Por Herculano Domício - Jornal Cruzeiro do Vale

Por Herculano Domício

27/06/2016



UM BECO PERIGOSO I
O vereador Giovânio Borges, PSB, que foi escolhido e eleito pelo PT para a presidência da Câmara, está se metendo numa enrascada que pode lhe custar caro, inclusive o de ser pré-candidato a vice de Marcelo de Souza Brick, PSD, outro que foi presidente da Câmara por escolha do PT no acordo feito com PP e DEM, mas que não se cumpriu com Andreia Symone Zimmermann Nagel: ela se negou a se ajoelhar para o PT de Gaspar.

UM BECO PERIGOSO II
Giovânio resiste a ler o pedido de cassação do prefeito Pedro Celso Zuchi, PT, na Câmara, por prevaricação ao não instaurar sindicância e punir servidores públicos lotados na Ditran, já condenados na Justiça e no Tribunal de Contas. Veja a argumentação de Pedro da Silva. Este assunto fui o único a tratar na imprensa de Gaspar (veja na edição do dia 17 de julho). O eleitor Pedro da Silva, fez a terceira correspondência neste sentido e a protocolou na Câmara. O PT do vereador presidente do partido, José Amarildo Rampelotti, e do presidente da Comissão de Economia, Antônio Carlos Dalsochio, PT, e cunhado de Zuchi, onde tudo parou, orienta a manobra Giovânio.

UM BECO PERIGOSO III
Rampelotti diz que quer saber quem está por detrás deste pedido. Como escrevi: a lei, a mesma que o PT exige para os outros, mas joga no lixo quando trata de um dos seus. O PT e Giovânio erram no essencial em assunto tão grave, para preservar os detalhes. Ora: O PT com quatro votos somados com o PSB de Giovânio, o PSD de Marcelo, bem como o PP de José Hilário Melato, tem tudo para colocar este assunto sob votos no bolso e sumir com ele logo do radar. Mas, por que não faz? Porque isto seria usado na campanha. Então, acorda, Gaspar!

BREXIT
O que Gaspar tem a ver com o referendo britânico que isolou a Grã Bretanha da União Europeia e suas consequências? Não sei, sinceramente. Mas, o que ficou claro? É que os jovens ingleses eram favoravelmente à permanência da Inglaterra na União Europeia. Era o futuro deles que estava em jogo. E o que aconteceu? Só 36% desses jovens foram defender as suas ideias e este futuro nas urnas. Já o que têm 65 anos ou mais foram em massa votar e decidiram pela separação, frustrando os jovens. Ou seja, os mais velhos deram mais um exemplo aos jovens, preguiçosos e alienados. Quem quer, faz a hora, acontece. Aí sim está a lição aos gasparenses que querem ou pregam mudanças na política local, mas estão omissos para as eleições de outubro. Vão pagar por esta atitude, como os jovens ingleses estão se lamentado agora. Acorda, Gaspar!

O RISCO I
O PMDB de Gaspar já começou a avaliar como temerária, ou no mínimo displicente, a sua atuação durante os últimos quatro anos do mandato da administração petista de Pedro Celso Zuchi e Mariluci Deschamps Rosa. Foi omisso e essa omissão, está sendo cobrada por eleitores inconformados com o que acontece aqui e em Brasília. E isto traz reflexos diretos nas ações, discursos e cobranças ao seu pré-candidato. O PMDB se omitiu ou se disfarçou na omissão, achando-se que assim se passaria por bonzinho perante a população. O PMDB de Gaspar poderá estar sendo vítima de um cálculo mal feito desta percepção.

O RISCO II
Por mais que a imprensa evite até agora perguntas embaraçosas ao pré-candidato do partido, as respostas de todos os assuntos graves passam muito perto dos problemas. Elas mostram que o PMDB de Gaspar é cumplice pelo silêncio do quadro de degeneração que engoliu a cidade e os resultados de uma administração caótica e sem transparência. A degeneração administrativa-financeira irá pegar se Kleber Edson Wan Dall ganhar o pleito em outubro, com o seu vice, Luiz Carlos Spengler Filho, PP, partido, que teve na figura de José Hilário Melato, o mais ferrenho dos defensores das manobras petistas na Câmara que geraram os problemas estruturais de hoje para o município.

O RISCO III
Nas entrevistas que vêm concedendo no embate comparativo como pré-candidato, Kleber tem certeza que Gaspar está mergulhada num buraco. A maioria dos gasparenses também, segundo poucas pesquisas internas de partidos e que estão disponíveis para privilegiados. Mas, o que o seu PMDB fez na Câmara para impedir este buraco se isto não foi proposital, ou seja impondo sacrifícios aos gasparenses? O que o próprio pré-candidato, que já foi vereador e presidente da Câmara, fez depois que perdeu a eleição para os petistas e ficou sem mandato para advertir, impedir e denunciar? Um programa de rádio para falar de água com açúcar, bem como encontrinhos nos bairros para saber o que as pessoas “pensam” e querem para Gaspar. Ou seja, espuma, pois ele próprio deveria pelo tempo disponível, conhecer bem do que perguntava nesses encontrinhos.

O RISCO IV
De verdade? O PMDB e o eterno pré-candidato Kleber não fizeram nada de concreto para reverter este quadro como oposição. Nem mesmo do seu emprego na tal Agência de Desenvolvimento Regional ousou colocar o dedo na ferida. O PMDB – malandramente - achou que outros deveriam se desgastar para este tipo de serviço. E viu a vereadora Andreia Symone Zimmermann Nagel, ex-DEM e agora PSDB, a inocente útil a fazer este papel para ele, o de questionar, o de discordar, e o de tentar impedir os desatinos dos petistas, de Zuchi, Mariluci, Rampelotti, Dalsochio, Mitinho, Lovídio... Deu tudo errado para o PMDB no resultado. A vereadora cresceu e agora o PMDB, de verdade, que já tentou descarta-la várias vezes do jogo sucessório via as artimanhas aqui em Gaspar, em Blumenau, Florianópolis e Brasília, não sabe o que fazer dela que virou uma concorrente a incomodá-lo. Ou seja, o próprio PMDB deu chances ao azar e Andreia apareceu no vácuo das omissões do PMDB gasparenses por quase quatro anos.

O RISCO V
Neste final de semana mais uma entrevista. Kleber falou que a revisão do Plano Diretor montada pela Iguatemi Engenharia, que recebeu uma dinheirama dos gasparenses para algo que não seguiu a lei, que não teve a participação popular, que conseguiu desagradar a todos e que não prosperou na Câmara, será revisto se ele for eleito. E vai ser revisto com a participação da sociedade. Excelente. É o mínimo. O óbvio. É o que está no Estatuto das Cidades. Mas, o que fez o PMDB de Kleber para que isto não chegasse torto onde chegou e que agora ele condena?

O RISCO VI
Kleber fala que a revisão – que ainda não foi votada na Câmara - do Plano Diretor desagradou o setor Imobiliário e o da Construção como argumento para desqualifica-lo. Opa! Cuidado. Ou Kleber não conhece a tal revisão do Plano Diretor, ou não a leu, ou está mandando recado para seus possíveis apoiadores, ou então está ensaiando bobagem maior a que já está aí. A revisão do Plano Diretor desagrada pelo simples fato porque ela não nasceu na consulta da sociedade como manda a lei. Consulta que deveria ter sido feita por um partido que se diz popular, assembleísta, ético etc, o PT. E tudo feito nas barbas e sob a complacência do PMDB de Gaspar que ficou quieto na Câmara. Então Kleber reclama exatamente do que? Culpa quem se não os seu PMDB onde foi presidente até recentemente, onde preferiu o silêncio sobre o que acertadamente reclama e aponta como defeito?

O RISCO VII
Kleber já reconhece que se ganhar as eleições de outubro – e quem ganhar, inclusive o do próprio PT – terá uma vida difícil pelo estado lastimável que receberá a prefeitura no que tange os aspectos administrativos e principalmente o financeiro. Estará sem sustentabilidade econômica e levará tempo para arrumar a casa em prejuízo dos gasparenses. Outra vez: o PMDB com a sua representação de quatro vereadores foi quase totalmente omisso (e disto se deve excluir Charles Roberto Petry, DEM, que substituiu Ivete Mafra Hammes, em licença médica. Ele foi um questionador frequente das intenções petistas).

O RISCO VIII
Se existe um caos, nem Kleber e nem o PMDB sabem hoje aponta-los em números e erros fundamentais feitos por Zuchi, Mariluci e o PT, PDT, PCdoB, PR e PRB. Então além de não se ter autoridade neste assunto, o PMDB de Gaspar não possui soluções claras, assertivas e caminhos. Kleber diz que para remediar vai fazer uma gestão austera. Ótimo. Mas qual, como, em que prazo e o que vai ser afetado nesta austeridade? Com quais sacrifícios os gasparenses concorrerão para os novos tempos de desenvolvimento e bonanza? Kleber não responde (ao menos na entrevista deste final de semana). Generaliza aos que lhe perguntam nas entrevistas. Um pastor prometendo milagres e ensaiando perdões aos culpados (Hum!). Diz que vai atrair empresas. Excelente. Mas, evita dizer o que se perdeu e apontar os culpados. E se vai atrair, os resultados só virão depois que ele sair do governo. Então até lá...

O RISCO IX
Kleber conclui que precisa ser criativo. Sim. Mas como e por que? Evita a todo o instante dizer quem errou para que ele tenha que promover o milagre. Ou seja, Gaspar tem um problema grave na administração municipal que vai sacrificar o próximo prefeito, a cidade e os cidadãos. O PMDB tem consciência disso, mas evita a todo o momento de nominar que isto tem nome e origem: o PT, o PDT, o PCdoB, parte do seu PP coligado via José Hilário Melato, o PR, o PRB, Pedro Celso Zuchi, Mariluci Deschamps Rosa. Evita apontar que Lovídio Carlos Bertoldi é a continuação de oito anos daquilo que está deixando a cidade num caos, sem transparência, cheia de processos nos tribunais. E sobre o Hospital e a saúde pública? Enrola e não diz se vai devolver a administração Hospital de Gaspar aos que a administravam, o que será feita da dívida que o PT aumenta a cada dia no Hospital quando prometeu saneá-la e apontar os ladrões, se vai continuar a intervenção e por quê, ou se há outra solução em mente. Ou seja, Kleber está há quatro anos candidato, melhorou muito a sua articulação e desenvoltura de comunicação, mas ainda não sabe exatamente o que vai fazer se eleito prefeito de Gaspar. Ou se sabe, esconde com medo de ser questionado ou perder supostos votos que possui.

O RISCO X
O PMDB quer ser governo em Gaspar, mas estranhamente não diz claramente o porquê disto. Não diz claramente que a cidade no entender do partido está mal administrada, está com problemas, que precisa mudar de mãos e que mudando, vai fazer diferente. Transparece apenas nas entrelinhas. Assume que vai fazer diferente porque presume possuir capacidade para tal. O PMDB de Gaspar quer a prefeitura, mas não quer expor o PT (seu parceiro até então na vida nacional em todas as misérias que ambos produziram juntos até se divorciarem recentemente).

O RISCO XI
O PMDB de Gaspar quer a prefeitura, mas não quer apontar os erros da administração do PT, Pedro Celso Zuchi e Mariluci Deschampos Rosa. O PMDB de Gaspar quer a prefeitura, mas não quer dizer claramente que Lovídio Carlos Bertoldi é a continuação do que está dando errado e que o PMDB quer mudar este quadro de vulnerabilidade. O PMDB de Gaspar quer a prefeitura, mas não trabalhou para pedir correções ou para apontar os erros nestes últimos quatro anos. Preferiu terceirizar o que era sua obrigação fazer e assim se estabelecer apropriação do que não fez. O PMDB de Gaspar quer a prefeitura nas eleições de outubro, mas não diz o que efetivamente vai fazer de diferente ao que está aí. O PMDB de Gaspar continua fazendo a política antiga, num ambiente que mudou, o qual exige postura diferente, transparência e comprometimentos com o eleitorado. O PMDB de Gaspar não percebeu, mas é preciso urgente se posicionar e buscar conteúdo pragmáticos para fazer frente à grave realidade municipal. Quem mesmo está orientando o Kleber?

TRAPICHE

Falta de transparência. A Câmara de Vereadores de Gaspar continua desafiando a Justiça que mandou dar mais transparência ao seu portal. A Câmara retirou as resoluções da mesa diretora da internet. Ou então as escondeu.

Na terça-feira passada, a pauta trouxe só o título de quatro delas. O que se esconde da população de Gaspar? E quem são os responsáveis por estas resoluções? O presidente Giovanio Borges, PSD, e os vereadores José Hilário Melato, PP, Ciro André Quintino, PMDB e José Amarildo Rampelotti.

Para eles, a Justiça e o Ministério Público que cuida da moralidade pública, merecem bananas. Os gasparenses que lhes dão os votos e os pagam, também.

A pauta da Câmara emagreceu. E em época de pré-campanha o que engordam os requerimentos de cumprimentos, moções de aplausos e votos de pesar.

Casa de ferreiro, o espeto é de pau. Termina esta semana o prazo de 15 dias para a Câmara de Gaspar responder Ofício nº 0172/2016/01PJ/GAS, da promotora de Justiça, Débora Pereira Nicolazzi, da 1ª Promotoria de Justiça da Comarca de Gaspar.

E o que ela quer saber?“(...) com fundamento no artigo 129, VI, da Constituição Federal, artigo 83 da Lei Complementar Estadual n. 197/2000 e informações contidas no Notícia de Fato n. 01.2016.00009300-8, cujo objeto é Averiguar possível falta de equipamentos que garantam a acessibilidade na Câmara de Vereadores.

E o que a doutora Débora quer no fundo, pois a falta de acessibilidade é notória? Quais medidas serão tomadas no sentido de solucionar a questão da falta de acessibilidade ao edifício. Acorda, Gaspar!

Ilhota em Chamas. Sem controle. Na semana passada, um ônibus escolar (AGS 4037) que transporta alunos para a secretaria da Educação no interior de Ilhota, ficou parado no Boa Vista. Faltou combustível.

O deputado Décio Neri de Lima, o padrinho da administração petista de Gaspar e que correu de Blumenau onde foi prefeito, para concorrer a prefeito em Itajaí, sua terra natal, está saindo de fininho desta corrida.

Esta coluna foi a primeira a noticiar tal pretensa desistência. Na edição de segunda-feira, o Jornal de Santa Catarina, fez a mesma leitura. Depois de terem o prefeito de Brusque, Paulo Roberto Eccel cassado, todos do PT – Itajaí, Blumenau e Brusque - vão se concentrar em Gaspar como único reduto do Vale do Itajaí possível.

Entretanto, se as pesquisas do próprio PT estiverem certas, vai ser outra derrota e com uma tropa de choque nunca antes vista por aqui.

O deputado Roberto Freire, a maior liderança do PPS, declarou na semana passada o partido não se alinharia em qualquer lugar com o PT, PCdoB e PDT nas eleições de outubro. Ele vai queimar a língua, pois não conhece o acordo que o PPS fez com o PT de Pedro Celso Zuchi para apoiar a candidatura do pré-candidato Lovídio Carlos Bertoldi.

Este apoio, inclusive, começa a ser questionado. Alguns filiados dizem que não foram ouvidos, não houve reunião do partido e nem mesmo assinaram nenhuma ata declarando formalmente este apoio. Não é isto o que pensa o presidente do partido em Gaspar, Vitório Marquetti.

Pesquisa política. Ontem os gasparenses foram surpreendidos por pesquisadores no Centro e bairros. É para orientar campanhas de partidos.

Ilhota em chamas. Depois que anunciou que não vai mais correr a reeleição, o prefeito Daniel Christian Bosi, PSD, disse ter tirado um peso de 300 quilos das suas costas. Ao mesmo tempo, e contraditoriamente, a sua aceitação aumentou, afirmam seus correligionários. Então...

A promotora Chimelly Louise de Resenes Marcone que cuida da Moralidade Pública deu uma “trégua” de um mês aos políticos gasparenseses e ilhotenses. Ela está em Perúgia, na Itália, terminando parte do seu curso de mestrado. Na semana que vem estará de volta, para desespero de muitos deles.

Há meses que esta coluna pergunta: quanto vai custar a passagem da tocha olímpica para os gasparenses? Na prefeitura, um silêncio só desde então. O leitor assíduo desta coluna, Sidney Luiz Reinert, pesquisou e encontrou esta notícia. Uma boa pista: cidades desistem de receber a tocha olímpica por causa do alto custo, em média R$ 180 mil

Com o país em crise, fica difícil para algumas cidades custearem o importante evento. Cidades começam a desistir de revezamento da tocha Cidades. O maior símbolo dos Jogos Olímpicos, a tocha olímpica, está visitando várias cidades de todas as regiões do Brasil nesse exato momento, até antes do início dos jogos na cidade do Rio de Janeiro, em 5 de agosto.

No entanto, prefeituras como a de Ipatinga, Gouveia e Betim, no estado de Minas Gerais, desistiram de realizar o evento alegando que não têm dinheiro para bancar os gastos que, segundo o prefeito de Betim, chega a incrível marca de R$ 180 mil.

 

Edição 1756

Comentários

Mariazinha Beata
30/06/2016 13:16
Seu Herculano;

Às 07:54hs - Reinaldo Azevedo só faltou chamar a Dilma de burra com todas as letras. Mas pra quem é anta, burra é elogio.

