralizado do mundo. Só perde em volume de piadas nas redes sociais para sua sucessora Dilma Rousseff. Ambos foram destruídos simbolicamente. Lula só é o "guerreiro do povo brasileiro" para a militância profissionalizada do PT. Os cardeais históricos do partido não estão com ele. Ontem, nenhum deles apareceu para defendê-lo.

Fim de papo. A Lava Jato já pegou Lula. Tem tudo para pegar Dilma, também. A próxima presidência do Supremo Tribunal Federal, sob a toga de Carmem Lúcia, fará um serviço mais completo que o feito nos tempos do julgamento do Mensalão, comandado pela teoria do domínio do fato de Joaquim Barbosa. Agora, os fatos contarão com o domínio de provas robustas para "cortar a cabeça da jararaca".

Delações premiadas como a de Delcídio Amaral e de outros menos votados têm elementos suficientes para detonar a organização criminosa ainda hegemônica na política de Bruzundanga. A deduragem premiada do ex-deputado federal Pedro Corrêa, já condenado no Mensalão e preso na Lava Jato, tende a descrever, com detalhes, como Lula teve envolvimento direto no comando do Petrolão.

Dilma também vai se ferrar. As provas contra o marketeiro João Santana já são suficientes para o Tribunal Superior Eleitoral detonar a chapa Dilma-Michel Temer. Se a dona da agência Pepper Interativa, Danielle Fonteles, fechar um acordo de colaboração premiada, Dilma vai para o saco mais depressa.

Neste sabadão, Dilma viajará até a casa de Lula, em São Bernardo do Campo, para fingir sua solidariedade a Lula - de quem gostaria de se ver livre (e vice-versa). O problema é que um não tem como se descolar do outro. Azar deles e mais ainda do Brasil. Até o PT, depois da Aletheia, ficou forçado a se reaproximar de Dilma, e vice-versa. O ato será fatal para ambos os lados.

Ontem, o maior interessado na queda Dilma (se não cair antes junto com ela), o vice-Presidente Michel Temer fez uma reflexão sociológico-política que merece ser levada em alta conta pela petelândia. O maçom adormecido Temer observou: "A cada 25, 30 anos, há um refluxo, quase um fatalismo histórico, um fluxo e refluxo institucional, começam a aparecer crises que demandam novas providências do povo brasileiro".

Ou seja, Temer reconhece, mesmo sem ser tão direto e objetivo, que a revolução brasileira, tocada pelos cidadãos, está em andamento. Pelo que Temer advertiu, a tese da inédita Intervenção Cívica Constitucional nunca esteve tão viva e viável. A onça, com ajuda de milhões de macaquitos, conscientes ou não, nunca esteve tão próxima de beber água novamente. A diferença é que, desta vez, será com canudinho. Porque o rio está cheio de piranhas, jacarés e outros vermes menos ou mais votados.
Herculano
05/03/2016 16:57
ENSAIO

O grupo que organiza o protesto contra a corrupção e o desgoverno (inflação alta,desemprego, falta de atendimento à saúde, paradeira das obras vitais...) do PT (e seus comparsas como o PMDB, PP, PSD, PDT, PCdoB, PTB, PR e PRB e outros) contra os brasileiros, foi as ruas de Gaspar hoje pela manhã.

Fez o convite. Uma faixa, "Não aguenta mais o PT? BUZINE!", passeou na Avenida das Comunidades. Um sucesso. Um buzinaço sem fim. Confira em https//youtu.be/REkdNLeqf4

O protesto em Gaspar será no domingo que vem, dia 13, a partir das 9h30min na escadaria da Igreja Matriz de São Pedro Apóstolo. Acorda, Gaspar!
Herculano
05/03/2016 13:52
A CRISE GANHOU UM NOVO COMPONENTE. ELE VESTE FARDA E PILOTA TANQUES, por Ricardo Noblat, do jornal O Globo

A condução coercitiva de Lula para depor à procuradores da Lava-Jato não foi o fato que marcou a escalada preocupante da crise política que abala o país e ameaça derrubar o governo.

A crise ganhou um novo componente. Ele veste farda e tem porte de arma. Sua entrada em cena, ontem, foi o fato mais importante do dia em que o país quase parou, surpreso com o que acontecia em São Paulo.

Não é comum ver-se um ex-presidente da República, o primeiro operário entre nós a chegar ao poder, ser conduzido por agentes federais na condição de investigado em bilionário escândalo de corrupção.

Nunca antes na história deste país...

O episódio serviu para demonstrar a solidez de uma democracia reinaugurada por aqui há apenas 31 anos. A lei deve ser igual para todos. Um ex-presidente não merece tratamento especial.

O receio de que a ordem pública virasse desordem foi o que assustou os militares, levando-os a se manifestarem por meio dos canais disponíveis para isso. Há muito que eles não procediam assim.

Um batalhão do Exército, em São Paulo, foi posto de sobreaviso caso os protestos contra e a favor de Lula resultassem em violência, e as polícias militar e civil perdessem o controle da situação.

Geraldo Alckimin não foi o único governador avisado de que poderia contar com a ajuda do Exército se pedisse ou se a presidente da República a autorizasse.

Integrantes do Alto Comando do Exército telefonaram para os governadores dos Estados mais sujeitos a conflitos entre militantes políticos e os preveniram para a necessidade de manter a paz social.

O elenco de autoridades alcançadas pelos telefonemas de generais foi mais amplo. E incluiu ministros de Estado e líderes de partidos, de quase todos os partidos. Os do PT ficaram de fora.

A tensão entre os generais foi desatada quando militantes políticos se agrediram diante do prédio onde Lula mora em São Bernardo. E atingiu seu pico com o discurso de Rui Falcão, presidente do PT.

Enquanto Lula era interrogado na delegacia da Polícia Federal no aeroporto de Congonhas, Falcão pregava a ida para as ruas dos adeptos do PT e a realização de manifestações ruidosas.

Foi um duro discurso, embora pronunciado no tom ameno que caracteriza as falas de Falcão. De imediato, as várias instâncias do partido começaram a se mobilizar em obediência à nova palavra de ordem.

Até então, a máquina do PT parecia inativa, perplexa. No twitter, por exemplo, os termos mais em uso se referiam à prisão de Lula. Nas horas seguintes, os termos mais populares passaram a ser "golpe" e "ruas".

Os generais estão temerosos com a conjugação das crises política e econômica e com o que possa derivar disso. Cobram insistentemente aos seus interlocutores do meio civil para que encontrem uma saída.

Não sugerem a solução A, B ou C. Respeitada a Constituição, apoiarão qualquer uma ?" do entendimento em torno de Dilma ao impeachment ou à realização de novas eleições. Mas pedem pressa.

Por inviável, mas também por convicções democráticas, descartam intenções golpistas. Só não querem se ver convocados a intervir em nome da Garantia da Lei e da Ordem como previsto na Constituição.
Herculano
05/03/2016 13:46
da série: está ruim? Pode piorar, e muito. Cada um salvando a sua pele. Ninguém quer mofar na prisão como Marcos Valério que assumiu os atos dos políticos ladrões e que ficaram imunes e ricos.

ADVOGADO DE SANTANA E MONICA SONDA PROCURADORES SOBRE DELAÇÃO, por Vera Magalhães, de Veja

O advogado de Santana e Monica Moura, Fabio Toffic, teve uma conversa preliminar com procuradores da República em Curitiba sobre se haveria espaço para uma colaboração judicial do casal.

Na prisão, Monica é quem dá mais sinais de que quer fazer delação.
Herculano
05/03/2016 13:38
BATEU O DESESPERO

A presidente Dilma Vana Roussef, PT, voou de Brasília para conversar pessoalmente (nada de telefone, whatts e outro meio) agora à tarde com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, PT, em São Bernardo do Campo, em São Paulo.

Para o distinto público, dizem que ela foi prestar solidariedade. No fundo, ambos vão trocar figurinhas que estão levando os dois a perder poder e até a liberdade. Nem mais. Nem menos. Wake up, Brazil!
Herculano
05/03/2016 13:35
GOVERNO PODE CAIR COM REVELAÇÕES DA ANDRADE GUTIERREZ E DELAÇÕES, DIZEM ADVOGADOS, por Mônica Bérgamo, colunista da Folha de S. Paulo

A possibilidade de a Andrade Gutierrez fazer novas revelações sobre a campanha de Dilma Rousseff de 2014, somada às possíveis delações premiadas de executivos da OAS e da Odebrecht, fizeram advogados ligados ao PT diagnosticarem que o governo dela corre agora, de fato, o risco de "cair" em poucos meses.

PALAVRA...
Segundo um dos profissionais familiarizados com as investigações, as revelações que ainda podem surgir, somadas à confusão criada com a delação premiada ensaiada por Delcídio do Amaral (PT-MS), podem tornar a situação insustentável para a presidente.

...CONTRA PALAVRA
No caso de Delcídio, a palavra dele seria contraposta à de Dilma. E a principal acusação feita a ela (a de que articulou a nomeação de magistrados que poderiam ajudar a barrar a Lava Jato em tribunais de Brasília) não teria como ser provada. Já as empreiteiras podem indicar documentos que comprovem eventuais crimes.

LÁ VOU EU
Um dia antes de ser conduzido de forma coercitiva para depor na Operação Lava Jato, Lula telefonou a um amigo e disse: "Vou ter que lançar a minha candidatura". Colocando-se mais claramente como candidato, ele acredita que poderia catalisar o apoio de que ainda goza no país.

VEM COMIGO
Segundo o Datafolha, apesar do desgaste, para 37% Lula é considerado o melhor presidente que o país já teve.
Mariazinha Beata
05/03/2016 13:02
Seu Herculano;

O dr. Mário Mesquita escreve com tanta propriedade os seus comentários, que fico cá com meus botões a pensar; o que não sabe ele tudo sobre Zuchi e o seu governo?
TNT pura!

Bye, bye!
Herculano
05/03/2016 10:46
LULA DECLARA GUERRA À JUSTIÇA, À IMPRENSA, À DEMOCRACIA E AO BOM SENSO, por Reinaldo Azevedo, de Veja.

Parte 1

Pelo visto, líder petista quer sangue nas ruas para ver se continua vivo, como um vampiro. Não é o caso de ceder à provocação dos zumbis

A irresponsabilidade de Lula nada teme, muito especialmente o sangue alheio, já que não há possibilidade de o dele próprio correr nas ruas. Nem o de seus rebentos, sempre cercados de seguranças. Os dois discursos que fez nesta sexta-feira, convocando as ruas a reagir contra a Justiça - pois é precisamente disso que se trata -, anunciam o vale-tudo. Podem apostar que eles tentarão produzir coisa feia.

Na entrevista-pronunciamento que concedeu à tarde, Lula pintou e bordou. Ora falava como o oprimido que busca piedade e solidariedade, ora como o líder capaz de ombrear como os poderosos do mundo; ora se manifestava a vítima de uma grande conspiração, ora o chefe ameaçador que deixou claro: só bateram no rabo da jararaca, não na cabeça.

À noite, na quadra do Sindicato dos Bancários, falando a militantes petistas - os organizadores afirmaram que havia lá 5 mil pessoas; convém apostar em um terço disso -, carregou nas tintas da dramaticidade.

Ofereceu-se, como um Aquiles indignado prestes a entrar na luta contra Troia, para liderar os seus soldados: "Se vocês estão precisando de alguém para comandar a tropa, está aqui". Lula quer liderar tropas. Lula quer guerra.

Mas o guerreiro também chorou. Ora sangue, ora lágrimas.

E não economizou: "Quero comunicar aos dirigentes que estão aqui que, a partir de segunda-feira, estou disposto a viajar esse país do Oiapoque ao Chuí. Se alguém pensa que vai me calar com perseguição e denúncia, vou falar que sobrevivi à fome. Não sou vingativo e não carregou ódio na minha alma, mas quero dizer que tenho consciência do que posso fazer por esse povo e tenho consciência do que eles querem comigo".

Erro
Um dia depois da devastadora delação do senador Delcídio do Amaral (PT-MS) ter vindo a público, com o petismo ainda aturdido, com a presidente Dilma silenciada pela perplexidade, com o chorume do petismo correndo a céu aberto, o juiz Sergio Moro fez o que não deveria ter feito: deu a Lula um palanque; aos petistas, uma causa; à Operação Lava Jato, a suspeita do excesso e da truculência gratuita.
Herculano
05/03/2016 10:46
LULA DECLARA GUERRA À JUSTIÇA, À IMPRENSA, À DEMOCRACIA E AO BOM SENSO, por Reinaldo Azevedo, de Veja.

Parte 2

Comece-se do óbvio: se há um mandado de condução coercitiva até Curitiba, que se chegue, então a Curitiba, que não fica no Aeroporto de Congonhas. Não tendo havido negativa anterior de Lula para depor à Justiça Federal - ele se recusara a falar ao Ministério Público de São Paulo -, a coerção, que prisão não é, tornou-se uma provocação desnecessária.

