30/10/2017
Amanhã é o Dia das Bruxas. E elas estão soltas. Os servidores públicos de Gaspar prometem fazer um dia de paralisação antecipando e esticando o feriadão dos barnabés que passa pelo Dia de Todos os Santos, o de Finados e o enforcamento da sexta-feira, porque ninguém é de ferro na espera de Sábado e Domingo.
Estão certos no protesto, mas não no feriadão. Ele penaliza exatamente quem lhes paga, a quem os servidores servem (nas creches, escolas, postos de saúde, no atendimento em geral).
Os trabalhadores e os desempregados não possuem os benefícios que os servidores querem criar, preservar e ampliar para si próprios, mandando, mais uma vez, a pesada conta dos privilégios para todos os gasparenses. Tudo com o aval dos políticos de ocasião, eleitos ou não por nós. Esses políticos também vivem dos pesados impostos do povo que perde emprego a qualquer crise econômica, criada pelos políticos. O trabalhador na iniciativa privada não possui a estabilidade dos servidores no emprego e pagos pelo povo sofrido.
O poder político de plantão no poder de Gaspar, promete resistir aos servidores. Também está certo se tiver capacidade. Entretanto, os dois erram porque um está mentindo e jogando; outro, porque é inábil, autoritário e igualmente, joga.
O prefeito de fato, o secretário Carlos Roberto Pereira, da Fazenda e Gestão Administrativa, presidente do PMDB, advogado e coordenador da campanha do prefeito eleito de verdade Kleber Edson Wan Dall, PMDB, escreveu na sua rede social, mas apagou minutos depois num sinal claro de dúvida do que ele próprio prega à si próprio: “ser gestor público implica em ter coragem”.
E eu na coluna de sexta-feira desagradei e agradei a todos, dependendo do trecho da coluna e do lado de um dos contendores leitores. Eu não escrevo para agradar, muito menos para desagradar, mas para explicitar um ponto de vista e que necessariamente não precisa o melhor de todos. Não sou servidor, não sou político, não sou gestor público: sou pagador de pesados impostos, o que possui mais direitos de todos.
Naquela coluna, feita especialmente para a edição impressa do jornal Cruzeiro do Vale, o mais antigo e de maior circulação em Gaspar e Ilhota, completei ao “desafio” do doutor Pereira: é verdade [sobre a coragem], mas essa postura é exceção [entre os políticos e gestores públicos não só daqui, é claro]. Antes da coragem, é preciso inteligência, capacidade de negociação, articulação e plano B (pensado para ceder, mudar e até perder). Ninguém vai à uma guerra apenas com a coragem.
Eu por exemplo, tenho verdadeiro pavor dos corajosos. Nesta minha vida vi tantos se espatifarem no primeiro obstáculo, pois só tinham mesmo era a coragem (cega, juvenil ou dos idiotas). A maioria caminhou para o cadafalso sem saber que já estava no patíbulo. Agoniante foi assistir esse tipo involuntário de suicídio, apesar de todas as evidências e advertências.
Repito pela primeira vez: os servidores estão no papel deles. Eu, no lugar deles, faria o mesmo. Todos temos que lutar por aquilo que acreditamos.
Entretanto, devemos enxergar antes o patíbulo. Por isso, recomendaria mais inteligência, estratégia, assertividade e transparência aos que os lideram, interlocutores e principalmente aos incendiadores.
OS TEMPOS SÃO OUTROS
O que os servidores não perceberam ainda é que os tempos estão mudando; são outros. O fenômeno Bolsonaro não é gratuito. É uma mensagem já claramente decifrada. Há exaustão ponderável da sociedade que admite até radicalismos para livrá-la das sucessivas sacanagens, tapeações e da conta que cai sempre no mesmo bolso. Há mais consciência da sociedade sobre o papel dos servidores, da qual eles não podem ser uma ilha de exceções nos privilégios e benefícios, nas quais, o restante da sociedade e que banca tudo isso, não possui acesso ou direito igualitários aos mesmos benefícios. Pior: não dá mais conta de suportá-los.
É preciso se preparar e antecipar os novos tempos O que não funciona, parece-me, é o Sindicato no modelo que já se ultrapassou e no caso específico de Gaspar, que vem falhando sucessivamente. E não é de hoje. É de há muito. O sindicalismo continua na era do megafone, da máquina de escrever e do mimeógrafo. Já estamos na era das redes sociais, da fake news, do contraditório instantâneo, do pós-verdade... Há meio século de lapso temporal e novos procedimentos. E tem gente no sindicalismo (e no poder político de plantão) que não percebeu isso ainda. Meu Deus!