Bye, bye!
Herculano
30/06/2016 08:39
AMANHÃ É DIA DE COLUNA OLHANDO A MARÉ INÉDITA.

É para a edição impressa do jornal Cruzeiro do Vale, o mais antigo, o de maior circulação em Gaspar e Ilhota, e o de maior credibilidade.
Herculano
30/06/2016 08:34
O SONHO DA TV PÚBLICA ACABOU? por Nelson Hoineff, presidente do Instituto de Estudos de Televisão, para o jornal O Globo

Criação da EBC foi bela conquista política, mas, no momento seguinte, ficou claro que não havia a mínima intenção de colocar em prática tudo o que havia sido prometido


A manchete do GLOBO desta segunda-feira mostra que as estatais contrataram 56 mil servidores em quatro anos e revela um dado estarrecedor sobre a Empresa Brasil de Comunicação (EBC). Seu número de funcionários cresceu nada menos que 180%; foi de 913 para 2.564.

A EBC é a controladora da TV Brasil, também conhecida por TV Lula, que, desde sua criação, há nove anos, não apenas não conquistou um ponto sequer de audiência, como deixou de cumprir ou mesmo de estabelecer metas artísticas, criativas ou de qualquer natureza televisiva.

A título de comparação, vale a pena lembrar que a Rede Bandeirantes, uma das mais modernas do país, tem menos de quatro mil funcionários. E que a Rede Globo, uma das cinco maiores do mundo, tem cerca de 18 mil.

O governo Temer, que vem ameaçando extinguir a empresa desde que o presidente interino se viu impedido de substituir um diretor, ganha agora forte munição para isso. Os opositores do atual governo despejam na opinião pública frases de efeito como "Temer quer destruir a TV pública", quando, na verdade, o quadro é o oposto.

Logo no início do primeiro governo Lula, o PT criou inéditas condições políticas para que o país investisse meio bilhão de reais na formação de uma rede pública de TV. O governo acenava para algo que era verdadeiro: a necessidade de se construir uma televisão pública forte, que trafegasse lado a lado com a poderosa estrutura da TV privada do país. Alavancou para isso pelo menos dois grandes seminários nacionais ?" um no Rio, outro em Brasília ?" onde especialistas do Brasil e do mundo debateram os valores de uma televisão gerida pela sociedade e a conveniência da medida.

A criação da EBC foi uma bela conquista política, mas, no momento seguinte, ficou claro que não havia a mínima intenção de colocar em prática tudo o que havia sido prometido. Seminários e o desfile de nobres intenções eram apenas a máscara para a construção de mais uma estatal voltada para o aparelhamento, o empreguismo e o desperdício de dinheiro público.

Tudo isso é quase nada em comparação com a ética desse engodo; com o que representou a mobilização da consciência da sociedade brasileira em torno da necessidade de se criar uma TV pública, imediatamente derrubada pela revelação do que efetivamente se estava fazendo. Foi, portanto, o PT, e não o governo Temer, que destruiu a televisão pública no Brasil ?" e não há dinheiro que pague isso.

Dos quase três mil funcionários que hoje são pagos pelo contribuinte, contam-se nos dedos os que foram instruídos para moldar uma TV capaz de criar, ousar, retornar de alguma forma à sociedade aquilo que ela está gastando. A uma televisão privada que é respeitada em todo o mundo, a TV pública brasileira sequer procurou agregar um frame de inovação. E se tivesse agregado, isso não seria percebido. A TV Brasil até hoje não entra em São Paulo e, no Rio, o sinal para as operadoras de cabo ainda é enviado por VHF ?" razão pela qual é provavelmente a única emissora do mundo que chega aos usuários de TV por assinatura com fantasmas, ruídos e outras imperfeições típicas da TV aberta dos anos 80.

Por ironia, o bom exemplo está na porta do vizinho. Em São Paulo, a TV Cultura desenvolve hoje uma das melhores programações do país, com um jornalismo - através de programas como o "Jornal da Cultura" e o "Roda Viva", por exemplo - que nada deixa a dever às melhores televisões públicas do mundo.

Ainda assim, a virtual extinção da EBC não representaria apenas o fechamento de mais uma empresa corrompida. Poderia ser o sepultamento de um sonho bom que, ainda com más intenções, foi propagado quando o primeiro governo petista ainda tinha um imenso aval popular. Este é um ativo que o governo tem como preservar. O desafio agora consiste em apagar o que foi feito e, ainda assim, manter a ideia de uma TV pública de verdade - o que é muito maior que simples políticas viciosas. Empresas podem morrer; utopias, não.
Herculano
30/06/2016 08:25
PONTO DE ENCONTRO, por Jânio de Freitas, para o jornal Folha de S. Paulo

Michel Temer e seu governo agem para salvar Eduardo Cunha na Câmara. Talvez não fosse preciso dizer mais nada sobre a atitude de Temer. Afinal, apesar de todo o esforço da Lava Jato e dos pró-impeachment para incriminar petistas, na opinião nacional ninguém simboliza mais a calamidade política do que Eduardo Cunha. Está dito quase tudo sobre protetor e protegido. Mas Temer leva a algumas observações adicionais.

Descoberto por jornalistas o encontro sorrateiro de Cunha e Temer na noite de domingo (26), o primeiro fez o que mais faz: negou. Não falava com Temer desde a semana anterior. Com a mentira, comprovou que a combinação era de encontro oculto. O segundo deu esta explicação: "Converso com todo mundo. Embora afastado, ele é um deputado no exercício do seu mandato".

A frase é uma medida da lucidez de Temer ou da honestidade de sua resposta ao flagrante: "afastado" mas "no exercício do mandato". Nada de muito novo. Mas a pretensa justificativa de que "conversa com todo mundo" excede o aspecto pessoal. Se é isso mesmo, em quase seis anos de convívio com o Poder ainda não o compreendeu. À parte a liturgia do cargo, de que Sarney tanto falou, o Poder requer cuidados com sua respeitabilidade. Ao menos no sentido, tão do agrado de jornalistas brasileiros, cobrado às aparências da mulher de César.

O sítio de alto luxo não combina, mas não tira o título do Palácio do Jaburu, nem, muito menos, a sua condição de uma das sedes do mais alto poder governamental. O recepcionado aí para a barganha de espertezas não é, porém, como "todo mundo". É um múltiplo réu no Supremo Tribunal Federal, tão excluído do exercício de mandato que está proibido até de simplesmente entrar na Câmara dos Deputados, Casa aberta a todos. Proibição, ao que consta, sem precedente. Não no conceito, de moralidade ao menos duvidosa, que o atual morador aplica ao uso do palácio de governo.

Eduardo Cunha viu-se necessitado de reforço em duas instâncias. Na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, à qual encaminhou recurso contra a decisão do Conselho de Ética, que o considerou passível de perda do mandato. E também na substituição de Waldir Maranhão, em exercício na presidência da Casa, por alguém de sua confiança, para assegurar-lhe decisões favoráveis nas manobras de defesa ao ser julgado em plenário.

Já na segunda-feira (27), Temer fazia iniciar a ação do seu pessoal em favor da eleição de Rogério Rosso para presidir a Câmara. É o preferido por Eduardo Cunha. E viva a nova (i)moralidade.

POR DENTRO DO FORA

A ordem de Michel Temer para suspender a cobertura oficial de sua presença fora de Brasília não é, como alegado, para reduzir gastos. É nenhum o custo de um fotógrafo ou cameraman já integrante da comunicação oficial. O problema está na impossibilidade de eliminar, nas gravações, o frequente "Fora, Temer", dito ou escrito. Sem encontrar outra solução, foi considerado preferível eliminar os registros.

Apesar de imprensa e TV não o noticiarem, coros de "Fora, Temer" estão pelo país todo. No espetáculo do Prêmio da Música Brasileira, por exemplo, o Teatro Municipal do Rio explodiu em repentino "Fora, Temer". Coisas assim acontecem todos os dias, numerosas.

ACHADO PERDIDO

Por falar no mal ou não noticiado, a Lava Jato encontrou nas ligações de celulares de Léo Pinheiro, presidente da OAS, troca de mensagens com Fernando Bittar tratando das obras no sítio de Atibaia, como proprietário associado a Jonas Suassuna Filho. Não foi um bom achado para a tese da Lava Jato e da imprensa/TV sobre a propriedade.
Herculano
30/06/2016 08:19
BICHEIRO GOIANO CARLINHOS CACHOEIRA É PRESO PELA POLÍCIA FEDERAL. EMPREITEIRO FERNANDO CAVENDISH E LOBISTA TAMBÉM SÃO ALVOS DE OPERAÇÃO

Conteúdo da Rádio Bandeirantes, BandNews FM, Reuters e o jornal o Estado de S. Paulo. Carlinhos Cachoeira foi preso nesta quinta-feira (30), pela PF (Polícia Federal), em Goiânia. O bicheiro é o principal alvo da Operação Saqueador, deflagrada nesta manhã.

Estão sendo cumpridos pela PF mais de 20 mandados de prisão, numa investigação que apura o desvio de dinheiro público. Os trabalhos ocorrem em Goiás, Rio de Janeiro e São Paulo.

Carlos Augusto Ramos chegou a ser preso em 2012 na Operação Monte Carlo, acusado liderar uma quadrilha de jogos de azar em Goiás e no Distrito Federal. A ação desmontou a quadrilha, que mantinha contato e teria se beneficiado da relação com autoridades como o ex-senador Demóstenes Torres, que chegou a ser cassado devido ao seu envolvimento com o grupo.

Carlinhos Cachoeira é alvo de diversos processos criminais na Justiça e já foi condenado a mais de 39 anos de prisão.

Empreiteiro e lobista também estão na mira da PF

Outros alvos da operação de hoje são Fernando Cavendish, ex-presidente da empreiteira Delta Construções, e o lobista Adir Assad.

No caso de Fernando Cavendish, informações passadas à Polícia Federal indicam que ele está no exterior. Policiais deixaram o prédio do ex-presidente da Delta no Leblon, zona sul do Rio de Janeiro, com documentos e um computador.

Mandados de busca também são cumpridos no escritório da Delta Construções, no centro do Rio de Janeiro.

A empreiteira Delta, que participou de diversas obras no âmbito do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), do governo federal, foi um dos principais alvos de investigação de uma CPI realizada em 2012 para apurar os laços de Carlinhos Cachoeira com empresas e políticos.

Também consta no portifólio da Delta a participação na reforma do Estádio do Maracanã para a Copa do Mundo de 2014.
Herculano
30/06/2016 08:12
O JUDICIÁRIO MAIS CARO DO MUNDO, por Reis Friede, vice-presidente do TRF, 2ª região, para o jornal O Estado de S.Paulo.

Parte 1

O Poder Judiciário brasileiro é um dos mais caros do mundo. Segundo dados consubstanciados por Luciano da Ros, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), em estudo intitulado O Custo da Justiça no Brasil, com exceção de El Salvador, com expressivos 1,35% do PIB, o Brasil tem o Judiciário mais dispendioso do mundo, com gastos (em 2014) na ordem de R$ 68,4 bilhões (1,2% do PIB), em comparação com os EUA (0,14% do PIB), a Itália (0,19% do PIB) e a Alemanha (0,32% do PIB). Portanto, nas olimpíadas judiciais nosso país tem grandes chances de subir ao pódio.

Sem correspondente em nenhuma parte do planeta, o valor despendido com o Poder Judiciário guarda proximidade com o que foi gasto com as Forças Armadas no mesmo ano (R$ 74,4 bilhões, ou 1,4% do PIB). Tal cenário se reproduz em relação ao efetivo empregado nas duas instituições. De acordo com o Relatório Justiça em Números/2015, o Judiciário tinha, em 2014, 278,7 mil servidores (efetivos, requisitados, cedidos de outros órgãos e comissionados sem vínculo efetivo), além de 139,3 mil trabalhadores auxiliares (terceirizados, estagiários, conciliadores, juízes leigos), totalizando 418 mil pessoas. Isso sem computar o número de cargos (previstos) de juízes, da ordem de 22,5 mil. Por sua vez, o efetivo das Forças Armadas atingiu, em 2014, cerca de 330 mil servidores.

Mesmo ostentando esses números hiperbólicos, a prestação da tutela jurisdicional, no Brasil, é uma das mais morosas do mundo, refletindo a ineficiência do Estado como prestador de serviços públicos. Afinal, no Brasil a criança educação ainda tenta alfabetizar-se, a jovem saúde respira por aparelhos, a senhora segurança pública sente-se atemorizada e o senhor serviço judiciário, após esperar tantos anos por uma decisão judicial, faleceu sem receber o bem da vida.

Malgrado as tentativas de combater o problema, o insucesso tem sido evidente, notadamente porque são atacadas as consequências, quando o foco deveria ser as causas. Apenas para ilustrar o que se afirma, apesar do estratosférico número de 105 milhões de ações em tramitação no País, os juízes, na verdade, têm muitos processos cuja temática é repetida, restando aos magistrados o absurdo de decidir quase que uma a uma, algo que o novo Código de Processo Civil, por meio do incidente de resolução de demandas repetitivas (IRDR), busca, de forma muito tímida e burocrática, debelar.
Herculano
30/06/2016 08:12

O JUDICIÁRIO MAIS CARO DO MUNDO, por Reis Friede, vice-presidente do TRF, 2ª região, para o jornal O Estado de S.Paulo.

Parte 2

Portanto, é preciso implantar, cada vez mais, instrumentos que tornem viável a reunião de processos em um único julgador, tais como o instituto da afinidade, em adição à conexão e à continência, e também ressuscitar figuras análogas à antiga avocatória, de modo a permitir que o Supremo Tribunal Federal (STF), por exemplo, possa decidir de uma única vez questões que sejam comuns aos cidadãos brasileiros.

Com efeito, ações que tenham o mesmo fato motivador do pedido e a mesma causa de pedir devem ser julgadas por meio de um único ato decisório, medida que acarretará não apenas economia processual, mas uma verdadeira racionalização do trabalho, melhorando a eficiência operacional do Judiciário. Tal expediente impedirá que diversos magistrados julguem casos idênticos, o que não raro ocasiona interpretações variadas sobre o mesmo tema, problema que, cabe reconhecer, decorre do hábito de alguns juízes de imporem uma particular visão de justiça, em detrimento da correta hermenêutica na aplicação da lei, causando inflação interpretativa. Ao contrário, a diversidade de soluções adotadas por diversos juízes para a mesma questão acaba por causar perplexidade no jurisdicionado, que não consegue entender como uma interpretação pode ser absolutamente contrária à outra, se o que se postula em juízo é exatamente o mesmo.

Na Justiça Federal, em particular, cumpre reconhecer que os custos públicos(custas e emolumentos) são absurdamente baixos, em contraposição aos elevados custos privados (honorários advocatícios), o que, entre outros fatores, funciona como incentivo à litigância de má-fé e ao abuso quanto ao exercício do direito de ação e ao manejo de recursos. É pertinente, pois, que se reflita não somente quanto ao gasto, mas também quanto à correta utilização da máquina judiciária. Não se trata de cercear o amplo acesso ao Judiciário, mas, ao reverso, organizar e disciplinar, pois é inadmissível que a coletividade pague pelo uso indevido de um serviço público, acarretando sérios problemas à prestação jurisdicional.

Cabe ponderar, ainda, que grande parte dos 105 milhões de ações tem um seleto grupo de empresas no polo passivo, refletindo uma prática contumaz de descumprimento do Direito. São milhões de processos versando sobre questões relativas, por exemplo, a direitos do consumidor, assolando o Judiciário de causas perfeitamente evitáveis, não fosse a lógica empregada por alguns segmentos empresariais, cuja tônica é postergar o pagamento daquilo que é devido ao autor da ação. A sociedade, sem alternativa, socorre-se do Judiciário, o que se dá a um custo altíssimo para a coletividade, isto é, o custo judicial. Ao contrário da falácia que se propala, ou seja, de que é preciso estancar o número de demandas que chegam à Justiça, entendemos que o correto seria adotar estratégia que permitisse que a sociedade fosse ressarcida por aqueles que insistem em descumprir a norma. Assim, é necessário estabelecer mecanismos que possibilitem ainda mais a condenação de tais empresas ao ressarcimento do dano social (modalidade de danos morais coletivos) causado pela reiterada inobservância do Direito.

Destarte, urge inaugurarmos o Judiciário do século 21, o que demanda ações novas, em contraposição às antigas e ineficientes medidas de combate às consequências, tais como as ultrapassadas soluções dispendiosas, das quais o aumento do número de tribunais, juízes e servidores é o exemplo mais atual.
Herculano
30/06/2016 07:57
EDUCAÇÃO NÃO ESTÁ NEM NO CAMINHO DE DAR CERTO POR AQUI, por Roberto Dias, para o jornal Folha de S. Paulo

Foi divulgado nesta semana o Índice de Capital Humano, estudo do Fórum Econômico Mundial que tenta medir a capacidade de cada país de preparar suas pessoas. O Brasil figura no 83º posto, num total de 130. A empurrá-lo para o fim da fila está a qualidade da educação primária, lista em que aparece na zona de rebaixamento (118º lugar).

É difícil deparar-se com o relatório sem pensar que até a discussão para superar o atraso é em si atrasada.