Analise-se a coisa pelo resultado: o país poderia muito bem ter passado esta sexta sem os dois discursos de Lula, os confrontos de rua, o início precoce da nova gesta petista. Citando o próprio Apedeuta: se não dá para esmagar a cabeça da jararaca, que não se lhe fira o rabo?

A ação desta sexta conferiu verossimilhança a uma mentira descarada: a de que a Operação Lava Jato é uma grande conspiração que busca atingir o PT, a figura de Lula e as conquistas dos oprimidos nos últimos 14 anos.
É preciso tomar cuidado com a soberba!

Injustificável

É evidente que o excesso do juiz Sergio Moro não justifica as duas falas de Lula. A reação do ex-presidente e de seus militantes é absolutamente desproporcional. O aparelho logo mobilizado indica que eles estavam preparados para algo, vamos dizer assim, sensacional. Faltava o pretexto. E agora eles têm um.
A reação, note-se, é muito própria do aparelho mental de fascistas dos mais variados matizes. O fascismo se traduz na cultura política do ressentimento. Ele manipula o rancor dos que se sentem perseguidos, injustiçados, humilhados e incompreendidos por uma suposta elite insensível e alheia ao sofrimento dos humildes.

E quem pode levar adiante a causa desses excluídos? Ora, o líder, o condutor, o redentor, o demiurgo! E Lula se oferece para comandar, então, o que chamou de a sua "tropa".

É pouco provável que obtenha o efeito desejado. Duvido que vá conseguir mobilizar pessoas fora das hostes militantes. O Lula candidato a 2018 já está morto faz tempo. "Ah, mas o povo já acha que todo político é mesmo ladrão?" Pode ser. Mas Lula só se tornou Lula porque ele convenceu milhões de pessoas que era diferente. Não fica bem aparecer na fita como uma espécie de chefe de organização criminosa.

Não creio que o PT será bem-sucedido no esforço de criar um movimento de massa que volte a carregar Lula nos braços. Mas é evidente que a reação desencadeada nesta sexta vai buscar, podem escrever aí (até porque já começou), o confronto de rua, a violência e a intimidação. Se o PT não consegue pôr freio à investigação pelos meios legais, vai apelar aos ilegais.

E é óbvio que o país não precisa disso.

Atenção!
Aliás, as forças responsáveis pela segurança pública fiquem mais atentas do que nunca. É raro o movimento político, por mais pacífico e correto que seja, que não abrigue, nas suas franjas, alguns delinquentes ?" quando menos, delinquentes intelectuais.

Quando o próprio "comandante da tropa" anuncia que vai "para as ruas", isso pode soar a alguns como uma "senha" para o "faça você mesmo!"

Ao longo de sua história, o petismo nunca aderiu completamente ao discurso da ordem - no caso, da ordem democrática. Agora que seu líder está politicamente morto, querem usar deu cadáver político para ameaçar as instituições.

Não é o caso de ceder à provocação dos zumbis.
Herculano
05/03/2016 09:13
LULA, HEIDEGGER E A VERDADE, por Hélio Schwartsman para o jornal Folha de S. Paulo

A Polícia Federal (PF) batizou de Aletheia a 24ª fase da Operação Lava Jato, que mira o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e seus familiares. Segundo a PF, "aletheia" é "uma expressão grega que significa busca da verdade". Não é que isso seja uma inverdade, mas há aí algumas imprecisões que merecem maior desenvolvimento.

"Alétheia" (a palavra é paroxítona) é o termo grego mais trivial de que se dispõe para dizer "verdade". Em Homero, aparece sempre com o sentido de oposição a mentira. Aristóteles, na Metafísica (1011b), a define como "dizer que o que é é (`tò òn éstin´, para os familiarizados com ontologia), e que o que não é não é".

A noção de "busca" que a PF contrabandeou para a palavra grega tem origem não no Paraguai, mas na Alemanha, mais especificamente na filosofia de Martin Heidegger. Recorrendo à etimologia, o filósofo da floresta negra diz que o verdadeiro sentido de "a-létheia" é o de "des-velamento" ou até "des-esquecimento" ("léthe" é "esquecimento" em grego). Para Heidegger, é preciso ultrapassar as instâncias em que a verdade é só proposicional, como postulava Aristóteles, para buscar a verdade original do Ser, o que se dá pelo desvelamento do mundo ("Erschlossenheit"). É só aí que nós, humanos, realizamos nossa natureza. Achou confuso? É difícil mesmo ?"e não só devido à minha inabilidade para explicitar as ideias do pensador alemão.

De todo modo, ao projetar para a Operação Aletheia a noção de "busca", a PF se torna perigosamente heideggeriana. Não faço aqui referência às simpatias nazistas do filósofo. A PF, como toda polícia, é truculenta e, muitas vezes, comete arbitrariedades, mas seria despropositado compará-la à Gestapo. O que me inquieta tanto nos escritos de Heidegger como no comportamento da PF é o caráter místico-religioso que eles podem assumir. A atividade policial, como a filosófica, deveria, a meu ver, ser tão desapaixonada quanto possível.
Mário Wilson da Cruz Mesquita
05/03/2016 08:26
A JARARACA SURGIU ... E ENGOLIU O LULA!

O velho Lula desceu do pedestal ...

Ressuscitou no trono como Jararaca, uma cobra criada no reino da bolha!

E o povo brasileiro? Na cabeça dele e dos PTralhas a população deve viver na alegria e felicidade da realidade dos reais, pois vivem num Brasil melhor, mais igualitário. Enquanto que ele e os PTralhas, são seres acima do padrão normal, são melhores porque criaram o milagre da multiplicação ...

Se acham Messias, Deuses ... Multiplicaram reais em centenas de milhões de reais, propinas em presentes, cumplices laranjas em amigos secretos, roubalheira em ascensão social, corrupção e lavagem de dinheiro em solução e investimentos financeiros político-sociais.


Herculano
05/03/2016 07:37
ACUADO, LULA "DRIBLA" DENÚNCIAS E LEMBRA ESTRATÉGIA NO MENSALÃO, por Eduardo Scolese, editor de Cotidiano, do jornal Folha de S. Paulo

Parte 1

A situação era atípica. Lula estava diante de um microfone e ao vivo para todo o país, duas horas após ter sido obrigado pela Polícia Federal a prestar depoimento como investigado em uma operação sobre corrupção.

Mas Lula foi o Lula de sempre. Na sede do PT, agiu como se estivesse em um comício de campanha ou em um discurso dos tempos de Planalto.

Sob pressão, não tocou diretamente em nenhuma das suspeitas que pesam contra ele. Se apegou a pontos laterais, como o pedalinho do sítio, fez piadas, atacou as elites e a imprensa, ficou com a voz embargada e lembrou da origem pobre no agreste pernambucano. Foi o velho Lula.

A fala de cerca de 30 minutos na tarde desta sexta-feira (4) no centro de São Paulo lembrou um discurso inflamado de 50 minutos feito por ele em Luziânia, no interior goiano, no dia 21 de junho de 2005. Uma fala lembra a outra pelas circunstâncias, pelo entorno e pela estratégia.

A atual ocorre com Lula no centro do furacão da Lava Jato. A de 11 anos atrás aconteceu só duas semanas após Roberto Jefferson ter denunciado à Folha o esquema do mensalão ?"foi a primeira defesa enfática que fez naquela ocasião.

Em ambas as falas, a plateia era formada por simpatizantes, que riam das piadinhas e interrompiam a fala com aplausos. Na atual, estava cercado de militantes petistas. Na de 2005, 800 trabalhadores rurais superlotaram um auditório para ouvi-lo.
Herculano
05/03/2016 07:37
ACUADO, LULA "DRIBLA" DENÚNCIAS E LEMBRA ESTRATÉGIA NO MENSALÃO, por Eduardo Scolese, editor de Cotidiano, do jornal Folha de S. Paulo

Parte 2

Mas o que chama mesmo a atenção é a semelhança dos argumentos de 2005 e 2016 e a habilidade oral para passar uma imagem de pobre vítima e de perseguido político.

Para o Lula de Luziânia, sob a pressão do mensalão, e o Lula desta sexta, sob a pressão do petrolão, parece que nada aconteceu no Brasil antes de sua passagem pelo Palácio do Planalto. Lula se acha beneficiado por milagres e se autodeclara o maior presidente do país.

O Lula ético de 2005 é o mesmo de 2016. Em Luziânia, desabafou: "Ninguém neste país tem mais autoridade moral e ética do que eu para fazer o que precisa ser feito neste país". Na sede nacional do PT, nesta sexta, emendou: "Se a Polícia Federal ou o Ministério Público encontrarem um real de desvio na minha conduta, eu não mereço ser desse partido".

Sobre denúncias, o Lula de 2005 chamou de "bobagens" e "vazias" as do mensalão. O de 2016 ironiza os questionamentos sobre o apartamento de Guarujá, o sítio de Atibaia e suas palestras pelo mundo.

As ironias também se encaixam. Em 2005, adotou o sarcasmo diante de um dirigente dos Correios flagrado ao receber propina. "E vejam que tudo isso que nós estamos vivendo [crise política] é por conta de um cidadão que diz que pegou R$ 3.000."

Agora, a ironia é com o barco comprado por sua mulher, Marisa Letícia, e que indica a ligação da família com o sítio de Atibaia reformado por empreiteiras investigadas na Lava Jato. "Se eu pudesse, eu dava era um iate para ela, não um barco de R$ 4.000."

Lula pode estar em baixa, mas as campanhas eleitorais não saem de sua cabeça. Parece viciado num palanque, num tête-à-tête com os eleitores e nas brigas políticas. Em 2005, dizia que seus adversários estavam "com medo" da sua reeleição. Agora, a ameaça é com 2018: "Se quiseram matar a jararaca, não bateram na cabeça, bateram no rabo, e a jararaca está viva como sempre esteve".
Herculano
05/03/2016 07:32
LULA ISOLOU-SE DA REALIDADE EM SUA BOLHA PETISTA, por Josias de Souza

As pessoas ficam falando mal do Lula, mas, na verdade, ele só merece pena. É uma vida desgraçada a do ex-presidente petista. Está certo, dá dinheiro. Dá muito dinheiro. Dá dinheiro demais ?"R$ 30 milhões em palestras e doações ao Instituto Lula feitas por empreiteiras pilhadas assaltando a Petrobras, noves fora o salário e a aposentadoria do Estado. O excesso de liquidez é uma das misérias da ex-presidência petista.

Outros seres humanos vivem com rendimentos exagerados. Mas o ex-presidente do PT é dependente do exorbitante. É como aquelas pessoas doentes que, não podendo respirar oxigênio, são isoladas numa bolha. Lula sofre com a insensibilidade do Sérgio Moro com o seu vício pela anormalidade.

"[?] É forçoso reconhecer que se trata de valores altos para doações e palestras, o que, no contexto do esquema criminoso da Petrobras, gera dúvidas sobre a generosidade das empresas", anotou o juiz da Lava Jato no despacho em que ordenou que Lula fosse retirado da bolha para ser interrogado no Brasil real.

No interior da bolha petista vigora uma monarquia absolutista. Ali, o ex-presidente Luís Inácio autoproclamou-se Dom Lula 1º (e único), o venturoso. Isolado do meio ambiente exterior, respira exorbitância, sua substância vital. Faz isso como se nada tivesse sido descoberto sobre o que ele fez nos verões passados.

Coisas estranhas sucedem com o ex-presidente no reino da bolha. Imóveis lhe caem no colo ?"um sítio do tamanho de 24 campos de futebol, um triplex à beira mar? Empreiteiras se oferecem para reformar as propriedades. Composta de gente incompreensiva, a força-tarefa da Lava Jato destila suspeição em documento oficial:

"A suspeita é que os valores com que o ex-presidente foi agraciado constituem propinas pagas a título de contraprestação pelos favores ilícitos obtidos no esquema Petrobras. A vantagem não precisa ser dinheiro, não precisar estar diretamente ligada ao ato. Nós podemos verificar que mesmo após o exercício da Presidência podem estar sendo pagos ainda vantagens ao ex-presidente."

Arrancado "coercitivamente" do reino da bolha pela Política Federal, Dom Lula 1º (e único) se deparou nesta sexta-feira com a República, cuja proclamação ele passou a considerar um erro. Sobretudo depois que as instituições republicanas começaram a iluminar seus calcanhares de vidro, o sítio de vidro, o triplex de vidro, as palestras de vidro, o instituto de vidro, a biografia de vidro?

Depois de interrogado, o ex-presidente petista foi liberado para retornar ao mundo da bolha. Disse que, por algumas horas, se sentiu como um "prisioneiro". Horas depois, declarou ter sido "sequestrado" pela Polícia Federal. O soberano estava de volta ao seu abiente (i) natural.

Uma claque de devotos realiza o trabalho humanitário, estimulando com urros e palavras de ordem um ex-presidente notoriamente despreparado para lidar com a realidade. A militância faz as vezes de qualquer mãe com seu filho problemático. Estimula-o a desfrutar de sua anormalidade.