Repito pela segunda vez: o governo de Kleber, do vice Luiz Carlos Spengler Filho, servidor municipal, e do doutor Pereira, também está certo. Eu faria o mesmo, se acreditasse que esta seria a solução. Falta-lhe, todavia, capacidade de gestão, escolha das prioridades, inteligência, estratégia, assertividade, transparência e principalmente comunicação e que é sob todos os aspectos, desastrosa. Há autoritarismo expresso. O parágrafo anterior também se repete aqui.
Vamos por partes, como diria Jack, O Estripador.
O Sindicato e as lideranças dos servidores dizem que fizeram um acordo com o prefeito Kleber: se a folha não chegasse a 48% do Orçamento municipal, em outubro, o “auxílio alimentação” seria reajustado pela inflação do período como foram os vencimentos no primeiro embate do ano. Muito bem! Onde está escrito isso? Foi apalavrado? Fio-do-bigode? Ai, ai, ai. O Sindicato é ingênuo ou não aprendeu com a pernada que o PT de José Amarildo Rampelotti e Pedro Celso Zuchi quase deu em Jovino Masson, ex-presidente, no ano passado e em outros outonos?
O ACORDO ESCRITO
O que está escrito bem no primeiro parágrafo do acordo e de pendências da negociação para todos lerem e ser ele cobrado? “Não haverá concessão de reajuste inflacionário no valor do auxílio-alimentação conforme propositura do Sindicato. Todavia, a Administração Municipal e o Sintraspug voltarão a negociar o item em outubro de 2017, para avaliar a possibilidade de atendimento ao pleito, considerando a situação das contas públicas no período”.
E a prefeitura está cumprindo a sua palavra: voltou a negociar como prometeu. O resto é chantagem, mentira e jogo. Então negociem!
O que quer dizer esse primeiro parágrafo? Que o Sintraspug caiu na própria armadilha. Não colocou formalmente nenhum parâmetro – que disse ter acertado - para cobrar nessa negociação que fez. Mente para si e os seus? A prefeitura está com a faca e o queijo na mão: ela pode considerar tudo sobre a situação das contas públicas. Inclusive que não tem nenhuma condição de alterar o valor. Onde está mesmo escrito que a métrica é de 48% no acordo de pendências com o Sintraspug assinou no dia 20 de abril? Vale o que está escrito!
A verdade é uma só. Ela passa bem longe dessa métrica! O que está em jogo na disputa e na greve de amanhã não é o reajuste merreca que não está pactuado e nem há obrigação formal em revê-lo. Cortina de fumaça! E a imprensa caiu nos jogos de morte dos dois lados.
Na verdade, o Sindicato mobiliza os seus para a preservação de um “auxílio alimentação” na forma como ele está e fora da lei, pois na lei não se expressa que tem que ser assim como se faz hoje e se quer perpetuar. A própria presidente do Sintraspug, Lucimara Rosanski Silva, admite que não há essa exigência expressa na Lei em vigor, mas um pressuposto direito adquirido. E por que? Porque foi aplicado erroneamente todos esses anos e ninguém contestou como se está contestando agora.
Nesse modelo, os R$400 mensais – um dos mais altos em Santa Catarina - de “auxilio alimentação” são salários disfarçados. Cria-se mais despesas para os pagadores de pesados impostos e gera-se direitos na aposentadoria para o servidor, além do seu vencimento nominal, aquele que está na tabela oficial de cargos e salários.
Kleber, Luiz Carlos e o doutor Pereira querem substituir essa anomalia por tickets refeição, interrompendo algo errado que vem desde 1994 e que passou pelos olhos tampados das administrações de Luiz Fernando Poli, PFL (que criou a lei em 1994); Bernardo Leonardo Spengler, PMDB; Andreone Cordeiro dos Santos, PTB; três de Pedro Celso Zuchi, PT; e a de Adilson Luiz Schmitt, PMDB. Estes são os verdadeiros culpados. Deixaram a coisa solta. Era mais conveniente. O povo paga a conta da inércia ou omissão.
Resumindo: o embate é unicamente jurídico e longo. O Sindicato e os servidores apenas querem evita-lo provocando à exposição e o desgaste políticos dos que estão no poder de plantão.
QUEM ESTÁ CERTO?