Mais do que repisar uma obviedade ?"muitos sistemas educacionais estão desconectados do mercado de trabalho?", o estudo a relaciona especificamente a uma lacuna, a das habilidades não cognitivas, definidas ali como ligadas "à capacidade de um indivíduo de colaborar, inovar, dirigir-se e resolver um problema".

Lacuna que é pouco preenchida pela imensa energia despendida aqui nas discussões sobre a Base Nacional Curricular.

A própria formatação do documento, embora necessária, chega tarde, numa época em que a transmissão do conhecimento mais e mais se dá de formas menos controláveis.

O grande problema, porém, é que o buraco é bem maior. O país não cumpriu nenhuma meta do Plano Nacional de Educação. Nem 5% dos colégios têm a infraestrutura exigida por lei. Metade das escolas públicas está desconectada da rede. Lousa digital é raridade da raridade.

A coisa não está nem em vias de dar certo. Num cenário assim, a discussão poderia focar a tecnologia e o setor privado como elementos aceleradores ?"nesta semana, nos EUA, a Amazon anunciou uma investida nesse mercado ao criar um site para distribuir material didático.

Assim como o Plano Nacional de Banda Larga acabou atropelado pela revolução mobile, gastar menos energia com esse dirigismo sobre a vida dos alunos não seria má ideia. Por sinal, derrubar o banimento total do celular nas escolas públicas, como ocorre em SP, teria lá seu simbolismo.
Herculano
30/06/2016 07:54
ALO, SENADORES! DILMA, A COMEDIANTE, DEIXA CLARO: SE VOLTAR, QUER GOVERNAR SEM O CONGRESSO, por Reinaldo Azevedo, de Veja

A Afastada decidiu também demonstrar que Temer está cortando direitos dos trabalhadores. Usou como exemplo o reajuste do Bolsa Família e dos servidores, que chamou de "irresponsabilidade fiscal". Santo Deus!

Dilma Rousseff tem o emprego assegurado depois que for impichada de vez: vai ser humorista. Já sugeri à direção da Jovem Pan que a contrate. Por que não? Fora do governo, ela é engraçadíssima. Também falei a Tutinha e Emílio Surita que o "Pânico" não pode abrir mão da sua contribuição. São empregos dignos, que rendem um salário honesto e podem divertir os brasileiros. Na noite desta quarta, a Afastada concedeu uma entrevista ao "Jornal do SBT". Se a gente levar a serio o que diz, é o caso de recomendar internação.

Começo pelo fim. O entrevistador, Kennedy Alencar, perguntou o que ela fará de diferente caso volte ao poder. Tergiversou um pouco e deu um exemplo: disse que não repetiria o governo de coalizão. Hein? Como assim? "Mas é possível governar sem ele?" E a mulher pensou alto: claro que sim! Segundo ela, dá para governar, então, sem o apoio dos partidos desde que "se discuta claramente com a população".

Fica o recado aos senadores: caso Dilma volte, pretende adotar o método bolivariano de tomada de decisões, consagrado, no momento, por Nicolás Maduro, aquele notável democrata: nada de intermediação de políticos. Vai ser papo direto e reto com o povo.

Dilma está cada vez mais engraçada porque domina cada vez menos a matemática. E isso ficou claro quando, ainda nos divertindo com a sua galhofa, afirmou que pretende escrever uma carta de compromissos com o povo antes do julgamento no Senado. E o que conterá essa carta?

Ela não sabe ainda muito bem, mas adiantou duas coisas. Em primeiro lugar, disse, "resgatar a democracia". Vai ver, então, estamos sob o império de uma ditadura. Em segundo lugar, afirmou que pretende devolver os direitos que estão sendo retirados do povo. Mas quais direitos? Que legislação mudou até agora?

E foi aí que se viu Dilma, a comediante, no melhor da sua forma. Na proposta que ela havia enviado ao Congresso, o Bolsa Família teria um reajuste médio de 9%; na aprovada pelo governo Temer, esse índice saltará para 12,5%. Ora, se ele dá um aumento maior do que o dela, onde está a subtração de direitos, considerando que ela própria não deu reajuste nenhum em 2015?

Dilma tentou explicar: é que o majoração deveria ter acontecido em abril, e os 3,5 pontos percentuais a mais, garantidos pelo atual governo, buscariam compensar o atraso. Dilma continua sem saber matemática. É por isso que pedalou tanto.

Mas a petista foi além: embora tenha proposto 9%, e seu antípoda, 12,5%, afirmou que o reajuste do Bolsa Família é pequeno quando confrontado com o dos servidores do Judiciário, como se alhos pudessem ser comparados com bugalhos.

Então ficamos assim. Quando Dilma foi dar exemplos de como Temer está subtraindo direitos dos trabalhadores, escolheu dois:
1: reajuste de 12,5% no Bolsa Família (ela queria dar apenas 9%):
2: reajuste dos servidores do Judiciário.

Vale dizer: a tal perda de direitos estaria traduzida em dois reajustes reivindicados justamente por aqueles que ela diz que estão sendo prejudicados.

E ainda coroou a sua avaliação chamando o conjunto da obra de irresponsabilidade fiscal.

Dá para entender algumas coisas:
- por que o governo dela foi para o buraco;
- por que o governo dela não fazia sentido;
- por que o governo dela era um caos;
- por que não conseguia dialogar com o Congresso;
- por que não conseguia dialogar nem com seus ministros;
- por que era e é detestada no próprio PT.

Há uma expressão de que gosto muito com que Marx brindou Lassale, um de seus adversários intelectuais: "caos de ideias claras". Dilma é mais óbvia: é um caos de ideias confusas mesmo!

E esta senhora quer voltar!
Herculano
30/06/2016 07:45
BOCA-LIVRE, editorial do jornal Folha de S. Paulo

Cada vez mais, felizmente, verifica-se que as investigações da Operação Lava Jato vão deixando de constituir um ponto fora da curva no combate à corrupção no país.

Registraram-se, recentemente, iniciativas da Polícia Federal fora do âmbito do chamado petrolão, em casos como o das contas de campanha de Eduardo Campos (PSB), morto em 2014, e o da Operação Custo Brasil ?"que levou o ex-ministro petista Paulo Bernardo a ser preso por seis dias.

Numa ação conjunta da PF em São Paulo, no Rio e em Brasília, abre-se agora a caixa-preta das irregularidades na Lei Rouanet. Segundo os investigadores da Operação Boca-Livre, armara-se desde 2001 um esquema destinado a obter vantagens dos mecanismos de isenção tributária previstos na legislação de incentivo à cultura.

Ao longo desse período, cerca de R$ 180 milhões teriam sido desviados em benefício de atividades estranhas aos projetos originais.

No exemplo mais gritante, uma cerimônia de casamento numa praia em Florianópolis foi financiada com recursos oficialmente destinados a atividades culturais.

O noivo era o herdeiro de um grupo empresarial especializado em conseguir a benesse tributária, com atuação no Ministério da Cultura e na Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo.

Apresentações musicais para público de baixa renda eram irregularmente substituídas por shows de interesse privado, como os que, segundo a PF, serviram para entretenimento de convidados de um escritório de advocacia ou de uma empresa de produtos químicos.

Tudo, repita-se, financiado por isenções de impostos: o que equivale a dizer que provinha do conjunto da população brasileira o pagamento de tertúlias voltadas ao deleite de alguns convivas.

O escândalo coincide com uma crescente onda de críticas ao funcionamento da Lei Rouanet, instrumento que sem dúvida necessita de urgente aprimoramento.

O sistema de renúncia fiscal para incentivo à cultura não se confunde, entretanto, com uma fraude em que não se incentivou a cultura, e sim o puro proveito privado.

Por ausência de fiscalização, projetos em tese meritórios ?"como a distribuição de livros à população carente?" financiaram publicações de cortesia para clientes de empresas ou a biografia de um empresário que, com isso, liberava-se de pagar parte de seus impostos.

Abusos desse tipo haverão de se ter multiplicado ao longo da vigência da Lei Rouanet. Cabe revisá-la em seus critérios e amplitudes, mas nenhuma modificação terá eficácia se faltar a fiscalização adequada ?"e, sempre que necessário, a pronta punição dos corruptos.
Herculano
30/06/2016 07:39
TEMER AVANÇA NA ÁREA SOCIAL COM PACOTE EM JULHO, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

O presidente Michel Temer prepara o lançamento de um "pacote social" na primeira quinzena de julho, dentro do propósito de avançar na área em que o PT atuava quase com exclusividade. A ideia é anunciar vários programas complementares ao Bolsa Família, como o lançamento do "Cheque Construção", que atenderá a famílias de baixa renda que precisam fazer pequenas obras de reforma em suas casas.

CRIANÇAS PROTEGIDAS

O ministro Osmar Terra (Desenvolvimento Social e Agrário) prepara um programa destinado à proteção social de crianças carentes.

MÃO NA MASSA

O líder do governo na Câmara, André Moura (PSC-SE), já articula com os deputados aliados a aprovação do "pacote social".

AMPLIAÇÃO

"É a prova de que os programas em andamento serão mantidos e ampliados", diz André Moura, que se reuniu nesta quarta com Temer.

PRIMEIRO PASSO

O primeiro passo do projeto de avançar na área é reajuste de 12,5% do Bolsa Família, carro-chefe do governo do PT.

PROGRAMA DE 'COMPRA DE VOTOS' MUDA DE MÃOS

Políticos do PT evitam comentar o aumento de 12,5% do Bolsa Família, concedido por Michel Temer, mas a medida desestabilizou o partido. É que, para o PT, sua identificação ao Bolsa Família poderia garantir um desempenho minimamente digno, nas próximas eleições. No fundo, os petistas concordam com o deputado Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE): "o Bolsa Família é o maior programa de compra de votos do mundo".

POVÃO SUBESTIMADO

Políticos petistas acham que o público atendido pelo Bolsa Família está mais interessado no dinheiro do programa do que na Lava Jato.

DIGITAIS SUMINDO

A ideia do governo Michel Temer é mesmo melhorar substancialmente o Bolsa Família, neutralizando as digitais do PT no programa.

ABRANGÊNCIA

Metade da população de estados mais pobres, como Norte e Nordeste, depende do Bolsa Família, daí a força eleitoral do programa.

VOZES DO ATRASO

O Planalto cedeu à pressão de políticos que não usam voos comerciais (ou não pagam por eles) para vetar a concorrência de empresas estrangeiras no mercado brasileiro. Recuo vergonhoso e suspeitíssimo.

EXPLORAÇÃO AUTORIZADA

Empresas aéreas "nacionais" continuarão autorizadas a cobrar por uma passagem Rio-Maceió até 4 vezes mais do que elas próprias exigem para o trecho Rio-Miami, onde enfrentam concorrência internacional.

ELVIS VIVE

Ao avistar José Medeiros (PSD-MT) na comissão do impeachment, o senador Waldemir Moka (PMDB-MS) brincou: "Elvis não morreu!" numa alusão ao vistoso topete do colega. Medeiros riu, ajeitando o cabelo.

VAI, DILMA

O presidente, senador Raimundo Lira (PMDB-PB), ainda não sabe se Dilma vai pessoalmente à comissão do impeachment, dia 6. Os petistas temem que, desfilando sua arrogância, ela prejudique a própria defesa.

GENTIS OPOSITORES

"Não costumamos entrar em assuntos pessoais", diz Ronaldo Caiado (DEM-GO), ao explicar o constrangedor silêncio do Senado sobre o roubo a servidores que levou à prisão do ex-ministro Paulo Bernardo.

APOSTA DA OI

Apesar das turbulências, a Oi atingiu notáveis 320 mil assinantes do seu combo Oi Total em todo o Brasil. Têm sido 80 mil instalações por mês. É sua grande aposta para aumentar a presença no mercado.

BAIXA ESTATURA

"É absurda a situação atual da Câmara", protesta o deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS), sobre a suspensão das sessões. Para ele, Waldir Maranhão não tem "estatura moral" para comandar a Câmara.

HERMANOS SIAMESES

A inflação argentina deve começar a cair em julho, diz o ministro das Finanças, Alfonso Prat-Gay. Mas ele teme que uma recessão continuada no Brasil contamine mais a economia portenha que o Brexit.

PERGUNTA NA POLÍCIA

A "vaquinha virtual" para custear as mordomias de Dilma poderá ser usada para ressarcir os brasileiros em dificuldades, que contraíram empréstimos consignados e acabaram roubados, durante seu governo?
Herculano
30/06/2016 07:32
ATENTADO NA TURQUIA É ALERTA PARA A RIO-2016, editorial do jornal O Globo

A pouco mais de um mês para as Olimpíadas, ataque a aeroporto de Istambul reforça necessidade de vigilância e ação integrada internacional contra o terror

O atentado no Aeroporto Ataturk, em Istambul, que matou ao menos 41 pessoas na terça-feira e feriu cerca de 240, se soma a uma série de atos terroristas recentes na Turquia, evidenciando que o país se tornou alvo crescente de extremistas. Desde junho do ano passado, foram realizadas 14 ações por militantes separatistas curdos e extremistas do Estado Islâmico (EI), com quase 300 vítimas fatais. No ataque desta terça-feira, a maioria dos mortos era de nacionalidade turca, mas também havia cinco sauditas, dois iraquianos e um cidadão de China, Irã, Jordânia, Tunísia, Ucrânia e Uzbequistão, segundo dados oficiais.

A violência política, étnica e religiosa reflete a complexidade de uma nação que representa a fronteira ?" real e simbólica - entre o Ocidente e o Oriente, especialmente a cosmopolita Istambul, cujo aeroporto é um dos mais movimentados do mundo, funcionando como ponto de conexão para dezenas de milhões de passageiros entre Europa, Oriente Médio, África e Ásia.

Membro da Otan, a Turquia também participa da coalizão que vem combatendo as posições do EI na Síria e no Iraque. Tal iniciativa despertou o ódio dos radicais islâmicos.

Internamente, o país sofre com divisões políticas profundas, especialmente entre muçulmanos que apoiam o presidente Recep Tayyip Erdogan e a oposição, que defende uma nação secular e nacionalista. Há ainda uma guerra entre o governo e a minoria curda que há décadas luta para se separar, transformando o Sudeste da Turquia numa região conflagrada.

Os separatistas curdos estiveram por trás de inúmeros atentados. Já o regime turco é acusado de autoritarismo e de agir com truculência contra a minoria, o que retardou o processo de adesão formal do país à UE.

Em meio à crise humanitária provocada pelo fluxo de refugiados sírios à UE, a Turquia desempenhou um papel crucial, ao aceitar receber refugiados pegos tentando entrar irregularmente na Europa. A contrapartida do acordo foi a aceleração do processo de incorporação do país ao bloco europeu, apesar das acusações de violações de direitos humanos. Além disso, os atentados de terça-feira ocorreram um dia após o governo turco ter anunciado uma reaproximação diplomática com Israel e Rússia, reforçando seu papel como ator estratégico na região.

Os radicais, como se vê, miram alvos com alto poder simbólico, além de civis inocentes. É assim que chamam a atenção para suas causas, e isto é inadmissível. Nenhuma população pode ficar refém de extremistas. O atentado no aeroporto Ataturk é o mais recente alerta sobre a necessidade de uma ação conjunta contra o terror.

A pouco mais de um mês de sediar as Olimpíadas, o Rio se encaixa neste perfil e deve redobrar a vigilância. Por isso, é louvável a iniciativa do governo federal para uma atuação ainda mais integrada com serviços de segurança estrangeiros, sobretudo o americano e o israelense.
Herculano
30/06/2016 07:29
MAIS UM ACIDENTE NA BR 470 EM GASPAR.

Desta vez, sem mortes
Sidnei Luis Reinert
29/06/2016 21:51
Armas salvam de 15 a 100 vezes mais vidas do que matam.
Para cada vítima de arma de fogo, de 15 a 100 vidas são salvas por auto defesa com armas de fogo.
Como destruir em menos de 5 minutos uma âncora esquerdista e desarmamentista da CNN.
Estatística nas mãos de incautos é um perigo!
Essa gente não tem gabarito e nem capacidade para falar de números então que fiquem quietas!
O expert a desarmou e a deixou com cara de bunda.

https://www.youtube.com/watch?v=PPwjUE6tmgg
Sidnei Luis Reinert
29/06/2016 19:20
Suprema corte bolivariana em ação:

-José Dirceu foi perdoado do mensalão pelo STF...JESUISSSS....

- Marido de NARIZINHO FOI SOLTO DA CADEIA PELO T?"FOLI

-Condenado pode cumprir pena em casa se não houver vaga em presídio, determina STF.

Ladrão ainda vai virar profissão de carteira assinada!
Digite 13, delete
29/06/2016 18:26
Oi, Herculano;

"Até agora os cantores e artistas beneficiados com a Lei Rouanet, como Wagner Moura, Letícia Sabatella,Chico Buarque e outros, ainda não se manifestaram em relação aos abusos cometidos nos cofres públicos, dinheiro do trabalhador, que serviu até para festa de casamento. Onde estão estes "golpistas do dinheiro público" que abraçaram a causa da presidente afastada Dilma Rousseff, apenas por interesses próprios e não pela democracia e pelo país?