Meio choroso, Lula acenou com a hipótese de trocar a bolha pelo Planalto em 2018, se o doutor Moro deixar. "Cutucaram o cão com vara curta. Eu quero oferecer a vocês esse jovem de 70 anos de idade, com tesão de 30, corpo de atleta de 20 anos. Não tenho preguiça de acordar às 6h e dormir as 22h. A partir de hoje a única resposta à insolência e ofensa que fizeram a mim é ir pra rua e dizer: 'Eu tô vivo e sou mais honesto que vocês'."

Alguma coisa subiu à cabeça do soberano petista. E não é nada que se pareça com sensatez. "Se quiseram matar a jararaca, não bateram na cabeça, bateram no rabo, porque a jararaca está viva.''

A jararaca é capaz de tudo, menos de dar explicações. Elitizada, declara-se perseguida pela "elite". Quem não é devoto não consegue entender os efeitos que a prosperidade exerce sobre uma cobra criada no reino da bolha, respirando exorbitância.
Herculano
05/03/2016 07:30
O PUNHO CERRADO, por Igor Gielow, para o jornal Folha de S. Paulo

Luiz Inácio Lula da Silva tem méritos nos seus 2.922 dias como presidente do Brasil, independentemente de sua real intenção e do fato de que boa parte deles evaporou devido às más escolhas feitas pelo petista e seu grupo.

Isso nada tem a ver com inimputabilidade. Lula demonstrou não ter aprendido com a lição de sobriedade que lhe foi aplicada nesta sexta (4) pela Operação Lava Jato.

Após o previsível "sacode", Lula fez o que sabe melhor: envergou a armadura do oprimido por elites e partiu para o ataque, dobrando uma aposta cantada. Com direito a punho cerrado, imagem imortalizada pelos tresloucados comunistas alemães da década de 1920, aqueles cujo radicalismo ajudou a colocar os nazistas ao poder. Ah, e também dos mensaleiros condenados à prisão e afins.

Tratei várias vezes aqui desta "Kulturkampf", a guerra cultural incentivada por Lula mesmo depois de conquistar o poder e adular as elites que adora atacar ?"propriedades de brinde são uma face visível da gratidão do pessoal ora em Curitiba.

A retórica do "nós contra eles" é parte integral do lulismo. Defesa do que é acusado, não. Lula crê estar, como já disse sobre o antecessor José Sarney, acima desses detalhes.

Algum apoio ele sempre terá, na forma de "progressistas" (aspas, por favor) ou da militância chapa branca. Lula aposta na criação de tensão social midiática para assustar "elite", mostrando que a "jararaca está viva", como discursou após depor.

Já começou: enquanto escrevo estas linhas, uma miniturba faz barulho em frente à vizinha sede da Globo em Brasília na esperança de alguma repressão policial a fornecer vítimas.

A aposta nas ruas é frágil. Nem Dilma Rousseff, enrolada pelo enredo da Lava Jato, pela crise econômica terminal e pela ingovernabilidade que preside, a abraçou em sua fala na sexta. O fôlego da tática lulista será testado, com riscos evidentes, até o ato pró-impeachment do dia 13
Herculano
05/03/2016 07:27
PESQUISA REVELA QUE 68,8% NÃO VOTARIAM EM LULA, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

Levantamento do Instituto Paraná Pesquisas, um dos mais acreditados do País, indica que 68,8% dos eleitores não votariam "de jeito nenhum" em Lula para presidente, nas eleições de 2018, contra 16,2% que "sim, com certeza" o escolheriam novamente. A pesquisa, fechada nesta quarta-feira (2 de março), é anterior à condução coercitiva de Lula e à revelação da devastadora delação premiada de Delcídio do Amaral.

LAVA JATO APROVADA
A pesquisa apurou que 66,3% consideram as investigações da Lava Jato positivas, contra 24,8%. São indiferentes para 7,3% do total.

NADA VAI MUDAR
A maioria aprova a Lava Jato, mas para 53,6% a corrupção no Brasil continuará como está. Já 36,8% têm esperanças na sua diminuição.

PROTESTO DO DIA 13
O Paraná Pesquisas também verificou que apenas 50,2% sabem das manifestações do dia 13, pelo impeachment de Dilma.

MARGEM DE ERRO
Foram entrevistados 2.022 eleitores em 160 municípios de 24 estados, entre 28 de fevereiro e 2 de março. A margem de erro é de 2%.

DINHEIRO SUJO PARA INSTITUTO CHEGOU A FILHOS DE LULA
Quatro filhos de Lula receberam dinheiro por meio do Instituto Lula e da empresa de palestras do pai, a LILS. A força-tarefa da Lava Jato suspeita que o dinheiro é o mesmo transferido ao Instituto Lula por empreiteiras que roubaram a Petrobras, "triangulação" frequente em crimes financeiros. No total, as cinco empreiteiras "doaram" R$ 20 milhões ao Instituto Lula e R$ 10 milhões a LILS, do ex-presidente.

FILHINHOS DE PEIXE
Fábio Luis, Sandro Luis, Luis Claudio e Marcos Claudio são os filhos de Lula investigados pela Operação Aletheia, a 24ª fase da Lava Jato.

EMPREENDEDOR
Fábio Luis levou R$ 1,349 milhões para a G4 Entretenimento, que lhe pertence, por serviços prestados ao Instituto Lula entre 2012 e 2014.

TALENTO NA FAMÍLIA
Sandro Luis, sócio da Flexbr Tecnologia, com o irmão Marcos Claudio e a nora de Lula, Marlene, receberam R$ 114 mil do Instituto Lula.

OFICIALMENTE INVESTIGADO
A 24ª fase da Lava Jato ao menos sepulta as surradas referências a Lula como "apenas informante" ou "testemunha". Agora ele é oficialmente investigado por corrupção e lavagem de dinheiro.

EXPLICA AÍ, LULA
O ex-presidente Lula deveria ter aproveitado seu pronunciamento desta sexta-feira, após deixar a polícia, para responder às graves acusações que pesam contra ele, em vez de contar lorotas e fazer bravatas.

CARRO DE BARÃO
Chamou atenção o luxuoso carro que levou Lula do Aeroporto de Congonhas ao diretório do PT-SP, após ser levado sob vara para depor à Polícia Federal: uma BMW X5. Zero km ela custa quase R$ 500 mil.

OPOSIÇÃO SONOLENTA
Enquanto o Brasil pega fogo com as denúncias contra Lula, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) se limitava a reuniões às quais não conseguiu atribuir importância e a declarações tímidas, burocráticas.

SOB VARA É LEGAL
Ninguém se queixou de conduções coercitivas nas 23 fases anteriores da Operação Lava Jato. Quando esse instrumento previsto no Código de Processo Penal foi usado no caso do Lula, os petistas reclamaram.

AH, BOM
Quem discursou no aeroporto de Congonhas em defesa do investigado da Lava Jato foi o ex-ministro do Esporte e deputado Orlando Silva (PCdoB-SP), aquele que pagava até tapioca com cartão corporativo.

OPOSIÇÃO AMIGA
No auge da 24ª fase da Lava Jato, que levou pânico ao governo e ao PT, com Lula depondo sob vara, o deputado Moroni Torgan (DEM-CE) almoçava tranquilo, em trajes casuais, num supermercado em Brasília.

POTE DE MÁGOA
Com a delação premiada, Delcídio Amaral perdeu o advogado Luís Henrique Machado na defesa no Supremo Tribunal Federal. É autor da peça de defesa que soltou o petista, mas não concorda com delação.

NUNCA ANTES?
?na história deste País, um ex-presidente foi conduzido sob vara, à força, para depor sobre acusação de corrupção e lavagem de dinheiro
Herculano
05/03/2016 07:25
BATALHA FINAL?, por André Singer, ex-assessor do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, para o jornal Folha de S. Paulo

Ao que parece o comando da Lava Jato, cujas formas decisórias ainda estão para ser esclarecidas, resolveu acelerar o passo e deflagrar o ato final da luta iniciada após a reeleição de 2014. A absurda condução coercitiva do ex-presidente Lula para depor na manhã de ontem tenta mobilizar e compactar, numa ofensiva final, os que desejam derrubar Dilma e extinguir o lulismo. Veremos nas próximas semanas se será vitoriosa.

A investigação a respeito do ex-presidente pode estar embasada em critérios técnicos, conforme o defendido pelo representante do Ministério Público (MP) no Paraná para explicar o que está em curso. Só o tempo dirá. Mas a justificativa a respeito da condução coercitiva não para em pé.

Disse o delegado da PF, encarregado de expor as razões da medida, que a mesma foi tomada com vistas a preservar a segurança do próprio Lula. Mas é o contrário. Os confrontos em São Paulo teriam sido evitados se o ex-mandatário fosse convidado a depor com toda a tranquilidade em Brasília, como o fez de outras vezes. Afirmar que se procurava preservar a integridade do depoente não faz o menor sentido.

O juiz Sergio Moro certamente sabe o que se produziria se autorizasse o que autorizou. Era óbvio que haveria repercussão midiática nacional e internacional equivalente à da prisão de uma celebridade. Era esse efeito imagético que buscava.

Com todas as atenções voltadas para o factoide, houve difusão extraordinária das acusações formuladas pelo MP, associando Lula de maneira central ao escândalo da Petrobras. Fazê-lo um dia depois de, com o mesmo sentido, os meios de comunicação serem tomados pela suposta delação de Delcídio do Amaral criou massacre noticioso, o qual açula os ânimos antipetistas.

Na outra frente do tabuleiro, numa vingança clássica, o ex-líder do governo ressuscitou o impeachment. Ao afirmar que a presidente tentou interferir na Lava Jato, abre a porta para a oposição acusá-la de obstrução da Justiça. Até aqui era flagrante a inconsistência dos crimes de responsabilidade atribuídos a Dilma.

Por enquanto não há prova de que a acusação proceda. Por mais credibilidade que tivesse o delator, pelo cargo antes ocupado, trata-se só de sua palavra. Talvez por isso o esforço do Partido da Justiça (PJ), via João Santana, obter a incriminação das contas eleitorais.

O desfecho desta que parece ser a mãe de todas as batalhas dependerá de dois fatores. De um lado, a capacidade de o PJ dar materialidade às imputações lançadas contra Dilma. De outro, da temperatura das ruas, aquecidas pelas manifestações programadas pela direita e pela disposição de luta demonstrada por Lula ao se livrar da injustificada coerção policial
Herculano
05/03/2016 07:21
O PT É TORTO AQUI, COMO É NO BRASIL

Fui o primeiro a dar a notícia de que o prefeito Pedro Celso Zuchi e seu PT querem mudar o nome do Belchior para Distrito Tarcísio Deschamps, ex-prefeito pelo PDS, o hoje PP. A notícia, de fonte pública, um projeto de lei, estava à disposição de todos, mas...

É por isso que a coluna é a mais lida e acessada, a de maior credibilidade.

Escrevi que esta manobra, por todas as desculpas que o prefeito e principalmente o PT querem dar agora que sentem o bafo do povo do Belchior, é na verdade, uma isca para deixar numa saia justa, os próprios pepistas que estão unidos com o PMDB na corrida pela prefeitura. O vereador Luiz Carlos Spengler Filho, é vice na chapa de Kleber Edson Wan Dall.

Zuchi e o PP só fazem isto num ano de eleição quando a margem de discussão é perigosa para PP e qualquer outro partido e partidários. Como o PT não possui propostas, não tem prestação de contas, só tem problemas e condenações por aqui e no plano nacional, desvia a atenção do discurso para a próxima campanha e coloca na defensiva os outros partidos e candidatos.

É o jogo jogado. O jogo sujo e feito para analfabetos, ignorantes, desinformados, desesperados e fanáticos. Vale tudo pelo poder ensinou João Santana, que também está preso não pelas ideias, mas pela paga delas.

E PP, com os demais partidos já engoliram a isca e estão amuadinhos. Como bois mansos estão indo para o brete. Lú e Kleber, nem um pio sobre o assunto. E eles querem ser vice e prefeitos de Gaspar, inclusive do Belchior.

Este assunto é simples de se resolver: por que não se defende desde já um imediato referendo público sobre a imposição da troca do nome do no que quer o PT para os belchiorenses? O PT treme. E já tem a resposta para encurralar todos pelo medo: se não aprovar já, rápido, sem discussão, o Belchior perde a sua agência de Correiros.

Ou seja, o perde o nome ou perde os Correios. Coisa de Jacu. Jogo. Mentiras. Pois em nenhum momento o Correio disse que é preciso trocar o nome do bairro. É preciso transformar em Distrito. Mas, nem isto garante nada aos Correios de que de lá eles não saiam.

Esses políticos e lideranças, inclusive as do Belchior,são tão medrosos, mansos ou de pouca iniciativa,que aceitam a desculpa esfarrapada do PT (muito parecida as que Lula dá) de que se não transformar o Belchior em Distrito, vão perder a agência dos Correios.

