Por Herculano Domício - Jornal Cruzeiro do Vale

Por Herculano Domício

30/10/2015

CASINHAS DE PLÁSTICO, A REVOLTA I
Nada como um dia após o outro. O tempo é o senhor da razão. A pedido do vereador Jaime Kirchner, PMDB, e de Hamilton Graf, PT, armou se uma audiência pública lá no loteamento das Casinhas de Plástico. Foram para lá fazer palanque os dois, mais o secretário de Obras, Lovídio Carlos Bertoldi e o secretário de qualquer coisa e agora do Planejamento, Soly Waldrick Antunes Filho. Por pouco, todos não sairam corridos de lá. Uma pena que o prefeito Pedro Celso Zuchi, a sua vice Mariluci Deschmps da Rosa, o cunhado de Zuchi, Antonio Carlos Dalsochio, e o presidente do PT e campeão de votos, José Amarildo Rampelotti, não foram.


CASINHAS DE PLÁSTICO, A REVOLTA II
Nada foi dito além do que já escrevi aqui várias vezes e fui desmentido, desmoralizado e intimidado. Lovídio – o mais valente de todos – engrossou a voz, alterou o tom e até ensaiou mais uma vez a intimidação comum do poder de plantão com quem lhe diz a verdade e cobra o míninio de dignidade, mas recuou rapidamente, diante do clima que se criou e concluiu: “realmente isto aqui está uma merda, tem muita coisa errada, temos culpas, mas preciso de todos para buscar uma solução”. Como assim?


CASINHAS DE PLÁSTICO, A REVOLTA III
Esgoto dentro da casa, fedor, lama, poeira, casas sem números e denominação das ruas, sem posto de saúde (obrigam ir ao Belchior para onde faltam linhas de ônibus, quando o sensato seria ir ao Centro), falta de horário de ônibus; para suprir se gasta R$ 17,00 de taxi ou a pé por quase cinco quilometros; crianças expostas ao perigo da BR-470 atravessando-a, falta da ligação das ruas Carlos Schramm  e Luiz de Franzoi para não atravessar a BR, a falta de Correios. Ufa! Lovídio e Soly acham que isso é sopa. O povo de lá teve sorte: perderam tudo na catastrofe ambiental de novembro de 2008, ganharam um lugar para morar, são usados a cada eleição e fazem mal em reclamar com quem já lhe deu a esmola. Vergonha. Discurso que beira o crime.


CASINHAS DE PLÁSTICO, A REVOLTA IV
Para resolver isto, só falta um projeto de reurbanização. Ele se enrola na prefeitura há anos, repito: há anos. Ele ficou pronto há poucos dias. Só há poucos dias. O dinheiro Soly e Lovídio garantem que existe e está na Caixa, mas não querem que nenhum morador vá lá tirar isso a limpo. Também não falam qual a incompetência técnica está na prefeitura que não consegue pôr um projeto para ser aprovado na Caixa. Estranhíssimo tudo isso. A contar pelas enrolações que se contaram lá, esta é mais outra.


CASINHAS DE PLÁSTICO, A REVOLTA V
A prefeitura do PT de Gaspar escolheu um terreno para desapropriar porque ele era de um empresário, o ex-dono da Sulfabril. Uma lição “social”. Uma orientação do PT de Blumenau (e agora Itajaí), que manda no daqui. Era um charco, instável e hoje causa problemas para esgotos e escoamento pluviais. Decidiram impor um preço, bem menor ao de mercado. A discussão na Justiça impede a regularização da área (sempre escrevi) e com isso, acesso a verbas federais para a urbanização, sem a regularização não há correios, posse para seus verdadeiros donos, as famílias. Para tudo, a prefeitura inventa culpados, menos ela, que armou tudo isso.


CASINHAS DE PLÁSTICO, A REVOLTA VI
Até o nome do loteamento que estão impondo de Arábia Saudita, é contestado. A imposição é da bancada de vereadores do PT ao prefeito. Ninguém consultou o povo de lá. A escola, modelo, que existe lá, e onde foi feita a audiência, a Angélica Costa, só foi construída porque o prefeito e outros obrigaram a Bunge a fazer isso. Meu Deus! Mentira deslavada e contada por Lovídio. Está gravado. Foi exatamente o contrário. Cinco anos a Bunge esperou e suplicou para o prefeito Pedro Celso Zuchiu, PT, indicar o local da construção. A Bunge, por sua única iniciativa, logo após a catástrofe anunciou que reergueria a escola soterrada no Sertão Verde. Afinal, onde está a verdade e a mentira deslavada. Gaspar começou a acordar. E o pessoal das casinhas de plástico mostrou isso. Acorda, Gaspar!


TRAPICHE

Notícia do final da semana que passou: morre o jovem Felipe Lana em acidente de moto. Mais um. Mas é preciso prestar atenção. Foi na Rua Silva, a que mora o diretor da Ditran, Dirceu dos Passos. Aquela rua – como outras - está cheia de tachos na transversal. Isto é proibido pela resolução 336/2009 do Conselho Nacional de Trânsito.

Nepotismo. Desfeito em mais um caso em Gaspar (o outro era de Marlene Almeida, da Educação, e Jackson José dos Santos, da Ditran). Ana Janaina que possui uma união com Roberto Prócopio de Souza, PDT, do Procon, está agora em Brusque. Mas não totalmente desligada. Na terça-feira esteve por aqui para fazer uma apresentação pela Secretaria de Desenvolvimento Social. Ué! E a titular Maristela Cizeski não tem isso de cor e salteado. São muitas as viagens...

Desconfiado. O ex-petista, mas dissidente do grupo de Amarildo e Zuchi, Francisco Anhaia, está encucado. Ele foi para o PMDB com promessas mil para ser o representante da Margem Esquerda na campanha de vereador. E o PMDB agora só tem olhos para Osni Antonio Woleck, o Toni da Churrascaria. A verdade é que Toni não será candidato. A família não deixa, mas não disse até agora se ajudará ou não atrapalhará Chico Anhaia.

Duas ausências na convenção do PMDB que homologou, no domingo passado, o advogado Carlos Roberto Pereira presidente do partido por aqui no lugar do prefeiturável Kleber Edson Wan Dall: o ex-prefeito e presidente de honra, Osvaldo Schneider, o Paca, e o PP. Ausentes, mas juntos.

Agora é oficial. Os leitores e leitoras da coluna já sabiam que isso aconteceria; Laércio Pelé Krauss, suplente de vereador do DEM, pediu a vaga na Câmara de Andreia Symone Zimmermann Nagel, hoje no PSDB. Motivo? Infedelidade partidária. O advogado da causa é Luiz Roberto Schmitt Júnior, sobrinho do ex-prefeito Adilson Luiz Schmitt, sem partido, inconformado com a mudança de Andreria sem a sua benção; de Pedro Celso Zuchi, PT, e que não quer Andreia como candidata,  e filho de Bebeto, ex-vereador pelo PSDB, o novo partido de Andreia, troca que originou a Ação.

Termina hoje o prazo anunciado pelo deputado Décio Neri de Lima, PT, garantindo a liberação dos R$14,7 milhões para a ponte do Vale pagar os atrasados da empreiteira Artepa Martins. Esta verba foi dada como liberada em abril. Acorda, Gaspar!

 

Edição 1722

Comentários

Herculano
03/11/2015 21:32
PROXIMAS SEMANAS VÃO REVELAR TAMANHO DA BASE DE APOIO A COLOMBO NA ALESC, por Upiara Boschi, no Bloco de Notas, no Diário Catarinense, da RBS Florianópolis.

Nas próximas semanas será revelado na Assembleia Legislativa um dos maiores segredos da política catarinense: o tamanho da base de apoio do governador Raimundo Colombo (PSD). Um segredo tão bem guardado que nem o próprio governador e os responsáveis por sua articulação política sabem. A revelação se dará porque pela primeira vez neste mandato a base será testada em temas considerados inegociáveis pelo Centro Administrativo: a tosa nas secretarias de desenvolvimento regional, a reforma da previdência estadual e o novo plano de carreira do magistério.

O primeiro deles tem chance de entrar em plenário ainda esta semana, se tiver passagem relâmpago pela Comissão de Trabalho e Serviço Público. A bancada do PMDB vem tentando retardar a votação da proposta que mexe em uma bandeira do partido ?" o que leva Colombo a contar com PP, PSDB, PSB e PPS, oficialmente não-governistas, para aprovar uma proposta que incomoda o sócio principal da coalizão.

Para a reforma previdenciária, que limita aposentadorias de futuros servidores ao teto do INSS e cria um fundo complementar para quem quiser receber mais, a expectativa do governo é mais tranquila. A proposta deve ter resistência sindical, mas a oposição ao governo, basicamente o PT, deve ter dificuldade de votar contra um modelo que o governo federal já aplica aos servidores federais desde 2011. O que não deve impedir uma discussão política sobre a construção do déficit previdenciário, é claro.

Nesse contexto, o grande teste da base governista deve ser a aprovação do plano de carreira do magistério. O Sinte/SC já se mobiliza contra a proposta e deve fazer muito barulho no plenário. No primeiro semestre, essa reação fez o governo desistir da medida provisória que desviculava os professores temporários da carreira. A pressão deve ser maior agora. Mas, como diz um deputado governista, "não se faz maioria para votar requerimento". É hora de ver o tamanho dessa heterogênea maioria de Colombo na Assembleia
Herculano
02/11/2015 20:13
JOSÉ DIRCEU VIROU ALVO DE INVTIGAÇÃO NO PERU, por
Josias de Souza

Condenado no escândalo do mensalão e reencarcerado por se envolver no petrolão, José Dirceu está prestes a adicionar um parágrafo internacional ao seu prontuário. Em notícia veiculada no diário Zero Hora, o repórter Humberto Trezzi informa que o ex-ministro de Lula está sob investigação da Fiscalía Especializada Anticorrupción do Peru, órgão análogo ao Ministério Público Federal brasileiro.

Apura-se a suspeita de que Dirceu atuou como lobista de empreiteiras brasileiras no Peru. Em troca de contratos de obras, teria repassado dinheiro a integrantes do governo do ex-presidente Alan García (2006-2011). Investiga-se também a hipótese de o esquema ter se mantido no atual governo do Peru, chefiado por Ollanta Humala.

Dirceu viajou cinco vezes ao Peru entre 2007 e 2011. Em pelo menos uma oportunidade, em 23 de janeiro de 2007, foi recebido na sede do governo pelo então presidente Alan García. Atuava à época como preposto das empreiteiras Engevix e OAS, ambas enroladas na Lava Jato.

A JD Consultoria, empresa de Dirceu, fez repasses periódicos de dinheiro para uma brasileira residente no Peru. Chama-se Zaida Sisson. É mulher de Rodolfo Beltrán Bravo, ministro da Agricultura do Peru na gestão de Alan García. Entre 16 de janeiro de 2009 e 16 de novembro de 2011, Zaida recebeu da JD 20 transferências bancárias. Juntas, somam o equivalente a R$ 364.398.

Em depoimento prestado à força-tarefa da Lava Jato, em Curitiba, o lobista e delator premiado Milton Pascowitch disse que Zaida trabalhava para Dirceu. Sua atribuição era farejar contratos para as construtoras Engevix e Galvão Engenharia no Peru. As afirmações do delator eletrificaram a cena política no Peru.

Na condição de representante da consultoria de Dirceu, Zaida esteve cinco vezes no palácio presidencial do Peru entre junho de 2007 e julho de 2008. Era recebida ora pelo presidente Alan García ora pela secretária pessoal dele, Mirtha Cunza. Indagado no Congresso sobre os vínculos com Dirceu, García disse não ser recordar de sua agenda. Mas a imprensa peruana divulgou fotos do ex-presidente na companhia de Dirceu.

Num comunicado distribuído em agosto passado na cidade de Lima, Zaida Sisson negou ter participado de atos ilícitos em favor de empreiteiras brasileiras. Alegou que seu trabalho era identificar oportunidades para as companhias no Peru. Não negou que conhece Dirceu. Mas anotou: "Não é certo que tenha sido braço ou operadora de Dirceu. Atuei sempre com a devida ética''.

Ouvido, o advogado de Dirceu, Roberto Podval, afirmou: "José Dirceu esteve várias vezes no Peru e intermediou, sim, contatos das empresas brasileiras por lá. Foi tudo filmado, a imprensa divulgou. Ele conhece, sim, a Zaida Sisson, ela trabalhou com ele. Qual o problema? Até onde vi, não tem crime algum, foi um serviço normal de abertura de mercado'
Herculano
02/11/2015 19:32
AMANHÃ É DIA DE COLUNA INEDITA

A coluna Olhando a Maré já está pronta. Ela é exclusiva para os leitores e leitoras da internet e que a fazem líder em acessos. Acorda, Gaspar!
Herculano
02/11/2015 13:23
MÁ PARTILHA, por J.R.Guzzo para a revista Veja

Parte 1

À medida que o tempo passa, muita gente boa começa a fazer o inventário da trajetória do PT pelo governo, primeiro com o ex-presidente Lula e depois com a atual presidente Dilma Rousseff. Que herança vão deixar, no fim das contas, para a vida real do Brasil quando forem embora? Fora os próprios Lula, Dilma e seus admiradores, que pelas pesquisas de opinião somam hoje menos de 10% do público em geral, vai ficando cada vez mais difícil encontrar herdeiros satisfeitos, ou conformados, com a porção que lhes caberá na partilha.

Não poderia ser diferente, com anos seguidos de governos dedicados a selecionar, o tempo todo, as piores opções disponíveis para lidar com qualquer problema ?" e, chegando aí, escolher sempre a pior de todas. Resultado: a menos que aconteça de repente algum fenômeno sobrenatural, a parte que cada um terá a receber nesse testamento vai ser uma perfeita miséria ?" salvo, é claro, para aqueles que de 2003 para cá souberam ficar no lado certo do guichê de pagamento do Tesouro Nacional e já receberam antecipadamente a sua parte. Mas nem tudo é prejuízo.

Tirando casos puramente patológicos de lugares como a Venezuela, por exemplo, ficou claro a esta altura que Lula, Dilma, o PT e a "esquerda" brasileira têm hoje o que é possivelmente o melhor programa do mundo para governar mal qualquer coisa que tenha de ser governada. Junto com a herança, deixam um roteiro valioso para o futuro: se for feito o contrário do que fizeram, nada poderá dar realmente errado neste país.

Onde o governo petista foi à falência? A primeira resposta possível a essa pergunta é fácil: o PT tomou a decisão de governar o Brasil através do uso intensivo da corrupção. Não foi um acidente. Foi uma estratégia: os comandantes do partido e das forças a seu serviço se convenceram de que a maneira mais eficaz de ocupar a máquina do governo e não sair mais dali era encher de dinheiro público a si próprios, os amigos e os amigos dos amigos.

A melhor prova de que agiram de caso pensado foi sua reação quando a ladroagem começou a ser descoberta ?" em vez de se corrigirem, procurando uma clínica de desintoxicação, partiram para a mais agressiva campanha pública em defesa da corrupção já registrada na história da República. É bem simples entender isso quando se considera que o maior feito do PT neste ano, em seu congresso nacional, em junho, foi aplaudir de pé o ex-tesoureiro João Vaccari Neto, a mais graduada estrela petista nos processos de corrupção em massa na Petrobras, recém-condenado a quinze anos de cadeia pela 13- Vara da Justiça Federal de Curitiba.
Herculano
02/11/2015 13:22
MÁ PARTILHA, por J.R.Guzzo para a revista Veja

Parte 2

A entrega da alma à roubalheira é o fruto inevitável do pecado original que envenenou os governos de Lula e Dilma ?" sua opção de viver em incesto com o Brasil velho, velhíssimo, cujo mandamento número 1 é transformar o patrimônio público em propriedade privada de quem está mandando nas engrenagens do Estado e do Erário.

O PT é hoje um grande especialista em virar páginas da história para trás ?" ficou mais parecido do que nunca com a "direita", que tanto ataca nos palanques e tanto copia nos atos da vida real. Investiu tudo para deixar as questões essenciais do país exatamente onde sempre estiveram e, obviamente, só poderia obter os mesmos resultados.

A prova desse casamento com o atraso está nos fatos. O Brasil de 2015 continua sendo, como era em 2003, um dos países campeões do mundo em desigualdade social. Os sindicatos de trabalhadores jamais foram tão fracos; são apenas repartições públicas que obedecem ao governo, vivem de dinheiro tirado dos impostos e têm como principal função fornecer sustento e prosperidade a seus próprios dirigentes. A maior despesa do poder público está no pagamento de juros.

A matriz dos erros do PT e de seus governos pode ser encontrada, basicamente, numa prodigiosa preguiça mental que os faz viver em pleno século passado. Suas lideranças são proibidas de pensar.

Continuam dependentes de ideias mortas, repetindo o palavrório usado pela esquerda nos anos 80, ou 50, ou até 30; recusam-se a entender que o "socialismo" é uma fé extinta, como o esperanto ou a crença na Terra plana, e recusam-se a fazer o mínimo esforço para conviver com as realidades de um mundo regido pela liberdade econômica, pelo império do conhecimento e pela democracia. A consequência é que o PT não consegue funcionar como fonte geradora de nenhuma proposta coerente para o Brasil; tem um método, mas é incapaz de ter um programa.

Não reage mais a estímulo algum. É como se estivesse em estado de morte cerebral, respirando artificialmente por aparelhos ?" no caso, os cargos que ocupa na máquina pública, e apenas isso. Os "movimentos sociais" que apresenta como sua grande base de apoio não podem mais sobreviver sem dinheiro público. Mais que tudo, talvez, o PT e a esquerda nacional não existem sem Lula. A recusa em pensar os condenou a viver como um bando de passarinhos pendurados no fio elétrico ?" pousam e levantam voo sem nunca saber por quê, preocupados unicamente em ir para onde Lula está indo. Pagam, agora, um preço alto por sua opção: quando não houver mais Lula, não haverá mais PT.

Após treze anos no poder, o PT e a esquerda se tornaram a mais agressiva de todas as forças que hoje atuam contra as mudanças indispensáveis para o avanço social do Brasil.

São defensores intransigentes de aberrações como o "ensino superior gratuito" ?" um prodígio de injustiça pelo qual a empregada doméstica paga a universidade pública dos filhos da patroa. Não admitem a mínima reforma no mais selvagem sistema de concentração de renda hoje em vigor no mundo ?" a Previdência Social brasileira, que gasta mais dinheiro com 950 000 aposentados do funcionalismo público do que com 27 milhões de cidadãos que passaram a vida trabalhando fora do governo. Chamam de "conquista social" o que é privilégio. Confundem pleno emprego com emprego a qualquer custo ?" e se tornam, com isso, os grandes incentivadores do barateamento do trabalho neste país.

Vivem em guerra contra o lucro das empresas, incapazes de entender que empresas sem lucro não contratam nem aumentam salários. Ignoram que a única hora em que o trabalhador fica em posição de vantagem é quando as empresas estão indo bem, pois só aí investem; só quando investem, aumentam a oferta de emprego ?" e só aí precisam pagar mais pela mão de obra.

Lula, Dilma e o PT acham que "o governo" tem dinheiro para "distribuir", quando a sua única fonte de recursos é o dinheiro dos outros ?" é inevitável que um dia falte, pois não pode ser reproduzido por vontade divina, e nessas horas os que menos receberam são os primeiros chamados a devolver o pouco que lhes foi dado, como se vê na recessão de hoje.

Não admitem que só o bom funcionamento da economia de mercado é capaz de criar e aumentar renda. São os inimigos número 1 do mérito individual como gerador de progresso. Não aceitam a ideia de que a desigualdade tem de ser combatida com a garantia de oportunidades iguais para todos, e não com a distribuição automática dos mesmos resultados ?" que têm, obrigatoriamente, de variar segundo o talento e o esforço de cada um.

O Brasil que o PT quer é esse. Não pode dar certo.
Herculano
02/11/2015 13:17
DIREITO DEGREVE NO STF, editorial do jornal O Estado de . Paulo

Está em julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF) uma ação a respeito de um tema continuamente debatido no Poder Judiciário - quem faz greve tem direito a receber pelos dias não trabalhados? Ponto pacífico em muitos países, o tema continua suscitando no Brasil sentenças e decisões divergentes. O julgamento do STF pode conferir maior segurança jurídica, ao fixar o conteúdo e a extensão do direito de greve assegurado pela Constituição Federal, em seu artigo 37, inciso VII.

O caso refere-se a uma greve de servidores públicos da Fundação de Apoio à Escola Técnica (Faetec), entidade pública do Estado do Rio de Janeiro, ocorrida em 2006. Na ocasião, os servidores entraram com um mandado de segurança para impedir que o poder público descontasse os dias não trabalhados em virtude da greve. Na decisão de primeira instância, o juiz negou o pedido dos grevistas, afirmando a legalidade do desconto.

Os servidores conseguiram reverter a decisão no Tribunal de Justiça do Estado do Rio Janeiro (TJ-RJ), que proibiu o desconto. A decisão baseou-se no argumento de que o desconto do salário do trabalhador grevista representava a negação do próprio direito de greve. Segundo a Corte carioca, o desconto retiraria dos servidores seus meios de subsistência e, portanto, seria ilegal. A decisão do TJ-RJ também afirmou que, na ausência de uma lei de greve específica para o setor público, faltaria base legal para o poder público realizar os descontos.

A decisão do tribunal carioca contrariava, assim, entendimento já fixado pelo STF. Na ausência de lei específica para greves no funcionalismo público, deve ser aplicada a legislação comum sobre greve, utilizada nas paralisações no setor privado. Com isso, a Faetec recorreu ao STF, entrando com um recurso extraordinário.

Até o momento, dois ministros do STF manifestaram o seu voto. O julgamento foi interrompido por um pedido de vista do ministro Luís Roberto Barroso. O relator da ação, ministro Dias Toffoli, afirmou que, mesmo que o movimento grevista não seja considerado abusivo, a regra deve ser o não pagamento dos dias não trabalhados. Não se deve receber pelos dias em que não se trabalhou, e isso em nada fere o direito de greve. O não desconto nos vencimentos deve ser excepcional, por exemplo, nos casos em que a paralisação é motivada por atraso no pagamento dos salários.

Já o ministro Edson Fachin divergiu do relator. Acha que se pode fazer greve e receber integralmente. Segundo o mais novo ministro do STF, "a adesão do servidor a movimento grevista não pode representar uma opção economicamente intolerante ao próprio grevista e ao núcleo familiar".

Não se trata de uma questão de tolerância - de respeito à opinião alheia. Trata-se de reconhecer que o direito de greve garante que o grevista não seja demitido em razão da greve, mas não assegura recebimento integral dos salários.

Caso contrário, "deixa de ser greve e passa a ser férias", como reconheceu o então presidente Lula, em sua primeira entrevista coletiva do segundo mandato, em 2007, referindo-se a uma paralisação no Ibama. "O prejudicado (na greve de servidor público), na verdade, não é o governo, é o povo brasileiro. O que não é possível, e nenhum brasileiro pode aceitar, é alguém fazer 90 dias de greve e receber os dias parados, porque, aí, deixa de ser greve e passa a ser férias." Mais claro, impossível.

Não é raro que, ao postular pelo pagamento dos dias não trabalhados, se fale em democracia. Mas essa vinculação não se sustenta. Basta ver a existência em países reconhecidamente democráticos do chamado "fundo de greve", criado pelos trabalhadores exatamente para custear os dias parados. Nesses países, sabe-se bem que uma coisa é o direito de greve, outra é achar que a greve deva ser remunerada. Não há por que o empregador - seja o contribuinte, seja o empresário privado - bancar paralisações de seus funcionários. Numa democracia, cada um deve arcar com as consequências de suas ações, sem pretender repassá-las a terceiros.
Herculano
02/11/2015 13:14
da série: não tem jeito, o PT é mestre em maquiagem contábil e fiscal para enganar a lei e os brasileiros sumindo com dinheiro rubricado dos Orçamentos específicos

TELEFONE SEM FIO, por Natuza Nery para a coluna Painel, do jornal Folha de S. Paulo

Um relatório do TCU sobre fundos federais para promover a área de telecomunicações (Fistel e Fust) mostra que o governo está desviando recursos para finalidades completamente estranhas ao setor, como pagar auxílio-alimentação de servidores públicos e até mesmo consertar aeronaves das Forças Armadas. No caso do Fistel, a lei proíbe o uso dos recursos para outros fins ?"desde 2010, R$ 11,47 bilhões do fundo foram gastos com objetivos distintos ao permitido pela legislação.


Conselho
O TCU recomenda à Casa Civil e ao Ministério das Comunicações que repensem o funcionamento desses fundos, "dado o baixo valor dos recursos [?] destinados aos fins para os quais foram constituídos".


Rapidez
O levantamento em relação ao Fistel e ao Fust foi realizado entre abril e maio deste ano. Técnicos do tribunal afirmam que o relator, ministro Bruno Dantas, se prepara para apresentar seu parecer já neste mês.
Herulano
02/11/2015 13:09
FALTA COMANDO, editorial do jornal Zero Hora, da RBS Porto Alegre

Questionado na semana passada por jornalistas da Rádio Gaúcha, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso garantiu que aceitaria um eventual convite da presidente Dilma Rousseff para conversar sobre saídas para a crise e adiantou o que diria a ela: ou assume efetivamente o comando de um processo compartilhado de busca de soluções, inclusive com a oposição, ou aceita deixar o governo em troca de reformas radicais e impopulares. Ainda que o pedido de renúncia pareça fora de contexto, a ideia de um grande pacto entre representantes de diferentes forças políticas do país, para destravar o ajuste fiscal e promover reformas estruturais, merece ser considerada e debatida.

O abismo entre o discurso e a prática de políticos dentro e fora do governo deixa evidente a dificuldade de um acordo mínimo entre parlamentares da situação e da oposição para enfrentar o impasse em que se encontra hoje. Começa pelo excessivo número de partidos, poucos dos quais ancorados em programas bem definidos e sem a preocupação predominante de auferir ganhos de qualquer ordem com o fato de estar dentro ou fora do governo. O país não tem como sair da paralisação imposta pela crise, que é de ordem política, moral e econômica, sem um comando firme, que a presidente da República não está conseguindo imprimir.

O país, como ressaltou na entrevista o ex-presidente, precisa de uma agenda, que por sua vez depende de alianças para ser posta em prática ?" e é justamente essa a maior dificuldade enfrentada hoje. O fato de a presidente se encontrar acuada por pedidos de impeachment e de o presidente da Câmara se ver às voltas com denúncias de corrupção reduz as possibilidades de um acordo para o enfrentamento das dificuldades. Ainda assim, esse é um desafio que precisa ser assumido, pois o país não tem como se manter nessa indefinição por muito tempo, sob pena de o ônus ficar elevado demais para todos os brasileiros.

Mais de um ano depois da reeleição da presidente da República, o país ainda está à espera de um rumo, que leve a uma recomposição de forças políticas, à aprovação de um ajuste fiscal e à retomada do crescimento, no menor prazo possível. Os brasileiros têm o direito de exigir que políticos brasileiros, da situação e da oposição, deixem divergências de lado para atender a demandas que são do interesse de toda a sociedade.
Herculano
02/11/2015 13:07
UM CONTO CHINÊS, por Vinicius Motta, para o jornal Folha de S. Paulo

Marcas de frenagem da China estão por toda parte. A taxa anual de crescimento da produção, cuja média ultrapassou 10% ao longo de três décadas, transita desde 2011 para um padrão que com sorte será a metade disso.

A vigorosa ascensão econômica tirou o país da miséria, mas não assegurou seu bilhete para o clube das nações desenvolvidas. O poder de compra médio de um brasileiro, mesmo tendo crescido modestamente nos últimos 40 anos, ainda hoje é 10% superior ao de um chinês. O PIB per capita da Grécia afogada na crise é 80% maior que o da China pós-milagre.

Sob a ótica da história do desenvolvimento na era industrial, a China apenas repete, com atraso, o observado em diversas nações desde o século 18. A passagem de grandes contingentes populacionais de setores pouco produtivos, como a agropecuária tradicional, para a indústria e os serviços urbanos tem 100% de eficácia na aceleração da produção nacional.

Nem sequer o método do controle central dessa transição constitui novidade. Antes dos chineses, os soviéticos praticaram essa modalidade em larga escala, e o resultado ?"elevado crescimento econômico entre 1920 e 1960?" chegou a assombrar as democracias ocidentais.

O forte investimento em educação básica e a relativa exposição de empresas nacionais à competição externa, bem como o incentivo à poupança familiar, aproximam a trajetória chinesa da trilhada anteriormente por Japão e Coreia do Sul. Esses fatores isoladamente, contudo, até hoje não bastaram para enriquecer nações.

Sem a abertura política fundamental, que dá à grande maioria da sociedade acesso aos riscos e aos benefícios do progresso, não há país que tenha alcançado o desenvolvimento. Não se vislumbra na China de hoje nenhuma instituição capaz de afrontar e relativizar o poder absoluto da burocracia do Partido Comunista.
Sidnei Luis Reinert
02/11/2015 11:39
Janaína Paschoal cala o Roda Viva numa das mais duras críticas ao PT

A entrevista não estava fácil porque, com algumas exceções, os jornalistas presentes vergonhosamente se colocavam ao lado do governo mais corrupto que o Brasil já conheceu. Nada disso impediu Janaína Paschoal, professora de Direito Penal na USP e autora, ao lado de Hélio Bicudo, do pedido de impeachment de Dilma, de peitá-los com respostas certeiras acerca da corrupção nos governos petistas. Nesse trecho de dois minutos mais abaixo, é possível acompanhar sua fala sobre o autoritarismo do Partido dos Trabalhadores.

https://www.facebook.com/Implicante.org/videos/vb.135700703165350/906230492779030/?type=2&theater
Herculano
02/11/2015 08:49
NA TERRA DE VLAD, por Luiz Felipe Pondé, filósofo, para o jornal Folha e S. Paulo

Os jovens romenos sabem que o socialismo é uma mentira, coisa que os nossos não sabem.

Vou embora para a Romênia. Que dá vontade, dá. O país é lindo, os bárbaros da indústria do turismo ainda não chegaram lá (é assim que o filósofo romeno Emil Cioran, radicado em Paris, referia-se ao turismo), a comida é maravilhosa e as mulheres, um encanto. Carregam aquele sorriso doce e generoso que a maioria esmagadora de nossas mulheres perdeu, porque o rosto foi tragado pelo "rancor biopolítico".

A terra de Vlad Tepes (pronuncia-se "tzepesh" e significa "empalador") tem o gosto de terras ainda não "civilizadas". Por exemplo: lá, nossa paranoia com tabaco é quase inexistente. Para um apreciador de charutos cubanos como eu, é um paraíso poder fumar em paz, tomando um aperitivo à mesa.

Aliás, um parêntese. Pousando no Brasil, tomo conhecimento da mais nova moda ridícula em saúde: bacon e salame causam câncer? Daqui a pouco algum prefeito autoritário vai nos proibir de comer bacon e salame, e vão espancar nas ruas pessoas com bacon e salame nas mãos.

O grande Chesterton, intelectual inglês do começo do século 20, bem tinha razão quando dizia que parar de crer em Deus podia deixar as pessoas meio idiotas, porque iriam passar a crer em qualquer bobagem como história, ciência, natureza e política. A capacidade contemporânea de "crendices científicas" ultrapassa de longe a crença muito mais saudável em "las brujas".

Minha avó, uma das primeiras "suffragettes" do Brasil (protocolou seu primeiro pedido de direito ao voto feminino em 1927), sábia e discreta como as avós "antigas" eram, dizia que boato causava câncer. Sei que as chatinhas de plantão devem estar chocadas com a ideia de que corre sangue nobre (o sangue de uma das primeiras suffragettes do Brasil) em minhas veias. Mas a vida é mesmo cheia de surpresas, não? Só espíritos grosseiros acham que "entendem" o mundo.

Vlad, que viveu no século 15, é um herói nacional romeno, por isso, apesar de os romenos ganharem dólares com o Conde Drácula, criado por Bram Stoker no final do século 19, eles odeiam o que fizeram com seu
"empalador" de turcos e bandidos comuns. Na história da Romênia, Vlad é conhecido pela sua crueldade na resistência às invasões turcas otomanas. Para muitos, ele deveria ser visto como um defensor medieval da cristandade.

O título "Drácula", dado por Bram Stoker, tem raiz na sua história verdadeira: seu pai fora membro de uma ordem de místicos guerreiros cujo símbolo era um dragão ("drak" em romeno). Seu filho Vlad, então, recebeu o título de "filho do dragão", Drácula. Interessante observar que a palavra "drak" em romeno evoluiu ao longo dos anos e agora significa "satanás". Bram Stoker não estava de todo enganado...

Os romenos são mesmo um povo místico. A crença nos "strigoi" (o vampiro sendo um deles), uma espécie de alma penada, produz um sentimento de que o mundo é habitado por forças invisíveis, passionais e inteligentes, sempre meio incontroláveis. Cioran dizia que seu povo era fatalista, corajoso e cético para com as "invenções modernas".

O senso de humor romeno é marcante. Você pode, por exemplo, topar com fotos enormes de mulheres lindas em banheiros masculinos em meio aos Cárpatos. Detalhe delicado que lembra aos homens a beleza da vida mesmo em momentos improváveis.

Mas falemos de coisas mais "sérias" (não na minha opinião). Outra coisa que encanta nos romenos (em particular nos jovens) é sua saúde mental: sabem que o socialismo é coisa de mentiroso, corrupto e autoritário, coisa que nossos jovens, coitados, submetidos a tortura mental já no ensino médio e no Enem, ainda não descobriram.

Às vezes penso que teria sido melhor se os falsos guerrilheiros da democracia da "luta armada" durante a ditadura tivessem vencido (a "luta armada" nunca foi uma luta pela liberdade, mas sim uma luta por outra forma de ditadura, a soviética). Se nossos comunistas tivessem vencido, teríamos virado uma ditadura como Cuba, mas, hoje, talvez, estivéssemos curados, como os jovens romenos estão.