A paranaense, Letícia Sabatella disse que se Dilma caísse ela iria embora do país e morar, talvez, em Cuba."
Pedro Ribeiro, blog Sintonia Fina

O que está esperando que ainda não partiu?
Ana Amélia que não é Lemos
29/06/2016 18:16
Sr. Herculano:

O juiz Sérgio Moro aceita nova denúncia contra Zé Dirceu. Do Blog do Políbio

Ex-ministro de Lula responderá a acusações de corrupção e lavagem em ação relacionada à 30ª fase da Operação Lava Jato, batizada Vício. Irmão do petista também é réu no processo.

Seria melhor prisão perpétua ...
Ladrão bom é ladrão na cadeia.
Herculano
29/06/2016 17:21
JÁ VEM COM PRIMEIRA-DAMA, por Carlos Brickmann

Um homem discreto, tímido, que pouco se manifesta fora dos autos do processo, virou ídolo nacional. No lançamento do livro Bem-vindo ao inferno, que prefaciou, sobre a caça a Roger Abdelmassih, viajou de Curitiba a São Paulo, com a esposa, por sua conta, chegou ao evento de táxi, foi recebido com rosas brancas, aplaudido; e foi embora. Nem o jantar aceitou. Em Nova York foi o único brasileiro no jantar anual de gala da Time para as cem pessoas mais influentes do mundo, com Barack Obama, Donald Trump, Hillary Clinton, Putin, Angela Merkel. Time salientou que, sem maior autoridade que a de um juiz, "pode derrubar um presidente e talvez mudar a cultura de corrupção que há muito tem prejudicado o progresso de seu país". Em Curitiba, num show do Capital Inicial, neste sábado, a música Que país é este? deixou de ser destinada aos corruptos, como de hábito, e tocada em sua homenagem, enquanto o público delirava.

Em Nova York, houve até análise - favorável - da roupa de sua esposa. "Elegeu um vestido preto discreto e sofisticado. Clássico sim, careta não". "Estilo clássico, porém com dose discreta de ousadia. Ela é uma mulher de personalidade, que reserva pequenas surpresas no jeito de se vestir".

Sérgio Moro, anote, é candidato à presidência. Já vem até com primeira-dama, Rosangela Wollf Moro, ambos investigadíssimos e até agora ilibados. A situação pode mudar, ele pode não querer. Mas está na lista.

PIXULECAGEM

A partir de 1º de janeiro de 2003, cada funcionário público federal que tomou um empréstimo consignado pagou propina de R$0,85 à quadrilha que transferia dinheiro público para os partidos aliados do governo. A acusação ao ex-ministro Paulo Bernardo é ter chefiado essa quadrilha.

APOSENTADORIAS PARA QUEM

Se há uma coisa que o país adora é entrar em discussões erradas ou fora de hora. O presidente Temer lança agora ao debate a aposentadoria aos 70 anos. Legal! E o emprego para quem tem mais de 50 anos, quando se vai debater? De que adianta a aposentadoria garantida com 70 anos quando quem tem 40 é considerado velho e nem tem emprego para se aposentar?

QUEM É QUEM

A Lei Rouanet permite que empresas façam doações para projetos culturais aprovados pelo Ministério da Cultura e descontem tudo do Imposto de Renda a pagar. A pixulecagem superfatura as despesas, apresenta notas fiscais frias, duplica iniciativas; no fim, projetos modestos deixam de ser realizados, suspende-se a doação de livros a bibliotecas e escolas e o dinheiro é, claro, desviado. Na terça, a Federal cumpriu 37 processos de busca e apreensão e 14 de prisão temporária dos suspeitos de pixulecagem. Nomes: Ministério da Cultura, Bellini Eventos Culturais, KPMG, Scania, Demarest, Roldão, Intermédica Notre Dame, Laboratório Cristalia, Lojas Cem, Nycomed Produtos Farmacêuticos e Cecil.

EM COMPENSAÇÃO

O dinheiro sempre encontra seu destino. Felipe Amorim e Carolina Monteiro, da Bellini, promoveram um casamento inesquecível: um fim de semana inteiro na praia de Jurerê Internacional, Florianópolis, com show do sertanejo Leo Rodriguez ("Bara Bará Bere Berê", "Dói Né" e "Vai no Cavalinho"). Para economizar, nada de taças para champagne: bebia-se no gargalo. E tudo foi pago, segundo a Polícia Federal, com recursos para fins culturais da Lei Rouanet?" aquela cuja manutenção é exigida por artistas em todas as oportunidades. O casal que promoveu a festa foi preso nesta terça.

CONTANDO TUDO

O jornalista Ivo Patarra, petista dos primeiros tempos do partido, secretário de Imprensa da prefeita paulistana Luiza Erundina, lança hoje em São Paulo um livro revelador: Petroladrões - a história do saque a Petrobras. Na Livraria Cultura do Conjunto Nacional, a partir das 19h.

AVANÇANDO

Como as coisas mudam: em 2006, Ivo - jornalista de prestígio, filho de dois notáveis jornalistas, Judith e Paulo Patarra - lançou O Chefe, sobre o Mensalão, e apontando Lula como chefe da quadrilha. Levou quatro anos ouvindo negativas de editoras atemorizadas antes de conseguir editar o livro. Agora a receptividade foi bem maior, as editoras disputaram o produto e o livro sai antes que o corrente escândalo seja abafado por outro.

NOVO COMEÇO

O PT deve realizar um Encontro Nacional Extraordinário em dezembro, para analisar a situação e traçar novos caminhos. Deve ser o primeiro grande encontro petista a realizar-se em Curitiba.

PROGREDINDO

Dilma diz que, se voltar ao poder, fará um governo de transição. Beleza: de transação a transição já é um avanço.
Herculano
29/06/2016 17:12
OS COITADOS ROUBADOS POR PAULO BERNARDO TIVERAM PENA ANTECIPADA, por Mario Sabino, para o Antagonista

O Jornal Nacional mostrou que aumentou dramaticamente o número de aposentados inadimplentes. O motivo é que eles se acharam obrigados a arcar com as necessidades e os desejos dos seus filhos desempregados e netos sem perspectiva. Necessidades e desejos que resultaram em calotes, dada a exiguidade do que recebem por mês.

A crise na Europa já havia mostrado face semelhante - a de velhos que são obrigados a sustentar jovens adultos, numa inversão do que se presumia ser a direção natural das famílias. No Brasil, o problema adquire contornos ainda mais urgentes, porque as redes de proteção sociais são escassas, quando não completamente inexistentes.

Ao deparar com a notícia de que a prisão preventiva de Paulo Bernardo foi revogada por Dias Toffoli, voltei a pensar na reportagem do Jornal Nacional. A totalidade dos aposentados em dificuldades caiu no conto do crédito consignado. Ou seja, têm até um terço da sua renda descontado em folha pelo banco que lhes emprestou dinheiro. Com o que sobra, contraíram mais dívidas com financeiras - e, agora, estão sem crédito nenhum.

Segundo a Justiça de São Paulo, Paulo Bernardo chefiava uma organização criminosa que roubou 100 milhões de reais de funcionários públicos e aposentados que viram no consignado a miragem de melhorar o padrão de vida de si próprios e dos que os rodeiam. Era um roubo de formiguinha: pouco mais de um real por mês de cada devedor, pago a título de taxa de administração para uma empresa que repassava a "mais-valia" de cada real a Paulo Bernardo, PT e o resto daquela gente que só queria acabar com a fome no mundo.

Apesar de tamanha perversidade, Paulo Bernardo está solto. Na visão de Dias Toffoli, ele não pode sofrer "antecipação de pena". Mas os coitados que foram enganados pelos arquitetos do consignado, os coitados que foram roubados pelo ex-ministro et caterva, como os aposentados inadimplentes do Jornal Nacional, estes tiveram as suas penas antecipadas pelo serviço de proteção ao crédito. Para eles, o STF não existe.
Sidnei Luis Reinert
29/06/2016 16:15
TOFFOLI MANDA SOLTAR PAULO BERNARDO.

Ficou com pena da casal narizinho que assaltou aposentados e pensionistas endividados direto da folha de pagamento?

STF,puxadinho comunista!
Herculano
29/06/2016 13:15
DIAS TOFOLLI REVOGA PRISÃO DO EX-MINISTRO PAULO BERNARDO

Conteúdo do jornal Folha de S. Paulo.Texto de Bela Megale e Mário César Carvalho, com Márcio Falcão.
O ministro Dias Toffoli STF (Superior Tribunal Federal) revogou nesta quarta (29) a prisão do ex-ministro Paulo Bernardo, detido na última quinta-feira na Operação Custo Brasil, que investiga desvios do Ministério do Planejamento.

A decisão foi uma resposta da reclamação feita pela advogado dele, Juliano Breda, junto ao tribunal.

Na decisão, Toffoli que houve "flagrante e constrangimento ilegal, passível de correção por habeas corpus de ofício, determina-se cautelarmente a revogação da prisão preventiva".

"A prisão era absolutamente ilegal, profundamente injusta. A decisão seguiu rigorosamente a Constituição e os precedentes do STF", disse à Folha Juliano Breda.

O ministro revogou a prisão preventiva e determinou que a Justiça de São Paulo avalie a aplicação de medidas alternativas, como uso de tornozeleira eletrônica.

Na reclamação, a defesa pedia a nulidade da ação envolvendo Paulo Bernardo e que o caso fosse julgado no Supremo já que as provas relacionadas a ele são similares às que envolvem a esposa dele, a senadora Gleisi Hoffmann (PT- PR).

HIST?"RICO

Ex-ministro dos governos Lula e Dilma, Paulo Bernardo foi preso nesta quinta (23) na Operação Custo Brasil, um desdobramento da Lava Jato. O petista é acusado de ter se beneficiado de propina de contratos do Ministério do Planejamento que perduraram de 2010 a 2015.
Paty Farias
29/06/2016 13:06
Oi, Herculano

Jornalista Políbio Braga:

"No dia 26 de setembro do ano passado, a revista Veja levantou mais uma suspeita sobre Gleisi e Paulo Bernardo. O ex-vereador Alexandre Romano, acusado de repassar R$ 6 milhões para o advogado de Gleisi, comprou um apartamento de luxo em Miami, por R$ 671 mil. A Polícia Federal suspeita de que Romano seja o "laranja" nessa compra.

Os procuradores da Operação Lava-Jato e a Polícia Federal estão debruçados sobre declarações de bens da senadora Gleisi Helena Hoffmann (PT-PR) entregues à Justiça Eleitoral e a compra de quatro apartamentos ?" um deles da Camargo Corrêa, empreiteira que repassou R$ 1,5 milhão à petista ?" e investigam ainda se a petista e o marido Paulo Bernardo são donos de outro apartamento de luxo em Miami (EUA), comprado por US$ 671 mil ?" algo em torno de R$ 2,6 milhões no câmbio de hoje. Há ainda a suspeita de que o casal mantenha outro imóvel de luxo no litoral do Paraná."

A que ponto chega a cara de pau dessa gentalha. E ainda tem militonto que apoia.
Que país ridículo, somos!

É nesta sujeira que o PPS quer entrar como "novo"?
Herculano
29/06/2016 09:43
NOSSOS "SERIAL KILLERS", por Rui Castro, para o jornal Folha de S. Paulo

O procurador Deltan Dallagnol, coordenador da Lava Jato, comparou a corrupção a um assassinato em série, "que mata sorrateiramente milhares de pessoas em estradas esburacadas, hospitais sem remédios e ruas sem segurança". Significa: o dinheiro desviado para bolsos partidários ou particulares resulta em desassistência, pobreza e morte. Para Dallagnol, e com razão, o corrupto equivale a um "serial killer".

Em Londres, há duas semanas, fui à caça do "serial killer" mais famoso do mundo: Jack, o Estripador ?" o homem que, entre agosto e novembro de 1888, matou seis mulheres em Whitechapel, bairro miserável da zona leste da cidade. Sua identidade nunca foi descoberta. A cada 20 anos, alguém vem com a solução "definitiva" do caso, que logo se revela inconsistente e será substituída por outra.

Munido de mapas, nomes de ruas e tudo que sei sobre o Estripador, fui de táxi à distante Whitechapel. As velhas ruas por onde ele circulou ficaram modernas, sem interesse. Mas uma delas, a Gunthorpe Street, cenário do quarto assassinato, conserva a atmosfera original: sinistra, quase um beco, de paralelepípedos, prédios feios e sujos. Jack andou por aquelas pedras. E um pub, o White Hart, de 1721, continua lá - ou ele ou suas vítimas o frequentaram.

De repente, farejando o otário, saem das tocas as ofertas de "excursões guiadas" pelos passos de Jack, turmas com hora marcada a 10 libras por cabeça e venda de camisetas, chaveiros, abridores de garrafas. É decepcionante. Mas inevitável: Jack, o Estripador foi há 128 anos. Hoje, só mesmo para fins turísticos.

É o de que precisamos aqui - que, um dia, se possa promover excursões guiadas aos nossos "serial killers", digo, corruptos, por seus escritórios em Brasília, Rio, São Paulo. Mas, para isso, precisarão estar extintos ou a ferros.
Herculano
29/06/2016 09:38
QUEM TEM PENA DO CIDADÃO COMUM? por José Nêumanne, para o jornal O Estado de S. Paulo

Parte 1

Todos são solidários a Gleisi, mas ninguém o é às vítimas do furto de que o marido é acusado

Desde que a reputação de herói começou a forjar a armadura com a qual a opinião pública nacional protege a condição incólume da ação do juiz federal paranaense Sergio Moro, a inveja, o ciúme e o instinto de sobrevivência de alguns colegas de ofício dele passaram a maldizê-la com fervor. A primeira arma dessa luta vã é retórica: o comandante da Operação Lava Jato "não é nem pode ser o único juiz honesto do Brasil". Isso não basta para convencer o cidadão comum a abrir mão da "república de Curitiba", amada pelos representados e temida pelos representantes de nossa democracia cabocla, pois esta preserva um raro resquício do conceito basilar do Estado Democrático de Direito, até segunda ordem vigente entre nós: a igualdade de todos perante a lei. Em seguida a esse desafio, a esperança de mantê-la, ressurgida nos dois mensalões, o tucano e o petista, começou a plantar êmulos de Moro pelo País afora. Colegas menos expostos à luz dos holofotes se dispuseram a mostrar que há juízes em Berlim. E até mesmo fora do Paraná.

Na semana passada, emergiu do noticiário outro desses exemplos de que nem tudo é procrastinação no Judiciário pátrio. Chama-se Pedro Bueno de Azevedo, tem 38 anos e chefia a 6.ª Vara Criminal em São Paulo. De suas decisões emergiu a Operação Custo Brasil, que revela uma das maiores ignomínias perpetradas por criminosos de colarinho branco na História de nossa República: o pagamento de propinas ao partido político que capitaneia o time que governou o Brasil durante 13 anos, quatro meses e 12 dias, até o impeachment de Dilma Rousseff. Não é o maior no volume de furto. Mas o mais indecente na natureza do butim: o pagamento de propina para políticos fiéis a esse desgoverno e a seu partido, o PT, tungando sem anuência da folha de pagamento de um ministério, o do Planejamento, a cada mês e em taxas módicas, o suficiente para passar em brancas nuvens e "sair na urina". Paulo Bernardo, duas vezes ex-ministro, despontou no alto da ponta desse iceberg.

O fio da meada da devassa, feita pela Polícia Federal (PF) e pelo Ministério Público Federal (MPF) sob a égide de um juiz isento e insuspeito, foi puxado do depoimento do vereador Alexandre Romano, de Americana, na Operação Lava Jato. Não há, contudo, como estabelecer conexão com um laivo de perseguição do implacável Moro e seus intocáveis. Tornada notória na mesma ocasião em que o coordenador da Lava Jato, Deltan Dallagnol, cunhou o lema do caráter devastador do roubo generalizado do dinheiro público no Brasil "a corrupção é um serial killer sorrateiro", a operação jurídico-policial carrega a denominação mais exata do que qualquer outra antes empreendida. Custo Brasil diz tudo.
Herculano
29/06/2016 09:37
QUEM TEM PENA DO CIDADÃO COMUM? por José Nêumanne, para o jornal O Estado de S. Paulo

Parte 2

Os funcionários que tomaram empréstimos consignados de 2010 a 2015 pagaram R$ 1,25 pelos serviços da consultoria Consist, que, na verdade, custaram R$ 0,30, ou seja, um quarto. Do restante foram originados os R$ 100 milhões entregues aos ex-tesoureiros do Partido dos Trabalhadores João Vaccari Neto e Paulo Ferreira. Ex-deputado federal pelo PT do Paraná, o ministro do Planejamento de Lula e de Comunicações de Dilma ficou, segundo os investigadores, com R$ 7 milhões. Isso parece lana-caprina se comparado com os bilhões furtados de Petrobrás, BNDES e fundos de pensão.

Mas o procurador Andrey Borges de Mendonça, ao descrever o furto, lembrou que "a corrupção não é um privilégio da Petrobrás", ela "está espraiada como um câncer", e "o coração do governo estava agindo por esse mal". Esse vício maligno, descrito por Dallagnol como "uma assassina sorrateira, invisível e de massa... que se disfarça de buracos de estradas, de falta de medicamentos, de crimes de rua e de pobreza", acabou flagrado ao sair do bolso dos contribuintes para rechear contas bancárias de bandidos, passando pela folha de pagamento de servidores enganados de forma fria e cruel.