Onde estão o "deretor" Jaime Kirchner, PMDB, sempre tão alinhado com o PT de Pedro Celso Zuchi na Câmara? E o vereador Charles Petry, DEM. Se as vozes oficiais do povo de lá estão mudas, o povo de lá está mal representado.

1. Quase ninguém é contra a transformação do Belchior em Distrito. É uma boa ideia e o povo de lá quer isto e faz muito tempo. Tem até gente que acha que Gaspar deve doar este pedaço para Blumenau.

2. Agora trocar o nome de Belchior por Prefeito Tarcísio Deschamps, ai já é demais. Não que ele não mereça, mas é uma mudança sem nexo e argumento, a não ser de que a família era de lá. Mas Tarcísio como prefeito e profissional sempre se dedicou ao lado de cá da margem do Rio Itajaí Açú.

3. Além de não ter nexo, o PT e o Projeto de Lei sacana luta com a história. Belchior nasceu antes de Gaspar (e até Blumenau). O PT é assim: como os fundamentalistas, os jihadistas do Estado Islâmico ele precisa limpar a história, a memória, o amor, o apego e as raízes do povo para contar a sua e única própria história. Vamos ao voto, não é assim que o PT acuado sempre evoca para limpar a sua sujeira? Democracia é isto. O voto dos belchiorenses é soberano e eles próprios vão decidir se querem trocar o nome de lá. Acorda, Gaspar!
Herculano
05/03/2016 06:47
VITIMIZAÇÃO, editorial do jornal Folha de S. Paulo

Já fortemente acelerada pela recente prisão de João Santana, marqueteiro das campanhas da presidente Dilma Rousseff (PT), e pelas notícias em torno da delação premiada de Delcídio do Amaral (PT-MS), ex-líder do governo no Senado, a crise política brasileira conheceu, nesta sexta-feira (4), novos e candentes desdobramentos.

A condução coercitiva do ex-presidente Lula às dependências da Polícia Federal no aeroporto de Congonhas, em São Paulo, teve o efeito de reiterar a amplitude e o peso das suspeitas que o cercam.

Se os casos do Guarujá e de Atibaia são de pleno conhecimento público, o impacto de sua sistematização em detalhe pelos investigadores e, sobretudo, o efeito simbólico da ação policial tornam evidentemente mais acesas as convicções políticas em curso.

Ganha ímpeto a impressão de que o sistema de favorecimentos e negócios construído pelo poder petista se apressa no rumo do colapso. Ao mesmo tempo, as circunstâncias da operação deram algum fôlego à militância do PT.

Não apenas de setores aliados ao partido surgiram críticas ao episódio. Vozes diversas no meio jurídico argumentam que o ex-presidente poderia ter sido intimado a dar suas explicações sem o recurso a aparatos de força e à pirotecnia que os acompanha.

O juiz federal Sergio Moro entendeu que a condução coercitiva seria necessária para evitar riscos de tumulto. Ocorre que manifestações, a favor e contra o ex-presidente, ainda assim se verificaram; teriam igualmente acontecido caso fosse espontâneo seu comparecimento.

Abriu-se, entretanto, a oportunidade para que Lula pudesse reforçar, com renovado calor e reanimada audiência, o discurso da vitimização. Em longo pronunciamento, o ex-presidente estendeu-se sobre a simplicidade de seus hábitos e sobre os méritos de sua administração ?"silenciando, obviamente, sobre os casos concretos que lhe caberia explicar.

A mistura de populismo gasto e desconversa ofendida, a que não faltaram anúncios de uma possível candidatura presidencial, soou como espécie de conclamação aos correligionários, contribuindo para recompor, na solidariedade do desespero, suas linhas de cisão e desentendimento com o Planalto.

Embora isolados no momento, inspiram cautela os riscos de maior acirramento ideológico no país.

Num regime republicano, todos são iguais perante a lei. O PT e seus líderes, assim como qualquer outro agrupamento político, terão de responder pelas irregularidades que hajam cometido. A retórica lulista nunca soou tão inconvincente, e inadequada, como agora.
Mardição
04/03/2016 23:04
"não precisaria leva uma coersão" disse o lula na caso da PF e do juiz Moro.

Ele levou foi uma "correção" já que o malandro não queria conta sobre os golpe.
Carrapataço
04/03/2016 22:49
A Lava Jato está a jato.

Dalsochio foi condenado.

Não seria a hora do Zuchi fazer as malas? Pior é que o mundo é redondo e existe a Interpol.

Tô grudado em vocês e não vou largar do pé.
Roberto Sombrio
04/03/2016 22:27
Oi, Herculano.

Lula se sentiu ofendido porque foi levado à força para depor. Disse que bastava chamarem que ele iria. A polícia o convidou por duas vezes para depor e ele não foi. Chego a conclusão de que além de burro Lula é surdo. Que ele não sabe ler eu já sabia.

O Brasil está pagando muito caro com esse governo do PT. O povo está sendo manipulado e roubado descaradamente. Se a Polícia Federal tivesse prendido Lula em primeiro de janeiro de 2003 no dia da posse o país seria outro. A polícia e a justiça não estaríam gastando milhões e perdendo tempo em investigações.

Na década de 70 Lula, Dilma, Zé Dirceu, Genoíno, Tarso Genro e tantos outros que integram o PT e partidos que apoiam esses bandidos eram guerrilheiros.
Então o que o Brasil podia esperar colocando essa corja na presidência do país?

Vamos nos livrar deles o mais rápido possível povo brasileiro, antes que morramos de fome, de doenças, ou percamos a liberdade. Precisamos deixar um país para nossos filhos e netos livre de bandidos e o melhor caminho é impedindo que alguém do PT se eleja.
Herculano
04/03/2016 21:51
POR IMPEACHMENT, OPOSIÇÃO QUER AFASTAR CUNHA, por Josias de Souza

A convite do presidente do PSDB, Aécio Neves, governadores, líderes e presidentes de partidos oposicionistas realizam uma reunião emergencial na noite desta sexta-feira, em Brasília. O objetivo do encontro é definir uma estratégia para acelerar a votação do pedido de impeachment que corre contra Dilma Rousseff na Câmara. Uma das principais decisões do grupo é a de promover um movimento para afastar Eduardo Cunha da presidência da Câmara.

A oposição, que já tratou Cunha como aliado, agora enxerga nele um entrave à tramitação do impeachment. Avalia-se que o deputado perdeu todas as condições para presidir o processo contra Dilma depois que o STF o converteu em réu por suspeita de recebimento de petropropinas de US$ 5 milhões.

Cogita-se inaugurar na próxima semana um movimento suprapartidário anti-Cunha. Duas providências estão sob análise: o bloqueio das votações em plenário e o boicote às reuniões do colégio de líderes, que ocorrem semanalmente para definir a pauta de votações da Câmara.

Os oposicionistas decidiram também solicitar uma audiência coletiva com o presidente do STF, ministro Ricardo Lewandowski. Vão pedir pressa na análise do recurso protocolado pela Câmara no Supremo contra o rito definido pelo tribunal para a tramitação do impeachment. A Câmara aguarda por essa definição para compor a comissão especial que analisará o impedimento de Dilma.

O PSDB defende que o grupo visite também o presidente do TSE, Dias Toffoli. Deseja-se pedir pressa no julgamento das quatro ações que pedem a cassação dos mandatos de Dilma e do vice-presidente Michel Temer. As ações foram protocoladas pelo tucanato. Numa delas, questiona-se o uso de verbas sujas da Petrobras no financiamento da campanha à reeleição.

De resto, a oposição deve apoiar as ações da força-tarefa da Lava Jato e do juiz Sérgio Moro, além de reforçar as convocações para os protestos de rua anti-Dilma, marcados para 13 de março. Avalia-se que um ronco expressivo do asfalto é pré-condição para destravar o impeachment
Herculano
04/03/2016 21:47
LULA DIZ QUE ESTÁ DISPONÍVEL PARA DEPOR OU PARA INFORMAR O QUE A POLÍCIA, O MINISTÉRIO PÚBLICO E A JUSTIÇA QUEREM SABER. SEGUNDO ELE, PODE FAZER ISTO A QUALQUER MOMENTO, E QUE POR ISSO A CONDUÇÃO A FORÇA PARA ISTO, COMO ACONTECEU HOJE É PIROTECNIA PARA DAR MANCHETE À MÍDIA.

ESTE É UM DISCURSO PARA ANALFABETOS, IGNORANTES, DESINFORMADOS E FANÁTICOS. PORQUE DE VERDADE, ELE TENTA NÃO SER CHAMADO E NÃO QUER NENHUM PROCESSO CONTRA ELE.

ENTÃO VEJA A MANCHETE DO FIM DESTA TARDE: A MINISTRA ROSA WEBER, DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL, NEGA PEDIDO DE LULA PARA SUSPENDER AS INVESTIGAÇÕES CONTRA ELE.

Conteúdo do Uol (Folha de S. Paulo).A ministra do STF (Supremo Tribunal Federal) Rosa Weber negou o pedido do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para suspender as investigações contra ele realizadas tanto pelo MPF (Ministério Público Federal) quanto pelo MP-SP (Ministério Público do Estado de São Paulo). A decisão foi expedida nesta sexta-feira (4).

O argumento dos advogados de Lula era o de que o ex-presidente está sendo investigado pelos mesmos fatos e em duas instâncias distintas, o MPF e o MP-SP, o que seria proibido por princípios jurídicos que visam proteger o direito dos investigados.

Lula depôs pela manhã em uma dependência da Polícia Federal no aeroporto de Congonhas, em São Paulo, em condução coercitiva durante a 24ª fase da Operação Lava Jato - o ex-presidente está sendo investigado por suspeita de ter acumulado patrimônio de forma ilegal. A condução coercitiva é quando o investigado é levado para prestar depoimento e depois liberado.

O depoimento de Lula e a apreensão de material pelos policiais federais em sua casa ocorreram um dia depois de uma reportagem da revista ISTOÉ ter revelado o suposto conteúdo da delação premiada do senador Delcídio Amaral (PT), em que acusaria o ex-presidente de ter mandado comprar o silêncio do ex-diretor da Petrobras, Nestor Cerveró, e de outras testemunhas.

Na decisão, Rosa Weber afirmou que as investigações só poderiam ser paralisadas caso fosse demonstrada que há "ilegalidade irrefutável" nos procedimentos, o que não foi detectado, segundo a ministra.

A fase atual da Lava Jato apura suspeitas de que o ex-presidente teria recebido vantagens de empreiteiras investigadas no esquema de corrupção na Petrobras por meio das reformas em um apartamento tríplex no Guarujá, de um sítio em Atibaia e também por meio de doações e palestras.

As suspeitas são apuradas tanto pelo MPF, responsável pela Lava Jato, quanto pelo Ministério Público paulista.
Herculano
04/03/2016 21:27
JORNAL NACIONAL, A IRA

Nada se comparou ao aparecimento da presidente Dilma Vana Rousseff, PT. Das janelas panelaços, palavras de baixo calão e até as vuvuzelas como protesto. Ela está mal na foto e no humor de todos. Inflação, desemprego, falta de atendimento na saúde pública, futuro comprometido...
Herculano
04/03/2016 21:20
JORNAL NACIONAL, AS VAIAS

Quando o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, PT, falou, as vaias voltaram das janelas dos prédios, "Lula ladrão", ouviu-se aos montes...
Herculano
04/03/2016 21:17
AÉCIO SE DIZ PREOCUPADO COM VIOLÊNCIA EM ATOS PR?" E CONTRA LULA.

Conteúdo do jornal Folha de S. Paulo. Texto Mariana Haubert, da sucursal de Brasília. O senador Aécio Neves (MG), presidente do PSDB, afirmou ter visto com preocupação as ações de violência em conflitos entre manifestantes pró e contra o governo de Dilma Rousseff e o PT ocorridos nesta sexta-feira (4). Ele pediu "serenidade" aos manifestantes da oposição.

Houve confusão em São Bernardo (SP), próximo à residência de Lula, onde manifestantes favoráveis e contrários ao ex-presidente se aglomeraram após a notícia de que a Polícia Federal havia deflagrada a 24ª fase da Operação Lava Jato e que o petista seria levado coercitivamente para depor. Houve confronto físico e policiais da tropa de choque intervieram para apartar os grupos.

Como parte das ações da 24ª fase da Lava Jato, Lula foi alvo nesta sexta de mandados de condução coercitiva (quando o investigado é levado para depor e depois liberado) e busca e apreensão em seu apartamento em São Bernardo do Campo e foi encaminhado ao aeroporto de Congonhas, em São Paulo, onde prestou depoimento. Pessoas pró e anti PT também foram ao aeroporto.

Aécio afirmou ter considerado um ato de "pouca sensibilidade de dirigentes petistas"a convocação de manifestações "sem uma palavra de serenidade" e pediu que os contrários ao governo tenham "tranquilidade" e não aceitem "provocações".