Você consegue imaginar uma aula de história em que se ensine história, e não alguma bobagem marxista?
Herculano
02/11/2015 08:36
CRISE SOCIAL, por Aécio Neves, senador mineiro, presidente do PSDB, candidato derrotado à presidência por Dilma Vana Rousseff, PT. O artigo foi publicado no jornal Folha de S. Paulo

O país atravessa grave crise econômica, somada a uma degradação moral e desagregação política sem precedentes. Nada, contudo, é tão cruel quanto o que está acontecendo na área social.

A inflação alta e a recessão desaguaram no desemprego, que pune principalmente os jovens. As famílias se veem desamparadas pelos sofríveis serviços públicos e a violência continua aumentando, sob olhar omisso da administração federal.

O governo Dilma só fala em ajuste econômico e ignora a gravidade da situação que as famílias estão vivendo. Quem depende do Bolsa Família há mais de um ano não tem os benefícios reajustados e agora ainda se acha ameaçado pela carestia e a tesoura dos cortes. É sobre os brasileiros mais pobres que o arrocho mais pesa.

Uma das marcas destes quase 13 anos de governo petista é a manipulação. Os números variam ao sabor das necessidades, sempre em descompasso com a realidade. Pior é quando a própria publicidade oficial, financiada com recursos públicos, vale-se de números contraditórios.

Basta ver as imensas diferenças entre números do mesmo governo sobre o que seriam os avanços na realidade social do país. O que temos hoje de fato é que, nos últimos meses, mais de 1 milhão de famílias voltaram para as classes D e E. A miséria voltou a aumentar, segundo fontes oficiais como o Ipea, num retrocesso real na condição de vida de crianças, jovens, mães e pais que sonharam com outro futuro.

Este triste quadro evidencia os limites das políticas sociais que se restringem à transferência de renda sem levar em conta as privações enfrentadas pelas famílias. Bastou a torneira das receitas começar a secar para os mais pobres se verem onde sempre estiveram: em péssimas condições e sem perspectivas verdadeiras de melhoria de vida.

A irresponsabilidade fiscal e a desestruturação econômica se encarregaram de implodir o sonho de ascensão que milhões alimentaram. A dura realidade é que sem crescimento e sem desenvolvimento sustentados não há bem-estar social. Simples assim.

Para impedir que o caos social se estabeleça, o primeiro passo é reconhecer o fracasso de uma política social baseada apenas na gestão diária da pobreza. E proteger das tesouradas do arrocho as ações do poder público voltadas a preservar empregos, a proteger famílias carentes e a garantir a educação de crianças e jovens.

O importante agora é assegurar que os que mais precisam contem com o auxílio do Estado. Política social se faz com responsabilidade e com estratégias. O Estado tem a responsabilidade de proteger e promover oportunidades reais para os mais vulneráveis. Todos têm o direito de construir sua travessia da exclusão para uma inclusão social sustentável.
Herculano
02/11/2015 08:30
O QUE LULA É, por Ricardo Noblat, de O Globo

Choca ver Lula cobrar de Dilma e do ministro da Justiça que a Polícia Federal o deixe em paz e aos seus filhos, suspeitos de envolvimento com negócios mal explicados? Se choca é porque você definitivamente não conhece Lula. Quando completou 18 anos e foi alistar-se para servir ao Exército, ele declarou ser dois centímetros mais alto do que era. Por quê? Simples: porque nunca gostou de ser baixinho.

EM UM sábado de 2005, ameaçado por Marcos Valério, o operador do mensalão, que prometia contar o que escondia se não fosse socorrido, Lula falou em renunciar à Presidência da República. Convocado para apagar o incêndio, o então ministro José Dirceu, que passava o fim de semana em São Paulo, lá se foi convencer Valério a permanecer calado. Conseguiu.

DIANTE DE PESQUISAS que mostravam a queda de sua popularidade, Lula ocupou uma cadeia de televisão e de rádio para pedir desculpas ao país pelo mensalão. Nervoso, leu folha por folha do discurso olhando com frequência para o alto, sinal convincente de que mentia, segundo estudiosos de linguagem corporal. Jurou inocência. Disse que fora traído. Mas não apontou os traidores.

ÀS VÉSPERAS DO julgamento dos mensaleiros, voou até Brasília para pedir a ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) que os absolvessem. A um deles, Gilmar Mendes, antecipou como alguns dos seus colegas prometiam votar. E se ofereceu para interceder por Gilmar, que estava sendo alvo dentro do Congresso de histórias inventadas para macular sua honra.

GILMAR SABIA com quem lidava. Em visita ao Palácio do Planalto, tão logo Lula começara a governar, o ministro soube que um procurador da Fazenda, no Rio, criava dificuldades para a construção de uma obra da Petrobras. Gilmar ouviu o conselho dado por Lula a José Sérgio Gabrielli, presidente da empresa: "Grampeie esse cara" Grampo é crime. Só não é se autorizado pela Justiça.

PARA ESCAPAR DO mensalão, Lula entregou a cabeça de José Dirceu, o coordenador de sua campanha vitoriosa de 2002. Apesar do lobbv que fez por eles, os mensaleiros acabaram condenados. Desde então, Lula Insiste em afirmar que o mensalão jamais existiu. Coisa de maluco? De excêntrico? De esperto? Coisa de gente sem compromisso com o que disse, diz ou dirá um dia.

NÃO COBREM coerência de Lula. Tampouco que diga a verdade. A vida inteira ele só pensou em se dar bem. Carismático, talentoso manipulador de palavras e de pessoas, sempre encontrou quem lhe fizesse as vontades. E, se esbarrava em alguém disposto a contrariá-lo, dava um jeito e se livrava dele. Sabe falar grosso com quem pretenda intimidar. Ou miar se for o caso.

NA CAMPANHA DE 2002, quando enfrentou José Serra, miou. Correu a informação de que o PSDB exibiria no seu programa de TV um vídeo onde Lula se divertia numa boate em Manaus. José Dirceu telefonou ao presidente Fernando Henrique duas vezes, perguntando se era verdade. Despachou de Brasília o ex-deputado Sigmaringa Seixas ao encontro de Serra, em São Paulo. Era lenda.

PELAS COSTAS de Dilma, Lula tem falado mal dela. Culpa-a pelo cerco que sofre da polícia. Na frente de Dilma, mia. Suplica por ajuda. Ele não vê nada demais no enriquecimento de parentes enquanto governava o país. Nem vê nada demais em ter se tornado um milionário à custa de empresas que beneficiou como presidente. Lula não é imoral, É amoral - nem contrário nem conforme á moral.
Herculano
02/11/2015 08:25
PMDB VIRA A MESA SEM TIRAR OS COTOVELOS DELA, por Josias de Souza

Em duas semanas, o PMDB realizará em Brasília um congresso partidário. Debaterá um esboço de programa de governo. Divulgado na semana passada, o documento chama-se 'Uma ponte para o futuro'. Na economia, é a favor de tudo o que a gestão Dilma rejeita e contra qualquer coisa que a presidente realiza.

No papel, o principal sócio do PT no poder federal virou a mesa. Mas fez isso à sua maneira, sem tirar os cotovelos do tampo. Manteve-se à frente de sete ministérios. Nomeia freneticamente apaniguados para os escalões inferiores da máquina estatal. E convive harmonicamente com Renans e Cunhas.

Quer dizer: não é que o PMDB não veja a solução para a crise. O que o partido não enxerga é o problema. Ou, por outra: o PMDB se oferece como solução sem se dar conta de que, antes, precisa deixar de ser parte do problema.

Na sua proposta de programa, o PMDB se propõe a "buscar a união dos brasileiros de boa vontade." Anota que "o país clama por pacificação, pois o aprofundamento das divisões e a disseminação do ódio e dos ressentimentos estão inviabilizando os consensos políticos sem os quais nossas crises se tornarão cada vez maiores."

"A presente crise fiscal e, principalmente econômica, com retração do PIB, alta inflação, juros muito elevados, desemprego crescente, paralisação dos investimentos produtivos e a completa ausência de horizontes estão obrigando a sociedade a encarar de frente o seu destino", diagnostica o PMDB.

"Nesta hora da verdade, em que o que está em jogo é nada menos que o futuro da nação, impõe-se a formação de uma maioria política, mesmo que transitória ou circunstancial, capaz, de num prazo curto, produzir todas estas decisões na sociedade e no Congresso Nacional", receita o PMDB. "Não temos outro caminho a não ser procurar o entendimento e a cooperação."

O que o PMDB disse, com outras palavras, foi o seguinte: Dilma quebrou o país e perdeu as condições de governar. Acomodado no lugar dela, o vice Michel Temer se entenderia com a oposição, formaria um gabinete transitório de união nacional e aprovaria no Congresso as reformas necessárias para tirar o Brasil do buraco ?"mais ou menos como fez Itamar Franco nas pegadas do impeachment de Collor.

Respaldado pela maioria transitória, Temer promoveria as reformas amargas que Dilma jamais proporá. Por exemplo: fim da indexação dos benefícios previdenciários ao salário mínimo e fixação de idade mínima para a aposentadoria (60 anos para mulheres e 65 para os homens). Beleza. Agora só falta o PMDB se virar do avesso.

Quando surgiu, em 1966, o PMDB era o contraponto à ditadura militar e representava o Brasil inteiro. Depois da redemocratização, passou a representar grupos econômicos e corporações. Hoje, representa a si próprio.

No passado, a face mais conhecida do PMDB era a de Ulysses Guimarães. Hoje, o PMDB é o bigode do Sarney, na cara do Renan, emoldurada pela sobrancelha do Jucá. Tudo isso e mais o estômago hipertrofiado do Cunha.

Nesse contexto, o documento 'Uma ponte para o futuro', concebido para ser uma luz, é ofuscado pelo pus que a plateia enxerga no fim do túnel.
Herculano
02/11/2015 08:23
OS LEITORES DA FOLHA SOBRE A INTERFERÊNCIA DE DILMA NA POLÍCIA FEDERAL PARA NÃO INVESTIGAR E ASSIM ACOBERTAR AS POSSÍVEIS IREGULARIDADES DO EX-PRESIDENTE LULA

A Operação Zelotes, no seu início, visava apurar "perdão" de dívidas com o Fisco envolvendo alguns dos maiores bancos e empresas do país e somas na casa de bilhões de reais. A operação trata agora de um suposto pagamento de um escritório de lobby a uma empresa do ex-presidente Lula, no valor de meros R$ 1,5 milhão. Qualquer ilícito deve ser investigado, mas e a corrupção de grandes bancos e empresas não deveria ser prioridade? Ou será que os objetivos são desviados porque politicamente são mais interessantes? A imprensa, Folha incluída, não cobra isso da PF e do Ministério Público. JOSÉ PADILHA (São Paulo, SP)

Não há razão para o ex-presidente Lula se indignar contra a ação da PF na empresa de seu filho Luis Cláudio. (Lula culpa Dilma por busca contra seu filho). Ora, a Polícia Federal é uma instituição e um instrumento de Estado e não de governos, muito menos de partidos. A presidente Dilma não pode e não deve interferir na atuação da PF, cuja responsabilidade é do ministro da Justiça a quem está subordinada, que por sua vez não tem autoridade para selecionar a quem investigar. JOÃO CARLOS GONÇALVES PEREIRA (Lins, SP)

A respeito da declaração do professor Claudio Lembo sobre a honestidade da presidente Dilma (Lembo ataca o impeachment), gostaria de indagá-lo como fica a questão da ética da candidata Dilma, que fez uso de inverdades em sua campanha. A presidente só foi reeleita porque fez promessas que sabia não poder cumprir. O eleitor foi enganado, o que coloca em xeque a legitimidade da eleição da presidente Dilma. REGINA CUTIN (São Paulo, SP)
Herculano
02/11/2015 08:08
O MODELO PETISTA DE GOVERNAR, AUTORITÁRIO, INTIMIDADOR, CHEIO DE PROMESSAS E MENTIRAS É REPROVADO EM QUASE TODOS OS GROTÕES E NAS METR?"POLES, JUSTAMENTE O PT QUE SE DIZ PROGESSISTA E ABERTO AO DIÁLOGO COM A SOCIEDADE

PRINCIPAL MANCHETE DO JORNAL FOLHA DE S. PAULO. A UM ANO DA RELEEIÇÃO, GESTÃO DE HADDAD ATINGE MAIOR REPROVAÇÃO

Texto de Eduardo Scolese, editor de "Cotidiano" A um ano da disputa pela reeleição, o prefeito Fernando Haddad (PT) enfrenta a pior avaliação de sua gestão, iniciada em janeiro de 2013.

Segundo pesquisa Datafolha realizada na semana passada, 49% dos paulistanos reprovam a atual administração da cidade de São Paulo, considerando-a ruim ou péssima.

Outros 34% consideram a gestão regular e apenas 15% a avaliam como ótima ou boa.

Numericamente, é a pior marca de Haddad, acima dos 47% de julho de 2014 e dos 44% de fevereiro passado, data da pesquisa anterior.

Todas essas taxas, porém, estão dentro da margem de erro do levantamento, que é de três pontos percentuais para mais ou para menos.

A avaliação não é a pior que um prefeito já obteve em São Paulo ?"Celso Pitta encerrou sua gestão, no ano 2000, reprovado por 81%.

No caso de Haddad, a baixa aprovação, com pequenas oscilações, se repete desde os protestos de junho de 2013. Desde então, o prefeito não conseguiu se recuperar.

Entre a pesquisa de fevereiro e a de agora, realizada na quarta (28) e na quinta (29), a gestão pouco avançou nas principais promessas, como creches, corredores de ônibus e moradias populares.

A prefeitura põe a culpa no governo federal, que secou repasses de verbas ao município com a crise econômica ?"a parceria com a presidente Dilma Rousseff (PT) foi um dos carros-chefes da propaganda eleitoral de Haddad em 2012.

Essa ligação partidária com Dilma, enfraquecida pela crise política e pelo avanço das investigações do petrolão, também pode ter contribuído para a piora na avaliação do prefeito paulistano.

No intervalo de oito meses entre os dois levantamentos, Haddad ainda lançou mão de medidas polêmicas.

Entre elas, estão a redução da velocidade máxima em ruas e avenidas e o fechamento da avenida Paulista para carros aos domingos ?"essas duas medidas dividiram os paulistanos.

Hoje, Haddad tem um pequeno alívio na avaliação positiva de sua gestão entre os mais jovens (20% na faixa de 16 a 24 anos) e os mais escolarizados (22% entre aqueles com curso superior).

Já a rejeição fica ainda mais dura entre os mais velhos (só 10% daqueles com idade acima de 45 anos aprovam a administração do petista).

A comparação entre faixas de renda revela um problema extra para o prefeito do PT, já que o partido sempre teve na periferia a sua principal base eleitoral na cidade.

Entre os mais pobres (com renda mensal familiar de até dois salários mínimos), a aprovação a Haddad é de apenas 12%, ante 23% entre os mais ricos (renda superior a dez mínimos). Forte na periferia, a ex-prefeita Marta Suplicy (ex-PT e hoje no PMDB) pode ser uma das adversárias de Haddad no ano que vem.

Indagados pelo Datafolha, os paulistanos deram uma nota média de 4,1 ao prefeito
Herculano
02/11/2015 07:49
PENSANDO BEM

Quando se olha Brasil, se olha a figura da presidente Dilma Vana Rousseff, PT, com eu terninho vermelho, a sua ira contumaz e seus auxiliares féis (nem tantos), submissos e incompetentes, não tem como associar tudo isso com o filme Alice in Wonderland (Alice no País das Maravilhas), de Tim Burton, de 2010.

Alice, neta refilmagem, já com 19 anos, ao cair num buraco volta ao reino que e conheceu em sonho quando criança. E nesta volta é obrigada a enfrentar a realidade e lutar contra a rainha vermelha, a favor da rainha branca para salvar o reino do bem. No Glory Day, finalmente Alice bate a cabeçuda (cabeça grande, mesmo) rainha vermelha, ou a rainha de copas, que dizia e admitia que era preferível ser temida do que ser amada.

Não há mera semelhança, há muita coincidência nesta recontagem desta história infantil na interpretado por Johnny Depp, o chapeleiro, e Mia Wasikowska. Vale a pena assistir (de novo e comparar).
Herculano
02/11/2015 07:39
FALTA APURAR PAPEL DO CITI NA COMPRA DE PASADENA, por Cláudio Humberto na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

As investigações da força-tarefa da Operação Lava Jato e da CPI da Petrobras não se debruçaram sobre um personagem importante na compra superfaturada, pelo Brasil, da refinaria de Pasadena, localizada no Texas, nos Estados Unidos. Trata-se do Citibank, banco dos EUA que recomendou o negócio. Avaliada por US$ 42,5 milhões, a refinaria escandalosamente superfaturada custou US$ 1,33 bilhão ao Brasil.

Negociata

A negociata de Pasadena foi na época em que o Citi e Daniel Dantas, o banqueiro, uniram-se para tentar controlar uma empresa de telefonia.

Antigos parceiros

O banqueiro Daniel Dantas era parceiro do banco americano Citibank e dos fundos de pensão de estatais para comprar a TeleNorte Leste.

Citi sabia

O Citigroup, controlador do Citibank, foi contratado pela Petrobras para vender a refinaria de Pasadena em 2013.

Prejuízo garantido

A Petrobras confirmou ofertas, através do Citibank em 2013, entre US$ 200 e US$ 250 milhões pela refinaria. Mas "não aceitou o prejuízo".

CÂMARA MANTÉM BOQUINHA PARA APANIGUADOS

A crise financeira não afetou os apadrinhados de deputados federais. Em ano de arrocho fiscal, a Câmara não abre mão de um batalhão de funcionários comissionados, nomeados sem concurso. No total, são 1.636 "cargos de natureza especial" (CNE), com salários que chegam a R$ 17 mil, distribuídos entre as lideranças, secretarias e a presidência da casa. Cada deputado tem direito a 25 secretários parlamentares.

Boquinha gulosa

A Câmara paga a 10.347 secretários parlamentares, não concursados. Todos são indicados e muitos nem aparecem para trabalhar.

Boquinha gulosa 2

Os partidos com maiores números de comissionados são: PT, PMDB e PSDB. Juntos, as três lideranças têm mais de duzentos.

Nem vão fazer falta

São 3.342 concursados na Câmara, além de 3.096 terceirizados. Estima-se que um terço desse contingente se aposentará até 2.020.

BRASIL SEM GOVERNO

Mais que irritação, provocou certo pânico no Palácio do Planalto a entrevista do ministro Marco Aurélio, à revista IstoÉ, reconhecendo que "não há governo" no Brasil. O ministro do Supremo Tribunal Federal lidera a campanha "Banho de Ética", do Instituto Uniceub de Cidadania.

Farra do BNDES

O presidente da CPI do BNDES, Marcos Rotta (PMDB-AM), está preocupado com os empréstimos internacionais do banco. "Precisamos encontrar mecanismos para barrar o tráfico de influência".

Vai cair acompanhado

Deputados da oposição e governo estão em pânico com os sinais do presidente da Câmara, Eduardo Cunha, de que não tem a "menor intenção" de "cair sozinho" no escândalo desvendado pela Lava Jato.

Esconde-esconde

O governo parou de divulgar a conta dos "cartões corporativos", usados até para pagar motel de ministros. Até agosto: R$ 35 milhões. Agora o governo esconde até o total de gastos, 90% dos quais são sigilosos.

Está combinado

Aliados de Dilma preferem que Eduardo Cunha seja afastado do cargo pela via judicial. Enquanto o presidente da Câmara evita abraçar o impeachment, Dilma evita abraçar o papel de articular a saída dele.

Lenha na fogueira

"A oposição vai pressioná-lo (Eduardo Cunha) para que decida sobre o impeachment até 15 de novembro", afirma o deputado Paulinho da Força (SD-SP), aliado de Cunha e defensor ferrenho do impeachment.

Boi na linha

O ministro Gilberto Kassab (Cidade) pediu a Jerônimo Goergen (PP-RS) para recuar em relação ao projeto que previa obrigatoriedade de extintor em carro. A Câmara já aprovou a urgência da proposta.

Figura repetida

Dois personagens petistas de escândalos anteriores continuam atuando na roubalheira aos fundos de pensão, segundo o deputado Efraim Filho (DEM-PB): João Vaccari Neto e o mensaleiro José Dirceu.

Pensando bem...

O governo precisa fazer outra reforma política, pois perdeu na primeira votação do pacote fiscal. O Congresso adiou a votação da DRU.
Herculano
02/11/2015 07:29
da série: a ladroeira profissional dos que se diziam limpos e puros, e que fazem isto enlameando e roubando dos decentes

RELAT?"RIO DETALHA MOVIMENTAÇÃO NAS CONTAS DE LULA, PALOCCI E ERENICE

Parte 1

Conteúdo do jornal Folha de S. Paulo e da revista Época (O Globo). Um novo relatório do órgão de inteligência financeira do Ministério da Fazenda afirma que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e os ex-ministros petistas Antonio Palocci e Erenice Guerra movimentaram recursos milionários após deixar o governo, de forma incompatível com suas atividades no setor privado, de acordo com reportagem publicada pela revista "Época" na edição que chega às bancas neste sábado (31).

Segundo o relatório obtido pela revista, produzido pelo Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras), as empresas de Lula, Palocci e Erenice movimentaram R$ 294,6 milhões em suas contas desde 2008. O valor representa a soma de entradas e saídas, ou seja, o que faturaram com seus clientes, mais o que repassaram a outras contas para realizar despesas, investimentos e aplicações financeiras, por exemplo.

De acordo com o Coaf, a empresa criada por Lula em 2011 para contratar suas palestras faturou R$ 27 milhões até maio deste ano e transferiu R$ 25,3 milhões para outras contas, movimentando ao todo R$ 52,3 milhões. O faturamento da empresa foi revelado em agosto por reportagem da revista "Veja" baseada em outro relatório produzido pelo Coaf.

Edson Silva - 26.out.14/Folhapress
O ex-prefeito e ex-Ministro Antonio Palocci após votação em colégio
O ex-ministro Antonio Palocci em Ribeirão Preto (SP)

Palocci foi ministro da Fazenda de Lula e abriu sua empresa de consultoria, a Projeto, em 2006, ano em que deixou o governo e se elegeu deputado federal. Ele movimentou R$ 216,2 milhões até abril deste ano, segundo o relatório do Coaf divulgado pela revista "Época". Desde junho de 2011, quando deixou o posto de ministro da Casa Civil do governo da presidente Dilma Rousseff, a consultoria de Palocci faturou R$ 52,8 milhões, segundo o Coaf.

Palocci deixou o governo Dilma após a Folha ter revelado a existência de seus negócios como consultor e a multiplicação de seu patrimônio pessoal. Ele sempre defendeu suas atividades como legítimas e se recusou a revelar a identidade de seus clientes. Entre 2007 e 2010, quando Palocci era deputado, a Projeto faturou R$ 35 milhões, de acordo com informações repassadas pela Receita Federal ao Ministério Público Federal.

da série: a ladroeira profissional dos que se diziam limpos e puros, e que fazem isto enlameando e roubando dos decentes
Herculano
02/11/2015 07:27
RELAT?"RIO DETALHA MOVIMENTAÇÃO NAS CONTAS DE LULA, PALOCCI E ERENICE

Parte 2

Segundo a reportagem da revista "Época", o relatório do Coaf mostra que Lula repassou recursos a seus filhos e investiu no ano passado R$ 6,2 milhões num plano de previdência privada.

Em nota, o Instituto Lula informou que os valores se referem a 70 palestras ministradas pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva contratadas por 41 empresas, "todas realizadas, contabilizadas e com os devidos impostos pagos". A nota enfatiza que "não há nada de ilegal na movimentação financeira do ex-presidente" e que "os recursos são oriundos de atividades profissionais, legais e legítimas de quem não ocupa nenhum cargo público".

No caso de Palocci, o relatório diz que sua consultoria faturou R$ 4,7 milhões com a Caoa, montadora e revendedora de veículos investigada na Operação Zelotes suspeita de envolvimento com suposto esquema de compra de medidas provisórias. Investigadores investigam suspeitas de que houve pagamento de propina para garantir incentivos fiscais para as montadoras na MP 471, aprovada pelo Congresso no fim de 2009.

A relação de Palocci com a Caoa já era conhecida. Em maio, a empresa afirmou à Folha que o ex-ministro prestou consultoria em dois períodos, de 2008 a 2010 e de 2012 a 2013, "nas áreas de planejamento estratégico, econômico, financeiro e de relações internacionais". A empresa disse que "não comenta detalhes sobre contratos".

A assessoria de imprensa do ex-ministro Antonio Palocci afirmou que seus ganhos e os de sua empresa "estão clara e transparentemente registrados e sempre informados às autoridades competentes".

Em nota, chama de "caluniosas e mentirosas as ilações" e que buscam relacionar os serviços da Projeto Consultoria à aprovação de benefícios ao setor automotivo. Afirma ainda que Palocci está afastado da vida pública há mais de quatro anos e que retomou as atividades empresariais nesse período.

ERENICE

Erenice Guerra foi secretária-executiva da Casa Civil quando Dilma era a ministra, no governo Lula, e sucedeu a chefe quando ela deixou o posto para concorrer à Presidência nas eleições de 2010. Erenice deixou o cargo após acusações de tráfico de influência envolvendo sua família no âmbito do ministério.

Segundo a revista "Época", o escritório de advocacia da ex-ministra recebeu R$ 12 milhões entre agosto de 2011 e abril deste ano e transferiu R$ 11,3 milhões a outras contas, movimentando um total de R$ 23,3 milhões no período. Procurada pela Folha, a ex-ministra não foi localizada.

PIMENTEL

Ainda de acordo com a revista, o governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT), chamou atenção do Coaf ao fazer um saque de R$ 150 mil dois meses após vencer as eleições. Na análise das movimentações, diz a revista, os investigadores apontaram um "comportamento atípico" do governador, já que ele teria apresentado informações incorretas sobre a operação ou evitado esclarecê-la.

A Polícia Federal investiga se o comitê do PT em Minas recebeu recursos ilícitos de contratos assinados entre órgãos públicos e empresas de Benedito Rodrigues de Oliveira, amigo de Pimentel, preso com R$ 113 mil em dinheiro vivo dentro de um avião. A Operação Acrônimo averigua supostos desvios de recursos para a campanha de Pimentel ao governo de Minas, em 2014, e suspeitas de tráfico de influência.

Em nota, os advogados de Pimentel disseram que desconhecem a origem e o conteúdo dos documentos e que o governador "apresentará todos os esclarecimentos assim que as informações mencionadas na mensagem forem disponibilizadas nos autos do inquérito".

"O governador reafirma jamais ter participado de qualquer ato ilícito, colocando-se, como sempre o fez, à disposição para todo e qualquer esclarecimento, sempre que apresentados os documentos nos quais se fundam as supostas acusações", continua a nota
Herculano
02/11/2015 07:21
PARTIDOS SEM FUNDOS, editorial do jornal Folha de S. Paulo

O fato de o país enfrentar gravíssimas dificuldades econômicas parece irrelevante quando estão em questão os interesses de deputados e senadores, cuja desfaçatez se conta na casa dos milhões de reais.

Já havia sido assim com o Orçamento de 2015. Embora todos conhecessem a penúria dos cofres públicos, o então relator da peça, senador Romero Jucá (PMDB-RR), julgou oportuno ampliar as provisões do Fundo Partidário, levando-as de R$ 289 milhões para R$ 867 milhões. Desnecessário dizer que recebeu o apoio de seus colegas.

Neste ano, ao menos por ora, o roteiro indigesto se repete. Na sugestão de Orçamento para 2016, o governo Dilma Rousseff (PT) reservou R$ 311 milhões para o Fundo Partidário. Como relator da proposta, o deputado federal Ricardo Barros (PP-PR) anunciou a intenção de triplicar o volume de recursos.

Uma emenda com esse propósito foi apresentada a seu pedido, e o acréscimo de R$ 600 milhões aguarda para ser analisado.

Ricardo Barros decerto não vê contradição em apoiar o aumento de verbas para os partidos e defender, ao mesmo tempo, corte de R$ 10 bilhões no programa Bolsa Família, o que prejudicaria cerca de 23 milhões de pessoas.

De seu ponto de vista, a que não faltarão adeptos entre os congressistas, mostra-se mais importante, sem dúvida, assegurar aos políticos em geral os recursos necessários para bancar uma legião de assessores e cabos eleitorais ?"isso para ficar apenas nas aplicações legais dessa fortuna.

Revelador de uma mentalidade patrimonialista, o raciocínio sempre esteve em vigor, mas ganhou força nos últimos meses. De um lado, o Supremo Tribunal Federal declarou inconstitucionais as doações eleitorais de empresas.

De outro, o agravamento da recessão econômica e os avanços da Operação Lava Jato deixaram mais ariscas as pessoas jurídicas que pudessem mostrar disposição para contornar, por meios fraudulentos, a nova restrição.

Não surpreende, mas consterna, que diferentes partidos procurem enfrentar a escassez apelando ao indefeso Tesouro Nacional ?"sobretudo porque o número de agremiações tem crescido no país.

Eram 27 na eleição presidencial de 1989; passaram a 30 em 2002; são 35 agora. A inflação de siglas reduz a participação de cada uma delas no bolo milionário (95% do fundo é dividido entre as 28 legendas representadas no Congresso, respeitada a proporção das bancadas; os 5% restantes se repartem entre todas as agremiações existentes).

O Congresso ainda discutirá a melhor forma de finalizar o Orçamento de 2016 ?"e tudo leva a crer, lamentavelmente, que o acréscimo ao Fundo Partidário será preservado de qualquer corte.
Herculano
01/11/2015 22:35
EM XADREZ, MOVE-SE O BISPO, por Carlos Brickmann

A Rede Record de Televisão preparou uma série de reportagens sobre a Operação Zelotes, essa em que um dos filhos do ex-presidente Lula foi intimado a depor e teve os escritórios de suas empresas vasculhados pela Polícia Federal. Na reportagem, são citados também outro filho de Lula - com o detalhe de que, antes de o pai ser eleito, ganhava R$ 600,00 mensais como monitor de zoológico, e hoje é dono de várias e lucrativas empresas; e um sobrinho de Lula, Taiguara, dono de bons negócios em países africanos que o tio visitou para palestrar. E não vai parar por aí: há repórteres da rede pesquisando os negócios da família. No atual xadrez político brasileiro, o movimento do bispo pode levar ao xeque-mate (sem trocadilhos, por favor: xadrez é um jogo e xeque é com "x").

Mas isso não é o mais importante: o importante é saber o que leva a Rede Record, que obedece à orientação do bispo Edir Macedo, da Igreja Universal, a bater num presidente que apoiou; e o que leva a presidente Dilma a manter no Ministério dos Esportes um indicado do PRB, partido ligado à Universal. Se George Hilton continua ministro dos Esportes, e o PRB continua fazendo parte da base governista, Dilma concorda com os ataques a Lula. Mais: se outros ministros petistas não se manifestam, e ficam no Governo, concordam também.

Há muita gente afirmando que Lula e Dilma já não se entendem; mas indícios tão fortes de divisão ainda não haviam aparecido. E a ocasião é propícia para desentendimentos. Navios que naufragam perdem boa parte de sua população fixa.

DESMENTIDO

Mas atribuir a Lula a frase de que não sabia de nada, não sabe que tem filhos empresários nem conhece seu sobrinho é maldade de Internet.

?", gente ruim!

O RISCO...

Luís Cláudio Lula da Silva, filho de Lula, foi intimado pela Polícia Federal a depor no caso da suspeita de compra de Medidas Provisórias. OK: Lula e sua família são cidadãos como todos. Mas há algo esquisito (embora não ilegal): Luís Cláudio foi intimado às 23h, um horário incomum. Antes de procurá-lo onde mora, a Polícia Federal procurou-o onde não mora mais, em São Bernardo. Se não sabem nem onde vive, de que valem suas suspeitas?

Pior: ao inovar no horário, permitiu que o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, quisesse saber o motivo disso. Qualquer falha no procedimento pode levar à tese da perseguição. Ou terá sido proposital, para manchar a ação e abrir campo para anular o caso? Por que não intimá-lo na manhã seguinte? Qual seria o prejuízo?

...DE PASSAR DO PONTO

As reportagens sobre o apartamento do filho de Lula também foram além do normal. Se alguém, pessoa física ou empresa, tem um imóvel, e quer emprestá-lo gratuitamente a um amigo, ninguém tem nada com isso. Qual é o crime? O empréstimo gratuito de um imóvel por muitos anos pode ter relação com algum negócio em que os donos obtiveram vantagem. Mas os proprietários são amigos de Lula desde quando era dirigente sindical, e o alojaram numa casa em São Bernardo, de graça, por quase dez anos, quando ele não poderia oferecer-lhes vantagem nenhuma.

Pode haver maracutaia? Pode; mas é preciso primeiro reunir os indícios para depois apontar o dedo. Denúncia vazia, não.
Herculano
01/11/2015 22:35
AÇÃO CORRETA, por Carlos Brickmann

Ao afastar o general Antônio Mourão do Comando Militar do Sul, o mais poderoso do país, o Governo agiu certo: não cabe a um militar da ativa manifestar-se sobre assuntos políticos, concordemos ou não com ele. As Forças Armadas têm a hierarquia como valor essencial, e seu comandante-chefe é a presidente da República. Mourão criticou o Governo e os políticos. Mesmo que tenha razão, não poderia fazê-lo.

O Exército é, e tem de continuar sendo, o Grande Mudo.

GASTA AQUI..