A Custo Brasil desnuda ainda uma expressão funesta da representatividade de nossa democracia: o corporativismo nefasto de "representantes" dos cidadãos, que mimam parceiros da corporação política e esquecem os representados. O PT, fundado para pôr fim à politicagem e à corrupção, não se solidarizou com os servidores, dos quais 46% dos sindicatos são filiados à CUT, nem com os mutuários de "sua" Bancoop ou os acionistas de "nossa" Petrobrás. Mas, sim, com ex-tesoureiros e mandatários vassalos do desgoverno afastado.

O Senado, por decisão do presidente, Renan Calheiros (PMDB-AL), exigiu do Supremo Tribunal Federal (STF) a anulação da busca e apreensão na casa de Bernardo, pedida pelos promotores, autorizada pelo juiz e efetuada pelos policiais. Motivo: o preso é casado com uma ex-chefe da Casa Civil de Dilma, Gleisi Hoffmann, que, senadora, tem direito a impunidade seletiva, vulgo foro privilegiado. Assim, o "direito alagoano" reescreve o romano e o anglo-saxônico ao instituir o puxadinho do privilégio, garantido no foro de Murici, em que os dois gozam o benefício de um pelo tálamo de ambos.

Essa comiseração corporativista inspirou a desfaçatez dos maganões. Com o tom exaltado com que execra Dilma, mas sem mais autoridade para manter a exaltação ao impeachment, o líder tucano na Casa, Cássio Cunha Lima, vociferou contra a violência de juiz, promotores e policiais, que "humilharam" a coleguinha casada com o indigitado. Sem levar em conta que o juiz tinha vedado na busca a coleta de quaisquer pertences ou documentos da esposa do procurado. O insigne líder do partido, que jura fazer oposição, não fez justiça aos funcionários furtados, mas aderiu ao coro mudo dos omissos, em que petroleiros calam quanto à bancarrota da Petrobrás, bancários ignoram o uso desavergonhado do BNDES e sindicalistas, o arrombamento dos fundos de pensão.

Na algaravia geral brasileira não se ouve uma só voz que se apiade do cidadão comum ou zele pela Pátria, mãe gentil
Herculano
29/06/2016 09:31
A IRRESPONSABILIDADE DE JOGAR CONTRA A RIO-2016, editorial do jornal O Globo

Movimento de policiais e bombeiros não disfarça o viés político por trás de chantagens e atos de quase terrorismo cujos alvos são turistas que chegam ao Rio para os Jogos

A mistura de esporte e política (e manifestações, sindicais ou corporativistas, dela derivadas) é, invariavelmente, indigesta. Tomar atividades voltadas em última instância para o entretenimento como refém de pautas a elas estranhas é sintoma, e grave, da doença do oportunismo, o sempre condenável, por definição, aproveitamento das circunstâncias para alcançar, pelo caminho mais curto, não raro eticamente condenável, algum resultado de interesse pontual. O país já experimentou, por exemplo, trocar apoio de partidos pela construção de estádios para satisfazer interesses de caciques, condicionar votos à participação de times de futebol em torneios etc. Os resultados costumam, sem exceção, ser ruinosos para os dois lados do balcão.

Não é outro, senão a motivação política, e em sua mais deletéria abordagem, o propósito do movimento que, a pouco mais de um mês do início dos Jogos Olímpicos, junta bombeiros a policiais civis e militares em ações que beiram o terrorismo. Alegadamente, eles cruzam os braços, em serviços essenciais no âmbito da segurança pública, e atemorizam turistas, cercando-os com faixas nos portões de entrada do Rio, contra o atraso de pagamentos que generalizadamente atinge o funcionalismo fluminense. Fazem da Rio-2016 instrumento de uma chantagem cujos objetivos passam ao largo dos interesses do esporte.

A irresponsabilidade dos policiais, agentes públicos que têm o dever, acima de quaisquer circunstâncias, de prover a segurança da sociedade revela um perigoso descompromisso com as atribuições que lhes são próprias ?" até por dever constitucional. Este é um dos ângulos das condenáveis ações, em curso ou por serem adotadas, que resultam no desamparo da população. Como tal, precisa ser enfrentado pelas autoridades com o rigor que a situação exige.

Por sua vez, a manipulação política visível no movimento de protesto que, anteontem, levou agentes públicos ao desembarque do Galeão - a mais ampla e movimentada porta de entrada da cidade que abrigará a Olimpíada - também precisa ser enquadrada no manual de comportamento e deveres dessa especial categoria de servidores estaduais. A faixa que eles abriram à vista de quem chegava ao Rio ("Bem-vindo ao inferno. A polícia e os bombeiros não recebem pagamento. Quem vier para o Rio de Janeiro não estará seguro", com dizeres em inglês) dá a medida de o quanto as organizações sindicais patrocinadoras extrapolaram os limites da civilidade.

Atraso dos salários é efeito direto da crise financeira do estado (de resto, do país). De fato, compromete o orçamento familiar de todos os servidores. A economia fluminense aderna, e, por certo, é preciso buscar responsabilidades. Mas isso deve ser feito no âmbito doméstico, dentro da esfera apropriada - nunca por meio de chantagens contra um evento que trará benefícios às próprias finanças estaduais. Jogar contra a Rio-2016 é opção irresponsável e contraproducente.
Herculano
29/06/2016 09:29
O CURRÍCULO

Tem pré-candidato que está criando provas contra si e deixando gravadas para serem usadas nas redes sociais durante a campanha. Vai ser sopa no mel.

A pergunta é: quem mesmo o orienta ou ele pensa que todos continuam analfabetos, ignorantes, desinformados e passivos? Acorda, Gaspar!
Herculano
29/06/2016 09:26
DESOCUPE CUNHA, por Dora Kramer, para o jornal O Estado de S. Paulo

A conversa de domingo à noite no Palácio do Jaburu entre o presidente em exercício Michel Temer e o presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha, não foi a primeira nem será a última "análise do quadro político" em que o tema subjacente às tratativas formais é a possibilidade de renúncia de Cunha. Não ao mandato de deputado, mas à presidência da Casa.

De uma ou duas semanas para cá, o assunto tem estado no centro das preocupações do Palácio do Planalto e adjacências. E por um motivo bastante mais objetivo que temores de (ainda) hipotética delação premiada ou tentativa de salvar a pele de Cunha: com Waldir Maranhão sentado na cadeira de presidente não dá. Quase nada anda em matéria de votações e, quando anda, o processo é muito mais complicado, entre outros motivos porque vira e mexe ele é impedido pelos deputados de tocar a sessão. Agora mesmo a Câmara está praticamente parada há duas semanas.

Além da agenda legislativa prejudicada, a Casa vive em tensão permanente. De um lado pela rejeição a Maranhão e de outro pelo desejo quase consensual de que Cunha se afaste para abrir espaço à eleição de um novo presidente para cumprir mandato até fevereiro de 2017. Fora isso, ao Palácio do Planalto interessa contar com uma interlocução que possa ser feita à luz do dia, sem dar margem a especulações. A cada vez que alguém do governo se encontra com Eduardo Cunha surgem versões sobre articulações para favorecê-lo no processo de cassação do mandato.

O encontro de domingo ocorreu por solicitação de Cunha. Segundo assessores do presidente em exercício, para uma conversa de "prospecção". Temer poderia até se recusar a recebê-lo, mas criaria uma hostilidade desnecessária. E, sobretudo, contraproducente, pois quando se sente hostilizado Eduardo Cunha costuma firmar o pé na direção contrária. Portanto, a avaliação é a de que não se pode tentar lhe dar um xeque-mate. O melhor é administrar a situação com punhos de renda.

Como fez Michel Temer no domingo, em trabalho qualificado por aliados como de "relações públicas". Não diz diretamente que deve renunciar, mas procura fazer ver a ele que o gesto poderia angariar alguma simpatia no colegiado (hoje majoritariamente antipático) no plenário quando da votação do pedido de cassação do mandato.

A possibilidade de que a cassação não seja aprovada, contudo, hoje é considerada muito remota. E, conforme dito a Eduardo Cunha, porque ele esticou demais a corda. Hoje qualquer um que viesse a se posicionar a seu favor seria mal visto pela opinião pública. Ninguém do governo diz isso a ele, mas o fato é que na visão geral Eduardo Cunha perdeu e precisa o quanto antes realizar a derrota, da maneira ainda mais suave à disposição dele: a renúncia à presidência.

Pelo simples fato de que o tempo dele está acabando. De acordo com o que dizem companheiros de fortuna e infortúnio, cabe a ele perceber.

A lei e a marra. A chamada Lei das Estatais, que estava prevista para ser sancionada ontem e obriga a contratação de "técnicos" para postos de direção em empresas públicas, impedindo a nomeação de políticos, é daquelas providências supostamente moralizadoras, mas só supostamente.

A Lava Jato e outras operações estão servindo para revelar que técnicos, quando querem e obtêm vantagem nisso, operam em nome de políticos. Eles podem ser tão corruptos quanto. Com a desvantagem, para o público pagante, de que contribuem para a desmoralização da política.

"Técnico" não é garantia de nada. Ao contrário, não depende de voto, vive na sombra de quem depende. Protegido do escrutínio popular.
Herculano
29/06/2016 09:24
HOJE É DIA DE SÃO PEDRO, O PADROEIRO DA CIDADE DE GASPAR E QUE DAVA NOME À FREGUESIA DE SÃO PEDRO, NASCIDA NO BELCHIOR, FEITAS DE ALEMÃES CAT?"LICOS VINDOS DE SÃO PEDRO DE ALCÂNTARA E OUTROS QUE PASSARAM ANTES PELO POCINHO

JÁ ESTÁ EM MARCHA A TRADICIONAL FESTA DE SÃO PEDRO DA PAR?"QUIA QUE VENERA O AP?"STOLO DO MESMO NOME
Herculano
29/06/2016 07:00
"ALIANÇA COM PMDB DE TEMER FOI MEU MAIOR ERRO", DIZ DILMA

Conteúdo do jornal Folha de S. Paulo. Texto de João Pedro Pitombo, de Salvador. A presidente afastada, Dilma Rousseff (PT), afirmou nesta terça-feira (28) em entrevista à rádio "Metrópole", da Bahia, que a aliança com o PMDB do presidente interino, Michel Temer, foi o maior erro cometido por ela em sua gestão.

"O erro mais óbvio que cometi foi a aliança que fiz para levar a presidência nesse segundo mandato com uma pessoa que explicitamente, diante do país inteiro, tomou atitudes de traição e usurpação", afirmou.

Segundo Dilma, essa não foi uma questão pessoal e Temer não "representa a si mesmo".

"Não acho que o vice-presidente representa a si mesmo. O grupo que ele representa, e o encontro com Eduardo Cunha [no último domingo] mostra isso, é um grupo político. E eu errei em fazer aliança com esse grupo político", disse a petista.

Dilma ainda afirmou que vê possibilidade de um retorno ao exercício do cargo com a votação do processo de impeachment em agosto, no Senado.

Questionada sobre como governaria sem uma base sólida no Congresso Nacional, defendeu a necessidade de uma reforma política, mas não falou em propostas de plebiscito ou novas eleições. Disse que sua volta ao exercício da Presidência será a condição para "restabelecer a democracia no Brasil".

Segundo a presidente afastada, "o sistema político do Brasil está em processo acelerado de deterioração". E exemplificou com o encontro Michel Temer e o presidente afastado da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB), no último domingo (26).

Segundo ela, Temer não conseguiria governar sem conversar com Cunha. E ironizou o encontro: "Não foi sobre futebol que eles conversaram".

CRÍTICAS AO GOVERNO

Na entrevista, Dilma ainda fez uma série de críticas ao governo Temer. Afirmou que o presidente interino "considera a cultura irrelevante", ao tomar a decisão de extinguir o ministério. E criticou a equipe de ministros sem mulheres e negros.

Dilma também afirmou que o novo governo apresenta uma pauta conservadora e que retira direitos dos trabalhadores.

"Estamos vendo nesses parcos 45 dias do governo provisório, um crescente avanço para retirar direitos. Reduzem o Pronatec e agora eles estão dizendo que vão exigir 70 anos para que as pessoas tenham direito à aposentadoria", disse, numa referência à possível proposta de reforma da Previdência de Temer.

A petista ainda citou a perícia realizada pelo Senado para afirmar não teve participação nas chamadas "pedaladas fiscais".

E afirmou que não houve dolo na publicação dos decretos que não haviam sido autorizados pelo Congresso Nacional.

"Eu não fui informada da suposta incompatibilidade dos decretos em relação à meta fiscal. Também neste caso esta eliminada qualquer dúvida em relação ao fato. Não há dolo, portanto, não há crime", disse.

REPERCUSSÃO INTERNACIONAL

Dilma ainda comparou o impeachment com o processo que levou ao suicídio de Getúlio Vargas em 1954 e afirmou que em ambos os casos houve uma aliança entre setores descontentes da mídia, oligarquias políticas e grupos empresariais. Também comparou o processo com o golpe militar de 1964.

"Este [golpe] é parlamentar (...) Eles tiveram o cuidado de tentar impedir sistematicamente que se chamasse esse projeto de golpe, e não foram bem sucedidos. Porque, como a imprensa internacional não tem os mesmos compromissos das cinco famílias brasileiras [donas de grupos de mídia], ela nos ajudou muito a caracterizar como golpe."
Herculano
29/06/2016 06:55
CÂMARA SUSPENDE ATIVIDADES, NÃO SUAS DESPESAS, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou nos jornais brasileiros

A suspensão das atividades da Câmara, decidida pelo presidente interino Waldir Maranhão (PP-MA), não foi seguida da suspensão das despesas rotineiras dos parlamentares e seu staff. Ganhando R$ 33,7 mil por mês, mais R$ 92 mil de verba de gabinete e R$ 45,6 mil de "cota para o exercício parlamentar", cada deputado custa R$ 171,4 mil por mês (R$ 5,7 mil por dia) à Câmara, apareça ou não para trabalhar.

TUDO COMO ANTES
Também não foram suspensos os gastos dos deputados com celulares, passagens aéreas, restaurante, selos, combustíveis, que pagamos.

PROTEÇÃO AMIGA
Maranhão suspendeu as atividades dos deputados, como antecipou esta coluna, para não ter de votar a cassação de Eduardo Cunha.

DEBOCHE
Miro Teixeira (Rede-RJ) está indignado com a suspensão de atividades à revelia dos deputados, que serão cobrados. "É um deboche", ataca.

FALTOU RESPEITO
"Ele não tem respeito por ninguém", diz Sóstenes Cavalcante (DEM-RJ) sobre Maranhão, alguém sem condição de presidir a Câmara.


'DESINVESTIMENT'' APAVORA EMPRESÁRIOS DO RIO
O presidente da Associação Comercial do Rio de Janeiro, Paulo Protásio, desembarca em Brasília nesta quarta (29), com uma ideia fixa: convencer o presidente Michel Temer a liderar esforços para melhorar a imagem do Brasil no exterior. Zika vírus, ladroagem da era PT e a mentira do "golpe" estão provocando o que os especialistas denominam de "desinvestimento" no País. A situação é mesmo grave.

IMAGEM NO LIXO
O Brasil precisa recuperar a confiança dos investidores para retomar o crescimento, mas, com imagem no lixo, isso é cada vez mais distante.

TEMOR DE SER ROUBADO
Escândalos de corrupção, ainda que combatidos por operações como a Lava Jato, afugentam aqueles que temem pela sorte do seu dinheiro.

BYE BYE
A perda do grau de investimento pelas maiores agência de rating do mundo foi decisiva para acelerar a debandada de investidores.

EMUDECERAM
Artistas que lutaram pela preservação dos cargos dos seus amigos, no Ministério da Cultura, deveriam demonstrar publicamente que não se locupletaram do esquemão que nos últimos anos afanou R$ 180 milhões dos cofres públicos, usando a Lei Rouanet como pé-de-cabra.

SILÊNCIO GRITANTE
O Senado faz silêncio constrangedor sobre o roubo a servidores e aposentados em dificuldades, que levou à prisão do ex-ministro Paulo Bernardo, marido de Gleisi Hoffmann (PT-PR). Muito estranho.

ZIKA É PRETEXTO
Outro golfista famoso, australiano Jason Day, anunciou que não virá aos Jogos Olímpicos com medo do zika. Lorota. Eles não virão porque jogos olímpicos não distribuem prêmios milionários. Simples assim.

ESSES AMERICANOS...
A Suprema Corte dos Estados Unidos reverteu a sentença da Justiça do estado de Virgínia que condenara um ex-governador por corrupção. Pior: a decisão abre margem para a reversão de outras condenações.

SONHO PORTENHO
Segundo o jornal argentino La Nación, fontes do Itamaraty sustentam que o presidente Michel Temer "não confia plenamente" no chanceler José Serra, e que eles têm planos diferentes para o Brasil no Mercosul.

ALERTA VERMELHO
Ricardo Izar (PSD-SP) alerta que houve erros no processo contra Eduardo Cunha no Conselho de Ética. "Os erros foram corrigidos, mas houve equívocos que podem comprometer o processo", diz.

BOLSA BILHÕES
O programa Bolsa Família já distribuiu, este ano, cerca de R$ 8,96 bilhões a famílias cadastradas. Só a Bahia, governada pelo PT, recebeu R$ 1,19 bilhão da verba do governo federal.