E é no embate jurídico que o Sindicato devia desde logo estar centrando as suas forças se não quiser passar desde já o recibo de perdedor. Greve não vai mudar a decisão do judiciário. Qualquer tipo de paralisação só prejudica a população. É ela quem paga os servidores, exatamente porque precisa deles para servir-se deles.
Então, qual é a razão de fazer barulho e paralisações? Encurralar, provocar desgastes, chantagear e assim encurtar o caminho da discussão jurídica? Por que? O Sindicato está com medo da decisão judicial não lhe favorecer? Como escrevi acima: falta inteligência, estratégia, assertividade e transparência a favor dos seus associados, razão da existência do Sindicato.
Os tempos são outros. A sociedade está cansada - e cada vez mais esclarecida - dos privilégios que paga para uma casta, mas não tem o mesmo direito nas leis e na relações trabalhistas para si.
Só a lei mudada na Câmara, ou a Justiça reconhecendo o tal direito adquirido, poderão dar à segurança aos servidores naquilo que já usufruem à margem da Lei e querem transformá-la em algo perene.
Ou o Sintraspug está dando razão desde agora ao doutor Pereira naquilo que escreveu, apagou e não assumiu? “Não são mentiras e movimentos políticos da oposição que irão nos fazer parar. Gaspar e o Brasil não aceitam mais regalias e privilégios no setor público. Gaspar vivia no atraso. Chegou a hora da mudança”.
É verdade? Kleber, Luiz Carlos e o doutor Pereira pedem dos outros a queda de privilégios. Incoerentemente, todavia, eles criam e concedem privilégios assemelhados para os seus. Criaram (PMDB, PP, PSC e PSDB) regalias aos seus correligionários, apadrinhados e até familiares, onerando a folha de pagamento em mais outros R$600 mil por ano para comissionados e cargos gratificados na recente Reforma Administrativa.
Então é falsa, mentirosa ou hipócrita à argumentação da economia para o Orçamento. Continua de pé apenas à suposta legalidade, que está corroída pela tese do direito adquirido. Falta então a Kleber, Luiz Carlos e ao doutor Pereira, coerência. E ela é à base de uma estratégia organizada e o sucesso de uma suposta coragem, anunciada pelo doutor Pereira.
Estranhamente não teve nenhuma greve contra esse aumento da folha. Nada foi organizado pelo Sindicato e a sociedade pagadora de pesados impostos. A polêmica matéria na Câmara, inclusive, teve votos da dita oposição (PSD e PT), a mesma oposição que agora infla o movimento dos servidores pela aplicação irregular de um benefício, mais benéfico do que a própria Lei. Oportunismo. Tudo para aparecer o que não é.
Voltando para encerrar.
O governo de Kleber, Luiz Carlos e o doutor Pereira acerta na ideia. Erra na determinação e execução.
E tudo começa na comunicação falha, torta e mentirosa (bem diferente da propaganda intencional), isso sem falar nas influências familiares, vinganças e até a mistura de seita religiosa. Está à espera de milagres. E vai precisar.
Está certo Kleber, Luiz Carlos e o doutor Pereira, quando se preocupam com o inchamento da folha. Ela saltou 66,3% em cinco anos da administração petista de Zuchi. E esse inchamento não foi com reajustes ou benefícios para os servidores. O PT e Zuchi sempre tosquearam os servidores e o Sintraspug. Este crescimento assustador está no aumento real de servidores efetivos e comissionados na máquina da prefeitura. A folha da administração petista saltou de R$48,8 milhões em 2011 para R$81,2 milhões em 2016. Meu Deus!
Mas até isso soa falso.
Primeiro. Isso só aconteceu exatamente por falta de fiscalização, ou ação, do PMDB de Keber e do doutor Pereira, bem como do PP de Luiz Carlos e especialmente, de José Hilário Melato, que comandou a Câmara para o PT. E a razão disso? Kleber, o PMDB, PP e PSC estavam em campanha pelo poder e não queriam espantar os votos dos servidores, não queriam se posicionar, não queriam polêmica como fazem agora. Ou seja, mentiam, enganavam... E onde estava o Sindicato neste jogo? Assistindo!
Segundo. Kleber, Luiz Carlos e o doutor Pereira sabem que se não controlarem esse ralo do dinheiro público, o Tribunal de Contas o fará e os gestores serão penalizados. Então, praticamente estão obrigados a enfrentarem às regalias por causa das circunstâncias e não exatamente por causa de um projeto de governo.