Economia? Então, tá. Até agora não há nenhum movimento no Congresso para impedir a construção do ParlaShopping, mais um grande edifício com escritórios suntuosos para o conforto de Suas Excelências, com milhares de garagens e um shopping onde o parlamentar possa fazer as comprinhas sem se misturar com essa gente rude que o elege. A verba inicial a ser gasta é de R$ 400 milhões; o orçamento total é de R$ 1 bilhão.

Qual a utilidade do novo prédio? Para o trabalho, nenhuma: o Congresso funciona mal, mas não por falta de boas instalações.

...GASTA ACOLÁ

O Executivo não regula micharia. Em dez anos, as despesas da Presidência da República, em moeda constante, triplicaram. Os serviços terceirizados do Palácio da Alvorada - secretárias, telefonistas, vigilantes, garçons, faxineiros - custam R$ 220 milhões por ano (fora os funcionários da Presidência, que não são poucos). Há 88 garçons e 58 copeiras, que servem R$ 16 milhões de comida por ano. No avião presidencial a alimentação custa R$ 2 milhões por ano.

Numa viagem de Dilma aos EUA, havia para servi-la 19 limusines, dois ônibus e um caminhão para as bagagens (cerca de US$ 100 mil). Em 2011, Dilma fez uma escala, que custou R$ 244 mil, em Atenas.

O modesto uruguaio Pepe Mujica é bom para ser elogiado, mas não é imitado
Paulo Filippus
01/11/2015 22:21
ERRATA - Ameaças e Passeatas

Herculano, agradeço imensamente a divulgação de UMA de tantas ameaças que recebo com frequência dos soldadinhos de chumbo que trabalham em prol do projeto de poder que ocorre em Gaspar, só gostaria de fazer uma pequena correção:

- Na parte que salientas as duas passeatas de Gaspar, gostaria de frisar que não fiz parte, já que em ambas haviam partidos da base (direta ou indireta) do atual prefeito envolvidos na organização. E na segunda tentativa até fiz a proposta de despartidarizar o movimento, que me foi negada. Sendo assim, participei efetivamente nas 3 grandes manifestações que convocamos em Blumenau.

Pra ti ver que até as manifestações esses caras conseguem aparelhar na cidade, é mole? Abraços!
Herculano
01/11/2015 21:25
LULA TENTA "BLINDAR" AMIGOS E PARENTES EM CPIs, por Josias de Souza

Está em curso uma articulação para tentar evitar a convocação de amigos e parentes de Lula em duas CPIs: a do BNDES, que funciona na Câmara; e a do Carf, que opera no Senado. Deve-se a iniciativa ao próprio Lula. Ele aciona congressistas do PT e aliados para providenciar a 'blindagem'. Espera contar inclusive com a ajuda dos presidentes da Câmara e do Senado, Eduardo Cunha e Renan Calheiros.

Seguindo as pegadas de investigações sobre corrupção feitas pela Polícia Federal, pelo Ministério Público, pela Receita Federal e pelo Coaf, o PSDB e outros partidos oposicionistas se equipam para constranger Lula e o governo. A lista de potenciais depoentes é vasta. Alguns requerimentos de convocação já foram apresentados. Outros serão protocolados nesta semana.

Além de levar o próprio Lula à alça de mira, a oposição trama convocar, por exemplo, o filho do ex-presidente, Luiz Cláudio Lula da Silva, e o amigo e ex-ministro Gilberto Carvalho. Ambos são investigados na Operação Zelotes por suspeita de participar de um esquema de comércio de medidas provisórias que criaram facilidades tributárias para montadoras de automóveis.

Noutra frente, Lula está acompanhado dos ex-ministros Antonio Palocci, Erenice Guerra e Fernando Pimentel, hoje governador de Minas Gerais. O quarteto foi mencionado em relatório do Coaf, órgão do Ministério da Fazenda, como responsável por uma movimentação financeira de R$ 297,7 milhões.

Numa terceira trincheira de apuração, Lula surge enroscado no amigo e empresário José Carlos Bumlai. Em depoimento à força-tarefa da Lava Jato, o operador de propinas Fernando Baiano disse ter repassado R$ 2 milhões a Bumlai. O dinheiro destinava-se, segundo o delator, a uma nora de Lula.

Bumlai é beneficiário também de empréstimo concedido pelo bom e velho BNDES. Coisa de R$ 101,5 milhões. Foi liberado num momento em que os negócios do amigo de Lula claudicavam. Nove meses depois de entesourar a verba, a empresa de Bumlai protocolou na Justiça um pedido de recuperação judicial. Mal das pernas, não conseguia pagar suas dívidas.

Lula assumiu a linha de frente da operaçãoo de 'blindagem' por recear que o governo da afilhada Dilma Rousseff se dedique a outras prioridades legislativas, como a aprovação das medidas fiscais empacadas na Câmara.

As últimas investigações abertas no legislativo desmoralizaram o instituto da CPI. É improvável que a passagem por uma comissão do gênero piore a condição penal de alguém. Mas ninguém está livre do risco de produzir constrangimentos com frases mal construídas.

De resto, a simples convocação de personagens como o filho e amigos de Lula provocaria um dano político que não pode ser negligenciado. No papel, o governo dispõe de maioria nas CPIs. Mas essa suposta maioria não tem livrado Dilma de sucessivas derrotas no Legislativo.
Herculano
01/11/2015 16:37
O POSIONAMENTO DA VEREADORA ANDREIA

A professora e vereadora Andreia Symone Zimmermann Nagel, PSDB, usou há pouco e abaixo, um espaço para se manifestar sobre a mudança de partido. É o mesmo texto que, segundo ela, usou no seu facebook.
ANDRÉIA NAGEL
01/11/2015 16:19
Prezados Cidadãos Gasparenses
Em respeito aos que me acompanham, que sabem a forma de me portar e a luta que tenho desempenhado buscando sempre o que me parece ser coerente e honesto, além de não esconder que muito ainda pretendo fazer, é justamente por isso que me vejo na obrigação de esclarecer o tema que encontra-se em debate e é alvo das mais variadas opiniões, e se assim eu não o fizer, pode haver contaminação, como por vezes é pratica de determinadas pessoas.
Agi no momento da desfiliação do DEM, dentro do que prima a minha convicção, fiz a escolha consultando as bases, conversei com as pessoas, fizemos uma reunião partidária para que isso fosse viabilizado.
Tive a concordância dentro das conversações que empreendi, foi feito tudo de forma muito transparente, daqueles que estiveram na reunião do DEM, tive a aprovação e a autorização para me desvincular do partido.
O que tramita na Justiça Eleitoral, é um pleito de um suplente, que vê o direito dele em tomar esta atitude, não o censuro, todavia, também adotei minha defesa, defesa esta com base na postura que adotei como cidadã, antes de vereadora, não sai do partido de uma hora para a outra, fiz de forma transparente, procedi de forma a assegurar o meu direito de também discutir e justificar o meu ato.
É importante destacar também que diversas figuras políticas de notoriedade nacional migraram de partido, tiveram as suas razões, e nem por isso deixaram de continuar a tocar os projetos e defender aquilo que acreditam e aqueles que lhes elegeram.
O que acontece aqui, é que enquanto estou trabalhando nas ações que assumi em campanha, ocorre esse tipo de situação com a intenção de me tirar do foco e desviar a minha atenção do que realmente importa, do que realmente me preocupa que é discutir e propor ações para melhorar a vida da nossa comunidade e não ficar com intrigas políticas e brigas partidárias. É isso que a comunidade espera de nós "trabalho".
Reforço novamente que a minha decisão de mudar de partido aconteceu de forma muito transparente e peço humildemente às pessoas que acompanham e confiam no meu trabalho que me meçam pela forma como venho desempenhando o meu mandato desde o início, com respeito e compromisso com a nossa comunidade.
Um forte abraço a todos.


Herculano
01/11/2015 13:53
LICRO APRA LER

Pois é. O ministro da Fazenda do Brasil, Joaquim Levy, acabo de vê-lo e ouvi-lo, num english efficient & clear, na CNN Internacional, recomendando leitura de livros e sobre o aquecimento global. Já sobre a economia, a incompetência, corrupção e roubalheira brasileiras ou até o aumento de imposto como ele defende, nada foi lhe perguntado...
Herculano
01/11/2015 13:32
da série: devia ser perdoada, ou como uma pessoa esclarecida pode se deixar levar pelo charlatanismo?

FALSA VIDENTE É INVESTIGADA POR GOLPE DE R$50 MILHÕES EM MEGA EMPRESÁRIO

parte 1

Conteúdo do jornal Folha de S. Paulo. Texto de Rogério Pagnan. O empresário Emídio Mendes, 69, recebeu de um amigo português a indicação de uma pessoa no Brasil capaz de ajudá-lo a se livrar de tonturas que o atormentavam havia anos. De Lisboa mesmo, ligou para marcar um horário.

Foi a partir disso que, em 2009, conheceu em São Paulo uma mulher chamada Vitória, tida como uma vidente.

Seis anos depois, porém, além de não ter conseguido conter as tonturas, contabiliza prejuízo de cerca de R$ 50 milhões e enfrenta uma briga judicial para manter o controle de suas empresas -é dono de grupo que inclui shopping, jornal e pedreira. E as tonturas? "Estão muito piores", diz.

Essa vidente que Mendes consultou não tem nada de Vitória. Chama-se, na verdade, Maria Helena Gimenez, ou, dependendo do documento, Cristina Kwiek. Tem idade e naturalidade incertas e é uma velha conhecida da polícia. Consultas policiais atribuem a ela quatro RGs diferentes.

Segundo policiais ouvidos pela Folha, ela integra uma rede de falsos videntes especializada em obter grandes quantias com venda de trabalhos espirituais fraudulentos.

Com truques que envolvem supostos contatos com espíritos e uso de animais mortos, os "videntes" convencem as vítimas a resolverem problemas criados, às vezes, pelos próprios farsantes. O preço só é revelado quando está tudo, em tese, concluído. Ou quase.
Herculano
01/11/2015 13:31
da série: devia ser perdoada, ou como uma pessoa esclarecida pode se deixar levar pelo charlatanismo?

FALSA VIDENTE É INVESTIGADA POR GOLPE DE R$50 MILHÕES EM MEGA EMPRESÁRIO

parte 2

Foi o que aconteceu com o empresário paulista Caio Augusto Cardoso, 38, quando foi procurado por Márcia Kwiek e Alexander Queiroz, filha e genro da vidente e integrantes dessa mesma rede.

Segundo documentos de uma ação judicial, o empresário foi convencido, em 2012, a pagar R$ 6,5 milhões para libertar de um feitiço os pais dele, mortos anos antes. A mãe, por exemplo, estaria sofrendo com um "tumor espiritual". O dinheiro seria para compra de velas -acesas até em Angola.

Alertado do possível golpe pelo irmão, o empresário conseguiu que o banco interrompesse a transferência de ao menos R$ 3,5 milhões.

À Justiça, que Cardoso buscou para reaver os R$ 3 milhões restantes, a dupla de videntes disse que o valor se referia a doação. "Vale ressaltar a boa fé dos peticionários que, passados mais de 15 dias das doações, ainda mantinham praticamente intactos os valores doados, demonstrando o caráter diferente de estelionato", diz trecho da defesa.
Herculano
01/11/2015 13:30
da série: devia ser perdoada, ou como uma pessoa esclarecida pode se deixar levar pelo charlatanismo?

FALSA VIDENTE É INVESTIGADA POR GOLPE DE R$50 MILHÕES EM MEGA EMPRESÁRIO

parte 3

Naquele momento, parte do dinheiro já tinha sido usada para compra de veículos de luxo, como duas Mercedes-Benz, uma por R$ 480 mil.

Mas, após bloqueio de bens e pedido de prisão apresentado pelo Ministério Público, o dinheiro foi devolvido.

Segundo policiais ouvidos pela Folha, há vítimas que, com vergonha, não registram queixa, e outras que dizem ter sofrido golpes com valores de R$ 50 mil a R$ 60 mil.

Casos como esse levaram a comunidade cigana a espalhar, nos anos 2000, cartazes alertando para falsas videntes. Eles eram ilustrados por fotos de Maria Helena e de duas outras mulheres.

Apesar disso, não consta na ficha criminal dela nenhuma condenação. Atualmente, sua atuação é investigada em três inquéritos na polícia.

Em 2012, a Justiça Federal chegou a decretar sua prisão por falsidade ideológica e documento falso, em investigação que citava também estelionato, evasão de divisas e tráfico de mulheres.

A prisão foi revertida pelo então advogado de Maria Helena, Luiz Flávio D'urso, ex-presidente da OAB-SP.

Procurada ao longo da semana, Maria Helena não foi localizada. A reportagem tentou contatá-la em cinco números de telefones e três endereços atribuídos a ela em documentos, como boletins de ocorrência. D'Urso diz que não teve mais notícias dela desde que deixou o caso.

SEGURANÇA DELATOU ESQUEMA

O segurança paulistano Lásaro Antonio Reis, 44, diz que, quando foi contratado por Maria Helena Gimenez em 2010, recebeu dela uma missão clara: proteger o empresário Emídio Mendes, dono do Riviera Group, que tem negócios no ramo de comércio, comunicação e imóveis.

Segundo Reis, as palavras da mulher revelavam que a proteção tinha prazo de validade. "Não deixa o homem morrer que ainda não é hora", relata o que teria ouvido.
herculano
01/11/2015 13:30
da série: devia ser perdoada, ou como uma pessoa esclarecida pode se deixar levar pelo charlatanismo?

FALSA VIDENTE É INVESTIGADA POR GOLPE DE R$50 MILHÕES EM MEGA EMPRESÁRIO

parte 4

Para o segurança, o tempo que a "vidente" esperava era o suficiente para transferir todos os documentos de seu interesse para o nome dela ou de seu grupo, como ela já havia feito com parte dos bens. "Faltava mais alguma coisa para ela tomar", afirma Reis.

De acordo com a família de Mendes, foi Reis quem ajudou a salvar a vida do empresário ao mudar de lado e revelar as conversas da patroa. No final de 2011, diz, o português não tinha força para deixar a cama e não conseguia se alimentar sozinho. "Ela dopava ele. Eu precisava dar banho nele. Dava comida", diz o segurança, que passou a trabalhar só para o empresário.

Mendes estava entregue. Ficava sozinho porque, por orientação da vidente, se afastara de familiares e amigos. Demitiu funcionários de confiança da empresa e colocou outros indicados por ela. A partir daí, foi a vidente quem passou a controlar o grupo.

"Ela não falou em dinheiro de imediato. Só mais tarde, à medida que foi me envolvendo, ganhando minha confiança." Depois, afirma, isso mudou. "Ela pedia R$ 150 mil, R$ 200 mil, R$ 500 mil. Dizia que precisava fazer trabalhos, sacrificar animais, para me curar. Nunca vi fazer nada."

Segundo Mendes, a primeira vez que ele temeu correr risco de vida foi quando, em seu centro de compras em Portugal, ouviu de parentes de Maria Helena que o empreendimento seria delas em um ano. "Elas não sabiam que eu estava ouvindo", disse, sobre três mulheres indicadas pela vidente para administrar aquele negócio.

Ele afirma ainda que, ao se reconciliar com a família e se afastar de Maria Helena em 2012, acreditava ter ficado com o prejuízo dos trabalhos espirituais. O valor, pelos seus cálculos, chega a R$ 15 milhões. Depois, relata, descobriu que a situação era pior.

Notou o desvio de R$ 4,9 milhões de uma conta, e surgiram documentos registrados em cartório com a suposta assinatura do empresário que atestavam uma dívida que chegava a R$ 36 milhões.

"Só mais tarde vim a perceber que eles [a vidente e as pessoas que apresentaram os documentos] estavam todos ligados", afirma Mendes.

Após contratar um detetive, Mendes soube que o tal homem que reclama os R$ 36 milhões é um pastor ligado ao filho de Maria Helena.

Agora, ele tenta provar na Justiça que os documentos são falsos para conseguir retomar o controle da empresa.

O prejuízo pode ser ainda maior. O empresário registrou o furto de ações ao portador no valor R$ 100 milhões e o desaparecimento de escrituras de um terreno na Grande SP com 9 milhões de metros quadrados. "Eu já não sei mais o que pode vir."
Herculano
01/11/2015 13:06
PESQUISA SOBRE CÂNCER FAZ FÁTIMA FERNARDES PARAR DE ANUNCIAR PRESUNTOS, por Ricardo Feltrin, colunista de TV do Uol.

Uma pesquisa da OMS divulgada na semana passada, a respeito do aumento de probabilidade de câncer para pessoas que consomem embutidos em excesso, já causa mudanças no mundo publicitário.

Em comum acordo entre todos os envolvidos (anunciante, agência e contratada), Fátima Bernardes não deverá mais anunciar presuntos e linguiças da marca Seara --pelo menos não nas próximas semanas.

O objetivo é não vincular, por ora, a imagem da jornalista e apresentadora do "Encontro com Fátima" com um produto que está na berlinda como "vilão" da saúde: os embutidos [leia o artigo do médico cancerlogista Dráuzio Varela e publicado abaixo].

Do ponto de vista publicitário, a decisão conjunta teve um timing perfeito, já que, no momento em que a pesquisa era anunciada, a grife Seara não vinha divulgando seus embutidos, e sim comerciais relativos às suas massas, como lasanhas.

Embora tenha recebido o aval da OMS (Organização Mundial da Saúde), a pesquisa vem sofrendo críticas de vários setores, inclusive de médicos e cientistas do mundo todo, apontada como alarmista.

A pesquisa colocou carnes processadas, como presunto, bacon e linguiça, como possíveis cancerígenos, ao lado de produtos historicamente nocivos, como álcool e tabaco.

Se por um lado a Seara pisou no freio da publicidade de embutidos, outras marcas concorrentes, com a Marba, continuaram e até ampliaram anúncios de seus produtos nos últimos dias, como a mortadela --especialmente em rádio.
Herculano
01/11/2015 12:55
MAIORIA REJEITA INFLUÊNCIA DE LULA SOBRE DILMA, por Vera Magalhães, de Veja.

Pesquisa realizada pelo Ibope Inteligência de 17 a 21 deste mês mede a opinião da população sobre a influência do ex-presidente Lula no governo Dilma Rousseff.

Para 62%, o antecessor influencia as decisões da presidente, contra apenas 28% que consideram que ele não tem essa ascendência.

No universo total de entrevistados, 53% consideram a influência de Lula negativa, contra apenas 33% que a consideram um fator positivo.


A rejeição à influência de Lula aparece em todos os estratos da pesquisa, menos em dois: nos que declaram receber até um salário mínimo e nos entrevistados do Nordeste.

No grupo de mais baixa renda, 48% aprovam a ascendência de Lula sobre Dilma, contra apenas 39% que a condenam.

No Nordeste, 45% veem como positiva a força do ex no governo, e 41% a criticam.

A rejeição à mão do lulismo no governo aparece mesmo entre a população de escolaridade baixa, em regiões antes petistas, como o Norte do país, e é praticamente uniforme entre homens e mulheres e faixas etárias.

O Ibope fez 2002 entrevistas em 140 municípios de vários portes. A margem de erro é de dois pontos percentuais.
Herculano
01/11/2015 12:46
da série, um bom churrasco, não faz tão mal assim, pior mesmo é a salsicha, a linguiça, a mortadela, o salame, o bacon...


OS SUPLÍCIOS DA CARNE, por Dráuzio Varela, médico, médico cancereologista, para o jornal Folha de S. Paulo

A carne vermelha é o suspeito habitual. Volta e meia surgem inquéritos populacionais que a acusam de provocar ataques cardíacos, derrames cerebrais, câncer e outros achaques menos populares.

Com o tempo, a análise crítica desses estudos contesta essas acusações, e o assunto sobrevive apenas no lixo que se amontoa na internet. Ao constatar que os cientistas se contradizem, a população não sabe o que pensar.

Um relatório da OMS (Organização Mundial da Saúde), divulgado nesta semana, joga mais lenha nessa fogueira.

Depois de avaliar mais de 800 trabalhos publicados, um painel de 22 especialistas da Iarc (Agência Internacional de Pesquisas em Câncer) ouvidos pela OMS concluiu que o consumo de carnes processadas ?"salsicha, linguiça, bacon, salame, presunto, mortadela?" está associado a um pequeno aumento no risco de câncer de cólon e reto. E, em menor grau ainda, ao risco de câncer de próstata e de pâncreas.

Como consequência, a carne processada foi colocada no Grupo 1, categoria que reúne fatores em relação aos quais há "evidências suficientes" de que podem causar câncer. Pertencem a esse grupo tabaco, asbesto, álcool, radiações solares e poluição.

Quanto à carne vermelha ?"caracterizada como a musculatura de bois, carneiros, porcos, cabritos e outros?", o painel foi bem mais cauteloso: trata-se de um alimento "provavelmente" carcinogênico, conclusão baseada em "evidências limitadas".

A agência afirmou categoricamente que as carnes processadas, o cigarro, o álcool e os demais componentes do Grupo 1 não são farinha do mesmo saco: "Isso NÃO quer dizer que esses fatores de risco sejam igualmente perigosos".

Lógico que não são. O cigarro aumenta 20 vezes o risco de câncer de pulmão e causa 1 milhão de mortes anuais por câncer no mundo. Ao consumo excessivo de álcool são atribuídas 600 mil mortes por ano; aos efeitos da poluição 200 mil.

E ao consumo de carnes processadas?

Segundo o relatório, o risco aumenta 18% para cada 50 gramas ingeridas diariamente. Segundo as estimativas mais recentes do Global Burden of Disease Project, dietas ricas em carnes processadas seriam responsáveis por 34 mil mortes anuais por câncer, entre os 7 bilhões de habitantes do planeta.

Veja o caso dos Estados Unidos, país com uma das maiores incidências de câncer de cólon e reto e taxas mais elevadas de consumo per capita de carnes processadas.

A probabilidade de um americano desenvolver esse tipo de câncer no decorrer da vida é estimada em 5%. Se ingerir 50 gramas de carne processada todos os dias, o aumento de 18% faria o risco crescer para 5,9%. Se comer 100 gramas diárias, acrescentará mais 18% aos 5,9%, ou seja, passará a correr risco de 6,9%.

Submeter carne a altas temperaturas, ao contato direto com as chamas, com o calor das chapas e do óleo fervente ou à defumação facilita a formação de certas aminas e hidrocarbonetos aromáticos reconhecidamente carcinogênicos há muitos anos. A classificação da Iarc se refere apenas à qualidade dos dados acumulados, não à magnitude do risco.

Em outras palavras, parece haver evidências sólidas de que dietas ricas em carnes processadas estejam associadas a um pequeno aumento da probabilidade de desenvolver câncer de cólon e reto, mas calcular o risco de cada um de nós é impossível.

Digo parece, porque não existe consenso entre os epidemiologistas. Não houve unanimidade sequer entre os 22 especialistas do painel da Iarc: sete deles se abstiveram de votar a favor das conclusões por não estarem convencidos da qualidade das evidências apresentadas ou por não concordarem com elas.

É possível que o consumo exagerado de carne seja um dos múltiplos fatores para explicar a prevalência de câncer de intestino nos Estados Unidos, na comunidade europeia e na Austrália, mas o efeito é pequeno. Na Inglaterra, por exemplo, não há evidências concretas de que os vegetarianos tenham risco mais baixo desse tipo de câncer.

E você, leitor? Se quiser reduzir o risco de câncer e de outras doenças, não fume de jeito nenhum, beba pouco, faça exercícios, não engorde, coma quatro ou cinco porções de frutas e vegetais todos dias e não fuja dos prazeres da carne, sem exageros
Herculano53@hotmail.com
01/11/2015 12:26
SUA FATIA DO BOLO ENCOLHEU, por Celso Ming, para o jornal O Estado de S. Paulo

É um equívoco dizer que o rombo fiscal de 2015 aumentou. Ele já estava aí.

O papo anterior nem era de rombo; era de sobra, ou de um superávit primário de R$ 66,3 bilhões ou 1,1% do PIB. Agora até mesmo o governo admite que o déficit primário (e não mais o superávit primário) do setor público vai para R$ 118 bilhões, ou para mais de 2,0% do PIB.

O que aumentou foi a medida admitida do rombo, não o rombo. Antes o governo mostrava uma canequinha e dizia: "Está aqui o rombo". O resto era pedalado. Agora é medido com um garrafão, sem esconder mais nada, porque o governo precisa pressionar por uma solução e, para isso, é melhor mostrar tudo.

Mas, do ponto de vista das condições reais, o rombo dos últimos cinco anos de fato aumentou. Em 2011, o superávit primário (sobra de arrecadação para pagamento da dívida) era de R$ 128,7 bilhões, ou de 2,94% do PIB. Esse resultado foi nanicando até chegar a esse buracão aí dos R$ 118 bilhões (veja o gráfico). Por que isso aconteceu?

O discurso oficial até há pouco foi de culpar a crise internacional. Não dá para descartar esse fator, posto que a crise externa mudou o jogo anterior, favorável ao Brasil. Os países avançados enfrentaram queda ou desaceleração econômica e a China, que crescia a dois dígitos, agora não mostra mais do que 7%. Em 2016, talvez fique abaixo dos 6%.

Um pouco por isso, mas também pelo movimento normal dos ciclos econômicos, os bons tempos das commodities ficaram para trás. A tonelada de minério de ferro, por exemplo, chegou perto dos US$ 200; agora está em torno dos R$ 50. Há pouco mais de um ano, o barril de petróleo valia US$ 115; agora está nos R$ 50. Como o Brasil é grande exportador de matérias-primas (pouco menos de 50% do total), o faturamento caiu, a renda diminuiu e a arrecadação baqueou.

Mas isso não explica tudo. O problema aconteceu e se aprofundou porque a política econômica não se ajustou aos novos tempos. Em vez de reduzir a fatia do bolo distribuído, o governo a aumentou e, com isso, avançou sobre o bolo futuro, ou seja, aumentou a dívida. A Constituição de 1988 optou pelo modelo de Estado do Bem-Estar Social, ou seja, optou pela distribuição de benefícios. Enquanto a economia deu conta, foi dando certo. Dava até para roubar à vontade, como se viu agora pela Lava Jato. Quando passou a não dar certo, o distributivismo, que deveria encolher, aumentou.

Esse distributivismo foi acirrado pela atuação das corporações. Todos querem bolsa do governo, cada vez mais generosa: bolsa família, bolsa trabalhador, bolsa funcionário público, bolsa dos sem-terra, bolsa empresário, bolsa banqueiro, bolsa ruralista, bolsa político, bolsa aposentado... e por aí vai. Ninguém quer abrir mão de seus "direitos adquiridos", como se adquiridos fossem, sem ligar para a imposição das leis matemáticas.

A grande crise política do momento nada mais é do que o acirramento do conflito distributivo, num cenário de progressiva escassez do cestão a distribuir. As reclamações se concentram sobre Brasília. O governo mete as mãos no cestão a ser repartido e de lá as retira com punhados cada vez menores.
Herculano
01/11/2015 12:25
da série, a máxima vale para todos, menos para o que são mobilizados - aproveitando-se da democracia - para votar nessa gente para mante-la no poder e assim afanar permanentemente o Estado e as estatais, a custa da pobreza e submissão do povo e dos pagadores de pesados impostos que sustentam este Estado permanentemente delapidado por organizações criminosas que se disfarçam de partidos

O PETISMO DE FATO, CUIDOU MUITO BEM DOS EX-POBRES LULA E ERENICE. HOJE, SÃO MILIONÁRIOS!, por Reinaldo Azevedo, de Veja.

Só para lembrar: Lula movimentou mais de R$ 50 milhões em quatro anos! Isso é que é se dar bem no capitalismo!!!

Ui, ui, ui?

Em entrevista concedida à Folha no sábado, Gilberto Carvalho [publicada aqui, confira abaixo] diz haver uma campanha de desmoralização do Lula para que ele seja depois enviado à cadeia. Carvalho não deixou claro por qual crime. O próprio Lula, por sua vez, atacou a imprensa e afirmou que esta só bate no PT porque não gosta de ver o pobre melhorar de vida. Ah, sim: o jornalismo também estaria a serviço das elites.

Como a gente vê, o petismo cuida muito bem dos pobres. Lula já foi pobrezinho. Erenice idem. Agora são milionários. Essa imprensa é muito má?
Herculano
01/11/2015 12:14
A CORRUPÇÃO, por Miriam leitão, para o jornal O Globo

Como uma bactéria oportunista, a corrupção avança sobre a economia contaminando cada etapa da atividade econômica. Ela desvia recursos públicos, como todos sabem. E sobre isso temos conversado no Brasil. Mas ela também mina e distorce a gestão das empresas privadas. A companhia que avança pelo conluio com agentes públicos tem fragilidades que a tornam vulnerável a qualquer mudança de ciclo.

O governo é o maior comprador de bens e serviços em todos os países, mesmo naqueles onde o estado não tem o gigantismo que ostenta no Brasil. O poder de disseminação dos efeitos nocivos das más práticas é enorme. É exatamente isso que o país está combatendo neste momento.

A empresa que consegue contratos através da propina, e com isso progride, vive uma subversão em todos os processos corporativos. A moderna gestão exige que os líderes da empresa saibam delegar e que as decisões sejam compartilhadas. Na empresa corrupta, o poder tem que ser altamente concentrado. É da natureza do negócio que poucas pessoas detenham as informações estratégicas, e só tenha capacidade de avanço na estrutura hierárquica quem seja adaptável ao esquema. A meritocracia deixa de existir. Todo o processo interno de promoção passa a ser contaminado pelo vício.

O sistema de incentivos é distorcido. Não há qualquer interesse em redução de custos ou aumento da eficiência, dado que os preços serão sancionados pelo contratante e gorduras serão estabelecidas na negociação que dará o contrato à empresa. O mais importante não é o menor preço, ou a maior qualidade, porque a licitação está viciada. Qualquer aumento de custo pode ser transferido para o cliente através de aditivos ao contrato.

A corrupção precisa do descontrole e demanda ineficiência. Em ambientes opacos ela prospera, e por isso exige que cada vez haja menos controle. Sem combater a corrupção, não há a menor chance de aumentar a eficiência. A incompetência passa a ser deliberada e crescente. E quanto mais avança, mais capacidade tem de crescer porque começa a se espalhar nos pequenos e grandes contratos, em várias instâncias administrativas.

A empresa que entra em negócios escusos passa a ter uma fragilidade econômico-financeira estrutural. Ela concentra demais seus negócios em um cliente e fica viciada em uma forma de fazer negócios. Se o conluio com uma estatal deu certo, é nela que a empresa concentrará seus negócios. Qualquer troca na direção, qualquer dificuldade conjuntural, qualquer mudança de jogo a fará perder grande parte do seu faturamento. Uma das regras da boa gestão é exatamente não concentrar os negócios no mesmo cliente.

A corrupção faz tão mal à economia como um todo que o próprio país passa a ser vulnerável. Nos ciclos de menor atividade econômica em que houver necessidade de ajustar contas públicas reduzindo os gastos, as maiores empresas do país, as que mais prosperaram dentro do esquema, enfrentarão dificuldades financeiras enfraquecendo mais a economia. Entra-se numa espiral negativa.

Mesmo nos ciclos de crescimento econômico, o custo dos consumidores será alto. A inflação derivada da corrupção virá através de preços e serviços mais caros. Grandes obras superfaturadas pesarão sobre os consumidores. Custos excessivos em investimentos farão com que haja desperdício do aumento da arrecadação, o que levará o estado a elevar a carga tributária.

A falta de concorrência derivada da cartelização e do conluio reduzirá a competitividade da economia como um todo e impedirá a evolução natural das novas empresas. A competição é o estímulo indispensável à busca da produtividade porque, para vencer o concorrente, cada empresa terá que aperfeiçoar processos, encontrar novas tecnologias, inovar. A companhia que avança através da corrupção vai abandonando aos poucos esse círculo virtuoso e investindo cada vez mais em encontrar pessoas dentro do setor contratante que possam garantir novos negócios. Ao final, colocará tanta energia nisso que a corrupção passará a ser o negócio principal. Nenhuma economia será forte se não combater essa bactéria oportunista.
Herculano
01/11/2015 10:22
NA HORA DAS PROVAS, por Jânio de Freitas, para o jornal Folha de S. Paulo

Além das evidências de mentiras de Paulo Roberto Costa, que já goza o prêmio de liberdade plena por suas delações, o documento de defesa entregue ao juiz Sergio Moro por Marcelo Odebrecht expõe, também, os riscos que os métodos da Lava Jato levam às decisões da Justiça neste caso.

Os registros eletrônicos de Marcelo, cifrados ou muito sintetizados, foram "traduzidos" por interpretações dos integrantes da Lava Jato, que as utilizaram como "provas" nas acusações. Muitas dessas ilações parecem lógicas e irrefutáveis, de fato, como rastros comprometedores de Marcelo com práticas perseguidas pela Lava Jato. As explicações dos mesmos registros, porém, uma a uma feita por Marcelo, parecem também lógicas e irrefutáveis. E, algumas, até coincidentes com fatos externos conhecidos, e citados.

Com um ano e sete meses de Lava Jato, as diferenças entre delação premiada e investigações mostram-se ainda. Ou se mostram ainda mais, quando tudo passa dos depoimentos em inquéritos para os julgamentos, que devem pesar as bases para condenar ou absolver. Presume-se que, à falta de investigações, a decisão de um juiz, na discórdia entre ilações de aparência lógica e explicações de aparência lógica, só disponha da opção subjetiva para apresentar como decisão. Um nível de insegurança muito alto, portanto.

No caso de Marcelo Odebrecht, seus registros eletrônicos são apenas parte na acusação. Há também delações premiadas que mencionam sua empresa nas transações corruptas em torno da Petrobras. Mas por Paulo Roberto Costa, e não só por ele, evidenciam-se problemas em delações que deveriam ser evitados por investigações da Polícia Federal e de procuradores. No que se refere a tais evidências, está claro que não houve investigações ou foram insuficientes, fosse na profundidade, fosse na qualidade técnica.

