04/03/2016
DALSOCHIO CONDENADO I
Lembram-se da perseguição por palavras e dúvidas processuais que os próceres do PT de Gaspar moveram contra a juíza Ana Paula Amaro da Silveira? Ela atuou por 11 anos (2001 a 2012) na Primeira Vara, a que também cuidava dos assuntos da Infância e Adolescência. E por seu trabalho eficiente, a juíza Ana Paula se tornou referência neste assunto no Brasil. E por outro lado e por receber autos instruídos por inquéritos, provas, fatos, julgados e doutrina, além da convicção, teve que decidir por ofício contra os políticos no poder de plantão, inclusive quando esteve à frente da Justiça Eleitoral. Prá que! Virou alvo. Mas, covardemente. Só depois dela ter ido a Florianópolis numa promoção. A história é amplamente conhecida dos gasparenses e já tomou várias vezes, suficiente espaço aqui, razão também da ira permanente – de vingança e perseguição – do poder instalado.
DALSOCHIO CONDENADO II
A Rede Globo – alimentada na pauta - fez uma reportagem no programa Fantástico. Tudo para promover sob o manto de um suposto jornalismo investigativo, uma novela de baixa audiência. Da tribuna da Câmara, onde dizem estar imunes e a sentença mostrou que houve excesso desta prerrogativa constitucional -, os políticos do PT tripudiaram sobre os feitos da juíza. E foram pontuais: naquilo em que ela era a referência nacional. A juíza foi à Justiça buscar reparos.
DALSOCHIO CONENADO III
E saiu há pouco – e não ganhou divulgação - a sentença de mais um réu arrolado pela juíza: é a do vereador Antônio Carlos Dalsochio, cunhado do prefeito Pedro Celso Zuchi, ambos do PT. O primeiro condenado por idêntico crime foi o presidente do PT, o vereador e líder do governo, José Amarildo Rampelotti. Foi em meados de setembro do ano passado (pode ser revisitado na coluna de 22.09). E há mais processos na fila a espera de sentença, inclusive da secretária de Desenvolvimento Social, Maristela Cizeski. Mari Zuchi e Andrei Gislei Hostins, que transitaram este assunto nas redes sociais – inclusive expondo menores - no apoio aos políticos. Eles também se tornaram réus e aguardam a decisão da Jurisdição. Da sentença de Dalsochio cabe recurso às instâncias superiores.
DALSOCHIO CONDENADO IV
Este é o teor da sentença da juíza Graziela Shizuiho Alchini: “ante o exposto, julgo procedente a queixa-crime [crimes contra a honra – difamação e calunia -] para, em consequência, condenar o querelado Antônio Carlos Dalsochio, já qualificado, à pena privativa de liberdade de 1 ano, 7 meses e 12 dias de detenção, em regime inicial aberto, e ao pagamento de 52 dias-multa, no valor unitário equivalente a 1/15 do salário mínimo vigente à época dos fatos, devidamente corrigido, a qual Substituo por duas penas restritivas de direitos, na forma de prestação de serviços gratuitos à comunidade, cujas tarefas serão atribuídas na fase de execução da pena, devendo ser cumprida à razão de uma hora de tarefa por dia de condenação, de acordo com as aptidões do condenado e outra prestação pecuniária de 20 salários mínimos em favor das instituições de acolhimento de crianças e adolescentes da Comarca de Gaspar (Cegapam)”.
DALSOCHIO CONDENADO V
Em 52 páginas, a juíza Graziela descreveu com riqueza de detalhes, a forma como se usou um fato para agredir a honra da juíza Ana Paula, bem como colocar dúvidas sobre a instituição Judiciário, a quem o condenado, no discurso acusou de corporativismo para proteger a juíza, mas no depoimento no Fórum não soube apontar onde e como isto se deu. No mesmo sentido, o tribuno Dalsochio que queria espetáculo com CPIs aqui e na Assembleia sobre este assunto para dar notoriedade e sustentar a pauta do Fantástico, não soube apontar em seu depoimento em juízo, um só caso ou especificar a “grande quantidade de crianças que desapareceram ou foram arrancadas de seus pais na Comarca pela juíza para serem doadas pelo mundo afora”, como pontuar. Tangenciando, para se livrar da responsabilidade e da pena, preferiu culpar a reportagem, feita em 2013 em favor da novela global “Salve Jorge” que tratava deste tema. Ela iniciou no sertão da Bahia e foi alimentada na pauta fajuta por Gaspar, para os interesses de vingança do poder político. Acorda, Gaspar!