"Me preocupou a convocação do presidente do PT sem uma palavra sequer de apelo à serenidade, ao bom senso, à tranquilidade. Essa questão não será resolvida no braço, nas ruas, será resolvida nos tribunais. E nosso papel é exatamente esse: garantir que as instituições funcionem como estão funcionando com coragem", disse.

Ele se reúne com líderes e governadores da oposição no Senado para avaliar o cenário político após a Lava Jato ter chegado diretamente a Lula. "Hoje não é um momento de comemoração é um momento de reflexão e minha primeira palavra como presidente do PSDB é de absoluto apoio às instituições. Nossa democracia hoje é sólida e capaz de superar as enormes dificuldades por que passa o país porque temos instituições sólidas", disse.

Aécio afirmou que Lula terá agora a oportunidade "de apresentar sua defesa às acusações que lhe são feitas". "Não desejo mal pessoal a ninguém, nem mesmo ao ex-presidente. Mas ninguém está acima da lei", disse.
Herculano
04/03/2016 21:08
PARA O PT, A CONSTITUIÇÃO E A LEI SÃO PARA OS OUTROS. PARA ELES PT E O ATUAL GOVERNO DE DILMA VANA ROUSSEFF, HÁ UMA INTERPRETAÇÃO TODA ESPECIAL E PARTICULAR DA LEI E DA CONSTITUIÇÃO PARA SE OBTER VANTAGENS, FORÇA E PODER.

JUSTIÇA FEDERAL MANDA SUSTAR NOMEAÇÃO DO NOVO MINISTRO DA JUSTIÇA (?) DE DILMA NOMEADO PARA DESMANTELAR E CALAR A POLÍCIA FEDERAL. A POSSE FOI ONTEM, EM MEIO A COMOÇÃO DA DELAÇÃO DO EX-LÍDER DO GOVERNO NO SENADO, DELCÍDIO AMARAL

Conteúdo do jornal O Estado de S. Paulo - A Justiça Federal no DF mandou sustar a nomeação de Wellington César Lima e Silva para o Ministério da Justiça. Ele tomou posse nesta sexta, 4, no lugar de José Eduardo Cardozo, que foi para a Advocacia Geral da União (AGU).

A decisão atende a ação popular de autoria do deputado Mendonça Filho (DEM-PE) que alegou que a Constituição não permite que um membro do Ministério Público assuma um cargo no Executivo. A decisão liminar é da juíza Solange Salgado, da primeira Vara Federal.
Herculano
04/03/2016 20:43
JORNAL NACIONAL MARCA A HORA DE NOVO ATO

Começa o Jornal Nacional, da Rede Globo, nesta sexta-feira.

Palmas se espalham pelas janelas dos prédios em volta. Gritos: Polícia Federal, Sérgio Morro, nas ruas em volta, buzinaço, fogos aparecem também.

Antes tinha passo por alguns bares. Gente a mais. Estranhei. Num deles, vi um conhecido, que nunca tinha visto naquele bar. Arrisquei. "Por que tanta gente aqui hoje?", Precisamos comemorar. Sérgio Morro e a Polícia Federal lavaram a nossa alma..."

Estes serão dias importantes. Dia 13 está chegando...
Lesma Zúque
04/03/2016 18:33
Ué! Linton ele não pode ser ministro?
Paty Farias
04/03/2016 18:30
Oi, Herculano;

Veja se está bom para o governo.
Do Blog do Políbio

"O Tribunal Regional Federal 1, Brasília, acaba de conceder liminar à ação popular ajuizada pelo DEM e com isto derrubou o novo ministro da Justiça de Dilma.

Wellington César Lima e Silva é procurador no exercício da atividade e diante disto não pode ser ministro.

O autor da ação é o deputado Mendonça Filho.

O advogado Adão Paiani, que é um dos membros do grupo de advogados do DEM, disse ao editor que a ação foi ajuizada contra Dilma.

Dilma Roussef perdeu dois ministros da Justiça em 24 horas."


Coitado do Uélintom.
Esse já foi sem nem ter sido, ah! ah! ah!

Quem mandou a estúpida está cercada de idiotas como ela.

Sujiro Fiji
04/03/2016 18:13
Te enxerga Brick Tijolo, o Dalírio Beber não vai deixar você bicar no ninho tucano.
Mariazinha Beata
04/03/2016 18:10
Seu Herculano;

Minha alegria é incomensurável.
Bye, bye!
Herculano
04/03/2016 16:02
ACORDADO PELA POLÍCIA, LULA DESCOBRIU O BRASIL REDESENHADO PELA LAVA JATO, por Augusto Nunes, de Veja

Há dois dias que, por negar-se a enxergar as mudanças operadas pela Lava Jato na paisagem brasileira, a alma penada de Lula ainda não descobrira que, hoje, nenhum fora da lei está acima da lei. Descobriu na manhã desta sexta-feira, quando a mão do destino ?"? disfarçado de Polícia Federal - bateu à porta do apartamento do ex-presidente em São Bernardo.

Até este histórico 4 de março, Lula acreditava que, se todos são iguais perante a lei, ele sempre seria mais igual que os outros. Esse status de condenado à perpétua impunidade lhe permitiria, por exemplo, rejeitar intimações judiciais, zombar de autoridades dispostas a fazer Justiça e debochar do Estado Democrático de Direito. Acordou para a vida real ao ser acordado pela 24ª fase da Lava Jato, batizada de Alethea.

Conduzidos coercitivamente ao local do depoimento, Lula e o filho Lulinha tiveram de abrir o bico ?"? pela primeira vez ?"? sobre as bandalheiras em que se meteram. A família que se julgava inimputável foi enquadrada por juízes, procuradores e policiais que não temem criminosos da classe executiva. Alethea é uma palavra grega que significa "busca da verdade". Hoje, a verdade venceu a mentira ?"? mas a busca não cessará tão cedo.

A Era da Canalhice vai chegando ao fim, confirma a patética reação dos agonizantes. Um dia depois da divulgação do desastroso desempenho do PIB em 2015, Lula festejou a fundação do Brasil Maravilha que só existe na cabeça de embusteiros. E foi relançada uma candidatura presidencial que afundara de vez na véspera, bombardeada pelas revelações de Delcídio do Amaral.

A "mobilização nacional da militância" prometida por dirigentes do PT e pela pelegagem dos "movimentos sociais" limitou-se a minúsculos ajuntamentos de fanáticos sem cura. Muito maior e mais eficiente foi a mobilização da Polícia Federal decretada pela Alethea. Munidos de mandados de busca e apreensão, grupos de agentes vasculharam residências, escritórios e esconderijos de gente engajada no projeto criminoso de poder.

Paulo Okamotto, três lulinhas, Marisa Letícia, o Instituto Lula, a Odebrecht, a OAS, os sitiantes de araque Fernando Bittar e Jonas Suassuna, o engenheiro que trabalha de graça nas férias ?"? somados, 44 alvos foram incorporados involuntariamente ao elenco de alvos da operação que investiga o maior esquema corrupto de todos os tempos.

Hoje se ouviu a choradeira das patrulhas a serviço de quadrilheiros. Em 13 de março, a colossal maioria de indignados exigirá nas ruas, além da punição dos poderosos patifes, o imediato encerramento do governo destroçado pela incompetência, pelo cinismo e pela corrupção. Oito dias depois dos miados dos animadores de velório, a nação ouvirá o rugido do país que presta.
Herculano
04/03/2016 15:48
LULA SEGUE SENDO UM IRRESPONSÁVEL, por Reinaldo Azevedo, de Veja

Desde quando a Operação Lava Jato se aproximou do partido, Lula, ao contrário do que diz, fugiu de todas as respostas. Preferiu excitar a sua turba contra a investigação, denunciando uma suposta conspiração, abusando, uma vez mais, de sua tradicional irresponsabilidade, a opor permanentemente um certo "nós" a "eles".

Luiz Inácio Lula da Silva se acostumou a falar as maiores barbaridades sem que isso tivesse muitas consequências práticas, além da contínua degradação da civilidade política, da convivência entre divergentes, da normalidade democrática.

Não é verdade que, ao longo destes quase 14 anos de poder, o partido tenha se comportado nos limites aceitáveis de um regime democrático. Ao contrário. De forma deliberada, contínua, organizada, assistimos ao crescente aparelhamento do Estado, à demonização da divergência, às tentativas de deslegitimar a oposição, à indústria de denúncias e difamação em que se transformou o partido, especialmente em campanhas eleitorais.

Às vezes, a gente se esquece deste aspecto: o PT se especializou em montar dossiês contra adversários, recorrendo, inclusive, aos préstimos de militantes seus enfronhados em estruturas do Estado.

Muito bem! Lula Não está imune à investigação. É um cidadão, como qualquer outro, no que respeita às obrigações e direitos essenciais. Vive as circunstâncias privilegiadas de quem foi presidente da República, mas isso não o torna imune à lei.

Que seu partido tenha se comportado, ao longo desses anos, como organização criminosa, isso já não é juízo de valor, mas um fato evidenciado pelas investigações da Lava Jato. Que ele próprio, mesmo com homem comum, viva uma vida nada ortodoxa, idem.

Desde quando a Operação Lava Jato se aproximou do partido, Lula, ao contrário do que diz, fugiu de todas as respostas. Preferiu excitar a sua turba contra a investigação, denunciando uma suposta conspiração, abusando, uma vez mais, de sua tradicional irresponsabilidade, a opor permanentemente um certo "nós" a "eles".

O "nós" dele são os petistas, fonte original de todo bem da terra e da honestidade acima de qualquer suspeita. "Eles" são todos aqueles que não são petistas. Ah, estes são a fonte do mal.

Na fórmula pervertida de Lula, os petistas são sempre inocentes, mesmo quando culpados. E os adversários são sempre culpados, mesmo quando são inocentes.

Infelizmente, a fórmula se mostrou politicamente eficaz para eles enquanto a economia, ainda que caminhando no trilho errado, crescia a um índice satisfatório. Mas parte daquele crescimento se dava à custa de medidas que iam sendo postergadas. O lulo-petismo trocou o planejamento do futuro pela farra do presente. E o país chegou ao ponto em que está hoje.

É evidente que Lula deveria ter caído em 2005, quando vieram à luz os crimes do mensalão. Mas justamente a economia e certa letargia da oposição ?" além da ausência de uma sociedade organizada ?" permitiram que ele fosse ficando por aí.

A Operação Lava Jato coincidiu com a derrocada do modelo econômico. E chegamos à situação atual.

Sim, Lula segue sendo o irresponsável de sempre. O pronunciamento feito há pouco (farei outro post a respeito) trouxe de volta o "pobre orgulhoso", o ressentido terno, o ignorante que brilha no salão das elites, o homem que não sabe a diferença entre um decanter e um vaso, mas que dá aula aos doutores.

Lula decidiu partir para o pau. É a sociedade civil que vai dizer até onde ele consegue chegar.
Herculano
04/03/2016 15:44
O F?"SFORO FOI RISCADO, por Tereza Cruvinel, ex-diretora da EBC - a empresa estatal de notícias no tempo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva

Nesta manhã a Lava Jato cruzou o rubicão, invadiu o Instituto Lula e levou o ex-presidente, que nunca foi por ela intimidado, a prestar depoimento coercitivamente, humilhando também alguns colaboradores. Chegando ao ponto quê muita gente duvidava de que chegasse, afrontando pilares do Estado de Direito, como a presunção da notícia, garantida não a ex-presidente e expoentes mas a todo cidadão brasileiro, a Lava Jato riscou o fósforo sobre o ambiente já encharcado do combustível de ódio ao PT, seus dirigentes e governantes, de revolta dos petistas e aliados com a condução discricionária das investigações. As chamas vão subir, é possível que haja confrontos físicos, podendo até correr sangue. Já nesta sexta-feira os dois lados em que o Brasil foi dividido vão se defrontar em manifestações. O balanço deve ser enviado ao juiz Sergio Moro, dono da caixa de fósforos.

Quantos milhões, quiçá bilhões de reais não poderia ter roubado, se quisesse, um presidente como Lula, com a popularidade interna e a projeção externa que ele teve? Mas por conta de obras de empreiteiras em um apartamento e um sítio que não possui foi submetido à execração, está sendo acusado de ter sido favorecido por recursos do petróleo. A desproporção das coisas encontrará eco em uma parte do Brasil. Se maior, menor, expressiva ou inexpressiva, as manifestações dirão.

O olhar comum pode não alcançar o encadeamento entre os fatos dos últimos dias mas enxergará a desproporção. Recordemos.

1. No sábado passado Lula anunciou que iria resistir ao cerco.

2. Em seguida enfrentou o procurador paulista Conserino, que conduz investigação que não é a Lava Jato. Prestou depoimento por escrito e apresentou habeas corpus preventivo para não sofrer o que sofreu hoje da Lava Jato.