AMIGO DA ONÇA
O deputado Ricardo Tripoli (PSDB-SP) cobrou do ministro da defesa, Raul Jungmann, a demissão do comandante responsável por onça morta após passagem da tocha olímpica em Manaus (AM).

PENSANDO BEM?
...não há "digitais" de Dilma no crime das pedaladas por uma simples razão: ela foi a mandante
Herculano
29/06/2016 06:50
HÁ GOLPE, por Elio Gaspari para os jornais O Globo e Folha de S. Paulo

No sábado, dia 25, a senadora Rose de Freitas, líder do governo de Michel Temer no Senado, disse o seguinte: "Na minha tese, não teve esse negócio de pedalada, nada disso. O que teve foi um país paralisado, sem direção e sem base nenhuma para administrar."

Na segunda-feira, dia 27, a perícia do corpo técnico do Senado informou que Dilma Rousseff não deixou suas digitais nas "pedaladas fiscais" que formam a espinha dorsal do processo de impeachment. Ela delinquiu ao assinar três decretos que descumpriam a meta fiscal vigente à época em que foram assinados. Juridicamente, é o que basta para que seja condenada por crime de responsabilidade. (Depois a meta foi alterada, mas essa é outra história.)

Paralisia, falta de rumo e incapacidade administrativa podem ser motivos para se desejar a deposição de um governo e milhões de pessoas foram para a rua pedindo isso, mas são insuficientes para instruir um processo de impedimento. Como diria o presidente Temer: não "está no livrinho".

Se uma coisa tem o nome de julgamento, ela precisa guardar alguma semelhança com um julgamento, mesmo que a decisão venha a ser política.

Durante a ditadura, parlamentares perdiam seus mandatos em sessões durante as quais, em tese, era "ouvido" o Conselho de Segurança Nacional. Nelas, cada ministro votava. Ninguém foi absolvido, mas o conselho era "ouvido". Tamanha teatralidade teve seu melhor momento quando o major-meirinho que lia o prontuário das vítimas anunciou:

- Simão da Cunha, mineiro, bacharel...

Foi interrompido pelo general Orlando Geisel, chefe do Estado Maior das Forças Armadas:

... Basta!

Bastou, e o major passou à próxima vítima.

Dilma Rousseff é ré num processo que respeita regras legais, mas se a convicção prévia dos senadores já está definida na "tese" da líder do governo, o que rola em Brasília não é um julgamento. É uma versão legal e ritualizada do "basta" de Orlando Geisel.

O constrangimento provocado pelo resultado da analise técnica das pedaladas aumenta quando se sabe que a maioria do atual governo na comissão de senadores passou a rolo compressor em cima do pedido de perícia, feito por José Eduardo Cardozo, advogado de Dilma. Ela só aconteceu porque Cardozo recorreu ao Supremo Tribunal Federal e o ministro Ricardo Lewandowski deu-lhe razão.

Desde o início do processo de impeachment estava entendido que a peça acusatória não viria com a artilharia do petrolão e de outros escândalos da presidente afastada. Haveria uma só bala, de prata, contábil. No caso dos três decretos assinados pela presidente, houve crime. Isso é o que basta para um impedimento, mas deve-se admitir que esse critério derrubaria todos os governantes, de Michel Temer a Tomé de Sousa.

Os partidários da presidente sustentam que o seu impedimento é um golpe. Não é, porque vem sendo obedecida a Constituição e todo o processo está sob a vigilância do Supremo Tribunal Federal.

Pelas características que adquiriu, o julgamento de Dilma Rousseff vai noutra direção. Não é um golpe à luz da lei, mas nele há um golpe no sentido vocabular. O verbete de golpe no dicionário Houaiss tem dezenas de definições, inclusive esta: "ato pelo qual a pessoa, utilizando-se de práticas ardilosas, obtém proveitos indevidos, estratagema, ardil, trama".
Herculano
29/06/2016 06:46
Ao Entre Montanhas

1. Uma perícia simples, pode mostrar o tempo em que sumiram as resoluções do site da Câmara de Gaspar e quando elas exatamente retornaram, por obrigação, medo e necessidade. A internet tem destas coisas: deixa rastros e desmancha políticos e gestores públicos tidos como espertos.

2. Focar em ideias? Hum! Faço isso sempre. Entretanto, ideias só são possíveis na concepção, ou vocalizadas e verdadeiramente realizadas por pessoas. E é ai que mora o perigo da enganação, do marketing, do discurso. Resumindo: tem gente que empresta a ideia, mas sabe-se que não acredita, disfarça e não possui condições de aplica-la até por limitações e falta de liderança. Acorda, Gaspar!
Sidnei Luis Reinert
29/06/2016 06:15
Lei Rouanet pagou campanha de Lula 2007 ?" 2010
Posted on 28 de junho de 2016 by CristalVox


Lula se beneficiou da Lei Rouanet para financiar suas campanha? É íncrível: A cada enxadada uma "colônia de minhocas"? Bastou um exame na Internet para se comprovar que o Partido dos Trabalhadores é uma grande organização criminosa. Que espalhou seus tentáculos em todos os setores da economia e da política no Brasil

A Bellini Cultural está diretamente ligada na campanha de Lula em 2007 -2010. Avançou pelas campanhas de Chaves, Mujica, Tabaré Vasques?.



O programa de governo de Lula está no portfólio da Bellini Cultuiral? Não são necessários maiores comentários.. A Polícia Federal já sabe de tudo!

Prendeu a famiglia Bellini inteira?

A empresa já retirou o site do Ar?
Entre Montanhas
28/06/2016 22:04
Sr. Herculano,
Não sabes o que é uma proposição? Pesquise corretamente este termo em qualquer legislativo e encontrarás, no conjunto da Legislação, diversas Resoluções, Requerimentos, Indicações...Uma boa e honesta informação faz bem a toda sociedade.
Aliás, que tal focar nas ideias e não somente nas pessoas? Penso que seria mais construtivo e oportuno, e ainda serviria como instrumento de mudança para este novo País que esperamos nascer.
Sandro Reisig
28/06/2016 21:00
Herculano

Assistindo as entrevistas dos candidatos a Prefeito na internet, Kleber e Marcelo, até agora não disseram nada com coisa nenhuma, pra mim o Marcelo foi o pior, o Kleber foi o menos pior. Por enquanto estamos ferrados, estes dois deveriam botar a viola no saco e pedirem para sair, tá feia a coisa.
Despetralhado
28/06/2016 18:53
Oi, Herculano;

A Câmara dos Vereadores de Gaspar vai entrar em férias a partir da semana que vem, graças ao Marcelo Brick e Hilário Melato que não reduziram os dias, e preferem a vagabundização.
Ana Amélia que não é Lemos
28/06/2016 18:44
Sr. Herculano:

Veja só o que encontrei no Blog do Noblat.
Quero oferecer especialmente para o vereador Giovânio Borges:

"Como os petistas tem vassalos, e não orientados, eles exigem que os outros se ajoelhem diante deles."
Janaína Paschoal - advogada.
Herculano
28/06/2016 18:34
UM BECO PERIGOSO, O JOGO

Depois de receber o terceiro ofício do eleitor Pedro da Silva, pedindo a cassação do prefeito Pedro Celso Silva, PT, por ele, ignorar que funcionários públicos municipais e em cargos de comissão envolvidos em supostos crimes e não ser tomada nenhuma providência, a Câmara resolveu dar o primeiro passo.

Isto só aconteceu diante da insistência de Pedro, e do fato se tornado público e com grande repercussão nesta coluna, a única que vem trabalhando este assunto que o PT de Gaspar que ver escondido de todos os gasparenses.

Este passo foi dado hoje pelo vereador Antônio Carlos Dalsochio, PT, cunhado do prefeito Pedro Celso Zuchi, PT, e presidente da Comissão de Economia, Finanças e Legislação, onde tudo parou, segundo justificava o presidente da Casa eleito e posto no cargo pelo PT, Giovânio Borges, PSB.

Para ganhar tempo, já que os vereadores de Gaspar vão entrar de férias, mais uma vez a partir da semana que vem, Dalsochio fez um requerimento, o 74/2016 ao cunhado prefeito, "solicitando digne-se remeter a esta Casa de Leis, dentro dos prazos legais e regimentais, informações acerca dos fatos elencados na denúncia efetivada pelo Sr. Pedro da Silva, que tramita nesta Casa de Leis, com o fito de esclarecer se há qualquer medida judicial a respeito dos fatos narrados na presente".

Foi aprovado. Quando chega este ofício chegará ao Executivo e quando Zuchi e o PT vão se dignar a responde-lo, isto será outra história.

Por isso, Pedro está decidido encurtar o caminho diante do cansaço que Giovânio Borges e o PT deram ao seu caso e sinalizaram a falta de seriedade que vão tratar dele agora em diante. Pedro vai ao Ministério Público, o que cuida da Moralidade Pública, contar todos os detalhes.

O PT nacional que tanto condena as jogadas protelatórias do ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha, PMDB, para se evitar o seu julgamento e punição a que está sujeito, em Gaspar aplica a mesma fórmula e isso normal. Acorda, Gaspar!
Paty Farias
28/06/2016 18:28
Oi, Herculano

Do blog do Políbio:

"O DEM quer cópias dos contratos que valeram R$ 200 milhões da Eletrobrás para o cunhado da senadora Vanessa Grazziotin, PCdoB do Amazonas."

Puxando uma pena sai uma galinha?
Agora, vai sair é a granja toda.
Mariazinha Beata
28/06/2016 18:20
Seu Herculano;

Recadinho curdo e grosso:

Givânio, bem feito!!!

Bye, bye!
Herculano
28/06/2016 15:31
Um texto que os jovens eleitores de Gaspar (e não são poucos) deveriam ler para refletir sobre a importância decisiva deles nas eleições de outubro. Os velhos tramam com gente disfarçada de nova (na idade)para que tudo continue antigo por aqui, com a cara do PT, do PCdoB, do PDT... e da maioria embriagada com as velhas práticas políticas da atual Câmara de Vereadores. A minha geração já sabia disso, pois cantávamos (e praticamos): "quem sabe faz a hora e não espera acontecer...", ou "pra não dizer que não falei de flores", de Geraldo Vandré (que vai no post anterior para os que a desconhecem). Ou seja, a mudança só haverá se o plug-in virtual dos jovens de hoje, for o da transformação real em todo o processo para o novo, sem disfarces, numa nova (re)construção.

REINO UNIDO: VELHINHOS MÃO-NA-MASSA DÃO BAILE NA "GERAÇÃO HASHTAG", por Fernando Gouveia, para o Implicante.

A geração mais mimada da história deixou de comparecer às urnas e assim aprendeu que não adianta nada somente fazer "textão", sem cuidar da parte prática das coisas da vida.

Todos já sabemos, a esta altura, que os eleitores do Reino Unido optaram pela saída da União Europeia, um resultado eleitoral que espantou a muitos e decorreu da votação expressiva dos mais velhos.

Independentemente do mérito da decisão, há um dado importante a merecer debate por si só: a mesma rapaziada que simplesmente não foi votar (o voto por lá é optativo) agora está inconformada com o resultado.

O caso é perfeito retrato dessa "geração hashtag" (ou "juventude textão"). Em vez de adotar medidas efetivas e práticas, muitos (muitos!) jovens de hoje preferem enfrentar os problemas colocando banner em avatar de rede social, fazendo petições inócuas, criando eventos de existência apenas virtual e, claro, fazendo aqueles longos textões indignados (muitos até mesmo ficcionais, dentro da chamada "literatura de fanfic").

Descobriram, afinal, que fazer apenas esse tipo de coisa não adianta nada. Os problemas só podem ser resolvidos por meio de ações concretas, não "lacradas" online.

Enquanto a molecada café-com-leite vive nesse mundo de fantasia, no qual TUDO é possível e NADA lhes pode ser negado, os mais velhos do Reino Unido - habituados a meter a mão na massa para resolver os problemas - deram um verdadeiro baile e, por que não dizer?, também uma surra eleitoral.

E falo aqui mais da improvável vitória do que da margem de votos, que foi mesmo apertada. Numa analogia: o time ganhar por 1 gol de outro supostamente bem mais forte tem efeito similar ao golear de 7 uma equipe parelha.

Vários argumentos estapafúrdios apareceram pra tentar explicar ou refutar o resultado, merecendo destaque (negativo) os que tentaram reputar menos valor ao voto dos mais velhos, já que teriam "menos tempo de vida" para arcar com os efeitos da decisão.

Isso é uma bobagem inacreditável, já que justamente os mais experientes - sobretudo os de lá ?" sabem muito bem, e por experiência própria, o que significa uma mudança geopolítica dessa monta. Se esse tipo de coisa dependesse apenas da meninada de 18/19 anos, aliás, todo o Reino Unido seria uma grande fazenda comunitária na qual cada um faria o que bem entendesse (para dali a dois meses entrar em colapso total).

De mais a mais, é melhor mesmo o futuro de um país ser decidido pela parcela da população que vai em peso para as urnas, obviamente mais preocupada com os fatos, ao contrário daquela fatia etária que dá de ombros para uma eleição, certamente mais interessada nos números de "like" e outras coisas igualmente importantíssimas.

A situação fica ainda mais vergonhosa quando se considera o dado estatístico: há bem menos pessoas maiores de 50 anos do que abaixo dessa idade. Por mais que uma população idosa cresça, em todo lugar esse número é sempre inferior àquele da mais jovem (com exceção talvez das praças de Águas de Lindóia e da torcida do Santos).

Os jovens do Reino Unido, portanto, preferiram não ir às urnas. E agora devem arcar com as consequências desse desleixo. Senão pela democracia, também pelo efeito pedagógico.

E é preciso ter MUITO respeito com os "velhos" que foram responsáveis por distribuir pontapés nos nazistas. Muito respeito, mesmo. No mesmo sentido, essa nova geração precisa acordar de uma vez para a vida real, que quase nunca se altera apenas por campanhas online - muitas das quais elaboradas ou apoiadas apenas por marketing pessoal de engajamento fingido.

Que o episódio, por fim, sirva para esse aprendizado. E que a molecada agradeça os "velhos" também por mais essa lição.
Herculano
28/06/2016 15:26
PRA NÃO DIZER QUE NÃO FALEI DE FLORES, por

Caminhando e cantando
E seguindo a canção
Somos todos iguais
Braços dados ou não
Nas escolas, nas ruas
Campos, construções
Caminhando e cantando
E seguindo a canção

Vem, vamos embora
Que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora
Não espera acontecer

Vem, vamos embora
Que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora
Não espera acontecer

Pelos campos há fome
Em grandes plantações
Pelas ruas marchando
Indecisos cordões
Ainda fazem da flor
Seu mais forte refrão
E acreditam nas flores
Vencendo o canhão

Vem, vamos embora
Que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora
Não espera acontecer

Vem, vamos embora
Que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora
Não espera acontecer

Há soldados armados
Amados ou não
Quase todos perdidos
De armas na mão
Nos quartéis lhes ensinam
Uma antiga lição
De morrer pela pátria
E viver sem razão

Vem, vamos embora
Que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora
Não espera acontecer

Vem, vamos embora
Que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora
Não espera acontecer

Nas escolas, nas ruas
Campos, construções
Somos todos soldados
Armados ou não
Caminhando e cantando
E seguindo a canção
Somos todos iguais
Braços dados ou não

Os amores na mente
As flores no chão
A certeza na frente
A história na mão
Caminhando e cantando
E seguindo a canção
Aprendendo e ensinando
Uma nova lição

Vem, vamos embora
Que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora
Não espera acontecer

Vem, vamos embora
Que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora
Não espera acontecer
Herculano
28/06/2016 11:50
da série: os criminosos sociais que usam as corporações de classe precisam do silêncio para se perpetuarem ou se autoperdoarem no crime contra a própria classe

SILÊNCIO NO SINDICALISMO, José Casado, para o jornal O Globo

A quietude sobre maracutaias no crédito aos servidores, na Petrobras e nos fundos de pensão é a trilha sonora das fissuras na base sindical do PT: 46% da CUT são do setor público.

Mais de 800 mil servidores públicos federais foram vítimas de fraude no sistema de créditos consignados.

A imposição de taxa extra sobre cada pagamento realizado nos últimos cinco anos por funcionários endividados proporcionou ganho lotérico (mais de R$ 100 milhões) a pessoas vinculadas ao PT, na maioria emergentes do ativismo sindical. A polícia prendeu um ex-ministro de Lula e Dilma, Paulo Bernardo.

Roubados, também, foram mais de 500 mil sócios dos fundos de pensão de Petrobras, Caixa e Correios. Devem atravessar as próximas duas décadas com cortes na renda de aposentadorias e pensões. Os negócios suspeitos da última década corroeram o patrimônio de Petros, Funcef e Postalis, que somaram déficit de R$ 33,6 bilhões apenas no ano passado. Metade da conta será paga pela sociedade, via aportes extras das empresas estatais.

As estranhas transações foram realizadas por gestores vinculados ao PT de Lula e Dilma e ao PMDB de Michel Temer, Renan Calheiros e Eduardo Cunha. A maioria teve origem no ativismo sindical e ascendeu no loteamento político.