Mais do que isso. Se não colocarem as contas sob controle, vai lhes faltar dinheiro para fazer o que projetam, entre elas a de tirar a saúde do caos onde está metida pelo PT e aceita pelo PMDB, PP e PSC; criarem mais vagas em creches; suportar as crescentes demandas sociais e os investimentos que darão visibilidade ao governo que vagueia à procura de um rumo e uma possível reeleição. Ou seja, o que lhes fazem preocupar de fato é a Lei de Responsabilidade Fiscal, a mudança de imagem e a construção de um projeto de reeleição. E não o senso de responsabilidade da gestão tão decantado pelo doutor Pereira.
Os pagadores de pesados impostos de Gaspar não pagam apenas os R$400 por mês para os quase dois mil servidores. No sistema atual de “auxilio alimentação” disfarçado de salário, pagam entre tantas outras coisas, quase R$1,2 milhão por ano a mais só de INSS patronal, isto sem contar outros reflexos e o impacto futuro no caso dos acréscimos na aposentadoria. Afinal uma folha de pagamentos é feita de servidores ativos e inativos. E esta cresce a toda hora.
Então, bom feriadão, mas se o Sintraspug quiser resolver de verdade esta questão, sem prejudicar a população, judicialize esse tema do “auxilio alimentação” ainda hoje, desarme a barraca na praça e as arme com o seu jurídico na Justiça do Trabalho e na Comum. E lá vá até às últimas consequências. Na jurisdição, se ganharem, receberão, no futuro, como já aconteceu, os atrasados e mais do que pedem hoje.
A prefeitura não tem a verdade, mas tem a obrigação de procurá-la. O sindicato e os servidores também. Ou estão com medo da Justiça? Acorda, Gaspar!
Neste final de semana, a jornalista Andreza Matais, que assina a coluna Estadão, no jornal O Estado de S. Paulo, fez um favor aos catarinenses: mostrou o jogo duplo do deputado Federal, Mauro Mariani, PMDB, gasparense honorário, presidente do partido em Santa Catarina e pré-candidato ao governo do estado.
Escreveu ela: “o governo decidiu demitir o diretor de gestão interna da Embratur, Tufi Michreff Neto. Ele foi indicado para a vaga pelo deputado federal Mauro Mariani (PMDB-SC), que será retaliado por ter votado pela abertura de processo contra o presidente Michel Temer no Supremo com base na segunda denúncia apresentada pela PGR. O deputado também irá perder cargos no Estado”.
Mauro Mariani votou contra o prosseguimento da primeira denúncia contra o presidente Michel Temer, feita pelo Procuradoria Geral da República e pedida pelo Supremo Tribunal Federal à Câmara. Mas, desta vez, Mauro Mariani, esperto, resolveu vestir a sua pele de cordeiro para ludibriar o eleitorado analfabeto, ignorante e desinformado. Espertamente, resolveu votar a favor de tornar Temer investigado e se apurar tudo aquilo que se acusa, incluindo dois ministros de Temer: Moreira Franco e Eliseu Padilha.
E qual a razão dessa súbita mudança de Mauro Mariani?
É que Mauro é candidato a governador no ano que vem e não ficaria bem, perante o eleitorado esclarecido, bem como daria sopa ao azar oferecendo discursos aos possíveis adversários desta corrida, o voto para livrar Temer das investigações.
Bobagem. Hoje, com as redes sociais a pleno vapor, tudo se esclarece mais fácil. Pior do que falsear no voto a favor de se apurar as denúncias contra Temer, são as companhias de Mauro Mariani na pré-campanha por aqui. Elas dizem tudo quem é Mauro e como será o seu governo, se eleito.
Entre as companhias, está a do ex-governador Paulo Afonso Evangelista Vieira, o pior de todos do PMDB na gestão estadual. Ele colocou Santa Catarina no prego com as demandas que estão na Justiça e em fase final de sentença nos graus de recursos. Os catarinenses poderão pagar caro as ideias e lambanças com o próprio bolso. Os servidores sentirão na pele.
E porque Temer, Moreira e Padilha (que conhece Mauro como ninguém) resolveram enfrentar Mauro Mariani? Primeiro porque Mauro usufruiu como um dos próximos ao Planalto enquanto pode. Segundo, porque traiu à confiança. Terceiro, porque ele é representativo no PMDB e Temer precisava sinalizar aos outros que traição tem um preço para não virar mais do que já está, a casa da Mãe Joana. Quarto, porque o Planalto e Temer não podem contar com o voto de Mauro para as reformas que Temer e o PMDB querem fazer, as quais podem melhorar ou mudar o país. Mauro sinalizou que prefere a demagogia na busca de votos e poder. E ele está em busca de votos e poder.