Há esclarecimentos devidos ao país tão abalado pelo que a Lava Jato irradiou. O risco de condenações e absolvições baseado em subjetividades, e por desejo de julgadores ou por pressões, pode ser muita coisa, menos Justiça.

LOGO QUEM

Quer dizer que o PMDB tem ideias para um governo e repele as do atual. Não tem sequer originalidade na visão contrária ao governo. Mas, se é crítico, por que não sai do governo, não desgruda, quer sempre estar em mais um pedaço dele?

O PMDB não tem autoridade política nem moral para lançar "ideias" programáticas contrárias ao governo, por cujas deficiências e deformações tem grande responsabilidade. Assim como tem responsabilidade na gestação e na progressão da crise política que alimenta a crise econômica: é o PMDB de Eduardo Cunha, pois não? É o PMDB chantagista, do ministério por apoio, dos cargos a mais por cada votação na Câmara, e das traições apesar do êxito das chantagens. É o PMDB desprovido de qualquer compromisso com o país e com a população.

Michel Temer diz que o PMDB terá candidato próprio à Presidência. Não está claro se fala de sua ambição ou se é uma ameaça.

UM MOMENTO

O descontrole do general Antonio Hamilton Martins Mourão resultou muito positivo. Como disse, ele está vendo que o "inimigo interno" continua por aí, e não é tranquilizador para ninguém que, à frente de mais de 50 mil homens armados, esteja alguém dado a visões. Além disso, o segundo general Mourão é dado também a impropérios e insultos ao poder constituído (o Mourão primeiro foi aquele que iniciou o golpe de 64 e se definiu como uma "vaca sagrada").

Destituído do Comando Militar da Região Sul, o general Antonio Mourão deu oportunidade à expectativa de que os recentes pronunciamentos de generais, se interregnos ocasionais forem inevitáveis, não significam o retorno à desprofissionalização dos militares para fazerem política.
Herculano
01/11/2015 10:18
POR UMA AGENDA NACIONAL, por Fernando Henrique Cardoso, sociólogo, ex-senador por São Paulo, ex-ministro da Fazenda de Itamar Franco, PMDB, e que implantou o Plano Real, a Lei de Responsabilidade Fiscal, ex-presidente da República pelo PSDB, em artigo para o jornal O Globo

Parte 1

Não sairemos da paralisia nem da sensação de estarmos à beira do despenhadeiro se a discussão continuar limitada a pessoas e a interesses imediatistas

Nestes últimos tempos tenho procurado me inspirar na recomendação bíblica: olhai os lírios do campo. Diante de tanto escândalo, tanta ladeira abaixo da economia, é melhor olhar para o mais simples e mais sublime. Tive a oportunidade de ouvir Beethoven na Filarmônica de Berlim, regida por Simon Rattle. A "Nona" foi soberba, mas a "Sétima sinfonia" envolveu o auditório em tamanha beleza que me reconciliei com as agruras que me esperariam na volta.

Mal chegado, ainda quentes os debates que havia feito para o lançamento de meu livro "A miséria da política", entrei no ciclo das entrevistas e apresentações na TV sobre outro livro, este mais de recordações, desabafos momentâneos e sensações ambivalentes, "Diários da Presidência ?" 1995-1996".

Tornou-se inevitável que a pequena e a grande política se misturassem. Eis-me, pois, de novo no labirinto do noticiário cotidiano. Daí a refletir sobre o modo de como sair do ramerrão da política partidária, vai um passo. De que vale eu dizer novamente que impeachment não é alvo desejável, mas, sendo o caso, torna-se circunstância impositiva diante de fatos e de reações populares?

Certamente não se trata de golpe, mas de processo prescrito pela Constituição. Para que serve eu dizer que uma vez que o Tribunal Superior Eleitoral abriu uma investigação sobre os abusos do poder econômico para assegurar a reeleição presidencial só resta aguardar as investigações e a palavra dos juízes?

Ou que há momentos em que o interesse da pátria pode exigir que a grandeza dos governantes acolha até o gesto dramático da renúncia, desde que com ele venham embutidas exigências para que os principais nós que emperram o país sejam cortados?
Herculano
01/11/2015 10:18
POR UMA AGENDA NACIONAL, por Fernando Henrique Cardoso, sociólogo, ex-senador por São Paulo, ex-ministro da Fazenda de Itamar Franco, PMDB, e que implantou o Plano Real, a Lei de Responsabilidade Fiscal, ex-presidente da República pelo PSDB, em artigo para o jornal O Globo

Parte 2

A saída da crise requer a formação de uma nova conjuntura na qual seja possível colocar na ordem do dia os cinco ou seis pontos fundamentais ao redor dos quais se forme um novo consenso nacional. Não se trata de aliança entre partidos, grupelhos e setores da sociedade.

Trata-se de dar novo rumo ao país na busca de melhor sociedade futura. Não precisamos de salvacionismos, mas da elaboração de ideias que se possam substantivar em políticas que atendam ao interesse nacional e aos anseios populares.

Não é possível que não tenhamos aprendido como nação que a demanda contínua de mais políticas públicas benéficas para certos setores e a recusa, ou impossibilidade, de maior tributação são incompatíveis. Num só exemplo: ou se volta a discutir a idade mínima de aposentadoria ou as contas da Previdência, que já não fecham, apresentarão déficits crescentes e insustentáveis.

Ou, em outro terreno: já não se viu que a mágica de botequim de aumentar o endividamento público (já chegamos a R$ 2,7 trilhões!) e de continuar expandindo o crédito para incentivar o consumo pode apenas criar "bolhas"?

Estas, uma vez estouradas, pela falta de meios tanto para emprestar quanto para pagar, levam a economia e as pessoas à ruína, como agora acontece. Já não passou da hora de aprovar, como foi sugerido no passado, medida que limite a expansão do gasto abaixo do crescimento do PIB, salvo em situações de retração econômica? Ou de aprovar, como proposto em projeto em curso, limites para o endividamento federal? Ou ainda se acredita que manter o Orçamento em relativo equilíbrio, com uma dívida pública não explosiva, é um imperativo apenas da ortodoxia "neoliberal"?

Mudando de tema, por que não voltarmos à proposta, hoje apoiada pelo Sindicado dos Metalúrgicos de São Bernardo e pela prática corriqueira em muitos setores produtivos, que aceita as negociações entre sindicatos, mesmo a despeito do legislado, sem que se alterem os itens constitucionais da CLT?

O fantasma do desemprego está alertando para a necessidade de maior realismo no mercado de trabalho. Assim como a dura experiência de a crise nos ter levado às portas da "dominância fiscal" mostra que o crescimento da taxa de juros Selic, sem um efetivo ajuste fiscal, não funciona para conter a inflação e apenas aumenta o montante de juros da dívida pública quando se passa de certo umbral de razoabilidade pelos impulsos do voluntarismo político.

Mais ainda, e apenas a título ilustrativo de mais um entre os muitos itens da agenda necessária para tirar o país do atoleiro, é preciso reconhecer que não houve percepção de que o mundo marcha para uma economia de baixo carbono, e que o Brasil entrou numa sucessão de erros na política energética.

Assentou mal as bases de exploração do pré-sal, restringindo nossa enorme vantagem comparativa com o etanol, e errou pela falta de uma política de tarifas adequadas, a ser conduzida por agências reguladoras livres da influência partidária.

As relações intrínsecas entre desenvolvimento econômico e meio ambiente devem ser outro tema da nova agenda nacional. Por fim, o ponto focal é a recuperação da credibilidade das instituições políticas. Cinco ou seis itens básicos podem ser definidos para desatar o impasse da legislação eleitoral e partidária.

Esta, somada à permissividade com práticas corruptas, levou à proliferação de falsos partidos e, consequentemente, de ministérios para atender à sanha de alguns deles para abocanhar pedaços do Estado e do Orçamento. Daí a crise moral em que estamos mergulhados.

É para conduzir uma agenda nacional deste tipo, ou do que mais pareça necessário ao país, que precisamos de lideranças e do apoio da sociedade e de alguns partidos. Não sairemos da paralisia nem da sensação de estarmos à beira do despenhadeiro se a discussão continuar limitada a pessoas e a interesses imediatistas delas ou de seus partidos.

Como quem tem a responsabilidade de unir porque foi eleita para conduzir o país (e não uma facção) está com poucas condições para tal, é que se dá a discussão, infausta, mas necessária, dos caminhos constitucionais para sairmos da crise. Não se dá um passo maior sem saber o que vem depois. Daí a necessidade de um consenso nacional para juntarmos forças ao redor de um caminho mais claro para o futuro.
Herculano
01/11/2015 09:02
O GENERAL NA GELADEIRA, por Bernardo de Mello Franco, para o jornal Folha de S. Paulo

A exoneração do general Antônio Mourão, que fez críticas públicas ao governo, produziu um raro consenso na crise. Políticos da oposição aplaudiram a decisão do ministro da Defesa, Aldo Rebelo, de afastar o oficial que falou demais.

Mourão chefiava o Comando Militar do Sul. Em palestra a oficiais da reserva, disse que a eventual queda da presidente da República significaria o "descarte da incompetência, má gestão e corrupção". Também pregou "o despertar para a luta patriótica", o que na visão dele restabeleceria "o orgulho de ser brasileiro". Depois que as declarações vieram a público, o oficial foi mandado para a geladeira. Passará a cumprir um cargo burocrático em Brasília, a supervisão das finanças dos quartéis.

A Constituição afirma que as Forças Armadas são "organizadas com base na hierarquia e na disciplina, sob a autoridade suprema do presidente da República". O Regulamento Disciplinar do Exército também é claro. Militares da ativa não podem se manifestar sobre "assuntos de natureza político-partidária". A regra existe para manter a ordem na caserna e evitar intromissões na política.

Para o senador Aloysio Nunes, do PSDB, o afastamento do general foi correto. "Fiquei chocado com as declarações dele. Não é esse comportamento que se espera das Forças Armadas de um país democrático." O presidente do PPS, deputado Roberto Freire, concorda. "Defendo o impeachment por via constitucional. Militar não pode se meter em política. Nem a favor nem contra", afirma.

Depois de FHC e Lula, Dilma foi a terceira opositora da ditadura a chegar à Presidência pelo voto. Os militares podem não gostar dela, mas devem respeitar sua autoridade. Quem não estiver de acordo pode pedir transferência para a reserva, onde encontrará os velhos generais do Clube Militar. Desde março, eles tentam matar as saudades de 1964 com uma curiosa "Campanha pela Moralização Nacional", que emite notas furibundas contra o governo
Herculano
01/11/2015 09:00
LULA ASSUME O COMANDO GERAL, editorial do jornal O Estado de S. Paulo

Lula cumpriu o que se propunha a fazer em sua viagem a Brasília na quinta-feira: assumiu de fato o comando do PT e do governo. Para botar tudo em pratos limpos, reuniu-se com o Diretório Nacional do partido e, à noite, no Palácio da Alvorada, com os ministros que colocou no Planalto, mais o seu preposto na presidência do PT. A presidente Dilma Rousseff também estava presente. Diante dos correligionários usou e abusou de seus melhores recursos retóricos para estabelecer as novas diretrizes para tempos de guerra. Fez pose de herói e de vítima, deu conselhos e aplicou reprimendas, divertiu-se com a ironia e o deboche, permitiu-se a modéstia e a humildade, explodiu em ímpetos de valentia, tudo junto e misturado. Nos aplausos que recolheu deve ter encontrado consolo para a decadência de seu prestígio no mundo real, no qual 54% dos brasileiros afirmam que "de jeito nenhum" votariam nele em 2018.

Ordenou Lula ao PT: chega dessa história de falar mal do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, e do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha. Levy, Lula sabe, é necessário para fazer o ajuste fiscal, botar as contas do governo em ordem e dar um jeito na lambança que "Dilminha" promoveu em seus primeiros quatro anos de desgoverno. Assim, conformem-se por enquanto os petistas e filopetistas remanescentes, porque "as coisas estão difíceis, mas vão melhorar".

Quanto a Eduardo Cunha, Lula também sabe, é importante para evitar que progridam as tentativas das "elites" de promover o impeachment de Dilma. Até hoje a chefe do governo só fez e falou bobagens, mas agora ela está sob controle e é necessário que permaneça onde está para permitir que seu padrinho dê um jeito nas coisas para chegar a 2018 com alguma chance de se candidatar mais uma vez ao posto que nunca deveria ter deixado. Portanto, nada de ficar falando em contas na Suíça e irrelevâncias desse tipo, até porque não se deve "prejulgar" ninguém.

Para dramatizar a necessidade de apoio ao ajuste fiscal e enquadrar o PT, que se inclinava a formalizar um pedido de afastamento de Joaquim Levy e divulgar críticas à "política econômica" de Dilma, na reunião do Diretório Nacional Lula não teve o menor constrangimento de dar o dito por não dito. Ele afirmara, dias antes, que o ministro da Fazenda tinha "prazo de validade". Também admitiu, pela primeira fez publicamente, o estelionato eleitoral praticado no ano passado: "Ganhamos as eleições com um discurso e, depois, tivemos que mudar o discurso e fazer o que dizíamos que não íamos fazer. E isso é um fato". Essa confissão dá bem a medida dos extremos a que Lula está disposto a chegar para evitar o naufrágio do projeto de poder do PT, que faz água por todos os lados desde que, ao assumir o segundo mandato, Dilma meteu na cabeça que teria competência para assumir sozinha o comando político do governo.

Falando aos petistas como se já fosse candidato à Presidência, Lula preocupou-se também em minimizar a importância do cerco da Polícia e do Ministério Público Federais a si e a sua família, como consequência do inevitável surgimento de suspeitas a respeito da repentina prosperidade do clã Da Silva. Na falta de melhores argumentos, apelou para o deboche: "Disseram que uma nora minha recebeu R$ 2 milhões. Aí, vão perguntar quem é rico na família. Daqui a pouco uma nora entra com um processo contra a outra para ter o dinheiro repatriado".

Além da participação na reunião do diretório petista, Lula almoçou com a liderança do PCdoB, a sempre fiel linha auxiliar do PT, onde repetiu os principais pontos de seu pronunciamento aos petistas. À noite, jantou no Palácio da Alvorada com Dilma, os ministros Jaques Wagner, da Casa Civil, e Ricardo Berzoini, da Secretaria de Governo, além do presidente nacional do PT, Rui Falcão. Em todas essas ocasiões ressurgiu em grande estilo a prodigiosa metamorfose ambulante ?" expressão cunhada por ele próprio para demonstrar que se considera acima do Bem e do Mal. Era o líder populista que não tem o menor escrúpulo de falar apenas o que acredita que as pessoas querem ouvir ou o que as circunstâncias políticas exigem. Está aí o homem que governa de novo o País, agora e mais uma vez sem intermediários.
Herculano
01/11/2015 08:58
UM RECADO, PARA QUEM ACHA QUE NOTÍCIA E ESCLARECIMENTO DA NOTÍCIA, OU OPINIÃO DA NOTÍCIA É TUDO IGUAL

Ao encerrar a coluna de hoje sobre os esclarecimentos críticos do noticiário da semana, a ombudsman do jornal Folha de S. Paulo, Vera Magalhães Martins, conclui com mais um exemplo:

"Usar a imprensa para enviar recados é do jogo, mas o bom jornalismo político se diferencia pela capacidade de traduzir suas entrelinhas. Sem o trabalho de interpretação, feito por quem conhece os meandros da arena, seus personagens e os interesses que os movem, sobra o papel de pombo-correio.

Há duas semanas, o jornal abriu manchete de domingo para Rui Falcão dizer que o ministro da Fazenda devia sair do cargo caso resistisse a mudanças no ajuste fiscal. A frase do petista vinha embrulhada em senões: "["¦] Se Levy não quiser seguir a orientação da presidente, deve ser substituído. Se ele não quiser, caso ela determine". Dilma deu resposta na dia seguinte, pautando todas manchetes: 'Opinião do presidente do PT não é a do governo, Levy fica'. Era claramente um balé concertado; a quem se destinava?

É esse papel analítico o que mais perdeu espaço no "jornal enxuto". Os leitores ficamos sem piloto
Herculano
01/11/2015 08:33
O HORROR, O HORROR. OU: O HORROR por Carlos Brickmann

É melhor um fim horroroso do que um horror sem fim. Dilma optou pelo pior: uma presidente mandona que não manda, cercada de ministros que não conhece nem pelo nome e por políticos que só não são do baixo clero porque para eles baixo clero é promoção. Para posar de comandanta, Dilma deixou de ser Dilma - menos na habitual grosseria, pois demitiu um ministro por telefone e substituiu um intelectual de prestígio por Aloízio Mercadante - haverá humilhação maior?

Mas evite-se dizer que boa parte dos novos ministros não seja capaz de nada. Ao contrário, há ali muita gente capaz de tudo. Por que terá o PMDB exigido sete ministérios, e dos bons? Para reestruturar a administração? Para impor um novo e eficiente modo de governar? Para recriar a gestão pública em novos e melhores moldes? Pode ser - mas o mais provável é que, e ainda mais com uma presidente arroganta e fraca, queiram sugar o que resta das murchas tetas estatais.

Dilma talvez considere que tenha condições de desempenhar um papel de rainha da Inglaterra, guardiã das tradições, símbolo da unidade nacional. Mas a rainha Elizabeth não tem de explicar como é que seu pessoal de confiança se envolveu em escândalos de corrupção, nem precisa lidar o tempo todo com investigações que ameaçam atingir até mesmo seu padrinho político (e que levaram à prisão dois dos tesoureiros de seu partido, mais o marechal petista que era chamado de "capitão do time"). Guardar as tradições petistas talvez não seja uma boa ideia.

E, convenhamos, para simbolizar a unidade nacional não basta uma coroa.

O CIPO" VAI...

Os governistas ficaram felizes com a denúncia, que deve ser investigada seriamente, de que Eduardo Cunha recebeu propinas depositadas em bancos suíços. Cunha é, neste momento, o líder informal da oposição, e a denúncia da propina irá no mínimo enfraquecê-lo, o que certamente levará alguma alegria a Dilma. Mas Cunha tem algum tempo, e pode usá-lo para dificultar mais a vida da presidente. Pode acelerar o andamento do impeachment, e mobilizar seus seguidores para derrubar os vetos de Dilma a medidas que aumentam os gastos estatais.

...O CIPO" VEM

E há problemas potencialmente muito mais graves mordendo os calcanhares do Governo. Uma consultoria que atuou como lobista na prorrogação dos incentivos fiscais às fabricantes de veículos transferiu R$ 2 milhões para a LFT Marketing Esportivo, de Luís Cláudio Lula da Silva, filho do presidente que autorizou a prorrogação. A transferência de recursos é confirmada pelo próprio Luís Cláudio, que a atribui a pagamento por serviços de marketing esportivo. A lobista jamais trabalhou na área de Esportes, mas uma vez tem de ser a primeira, não? Só falta revelar qual a atividade que motivou o pagamento. A lobista é investigada pela Operação Zelotes (fraudes em pagamento de impostos).

Há ainda pela frente duas outras questões complicadas: a Polícia Federal pediu ao Supremo (com apoio do procurador-geral da República, Rodrigo Janot) para ouvir Lula; e há indícios de que dinheiro desviado da Petrobras, no escândalo do Petrolão, foi usado para pagar parte da campanha de Dilma à Presidência da República.
Herculano
01/11/2015 08:33
E PODE PIORAR, por Carlos Brickmann

A Medida Provisória editada pelo presidente Lula passou, para publicação, pela ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, que examinava tudo em detalhes.

Se houve irregularidade, atinge o filho, atinge o criador, atinge a criatura.

AS PALAVRAS E OS FATOS

A promessa era cortar na própria carne as despesas do Governo Federal. Prometia-se o corte de mil cargos de confiança para reduzir gastos. Os fatos reais: o excelente portal Contas Abertas (www.contasabertas.com.br) mostra que o Governo Federal tem hoje 100.313 funcionários em cargos de confiança - ou seja, estão lá sem concurso e ganhando mais que os outros, concursados. Nos Estados Unidos, com população e renda bem maiores, há oito mil cargos de confiança.

FIM DE FEIRA

A propósito dos rumores sobre o fim do programa Farmácia Popular, parece que há exageros. Mas, conforme informação oficial do Ministério da Saúde, não há previsão de verba para o programa a partir de janeiro. Pelo menos 24 remédios mais caros (para mal de Parkinson, osteoporose, colesterol) podem perder os benefícios que levam a um desconto de 90% nos preços. Em aritmética simples, o preço hoje pago pelo remédio de uso contínuo pode ser multiplicado por dez.

RESUMO GERAL

Para manter-se no poder a qualquer custo, Dilma optou pelo horror sem fim. Mas corre o sério risco de ver sua Presidência caminhar para um fim horroroso.

PROTESTO INFLÁVEL

O primeiro da nova safra foi o Pixuleco: um boneco inflável de Lula, com roupa de presidiário e, no peito, os números 13 (do PT) e 171 (artigo do Código Penal que trata de estelionato). Depois vieram a Pinóquia, uma Dilma também com os números no peito e nariz comprido, e o Raddard, um prefeito paulistano de nariz torto. Agora é o pato da Fiesp, do "não pague o pato". O Pato Inflável e um bando de patinhos estão viajando pelo Brasil.

Primeira parada: Brasília
Herculano
01/11/2015 08:26
O HUMOR DE JOSÉ SIMÃO

E amanhã é Finados! Dia dos mortos! E olha a lápide do hipocondríaco: "Eu não falei que tava doente?". Rarará.

E a lápide do Galvão: "Enfim, mudo!'. Rarará!

E "viúvo esculpe vagina da mulher em lápide". Ou seja, cada um chora pelo o que tem saudades!

Rarará!

E finados é a Dilma, Cunha, Temer, Lula, Aécio e Fernando Henrique. Que já morreram, mas esqueceram de cair! Rarará.

Finados é o PT e o PSDB que já morreram. E esqueceram de cair!

A Turma do Já Morreu! E o Sarney? O Sarney é um finado vivo! E o problema não é ser velho, é ser antigo! E o Temer também parece um finado vivo! Rarará!
Herculano
01/11/2015 08:23
UMA SEQUÊNCIA, APENAS,MAS COM ALGUMA L?"GICA

Ontem, dia das bruxas, uma comemoração pagã europeia que domina as lembranças de quem não possui esta tradição; hoje dia de todos os santos, do calendário católico cristão, amanhã o dos mortos, para pagãos e crentes, de todas as fé.
Herculano
01/11/2015 08:08
CARIMBADO, por Elio Gaspari, para os jornais O Globo e Folha de S. Paulo.

Alexandre Paes dos Santos, o APS, preso em Brasília por causa das traficâncias ocorridas na gestação da medida provisória da indústria automotiva é figurinha carimbada.

Em 2001, durante o tucanato, teve sua prisão pedida pelo Ministério Público, porém ela foi negada pela Justiça. Nessa época ainda não se popularizara a expressão "pixuleco", mas no plantel dos mimados por APS estavam parlamentares, secretárias e até o motorista de um assessor do ministro da Fazenda.

Mudaram os ventos e, em 2006, APS aproximou-se de Fábio Luis da Silva, o Lulinha. Quando ia a Brasília, ele usava uma sala da empresa do doutor. É dessa época o investimento da Telemar na empresa de jogos de Lulinha.

Se APS colaborar com as investigações, sua memória poderá causar um estrago em Brasília maior que o de qualquer similar da Lava Jato.

GEOPOLÍTICA

O futuro da Operação Zelotes, com sede em Brasília, permitirá uma avaliação da influência do clima da capital sobre esse tipo de trabalho.

A Lava Jato funciona em Curitiba, os parentes do juiz Moro e dos procuradores do Ministério Público não convivem com os amigos, advogados e parentes dos encarcerados.

A parentela e a rede de amizades de APS no Congresso, no Judiciário e na imprensa faria inveja a qualquer empreiteiro.
Herculano
01/11/2015 08:08
MADAME NATASHA, por Elio Gaspari para os jornais O Globo e Folha de S. Paulo

Madame Natasha ofereceu uma de suas bolsas de estudo ao ministro Eduardo Braga. Num bate-boca em que o senador Ronaldo Caiado o chamava de "safado" e "bandido", ele respondia:

- Safado é Vossa Excelencia!

- Bandido é Vossa Excelência!

Natasha crê que se Braga acha Caiado uma pessoa excelente, não pode dizer esse tipo de coisas. Se não acha, pode chamá-lo de "senhor".

PEZÃO

É muito provável que o governador Pezão, do Rio de Janeiro, saia intacto do maremoto da Lava Jato.

BEN BERNANKE

Para quem mexe com papelório ou tem curiosidade para entender crises financeiras, saíram as memórias de Ben Bernanke, o presidente do Federal Reserve Bank durante a crise de 2007 e 2008. Para esse tipo de curioso, é coisa fina. Chama-se "The Courage to Act" ("A Coragem de Agir").

Bernanke é um professor frio como cobra, honesto como um santo e tem o senso de humor de uma maçaneta. Chega a ser chato, mas não deixa um só assunto sem explicação.

Sem nunca ter recebido um tostão da banca, é capaz de dizer que falar mal de banqueiros não faz o seu gênero, "porque eu sei quantas coisas erradas há por aí, inclusive no Fed e nas agências reguladoras".

Depois da crise, Bernanke justificou sua decisão de jogar dinheiro público em empresas atrapalhadas com uma observação memorável: "Não existe ateu em trincheira nem ideólogo em crise financeira". (A primeira parte é de um capelão, seu mérito foi criar a analogia.)

EREMILDO, O IDIOTA

Eremildo é um idiota e acha que o deputado Eduardo Cunha cometeu um lapso ao dizer que os relatores de medidas provisórias ficam com "o ônus da conciliação".

De fato, sempre que se enfia um contrabando numa dessas medidas ocorre uma conciliação entre os interesses de quem leva o gato para a tuba e os de quem o aceita.

O cretino entende que, se um dia lhe dessem uma dessas relatorias, não veria na conciliação um ônus, mas um bônus.

OS PIXULECOS PODEM PRODUZIR UM BEN CARSON

Na semana passada, apareceram duas pesquisas. Nos Estados Unidos, o neurocirurgião Ben Carson, um conservador que nunca disputou eleição e simboliza a repulsa ao andar de cima do seu partido, ultrapassou o milionário Donald Trump na preferência dos republicanos. Tinha 23% em agosto e está com 28%. Nessa mesma pesquisa, Jeb Bush, ex-governador da Florida, neto de senador, filho e irmão de ex-presidentes, tinha 8% e caiu para 5%. Como a eleição será no ano que vem, Carson pode capotar.

Noutra pesquisa, no Brasil, o Ibope mostrou que todos os candidatos das últimas quatro eleições presidenciais têm um índice de rejeição na faixa dos 50%, do tipo "não votaria nele de jeito nenhum". Lula era rejeitado por 33% em maio de 2014 e está com 55%, Geraldo Alckmin com 52% e Marina Silva tem 50%. Aécio Neves ficou na margem de erro, com 47%.

No Brasil, a situação dos políticos está pior do que nos Estados Unidos. A presidente reelegeu-se com patranhas e pedaladas, produziu um rombo de R$ 110 bilhões, atirando o país numa crise econômica na qual corre o risco de ter taxas de inflação e desemprego acima de 10%.

Diante de tamanho desastre, pode-se perguntar a causa da rejeição dos oposicionistas. Simples: eles elegeram Eduardo Cunha para a presidência da Câmara, apoiam discretamente sua permanência no cargo e muitas medidas provisórias com seus jabutis escandalosos são aprovadas por acordos de lideranças do tipo me dá o meu que te dou o teu.
Herculano
01/11/2015 08:05
da série: não tem jeito, é uma atrás da outras, é tudo farinha do mesmo saco ou da mesma organização criminosa que se disfarça na democracia e nos discursos para analfabetos, ignorantes e desinformados.

EX-PRESIDENTE DA CÂMARA GANHOU UM APARTAMENTO EM MIAMI, DECLARA PRESO, por Josias de Souza

Ex-vereador petista da cidade de Americana, no interior de São Paulo, Alexandre Romano empurrou o ex-presidente da Câmara Marco Maia (PT-SP) para dentro do escândalo da Lava Jato. Acusa-o de ser o proprietário oculto de um apartamento em Miami, nos EUA, comprado com verbas de corrupção. Coisa de US$ 671?mil ?"o equivalente a R$ 2,5 milhões.

O caso foi relatado pelo repórter Rodrigo Rangel na edição mais recente da revista Veja. Conhecido como Chambinho, o ex-vereador foi preso sob a acusação de gerenciar a distribuição de propinas de R$ 50 milhões obtidas por meio de contrato da empresa de informática Consist com o Ministério do Planejamento. O personagem negocia um acordo de delação premiada.

Ao depor sobre os segredos de que tem conhecimento, Chambinho relatou aos investigadores o enredo secreto do apartamento. Deu-se em agosto passado. A polícia já havia apreendido cópia da escritura do imóvel. Em seu depoimento, o ex-vereador petista declarou que, embora esteja registrado em nome de uma empresa que ele abriu na Flórida, o apartamento pertence mesmo a Marco Maia.

O deputado nega. Reconhece que passou férias no apartamento de Miami. Mas diz que foi a convite de Chambinho, "uma única vez", por apenas dez dias. O imóvel mede l64 m². Fica num condomínio situado a poucos metros da praia. Está equipado com uma marina e um spa.

Por decisão do STF, o caso da contratação da Consist pelo Ministério do Planejamento foi desmembrado da Lava Jato. Saiu das mãos do juiz Sérgio Moro, em Curitiba, e foi remetido à Justiça Federal de São Paulo. A parte que envolve políticos com mandato ficará sob a responsabilidade do Supremo. Além do deputado Marco Maia, frequenta o inquérito na condição de beneficiária de propinas a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR). Ela também nega
Herculano
01/11/2015 08:01
A METAMORFOSE DA OPERAÇÃO ZELOTES, por Elio Gaspari, para os jornais O Globo e Folha de S. Paulo

Em março do ano passado, quando começou, a Operação Lava Jato investigava uma rede de doleiros e sua lavanderia de dinheiro. As prisões do operador Alberto Youssef e Paulo Roberto Costa, ex-diretor da Petrobras, resultaram na descoberta do maior escândalo de corrupção já visto no país. A Operação Zelotes, deflagrada em março deste ano, investigava a venda de sentenças e manobras no Conselho de Administração de Recursos Fiscais do Ministério da Fazenda. Um braço das investigações levou a Polícia Federal e o Ministério Público à salsicharia onde se embalam medidas provisórias.

Se a juíza Célia Bernardes [blumenauense e filha do ex-livreiro, socialista, apoiador das administrações petistas de Blumenau, pai também do atual prefeito Napoleão Bernardes, PSDB, professor da Furb e uma referência como advogado criminalista, Acácio Bernardes], da 10ª Vara Federal de Brasília, estiver no mesmo caminho de seu colega Sergio Moro, a Zelotes se transformará numa Serra Pelada da corrupção. Ela foi o maior garimpo de ouro a céu aberto do mundo.

A expansão das investigações da Zelotes é uma novidade, e nos poucos passos que a juíza deu percebe-se que sabe de onde vem o cheiro do feijão. Ela associou um pleito que estava no Carf a gatos colocados em medidas provisórias. Bingo.

À primeira vista, os pixulecos do Carf nada teriam a ver com os embutidos das medidas provisórias. Na realidade, são uma modalidade refinada. O recurso ao Carf paralisa a cobrança da autuação da Receita até sabe-se lá quando. Se alguém conseguir mexer na lei que ampara a autuação, o caso acaba, sem que o sonegador tenha que pagar um só centavo. Uma medida provisória que está sendo investigada, relacionada com matéria tributária, teve 400 emendas e seu relator foi o deputado Eduardo Cunha.

Está na cadeia o ex-conselheiro José Ricardo da Silva, irmão de uma conselheira e filho de um ex-secretário-adjunto da Receita. Na advocacia auricular que beneficiou montadoras de veículos, estava no lance Alexandre Paes dos Santos, o APS, um dos mais notórios lobistas de Brasília. Ele também está preso.

Desde abril, conhece-se a frase do conselheiro Paulo Roberto Cortez apiedando-se dos "coitadinhos" que pagam impostos e não recorrem ao Carf: "Quem não pode fazer acordo ?"não é acordo, é negociata?", se fode". À época, o juiz que estava no caso recusou-se a prender quatro suspeitos.
Herculano
01/11/2015 07:50
VAI DAR ROLO

Paulo Fillipus, morador do Belchior Alto, em Gaspar, é um ativista contra as bandalheiras e incompetência dos políticos na administração pública. Ele pertence ao Movimento Brasil Livre.

Ele foi um dos organizadores das duas passeatas que aconteceram em Gaspar contra as roubalheiras do governo de Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Vana Rousseff.

O PT democrático e dialético não gosta de gente que coloca o dedo na ferida. E parte logo para a intimidação, ameaça e porrada. É uma questão de estilo. É uma interpretação livre e intelectual avançada do que seja liberdade de expressão e diálogo. As ditaduras são a fonte de inspiração.

André Gislei Hostin, gasparense, petista por necessidade, é um velho conhecido no Fórum de Gaspar e na polícia daqui. A última dele é aguardar uma sentença por injúria e difamação contra a juíza Ana Paula Amaro da Silveira. Ele está bem acompanhado: com José Amarildo Rampelotti, vereador e presidente do PT, que já teve sentença condenatória, além de Antônio Carlos Dalsochio, cunhado do prefeito Pedro Celso Zuchi, ambos PT, onde Dalsochio aguarda o pronunciamento do juiz sobre o caso. No dia 19 de fevereiro do ano que vem está marcada a audiência de instrução e julgamento

O que fez André desta vez? Ameaçou Paulo Fillipus. E este foi a polícia. No facebook, desqualificou a vereadora Andreia Symone Zimmermann Nagel, PSDB, por suas virtudes. Ela está quieta (por enquanto).Fillipus foi à Delegacia virtual e registrou um Boletim de Ocorrência com o seguinte teor. Mais claro impossível. Acorda, Gaspar!