Sindicalismo não é sinônimo de rapinagem. Porém, merece reflexão o fato de que nos últimos 12 anos os principais gestores dos fundos de Petrobras, Banco do Brasil, Caixa e Correios tenham saído das fileiras do Sindicato dos Bancários de São Paulo. Vieram dali, também, expoentes da burocracia do PT como Ricardo Berzoini, ex-presidente, e João Vaccari Neto, ex-tesoureiro do partido, arquitetos de outra iniciativa que redundou em fraude, a Bancoop.

A opção pela alavancagem de ativistas sindicais ao papel de gestores, no loteamento político das estatais e fundos de pensão, foi uma característica dos governos Lula e Dilma. Foi assim que Petrobras ganhou dois Josés (Dutra e Gabrielli).

As razões tiveram mais a ver com perspectivas de poder e negócios do que com ideologias. Havia um projeto de mando, desenhado desde os primórdios do PT e da CUT, por Luiz Gushiken, então presidente dos bancários de São Paulo.

Casta emergente no PT, os sindicalistas atuaram como força-tarefa, privilegiando algumas empresas no acesso às gôndolas de dinheiro público, como o Fundo de Amparo ao Trabalhador, fonte dos recursos subsidiados do BNDES.

Exemplar é o caso de Marcelo Sereno, antigo dirigente do PT e chefe de gabinete da Casa Civil sob José Dirceu. Sereno é personagem recorrente nos escândalos da Loterj, mensalão, da Petrobras e dos fundos de pensão. Sua biografia une a direção da CUT-Rio, Dirceu, os ex-governadores Anthony Garotinho e Benedita da Silva, o presidente do PT-Rio Washington Quaquá, o deputado suspenso Eduardo Cunha e figuras como Ricardo Magro, dono de 21% do grupo Galileo.

Preso ontem, Magro está no centro de uma fraude a 350 mil associados da Petros e Postalis ?" negócio de R$ 80 milhões com debêntures de universidades, que prejudicou também 15 mil estudantes no Rio, na maioria pobres e dependentes do crédito governamental.

É notável o silêncio sobre as maracutaias no crédito consignado ao funcionalismo, na Petrobras e nos fundos estatais, entre outras. É a trilha sonora das fissuras na maior base sindical do PT: 46% dos vinculados à CUT pertencem ao setor público.
Herculano
28/06/2016 11:44
TEORIA E PRÁTICA PETISTA, editorial do jornal O Estado de S. Paulo

Uma coisa é locupletar-se com recursos públicos, enriquecer metendo a mão no dinheiro do povo. Isso é feio e condenável. Coisa muito diferente é desviar dinheiro do governo, de suas instituições financeiras e de suas empresas para os cofres do partido, para financiar a luta em defesa dos fracos e oprimidos. Isso é bonito, elogiável, demonstra idealismo. Esse absurdo, sempre subjacente na estratégia política do PT, emerge com força no momento em que, em desespero de causa, o lulopetismo tenta afinar um discurso que garanta sua sobrevivência.

A ideia seria o partido fazer uma admissão pública de culpa pelas ilicitudes que seus dirigentes praticaram, deixar clara, mesmo que apenas implicitamente, a reprovação àqueles que agiram movidos apenas, ou oportunisticamente, pela ganância, e pedir desculpas pela prática da corrupção "benigna", aquela movida pela nobre intenção de arrecadar recursos para a luta na defesa dos interesses e da soberania populares. A ideia dessa nova estratégia, por enquanto debatida intramuros na direção do PT, foi revelada em matéria de Ricardo Galhardo, no Estado de domingo.

Para exemplificar: José Dirceu e André Vargas, condenados pela Justiça por se terem beneficiado pessoalmente de atos de corrupção, não merecem solidariedade pública, pois ofenderam a "ética interna". Já outro condenado, o ex-tesoureiro João Vaccari Neto, arquiteto de amplo esquema de propinas carreadas para o financiamento das atividades partidárias e de campanhas eleitorais, é considerado um militante exemplar, um verdadeiro mártir do lulopetismo.

Um posicionamento firme e claro do PT em relação aos escândalos de corrupção em que está envolvido e principalmente no que diz respeito a seus filiados que estão presos está sendo exigido pelos próprios petistas atrás das grades, que se sentem abandonados pela direção partidária. Vaccari Neto, por exemplo, ao mesmo tempo que se tem queixado da falta de solidariedade dos correligionários, argumenta que ações como as da Lava Jato têm clara conotação política, objetivando a desestabilização do PT. Os formuladores dessa aberração moral não são alienados ?" são apenas desonestos e nada mais.

O próprio presidente nacional da legenda, Rui Falcão, é um aguerrido defensor dessa teoria. Mas essa é uma questão que aparentemente o comando petista não considera oportuno discutir publicamente no momento. Ao que tudo indica, só pretende fazê-lo, no âmbito da estratégia de sobrevivência política da legenda, lá pelo fim do ano, depois da definição do impeachment de Dilma Rousseff.

Para aplacar a crescente revolta dos encarcerados que se consideram abandonados pelo PT, até mesmo Lula tem procurado estimular dirigentes do partido a manifestar solidariedade a inquilinos das prisões de Curitiba. É um sintoma de que há alguma procedência nos rumores que circularam em Brasília, de que prisioneiros como José Dirceu e Vaccari Neto estariam cogitando contar o que sabem.

Quanto à tese da corrupção "benigna", é inacreditável que a aceitem - ou pelo menos a tolerem - intelectuais, acadêmicos, artistas e toda sorte de celebridades ávidas por se apresentarem como "progressistas" e que por isso preferem não questionar o princípio imoral e indecente de que os fins justificam os meios. Com essa miopia deliberada, esses membros da elite brasileira se recusam a ver que os compatriotas mais pobres são exatamente os que estão sendo mais gravemente prejudicados pela irresponsabilidade de Lula, Dilma e tigrada.

É interessante observar que, no momento mais difícil de sua trajetória, o PT se mantém teimosamente coerente com o ranço populista que lhe é característico nas origens e na práxis. "Em nome do povo", tudo se justifica. Até assaltar os cofres públicos porque, afinal, alegam, o produto desses assaltos, diligentemente investido em obras e programas sociais por quem pensa nos interesses populares em primeiro lugar, reverterá sempre em benefício dos mais necessitados.

Na prática, a teoria lulopetista é outra, como mostra a Operação Custo Brasil: o ministro do Planejamento de Lula, Paulo Bernardo, ora preso, foi responsável pelo esquema de propinas para roubar R$ 100 milhões, para si e para o PT. Aleluia! Os endividados funcionários públicos tomadores de crédito consignado foram roubados para a maior glória do PT.
Luiz
28/06/2016 11:11
Quantas pessoas precisarão morrer, para que se faça um acesso descente na nova ponte de ilhota?
Aquilo que estão fazendo ali, vai ser uma verdadeira armadilha, como o acesso principal de Gaspar, que não se lembra do trevo da BR 101 c/a Jorge Lacerda, quantos morreram neste s locais até que se fez alguma coisa para amenizar a situação.
Pois é, vai acontecer a mesma coisa em Ilhota.
olhando a marmelada
28/06/2016 10:29
Pois é Juliano. A desenhista ex-secretária de Planejamento, Patrícia Scheidt, também afirmou que aquele viaduto do piscinão do Zuchi tinha altura mínima regular.

Os vereadores petistas juraram e a defenderam.

A prova da mentira está lá prá quem quiser medir. Nem o bigode, nem ninguém da administração petista ficou vermelho da mentira, da vergonha e da coisa mal feita nas barbas de todos.
Juliano
28/06/2016 08:43
Bolsa de apostas de Gaspar !

O Secretario de Planejamento, conhecido como Bigodão afirma em entrevista que altura da ponte em relação a pista de rolagem está de acordo com as normas. Todos desconfiam, afinal vai ter que abaixar ou não a pista ?

Façam suas apostas !

Quando as vigas forem lançadas saberemos.

Se o Lovídio vencer as eleições escolha uma pessoa mais capaz para o cargo de secretario de planejamento pois o Bigode está sendo um atraso para Gaspar.
Herculano
28/06/2016 07:57
PILHAGEM E CONTEÚDO NACIONAL, editorial do jornal O Estado de S. Paulo

Em maio de 2010 o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, acompanhado de sua ministra Dilma Rousseff, candidata à sucessão presidencial, chefiou a cerimônia de lançamento do navio João Cândido, fabricado para a Petrobrás. As imagens da cerimônia ?" de fato um comício eleitoral - foram transmitidas muitas vezes. Mas o navio ficou no estaleiro, porque poderia ir para o fundo se tentassem fazê-lo navegar. Já havia custado muito mais do que poderia custar um petroleiro importado, mas, além disso, foi efetivamente lançado apenas dois anos depois.

Esse é um bom exemplo da desastrosa política de conteúdo nacional imposta pelo governo petista, a partir de 2003, à maior estatal brasileira. A novidade, agora, é o aparecimento de um relatório do Tribunal de Contas da União (TCU) sobre os efeitos dessa aberração. A pilhagem da Petrobrás, a maior estatal, foi facilitada pela política de conteúdo nacional, como confirma o documento, noticiado em reportagem do jornal Valor.

O trabalho do TCU enfatiza o erro de concepção econômica e administrativa, mas a história completa deve incluir muito mais que isso. Ao converter a Petrobrás em instrumento de estímulo à indústria, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, além de forçá-la a suportar custos mais altos, criou condições para a bandalheira amplamente exposta na Operação Lava Jato. Os efeitos do erro administrativo e do banditismo já foram pelo menos em parte reconhecidos na contabilidade oficial da companhia.

Mesmo sem os efeitos da corrupção, a exploração de petróleo e gás seria muito prejudicada. Basta levar em conta, em primeiro lugar, a enorme diferença entre os preços de equipamentos e componentes nacionais e importados. Alertado pela Agência Nacional do Petróleo, em 2009, o governo preferiu desconhecer os problemas. Essa atitude foi mantida pela presidente Dilma Rousseff, segundo o TCU.

Os autores do relatório usaram números da indústria naval para exemplificar as diferenças de custos. A comparação mostra os diferentes prazos necessários para a construção de um navio-plataforma. Aparecem no quadro dois estaleiros coreanos, com tempos de construção de 8 e de 12 meses. A companhia japonesa incluída na exemplificação também demora 12 meses para entregar o navio. O estaleiro Rio Grande, citado como exemplo brasileiro, gasta 44 meses.

A demora muito maior dos fornecedores brasileiros tem como efeito um segundo problema. Ao custo maior do produto nacional é preciso acrescentar o atraso na execução dos programas da empresa. A combinação dos dois problemas ?" preço dos equipamentos e componentes e demora na entrega ?" também reduz a capacidade de investimento, porque inevitavelmente afeta as finanças da companhia.

Do ponto de vista da gerência, a política de conteúdo nacional ainda envolve um erro tão grave quanto elementar. Quando se deixam em segundo plano os objetivos centrais da empresa, para atender a finalidades acessórias, as perdas estratégicas podem ser enormes. Uma das perdas mais visíveis, nesse caso, é o atraso na exploração do pré-sal, um empreendimento complexo e custoso e, no entanto, tratado como assunto secundário.

Além de ser um anacronismo e de envolver um grave erro estratégico, a política de conteúdo nacional foi usada como instrumento de banditismo. A preferência forçada ao fornecedor local favoreceu a realização de contratos criminosos, com propina, sobrepreço e nenhum cuidado com prazos e qualidade.

Tudo isso foi mostrado pelas investigações da Operação Lava Jato, mas novos pormenores ou mesmo capítulos inteiros ainda poderão enriquecer essa história.

Essa política também estimulou aventuras irresponsáveis, como a criação da Sete Brasil, uma empresa fracassada, até agora, como fornecedora de sondas, mas muito eficiente como fonte de perdas para fundos de pensão de estatais e bancos controlados pela União. É o desenvolvimento à moda do PT.
Herculano
28/06/2016 07:53
da série: os políticos são o que são e fazem o que fazem conosco e com o nosso dinheiro dos pesados impostos porque os elegemos, e pegos falhando, o reelegemos. Qual a razão do silêncio dos políticos de Santa Catarina diante dos fatos narrados abaixo. O silêncio e a omissão mostram que são cordatos e iguais no erro e na malandragem.

CÃMARA EM FESTA, editorial do jornal Folha de S. Paulo

Ninguém ignora que a Câmara dos Deputados vive momento esdrúxulo até mesmo para seus padrões tumultuosos. Com um presidente - o famigerado Eduardo Cunha (PMDB-RJ)- afastado pelo Supremo Tribunal Federal, assumiu um vice - o peculiar Waldir Maranhão (PP-MA) - que não preside.

No dia a dia, o enredo previsto vai conduzido pelo segundo vice, Fernando Giacobo (PR-PR), ou pelo primeiro secretário, Beto Mansur (PRB-SP). Não raro Maranhão irrompe de volta em cena, porém, atendendo a deixas imperativas: os interesses do aliado Cunha.

Assim se deu com a rocambolesca consulta do parlamentar maranhense à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Os vários quesitos sobre os ritos do processo da quebra de decoro parlamentar apresentados por Maranhão poderiam abrir brechas favoráveis ao presidente defenestrado e permitir que escapasse com punição mais branda que a cassação.

Dias depois de o Conselho de Ética aprovar parecer a favor da perda de mandato, Maranhão cancelou o próprio pedido. Alegou que a CCJ, diante do fato consumado no conselho, poderia examinar diretamente os questionamentos da defesa do deputado fluminense.

Na sexta-feira (24), Maranhão reapareceu para liderar a pantomima. Anunciou aos colegas que a Câmara só voltaria a funcionar no dia 4 de julho, para que todos pudessem participar dos festejos de São João e São Pedro.

Houve quem pusesse sob suspeita os reais motivos do presidente intermitente. Uma semana de interrupção representaria uma semana a mais no já arrastado processo de cassação de Eduardo Cunha.

O pretexto junino não soa de todo descabido, registre-se, porque as festas no Nordeste são um acontecimento cultural e popular que os parlamentares da região se sentem no dever de prestigiar. E dessa região provêm nada menos que 151 deputados, quase 30% da Câmara.

Na era do jato (e dos jatinhos), contudo, não é dificultoso um político deslocar-se em poucas horas de Caruaru (PE) ou Campina Grande (PB) para Brasília a fim de cumprir obrigações parlamentares.

Tanto é assim que o próprio Maranhão, em mais uma reviravolta, reverteu a decisão de sexta-feira sobre os feriados prolongados e marcou uma única sessão do plenário para esta terça (28). Decerto o fez diante da péssima repercussão do ato anterior, um acinte aos olhos da parcela da população que não vê razão para festejar em meio à incineração dos empregos e da renda na fogueira da crise.

Só Eduardo Cunha terá motivos para comemorar, se as peripécias da Câmara lhe adiarem o desfecho do processo por mais uma semana.
Herculano
28/06/2016 07:42
O PREÇO DA CORRUPÇÃO, por José Ricardo Roriz Coelho, vice-presidente e diretor do Departamento de Competitividade e Tecnologia da Fiesc, para o jornal Correio Braziliense

Ficamos estarrecidos, embora não surpresos, ao concluir, no Departamento de Competitividade e Tecnologia da Fiesp (Decomtec), aprofundado estudo sobre os custos econômicos da corrupção no Brasil. O trabalho também apresenta propostas para o combate a essa erva daninha. Para uma análise ampla da questão, traçaram-se dois cenários. O primeiro leva em conta dados mais realistas e palpáveis, calculando prejuízo anual de R$ 80,3 bilhões (1,36% do PIB); o segundo, considerando números estimativos, indica que R$ 132,84 bilhões (2,25% do PIB) escorrem anualmente pelos ralos da improbidade.

Mais triste e espantoso ainda é constatar o que seria possível fazer em prol da população e do País, a cada ano, com os R$ 80,3 bilhões desviados do erário pela improbidade: arcar com o custo anual de 27,8 milhões de alunos das séries iniciais do ensino fundamental; equipar e prover o material para 146 mil escolas, com capacidade para 600 estudantes cada; construir 72,6 mil escolas; comprar 164,8 milhões de cestas básicas; construir 1,158 milhão de moradias do programa Minha Casa Minha Vida; prover instalações de esgoto para 20 milhões de famílias/lares; construir 45,8 mil quilômetros de rodovias pista simples ou 24,8 mil quilômetros de ferrovias; ou edificar 91 aeroportos, com capacidade para 5 milhões de passageiros/ano. Como se vê, perdemos muito pela falta de ética e lisura na gestão pública.

Em quatro anos de governo, seria possível atender a praticamente todas essas prioridades com o dinheiro que se desvia para propinas, comissões escusas em licitações fraudulentas, superfaturamento de obras e outras mazelas recorrentes no Estado. O estudo, em outro recorte interessante, mostra como a corrupção afeta vertical e horizontalmente a sociedade, correspondendo a 7,49% do total de investimentos, 2,15% do consumo das famílias e 6,73% do setor público, 22% dos gastos com educação, 110% do aporte de recursos em pesquisa e desenvolvimento e 113% das verbas destinadas à segurança pública. Além disso, afasta investimentos, desestimula negócios e contamina o ambiente econômico, reduzindo a competitividade dos setores produtivos.

Não é sem razão, portanto, que o Brasil ocupe o 76º lugar, dentre 168 nações, no Índice de Corrupção Percebida da ONG Transparência Internacional, situando-se no grupo das que têm sérios problemas de improbidade. O ranking é citado no relatório do Decomtec, que também sugere medidas bastante viáveis para mitigar essa prática corrosiva em nosso país.