3. Recorreu ao STF pedindo que decidisse quem tinha competência para investiga-lo, a Lava Jato ou os procuradores estaduais paulistas. A Lava Jato saiu da toca e assumiu que o investigava e queria continuar investigando.

4. Numa clara retaliação à troca do ministro da Justiça, Eduardo Cardoso, ontem começou algo como a "solução final" dos nazistas. Se não é possível acabar com eles de modo, acabemos pela eliminação. A suposta delação premiada de Delcidio do Amaral atingiu frontalmente Lula e Dilma mas até agora não sabemos se ela existe e quanto do que foi publicado existe.

5. Hoje Lula foi coagido a depor à Lava Jato, que nunca o intimou sequer a prestar informações. E na esteira de tudo, o cerco se fecha contra Dilma.

6. Não só petistas mas todos que têm consciência democrática denunciam a ruptura dos limites da legalidade e a marcha de um golpe de natureza ainda inédita mas eficaz, porque não tem cara de golpe e ainda consegue apresentar-se como decorrência da defesa dos princípios republicanos.

A "solução final" está em curso mas não será uma solução, assim como as câmaras de gás não acabaram com os judeus nem garantiram o poder eterno ao nazismo. É possível que estejamos mesmo diante de uma nova era, mas não porque será o fim do PT ou de Lula ou de Dilma. Será uma nova era porque estaremos, como já escreveu Janio de Freitas, de volta aos anos 50 ou anteriores, em que os golpes comandavam a história pela força das baionetas. Hoje, pela força judicial de uma Lava Jato, dos procuradores e de uma PF que tem bandeira politica, não tarefa de Estado.
Mário
04/03/2016 15:42
Analogia Alemã Nazista e Brasil Petista.
O Brasil Petista se assemelha a Alemanha Nazista. Tanto Hitler e Lula demoram mais de 10 anos para chegar ao poder e quando chegaram ao poder destruíram seus países.
Na Alemanha Nazista haviam fanáticos que faziam qualquer coisa para defender o regime, no Brasil Petista também existem fanáticos que fazem qualquer coisa para defender o regime.
Hitler colocava a culpa da inflação Alemã nos Judeus, os Petistas colocam a culpa da inflação no Fernando Henrique.
Os Nazistas adoravam Hitler, os petistas adoram Lula.
A bandeira nazista era vermelha, a bandeira petista é vermelha.
Os nazistas perseguiam seus opositores, os petistas perseguem seus opositores.
Os nazistas usavam a propaganda para enganar o povo e dizer que estavam ganhando a guerra, os Petistas usa a propaganda para dizer que está tudo bem, que não tem crise.
Hoje em dia os em dia os alemães tem vergonha de seu passado nazista, amanhã os brasileiros terão vergonha do seu passado Petista.
Lesma Zúque
04/03/2016 14:19
É assim que funciona.

Quando o bandido de sarjeta não quer contar a verdade, deve ser arrastado pra falar o que sabe.

Os grandões se espantam, mas é o que acontece com o ladrão de galinha. Eles precisam entender que isso aqui é uma democracia.
Herculano
04/03/2016 14:12
CASA EM RUÍNAS, por Hélio Schwartsman, para o jornal Folha de S. Paulo

Se um terço do que diz o senador Delcídio do Amaral em sua suposta delação premiada for comprovado, a casa caiu. Reportagem da "IstoÉ", que teve acesso ao documento que teria sido negociado entre o senador e a força-tarefa da Lava Jato, revela detalhes de como Dilma, Lula, ministros, parlamentares da situação e da oposição e altos magistrados teriam participado de maquinações graves o bastante para recolocar o impeachment na ordem do dia e para pôr alguns desses figurões na cadeia. As denúncias envolvem corrupção e obstrução à justiça, sem prejuízo de outros crimes.

Há, é claro, cuidados que precisam ser tomados. Delcídio já deu mostras de ser um bravateiro. Suas declarações, que ainda não foram homologadas pelo STF, não podem ser compradas pelo valor de face. Tudo o que ele diz tem em tese de ser corroborado por outras provas para valer numa corte. Nos casos mais escabrosos, que envolvem conversas ao pé do ouvido, essas outras provas parecem em princípio difíceis de obter. É preciso também assegurar que todas as pessoas implicadas por Delcídio tenham chance de defender-se.

Independentemente do que possa ocorrer na esfera jurídica, no plano político, o estrago já está feito. O governo, que já não andava bem, tende agora a tornar-se ruínas. Agrava o quadro o fato de haver outras delações premiadas a caminho.

A chance de boa parte dos podres da República virem à luz, mostrando de forma inédita tanto os corruptos como os corruptores, não é desprezível. O interessante aqui é constatar que essa pequena revolução no campo dos esforços anticorrupção só foi possível graças ao advento das delações premiadas. Elas colocaram a matemática, mais especificamente a teoria dos jogos, a serviço do combate ao crime. Basta oferecer um benefício penal importante ao colaborador que entregar seus comparsas que a natureza humana faz o resto.
Herculano
04/03/2016 14:10
LAVA JATO VAREJA LULA COMO "CHEFE DE QUADRILHA", Josias de Souza

Há uma originalidade perversa na derrocada de Lula. É mais suicídio político do que execução. Toda a movimentação de Lula nos últimos meses foi autodestrutiva. Confrontado com indícios de favorecimento ilegal, Lula fez pose de vítima. Com um desembaraço autocrático, o ex-presidente produziu uma sequência de atentados contra sua própria reputação.

Numa estratégia de redução de danos, Lula protagonizou uma coreografia de fuga. Recorreu até ao STF para retardar as investigações. Agiu como se não devesse nada a ninguém, muito menos explicações. Em vez de esclarecimentos, serviu mais da mesma velha tese da perseguição política.

Submetido à orientação dos seus advogados, Lula esticou sua desconversa à espera de novas delações. Era como se quisesse retardar sua versão, para ajustá-la aos fatos que emergiriam das traições. Simultaneamente, Lula humilhou a lógica ao detonar o ministro José Eduardo Cardozo por "não controlar a Polícia Federal". E ofendeu o bom-senso ao estimular a mobilização da infantaria petista.

A autoconfiança de Lula tornou-se irrisória depois que a Polícia Federal bateu na porta de sua cobertura, em São Bernardo, na manhã desta sexta-feira. Munidos de ordem judicial expedida por Sérgio Moro, juiz da Lava Jato, os agentes federais submeteram o ex-presidente a uma rotina inimaginável até outro dia. Uma parte da equipe varejou-lhe o apartamento. Outra, conduziu-o coercitivamente para prestar o depoimento que o morubixaba do PT tentava retardar.

Realizaram-se batidas policiais também nas residências dos filhos de Lula e na sede do instituto que leva o seu nome. Antes, a força-tarefa da Lava Jato já havia quebrado os sigilos fiscal e bancário de Lula e Cia.. Como um suicida didático, o investigado parece ter deixado pistas primárias do seu relacionamento obscuro com as empreiteiras que assaltaram Petrobras. O sítio, o tríplex, os R$ 30 milhões em palestras e doações ao Instituto Lula, isso e aquilo.

Ao levar Lula à alça de mira, os investigadores da Lava Jato tentam obter resposta para a grande interrogação que sobreviveu ao escândalo do mensalão. Quem é o chefe da organização criminosa que tomou o Estado brasileiro de assalto? O mensalão apontou José Dirceu como mentor e chefe da máfia. Lula protegeu-se atrás do frágil biombo do "eu não sabia".

O petrolão, uma reincidência hipertrofiada do mensalão, oferece ao aparato de controle do Estado a oportunidade de subir um degrau na hierarquia do descalabro. Dessa vez, os investigadores resolveram homenagear a inteligência de Lula. Até um cego enxergaria o que se passou na Petrobras. Partindo dessa obviedade, a força-tarefa da Lava Jato colecionou indícios de crimes. E Lula foi informado de que as instituições brasileiras já não aceitam tratá-lo como um ser inimputável.

O Brasil está diante de um fato histórico. Onde o petismo vê perseguição política não há senão avanço institucional. No momento, Lula precisa de um lote de boas explicações, não de claques ou milícias de devotos.

Por tabela, a nova fase da Lava Jato alveja também Dilma Rousseff e seu governo, em estágio de franco derretimento. Fraca e sem credibilidade, a presidente perde seu protetor político. Lula ganhou outra prioridade: proteger a própria pele.

A prioridade de Lula é proteger a própria pele. Dilma nunca esteve tão só. A economia está em ruínas, sua base congressual tem a consistência de um pote de gelatina e a presidente não demonstra capacidade de reação. No papel, Dilma ainda tem dois anos e nove meses de mandato. Vai precisar de um milagre para se segurar no cargo por tanto tempo.
Herculano
04/03/2016 14:07
EM DEPOIMENTO, LULA PERDE PACIÊNCIA COM PERGUNTA SOBRE PEDALINHOS

Conteúdo do jornal Folha de S. Paulo. Texto de Cátia Seabra, da sucursal de Brasília. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva registrou sua irritação em três horas e meia de depoimento prestados à Polícia Federal.

Segundo o deputado Paulo Teixeira (PT-SP), que assistiu a parte do depoimento, Lula disse que sua condução coercitiva era desnecessária. Ele perdeu a paciência quando perguntaram-lhe sobre pedalinhos mantidos pela família no sítio de Atibaia.

"Essa pergunta não está à altura da Polícia Federal", reagiu Lula, segundo relato de Paulo Teixeira.

Como parte das ações da 24ª fase da Lava Jato, Lula foi alvo nesta sexta-feira (4) de mandados de condução coercitiva (quando o investigado é levado para depor e depois liberado) e busca e apreensão em seu apartamento em São Bernardo do Campo e foi encaminhado ao aeroporto de Congonhas, em São Paulo, onde prestou depoimento.

Essa fase da operação, batizada de Aletheia, apura se empreiteiras e o pecuarista José Carlos Bumlai favoreceram Lula por meio do sítio em Atibaia e o tríplex no Guarujá. O ex-presidente nega as acusações.

Ainda segundo Teixeira, Lula mostrou contrariedade quando questionado sobre o tríplex no Guarujá. Repetindo não ser proprietário do imóvel, recomendou que a pergunta fosse direcionada a quem disse que o apartamento era seu.

"Não sou dono desse tríplex. Perguntem a quem disse que sou", respondeu segundo relato de Teixeira.

O deputado conta que Lula lembrou ter prestado outros depoimentos e que, por isso, fora submetido a constrangimento desnecessário. O ex-presidente tomou a iniciativa de desqualificar os termos da proposta de delação premiada do senador Delcidio do Amaral, afirmando que, no afã de se livrar, falam "absurdos".

"Fazem delações por desespero", teria dito.

Os agentes também perguntaram sobre a relação de Lula com dirigentes petistas, tendo ele defendido José Dirceu e João Vaccari Neto, e com empresários.

Os policiais perguntaram até se Lula recebe presentes de comitivas estrangeiras, incluindo garrafas de vinho. Lula respondeu que sim, mas que não saberia diferenciar um título nacional de um estrangeiro.

Ao deixar a sala de depoimento, cercado de parlamentares, Lula mostrou que ainda vestia a camiseta de ginástica que usava quando a polícia chegou a seu apartamento. Ele pediu para se pentear antes de deixar a ala de autoridades do aeroporto de Congonhas.
Herculano
04/03/2016 14:00
AS MANCHETES

As coincidentes I

Delação de Delcídio põe Dilma no Centro da Lava-Jato (O Globo)

Ex-líder do governo liga Dilma e Lula à Lava jato e oposição pede renúncia (Folha de S. Paulo).

Delcídio acusa Dilma e Lula na Lava jato e agrava crise política (O Estado de S. Paulo)

As coincidentes II

Delação inexistente vira fato consumado (247,´site sustentado preferencialmente por empresas e bancos estatais)

Dilma: "Delação" de Delcídio é "documento" apócrifo (247, site sustentado preferencialmente por empresas e bancos estatais)

Delcídio nega delação e diz desconhecer documentos (247, site sustentado preferencialmente por empresas e bancos estatais)

Coincidentes, mas opostas. Depende do ponto de vista, liberdade, ideologia e grana

Herculano
04/03/2016 13:49
A GOTA D'ÁGUA, por Merval Pereira, para o jornal O Globo

A impossibilidade de negar com todas as letras que tenha feito a delação premiada é o indício mais forte de que o documento vazado para a revista IstoÉ corresponde ao depoimento que o senador Delcídio do Amaral teria feito à Procuradoria-Geral da República em Brasília. Bastaria que o próprio senador, ou o Procurador-Geral Rodrigo Janot, ou o relator no Supremo, ministro Teori Zavascki, qualquer deles, negasse peremptoriamente a existência da delação premiada para que estivéssemos diante de uma grande fraude, com repercussões gigantescas na Operação Lava-Jato.

Seria um documento falso daqueles para entrar na História do país, como o Plano Cohen, o que, de cambulhada, salvaria o governo, o PT e o ex-presidente Lula, colocando em descrédito tudo o que foi apurado até agora na Operação Lava-Jato. Mas não, nenhum deles se dispôs a um desmentido cabal, o que leva a crer que estão às voltas com questões técnicas e burocráticas.