"Após uma divergência de opiniões na internet, o acusado que é militante do Partido dos Trabalhadores de Gaspar, atacou me chamando de idiota, babaca, caga pau, lixo e fantoche de bandido. Concluiu as ofensas dizendo que faria "mal a minha pessoa" e perguntou meu endereço várias vezes. Como ele já é conhecido pelo perfil descontrolado e já tem passagem pela Polícia e responde outros processos, temo pela minha segurança e de toda a minha família. Temo também pela proximidade dele com políticos da cidade do mesmo"
Herculano
01/11/2015 07:22
SENADO TEM MAIS "BOQUINHAS" QUE FUNCIONÁRIOS, por Cláudio Humberto na coluna que publicou neste domingo nos jornais brasileiros

É de cair o queixo o quadro funcional do Senado: são 2.840 servidores efetivos e 3.364 comissionados, que são nomeados sem concurso. Média de 77 funcionários para cada um dos 81 senadores. Essa estrutura é tão dispensável, que até já foi aprovada na Comissão de Constituição e Justiça a regra que limita o número de comissionados a 10% ao número de efetivos. Atualmente, equivale a 118% do total.

Salários máximos


Enquanto muitos brasileiros se viram com salário mínimo, os salários dos comissionados no Senado podem superar os R$ 22 mil.

Bem nutridos

Além dos salários, os comissionados recebem também R$ 835 a título de auxílio-alimentação, que custa mais de R$ 2,8 milhões por mês.

Aposentadorias marotas

Entre os 3.692 aposentados do Senado, há oito casos de "boquinhas" sem concurso que foram perenizadas e rendem até R$ 19 mil por mês.

A conta é nossa

O Senado gasta R$ 274 milhões todos os meses só com pagamento de salários e benefícios a servidores, concursados e apadrinhados.

EX-MINISTRO ESCREVE LIVRO NO SEU EXÍLIO DOURADO

Ex-ministro do governo Lula, que os adversários comparam a Joseph Goebbels, maquiavélico homem da propaganda nazista de Adolf Hitler, Franklin Martins tomou chá de sumiço há cerca de um ano. Não deu as caras nem para defender os amigos enrolados na Operação Lava Jato. É que ele está longe de tudo e de todos, no exílio dourado de Portugal, onde preenche o tempo escrevendo um livro de memórias.

Vai virar ficção

O livro de Franklin Martins acabará virando ficção, porque enumera as maravilhas da "era Lula". E ignora as gatunagens como a do "petrolão".

Mais um neoliberal

Em vez de "faróis socialistas" como Havana ou Tirana ou Pyongyang, Franklin preferiu Lisboa, no país governado por social-democratas muito parecidos com os tucanos, que ele odeia.

Ninguém é de ferro

Intelectual progressista, Franklin Martins escolheu viver bem em frente às fabulosas lojas "El Corte Inglés", templo do consumismo capitalista.

Origem induvidosa

"O governo quer tapar o déficit fiscal, mas o déficit moral é mais grave", diz o líder do Solidariedade, deputado Arthur Maia (SP), sobre a repatriação de recursos enviados ilegalmente para o exterior.

Buraco negro

As medidas econômicas do governo são vistas com desconfiança até na base aliada. "Dificilmente passarão", avalia Jovair Arantes (PTB-GO). Segundo ele, "nossa economia já foi para o buraco".

Livro dos recordes

O novo ministro Marcelo Castro (Saúde) decidiu abrir as portas do ministério para reduzir a tensão entre governo e Congresso. Em apenas um mês, ele recebeu mais de 70 deputados e senadores.

Cabo de guerra

Os tucanos da Câmara estão em guerra para a escolha do líder de 2016. Aécio Neves defende um mineiro, mas os paulistas alegam que o eleito deve ser de São Paulo e ter bom trânsito com Geraldo Alckmin.

Cruzes

Um repórter da GloboNews definiu como "muito rude" o estilo de Sérgio Moro, responsável pela Operação Lava Jato, para explicar por que os gatunos enrolados não querem seus casos julgados por ele.

Senadora honorária

O rigor da segurança do Senado não se aplica à ex-secretária-geral da Mesa, Cláudia Lyra. Ela, que agora trabalha com o ministro Joaquim Levy (Fazenda), circula no plenário sem identificação.

Nervos de aço

O ex-presidente Lula anda apavorado com nova ameaça da Lava Jato. Ele soube que a Polícia Federal deve fazer investida contra o presidente do Instituto Lula, Paulo Okamoto, seu fiel escudeiro.

Ponto nevrálgico

Recém-aliado do governo, o deputado José Priante (PMDB-PA) destaca a importância da Câmara na manutenção da governabilidade. "À medida que a Câmara fica nervosa, pior para o governo", diz.

Pensando bem...

...com tanto político enrolado em safadezas, daqui a pouco será lançado um programa de renúncia voluntária.
Herculano
01/11/2015 07:06
A CAPA E A REPORTAGEM DE VEJA DESTE FINAL DE SEMANA

parte 1

A capa mostra o ex-presidente da República, fundador e presidente de honra do PT, Luiz Inácio Lula da Silva com uma camisa listrada e que sugere ser a de um presidiário. O grafismo que remetem às listras pretas horizontais sobre o fundo branco, na verdade, são os nomes dos seus amigos envolvidos nos casos Petrolão, Mensalão, Zelotes e outros escândalos ainda não totalmente esclarecidos. O berreiro é grande. A realidade nua, crua e incontestável. Pois nesta figuração estão muitos petistas, peemedebistas, pepitas...

A reportagem assinada por Daniel Pereira e Rodrigo Rangel e com a colaboração de Hugo Marques e Pieter Zalis, revela que oito anos na Presidência da República fizeram de Lula um mito. Ele escapou ileso do escândalo do mensalão, bateu recorde de popularidade, consolidou o Brasil como um país de classe média e elegeu uma quase desconhecida como sua sucessora. Os opositores reconheciam e temiam seu poder de arregimentação das massas. O líder messiânico, o novo pai dos pobres, o protagonista do primeiro governo popular da história do Brasil encontra-se atualmente soterrado por uma montanha de fatos pesados o bastante para fazer vergar qualquer biografia - até mesmo a de Lula.

Investigações sobre corrupção feitas pela Polícia Federal e pelo Ministério Público vão consistentemente chegando mais perto de Lula. Ele próprio é foco direto de uma dessas apurações. Do seu círculo familiar mais íntimo ao time vasto de correligionários, doadores de campanha e amigos, o sistema Lula é formado predominantemente por suspeitos, presos e sentenciados. Todos acusados de receber vantagens indevidas de esquemas bilionários de corrupção oficial.

O mito está emparedado em verdades. Lula teme ser preso, vê perigo e conspiradores em toda parte, até no Palácio do Planalto. Chegou recentemente ao ex­-presidente um raciocínio político dividido em duas partes. A primeira dá conta de que sua derrocada pessoal aplacaria a opinião pública, esse monstro obstinado, movido por excitação, fraqueza, preconceito, intuição, notícias e redes sociais.

A segunda parte é consequência da primeira. Com a opinião pública satisfeita depois da punição a Lula, haveria espaço para a criação de um ambiente mais propício para Dilma Rousseff cumprir seu mandato até o fim. Nada de novo. A política é feita desse material dúctil inadequado para moldar alianças inquebrantáveis e fidelidades eternas.
Herculano
01/11/2015 07:02
A CAPA E A REPORTAGEM DE VEJA DESTE FINAL DE SEMANA

parte 2

Os sinais negativos para Lula estão por toda parte. Uma pesquisa do Ibope a ser divulgada nesta semana mostrará que a maioria da população brasileira condena a influência de Lula sobre Dilma. Some-se a isso o contingente dos brasileiros que até comemorariam a prisão dele, e o quadro fica francamente hostil ao ex-presidente. O nome de Lula e os de mais de uma dezena de pessoas próximas a ele são cada vez mais frequentes em enredos de tráfico de influência, desvios de verbas públicas e recebimento de propina.

Delator do petrolão, o doleiro Alberto Youssef disse que Lula e Dilma sabiam da existência do maior esquema de corrupção da história do país. Dono da construtora UTC, o empresário Ricardo Pessoa declarou às autoridades que doou dinheiro surrupiado da Petrobras à campanha de Lula à reeleição, em 2006.

O lobista Fernando Baiano afirmou que repassou 2 milhões de reais do petrolão ao pecuarista José Carlos Bumlai, amigo de Lula e tutor dos negócios dos filhos do petista. Baiano contou aos procuradores que, segundo Bumlai, a propina era para uma nora do ex-presidente. A relação de nomes é conhecida, extensa e plural - dela faz parte até uma amiga íntima de Lula.

A novidade agora é que a lista foi reforçada por um novo personagem. Não um personagem qualquer, mas Luís Cláudio da Silva, um dos filhos do ex-presidente. O cerco está se fechando
Herculano
01/11/2015 06:49
PT APOSTA NA CONFUSÃO MORAL, editorial do jornal O Estado de S. Paulo

A presidente Dilma Rousseff disse recentemente, em tom indignado, que seu governo estava sendo atacado por "moralistas sem moral", isto é, políticos sujos cujas biografias desautorizariam qualquer forma de acusação ou de crítica e que só lhe assacam crimes que eles mesmos cometeram, com o único objetivo de dar um golpe e tirá-la do poder. É assim o modo petista de agir: quando companheiros são pilhados em delitos capazes de embaraçar até mesmo o mais crédulo dos militantes, os figurões do partido tentam virar o jogo, apostando na confusão moral, imputando a seus adversários os mesmos desvios éticos de que os petistas são acusados. Assim, tentam minimizar a roubalheira generalizada que o País hoje testemunha, fruto de inédito projeto de pilhagem do Estado para a manutenção do poder.

Essa estratégia está em pleno curso. O mais recente movimento foi feito na segunda-feira, quando o PT entrou no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e no Ministério Público Eleitoral com um pedido para que se investiguem suspeitas de irregularidades na campanha de Aécio Neves (PSDB) à Presidência em 2014.

Alega o partido que 2.397 recibos eleitorais da campanha do tucano, ou quase 80% do total, continham alguma irregularidade. Aponta também que há indícios de caixa 2, uso irregular do Fundo Partidário, exploração do trabalho de servidores públicos lotados no gabinete do senador Aloysio Nunes (PSDB-SP) e contratação irregular de funcionários, entre outros problemas. O PT quer que Aécio e os demais tucanos envolvidos sejam punidos por crime eleitoral e por improbidade administrativa.

O TSE ainda não apreciou as contas da campanha de Aécio porque técnicos do tribunal pediram esclarecimentos. Os tucanos entregaram retificações em agosto e alegaram, na ocasião, que os problemas eram apenas formais e já foram sanados. Para o PT, os recibos supostamente irregulares têm de ser auditados pela Receita Federal e pelo Tribunal de Contas da União.

Nem se discute se devem ou não ser investigadas eventuais irregularidades cometidas pelos tucanos na campanha. É evidente que o Judiciário é capaz de averiguar a lisura da prestação de contas de Aécio e de qualquer outro candidato ?" e, caso conclua que houve algum crime, que aplique a punição adequada, nos termos da lei.

Mas não é de justiça que o PT quer tratar. Ao contrário: a tática diversionista objetiva exclusivamente disseminar a falsa tese de que, se o dinheiro que irrigou a campanha petista é ilegal, o dinheiro que financiou a dos tucanos também é.

Não é por outra razão que a decisão do PT de questionar a campanha tucana no TSE se deu três semanas depois que o tribunal resolveu dar continuidade a uma ação em que o PSDB pede a cassação do mandato de Dilma e do vice-presidente, Michel Temer (PMDB). Entre outras coisas, os tucanos acusam a campanha petista de ter sido financiada por doações eleitorais que, na verdade, eram fruto de propinas pagas por empreiteiras envolvidas no escândalo da Petrobrás.

Os petistas querem fazer acreditar, portanto, que os recursos utilizados pelos tucanos não se diferenciam dos milhões desviados dos cofres da Petrobrás para bancar o palanque do PT e de seus comparsas. De acordo com essa lógica, se todos roubam, não existem ladrões. A diferença, alegam os ideólogos do partido, é que o PT aceitou o jogo da corrupção porque seria a única forma de chegar ao poder para implementar seu redentor projeto de justiça social. É a reedição do cínico bordão "rouba, mas faz".

Quando era o partido que se dizia campeão da ética, o PT especializou-se em moer reputações alheias, para surgir como alternativa a "tudo o que está aí". Agora, usa sua expertise para nivelar a tudo e a todos ao rés do chão, para que no final ninguém consiga diferenciar criminosos de inocentes. Felizmente, como têm demonstrado a Justiça e a polícia desde o escândalo do mensalão, as instituições do País são plenamente capazes de colocar as coisas em seu devido lugar.
Herculano
01/11/2015 06:46
MARCELO ODEBRECHT ENTREGA A MORO 60 PERGUNTAS E RESPOSTAS SOBRE ACUSAÇÕES E CHAMA SUA PRISÃO PREVENTIVA DE INJUSTA E DESNECESSÁRIA, por Reinaldo Azevedo, de Veja.

Marcelo Odebrecht, que está preso há 135 dias (neste domingo), participou de uma audiência com o juiz Sérgio Moro na sexta. O empresário não evocou o direito de ficar calado, mas preferiu não responder diretamente as indagações de Moro.

Segundo a sua defesa, a complexidade das denúncias pede um esclarecimento de outra natureza: Odebrecht entregou ao juiz um documento com 60 perguntas e respostas que, segundo ele, contemplam, respondem e negam todas as acusações que lhe são imputadas.

O empresário pediu ao juiz um tempo para fazer algumas considerações, o que lhe foi concedido. Basicamente, afirmou que:
?" jamais se negou a prestar esclarecimentos e sempre se colocou à disposição da Justiça;
?" a despeito disso, a força-tarefa jamais o convocou para prestar algum esclarecimento sobre os fatos que lhe foram imputados;
?" como retribuição à sua disposição de colaborar, teve prisões preventivas ?" "uma sobre outra" -, buscas e apreensões e interceptações telefônicas e telemáticas, inclusive de membros de sua família, incluindo as filhas menores;
?" certas acusações contra ele talvez não tivessem prevalecido se os investigadores tivessem tido o trabalho de ouvi-lo;
?" "mesmo após a extensa devassa que foi feita" em sua casa e nas suas empresas, nada há provado contra ele;
?" há vazamento seletivo e constante de informações, inclusive pessoais, que não têm nenhuma relação com o objeto da denúncia, envolvendo familiares, amigos, outros empresários e pessoas púbicas que nada têm a ver com o processo;
?" para suprir a falta de prova, esses vazamentos estão sendo objeto de ilações infundadas.

Odebrecht pediu o direito de responder ao processo em liberdade, a presunção de inocência e o direito de defesa. Disse ainda existir um perigoso quadro de prejulgamento e fez uma crítica direta a uma decisão de Moro: "Temo que esse processo acabe conduzindo a um desfecho que sirva para justificar a prisão preventiva injusta e desnecessária que me foi imposta".

Moro negou que as filhas de Odebrecht tenham tido o sigilo telefônico quebrado e disse que o registro de conversas do empresário com elas se deveu ao fato de que os telefones dele estavam sob escuta. Bem, ainda que assim fosse, o fato é que até questões relativas à vida escolar das meninas circula por aí.

O juiz insistiu em fazer perguntas a respeito de contas de offshores que pertenceriam a empresas do grupo Odebrecht, segundo acusa o Ministério Público. O empresário reiterou que todas as respostas estavam do documento com as 60 perguntas e respostas.

Na quinta-feira, também em depoimento a Moro, Pedro Barusco ?" o delator que vai devolver aos cofres públicos a maior bolada até agora: US$ 97 milhões ?" negou que a Odebrecht tenha superfaturado um contrato com a Sete Brasil na operação de navios-sonda da Petrobras. Barusco endossou a versão de Odebrecht segundo a qual a palavra "sobrepreço" em um e-mail não queria dizer superfaturamento. Esse e-mail foi a principal evidência apresentada por Moro para manter a prisão preventiva do presidente do grupo Odebrecht.
Herculano
31/10/2015 19:18
da série: a esquerda perde a sua estrela e bandeira na roubalheira, mas não perde a pose, pois para ela a culpa é dos outros. Nem original conseguem ser. A listinha é algo assustador. Gente fina.

O ESCULACHO DO PT É O ESCULACHO DA ESQUERDA NO BRASIL, por Lula Miranda

Primeiro, eles esculacharam o José Dirceu. Mas eu não me incomodei: eu não era amigo do José Dirceu. Eu não era sequer do mesmo grupo político ou do partido do José Dirceu.

Esculacharam o José Genoino. Não, isso não pareceu me dizer respeito; isso não era da minha conta. Nem um pouco.

Eu não tive nada a ver com isso.

Não era da minha conta que um homem honesto, modesto e justo, que dedicou toda a sua vida ao país e à coisa pública, que foi agraciado com medalhas e honrarias pelo Estado brasileiro, fosse tratado, de repente, como se bandido fosse.

Depois, esculacharam o Vaccari, e a irmã da esposa do Vaccari. Eu, novamente, não me importei: eu não conheço Vaccari, tampouco sua cunhada.

O esculacho não tem hora nem lugar.

Em restaurantes, aeroportos, livrarias ?" e até em hospitais! ?" esculacharam Jaques Wagner, Guido Mantega, o prefeito Haddad e até a "unanimidade" do Eduardo Suplicy. Bastou ser petista ou "assemelhado", pronto, acham-se no direito de xingar, agredir, avacalhar, esculhambar, desrespeitar.

Onde estavam esses, que hoje atiram pedras e impropérios, quando o pau quebrou na época da ditadura militar? Os covardes sabem o momento certo de sair do conforto e da sombra da sua vil covardia.

Esculacham o ex-presidente Lula. Dia sim, dia também.

Não importando se o ex-presidente Lula é um homem admirado e respeitado pela maioria do povo brasileiro; se é considerado o melhor presidente que esse país já teve; se recebeu título de doutor honoris causa por dezenas de universidades estrangeiras; se é exemplo de estadista no exterior... Não, não importa. O lance é esculachar o Lula. E, se e quando possível, prender o Lula.

Não bastasse esculachar, e pretenderem transformar o Lula num criminoso, esculacham agora o seu filho, a sua nora.

Talvez aí tenham cometido o erro capital. Pois não se mexe, impunemente, com a família de um nordestino. Para um homem simples do Nordeste, família é algo sagrado. Se o Nordeste antes já estava com Lula, agora estará ainda mais.

O Nordeste e toda a militância do PT, diga-se.

Em seguida, como nunca dantes na história deste país, esculacharam, e ainda esculacham, diuturnamente, a presidente Dilma Rousseff. Não importa se ela ?" sim, também ela ?" tem um currículo e um histórico de serviços prestados ao país inestimáveis. Que se lixe! Não importa se ela foi presa e torturada pela ditadura militar. Que se dane!

A subelite reacionária, você bem o sabe, vem esculachando os pobres, os pretos, as putas, e demais minorias, há séculos neste país. Desde sempre.

Há mais de 30 anos, o Partido dos Trabalhadores é o partido que mais e melhor conscientizou, organizou e deu vez e voz a essa multidão silenciosa de excluídos e, desde sempre, esculachados. Fossem eles pobres, pretos, putas, homossexuais, transexuais, índios, mulheres, sem-teto, sem terra etc.

Mas, e daí?

Dane-se o PT! Fora o PT!

Maldito PT!

A grande mídia, a PF, o MP e a Justiça estão, de modo parcial e aviltante, todos os dias e o dia todo, esculachando o PT.

Em decorrência disso, criticar e atacar o PT tornou-se uma espécie de macarthismo extemporâneo, ou "esporte" predileto de uma minoria raivosa e intolerante, nos dias que correm. Uma espécie de "moda".

Eu, de minha parte, com nada disso me importei ou incomodei, até que um dia o esculachado, o desrespeitado fui eu.

Mas aí...

Já era tarde.
Sidnei Luis Reinert
31/10/2015 18:43
"Este é o melhor vídeo que já se fez sobre a situação política do Brasil."

BRASÍLIA, A INIMIGA DO BRASIL.

https://www.facebook.com/CanalDaDireita/videos/727199310757936/?pnref=story
Herculano
31/10/2015 14:45
A CAPA DE VEJA DESTE FINAL DE SEMANA É PROVOCATIVA

Ele sempre considerou a revista, bandida. E por quê Porque ela desnudou o PT e o mito Lula. A Capa traz o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, vestido de presidiário, numa montagem gráfica, onde os nomes dos implicados no Petrolão, em preto, simula a linha preta do uniforme medieval de prisioneiro
Herculano
31/10/2015 14:35
DEFESA DE ODEBRECHET VE CAMINHO PARA TIRÁ-LO DA PRISÃO, por Vera Magalhães, para a Veja

A defesa de Marcelo Odebrecht usará a decisão do ministro Teori Zavascki, que concedeu habeas corpus a executivos do grupo, para driblar a necessidade de voltar à estaca zero nos recursos para libertar o empresário.

No despacho, o magistrado observou que a decretação de prisões sucessivas é uma forma de obstruir o acesso a recursos.

Assim, a defesa de Marcelo irá pular o TRF e recorrer direto aos tribunais superiores.
Herculano
31/10/2015 14:22
QUAL A RAZÃO?

Por que o Brasil está nesta situação de descalabro total? Porque a maioria dos eleitores e eleitoras assim quiseram (não importa se são analfabetos, ignorantes, desinformados, militantes, convictos, fanáticos...; acreditaram nos discursos e nas deslavadas profissionais mentiras do PT e seus apoiadores como o PMDB, PSD, PP, PDT, PC do B, PR, PTB, PRB... foram manipulados emocional pelo marketing bandido e profissional, pago a peso de ouro.

Por que o Brasil está nesta situação de descalabro total, insisto? Porque falharam, foram omissos ou covardes como oposição responsável para fazer o contraponto o PSDB, DEM, PPS, PSB, principalmente.

Em Gaspar nada disso é diferente. É agravado ainda mais pelos disfarces. A cidade possui donos, enraizados, entrelaçados, entre famílias, interesses pessoais, que se disfarçam entre os partidos. A transferência da professora e vereadora Andreia Symone Zimmermann Nagel, do DEM para o PSDB, deixou a nú o que todos sabem há muito tempo, mas se tenta esconder e a imprensa omite.

Gaspar está se acordando. Acorda, Gaspar!
Herculano
31/10/2015 14:10
ESBIRRO DE LULA DIZ QUE TUDO NÃO PASSA DE COMPLO" PARA IMPEDIR A CANDIDATURA DO APEDEUTA EM 2018. NÃO TENDO COMO SE DEFENDER, PT ATACA, por Reinaldo Azevedo, de Veja.

Gilberto Carvalho concede uma entrevista à Folha deste sábado [publiquei cedo, e abaixo]. A vigarice intelectual e política do secretário-geral da Presidência das duas gestões Lula e homem mais poderoso do PT depois do Babalorixá de Banânia é coisa sem par em muitos anos na imprensa. Não há uma só resposta que pare de pé, e dá para desmontar a cascata palavra a palavra. Mas é tempo demais para Carvalho. Sintetizemos, então, a contestação.

Já está mais do que caracterizado que o PT resolveu tentar fazer a limonada com o limão. O samba de uma nota só do partido, agora, é o suposto complô contra Lula para impedi-lo de chagar à Presidência em 2018. Isso desobriga os petistas de responder às acusações que lhes são feitas e lhes permite atacar.

Querem ver? Na entrevista, Carvalho nega que tenha relações especiais com o tal lobista Mauro Marcondes e que este tenha interferido na edição de uma MP em favor do setor automobilístico. Mas não explica como e por que o dito cujo pagou R$ 2,4 milhões a uma empresa de marketing esportivo de Luís Cláudio, filho de Lula.

Tudo, diz Carvalho, é complô para minar a credibilidade do chefão petista e impedi-lo de se candidatar em 2018. Mas e a Lava-Jato? Carvalho acha importante, claro!, e coisa e tal. Mas, de novo, acredita que só querem pegar o PT e pergunta por que não se investigam as doações à campanha de Aécio Neves?

Entenderam? Carvalho tenta fingir que a Lava Jato se resume a um mero sistema de financiamento de campanha. Logo, se assim fosse, então todos poderiam ser investigados. É mesmo? Que poder tinha Aécio na Petrobras? De que modo ele podia interferir nos destinos da empresa? Quem, dentro da estatal, negociava em seu nome? Que ameaças Aécio podia fazer às empreiteiras, no que dizia respeito a obras públicas, caso não pagassem a propina?

A entrevista de Carvalho chega a ser nojenta porque, em seguida, ele critica o ministro Gilmar Mendes, do STF, por não ser contra o financiamento privado de campanhas. Viram só? Eis a tese do partido de novo. Eis o petismo tentando impor goela abaixo da sociedade o financiamento público, fingindo que mensalão, petróleo e o escândalo investigado na Operação Acrônimo ?" que tem o petista Fernando Pimentel no centro ?" só existem por causa das campanhas eleitorais.

Carvalho finge ignorar que tanto o mensalão como o petróleo eram parte de um sistema contínuo de assalto aos cofres públicos em benefício do grupo que está no poder ?" e que, claro!, serviu para enriquecer muito vagabundo.

Segundo Carvalho, o que querem é prender Lula, embora não diga por quais caminhos isso seria feito e quem são as pessoas que têm essa pretensão. Tudo não passa, em suma, de uma tentativa de intimidar a Polícia Federal, o Ministério Público e, como sempre, a imprensa.

Na entrevista, Carvalho, braços, olhos, boca e ouvidos de Lula, faz uma defesa meramente protocolar de Eduardo Cunha (PMDB-RJ), presidente da Câmara, e o entrega às cobras. Diz:
"Acho que ele [Cunha] não tem condição de deflagrar um impeachment porque não tem nenhum pedido sustentado em mínimas condições adequadas. Segundo que, politicamente, ele perdeu qualquer credibilidade para conduzir qualquer processo. Se eu fosse o presidente da Câmara, teria pedido afastamento do cargo porque ele sabe o que ele fez e os dados que estão aparecendo, muito concretos, a cada dia derrotam a tese dele."

Insisto: Carvalho não existe como ser autônomo. Ele só fala o que combina com Lula. O ex-presidente, por sua vez, anda ensaiando um Claudinho & Buchecha com Cunha, na linha "Só love, só love". Resta saber se a canelada foi previamente combinada com a dupla ou se Carvalho anda mesmo desconfiado de que o presidente da Câmara pode aceitar a denúncia.

Ah, em tempo: enquanto estiver no cargo, Cunha tem a competência legal de conduzir qualquer processo que seja prerrogativa do cargo que ocupa.

Sabem o que permite a Carvalho dar uma entrevista absurda como essa a que me refiro? O fato de que, para escândalo dos escândalos, Cunha se tornou a principal figura do petrolão, embora o PT comande a máquina do governo, e de não haver uma só figura do Executivo sob investigação
Herculano
31/10/2015 13:58
ITAJAÍ SERÁ COMO GASPAR

Blumenau já conhece o PT que não consegue ser mais poder por lá. O mesmo que manda no PT de Gaspar, ilude, impõe e dá lições em gente decente. É o mesmo PT que agora diz que vai ser poder em Itajaí.
Herculano
31/10/2015 13:49
LIÇÕ DE ANATOMIA, por Demétrio Magnoli, geógrafo e sociólogo para o jornal Folha de S. Paul

Você pode interpretá-las como um material indiciário: nexos e chaves para investigações policiais. Mas, nas declarações recentes de quatro personagens, descortina-se um rico material sociológico: os contornos da estrutura e organização de um sistema de poder.

Dilma Rousseff justificou as "pedaladas fiscais" pelo imperativo de preservar os programas sociais. A Folha evidenciou a inverdade: as "pedaladas" financiaram, principalmente, grandes grupos econômicos. A mentira oficial, um método de governo, não passa de notícia velha. O fato relevante encontra-se na segunda justificativa, oferecida por Jaques Wagner, ministro da Casa Civil: "Cada empresa dessa para a qual foi oferecida uma taxa de juros compatível gerou riqueza e emprego".

Lição de anatomia, parte 1: no capitalismo de Estado, o Orçamento nacional é uma peça de ficção, o nome de um tesouro distribuído seletivamente pelo governo à alta burguesia. A santa aliança entre os donos do poder e os donos do capital legitima-se por gerar "riqueza e emprego". Odebrecht, JBS e Eike Batista, filhos diletos do BNDES, são os instrumentos do desenvolvimento do país.

Do poderoso ministro a um especial ex-ministro, Gilberto Carvalho, o mais íntimo assessor de Lula. Depondo à Polícia Federal no âmbito da Operação Zelotes, que apura o "comércio" de medidas provisórias em benefício do setor automotivo, Carvalho reconheceu a proximidade entre Lula e Mauro Marcondes, preso sob acusação de "negociar" a MP 471, editada pelo ex-presidente. Depois, produziu uma tese singular sobre as relações entre governantes e lobistas: "A malandragem é deles [lobistas] que, na hora de vender para as empresas podem falar que precisaram pagar propinas. Quando você recebe as pessoas, não sabe o que elas vão fazer com aquilo".

Lição de anatomia, parte 2: o capitalismo de Estado é um capitalismo de máfias. A porta do palácio está sempre aberta aos lobistas, que são antigos conhecidos dos governantes e, em certos casos, como o de Marcondes, parceiros de negócios de um filho do ex-presidente. Mas, nessa interação, oculta-se uma desigualdade de natureza moral: as autoridades políticas miram o bem da nação, enquanto seus interlocutores, os lobistas, concentram-se no vil metal. Lula, o bom selvagem, é puro, casto e tolo. Marcondes, lobo em pele de cordeiro, é infame, astuto e safo.

Amigo é coisa pra se guardar debaixo de sete chaves. O Instituto Lula negou que o ex-presidente tenha atuado como intermediário de empresas, "antes, durante ou depois de seu governo". O delator Fernando Baiano afirmou que pagou propina a José Carlos Bumlai pela intermediação de uma visita do presidente da Sete Brasil a Lula consagrada à inclusão da OSX num negócio com a Petrobras. Bumlai, "amigo de festa, de almoço, de aniversários" do ex-presidente, confirmou o encontro e, claro, desmentiu a propina. Calúnia: Baiano, que ele conhecia apenas superficialmente, "fiquei até surpreso", transferiu-lhe R$ 1,5 milhão, mas como empréstimo, contabilizado na pessoa física, usado para despesas da pessoa jurídica e jamais quitado.

Lição de anatomia, parte 3: o capitalismo de Estado é um capitalismo de favores e privilégios. No seu universo de amigos, acasos e almoços, os comensais são empresários ou lobistas, ou empresários-lobistas, inclusive os filhos do operário-presidente, que aprenderam as artes burguesas do empreendedorismo.

Rui Falcão, presidente do PT, qualificou a operação policial no escritório de Luis Cláudio, filho de Lula, como "perseguição" contra Lula conduzida em caviloso conluio do Ministério Público, do Judiciário, da Polícia Federal e de "setores da mídia". Lição de anatomia, conclusão: o capitalismo de Estado não convive bem com as instituições da democracia. Na hora da crise, precisa da couraça protetora de um regime autoritário.
Golias Schmithauser
31/10/2015 11:44
Senhores;

Vocês não entenderam, o Pele Krauss, quer a vaga da Andreia Nagel, porque não tem votos e vai perder o aluguel de rs 10.000.00 mensal do Samae e 5 mil por mes como vereador vmai da pra continuar frequentando o Agua na boca da meri. kkkj
Cidadão Gasparence
31/10/2015 08:35
Braço genealógico da política em Gaspar.
Sabe porque o Pelo Kraus quer o mandato da vereadora Andréia? Porque é cunhado do Ex- prefeito Adilson, casado com a Jacqueline, filha do Paca, padrinho do PMDB. O Advogado de Pelé é filho do irmão de Adilson, Bebeto, casado com a irmã do prefeito Celso Zuchi, ou seja o advogado é sobrinho do Ex- prefeito Adilson e também sobrinho do atual prefeito Celso.

Por isso tudo se explica porque é tão difícil fazer politica aqui nesta cidade, rodeada de lobos "opositores" e "aliados" mas tudo farinha do mesmo saco.

A questão não é a "traição " de Andréia mas o medo de perder o poder.

E tem mais, Andréia foi voto a favor da Samae parar de pagar aluguel e ir para o prédio novo que está sendo reformado. A partir de fevereiro, o nobre senhor Pele Kraus perderá seu gordo aluguel da atual sede da Samae. Por isso anda tão chateado.

Vai em frente vereadora, continue firme no propósito do seu trabalho, independente do partido politico.
Herculano
31/10/2015 07:41
ME ACORDE EM 2017?, por André Singer, ex- assessor de Luiz Inácio Lula da Silva, para o jornal Folha de S. Paulo

Seria possível cancelar a passagem deste ano e do próximo e despertar em 2017? O devaneio surge porque há sinais de que ainda ficaremos longos e angustiantes meses na areia movediça da crise antes de começarmos a andar para algum lado. Os enigmas são que, quando voltarmos a caminhar, não sabemos com que pernas nem em que direção.

Como parece claro, hoje o centro da política brasileira gira em torno de o que fazer com a economia, uma vez que a Lava Jato segue curso próprio.

Ocorre que, embora discordem em tudo o mais, os economistas tendem a convergir para o diagnóstico de que haverá outro período recessivo a contar de janeiro. Talvez menos duro do que o atual, por ganhos decorrentes da própria crise -por exemplo, a desvalorização do real propicia aumento da capacidade exportadora da indústria-, mas nada que impeça o conjunto de continuar afundando.