Nossas propostas dividem-se em dois segmentos. O primeiro, no campo das reformas institucionais, prevê reavaliar a representatividade política no Congresso Nacional e estabelecer regras claras e transparentes para o financiamento de campanhas eleitorais; reforma do sistema judiciário para reduzir a percepção de impunidade e aumentar a rapidez das sanções aplicadas contra os corruptos; e reforma administrava, reduzindo o poder do Executivo de nomear pessoas para cargos, desestimulando a barganha no jogo político, o fisiologismo e a captação de propinas. O segundo grupo de sugestões é relativo às reformas econômicas, incluindo a fiscal, a tributária e a microeconômica, abrangendo o fortalecimento das agências reguladoras e o estímulo à participação da sociedade no controle da administração pública.

Combater a improbidade é tarefa inadiável no Brasil. Não podemos continuar perdendo competitividade, credibilidade e oportunidades de solucionar problemas graves pelo fato de o dinheiro dos impostos ser desviado para fins escusos. Abdicar da responsabilidade de combater a corrupção significa continuar queimando o dinheiro dos cidadãos na chama da desonestidade, condenar o país a graves crises político-econômicas periódicas e adiar indefinidamente a conquista do desenvolvimento.
Herculano
28/06/2016 07:20
NÃO VÃO SE CORROMPER, HEIN!, por Kim Kataguiri, coordenador do Movimento Brasil Livre, no jornal Folha de S. Paulo

Recentemente, dois colegas de movimento, Fernando Holiday e Rubens Nunes, anunciaram suas respectivas pré-candidaturas às eleições municipais de 2016. Holiday se prepara para disputar uma cadeira de vereador em São Paulo; Nunes, a Prefeitura de Vinhedo, cidade do interior de São Paulo.

Já era esperado que as viúvas do PT espumassem, em discursos retrógrados e odiosos, sua revolta contra a mudança e contra a ascensão política de uma nova geração. O problema é que, sem perceber, muitas pessoas que compartilham das ideias do movimento adotam perspectiva similar.

Antes de anunciarmos que inúmeros coordenadores do MBL vão se candidatar país afora, muitos apoiadores do movimento perguntavam se pretendíamos "entrar para a política". Ora, o MBL, desde que surgiu, só atuou dentro da política. Manifestações de rua, protestos nas galerias do Congresso Nacional, pressão corpo a corpo nos gabinetes e nas bases eleitorais de deputados e senadores, campanhas e denúncias nas redes sociais... Tudo isso é política.

Você que se manifesta pelo impeachment de Dilma Rousseff também "entrou para a política", ainda que não tenha se dado conta disso. Disputar eleições é apenas mais uma frente de batalha dos eternos embates políticos.

Lembro-me que, na manifestação do dia 13 de março, um homem se aproximou de mim e do Fernando e disse que confiava em nós, que esperava que não nos corrompêssemos. "Obrigado, espero que o senhor também não se corrompa!", respondi. Ele estranhou: "Ué, por que eu iria me corromper?" Repeti a pergunta. Ele sorriu. Entendeu que, para qualquer pessoa honesta, aquela advertência não fazia o menor sentido.

Não acredito no velho ditado que diz que "a ocasião faz o ladrão". Não acredito que as pessoas sejam cem por cento moldadas pelo meio em que vivem e que não possam fazer nada sobre isso. Acredito em valores, em virtudes. Se partirmos da premissa de que a política institucional é uma espécie de mão de Midas às avessas, que corrompe tudo o que toca, é mais inteligente não votar, não se manifestar, ficar em casa. Afinal, de que adiantaria sustentar um troca-troca permanente de ladrões?

É compreensível que, em meio ao mar de lama no qual a política brasileira foi jogada, haja certo preconceito contra todos aqueles que demonstrem disposição de disputar cargos eletivos. Mas assumir que a política e o lamaçal são a mesma coisa é um erro grave, que só é do interesse de quem está afundado no pântano e quer nivelar por baixo todos aqueles que representam uma ameaça ao seu criminoso modo de fazer política.

A política não é uma ferramenta perfeita que, magicamente, resolverá todos os nossos problemas. Mas é o que temos. Não existe panaceia. A história nos mostrou que sempre que salvadores da pátria se apresentaram para criar um mundo melhor, ignorando a política, houve ditadura. E ditaduras, sejam elas de esquerda, de direita ou diagonais, não me interessam.

Adotar um discurso conformista e derrotista não adianta nada. Nivelando toda a classe política por baixo, sem exceções, tornamo-nos eternos reféns de canalhas que vivem de saquear a coisa pública. Se não mudarmos as pessoas, não mudamos as instituições.
Herculano
28/06/2016 07:13
PF INVESTIGA ESQUEMAS NA PETROBRAS ARGENTINA, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros


Além de investigar suposta propina paga a Renan Calheiros na venda de ativos da Petrobras na Argentina, a Polícia Federal também apura a venda de refinaria da estatal ao grupo de Cristóbal López, amigo da ex-presidente Cristina Kirchner. López chegou a oferecer US$ 50 milhões, mas acabou levando a refinaria por apenas US$ 36 milhões, em 2006, ano da compra desastrada da refinaria de Pasadena pela Petrobras.

INVESTIGAÇÃO SUFOCADA
A negociata na Argentina seria investigada pela CPI da Petrobras, no Senado, em 2014. Mas o PMDB criou CPI mista, que acabou em pizza.

PACOTÃO
A Petrobras fez negociação exclusiva com a Pampa Energia, de López, para vender um "pacote" de ativos da Petrobras na Argentina.

TUDO POR US$ 1,2 BI
A Petrobras negociou 30 blocos exploratórios, refinaria, 300 postos de gasolina e participações em térmica, hidrelétrica e petroquímicas.

MAU NEG?"CIO
A Petrobras só faz maus negócios na Argentina: além da refinaria, López levou 360 postos. Tudo por uma pechincha: US$ 110 milhões.

INSULTOS RENDEM A CIRO 90 AÇÕES POR DANO MORAL
Conhecido pelo estilo agressivo de fazer política, o ex-governador do Ceará Ciro Gomes, hoje filiado ao PDT, responde a pelo menos 90 processos movidos por adversários e até por cidadãos comuns. No Ceará, o líder do PMDB no Senado, Eunício Oliveira (CE), move contra ele 24 ações por dano moral, e o vice-prefeito de Fortaleza, Gaudêncio Lucena, cinco. Exigem reparação pelos insultos do destemperado Ciro. Procurado por meio da assessoria, o político não comentou o assunto.

CONDENAÇÕES
Ciro também coleciona condenações até expressivas, como os R$ 266 mil concedidos à família do ex-senador Henrique Santillo (GO).

INDENIZADOS
Senadores José Serra e Fernando Collor terão de Ciro 100 salários mínimos e R$100 mil, respectivamente, nas ações que moveram.

ARRAIA MIÚDA
Oficial de justiça não escapou de ser xingado por Ciro, que o mandou "à merda" ao ser notificado de uma ação. Foi denunciado por desacato.

PODE PIORAR
"Rogério Rosso é muito ruim para a Câmara. Basta o líder do governo indicação de Eduardo Cunha", alfineta Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) sobre candidatura do deputado do PSD-DF a presidente da Casa.

CLIMA NEGATIVO
Carlos Cadoca (PDT-PE), que está na Câmara há cinco legislaturas, garante que a atual, presidida por Eduardo Cunha e depois por Waldir Maranhão, é, de longe, a pior. Clima político muito ruim, diz ele.

NONO INQUÉRITO
O novo inquérito contra Renan Calheiros, no âmbito do Supremo Tribunal Federal, o 9º, sobre alegadas malfeitorias na Argentina, é o segundo caso da Lava Jato envolvendo os "hermanos" na Lava Jato.

OS INTERNACIONAIS
A "internacionalização" da Lava Jato, pretendida pelo Ministério Público Federal, gera uma situação curiosa: políticos brasileiros serão réus e poderão se condenados, por suas malfeitorias, em mais de um país.

PATOLOGIA
"O Maranhão é um caso patológico e não político", afirma o deputado Carlos Marun (PMDB-MS), sobre a decisão do presidente em exercício de suspender as atividades da Câmara.

MÃO AMIGA
A ideia de Waldir Maranhão de suspender as sessões da Câmara tem objetivo de adiar a votação do processo contra Eduardo Cunha. Maranhão tenta dar prazo para Cunha tentar salvar seu mandato.

PROMOÇÕES
A grita continua: além de manter petistas em cargos de confiança, o governo Michel Temer tem promovido vários outros. Nessa curiosa lógica, quem apoiou Temer é que enfrenta dificuldades no governo.

CARÊNCIA
O governo de Alagoas promoveu ontem um evento, com suas maiores autoridades, para a assinatura de ordem de serviço para demolir... uma oficina. Onde, no futuro, será construído o anexo de uma maternidade.

PENSANDO BEM...
...ao prometer "governo de transição", caso volte, a descompensada Dilma mostra não haver percebido que a transição já está em curso.
Herculano
28/06/2016 06:55
PARTIDO DOS ARREPENDIDOS, por Bernardo Mello Franco, para o jornal Folha de S. Paulo

O Reino Unido ainda não deixou a União Europeia, mas milhares de britânicos que votaram a favor do rompimento já estão arrependidos. A queda abrupta da libra e a ameaça de caos econômico criaram um clima de ressaca no país. Os jornais estão cheios de depoimentos de eleitores envergonhados. Muitos torcem por um novo plebiscito, na esperança de corrigir o próprio voto.

A maioria dos arrependidos diz que queria protestar contra o sistema político, mas não refletiu sobre o dia seguinte. "Foi estupidez da minha parte. Pedi desculpas à minha mulher e aos meus dois filhos", contou o pesquisador Adrian Cook ao jornal "The Guardian", que apoiava a permanência na União Europeia.

O tabloide "The Sun", que fez campanha pelo rompimento, trocou a euforia pelo ar de contrição. O colunista Kelvin MacKenzie se comparou a um cliente que compra um produto e se arrepende ao sair da loja. "É um sentimento de 'cuidado com o que você deseja'. Para ser sincero, estou com medo do que vem pela frente", escreveu.

O noticiário pós-plebiscito não está nada bom para os vencedores. Em apenas quatro dias, eles assistiram ao desmanche do governo, ao rebaixamento do país pelas agências de risco e, mais grave, à multiplicação dos ataques a imigrantes. Parece que os grupos racistas estavam apenas esperando um sinal verde, o voto contra a Europa, para sair das trevas.

O clima de remorso político não é exclusividade britânica. No Brasil, a rejeição a Dilma Rousseff foi turbinada por milhões de eleitores que acreditaram em lendas eleitoreiras como a redução das contas de luz.

Agora o Partido dos Arrependidos ganha a adesão de defensores do impeachment que sonharam com o fim da corrupção e acordaram num país governado pelo PMDB. No domingo (26) à noite, enquanto muitos dormiam ou assistiam à final da Copa América, Michel Temer recebia o réu Eduardo Cunha no Palácio do Jaburu. Não devem ter conversado sobre futebol.
Sidnei Luis Reinert
28/06/2016 06:06
Milhares de futuros desempregados á vista!

TEMER PREPARA NOVO EXPURGO PETISTA

O Antagonista ouviu de fontes palacianas que Michel Temer sancionará na próxima terça-feira a nova Lei das Estatais e que começará a substituir os petistas que ainda estão em cargos de primeiro, segundo e terceiro escalões nas empresas públicas.

Menos uma boquinha. Ou melhor, bocona.
Herculano
27/06/2016 19:49
TEMER MANDA PRIVATIZAR GERAL, por Vera Magalhães, para Radar Online, de Veja

Michel Temer reunião alguns dos principais ministro nesta segunda-feira para dar um recado claro: a ordem é privatizar geral.

A frase literal do presidente interino foi a seguinte: "Senhores, tudo que puder ser transferido à iniciativa privada, façam. Não temos preconceitos!".

Os aplicados ministros, nem bem ouviram, saíram querendo mostrar serviço e apontar o que, nas respectivas pastas, pode ser objeto de concessão ou parceria público-privada.

As áreas vão de energia a saneamento, passando por rodovias e aeroportos. Tudo a ser detalhado, é claro.

Ao falar em "preconceito", Temer quis delimitar uma diferença importante entre sua gestão e os 13 anos de governos do PT.

Busca, assim, reforçar o apoio do empresariado, principal lastro para garantir a estabilidade de sua gestão, que tem sofrido abalos oriundos da operação Lava-Jato.

A ideia é ir divulgando notícias concretas de concessões e PPPs ao longo do ano, para manter acesa a chama da esperança que alimenta o empresariado e pode induzir à volta dos investimentos.
Herculano
27/06/2016 19:37
COM DESEMPREGO A PINO, CUT DISCUTE PLEBISCITO, por Josias de Souza

O formidável no Brasil é que, no fim, tudo se incorpora ao espetáculo. Dilma Rousseff diz que deseja voltar ao Planalto para conspirar contra o próprio mandato. Ela avisa que, derrotado o impeachment, vai propor ao Congresso um plebiscito sobre a antecipação das eleições presidenciais. E não se viu uma alteração no roteiro do processo que corre no Senado ou no semblante dos senadores pró-Dilma na comissão do impeachment. O show continuou.

Súbito, o presidente da Central Única dos Trabalhadores, Vagner Freitas, que torcia o nariz para a proposta, esclarece que mudou de opinião depois de trocar um dedo de prosa com Lula. Não acredita na viabilidade do plebiscito eleitoral. Mas tentará convencer a CUT a abraçar a causa. "A presidenta não pode ficar engessada", diz ele. "A CUT não vai defender o plebiscito no site. Mas, se essa é única esperança a que podemos nos apegar, vamos nela."

Supremo paradoxo: há no Brasil uma legião de quase 12 milhões de desempregados. E a maior central sindical do país desperdiça o seu tempo num debate sobre a antecipação da sucessão presidencial, uma ideia de materialização tão improvável quanto o retorno do governo empregocida de Dilma. E não se ouve nenhuma vaia. O show continua.
Herculano
27/06/2016 19:34
EXPERIMENTANDO DO PROPRIO VENENO

O PT quando no poder não dá trégua. Persegue, exige a lei, aparelha e instrumentaliza instituições, constrange os adversários, comemora sem qualquer disfarce.

A senadora Gleisi Hoffmann, do PT paranaense e pertencente à tropa de choque que defende as pedaladas da presidente afastada Dilma Vana Rousseff, foi hoje ao Senado se queixar da Ação policial e judicial para prender o seu marido, o ex-ministro de Luiz Inácio Lula da Silva, Paulo Bernardo.

"A prisão foi surreal. Até helicópteros foram usados, força policial armada, muitos carros. Para que isso? Para chamar a atenção? Demonstração de força? Humilhação? Foi um uso de dinheiro público desnecessário. É também Foi uma clara tentativa de abalar emocionalmente o trabalho de um grupo crescente de senadores que discordam dos argumentos que vem sendo usados para tirar da presidência uma mulher eleita legitimamente pelo povo brasileiro afastar uma presidenta, legitimamente eleita por mais de 54 milhões de votos", disse.

1. Humilhação? A senadora está certa, mas errada ao mesmo tempo. Não se deve defender essas ações só pelo simples fato de se humilhar o adversário, sem provas, só por ele ser um adversário (leal, ou desleal).

Mas, este não parece ser o caso de Paulo Bernardo. Abundam provas. Há delações de quem participava do esquema detalhando tudo. Outra. Quem é o PT para dar lição ética e reclamar dos procedimentos policiais? Não é isto que faz cotidianamente em Gaspar, inclusive com a imprensa para ser ver livre de questionamento e vingado?

2. A senadora exagerou. Mais uma vez falou para a plateia preferida dela: analfabetos, ignorantes, desinformados e os fanáticos. Segundo ela, houve gasto ou desperdício de dinheiro público para prender gente indiciada, exatamente por desviar muito mais do que se gastou para prendê-la?

3. O que quis dizer a santinha? Que só se deve gastar dinheiro público para prender os adversários do PT? Quando a polícia, o Ministério Público Federal e a Justiça estavam à procura dos filiados do PMDB não havia humilhação? Se não havia, por que o PT comemorava? Então quem humilhava neste caso? Wake up, Brazil!
Herculano
27/06/2016 19:13
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Herculano
27/06/2016 19:11
UM BECO PERIGOSO

O presidente da Câmara, Giovânio Borges, PSB, resolveu peitar a realidade e o eleitor Pedro da Silva, tudo para proteger o PT e o prefeito Pedro Celso Zuchi. Mandou arquivar, distribuir entre os vereadores a correspondência, bem como à Comissão de Economia presidida por Antônio Carlos Dalsochio e à asses,a jurídica da Casa, a terceira correspondência de Pedro e que abre esta coluna.

Tudo isto está de forma clara na pauta da sessão de amanhã e que já circulou entre os vereadores esta tarde. Entretanto, esta pauta não foi publicada ainda no site da Câmara, aquele que esconde as resoluções da mesa diretoria. Ou seja, até amanhã, a pauta poderá ser mudada.

Até amanhã, o caldo pode engrossar e o assunto chegar à Justiça, obrigando o presidente da Câmara à uma decisão.

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