Em termos políticos, o depoimento é devastador para o ex-presidente Lula e para a presidente Dilma Rousseff, sem falar no PT, que se confirma uma organização criminosa nos detalhes mais nauseabundos. E reforça o pedido de impeachment no Congresso. Criminalmente, será preciso ainda reafirmar com provas o que o testemunho do senador Delcídio do Amaral relata com detalhes dos que conhecem por dentro o funcionamento do governo.

No dia 10 de dezembro do ano passado publiquei uma nota no blog sob o título "Tudo a mando de Lula e Dilma" onde relatava conversas de Maika, mulher de Delcídio, com pessoas próximas. Ela simplesmente dizia que se Delcídio não voltasse para casa antes do Natal, faria uma delação premiada contando tudo o que sabia, isto é, que tudo o que fizera fora mando de Lula e de Dilma.

Quem passou o Natal em casa foi o banqueiro André Esteves, e Delcídio, a partir dali, viu que estava sozinho no seu labirinto. Assim como constatou ontem, quando o que seria sua delação premiada foi divulgada. A reação dos governistas foi de desacreditá-lo, ou dizendo que ele não teria "credibilidade" segundo o Advogado-Geral da União José Eduardo Cardozo, ou seus colegas no Senado, que se apressaram a dizer que a delação o tornava um réu confesso e, portanto, o processo de cassação do mandato seria acelerado.

Dizer a esta altura que aquele que até a prisão era líder do governo no Senado não é uma pessoa séria desacredita quem o diz, pois somente um governo desacreditado teria como líder um político capaz de inventar tantas mentiras.

Tudo indica que os envolvidos nessa operação de delação premiada ?" Delcídio, Janot e Zavascki ?" não podem se pronunciar explicitamente por que a delação ainda precisa ser homologada. O ministro do Supremo Teori Zavascki está em uma situação delicada, pois se se recusar, por uma questão meramente técnica ou burocrática, a homologar a delação premiada de Delcídio, será acusado de tentar proteger a presidente Dilma e o ex-presidente Lula.

Ao mesmo tempo, ele precisa ter a segurança de que o senador cumpriu todas as normas para dar seu aval à delação, até mesmo que não foi obrigado a delatar. A questão de provar o que está dizendo é uma segunda etapa, na qual caberá ao Ministério Público e à Polícia Federal produzir as provas que embasem as acusações.

No momento, o relato do senador petista foi considerado crível pelos Promotores, que já devem ter indícios dados pelo próprio Delcídio de que tem condições de provar o que falou ?" como a citação de que na sala em que conversou com o ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Marcelo Navarro no Palácio do Planalto havia câmeras de segurança.
Nessa conversa, que o ministro Navarro não desmentiu por enquanto, Delcídio teria levado ao ministro do STJ o pedido da presidente Dilma para que soltasse os presidentes da Odebrecht e da Andrade Gutierrez.

O ex-presidente Lula entra, no relato do senador Delcídio do Amaral, com o papel que sempre lhe coube desde o escândalo do mensalão, mas que até agora não havia sido possível provar: o de grande chefão de todo o esquema de corrupção petista.

Já existe agora um testemunho direto, o do próprio senador, preso numa operação de obstrução da Justiça que ele acusa Lula de ter concebido. Resta agora saber se Delcídio, que foi apanhado com a boca na botija numa gravação clandestina, tem na manga alguma prova de que tudo se passou como relatou aos Procuradores.
Herculano
04/03/2016 13:46
ISOLADA E À DERIVA, editorial do jornal Folha de S. Paulo

A crise política que atordoa a administração Dilma Rousseff (PT) desde o ano passado mudou novamente de patamar nesta quinta-feira (3), após a notícia de que o senador Delcídio do Amaral (PT-MS) fez acordo de delação premiada com os investigadores da Lava Jato.

Segundo a revista "Istoé", as afirmações de Delcídio atingem de forma direta o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e a presidente Dilma Rousseff.

Ambos não só detinham pleno conhecimento do sistema de corrupção instalado na Petrobras mas também teriam agido para silenciar testemunhas ou evitar a punição dos envolvidos.

São acusações gravíssimas, capazes de, se confirmadas, afundar de vez o grupo político alojado no Palácio do Planalto desde 2003.

O governo, naturalmente, tratou de desmerecer as declarações atribuídas a Delcídio. Seriam retaliações de quem ficou quase três meses na cadeia sem que tenha recebido ajuda para sair de lá.

Ainda que não fosse por isso, convém lembrar que o conteúdo de qualquer colaboração premiada precisa ser corroborado por provas. As palavras do delator não bastam para condenar ninguém.

Como consequência, a credibilidade ou as motivações de quem se dispõe a contar o que sabe se tornam irrelevante no âmbito processual; o que interessa é a validade das pistas apresentadas ?"e a respeito delas o Supremo Tribunal Federal ainda dará seu veredicto.

Na esfera da política, porém, há inegável diferença entre o que afirma um doleiro desacreditado e um ex-líder do governo no Senado Federal. Daí por que líderes da oposição pretendem usar as novas revelações para reforçar o pedido de impeachment da presidente.

Tanto pior para o Planalto, divulgaram-se também nesta quinta-feira os números desastrosos do PIB. A retração de 3,8% em 2015 e as projeções igualmente tenebrosas para 2016 atestam que o Brasil enfrenta uma das piores crises econômicas de sua história.

Os articuladores das manifestações anti-Dilma dificilmente teriam concebido combustível melhor para as passeatas marcadas para o próximo dia 13.

Nem mesmo a intolerável presença do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) à frente da Câmara ?"e do processo de impeachment, portanto?" joga a favor do governo a esta altura dos acontecimentos.

Acusado de corrupção e lavagem de dinheiro, o peemedebista tornou-se réu no Supremo, mas já não é alvo preferencial da indignação de seus colegas.

As atenções se voltam para Dilma Rousseff, que conhece seu pior momento desde que assumiu o segundo mandato. A presidente parece cada vez mais isolada e à deriva, sem condições de retomar o leme.
Sidnei Luis Reinert
04/03/2016 13:35
O que Está Acontecendo Agora no Brasil
Silas Malafaia Oficial

https://www.youtube.com/watch?v=2NVZ_ukETlc
daniel
04/03/2016 13:23
não sei, mas parece que o melato, PSD e PT organizaram um encontro secreto hoje a noite...dizem que cada um deverá levar uma vela, uma coroa de flores e muitos lenços...kkkkk...o choro é livre ptzada..podem começar a caça aos culpados...
Sidnei Luis Reinert
04/03/2016 13:18

DE Romeu Tuma JR.:

Advogados PTistas vão criar uma "rede de solidariedade". O projeto deverá sair pelo país com a campanha "defenda um ladrão"!
Sidnei Luis Reinert
04/03/2016 13:15
Políticos presos em Gaspar? Tirar o nome do BELCHIOR?

A SEGUNDA OPÇÃO NÃO VAI ACONTECER!
Herculano
04/03/2016 11:07
CUNHA VAI PARALISAR CÂMARA ENQUANTO SUPREMO NÃO DEFINIR IMPEACHMENT, por Verea Magalhães, para Veja

O deputado Paulinho da Força (SD-SP) combinou com Eduardo Cunha que eles vão paralisar os trabalhos da Câmara até o Supremo decidir os embargos.

Ele também falou com o Aécio, que vai propor ao Renan que o Senado não vote nada enquanto o Supremo não definir a questão.

"O país não pode ficar paralisado enquanto não se decide se vai ter impeachment ou não", disse o deputado.

Eles pediram uma audiência com Lewandowski para tratar do assunto. O ministro marcou para a próxima quarta-feira.

Eles acham que é tarde demais, querem uma decisão do Supremo
Herculano
04/03/2016 11:03
DILMA E LULA FALHARAM NO ESFORÇO DE INTIMIDAR A POLÍCIA FEDERAL, por Reinaldo Azevedo, de Veja.

Parte 1

"Aletheia", em grego, quer dizer "verdade", mas no sentido de desvelamento, de revelação. Precisamente, a palavra quer dizer "não" (a) "esquecimento" (lethe). Ao todo, o juiz Sérgio Moro expediu 44 mandados, sendo 33 de busca e apreensão e 11 de condução coercitiva

O PT, Lula e a presidente Dilma Rousseff resolveram pagar para ver e estão vendo. Neste momento, a Polícia Federal cumpre mandado de busca e apreensão em todos os endereços de Lula e no apartamento de Fábio Luiz da Silva, o Lulinha, em Moema. O ex-presidente também era alvo de um mandado de condução coercitiva. Pode ser levado para depor em Curitiba. O habeas corpus preventivo obtido por seus advogados valia apenas para São Paulo.

É a 24ª fase da Operação Lava Jato, batizada de "Aletheia", que investiga crimes de corrupção e lavagem de dinheiro relacionados à Petrobras. Ao todo, estão em diligência 200 policiais federais e 30 agentes da Receita.

"Aletheia", em grego, quer dizer "verdade", mas no sentido de desvelamento, de revelação. Precisamente, a palavra quer dizer "não" (a) "esquecimento" (lethe). Ao todo, o juiz Sergio Moro expediu 44 mandados, sendo 33 de busca e apreensão e 11 de condução coercitiva.

Agentes da PF estão no dúplex de Lula, em São Bernardo; no Instituto Lula; no sítio Santa Bárbara, em Atibaia, e no tríplex do Guarujá.

O chefão petista e seus sequazes não contavam com isso nem nos seus piores pesadelos. O ex-presidente e os milicianos do PT achavam que poderiam intimidar a força-tarefa com um "não toquem em Lula". Não deu certo.

A operação ocorre um dia depois da posse do novo ministro inconstitucional da Justiça, Wellington César, escolhido a dedo por Jaques Wagner, ao arrepio da legalidade. José Eduardo Cardozo, hoje na Advocacia-Geral da União e antigo titular da pasta, admitiu que recebia pressão dos petistas.

É claro que a troca de guarda no Ministério da Justiça soou aos policiais federais como a evidência de que eles estavam na mira. O governo fez um esforço enorme para que todos achassem isso.
Herculano
04/03/2016 10:56
DILMA: DA POLÍTICA À POLÍCIA, por Reinado Azevedo, para o jornal Folha de S. Paulo

Não vai ter golpe. Vai ter impeachment, isso na hipótese mais branda. Também posso começar de outro modo: a queda de Dilma Rousseff vai pôr fim à rotina de golpes institucionais empreendidos pelo petismo.

Dilma teve a chance de renunciar ao poder enquanto seu governo era ainda um caso de "política". Será tocada do Palácio do Planalto por uma penca de eventos que agora são de "polícia". Poucos se dão conta, mas essas duas palavras têm a mesma raiz. Pesquisem.

O que a língua, na origem, uniu, a civilização foi se encarregando de separar em domínios distintos. E só a barbárie as reaproxima.

Na sua luta para se tornar hegemônico, abusando dos instrumentos oferecidos pela democracia para solapá-la, o PT foi além de encurtar a fronteira entre a política e a polícia. Transformou o assalto ao Estado numa teoria do poder. E, assim, corrompeu também o pensamento.

O conteúdo da delação premiada de Delcídio do Amaral não deixa alternativas à ainda presidente. Ela poderia reunir o que lhe resta de dignidade política e, vá lá, de eventual amor ao Brasil e renunciar imediatamente, abreviando a nossa agonia. Ainda há tempo de uma saída turbulenta, sim, mas pacífica.

Acabou, Dilma! Eis a hora, como disse o poeta, em que todos os bares se fecham.

O fim do poder petista é constrangedor, é melancólico, mas nunca deixou de ser previsível. Há 15 dias, num dos debates promovidos em homenagem aos 95 anos desta Folha, um dos presentes citou a palavra "petralha", que eu criei, como evidência de que haveria uma crispação excessiva no debate, com bolsões radicalizados, que se negam a dialogar com adversários. E, por óbvio, nessa formulação, eu integraria um dos extremos do pensamento.

Tive de lembrar que o vocábulo, que já está "dicionarizado", veio ao mundo antes de o PT chegar ao poder federal. Quando fundi "petista" com "metralha" ?"os bandidos de gibi?", designava aqueles companheiros que defendiam o "roubo virtuoso", o "roubo que redime", o "roubo necessário", o "roubo que aprimora a ordem democrática". Foi a gestão petista de Santo André que me inspirou ?"aquela que resultou no assassinato de Celso Daniel. Estava escrito na estrela.

Estou entre aqueles que enxergam uma lenta, porém contínua, degradação de valores das instituições brasileiras depois da chegada do PT ao poder. Já assisti, por exemplo, a algumas pantomimas no Supremo que, há alguns anos, eu asseveraria inimagináveis. Mas Roberto Barroso está lá, com seus argumentos mais esvoaçantes do que sua toga, e não me deixa mentir. Fica para outras colunas.