Para evitar que 2016 tivesse o mesmo gosto amargo que 2015, seria necessário mudar a política econômica e não se divisa no horizonte força capaz de fazê-lo. Lula e o PT ensaiaram, por ocasião da reforma ministerial, reorientar o governo no sentido da retomada do crescimento, mas é visível que novas denúncias paralisaram a iniciativa.

Aliás, as investigações conduzidas desde inúmeras frentes relativamente descoordenadas -Ministério Público, Polícia Federal, Judiciário, Receita- tendem a derrubar ou colocar em suspensão atores fundamentais. É impossível saber de antemão quem sobreviverá a essa "mani pulite" à brasileira. Na Itália, eliminou os tradicionais Partido Socialista e Democracia Cristã, abrindo espaço para um outsider: Berlusconi.

No Brasil, até agora, o alvo é o PT, com a sua principal liderança no centro da meta. Secundariamente, o PMDB vem sendo atingido, em particular o presidente da Câmara. Dos três maiores partidos, o PSDB por enquanto fica incólume, embora destaques da agremiação apareçam aqui e ali.

À medida que organizações fundamentais são destroçadas pelo escândalo, as condições de dar direção efetiva ao país aproximam-se de zero. Por inércia, prevalece a orientação atual -ciclo recessivo de dois anos, com lenta retomada posterior. O próprio PSDB, se chegasse ao poder, não faria nada muito diferente.

Não há, portanto, fórmula mágica para escapar de mais um péssimo ano. Será necessário atravessar de modo estoico todo o calvário destrutivo que a austeridade já impôs e ainda promete, para, depois, retomar alguma construção. Como em toda catástrofe, contudo, serão os sobreviventes que darão, ao cabo da tormenta, orientação ao futuro. Sobreviver, então, não é pouco.
Herculano
31/10/2015 07:32
ERENICE E "APS" PODEM TER ATUADO NO CASO GRIPEN, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

Investigadores ligados à Operação Zelotes apuram indícios de que Erenice Guerra, ex-ministra da Casa Civil do governo Lula, defendia os interesses dos caças suecos Gripen, na disputa pela compra bilionária dos aviões de combate pelo governo brasileiro. Seu parceiro nesses entendimentos seria o lobista Alexandre Paes dos Santos, conhecido pelas iniciais "APS", preso na quarta etapa da Operação Zelotes.

Indícios

Indícios da parceria Erenice-APS teriam sido encontrados durante o cumprimento de mandados de busca e apreensão.

Negócio fechado

A presidente Dilma esteve na Suécia, este mês, para sacramentar o negócio de R$ 34 bilhões, na compra dos caças Gripen.

Amigas do peito

Erenice era sub de Dilma na Casa Civil e a substituiu, nos últimos 9 meses do governo Lula, quando a amiga virou candidata a presidente.

Negócio bilionário

O Brasil comprou 36 aviões de combate Gripen, fabricados pela Saab, ao custo de US$ 5,4 bilhões, correspondentes a R$ 21,5 bilhões.

"TOP TOP" DEVE DEPOR SOBRE TRÁFICO DE INFLUENCIA

Os deputados Alexandre Baldy (PSDB-GO) e Miguel Haddad (PSDB-SP) entram na CPI do BNDES com requerimentos de convocação do de Marco Aurélio Garcia, aspone para assuntos internacionais aleatórios de Lula e agora de Dilma. O conhecido "Top Top" é suspeito de tráfico de influência na concessão de crédito do banco de fomento do governo federal para o financiamento de ditaduras africanas.

Crime perfeito

A suspeita é que o BNDES financiou obras em ditaduras, durante os governos do PT, porque nesses países não há órgãos de controle.
?
Sem fiscalização

Países como Cuba, no Caribe, e ditaduras africanas não têm ministério público, tampouco tribunais de contas e auditores fiscalizando obras.

Caixa preta

O dinheiro não era fiscalizado nas ditaduras financiadas, nem no Brasil: o BNDES negava acesso aos contratos até mesmo ao TCU.

PT sem petistas

O PT já perdeu 20% dos pré-candidatos a prefeito no interior de São Paulo, mas o ex-presidente Lula acredita que o PT não só vai vencer o município de São Paulo, mas também não precisa dos filiados que consideram deixar o partido: "Quem quiser sair que saia", desafiou.

Boquinha amiga

O senador Antônio Reguffe (PDT-DF) mantém distância do fisiologismo ao qual seu partido se agarrou em troca de apoio ao governo Dilma. "O PDT está indo para um caminho muito ruim", lamenta.

Contador de lorotas

No encontro do Diretório Nacional do PT, Lula disse que "apenas o Brasil, dentro do G-20, enfrentou a crise aumentando o consumo". Mentira. É estratégia-padrão para enfrentar a crise na Europa e EUA.

Além do horizonte

O presidente da CPI dos Fundos de Pensão, Efraim Filho (DEM-PB), diz que a comissão comprova tese do juiz Sérgio Moro: "A Lava Jato é maior que a Petrobras". E cita a participação da Engevix e Sete Brasil.

Ascensão meteórica

A Sete Brasil foi alavancada com recursos de três fundos de pensão: Petrobras, Funcef e Previ. A empresa recebeu R$ 3 bilhões, mas o prejuízo ficou com os aposentados dos fundos.

Fogo cruzado

Paulinho da Força (SD-SP) promete apresentar "notas frias" que o deputado Chico Alencar (Psol-RJ) teria usado para obter ressarcimento da Câmara. "A situação dele é bastante delicada", diz o deputado.

Polícia no trânsito

Delegado Waldir (PSDB-GO) age no trânsito como se estivesse na polícia. Na terça (27), sua camionete Ranger fechou carro na altura do zoológico, em Brasília. Ele ainda xingou o condutor do outro veículo.

Criatura e criador

A oposição aposta no desgaste da relação Dilma-Lula. "Ninguém aguenta o impacto da pressão sobre um filho", diz Bruno Araújo (PSDB-PE), em referência à investigação contra Luiz Claudio Lula.

Pensando bem...

...após o sobrinho, nora e filhos se enrolarem em casos de corrupção, diz o humorista Zé Simão, o Lula já pode ser processado por formação de família.
Herculano
31/10/2015 07:17
da série: os brasileiro e o Brasil pobre e os petistas ricos usando a trouxa militância e trogloditas pagos para defendê-los

CONTAS DE LULA E 3 EX-MINISTROS TEM MOVIMENTAÇAO MILIONÁRIA: R297 MILHOES, por Josias de Souza

Parte 1

Responsável por detectar operações financeiras suspeitas, o Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras), órgão do Ministério da Fazenda, concluiu no último dia 23 de outubro um documento explosivo. Chama-se 'Relatório de Inteligência Financeira 18.340.' Tem 32 páginas. O conteúdo foi exposto pelo repórter Thiago Bronzatto em notícia veiculada na mais recente edição de Época.

O relatório do Coaf revela transações com indícios de irregularidades de pessoas e empresas que se encontram sob investigação nas operações policiais que eletrificam a República: Lava Jato, Zelotes e Acrônimo. Entre elas Lula e três ex-ministros petistas: Antonio Palocci (Fazenda e Casa Civil), Fernando Pimentel (Desenvolvimento) e Erenice Guerra (Casa Civil). Juntas essas pessoas e suas logomarcas registraram movimentação de notáveis R$ 297,7 milhões.

Lula, Palocci, Pimentel e Erenice integram uma lista de 103 pessoas e 188 empresas varejadas pelo Coaf. Juntas, movimentaram quase meio bilhão de reais em operações que, por atípicas, foram informadas pelo Coaf ao Ministério Público Federal, à Polícia Federal e à Receita Federal. Enviou-se uma cópia do levantamento também para a CPI do BNDES.

As informações colecionadas pelo Coaf foram repassadas pelos bancos e corretoras. Essas instituições são obrigadas a informar ao órgão da Fazenda sobre transações que, por fugirem dos padrões, podem ocultar crimes como pagamento de propinas e lavagem de dinheiro.

Em relação a Lula, o Coaf farejou uma movimentação de R$ 52,3 milhões nos últimos quatro anos. A empresa de palestras do ex-presidente petista recebeu R$ 27 milhões e transferiu R$ 25,3 milhões. Para o Coaf, trata-se de "movimentação de recursos incompatível com o patrimônio, a atividade econômica ou ocupação profissional e a capacidade financeira do cliente." Procurada, a assessoria de Lula preferiu não se manifestar objetivamente sobre o relatório.
Herculano
31/10/2015 07:17
da série: os brasileiro e o Brasil pobre e os petistas ricos usando a trouxa militância e trogloditas pagos para defendê-los

CONTAS DE LULA E 3 EX-MINISTROS TEM MOVIMENTAÇAO MILIONÁRIA: R297 MILHOES, por Josias de Souza

Parte 2

No seu item de número 8, o documento do Coaf anotou que "Luiz Inácio Lula da Silva foi objeto de três comunicações de operações suspeitas efetuadas por empresas atuantes no mercado segurador". Essas comunicações ocorreram porque Lula adquiriu planos de previdência privada ou título de capitalização com valores superiores a R$ 1 milhão.

Em transação efetivada no dia 29 de maio de 2014, Lula pagou R$ 1,2 milhão à Brasilprev Seguros e Previdência S.A.. Em 6 de junho de 2014, a empresa que leva as iniciais de Lula em sua logomarca ?"LILS Palestras, Eventos e Publicações Ltda.?" contratou por R$ 5 milhões um plano de previdência na BB Corretora de Seguros e Administradora de Bens S.A.. No mesmo dia 6 de junho de 2014, repassaram-se mais R$ 5 milhões à Brasilprev.

Sobre Antonio Palocci, ex-ministro da Fazenda de Lula e ex-chefe da Casa Civil de Dilma Rousseff, o relatório do Coaf menciona a movimentação nas contas da empresa dele, a consultoria Projeto. Coisa de R$ 216 milhões entre entradas e saídas, desde junho de 2011.

Eis o que anotou o Coaf sobre Palocci: "Contas que não demonstram ser resultado de atividade ou negócios normais, visto que utilizadas para recebimento ou pagamento de quantias significativas sem indicação clara de finalidade ou relação com o titular da conta ou seu negócio."

A certa altura, o Coaf resume os informes que recebeu da rede bancária: "A empresa Projeto, Consultoria Empresarial e Financeira Ltda, com sede fiscal na cidade de São Paulo, composta societariamente por Antonio Palocci Filho (98%), André da Silva Palocci (1%) e James Adrian Ortega (1%), foi objeto de comunicações de operações financeiras [?] com valor associado de R$ 216.245.708,00, reportados no período de 2008 a 2015, dos quais R$ 185.234.908,00 foram registrados em suas contas correntes e o restante em contas de terceiros?"
Herculano
31/10/2015 07:14
da série: os brasileiro e o Brasil pobre e os petistas ricos usando a trouxa militância e trogloditas pagos para defendê-los

CONTAS DE LULA E 3 EX-MINISTROS TEM MOVIMENTAÇAO MILIONÁRIA: R297 MILHOES, por Josias de Souza

Parte 3

Numa das transações, a empresa de Palocci recebeu R$ 5.396.375 da montadora de automóveis Caoa, investigada sob a suspeita de ter comprado uma medida provisória. O advogado de Palocci, José Roberto Batochio, declarou que "não há relação alguma entre o serviço prestado pela Projeto para a Caoa e a aprovação de medidas provisórias."

Quanto ao ex-ministro Fernando Pimentel, hoje governador de Minas Gerais, a movimentação financeira registrada no relatório do Coaf atingiu o montante de R$ 3,1 milhões. O órgão recebeu três informes do sistema bancário sobre Pimentel. Um cita saque em dinheiro vivo feito pelo agora governador dois meses após a eleição de 2014. Outros dois tratam de operações com empresas das quais Pimentel foi sócio. "As comunicações, além de envolverem saques em espécie de alto valor, foram registradas porque Pimentel apresentou resistência na apresentação de informações", escreveu o Coaf em seu documento.

Diz o Coaf sobre o governador petista de Minas: "Fernando Damata Pimentel, com domicílio fiscal em Belo Horizonte, foi objeto de comunicações efetuadas por empresas atuantes no mercado segurador com valor associado total de R$ 676.588,00 e recebidas no período de 2009 a 2014."

"Parte dessas comunicações foi reportada porque o titular apresentou resistência na apresentação de informações, ou fornecimento de informações incorretas relativas à identificação ou à operação", acrescentou o Coaf.

Ainda de acordo com o Coaf, Pimentel "foi objeto de comunicações automáticas por ter efetuado duas operações de movimentação em espécie no montante de R$ 300 mil, sendo uma de provisionamento para saque, em 18/12/2014, no valor de R$ 150 mil, e outra de saque do mesmo valor em 19/12/2014. Tais operações foram registradas na conta corrente número 4075218, da agencia/CNPJ número 5645, do Banco do Brasil, na cidade de Belo Horizonte."
Herculano
31/10/2015 07:05
da série: com os adversários pode para se aplicar a lei, a perseguição; com os companheiros, nem a lei.

QUEREM MINAR A CREDIBILIDADE DE LULA PARA DEPOIS PRENDÊ-LO, DIZ O EX-TUDO NO PT E NO GOVERNO PETISTA, O MINISTRO GILBERTO CARVALHO EM ENTREVISTA AO JORNAL FOLHA DE S. PAULO

Parte 1

Entrevista e texto de Natuza Nery, editora da coluna Painel. Gilberto Carvalho, 64, ex-chefe de gabinete de Lula e ex-ministro de Dilma Rousseff, reage fortemente aos pedidos de quebra de sigilo de sua família por investigadores da Operação Zelotes e acusa uma espécie de complô para "desmoralizar" e "prender" o ex-presidente da República.

Em entrevista à Folha, o petista afirmou que seu partido tem de reconhecer os erros cometidos no passado, mas não pode ser alvo de perseguição.

*

Folha - O sr. foi chamado a prestar depoimento na PF...
Gilberto Carvalho - Considero natural que, tendo vivido 10 anos na vida pública, minha vida possa ser investigada. O que não pode é o atropelamento dos direitos individuais. Fiz parte de um governo que conseguiu estabelecer uma autonomia dos procedimentos da Polícia Federal. Tenho orgulho de termos contribuído para o aumento da transparência mesmo que o nosso partido seja, hoje, por erros que nós cometemos, vítima desse processo, mais isso é natural.

O que não pode, em defesa da democracia, é o atropelamento dos direitos individuais, e é isso que está em jogo. E tenho uma longa vida pública e já me habituei a enfrentar, mas ver os seus filhos expostos desse modo é um golpe duro.

Folha - Fala de vazamento de informações sigilosas?
Gilberto -Exatamente. Critico o cidadão da Receita Federal que recomenda a quebra de sigilo bancário e fiscal dos meus familiares sem que contra mim haja nenhum indício real, efetivo, de que eu tenha sido beneficiário de qualquer propina ou ação dessas pessoas que estão presas hoje. É uma leviandade e uma exposição desnecessária. Não condeno a investigação, condeno a irresponsabilidade dessas pessoas.
Herculano
31/10/2015 07:05
da série: com os adversários pode para se aplicar a lei, a perseguição; com os companheiros, nem a lei.

QUEREM MINAR A CREDIBILIDADE DE LULA PARA DEPOIS PRENDÊ-LO, DIZ O EX-TUDO NO PT E NO GOVERNO PETISTA, O MINISTRO GILBERTO CARVALHO EM ENTREVISTA AO JORNAL FOLHA DE S. PAULO

Parte 2

Folha - Como foi a tramitação no governo das medidas provisórias hoje investigadas?
Gilberto -Estávamos em 2008, 2009, no meio da crise internacional, e foram tomadas uma série de medidas para estimular a produção e o consumo. Havia uma proposta do setor automobilístico para que se editasse uma MP para estimular o desenvolvimento econômico em diversas regiões. Essa MP foi construída com diversos setores empresariais, entre eles a Anfavea, que naturalmente tinha interesse.

Só quem não conhece, quem ignora o processo de tramitação de uma MP, pode dar crédito a essa picaretagem que esses caras fizeram de vender uma influência que eles não tinham e nem poderiam ter. Dizer que eu e ministros tenhamos influenciado ou obtido vantagem é de uma ignorância alarmante. Me estranha muito que um servidor público da Receita Federal, que sabe desse processo, se deixe levar por esse tipo de procedimento.

Folha - Não tinha acesso a essas discussões?
Gilberto - Eu fazia o filtro das pessoas que vinham falar com o presidente Lula. Esse senhor Mauro Marcondes, que já tinha um conhecimento com presidente Lula no tempo da negociação das greves do ABC, porque ele representava na época uma das empresas automobilísticas, se apresentou no gabinete com o cartão da Anfavea, vice-presidente, uma entidade nacional reconhecida. E foi nessa condição que ele foi recebido defendendo a importância dessa MP como representante do setor. Isso era a coisa mais comum do mundo. O presidente Lula cansou de receber presidentes de empresas sempre no intuito de estimular economia.
Herculano
31/10/2015 07:04
da série: com os adversários pode para se aplicar a lei, a perseguição; com os companheiros, nem a lei.

QUEREM MINAR A CREDIBILIDADE DE LULA PARA DEPOIS PRENDÊ-LO, DIZ O EX-TUDO NO PT E NO GOVERNO PETISTA, O MINISTRO GILBERTO CARVALHO EM ENTREVISTA AO JORNAL FOLHA DE S. PAULO

Parte 3

Folha - O sr. participou de algum conluio, como aponta a PF, ou recebeu alguma vantagem?
Gilberto - Nunca participei de conluio nenhum. Nunca esse senhor apareceu para mim para fazer qualquer proposta nem tratar de nenhuma oferta. Até porque, no meu papel de chefe de gabinete, eu não acompanhava as audiências em sua imensa maioria. Esse senhor nunca me ofereceu qualquer beneficio pecuniário.

Aliás, nos 12 anos de Planalto, nunca passei por esse constrangimento. Tenho orgulho de não ter enriquecido neste período. Espero que o mesmo tratamento dado a mim se dê àqueles que são os verdadeiros alvos da Operação Zelotes, grandes empresas brasileiras, redes de comunicação no Brasil. Só espero que a Zelotes não sirva apenas para construir esse circo político.

Folha - Que circo?
Gilberto - Se a Operação Zelotes tiver apenas esse foco, não passará tristemente de um circo político. Agora, com relação ao presidente Lula, é muito estranho que essa sanha toda se volte contra ele e sua família. Já é o segundo filho dele alvo sem os devidos cuidados, sem uma investigação preliminar adequada, não interpretativa.

É muito importante, para o bem desse novo processo que nós estamos fazendo no Brasil de passar o país a limpo, que as autoridades ajam com responsabilidade. Porque essa irresponsabilidade acaba levando a um descrédito e fazendo com que as investigações se transformem muito mais em perseguição política do que em averiguação real.

Folha - E sua relação com Mauro Marcondes?
Gilberto - Eu o atendi a primeira vez no gabinete [de Lula]. Mais tarde, quando essa MP estava vencendo, ele me procurou já como ministro da Secretaria-Geral pedindo que eu o ajudasse no debate, na intervenção, junto ao gabinete presidencial em relação à renovação dessa MP, que era importante. Disse a ele que o máximo que poderia fazer era abrir uma possibilidade de levar esse debate para o lugar adequado, que era a Fazenda.

Acabei nem falando com Guido [Mantega, ministro da época]. Morreu aí também essa história. No gabinete do presidente Lula não houve nunca, nos oito anos dele, nenhum tipo de procedimento dessa natureza.
Herculano
31/10/2015 07:03
da série: com os adversários pode para se aplicar a lei, a perseguição; com os companheiros, nem a lei.

QUEREM MINAR A CREDIBILIDADE DE LULA PARA DEPOIS PRENDÊ-LO, DIZ O EX-TUDO NO PT E NO GOVERNO PETISTA, O MINISTRO GILBERTO CARVALHO EM ENTREVISTA AO JORNAL FOLHA DE S. PAULO

Parte 4

Folha - Que conexão faz entre Zelotes, Lava Jato e crise política?
Gilberto - A Lava Jato é um processo necessário para o país para a descoberta de falcatruas que estavam acontecendo. O problema é ferir princípios constitucionais e sagrados princípios de defesa quando se busca combater a corrupção. Não se pode transformar juízes em personagens de destaque midiático porque isso efetivamente corrompe o processo. E toda vez que se transforma o combate à corrupção na perseguição a um só partido, também há um prejuízo ao combate.

Por que a Lava Jato, em toda delação premiada, não levantou sequer uma questão do financiamento das campanhas de outros políticos? Onde estão as informações do financiamento da campanha do senhor Aécio Neves, que recebeu mais dinheiro dessas empresa da Lava Jato do que Dilma Rousseff? Por que isso não vem a público?

Folha -A PF diz que só investiga desvio de verba pública federal.
Gilberto - Quero fazer a seguinte pergunta a esses senhores. O dinheiro que saiu das empresas públicas eram marcados, essas notas para Dilma, essas para o Aécio? Ou as empresas fazem então uma separação de que o dinheiro obtido da Petrobras vai para Dilma e o dinheiro obtido de maneira correta vai para o Aécio?

Isso é uma palhaçada. Eles não perguntam para os delatores essa questão. O alvo é só um, é o PT, é o presidente Lula. Eles querem desmoralizar o presidente Lula para depois realizarem a prisão dele e o tirarem fora de 2018, é disso que se trata. A tática está definida, está clara. É a tentativa de ir aos poucos minando o partido, a credibilidade do presidente Lula, para depois levá-lo a um processo de condenação e prisão.

Se o país não tiver consciência disso, nós seremos conduzidos a um processo que vai enganar todo mundo. Em nome do combate à corrupção, os grandes corruptores continuarão soltos e impunes, mas grande parte vai continuar praticando o mesmo assalto aos cofres públicos, como fizeram no Brasil no caso da privataria [privatizações da era tucana], da emenda da reeleição [de Fernando Henrique Cardoso].
Herculano
31/10/2015 07:00
da série: com os adversários pode para se aplicar a lei, a perseguição; com os companheiros, nem a lei.

QUEREM MINAR A CREDIBILIDADE DE LULA PARA DEPOIS PRENDÊ-LO, DIZ O EX-TUDO NO PT E NO GOVERNO PETISTA, O MINISTRO GILBERTO CARVALHO EM ENTREVISTA AO JORNAL FOLHA DE S. PAULO

Parte 5

Folha - Por essa análise, juízes, delegados e procuradores atuariam todos com esse propósito?
Gilberto - É muito mais complexo que isso. É evidente que há contradições no seio de qualquer instituição. O que quero afirmar é que nitidamente transparece uma intenção muito clara neste momento de dar prioridade a todos os temas que dizem respeito à desmoralização do PT e do presidente Lula. Eu sempre digo o seguinte: o meu partido errou e tem que reconhecer e pagar por isso. Não tenho problema de pagarmos preços duríssimos desde que, de fato, se deem passos no sentido de um combate efetivo à corrupção.

O que me espanta e me dói é ver gente como o ministro do Supremo Gilmar Mendes e próceres do PSDB que denunciam a corrupção mas defendem com unhas e dentes o principal instrumento indutor da corrupção que é o financiamento empresarial de campanha. É uma hipocrisia. Se passar a Lava Jato, com tudo o que ela está provocando, e o PT pagar o seu preço, e todos esses mecanismos continuarem, a nação terá perdido muito.

Folha - O PT diz que o ministro da Justiça não controla a PF. Deveria controlar?
Gilberto -Eu não partilho dessas críticas. Tenho orgulho de que nenhum dos nossos ministros controlaram a PF. O PT não pode ter medo de ser investigado, porque nós tomamos essa iniciativa, que não havia no governo Fernando Henrique, quero deixar claro. O chefe da Polícia Federal no governo FHC era uma pessoa estreitamente ligada ao PSDB. Não podemos querer quebrar uma virtude nossa. Então que não partilho sinceramente dessa crítica.

O Zé Eduardo Cardozo, a meu juízo, zela para uma condução republicana. Por isso seria de se esperar dos investigadores e da própria Receita Federal um comportamento consequente disso. Minha insurgência é contra dados serem publicados de maneira irresponsável e citações nos relatórios sem base fundamentada. Não defendo sua demissão.

Por essa linha, o PT está certo ao presumir a inocência do presidente da Câmara, Eduardo Cunha?
O grande cuidado que temos de tomar sempre é não sermos contraditórios, defender a presunção de inocência da gente e não dos nossos adversários. Temos razões de sobra para desejar que a justiça se faça o quanto antes em relação ao Eduardo Cunha pelas provas que têm surgido, mas concordo com a posição do PT enquanto a denúncia não for aceita. O que não pode ser confundido com nenhum tipo de negociação de tentar trocar uma atitude moderada em relação a ele pelo não andamento do impeachment, isso seria, além de indigno, de uma ignorância enorme, porque não acredito que o senhor Eduardo Cunha tenha condições de a gente fazer qualquer acordo dessa natureza, não prosperaria.

Uma coisa é uma atitude institucional em relação a ele como presidente da Câmara, outra coisa é qualquer acordo de troca, o que seria de redonda burrice, porque não acredito que ele honraria qualquer compromisso. Acho que ele não tem condição de deflagrar um impeachment porque não tem nenhum pedido sustentado em mínimas condições adequadas. Segundo que, politicamente, ele perdeu qualquer credibilidade para conduzir qualquer processo. Se eu fosse o presidente da Câmara teria pedido afastamento do cargo porque ele sabe o que ele fez e os dados que estão aparecendo, muito concretos, a cada dia derrotam a tese dele.
Herculano
31/10/2015 06:39
AFINAL, FOI DEPOSITADO OS 14,7 MILHÕES DA PONTE D VALE NA CNTA A PREEITURA?

Com a palavra o deputado Décio Neri de Lima, do PT de Blumenau e Itajaí que manda aqui. Ele veio alugar a imprensa de Gaspar com mais esta lorota e ela caiu como um patinho. Com a palavra o prefeito de Gaspar Pedro Celso Zuchi, PT, que fez dupla com Décio.

Mais uma vez Zuchi e sua turma requetaram esta notícia velha e sem fim só para ele aparecer nas entrevistas de rádios, porque não tem outro assunto para assuntar aos analfabetos, ignorantes e desinformados. Desde abril, semana sim, outra também, informam a tal liberação da verba, que vai servir apenas para pagar o que se deve à empreiteira mineira Artepa Martins, que acreditando nas enrolações, trabalhou na frente e não recebeu até agora.

E com R14,7 milhões - mesmo que nada precisasse para pagar o atrasado - não se terminaria a ponte. Ela está orçada em pouco mais de R$42 milhões, veio menos de R$20 milhões, os restante era compromisso da prefeitura de Gaspar - em documento assinado e que já mostrei aos leitores e leitoras da coluna.

Agora espertamente o PT e o prefeito espetam na conta de Brasília e desde anunciam como liberada a verba, entretanto, ela não chega por aqui. Ora, se orçaram em mais e R$42 milhões, veio menos de R$20 milhões, faltam no mínimo mais outros R$22 milhões, faltam os famosos aditivos, faltam as mulas por quebra de contratos, faltam os altíssimos custos pra a reativação do canteiro e da obra, faltam as alçss (estas não estavam no projeto, mas obviamente necessárias ao povo da Margem Esquerda e qu Zuchi, sua equipe e o PT não querem)...

Ou nos R$42 milhões do edital de concorrência já tinha sobrepreço? Falta esclarecer de onde se fará a mágica com este coelho. Acorda, Gaspar!



Herculano53
30/10/2015 21:16
FATIAMENTO DA LAVA JATO NÃO PRECISA NECESSARIAMENTE ACABAR EM DESASTRE, por Josias de Souza

Ao retirar o processo sobre a corrupção na Eletronuclear das mãos do juiz Sérgio Moro, o ministro Teori Zavascki, do STF, deixou claro que a Lava Jato será mesmo fatiada. A dispersão de uma operação bem-sucedida tem cara de desastre, tem chifres de desastre, tem rabo de desastre. Mas pode ser apenas uma oportunidade.

A transferência dos processos para longe de Curitiba tornou-se uma espécie de sonho dos suspeitos de corrupção. Isso ocorre porque a força-tarefa da Lava Jato e o juiz Moro converteram suas vidas num pesadelo. Os encrencados têm a esperança de encontrar vida fácil longe da máquina de moer instalada na capital do Paraná.

Vai prevalecendo a tese segundo a qual só deve permanecer sob os rigores do doutor Moro o pedaço da pilhagem diretamente relacionado à Petrobras. Já havia sido remetido para São Paulo um processo que envolve a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) e o ex-ministro Paulo Bernardo. Agora, seguirão para o Rio os autos da Eletronuclerar, que mencionam o senador e ex-ministro Edison Lobão (PMDB-MA).

Os magistrados escalados para digerir fatias da Lava Jato não receberão apenas mais um processo. Caiu-lhes sobre o colo uma oportunidade para demonstrar que há juízes também fora 3ª Vara Federal de Curitiba. O fatiamento da Lava Jato só será um desastre se, em vez de aproveitar a oportunidade, os novos juízes se tornarem oportunidades que os corruptos aproveitam.
Herculano
30/10/2015 15:20
A UNIÃO DA RUIM COM A PIOR DEIXA MAIS VULNERÁVEL O SISTEMA DE TELFONIA M?"VEL E FRAGILIZA AINDA MAIS A CONCORRÊNCIA. A OI, TECNICAMENTE FALIDA, UMA INVENÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO DE LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA E A ATUAL TIM, QUE S?" TEM PROPAGANDA BONITA MAS NÃO CONSEGUE ATENDER O QUE VENDE, ANUNCIARAM QUE VÃO SE UNIR. PERDE OS BRASILEIROS AINDA MAIS CONSIDERANDO O ALTO GRAU DE APARELHAMENTO E INIFICÁCIA DA AGÊNCIA REGULADORA QUE TRABALHA

Conteúdo do jornal Folha de S. Paulo e da agência inglesa Reuters. A operadora de telecomunicações Oi e o fundo russo LetterOne acertaram negociar por sete meses a injeção de capital de US$ 4 bilhões na empresa para tentar viabilizar a eventual fusão com a TIM Participações.

Em fato relevante publicado nesta sexta-feira (30), a Oi informou ter enviado contraproposta de negociações exclusivas com o fundo russo por sete meses contados a partir de 23 de outubro. De acordo com a empresa, o fundo do bilionário Mikhail Fridman aceitou a contraproposta.

"Se concretizada a operação em construção, espera-se uma redução de alavancagem da Oi, tornando-a um player mais robusto, e a geração de importantes sinergias e ganho de escala", informou a empresa no comunicado.

"Uma potencial união da Oi com a TIM Participações deve resultar na constituição de um operador mais completo e bem posicionado, capaz de competir com players globais já instalados no país", completou a empresa.

Uma fusão entre as duas empresas teria de ser aprovada por órgãos reguladores como o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) e a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações).

A Oi havia anunciado em 26 de outubro que o grupo de investidores russo enviou à empresa proposta para uma injeção de capital na operadora, condicionada a uma combinação da companhia com a TIM.

A operadora brasileira vem falando publicamente desde o ano passado sobre sua intenção de fusão com a concorrente, mas a operação era vista com ceticismo pelo mercado diante do alto endividamento da Oi, de R$ 34,6 bilhões.

A Telecom Italia, controladora da TIM, tem afirmado, por outro lado, que a operação no Brasil é estratégica para a companhia.

Nesta semana, o presidente da Telecom Italia, Marco Patuano, declarou em evento do setor no Brasil que eventual fusão entre sua controlada e a Oi dependerá de uma atualização do marco regulatório da telefonia fixa no país.

A Oi, por ser a maior concessionária de telefonia fixa do país, tem uma série de obrigações com o governo brasileiro, como investimentos em universalização do serviço fixo e manutenção de orelhões, além de ativos que devem ser devolvidos à União após o fim dos contratos de concessão, em 2025.

Firmados após o processo de privatização do setor, os contratos são revisados a cada cinco anos. A Oi considera que os compromissos estão sendo onerosos e prejudicando a lucratividade da empresa.

Também nesta semana, o presidente da TIM, Rodrigo Abreu, declarou ser necessário alterar o cenário de concessão de telefonia fixa no país para dar mais impulsos a investimentos de longo prazo no setor de telecomunicações e viabilizar eventuais movimentos de consolidação.

A TIM é a segunda maior operadora de telefonia móvel, mas tem pequena presença na telefonia fixa, que é o maior ativo da Oi.

Procurada nesta sexta-feira, a TIM não se manifestou até o momento sobre o mais recente comunicado publicado pela Oi.
Herculano
30/10/2015 15:08
O APARELHO

A Nota da Ampe de repúdio ao atual secretário de Turismo, Indústria e Comércio de Gaspar, Silvio Rangel, PDT, revela como o poder de plantão se acha dono das entidades e da cidade.
Claudionei dos Santos
30/10/2015 13:58
Herculano
O senhor que se "acha" o paladino da justiça e que mete o pau em todo mundo mesmo sabendo que não são verdades...como pode defender alguma coisa imoral e fora da lei? não é preciso ser muito ligado nas leis pra saber que se perde o mandato quando transfere -se de um partido...e o senhor na maior cara de pau...na maior cara de pau se mostra no lada do que não é correto? o PT tem razão quanto desacredita o que o senhor escreve ...outra coisa ONDE ESTA O PRESIDENTE DAS CASA DE LEIS DE NOSSO MUNICÍPIO? Isso era coisa pra câmara dos vereadores esta fazendo e no o sr Laercio! Como uma casa de LEIS se permite infringir a lei eleitoral? e onde esta a promotoria dessa cidade? que permiti uma vereadora infrinja uma lei tão importante.....como podemos acreditar nessa vereadora se ela é a pessoa que mais esta infringindo a LEI? E QUER SER PREFEITA? O QUE SERA CAPAZ DE FAZER PARA SER PREFEITA?? PENSEM NISSO ELEITORES?
Herculano
30/10/2015 13:44
A VIDA SERÁ SEMPRE UM CONJUNTO DE MÃOS? por Ignácio de Loyola Brandão, escritor para o jornal O Estado de S. Paulo.

parte 1

Criança, não podíamos comer manga verde com sal.