TRAPICHE
Qual a diferença do PT, uma franquia nacional de um partido que vive afrontado as leis e à cidadania para se manter no poder a qualquer custo? Nenhuma.
O PMDB de Gaspar por intermédio da sua bancada na Câmara está questionando o prefeito Pedro Celso Zuchi, PT, a razão pela qual ele mantém em cargo de confiança, o ex-secretário e hoje superintendente de Agricultura, o ex-vereador Afonso Bernardo Hostert, PRB.
Afonso foi condenado em segunda instância no caso da compra de votos. E pelas leis vigentes, ele não poderia ser um servidor público. Mas, como o PT o protege... Vira e mexe, o PT e Pedro Celso Zuchi reclamam do Ministério Público. Mas, o MP só age porque o PT e a administração petista enfrentam à sociedade, as leis, à ética e à realidade. Parece proposital nesta arrogância.
Tranca I. Enquanto o PMDB e PP minam o PSDB para serem os únicos adversários coligados contra o PT, o PT desfere socos na boca do estômago de ambos. O que apareceu na Câmara nesta semana e todos em providencial silêncio? Projeto de Lei 04/2016. Ele denomina de prefeito Bernardo Leonardo Spengler [falecido e era do PMDB] a nova sede do Samae. Neste caso, PT e PMDB se identificaram. O PMDB vai votar contra?
Tranca II. Quer mais? O PT para minar o PP vai até trocar o nome de um bairro inteiro, o Belchior. Está criando o Distrito Prefeito Tarcísio Deschamps (1983/88 ex- PDS origem do PP). O PP de Luiz Carlos Spengler Filho (o de José Hilário José Melato não tem problemas com esta votação em favor do PT), vai votar contra? O que pensa o povo do Belchior sobre o Projeto de Lei 05/2016?
Tranca III. Só para relembrar. A Ponte do Vale nem tem perspectivas para ficar pronta. O PT vetou qualquer nome que não fosse o dele. O ex-prefeito Dorval Rodolfo Pamplona (1956/1961, da ex-UDN), levou. Então...
O presidente do PSD de Gaspar, o vereador Marcelo de Souza Brick, está em plena campanha. Percorre gabinetes tucanos daqui, Blumenau e Brasília. Quer o PSDB desistindo da candidatura própria. Quer apoio e apoio para ele.
A pergunta que os tucanos fazem: Brick está a serviço de quem? Do PMDB-PP, do PT?
O presidente do PSDB de Santa Catarina, deputado Marcos Vieira, esteve aqui na terça-feira à noite. Falou para o diretório e disse que a candidatura de Andreia Symone Zimmermann Nagel a prefeito, não terá volta.
Marcos Wanroswky (ex-vereador, secretário e médico), de Blumenau, também esteve neste encontro. Ele contou como aconteceu a vitória de Napoleão Bernardes.
O deputado Jean Jackson Kuhlmann, PSD, então candidato – vai ser de novo – e padrinho do PSD daqui e de Marcelo Brick, botou banca: disse que o PSD tinha dinheiro e o apoio incondicional do governador Raimundo Colombo.
Ao que os tucanos de lá teriam respondido: fiquem com o dinheiro e o apoio do governador, que nós ficaremos com as ideias. Napoleão venceu com ideias. “Vocês não devem abrir mão das ideias”, incentivou Wanroswky aos tucanos daqui, para não desistirem da vontade de serem cabeça de chapa na eleição deste ano.
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