Mariani está em campanha e precisa de discursos fáceis, demagógicos, de gente vestida com pele de cordeiro. Ou seja, para o Planalto, Mariani é um caso perdido nas votações que ele precisa.
Perdido estamos nós os pagadores de pesados impostos com este tipo de jogo e dissimulação de um candidato a governador.
Qual é a prioridade? O prefeito Kleber Edson Wan Dall, PMDB, acaba de doar armas à Polícia Militar (foto), que é do Estado. É para ela estar mais segura na atuação em Gaspar (?). Ele foi até o stand do Caça e Tiro Blumenauense onde a PM testou-as e lá Kleber fez um vídeo para exibir na rede social. Já a Saúde pública, obrigação municipal nos postinhos e na policlínica, está um caos. O governo de Raimundo Colombo, PSD, que ganha armas de Gaspar para a sua PM, foge dos compromissos e piora a Saúde dos daqui. Ele não comparece ao que deve no Hospital. Então...
Favas contadas? Já está na praça a licitação para a contratação de empresa especializada na prestação de serviço de administração, gerenciamento, emissão, distribuição e fornecimento de cartões de vale refeição ou alimentação, para a prefeitura de Gaspar. Será na quinta-feira da semana que vem, dia nove.
Gozador? O prefeito Kleber Edson Wan Dall, PMDB, em plena crise conflagrada com os servidores municipais, no sábado, Dia do Servidor Público, fez circular uma propaganda de elogios aos servidores. Impressionante a insensibilidade para o momento.
Ufa! Os vereadores de Gaspar criaram coragem e vergonha de si próprios. Tomaram a melhor decisão. Limitaram a duas por ano, ao invés de duas por mês, as moções honrosas. Tinha sido banalizado este instituto. Como estava, depunha contra os próprios vereadores e principalmente os agraciados. Não tinham mais a quem indicar nesse tipo de “homenagem” caça votos. Até donos de cavalos castrados entraram na lista.
O que aconteceu com a Havan que se instalaria até o final do ano em Gaspar? Inaugura-se por todos os vizinhos. Daqui a pouco, a unidade de Gaspar vai se tornar dispensável.
Virou e mexeu, o Hospital de Gaspar – que ninguém sabe a quem pertence, mas se sabe quem lucra com isso – sob intervenção da prefeitura e um ralo sem fim do dinheiro público escasso, tornou-se um velho Centro de Saúde, que o PT mandou um dia desabar. Agora, o Hospital possui um ambulatório, separado do pronto-socorro, para fazer o que deveria fazer os postinhos nos bairros e a policlínica ali no Sete pelos pobres, doentes e sem rumo.
Ou seja, a prefeitura, a secretaria de saúde, e os que mandam nela sem serem secretário e funcionários, ao invés melhorarem o atendimento público de saúde nos bairros, colocando estrutura lá, os postinhos viraram marcadores de luxo para consulta para o ambulatório do Hospital. É para concentrar as filas num mesmo lugar e sacrificar ainda mais a população nas suas andanças pelo Centro, gastar com ônibus, táxi e sola de sapato, à procura de cura. Sofrimento.
A comunicação do governo de Kleber Edson Wan Dall, PMDB, é falha. Ela não é estratégica. É fazedora de press release. É reativa. Ela é mandada e faz o que gente que não entende do riscado, palpita e pensa que é o certo. E assim, erra mais ainda. Acorda, Gaspar!
Sempre escrevi aqui que o prefeito Kleber Edson Wan Dall, PMDB, e seus iluminados, tiveram uma “ideia brilhante”: para as mais de 800 crianças na fila das creches e herdadas do governo do PT de Pedro Celso Zuchi, sem construir uma única creche, sem comprar vagas nas particulares como prometeu, e ainda com políticos de bons salários ocupando as vagas em tempo integral dos desempregados e trabalhadoras de salário mínimo, magicamente eles iriam cortar a ida das crianças para meio período e assim dar oportunidade a mais gente (por meio período).
Fui desmentido, como sempre. Fui apedrejado, como o normal e na própria mídia amiga do poder ou agarrada aos níqueis dele. Amaldiçoado pelos discursos dos políticos vassalos e que ajudam destruir o próprio poder que usufruem.
Como o Ministério Público se interessou pelo assunto, admitiram então que tiveram essa “ideia brilhante”. E abortaram-na parcialmente. Lavaram a minha alma, mais uma vez. Agora, quem está na creche em período integral, garantem, não perderá esse direito. Foi adquirido. É preciso conferir então.