Não podíamos misturar manga com leite. Laranja, leite e banana davam nó na tripa. Melancia com leite ou (depois) com pinga era mortal.

Não podíamos brincar no rio (um palmo de fundura) para não afogarmos. Em dia de sol quente não podíamos brincar na água fria porque podíamos pegar pneumonia.

Não podíamos saber como os bebês eram produzidos. A parteira era uma figura misteriosa.

Não podíamos fumar cigarro de tal de xuxu (Mas podíamos colecionar marcas de cigarro, o que despertava enorme fascínio).

Não podíamos brigar na rua. Às vezes, apanhávamos na rua e do pai em casa. Mas podíamos matar passarinhos com estilingues e podíamos fazer guerra de quadrilhas (gangue) entre bairros com estilingue e bolinhas de vidro.

Não podíamos comprar camisinha na farmácia, porque só vendiam para adultos. Adultos, só podíamos pedir camisinha ao velho farmacêutico e não aos auxiliares jovens.

Não podíamos brincar com as meninas de mostra o seu que mostro o meu. Não podíamos brincar de médico e paciente. "Deixe-me ver este peitinho como está."

Não podíamos olhar pela fechadura para ver as empregadas tomando banho, sob pena de ficarmos cegos, dizia o padre.

Não podíamos (segundo os padres) ter maus pensamentos. Não podíamos comungar sem ter confessado. Não podíamos comungar sem estar em jejum.

Não podíamos ficar sentados quando o professor entrava na classe. Não podíamos conversar na classe. Não podíamos colar nas provas.

Não podíamos chegar tarde em casa. Depois das dez da noite o pai trancava a porta.
Herculano
30/10/2015 13:44
A VIDA SERÁ SEMPRE UM CONJUNTO DE MÃOS? por Ignácio de Loyola Brandão, escritor para o jornal O Estado de S. Paulo.

parte 2

Não podíamos usar o mitório público, sob pena de apanhar doenças venéreas.

Masturbação podia provocar tuberculose, anemia, dores generalizadas nos membros (e no membro), visão turva, dentes enfraquecidos.

Não podíamos ir sozinhos a um bordel antes dos 18 anos, a policia conferia documentos.

Não podíamos transar com as jovens antes de casarmos.

De repente, não podíamos mais usar lança-perfume e muito menos cheirá-las.

As mulheres não podiam mais usar biquíni.

Não podíamos entrar em filmes "fortes" antes dos 18 anos.

Homem não podia usar camisa vistosa, colorida, vermelha, amarela, verde intenso, sob pena de ser tachado de fresco, maricas,

3 x 8 (Até que o Elvis Presley apareceu, rebolando, usando roupas prateadas e douradas, cinturões fosforescentes: santo Elvis).

Não podíamos ser jovens transgressores. (Até James Dean ser um transviado).

Não podíamos ser malucos, sonhadores, era preciso entrar na universidade, ter segurança, emprego no Banco do Brasil ou na Caixa.

Depois, chegou um tempo em que não podíamos ler livros, ver filmes, teatro, televisão, ouvir certas canções, ter aulas com certos professores, emitir opiniões políticas, ser contra o sistema, votar, transar sem camisinha, atirar o pau no gato.

Agora nem podemos ser politicamente incorretos, nem dar Monteiro Lobato para criança ler, nem ser o que somos e o queremos ser sob pena de uma multidão sair à rua massacrando.

Não podemos ler este jornal nem aquela revista nem ouvir este comentarista nem gostar desta novela. Estamos todos nos calando.

Assim, fomos crescendo e nos tornando adultos para sabermos que o ovo faz mal( ou fez, fazia, fará, não faz mais, ele vai mudando, mudando), que o gluten faz mal, que o chocolate engorda, que o colesterol nos ameaça em cada esquina, que a lactose existe, o açúcar provoca diabetes, o adoçante dá câncer, o camarão pode dar alergia.

Agora sabemos que não podemos comer salsichas e outros embutidos, nem carne seca nem bacon (a América do norte inteira vai morrer com aqueles deliciosos bacons crocantes no breakfast), nem carne vermelha (cuidado Tony Ramos, muito cuidado, sou seu fã).

Mas me assustei quando vi que o mate também dá câncer. O mate que vem fervendo nas cuias. Rio Grande do Sul, Mato Grosso (os dois), Argentina, Uruguai e Paraguai vão desaparecer. Minhas centenas de amigos gauchos estão condenados.

Não! O mate também, não! Capitão Rodrigo, do nosso Érico Veríssimo, você que proclamava, 'nos pequenos dou de prancha, nos grandes dou de talho!' , chegou a hora, salve ao menos nossos gaúchos.

PS: Para os que não sabem, porque nunca sabemos quem sabe, Capitão Rodrigo é um personagem inesquecível de O Tempo e o Vento, na primeira parte de O Continente.
Herculano
30/10/2015 13:41
PEDALADAS NO SETOR DE ENERGIA, por Adriano Pires e Abel Holtz, para o jornal O Estado de S. Paulo

Em 2013, para o então ministro Guido Mantega conseguir fechar as contas, foi feito o primeiro leilão do pré-sal no regime de partilha. Naquela ocasião, o governo, sempre em tom populista e ufanista, anunciou que leiloaria a maior reserva de petróleo do mundo, o chamado Campo de Libra. Como seria uma joia da coroa, o governo estipulou o bônus de assinatura em R$ 15 bilhões. Uma pedalada de primeira.

Apesar de toda a propaganda que antecedeu o leilão, só apareceu um consórcio, formado por Petrobrás, Shell, a Total francesa e duas empresas chinesas. As razões para haver um só consórcio e, consequentemente, para o insucesso do leilão foram as de sempre: instabilidade regulatória e insegurança jurídica. Mas o governo atingiu seu objetivo: arrecadar R$ 15 bilhões e fechar as contas de 2013. O fim justificou os meios.

É sempre bom lembrar que a grande sacrificada foi a Petrobrás, que acabou ficando com 40% do consórcio, quando, de acordo com a Lei da Partilha, poderia ficar com apenas 30%. Mas isso foi necessário, pois, caso contrário, não haveria nenhum vencedor do leilão e o governo não atingiria o objetivo de arrecadar os R$ 15 bilhões. Este ano, o governo também precisa fechar suas contas, e, como a Petrobrás está quebrada, a solução foi apelar para uma nova pedalada, desta vez no setor elétrico.

Em 2012, no auge de suas políticas populistas e eleitoreiras, o governo publicou a Medida Provisória (MP) 579, que tinha como objetivo reduzir as tarifas por meio da renovação das concessões de usinas hidrelétricas. Na propaganda do governo, isso seria possível porque essas usinas já estavam amortizadas, então os consumidores seriam agraciados com tarifas menores, contemplando só a operação e a manutenção dessas usinas. Na época, Cesp, Cemig e Copel resolveram não aderir à MP 579, alegando, com razão, que prejudicariam seus acionistas, pois a tarifa oferecida pelo governo causaria total desequilíbrio econômico e financeiro nas empresas. As empresas do grupo Eletrobrás foram obrigadas a aderir à MP, por ordem de seu acionista majoritário, o governo federal, mesmo em prejuízo dos acionistas minoritários.

Passados dois anos (principalmente após as eleições de 2014), o governo, por meio da MP 688, muda a MP 579 e pretende cometer mais uma pedalada contra os consumidores de energia elétrica. A pedalada vai ocorrer se o Congresso Nacional aprovar a MP 688, permitindo que o governo promova o leilão das 29 usinas hidrelétricas da Cesp, Cemig e Copel.

Para atrair investidores e arrecadar R$ 17 bilhões, o governo resolveu que nós, consumidores, pagaremos uma espécie de imposto pelos próximos 30 anos. A mágica é passar da tarifa de R$ 36/MWh, definida pelo próprio governo na MP 579 como valor necessário à operação e manutenção das usinas, para R$ 137/MWh. Ou seja, um aumento de quase 300%. Com isso, cria-se uma taxa de retorno acima dos 9%, para interessar os investidores, e nós financiaremos o governo para que ele possa receber os R$ 17 bilhões e "fechar as contas".

Pode ser que o atual quadro político financeiro e a bagunça regulatória obriguem o governo a repetir a pantomima do leilão de Libra, e veremos a constituição de um único consórcio, com a presença da Eletrobrás, para vencer o leilão de todas as 29 hidrelétricas. Três observações importantes merecem ser feitas: 1) estes R$ 17 bilhões não acrescentam nenhum novo MW ao sistema elétrico; 2) o governo está nos obrigando, na forma de um imposto mascarado, a pagar mais uma vez usinas que já estariam amortizadas; e 3) essa pedalada significa um aumento de tarifa de cerca de 3% a 4%. Com a inflação mais despacho térmico e câmbio de Itaipu, calculamos aumentos médios de 20% nas tarifas ao longo de 2016.

Conclusão: o setor de energia continua sendo usado pelo governo com o único objetivo de arrecadação fiscal, sem nenhuma preocupação em resolver as questões regulatórias.
sidnei luis reinert
30/10/2015 13:28
Do Relações Públicas Ney Sucupira, experiente analista de assuntos estratégicos e profundo conhecedor da área de inteligência militar, sobre a ida do General Mourão para a "geladeira":

"A exoneração foi uma promoção. Agora temos um líder castrense de opinião exposto oficialmente, catalisador de ostensivas e silenciosas angústias em defesa da honra da Pátria. Merece nosso respeito e serena apreciação, diante do grave momento de desconforto da administração pública pela corrupção oficial , decadência do Parlamento Nacional, deboche das Leis e desafio da honra do Judiciário, sob governo desmoralizado internacionalmente. Mourão foi apenas movimentado, mas não calado, e a sua instituição sai fortalecida pela ressonância de suas palavras que ressoam em proveito do fortalecimento do esprit de corp de aguerridas energias latentes".

Bispo Macedo x Lula?

Perguntinha que circula nos bastidores do Senado: Será que Lula invadiu o Templo do Rei Salomão e deu um chute na Arca da Aliança?

A indagação serve para ironizar a abrupta mudança editorial do jornalismo da Rede Record, cujo "proprietário" é o Bispo Edir Macedo, líder máximo da Igreja Universal do Reino de Deus, contra o até então "santificado" companheiro $talinácio.

Ainda no infame cafezinho do Congresso Nacional, há quem jure que a ordem dada por Macedo para marretar Lula é uma inspiração divina vinda, diretamente, do Olimpo do Palhasso do Planalto, onde Dilma é uma deusa em desgraça...

Trituração

A Record adotou a estratégia de detonar Lula indiretamente, batendo pesado na facilmente questionável velocidade da fortuna angariada pelos filhos dele, Luis Claudio e Fábio Luiz, em duas reportagens pesadísimas:

Jornal da Record mostra que Operação Zelotes da Polícia Federal faz buscas na empresa de um dos filhos do ex-Presidente Lula

http://noticias.r7.com/videos/zelotes-policia-federal-faz-buscas-na-empresa-de-um-dos-filhos-do-ex-presidente-lula/idmedia/562ec0cf0cf28674ef2bbc62.html

Jornal da Record mostra polêmica trajetória profissional de Lulinha, filho mais velho de Lula

http://rederecord.r7.com/video/jr-mostra-polemica-trajetoria-profissional-de-lulinha-filho-mais-velho-de-lula-5630158e0cf28674ef2bbd38/


http://www.alertatotal.net/
Herculano
30/10/2015 13:26
PEDALADAS NO SETOR DE ENERGIA, Adriano Pires e Abel Holtz, para jornal O Estado de S. Paulo

Em 2013, para o então ministro Guido Mantega conseguir fechar as contas, foi feito o primeiro leilão do pré-sal no regime de partilha. Naquela ocasião, o governo, sempre em tom populista e ufanista, anunciou que leiloaria a maior reserva de petróleo do mundo, o chamado Campo de Libra. Como seria uma joia da coroa, o governo estipulou o bônus de assinatura em R$ 15 bilhões. Uma pedalada de primeira.

Apesar de toda a propaganda que antecedeu o leilão, só apareceu um consórcio, formado por Petrobrás, Shell, a Total francesa e duas empresas chinesas. As razões para haver um só consórcio e, consequentemente, para o insucesso do leilão foram as de sempre: instabilidade regulatória e insegurança jurídica. Mas o governo atingiu seu objetivo: arrecadar R$ 15 bilhões e fechar as contas de 2013. O fim justificou os meios.

É sempre bom lembrar que a grande sacrificada foi a Petrobrás, que acabou ficando com 40% do consórcio, quando, de acordo com a Lei da Partilha, poderia ficar com apenas 30%. Mas isso foi necessário, pois, caso contrário, não haveria nenhum vencedor do leilão e o governo não atingiria o objetivo de arrecadar os R$ 15 bilhões. Este ano, o governo também precisa fechar suas contas, e, como a Petrobrás está quebrada, a solução foi apelar para uma nova pedalada, desta vez no setor elétrico.

Em 2012, no auge de suas políticas populistas e eleitoreiras, o governo publicou a Medida Provisória (MP) 579, que tinha como objetivo reduzir as tarifas por meio da renovação das concessões de usinas hidrelétricas. Na propaganda do governo, isso seria possível porque essas usinas já estavam amortizadas, então os consumidores seriam agraciados com tarifas menores, contemplando só a operação e a manutenção dessas usinas. Na época, Cesp, Cemig e Copel resolveram não aderir à MP 579, alegando, com razão, que prejudicariam seus acionistas, pois a tarifa oferecida pelo governo causaria total desequilíbrio econômico e financeiro nas empresas. As empresas do grupo Eletrobrás foram obrigadas a aderir à MP, por ordem de seu acionista majoritário, o governo federal, mesmo em prejuízo dos acionistas minoritários.

Passados dois anos (principalmente após as eleições de 2014), o governo, por meio da MP 688, muda a MP 579 e pretende cometer mais uma pedalada contra os consumidores de energia elétrica. A pedalada vai ocorrer se o Congresso Nacional aprovar a MP 688, permitindo que o governo promova o leilão das 29 usinas hidrelétricas da Cesp, Cemig e Copel.

Para atrair investidores e arrecadar R$ 17 bilhões, o governo resolveu que nós, consumidores, pagaremos uma espécie de imposto pelos próximos 30 anos. A mágica é passar da tarifa de R$ 36/MWh, definida pelo próprio governo na MP 579 como valor necessário à operação e manutenção das usinas, para R$ 137/MWh. Ou seja, um aumento de quase 300%. Com isso, cria-se uma taxa de retorno acima dos 9%, para interessar os investidores, e nós financiaremos o governo para que ele possa receber os R$ 17 bilhões e "fechar as contas".

Pode ser que o atual quadro político financeiro e a bagunça regulatória obriguem o governo a repetir a pantomima do leilão de Libra, e veremos a constituição de um único consórcio, com a presença da Eletrobrás, para vencer o leilão de todas as 29 hidrelétricas. Três observações importantes merecem ser feitas: 1) estes R$ 17 bilhões não acrescentam nenhum novo MW ao sistema elétrico; 2) o governo está nos obrigando, na forma de um imposto mascarado, a pagar mais uma vez usinas que já estariam amortizadas; e 3) essa pedalada significa um aumento de tarifa de cerca de 3% a 4%. Com a inflação mais despacho térmico e câmbio de Itaipu, calculamos aumentos médios de 20% nas tarifas ao longo de 2016.

Conclusão: o setor de energia continua sendo usado pelo governo com o único objetivo de arrecadação fiscal, sem nenhuma preocupação em resolver as questões regulatórias.
Herculano
30/10/2015 13:21
DIA DE ANIVERSÁRIO, por Ruy Castro, para o jornal Folha de S. Paulo

Foi o pior aniversário de Lula desde os tempos em que, de calça curta e dedo no nariz em sua Garanhuns (PE) natal, ele torcia pelo Vasco e matava aula para caçar calango. Com um agravante: hoje, aos 70 anos, Lula deve ter menos amigos para lhe soprar velinhas do que aos 10, em 1955.

Em compensação, ninguém tem uma lista mais ilustre de ex-amigos, vivos ou mortos: Hélio Bicudo, Chico de Oliveira, Cristovam Buarque, Fernando Gabeira, Vladimir Palmeira, Plínio de Arruda Sampaio, Marina Silva, Erundina Silva, Chico Alencar, Cesar Benjamin, Francisco Weffort, Paulo de Tarso Venceslau, Beth Mendes, Airton Soares. Juntar esse time a seu favor foi uma façanha; fazê-lo desertar em massa, outra. Sem contar os que, por terem se tornado cadáveres políticos, ele abandonou, como José Dirceu.

Em lugar deles, Lula poderia ter convidado para sua festa os empreiteiros, banqueiros e pecuaristas com quem se dá tão bem. Mas boa parte estava impedida de comparecer, por cumprir temporada em Curitiba ou estar reunindo ou apagando documentos. É compreensível também que, subitamente, muitos não queiram ser vistos ao seu lado. O jeito, para fazer quorum, seria Lula convidar antigos aliados, como Sarney, Collor, Maluf ?"mas estes bem sabem quando e com quem devem se aliar.

Diante dessa evasão humana, só restou a Lula passar o aniversário com seus filhos, noras, sobrinhos e irmãos, com a recomendação de que eles não levassem os amigos, os quais, por coincidência, têm estreitos laços comerciais entre si e com órgãos da administração pública. Devido a esse caráter de festa íntima, não fazia sentido fechar um restaurante de luxo ou mesmo uma churrascaria ?"o feudo do Instituto Lula era suficiente.

E quem esteve lá pode ter presenciado um fato histórico: a última vez que Dilma e Lula foram vistos juntos.
Herculano
30/10/2015 13:14
O ESCÂNDALO DO APARELHO, editorial do jornal Zero Hora, da RBS Porto

As investigações sobre as graves irregularidades apontadas na Companhia de Geração Térmica de Energia Elétrica (CGTEE) evidenciam, mais uma vez, o descontrole de empresas públicas ou concessionárias comandadas por gestores políticos, sem o devido preparo técnico e profissional. Por trás da gestão irresponsável, normalmente, estão interesses partidários, proteção a correligionários e apadrinhamentos de toda espécie. O resultado da prática de manter políticos em postos de comando é a transformação da controladora de termelétrica a carvão no Estado num símbolo de mau gerenciamento e desperdício de dinheiro público, com a geração de prejuízos inaceitáveis para os contribuintes.

O simples fato de a Controladoria-Geral da União (CGU) ter constatado problemas em nada menos do que 67% dos recursos analisados por amostragem nas contas de 2012 e 2013 dá uma ideia da situação de descontrole na empresa pública federal. As irregularidades chegaram a esse ponto em consequência do descaso absoluto com qualquer tipo de cuidado gerencial, imprescindível quando está em jogo o dinheiro do contribuinte.

É inadmissível que políticos guindados a postos-chave do setor público por motivações partidárias consintam por tanto tempo em práticas criminosas, resultantes da promiscuidade entre servidores e representantes de empresas particulares. O agravante é que, embora as suspeitas denunciadas agora pelo presidente da CGTEE, que está deixando o cargo, fossem conhecidas, nem mesmo providências de rotina teriam sido adotadas pelos responsáveis, reafirmando total descaso com o zelo pelo dinheiro público.
Herculano
30/10/2015 13:11
CORAÇÃO DE MÃE, por Nelson Motta, para o jornal O Globo

Imaginem dona Marisa buzinando no ouvido de Lula dia e noite suas ideias, conselhos e ordens. É arrepiante

Que Lula que nada, que Dilma menos ainda; nesses dias desatinados o rumo e o destino do país passam pelo que pensa e sente dona Marisa Letícia, que manda em Lula e está como uma leoa ferida porque tem dois filhos na mira da Polícia Federal. Mãe é mãe, por piores que sejam as acusações aos filhos, mesmo provadas, eles serão sempre inocentes, e se não forem tanto, terão sido as más companhias, os falsos amigos que se aproveitam deles, será sempre por injustiça e perseguição.

Embora não se saiba o que pensa e sente dona Marisa, já que em oito anos de lulato ela nunca abriu a boca (cada vez maior) em público, não se sabe de nenhuma opinião dela sobre nada. No núcleo duro lulista, sabe-se que ele morre de medo da "Galega", e uma vez chegou a se queixar a jornalistas que, por desobedecê-la em alguma decisão política, estava sofrendo uma greve sexual em casa e, sabe como é, Lula não passa sem um sexozinho.

Para ser candidato a prefeito do Rio de Janeiro, o deputado Eduardo Paes teve que ir a Brasília pedir desculpas de joelhos à "Galega", implorar o seu perdão, e ser esculachado por ela, por ter acusado seu filho Lulinha, que enriqueceu com a Gamecorp, na CPI dos Correios. Lula, cínico, perdoou, mas disse que, sem o aval da patroa, não poderia apoiar Eduardo e a aliança com o PT carioca. Parece ficção, mas revela como a poderosa loura foi decisiva na história do Rio de Janeiro.

Dilma só foi ao aniversário de Lula em São Paulo depois de longa negociação de Jaques Wagner com dona Marisa, que estava furiosa e atribuía a ela e ao ministro da Justiça a busca da Policia Federal no escritório de seu filho.

Imaginem as opiniões da eminência loura sobre o atual momento do Brasil e da família Lula da Silva. E buzinando no ouvido de Lula dia e noite suas ideias, conselhos e ordens. Quem está com nós, quem está contra, que mentira contar, que balde chutar, quem jogar ao mar. É arrepiante.

O pior é que ela nunca vai poder usufruir do tão sonhado triplex do Guarujá, que, diz Lula, ela comprou por R$ 48 mil da Bancoop, e depois do escândalo foi colocado à venda por R$ 1,5 milhão. Pobre Lula.
Gasparense indignado
30/10/2015 12:48
Herculano, hoje de manhã ouvia na rádio sentinela a vereadora Andreia e suplente de vereador Pele. A vereadora Andreia disse que tinha feito tudo amigavelmente, mais que não sabia se sua saída do Democrata era contra a lei, e que ia buscar somente agora a ajuda de um advogado. Esta é a pessoa que o senhor tanto defende aqui em sua coluna, primeiro faz para depois ver se é legal.
Já o Pelé foi muito mais convincente em suas explicações, disse que vez uma consulta a Justiça Eleitoral e que vereadora Andreia cometeu infidelidade partidária por descumprir a lei eleitoral.
Como pode o senhor querer encher tanto a bola desta senhora que corre o risco de ficar sem mandato, porque sequer seguiu a lei eleitoral.
E o pior disto tudo que esta senhora já demonstra gostar fazer tudo no improviso.
Herculano
30/10/2015 08:15
AUDIÊNCIA SEM PÚBLICO

Ontem a noite houve na Câmara, uma audiência pública sobre dois projetos de lei que integram o Plano Diretor o 46/2014 e o 54/2015

Quase ninguém foi lá no plenário da Câmara além dos vereadores e assessores. Tudo armado. É para cumprir a exigência da lei e quanto menos gente palpitando melhor e depois não pode reclamar. Falta o Ministério Público se interessar qual a razão da falta de divulgação, que deveria ser ampla e por todos os canais? Aparelhadas, as entidades também não apareceram. Acorda, Gaspar!
Herculano
30/10/2015 08:10
MENOR QUE A CADEIRA, por Bernardo Mello Franco, para o jornal Folha de S. Paulo

É cada vez mais escancarada a forma como Eduardo Cunha usa a presidência da Câmara para intimidar adversários, chantagear o governo e se blindar contra as investigações da Lava Jato.

Conhecido por manobrar o regimento a seu favor, o peemedebista já havia deixado claro que fará o possível para atrasar seu processo no Conselho de Ética. Só para numerar a representação, a Mesa da Câmara, subordinada a ele, consumiu 14 dias.

Agora Cunha mobiliza sua tropa de choque para tentar intimidar os deputados que ousam contestá-lo. O exemplo mais gritante da ofensiva é a tentativa de cassar o mandato do líder do PSOL, Chico Alencar.

O pedido foi apresentado nesta quinta pelo deputado Paulinho da Força, presidente do partido Solidariedade. Fiel escudeiro de Cunha, ele acusou Chico de "contratar empresas fantasmas com notas frias".

O caso já foi investigado e arquivado pelo Ministério Público Federal, que não viu "qualquer ato de improbidade administrativa". Requentada pelo subserviente Paulinho, a acusação depõe apenas contra o acusador.

A tropa do presidente da Câmara também providenciou uma moção de censura contra Silvio Costa, que o acusou de "proteger bandido" numa CPI. O novo tiro saiu pela culatra, porque o deputado do PSC ganhou mais palanque para atacar o rival.

A ofensiva institucional contra desafetos é mais uma amostra de que Cunha ficou menor que a cadeira de presidente da Câmara. A cada dia que consegue permanecer no cargo, o peemedebista contribui para apequenar todo o Parlamento.

*

Michel Temer inovou. Eleito vice-presidente em 2014, com promessas registradas no TSE, decidiu subscrever e divulgar um novo "programa de governo" em nome do PMDB.

Faltou explicar se pretende esperar a eleição de 2018 ou se vai aderir publicamente ao movimento para derrubar a ex-colega de chapa.
Herculano
30/10/2015 08:06
CUNHA ABRE BRECHA PARA OPOSIÇÃO LEVAR IMPEACHMENT AO PLENÁRIO DA CÂMARA, por Josias de Souza

Eduardo Cunha criou nesta quinta-feira uma brecha que deve transferir para o plenário da Câmara a palavra final sobre a abertura do processo de impeachment contra Dilma Rousseff. Fez isso ao revogar o rito de tramitação do impeachment que ele próprio definira em setembro. Esse rito havia sido suspenso por decisões liminares (provisórias) dos ministros do STF Teori Zacvascki e Rosa Weber.

Com sua deliberação, Cunha tornou sem efeito as liminares dos ministros do Supremo. Perderam a validade também os recursos que ele próprio protocolara no STF contra as deliberações de Teori e Rosa. Na prática, Cunha acatou as liminares dos ministros, restabelecendo as normas que vigoravam antes da edição do rito polêmico. Estão previstas na Constituição, na lei 1.079, de 1950, e no regimento interno da Câmara.

O artigo 218 do regimento da Câmara, que trata dos pedidos de impeachment, anota em seu parágrafo 3º o seguinte: "Do despacho do presidente [da Câmara] que indeferir o recebimento da denúncia, caberá recurso ao plenário." Significa dizer que a oposição poderá requisitar a manifestação do plenário da Câmara caso Cunha decida arquivar o pedido de abertura de processo contra Dilma formulado pelos juristas Helio Bicudo e Miguel Reale Júnior, além da advogada Janaina Paschoal.

Ameaçado de cassação, Cunha equilibra-se entre o Planalto e a oposição. Em troca da salvação do seu mandato, o deputado tenta agradar os dois lados. Confirmando-se o indeferimento do pedido de impeachment, Cunha sorrirá para Dilma. Acatando o recurso, Cunha afagará a oposição. E assistirá de camarote à guerra subterrânea dos dois contendores para conquistar votos no plenário.

Eduardo Cunha deve anunciar sua decisão sobre o pedido que leva as assinaturas de Bicudo e Reale entre os dias 18 e 24 de novembro.
Herculano
30/10/2015 08:03
IRMÃ DO NAPOLEÃO METE PRESSÃO NO FILHA DO LULÃO, por Carlos Tonet

A juíza que autorizou a Polícia Federal a fazer busca e apreensão nas empresas do filho do Lula é a Célia Regina Ody Bernardes, irmã do Napoleão.

O filho do Lula em questão é o Luís Cláudio, conhecido como Lulazinho no basfond policial.

Não confundir com o Lulinha, o outro filho do Luloso enroscado com a lei.

Celinha pegou pesado:

1) Mandou apreender tudo, até utensílios domésticos.

2) Citou que fossem apreendidos vários itens eventualmente encontrados, como lanchas.

Lanchas? Sorte da Ideli que ela está longe.

3) Determinou que a PF "se abstenha de informar a aos familiares dos alvos qualquer dado" sobre a ocorrência.

Lulão está espumando até agora por não ter sabido da treta com antecedência.

4) Determinou que, caso necessário, a PF estava autorizada a promover "arrombamento" de portas.

Valente, a moça.
Herculano
30/10/2015 08:00
PREVISÃO DO TEMPO, 31 A 4 DE NOVEMBRO DE 2015, por Ronaldo Coutinho, do Climaterra, de São Joaquim

SEXTA-FEIRA; ar mais seco e quente sobre SC. Frente fria avançando de noite. Céu nublado a períodos de sol e poucas nuvens a claro. Chance de chuva/trovoada no fim do dia ou noite nas áreas próximas ao RS. No nordeste de SC e Grande Fpolis pode ter garoa/chuva fraca e isolada na madrugada/amanhecer, menor chance de tarde/noite. Nevoeiro isolado, mais nas serras, morros e vales.

Temperatura alta. Mínimas 14/20°C na maior parte do Estado, entre 14/19°C no litoral e boa parte do vale do Itajaí e entre 11/14°C em pontos do topo da serra, máximas entre 23/27°C na maior parte SC, 18/21°C/no topo da serra/+ de 1200 m, 31/34°C em pontos do oeste e litoral sul.

Vento de nordeste no litoral e áreas próximas, rajadas ocasionais acima dos 25/45 km, ruim para barcos pequenos na parte sul onde pode passar dos 50 km. Vento de nordeste/noroeste a nordeste no interior com rajadas ocasionais acima dos 35/55 Km. Nas atividades ao ar livre, lavouras e pomares, colheita e tratamento, condições; boa. Algum risco na madrugada/amanhecer e noite. O vento incomoda
Herculano
30/10/2015 07:54
FAMÍLIA LULA PREFERE VIVER EM IMOVEIS DE "AMIGOS", Por Cláudio Humberto na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

Enrolada em acusações de corrupção, a família Lula da Silva mantém um suspeito hábito de morar em imóveis que não lhe pertencem, ao menos oficialmente. Assim como Lula nos tempos de sindicalistas vivia em uma casa supostamente de propriedade do compadre e advogado Roberto Teixeira, seu filho Luiz Cláudio da Silva há três anos reside em imóvel de uma empresa controlada pelo mesmo Teixeira. E Fabio Luiz, o "Lulinha", escolheu viver em apartamento pago por um amigo.

O amigo generoso

Lulinha optou por um apartamento na exclusiva região dos Jardins, em São Paulo, pago pelo amigo empresário Jonas Leite Suassuna Filho.

Caro aluguel

Em 2010, o apartamento onde Lulinha morava, nos Jardins, tinha aluguel mensal fixado em R$ 12 mil mensais.

Ganhou upgrade

Lulinha foi para outro apartamento do mesmo Jonas, em Moema, cujos vizinhos pagam ao menos R$ 40 mil entre aluguel, condomínio e IPTU.

Subiu de vida

Quando Lula foi eleito em 2002, consta que Lulinha ganhava R$ 1.300 em um zoológico. Em 2010, já era sócio de ao menos seis empresas.

LULA RI DA DENUNCIA CONTRA FILHO E CONTA LOROTAS

Em encontro do Diretório Nacional do PT, ontem, em requisitado centro de convenções em Brasília, ex-presidente Lula riu das denúncias de corrupção envolvendo os filhos Lulinha e Luiz Cláudio, este enrolado na Operação Zelotes, culpou a oposição pela crise e sustentou que o mais importante é manter Dilma no poder. No evento, os petistas discutiram "saídas", e se deliciaram com as mentiras do seu maior líder.

Para enrolar petistas

Lula usou dados falsos do FMI, da economia, da taxa de desemprego e até datas erradas de fundação de universidades na América Latina.

Ele se esconde

O ex-presidente chegou escondido ao evento, para evitar os repórteres, e foi embora do mesmo jeito. Mas não deixou de culpar a imprensa.

Macunaíma

Lula diz que a imprensa esconde "conquistas" do PT. Mas, ao citá-las no discurso, exagerou nos números. E mentiu sem constrangimento.

Photoshop

Tucanos se algemaram em frente ao Congresso, junto aos militantes da Aliança Nacional dos Movimentos Democráticos, pró-impeachment de Dilma. Mas não ficaram nem 5 minutos acorrentados.

Entre tapas

O ministro Eduardo Braga se reuniu com Renan Calheiros após discussão com Ronaldo Caiado (DEM-GO), que o chamou de "bandido e safado". Braga deve entrar com representação no Conselho de Ética.

Pernas curtas

Lula acusou o governo FHC de sujeitar-se às vontades do Fundo Monetário Internacional, em 1999. Mas ele fez o mesmo no exato dia 15 de dezembro de 2003, quando aceitou submeter-se às duras regras do FMI para obter um crédito de R$ 16 bilhões.

Forno frio

A CPI do BNDES caminha para recomendar a extinção do BNDESPar e dificultar a autorização de empréstimos internacionais. O presidente da comissão, Marcos Rotta (PMDB-AM), não acredita em "pizza".

Números ao vento

O ex-presidente Lula disse no encontro do Diretório Nacional do PT que só 30% das famílias têm máquinas de lavar roupas. Pura lorota. Segundo o IBGE, em 2010, 47,3% dos lares já as possuíam.

Isenção bem bolada

Jeferson Monteiro, que criou o "Dilma Bolada", recebia R$ 20 mil por mês para realizar seu trabalho para o PT e Dilma. Mas o publicitário se declarou "isento" na declaração de Imposto de Renda.

Fiscalização no BNDES

O deputado Alexandre Baldy (PSDB-GO) apresentou projeto de lei que estabelece critérios mais rigorosos para concessão de crédito do BNDES a outros países. O banco é investigado em CPI da Câmara.