O que se tem hoje no Palácio do Planalto é uma bagunça que obedece a um duplo (des)comando. Uma das cabeças do monstrengo bifronte é a própria presidente, que, dados os fragmentos de raciocínio que deixa escapar, vive numa permanente desordem mental. A outra é o PT, um ente de razão em colapso que, nessa fase de desmanche, já não consegue esconder as evidências de que se transformou numa organização criminosa.

O petismo golpeou a Constituição, golpeou a esperança de milhões de pessoas, golpeou os valores da democracia e da civilidade. É imperioso que seja apeado do poder pelas leis, e seus dignitários têm de pagar por seus crimes.

É verdade! Um outro mundo é possível. Um mundo em que o exercício do poder não se assente na banalização do crime.
Herculano
04/03/2016 10:42
TEORI ZAVASCKI HOMOLOGARÁ DELAÇÃO DE DELCÍDIO, por
Josias de Souza

O ministro Teori Zavascki, relator dos processos da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal, decidiu homologar o acordo de delação premiada firmado pelo senador Delcídio Amaral (PT-MS) com a Procuradoria-Geral da República. A homologação judicial desse tipo de acordo é uma exigência da Lei Anticorrupção, número 12.850, de 2013, sancionada por Dilma.

Deve-se a revelação sobre a decisão de Teori Zavascki à repórter Renata Lo Prete. Ela veiculou a informação na noite passada, no 'Jornal das Dez', do canal de tevê por assinatura GloboNews. O blog apurou que o ministro ficou muito irritado com o vazamento do teor dos primeiros depoimentos de Delcídio. Ele expressou seu aborrecimento em conversa com o procurador-geral da República, Rodrigo Janot.

Pela lei, os acordos de colaboração judicial são celebrados entre os investigados e os investigadores (Polícia Federal e Ministério Público Federal). Ao magistrado cabe verificar se a negociação foi feita como manda a lei e se o delator suou o dedo voluntariamente, sem coações.

Mesmo depois de avalizada pelo juiz, a delação não vale como prova. O depoimento de um delator não é senão um ponto de partida para que os investigadores encontrem as provas. Se a investigação for proveitosa para o esclarecimento dos crimes sob investigação, o delator torna-se credor de benefícios judicias como a redução da pena ou até o perdão judicial.
Herculano
04/03/2016 10:39
NOTA OFICIAL DO PT: LAVA JATO DESRESPEITA O SUPREMO E COMPROMETE A SUA CREDIBILIDADE

A violência praticada hoje (4/3) contra o ex-presidente Lula e sua família, contra o Instituto Lula, a ex-deputada Clara Ant e outros cidadãos ligados ao ex-presidente, é uma agressão ao estado de direito que atinge toda sociedade brasileira. A ação da chamada Força Tarefa da Lava Jato é arbitrária, ilegal, e injustificável, além de constituir grave afronta ao Supremo Tribunal Federal.

1) Nada justifica um mandato de condução coercitiva contra um ex-presidente que colabora com a Justiça, espontaneamente ou sempre que convidado. Nos últimos meses, Lula prestou informações e depoimentos em quatro inquéritos, inclusive no âmbito da Operação Lava Jato. Dezenas de testemunhas foram ouvidas sobre estes fatos alegados pela Força tarefa, em depoimentos previamente marcados. Por que o ex-presidente Lula foi submetido ao constrangimento da condução coercitiva?

2) Nada Justifica a quebra do sigilo bancário e fiscal do Instituto Lula e da empresa LILS Palestras. A Lava Jato já recebeu da Receita Federal, oficialmente, todas as informações referentes a estas contas, que foram objeto de minuciosa autuação fiscal no ano passado.

3) Nada justifica a quebra do sigilo bancário e fiscal do ex-presidente Lula, pois este sigilo já foi quebrado, compartilhado com o Ministério Público Federal e vazado ilegalmente para a imprensa, este sim um crime que não mereceu a devida atenção do Ministério Público.

4) Nada justifica a invasão do Instituto Lula e da empresa LILS, a pretexto de obter informações sobre palestras do ex-presidente Lula, contratadas por 40 empresas do Brasil e de outros países, entre as quais a INFOGLOBO, que edita as publicações da Família Marinho. Todas as informações referentes a estas palestras foram prestadas à Procuradoria da República do Distrito Federal e compartilhadas com a Lava Jato. Também neste caso, o Ministério Público nada fez em relação ao vazamento ilegal de informações sigilosas para a imprensa.

5) Nada justifica levar o ex-presidente Lula a depor sobre um apartamento no Guarujá que não é nunca foi dele e sobre um sítio de amigos em Atibaia, onde ele passa seus dias de descanso. Além de esclarecer a situação do apartamento em nota pública ?" na qual chegou a expor sua declaração de bens ?" e em informações prestadas por escrito ao Ministério Público de São Paulo, o ex-presidente prestou esclarecimentos sobre o sítio de Atibaia em ação perante o Supremo Tribunal Federal, que também é de conhecimento público.

6) A defesa do ex-presidente Lula peticionou ao STF para que decida o conflito de atribuições entre o Ministério Público de São Paulo e o Ministério Público Federal (Força Tarefa), para apontar a quem cabe investigar os fatos, que são os mesmos. Solicitou também medida liminar suspendendo os procedimentos paralelos até que se decida a competência conforme a lei. Ao precipitar-se em ações invasivas e coercitivas nesta manhã, antes de uma decisão sobre estes pedidos, a chamada Força Tarefa cometeu grave afronta à mais alta Corte do País, afronta que se estende a todas as instituições republicanas.

7) O único resultado da violência desencadeada hoje pela Força Tarefa é submeter o ex-presidente a um constrangimento público. Não é a credibilidade de Lula, mas da Operação Lava Jato que fica comprometida, quando seus dirigentes voltam-se para um alvo político sob os mais frágeis pretextos.

O Instituto Lula reafirma que Lula jamais ocultou patrimônio ou recebeu vantagem indevida, antes, durante ou depois de governar o País. Jamais se envolveu direta ou indiretamente em qualquer ilegalidade, sejam as investigadas no âmbito da Lava Jato, sejam quaisquer outras.

A violência praticada nesta manhã ?" injusta, injustificável, arbitrária e ilegal ?" será repudiada por todos os democratas, por todos os que têm fé nas instituições e do estado de direito, no Brasil e ao redor do mundo, pois Lula é uma personalidade internacional que dignifica o País, símbolo da paz, do combate à fome e da inclusão social.

É uma violência contra a cidadania e contra o povo brasileiro, que reconhece em Lula o líder que uniu o Brasil e promoveu a maior ascensão social de nossa história.
Herculano
04/03/2016 10:36
PRESO POLÍTICO?

O PT está dizendo agora que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva é agora um preso político.

Ué! Mas, não é o PT, partido de Lula, que ele fundou, que é governo com os comparsas PMDB, PP, PSD, PDT, PCdoB, PT, PR, PRB e outros?
Herculano
04/03/2016 10:31
DELCÍDIO NADA DISSE QUE O GOVERNO NÃO SOUBESSE, por Cláudio Humberto na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

A comoção provocada pela "bomba" da revista IstoÉ emudeceu os principais líderes do PT, ontem, por uma simples razão: todos sabem que o senador Delcídio do Amaral (PT-MS) não mentiu. Parlamentares e jornalistas que cobrem o Congresso conhecem quase todas as histórias contadas pelo senador. Histórias que apenas aguardavam que as assumisse alguém com a confiabilidade de um Líder do Governo.

Espalhafato

As revelações de Delcídio provocaram reação espalhafatosa de Dilma, que gritou e até chorou, em reunião com ministros mais íntimos.

Fim da linha

O desespero de Dilma passou a impressão a Jaques Wagner e José Eduardo Cardozo e assessores que seu governo chegara ao fim.

Desespero

Do tipo "boa vida", Jaques Wagner foi o mais afetado pela reação de Dilma. Apareceu descabelado diante de repórteres atacando Delcídio.

Delação autêntica

O pânico voltou a se estabelecer no Planalto no final da tarde, quando fontes do Ministério Público confirmaram a autenticidade da delação.

PT agora estuda até mesmo mudar de nome

A situação do PT se deteriorou tanto que um grupo de filiados, entre os quais o ex-governador gaúcho Tarso Genro e o senador Lindbergh Fatias (RJ), articula a "refundação" do partido, retomando suas origens, situando-se mais à esquerda e longe das alianças com partidos como PMDB, PP, PR e PTB. Eles continuam manipulando os fatos: atribuem a essa "má companhia" ladroagens como a do mensalão e do petrolão.

Simpatia é quase amor

O líder do governo no Senado, Humberto Costa (PT-PE), que evitou comentar a delação de Delcídio, é simpático à "reestruturação do PT".

Plano já existia

Humberto Costa considera que o movimento para "refundar" o PT, ainda secreto, é anterior à delação de Delcídio.

Terra arrasada

Na Câmara, a oposição definiu o episódio como o fim do PT. "O PT acabou", garante o deputado Jerônimo Goergen (PP-RS).

Boa notícia no comércio

O Senado aprovou a adesão do Brasil ao Acordo de Facilitação de Comércio, da Organização Mundial do Comércio (OMC), cujo diretor-geral é o brasileiro Roberto Azevêdo. A desburocratização reduzirá custos em até 13% e vai gerar US$1 trilhão em negócios no mundo.

Prisão de gente grande

O procurador-geral Rodrigo Janot trancou-se ontem, durante horas, com os principais assessores, que foram orientados a deixar celulares em casa. Sinal de que gente graúda pode estar prestes a ser presa.

Sobrou pra Cardozo

Sites simpáticos ao PT tentam desqualificar a repórter da revista IstoÉ, insinuando relações com o ministro José Eduardo Cardozo, e o suposto interesse dele em vazar a delação de Delcídio, para se "vingar" de Lula.

Espelho meu

Leitores desta coluna sabem desde 8 de dezembro que Delcídio do Amaral negociava delação com o Ministério Público Federal. Souberam também em primeira mão que ele só foi solto após oficializar a oferta.

Cadê os defensores?

Petistas correram da imprensa como o diabo da cruz, ontem. À aproximação de um repórter desta coluna, a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), por exemplo, saiu em disparada. Mas acabou falando. Só ela e o deputado Henrique Fontana (PT-RS). Os demais escafederam.

Famiglia Lula

O termo "consigliere", usado por Delcídio para definir o papel do fazendeiro José Carlos Bumlai junto a Lula, refere-se ao principal consultor do "capo di tutti capi" (o chefe dos chefes) da máfia.

Vai esperar sentado

O presidente da OAB faz uma aposta que sabe perdida. Ele prometeu pedir acesso ao STF à delação de Delcídio e à Lava Jato para só então se posicionar sobre o impeachment. Cláudio Lamachia deveria saber que o ministro relator Teori Zavascki tem negado isso reiteradamente.

Ex-senador na certa

O acordo de delação pelo qual colocou Dilma e Lula na cena do crime selou a sorte de Delcídio Amaral. Os governistas agora devem acelerar o processo de cassação do seu mandato, no conselho de ética.

Bombou na internet

Bombou na internet, ontem: matar uma criança é infanticídio; matar pessoas, homicídio; a si próprio, suicídio. Matar um governo: Delcídio.
ACACIO J BUZZI
04/03/2016 09:56
HOJE O PT CHEGOU NO FUNDO DO POÇO O CHEFÃO O INOCENTE QUE SE DIZ CAIU É MUITO MENTIROSO UM EX PRESIDENTE É UMA VERGONHA.
vlad
04/03/2016 09:25
Resumindo. Lula agora poderá ser preso por causa da delação de Delcídio do Amaral. ?"timo! Dilma ficou descontrolada ao saber da delação de Delídio e se reuniu ontem com seus ministros para definir uma estratégia de reação. Ficou acertado que vão desqualificar o Delcídio e atacar a Lava Jato. Como são criativos! José Eduardo Cardoso já disse que Delcídio não é de confiança. Ué, então o pt colocou como seu líder no senado uma pessoa que não era confiável? Enquanto rola toda essa sujeirada fedida a economia do país em 2015 encolheu 3,8%, o pior resultado em 25 anos. Vem prá rua dia 13.
Emanuel
04/03/2016 08:51
Bom dia Povo Gasparense.
Herculano, ontem um amigo leigo em política me perguntou, por que a oposição não consegue tirar uma presidenta com tantos indícios de corrupção contra o seu governo. Já se passaram 1 ano e 3 meses e nada ainda. Pode me corrigir se coloquei algo de errado pra ele. Respondi a ele que só vai acontecer algo se a PF e a Justiça punirem, porque se depender exclusivamente da oposição para desmascarar o que acontece vai tudo para o mesmo buraco, ou seja, infelizmente nosso sistema está falido, não tem partido a nível nacional que não se corrompe com apoio duvidoso para chegar ao poder. Salvo uma ou outra pessoa. Triste realidade.

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