Mas, quem se candidatar à uma nova vaga, poderá, ainda, se tiver padrinho político, ou com influência no poder de plantão, ou alguém com análise criteriosa, ganhará o tal sonhado período integral e que não está obrigado o município a dar pela lei, diga-se de passagem.
Resumindo. Desmentiram, mas finalmente admitiram o meio-período para as creches. Pegos descalços, agora enrolam nas regras pouco claras, de interpretação pessoal, para criar privilégios para poucos. Falta o MP se interessar mais ainda pelo assunto tão delicado.
Pior mesmo é ouvir os vereadores da base defendendo o indefensável. “Muita gente me pede meio-período”, justifica o líder do PMDB, Evandro Carlos Andrietti. Ele inclusive acha que o aumento da demanda é muito bom, pois segundo ele, mostra que tem gente nascendo em Gaspar. Ai, ai, ai. Que tal os políticos darem o exemplo e abdicarem das vagas dos seus pimpolhos para os dos seus eleitores-trabalhadores que estão na fila?
E a coisa vai piorar. Um levantamento mostrou que a demanda que era de 800 vagas, agora é de 1.026. E em 2018 vão abrir apenas dois CDIs para algo em torno de cem vagas, se tudo der certo.
Resumindo: em 2019, o déficit será bem pior. Não serão 1.026, mas no mínimo 1.300 mesmo com a inauguração dos dois CDIs projetados para 2018. Ou seja, o número é cada vez pior e assusta. E se não resolvido, será tema de campanha, como foi para Kleber que dizia ter a solução e um dos quatro anos de governo já se vai e nada.
E este déficit não será apenas de filhos nascidos em Gaspar (como quer Andrietti no discurso para transferir a culpa fácil, apesar de não mostrar estatística alguma nesse sentido), mas da migração.
Gaspar uma cidade dormitório de Blumenau e até mesmo de Brusque e Itajaí. Com a retomada da economia, maior empregabilidade por aqui e na vizinhança, atração de novos empreendimentos, o déficit nas creches e até na primeira fase do ensino se ampliará. Mais: tudo nessa área assistencial, educacional e de saúde pública vai piorar.
E muito desse improviso é causado pela secretaria de Assistência Social. Ela está precarizada, nas mãos de Ernesto Hostin, que a única qualificação é ser ex-assessor parlamentar e amigo do prefeito.
Não há projetos, processos e ações para uma antecipação ou mitigação mais severa do problema. Não há um trabalho conjunto com outras áreas para a prevenção dos problemas e suas consequências. Trabalha-se no varejo, na esmola, e não nas estratégia e prevenção. Acorda, Gaspar!
Samae inundado I. Não tem jeito. No sábado, Gaspar ficou sem água das 11h até às 19h nos pontos mais altos dos bairros. E a imprensa muda. As bombas de recalque e pressão foram desligadas devido ao baixo nível do reservatório do Centro. Mas, isso é consequência.
Same inundado II. O verdadeiro problema é o cabide de emprego – que substitui os profissionais com conhecimento no assunto e da rede, por gente descompromissada - em que foi transformado a autarquia depois que o mais longevo dos vereadores, José Hilário Melato, PP, tornou-se presidente do Samae na administração de Kleber Edson Wan Dall, PMDB.
Samae inundado III. Resumindo: acertos de políticos no poder, com discursos falsos para atendimento ao povo.
Samae inundado IV. E por que o nível do reservatório ficou baixo? Porque não foi feita a manutenção preventiva na bomba de captação da ETA I. Coisa óbvia a qualquer planejamento e a quem se diz um executivo. É que quando o consumo chegou a pico máximo, o operador da ETA subiu a rotação do motor.
Samae inundado V. Ao contrário do que se esperava, a bomba jogava menos água que o normal. Por que? O rotor estava gasto. Ou seja, faltou manutenção preventiva, faltou planejamento para a prevenção. Tudo porque não há um plano automático e autônomo da autarquia, mas de pessoas.
Samae inundado VI. Detalhe: o Samae de Gaspar possui uma bomba novinha esperando para trabalhar na ETA. E não foi feita a troca. E qual a época própria para fazer isso? O inverno, onde o consumo de água é menor. Já estamos na metade da primavera. Talvez esperem o verão. Coisa de curiosos e irresponsáveis com a cidade e os cidadãos, pagadores das pesadas contas do Samae. Acorda, Gaspar!
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