Tesoura afiada

Passou despercebido o depoimento do advogado Carlos Alberto, na CPI dos Fundos de Pensão, que confessou ter visto o ex-tesoureiro do PT, João Vaccari Neto negociando contratos da CSA com a Petrobras. O petista levou propina de R$ 3 milhões do contrato, segundo a PF.

Como avestruz

Durante o evento do PT, ontem, o ex-presidente Lula recomendou aos cumpanheros petistas: "Não se preocupem com esses pobrema (sic)".
Herculano
30/10/2015 07:45
LULA E BOULOS NA TERRA DOS MORTOS, por Reinaldo Azevedo para o jornal Folha de São Paulo

Converso com muita gente aqui e ali, profiro palestras, participo de colóquios... Impressiona-me o número de pessoas que ainda sentem certo receio da volta de Lula. Ou, então, alimentam tal expectativa, mas aí com sinal trocado e cantos de vitória: veem o vulto de Dom Sebastião se desenhando em meio à poeira da derrotada espada sarracena.

Bobagem. Recomendo que essa tolice não se repita nem no espaço desta coluna em outros dias da semana, mas não posso ser mais do que volitivo a respeito. Lula está morto. Sem nem ponto de exclamação. É como dizer que hoje é sexta-feira. Dom Sebastião não volta.

Oposição e situação fazem seus cálculos ainda pautados por essa variável. Não sou muito bobo e sei ler lógica elementar. Com efeito, se Dilma fica, o patrimônio do PT será ainda mais dilapidado, o que facilita apeá-lo do poder. Nos três anos que restam, a governanta arrastaria junto o antigo demiurgo. Faz sentido?

Faz, sim! Mas a melhor virtude dessa análise supõe que o contrário possa ser catastrófico, vale dizer: se a presidente sai, o PMDB assume, ou se realizam eleições a depender do tribunal que a coloque pra fora, e Lula migra para a oposição e se cacifa para 2018.

O Apedeuta como fantasma retornando eternamente para nos assombrar é leitura que só interessa ao petismo. É uma pena que setores da oposição não tenham lido Lênin. A literatura de esquerda como norte é um lixo. Como instrução, é uma necessidade. O PT não é apenas um ente de razão ao qual se filiam convertidos ideológicos; sua força ativa está no domínio da máquina do Estado.

Logo, não é verdade que a queda de Dilma possa ser do interesse do PT porque Lula, assim, se arma para 2018. Se Dilma sai, a despetização do Estado conduzirá ao caos uma das maiores máquinas de assalto à coisa pública erigidas no Ocidente ?"assuma Michel Temer, ou haja outra solução democrática qualquer.

Os petistas querem, sim, Dilma no comando para que esse ente das sombras continue a se alimentar da seiva do trabalho do povo brasileiro.

As oposições e quantos estejam ocupados da política não têm de temer Lula. Têm é de se preocupar com certa desesperança, revelada por brasileiros, na política. O Apedeuta, na condição de morto, é só um fantasma. Como fantasma, está necessariamente morto.

FASCISTAS

Tudo indica que Guilherme Boulos, líder do MTST, contratou mão de obra terceirizada na ação terrorista contra o Movimento Brasil Livre na quarta (28), em Brasília. Os fascistas que cercaram os manifestantes do MBL, no gramado do Congresso, exibiam a camiseta do movimento dos sem-teto, mas sua origem era um assentamento em Planaltina, comandado pelo MST, de João Pedro Stedile, outro coxinha vermelho.

O cerco de que o MBL foi vítima, com muita porrada e intimidação, é coisa de bandidos. E assim seus promotores devem ser vistos e tratados. Havia lá, diga-se, assessores de deputados do PSOL, como Jean Wyllys (RJ), e de Jandira Feghali (PCdoB-RJ). É claro que espécimes à moda Boulos e João Pedro Stedile existem desde, deixem-me ver, a República romana. Catilina era um Boulos que ao menos servia ao talento de Cícero.

Mas eu não quero ser o Cícero dessa turma. Acho que seu lugar é a Papuda. De resto, Boulos, o esquerdista promissor, como se isso fosse possível, já nasceu morto. E o MBL plantou o futuro sobre o seu túmulo.

Ah, sim: eu só escrevo. Não tenho milícia.
Herculano
30/10/2015 07:36
QUEM SÃO OS TERRORISTAS, por Fernando Boulos, filho da classe média alta,formado em filosofia pela USP, coordena nacionalmente do MTST e da Frente de Resistência Urbana.

O Senado Federal aprovou na última quarta (28) o PLC 101/15 que tipifica o crime de terrorismo na legislação brasileira.

O projeto, que agora volta à Câmara para aprovação final, abre uma alameda autoritária para a criminalização das lutas sociais. Aliás, a Câmara ?"logo ela!?" havia incluído um parágrafo resguardando os movimentos sociais, que foi retirado na votação senatorial pelo relator Aloysio Nunes (PSDB).

Retirado pelo PSDB, mas com a bênção e encaminhamento favorável do líder do governo, senador Delcídio Amaral (PT): "Se há divergências ideológicas, de posicionamento, se há decisão do PT, isso não reflete o que o governo, através dos seus ministérios trabalhou para se chegar ao relatório do senador Aloysio Nunes", disse.

Não poderia ser diferente, já que o projeto foi de autoria do Executivo, da presidente Dilma Rousseff. A mesma que foi enquadrada como "terrorista" por lutar contra a ditadura militar, assim como o senador Aloysio Nunes. Vergonhoso, de caça a caçadores.

Ainda mais vergonhoso foi o argumento do governo: atender a uma exigência do Gafi (Grupo de Ação Financeira contra a Lavagem de Dinheiro e o Financiamento do Terrorismo), que impõe sanções que podem afetar o "grau de investimento" aos países que não tenham legislações contra o terrorismo.

Tamanho nível de submissão a instituições estrangeiras lembra o ministro de FHC que bovinamente tirou os sapatos para poder entrar nos Estados Unidos. É uma afronta à soberania nacional.

A consequência é preocupante. A partir da sanção desta lei haverá a brecha para enquadrar ?"por arbítrio de algum juiz?" lutas legítimas por direitos sociais como crime de terrorismo, sujeito a pena de 16 a 24 anos de prisão.

É notório que no Brasil não há ações ou grupos terroristas que justifiquem tal lei. Ou melhor, há sim uma forma de terrorismo historicamente estabelecida por aqui: o terrorismo de Estado.

Um Estado que extermina milhares de jovens negros nas periferias todos os anos mereceria esta qualificação. No ano passado, as polícias brasileiras mataram pelo menos 3.022 pessoas, mais do que o ataque terrorista de 11 de Setembro nos Estados Unidos.

A cada ano as polícias fazem um novo 11 de Setembro. Mas a lei antiterrorismo não foi feita para elas. Foi feita para aprimorar ainda mais a capacidade de repressão deste Estado contra quem luta por mais direitos sociais. Esses agora serão os "terroristas".
Herculano
30/10/2015 07:29
da série, para a esquerda a denominação de povo é aquele que serve de forma amestrada aos seus interesses; qualquer outro é terrorista

O POVO NA RUA COMO TERRORISMO, por Vladimir Saflate, professor da filosofia da USP, no jornal

Depois de grandes manifestações contra o governo, a crise econômica e a classe política que sacudiram a Espanha nos últimos anos, os poderes instituídos resolveram enfim responder. Não, eles nada fizeram para tentar dar alguma realidade institucional a demandas de democracia direta e de autonomia do poder em relação aos interesses do sistema financeiro. A toque de caixa, o governo espanhol aprovou leis que criminalizavam, entre outras coisas, "perturbações graves" junto ao Congresso e "uso indevido" de imagens de policiais. Por exemplo, graças a essa lei, uma espanhola que fotografou um carro da polícia estacionado em área proibida foi multada. Esta é a forma que, atualmente, os "Estados democráticos" respondem quando se sentem ameaçados pela revolta popular: eles procuram todos os meios para transformar a revolta política em crime.

Como nenhuma ideia ruim vem à existência sem alguém que tenha a crença de devermos aplicá-la por nossas bandas, o Senado brasileiro acaba de aprovar uma lei que, no fundo, visa simplesmente impor medo aos cidadãos que ousem ir novamente às ruas para manifestar contra a casta política que os governa e seus interesses. Ela vem com o nome de "lei antiterrorista", mesmo que, no Brasil, até segunda ordem, ninguém tenha ouvido falar da existência de "grupos terroristas", a não ser pela boca de políticos do PSDB, que, na era de FHC, o sábio, gostavam de chamar o MST de "terrorista", ou de revistas humorísticas travestidas de semanários de notícia que chamavam manifestantes com a mesma alcunha.

Duas interpretações então se impõem. Ou a lei é um caso absolutamente único de legislação constituída antes do fato que a legitime ou ela tem um fato, mas ele não é aquele que alguns procuram nos fazer acreditar. Vejamos, por exemplo, como a lei tipifica "terrorismo": "Provocar ou infundir medo ou terror generalizado mediante ofensa ou tentativa de ofensa à vida, à integridade, à saúde ou à privação da liberdade da pessoa". Provocar terror generalizado mediante tentativa de ofensa à saúde: como todos podem perceber, trata-se de uma definição quase cômica que nem com a maior boa vontade permitiria individualizar com clareza aquelas condutas que deveriam ser tipificadas como terrorismo. Pela definição, a clássica emissão radiofônica de Orson Welles sobre um ataque de marcianos cujo realismo era tamanho que provocou pânico na população seria tipificada de terrorismo pelos parlamentares brasileiros. No entanto, por alguma razão singular, nenhum parlamentar lembrou de tipificar como terrorismo o ato de provocar terror generalizado por meio da corrupção ao bem público.

De toda forma, como nossa polícia é eivada de admiradores confessos da ditadura de 64 ou de especialistas em inteligência militar capazes de transformar embalagem de Nescau e de vinagre em artefato bélico, dá para imaginar como será interpretado o ato de "provocar terror generalizado". Afinal, sempre se é o terrorista de alguém. Neste ponto, o sempre alerta senador Aloysio Nunes conseguiu o feito inacreditável de piorar uma lei já medonha ao retirar o parágrafo que afirmava que a nova legislação não se aplica a: "conduta individual ou coletiva de pessoas em manifestações políticas, movimentos sociais, sindicais, religiosos, de classe ou categoria profissional". É que a política brasileira já dispensou a fase dos disfarces.

É claro que, ao menos neste ponto, o Brasil não inova. Faz parte da 'novilíngua' atual usar uma noção completamente vaga de "terrorismo" para justificar um Estado de exceção permanente no interior do qual podemos flexibilizar leis que garantem liberdade individual, fichar manifestantes de toda ordem e exigir que as pessoas não tirem fotos de carros de polícia estacionados em lugar proibido. Pois há algo que as democracias oligárquicas atuais têm mais medo do que de terroristas reais: manifestantes nas ruas.

No entanto, há um ponto no qual a lei brasileira abre novos caminhos para o mundo, a saber, na tipificação de "terrorismo contra coisas". Sim, é possível ser terrorista contra coisas, desde que tais coisas sejam "meio de transporte coletivo" de propriedade de empresas cujos donos costumam ter contas na Suíça, "instituições do sistema financeiro nacional e sua rede de atendimento", entre tantos outros. Uma lei contra depredação de patrimônio não basta. Quebrar vidraça de banco só podia mesmo ser terrorismo.
Herculano
30/10/2015 07:15
ESTE É O PAÍS QUE O PT DE GASPAR QUER HOMENAGEAR POR IMPOSIÇÃO E SEM CONSULTA LÁ NO LOTEAMENTO PRECÁRIO DAS CASINHAS DE PLÁSTICO E QUE O POVO DE LÁ NÃO QUER. TUDO A VER. ALÉM DA DITADURA, DA FALTA DE IMPRENSA, UNIVERSIDADES E OPINIÕES LIVRES, A PENA DE MORTE SÃO CRUEIS E PÚBLICAS PARAS A LIÇÃO E HUMILHAÇÃO COMPLETA.

VEJA ESTA MANCHETE QUE CORRE O MUNDO ESTA SEMANA, QUE PARECE SER DA ÉPOCA DE JESUS CRISTO, OU SEJA, DE MAIS DE DOIS MIL ANOS ATRÁS.
"ARÁBIA SAUDITA SE PREPARA PARA CRUCIFICAR JOVEM CNDENADO POR PROTESTO".

Parte 1

Conteúdo do The New York Times, texto de Nicholas Kristof. Tradução de Deborah Weinberg. Um dia desses, nossos aliados da Arábia Saudita poderão decapitar e crucificar um jovem chamado Ali al-Nimr.

Ele esgotou os recursos possíveis após a sentença judicial para esta execução macabra, por isso os guardas podem levar al-Nimr a uma praça pública e cortar sua cabeça com uma espada enquanto os espectadores zombam dele. Então, seguindo o protocolo saudita para a crucificação, eles penduram seu corpo na cruz como advertência para os outros.

A ofensa de Al-Nimr? Ele foi preso aos 17 anos por participar de protestos contra o governo. O governo disse que ele atacou policiais e se revoltou, mas a única evidência conhecida é uma confissão aparentemente extorquida sob tortura que o deixou sangrando desfigurado.

"Quando visitei meu filho pela primeira vez, não o reconheci", disse sua mãe, Nusra al-Ahmed, ao jornal "The Guardian". "Eu não sabia se aquele era realmente ou não meu filho Ali."

Al-Nimr foi recentemente transferido para o confinamento solitário como preparação para a execução. No Reino Unido, onde a sentença chamou a atenção, o secretário de relações exteriores diz que "não espera" que seja levada a cabo. Mas a família de al-Nimr teme que a execução ocorra a qualquer dia.
Herculano
30/10/2015 07:15
ESTE É O PAÍS QUE O PT DE GASPAR QUER HOMENAGEAR POR IMPOSIÇÃO E SEM CONSULTA LÁ NO LOTEAMENTO PRECÁRIO DAS CASINHAS DE PLÁSTICO E QUE O POVO DE LÁ NÃO QUER. TUDO A VER. ALÉM DA DITADURA, DA FALTA DE IMPRENSA, UNIVERSIDADES E OPINIÕES LIVRES, A PENA DE MORTE SÃO CRUEIS E PÚBLICAS PARAS A LIÇÃO E HUMILHAÇÃO COMPLETA.

VEJA ESTA MANCHETE QUE CORRE O MUNDO ESTA SEMANA, QUE PARECE SER DA ÉPOCA DE JESUS CRISTO, OU SEJA, DE MAIS DE DOIS MIL ANOS ATRÁS.
"ARÁBIA SAUDITA SE PREPARA PARA CRUCIFICAR JOVEM CNDENADO POR PROTESTO".

Parte 2

O sistema de justiça criminal medieval da Arábia Saudita também executa "bruxas" e aprisiona e chicoteia homossexuais.

Já é hora de termos uma discussão franca sobre a nossa aliada Arábia Saudita e o seu papel legitimando o fundamentalismo e a intolerância no mundo islâmico. Os governos ocidentais tendem a se conter nas críticas, porque eles veem a Arábia Saudita como um pilar de estabilidade em uma região turbulenta -mas não tenho certeza de que é bem assim.

A Arábia Saudita patrocinou madrassas wahhabistas em países pobres da África e da Ásia, exportando o extremismo e a intolerância.

A Arábia Saudita também exporta instabilidade com a sua brutal guerra no Iêmen, destinada a conter algo que considera como influência iraniana. Os ataques aéreos sauditas mataram milhares de pessoas, e o bloqueio dos portos tem sido ainda mais devastador. Há crianças iemenitas morrendo de fome, e 80% dos iemenitas precisam de ajuda.

Há também hipocrisia no comportamento saudita. Este é um país que condenou um britânico de 74 anos de idade a 350 chicotadas por posse de álcool (alguns relatórios britânicos dizem que ele pode ser autorizado a deixar a Arábia Saudita, após a indignação internacional), mas raramente vi tanta bebida destilada quanto nas festas em Riad com membros do governo.
Herculano
30/10/2015 07:14
ESTE É O PAÍS QUE O PT DE GASPAR QUER HOMENAGEAR POR IMPOSIÇÃO E SEM CONSULTA LÁ NO LOTEAMENTO PRECÁRIO DAS CASINHAS DE PLÁSTICO E QUE O POVO DE LÁ NÃO QUER. TUDO A VER. ALÉM DA DITADURA, DA FALTA DE IMPRENSA, UNIVERSIDADES E OPINIÕES LIVRES, A PENA DE MORTE SÃO CRUEIS E PÚBLICAS PARAS A LIÇÃO E HUMILHAÇÃO COMPLETA.

VEJA ESTA MANCHNTE QUE CORRE O MUNDO ESTA SEMANA, QUE PARECE SER DA ÉPOCA DE JESUS CRISTO, OU SEJA, DE MAIS DE DOIS MIL ANOS ATRÁS.
"ARÁBIA SAUDITA SE PREPARA PARA CRUCIFICAR JOVEM CNDENADO POR PROTESTO".

Parte 3

Um príncipe saudita, Majed Abdulaziz al-Saud, acaba de ser detido em Los Angeles em uma mansão alugada de US$ 37 milhões (em torno de R$ 110 milhões), depois de supostamente ter bebido muito, contratado acompanhantes, usado cocaína, aterrorizado as mulheres e ameaçado matar as pessoas.

"Eu sou um príncipe", declarou ele, de acordo com uma reportagem no jornal "Los Angeles Times". "Eu faço o que quero."

A Arábia Saudita não é o inimigo, mas é um problema. Poderia fazer tanta diferença positiva no mundo islâmico, se usasse sua posição para acalmar as tensões sunitas e xiitas e para incentivar a tolerância. Por um tempo, sob o rei Abdullah, parecia que o país estava tentando fazer algumas reformas, mas agora, sob o rei Salman, tudo parou.

Com efeito, a Arábia Saudita legitima o fundamentalismo, a discriminação religiosa, a intolerância e a opressão das mulheres. As mulheres sauditas não só não podem dirigir, mas também recebem ordens de alguns clérigos para não usarem o cinto de segurança, por medo que mostrem os contornos de seus corpos.

A Arábia Saudita inflama a divisão entre sunitas e xiitas e estabelece um exemplo pernicioso de intolerância, proibindo igrejas.

Até mesmo o Irã ultimamente tem ridicularizado a Arábia Saudita por maltratar as mulheres --e quando os radicais misóginos iranianos podem reivindicar uma posição superior quanto aos direitos das mulheres, algo está errado.
Herculano
30/10/2015 07:13
ESTE É O PAÍS QUE O PT DE GASPAR QUER HOMENAGEAR POR IMPOSIÇÃO E SEM CONSULTA LÁ NO LOTEAMENTO PRECÁRIO DAS CASINHAS DE PLÁSTICO E QUE O POVO DE LÁ NÃO QUER. TUDO A VER. ALÉM DA DITADURA, DA FALTA DE IMPRENSA, UNIVERSIDADES E OPINIÕES LIVRES, A PENA DE MORTE SÃO CRUEIS E PÚBLICAS PARAS A LIÇÃO E HUMILHAÇÃO COMPLETA.

VEJA ESTA MANCHETE QUE CORRE O MUNDO ESTA SEMANA, QUE PARECE SER DA ÉPOCA DE JESUS CRISTO, OU SEJA, DE MAIS DE DOIS MIL ANOS ATRÁS.
"ARÁBIA SAUDITA SE PREPARA PARA CRUCIFICAR JOVEM CNDENADO POR PROTESTO".

Parte 4

Eu defendi o islã de críticos como Bill Maher que, a meu ver, demonizam a fé de 1,6 bilhão de muçulmanos porque uma pequena percentagem é de extremistas violentos. Mas cabe a nós que nos opomos a essa demonização falar contra o extremismo genuíno. Infelizmente, a Arábia Saudita é um presente para os islamofóbicos; faz muito mais danos para a reputação do islã do que qualquer cartunista blasfemador.

É verdade que muitos sauditas estão pressionando por reforma. Um jovem escritor brilhante, Raif Badawi, 31, clamou de forma eloquente pelos direitos das mulheres, por uma reforma na educação e pela liberdade de pensamento. A Arábia Saudita sentenciou-o a 10 anos de prisão, uma multa de US$ 267 mil e 1.000 chibatadas (50 de cada vez; até agora, uma sessão foi administrada).

Sua mulher, Ensaf Haidar, diz-me que a sua flagelação deve ser retomada logo após esta longa suspensão e ela teme que ele não vá sobreviver ao processo.

O governo dos EUA, em geral faz vista grossa para tudo isso, pelo menos em público, meramente expressando profunda preocupação com a sentença de crucificação enquanto ainda fornece armas para permitir o ataque saudita no Iêmen.

Isso é realpolitik. A Arábia Saudita tem petróleo e influência, e o governo Obama precisava se alinhar com a Arábia Saudita para fechar o acordo nuclear iraniano. Mas agora que esse acordo foi alcançado, será que devemos manter o silêncio?

Não é bom para nós nem para o povo saudita quando damos consentimento a um aliado que
Herculano
29/10/2015 23:01
da série, a régua do PT é de uma organização criminosa com laços familiares, e ela serve pra medir o outros para desqualificar quem exerce uma profissão com independência. Agora tentam desqualificar uma juíza, porque ela tem um irmão, mas ignoram solenemente e de propósito a história de esquerda do pai e do tio da juíza. Adivinha quem está por detrás disso?

JUIZA QUE INVESTIGA FILHO DE LULA É IRMÃ DO PREFEITO TUCANO DE BLUMENAU, por Eduardo Guimarães, do blog Cidadana.

A leitura do despacho da juíza federal Celia Regina Ody Bernardes Carrer, que determinou a operação de busca e apreensão na empresa do filho de Lula Luiz Cláudio espanta pela contudência. Ela determinou que até pessoas que estivessem no local sofresse revista corporal.

Além disso, a juíza determinou que os familiares do alvo da operação não tivessem acesso à acusação visando preservar o "sigilo das investigações", apesar de que tudo foi parar na mídia minutos após seu despacho.

Diante do ineditismo de uma operação como essa sem que o nome do filho de Lula sequer constasse da operação Zelotes ?" que seria o objeto da investigação que desembocou na operação no escritório de Luiz Cláudio -, muitos começaram a questionar a atitude dessa juíza.

Foi o que bastou para a Folha de São Paulo divulgar que Celia Regina seria "de esquerda", de forma a afastar suspeitas de que sua decisão tenha tido motivação política.

Circula pela internet, porém, informação que o colunista da Folha esqueceu de repassar aos seus leitores. Celia Regina é irmã de Napoleão Bernardes, prefeito de Blumenau desde 1o de janeiro de 2013.

O site que divulgou a informação reproduziu notícia veiculada pela Rádio Clube de Blumenau, onde Napoleão fez carreira antes de se tornar prefeito da cidade. Segundo a matéria, Napoleão foi a Brasília em 2011 para prestigiar a posse da irmã Celia Regina como juíza federal.

Como o site que divulgou essa informação postou apenas um print da matéria, o Blog fez uma busca e descobriu que essa matéria foi apagada, mas pode ser acessada em cache ?" recurso que permite localizar postagens na internet que depois são apagadas.

Se restar qualquer dúvida, basta acessar o perfil de Napoleão na Wikipedia, onde aparece o nome de sua mãe: Maria Celia Ody Bernardes.

Há muita coisa na internet sobre Celia Regina que sugere que ela é simpática ao PSDB. Na eleição do ano passado, quando a campanha de Aécio Neves acusou os Correios de atuarem em favor de Dilma, a empresa tentou notificar o tucano por via judicial de que sua acusação era caluniosa e poderia gerar uma ação judicial. Adivinhe, leitor, quem julgou a tentativa dos Correios de notificar Aécio e deu parecer favorável a ele? Ela mesma, Regina Célia.

Será que o Conselho Nacional de Justiça tem alguma coisa a dizer sobre a conduta dessa juíza? Pelos seus laços políticos e familiares, ela deveria se declarar impedida de atuar contra o filho de um inimigo político de seu irmão.

[Célia Regina é filha do advogado e professor já falecido Acácio Bernardes, que se vivo, não deixaria dúvidas da independência a filha e do livre arbítrio do filho Napoleão e que João Luiz Bernardes não negaria, todo os dois de militância progressista, não negariam. Ou alguém acredita que Napoleão influencia a irmã. Só quem não a conheça como a conheci quando ainda era uma estudante e seu pai vivo, meu amigo]
Herculano
29/10/2015 22:37
VAI TERMINANDO EM CR?"NICA POLICIAL O PROJETO QUE SUSTOU O FUTURO, por Valentina de Botas

As torpezas em série da política externa e a comparação entre o Brasil de um estadista e o de um jeca continuado na criatura sulcam a farsa doentia, fazendo penetrar os traços do explícito: lulopetistas, bolivarianos em diferentes versões e respectivos aliados e agregados por conveniência ou afinidades exercem uma delinquência sem fronteiras, na contiguidade moral do território mental que lhes é comum, onde vigora o revés da civilização; o desenho de um país decente iniciado por FHC se transformou em sonhos borrados que, se nas eleições de 2014, não sabíamos se estavam indo ou vindo, a cada dia parecem mais nítidos nos horizontes ainda tristonhos.

A nitidez depende da nação enojada, exausta e que, talvez dividida entre o receio de se iludir e o risco de ter esperança, parece fugir à obrigação e ao direito de meter os peitos democráticos e indignados nas ruas. Ora, vai terminando, em crônica policial, o projeto que sustou o futuro impondo um presente incessante de poder de um jeca seduzido por uma Dilma, não pelos belos olhos que ela não tem, mas porque adivinhou no brilho imbecil deles o primitivismo que sustentaria na glória a abjeta dinastia lulopetista.

Aos 70 anos de idade, celebrados sob as ruínas de um caráter que lhe destruiu a trajetória, Lula apela ao vazamento da chantagem contra Dilma para que ela, protegendo os filhos dele, faça como o homenzinho ridículo e sórdido que impõe à Venezuela uma narcoditadura: ferir de morte as instituições. Só que a criatura não pode, ah!, mas como ela queria poder, bem mais do que querer fazê-lo. Vê o projeto cuja aspiração era a eternidade se socorrer do protagonismo de um Jean Wyllys com todos os ipisilones dele e esse fascismo-do-bem, feromônio da súcia depois da grana; de um Sibá Machado, um Chapolin (perdão, Chapolin) que trocou a graça voluntária pelo tacape truculento e inútil.

Açularam, sob a inspiração do patrono do regime que estrebucha delinquindo, a agressão aos manifestantes acampados pacificamente em frente ao Congresso que resistiram com inteligência e determinação na visão já de nitidez solar do sonho. É o fim diário do jeca cujo vasto ego não se cura da ferida acesa na psicose mal-sucedida em que fantasia vencer FHC em cada embate imaginário, na arena permanente da alma ressentida e paranoica. Dos 2.920 dias que, como FHC, ocupou a Presidência, garatujou quatro bilhetes e infelicitou um país e parte do subcontinente; FHC deixa 4.000 mil páginas essenciais com a crônica vibrante e humana dos dias em que o Brasil soube que pode ser civilizado consigo e com o mundo logo ali e além.

Coisa tão inspiradora quanto a resistência dos sonhadores lúcidos de esperança no gramado do Congresso; não à toa, Maduro autorizou o exército a atirar em manifestantes. Ora, a nitidez disso tudo ilumina aos indignados a inspiração fundamental: dentro de si. Os madrigais despertam e chamam para a rua. O maior pavor dos canalhas a bordo de um projeto moribundo.
Herculano
29/10/2015 22:22
OMISSÃO DA IMPRENSA NO CASO DA AGRESSÃO AO MBL É JORNALISTICAMENTE CRIMINOSA, por Reinaldo Azevedo, de Veja.

Sigo indignado com a duplicidade moral de boa parte da imprensa e de muitos ditos coleguinhas. Ora, vocês cansaram de ler colunas de falsos democratas vituperando contra cartazes que pedem a intervenção militar no Brasil. Bem, eu também me oponho a essa gente. Jamais a abrigaria intelectual ou politicamente só porque crítica do governo Dilma.

E que se note: os que pregam essa tolice são uma absoluta minoria entre os que pedem o impeachment de Dilma. Nota à margem: o Movimento Brasil Livre literalmente expulsou do acampamento um grupelho que apareceu por lá com essa proposta. Não foi notícia.

Nesta quarta, obedecendo a uma convocação de Sibá Machado (AC), líder do PT na Câmara, Guilherme Boulos e João Pedro Stedile convocaram seus fascistas para cercar e espancar os jovens do MBL e do Vem Pra Rua. Sim, tratou-se de uma joint-venture: as camisetas que vestiam era do MTST, e os militantes, do MST, oriundos de Planaltina, no Distrito Federal.

A cobertura da imprensa, na média, foi nojenta, asquerosa mesmo, como se nada houvesse acontecido. Como sempre, cumpre indagar o que se teria dito se fosse o contrário: imaginem um acampamento com 50 esquerdistas, reivindicando isso ou aquilo, cercado por adversários contrários à esquerda ?" nem precisariam ser de direita? Seria um caos, um deus-nos-acuda. Alguém logo falaria em escalada fascista. Os mais ousados lembrariam o espancamento de atores que representavam a peça Roda Viva, no dia 9 de novembro de 1968?

Como os que apanharam são apenas um grupo de jovens assumidamente liberais, ora bolas!, por que eles não podem apanhar um pouco? Como se sabe, a história confere aos esquerdistas o monopólio da porrada, e cumpre a seus adversários sofrer calados. Uns sabem por que batem; outros, por que apanham.

Raramente vi comportamento tão vergonhoso, e os poucos que deram destaque a algo tão grave ainda tentaram caracterizar tudo com um empate moral. Não! Não era, não!

O MBL está na área com autorização das Mesas da Câmara e do Sendo. Não ocupou aquele espaço para bater, depredar, incendiar?

A reação fria da imprensa chega a ser criminosa. Um vídeo do MBL que está no YouTube, reiterando que Sibá é líder do PT na Câmara, não do governo.

Os comandos das redações estão cochilando, podem acreditar. Há um outro país nascendo nas ruas, e eles não estão vendo. A decadência em curso, ou já prenunciada, de alguns veículos não decorre de revoluções tecnológicas ou sei lá o quê. É que a imprensa está insistindo em ser porta-voz de grupelhos de pressão, orientados ideologicamente à esquerda.

Ninguém precisa concordar com o Movimento Brasil Livre para dar ao ocorrido a devida gravidade. Basta apenas concordar com os pressupostos da democracia.

E reitero: a omissão é ainda mais dolosa porque o MBL resistiu pacificamente, sem dar um único soco, um único tapa, um único chute.
Herculano
29/10/2015 22:10
da série, só se acusa os outros, daquilo que se conhece e pratica. O PT e os petistas, acostumados a aparelhar tudo para usar este aparelho nas armações contra os adversários e gente limpa e decente, enxerga agora fantasmas em qualquer coisa que queira colocar as claras as dúvidas de todos os brasileiros incluindo a lama onde estão enlameados

LULA É "ALVO DE ARMAÇÕES" DA PF, MPF E JUDICIÁRIO,ACUSA O PT EM DOCUMENTO, por Josias de Souza

Em resolução política aprovada pelo seu Diretório Nacional, o PT anotou que Lula foi "transformado em alvo prioritário de armações que se multiplicam em núcleos da Policia Federal, do Ministério Público e do Poder Judiciário vinculados a operações supostamente anticorrupção." Para o partido de Dilma Rousseff, os investigadores, procuradores e magistrados que alvejam Lula praticam "sabotagem política, sempre em aberto conluio com grupos monopolistas de comunicação."

Sem dar nome aos hipotéticos sabotadores, o PT enumerou os abusos que, segundo a sua visão, vêm sendo praticados na perseguição a Lula: "Vazamentos seletivos, prisões abusivas, investigações plenas de atropelo e denúncias baseadas em delações arrancadas a fórceps e sem provas comprobatórias, desrespeito ao devido processo legal , ao amplo direto de defesa dos acusados e prerrogativas no exercício profissional de seus defensores."

Nas palavras do PT, tais práticas "revelam a apropriação de destacamentos repressivos e judiciais por grupos subordinadas ao antipetismo, que atuam com o intuito de extinguir o Partido dos Trabalhadores e difamar o maior líder popular da história brasileira." O que o PT declarou em sua resolução, com outras palavras, foi o seguinte:

1. Dono de uma presunção vitalícia e irrevogável de inocência, Lula não é personagem passível de investigação.

2. A PF, a Procuradoria e o Judiciário tornaram-se abrigos de sabotadores;

3. Entre os sabotadores estão o ministro petista José Eduardo Cardozo (Justiça), que não controla a PF; o procurador-geral da República Rodrigo Janot, que remeteu ao STF delações premiadas como aquela em que o operador de propinas Fernando Baiano diz ter repassado R$ 2 milhões a uma nora de Lula, por meio do pecuarista José Carlos Bumlai, amigo do ex-presidnete; e até o sisudo ministro Teori Zavascki, que, além de remeter a delação de Baiano para o juiz Sérgio Moro, autorizou um delegado federal a interrogar Lula na Lava Jato.

O PT esqueceu de mencionar em sua resolução os "sabotadores" escondidos na Receita Federal, que esquadrinham o Imposto de Renda de Luiz Cláudio Lula da Silva, o filho de Lula investigado no inquérito que apura a comercialização de medidas provisórias.

Os ataques a Lula, sustentou o PT em sua resolução, "fazem parte da escalada contra conquistas de nosso povo e devem ser rechaçados com o máximo vigor." ?"rgão máximo da direção partidária, o Diretório Nacional do PT conclamou os militantes petistas e "todos os democratas a defenderem o legado e o papel histórico do ex-presidente Lula."

Beleza. Mas convém convocar para a defesa também um grupo de bons advogados. As operações Lava Jato e Zelotes são bem mais efetivas do que supõe o PT em suas suposições sobre as apurações "supostamente anticorrupção''

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