Por Herculano Domício - Jornal Cruzeiro do Vale

Por Herculano Domício

24/10/2016

GASPAR EM ÚLTIMO LUGAR I
O candidato a prefeito pelo PSD de Blumenau, Jean Jackson Kuhlmann, há dias, no seu programa eleitoral, armou uma “audiência” com o governador Raimundo Colombo, PSD, o prefeito de Lages. O teatrinho na propaganda política é coisa do jogo jogado. É simbólico. É intencional. É para emocionar e mostrar aos analfabetos, ignorantes e desinformados que há vantagens nessa relação candidato e governante de plantão - o que também não é demérito nenhum. E esta não é a questão em debate.

GASPAR EM ÚLTIMO LUGAR II
O que, no entanto, o vídeo da propaganda política de lá revelou – e todos daqui ouviram e viram nas tevês de lá? O candidato de lá, armou um calote contra o futuro e a mobilidade em Gaspar e dos gasparenses. E seria razoável pois ele tem mesmo que defender a cidade dele onde quer ser prefeito. Mas Kuhlmann é deputado estadual. E nas três campanhas para tal, ao tomar os votos daqui, jurou por seus cabos eleitorais como o vereador Marcelo de Souza Brick, Fernando Neves, Giovânio Borges e muitos outros, representar e defender os gasparenses e Gaspar. Desconfiava-se do discurso, mas agora sabe-se que tudo isso era conversa fiada, coisa de político esperto e de ocasião.

GASPAR EM ÚLTIMO LUGAR III
O que Kuhlmann pediu de forma explícita no programa eleitoral para o governador Raimundo? “Agora o senhor precisa falar com o pessoal de Gaspar para realizar o Contorno Leste de Blumenau...”. Como assim? Blumenau agora depende de Gaspar? Hum! O que significa isso, de verdade? Falar com quem aqui? Com o prefeito eleito Kleber Edson Wan Dall que é do PMDB, o mesmo que dá sustentabilidade a Colombo? Falar com o seu cabo eleitoral, Marcelo de Souza Brick, que foi candidato a prefeito, e que diz ter outras pretensões políticas, que necessita de um emprego no governo do estado e assim precisa andar sob o relho do governador? Ou convencer o Fernando Neves?

GASPAR EM ÚLTIMO LUGAR IV
Ou o governador que não aparece por algum tempo por aqui para trazer recursos e dar soluções comunitárias – mas esteve com Marcelo numa caminhada de campanha pela Margem Esquerda – finalmente virá para uma “grande reunião pública”? Vai dizer a todos que esqueçam esse negócio de Anel de Contorno? Vai convencer a cidade de que a verba para a obra é pouca e por ser pouca, será redirecionada à Blumenau, numa canetada de mestre que ele dará? E por que? Porque é lá em Blumenau onde há mais votos para a disputa que virá em 2018 para governador, senador e deputados.

GASPAR EM ÚLTIMO LUGAR V
Em síntese. O que o candidato Kuhlmann pediu ao governador naquele teatrinho, foi de forma subliminar, os recursos que estão rubricados no orçamento estadual para o Anel Contorno de Gaspar para o Contorno Leste de Blumenau. Nada mais! Não é nova essa tentativa. Isso já foi amplamente debatido e esclarecido aqui – e não é de hoje -, muitas vezes. Foi combatido. Todavia, todos estão quietinhos. É um assunto crucial para a mobilidade urbana e a inserção de Gaspar no desenvolvimento regional.

GASPAR EM ÚLTIMO LUGAR VI
Kuhlmann e o governador Raimundo, com o seu silêncio à proposta indecente do deputado candidato, lavaram mais uma vez a minha alma. E por que? Porque em campanha eleitoral agressiva, no vale tudo, Kuhlmann teve que tirar o disfarce e jogar as claras com o seu eleitorado de Blumenau, onde pretende ser prefeito na segunda tentativa. Então precisou mandar bananas para os gasparenses que votaram nele. A comparação é fácil: aqui há algumas centenas de votos para Kuhlmann e em Blumenau milhares. Perceberam? Então a quem ele deve preferir e proteger? Aritmética. Pura. Simples. Sobrevivência.

GASPAR EM ÚLTIMO LUGAR VII
O Contorno Leste de Blumenau muito importante para Blumenau. Indiscutível. Contudo, a realização dele não pode inviabilizar ou excluir Anel de Contorno de Gaspar como quer Kuhlmann, entidades de lá, imprensa, e agora, com o aval explícito do governador Raimundo Colombo que fingia não ser com ele esse problema já denunciado aqui anteriormente. A ponte projetada para o Bela Vista ligando o Belchior Baixo deverá ser mantida e seus recursos não transferidos para Blumenau. A ponte do Sesi, vital, mas para Blumenau, terá que ter vida, orçamento e fontes próprias.

GASPAR EM ÚLTIMO LUGAR VIII
O governo do estado do PSD e PMDB vem matando o Anel de Contorno de Gaspar faz muito tempo. Primeiro, pagou uma baba e não acompanhou a Iguatemi Engenharia – a especialista em projetos que não se realizam e ficam apenas no papel. Quando o viu, torceu o beiço e disse que era inviável pelo “alto” custo. Bobagem. Jogo de cartas marcadas para queimar o projeto do Anel de Contorno. Foi a senha “técnica e financeira”. Com isso ganhou corpo a “ideia” para remanejar os recursos rubricados para o Anel de Contorno e transferi-los para outra obra. Adivinha qual? O Contorno Leste de Blumenau. O que se queria fazer no silêncio, só não se concretizou, porque a jogada vazou na imprensa e especialmente aqui, além da intromissão da vereadora Andreia Symone Zimmermann Nagel, PSDB, que tomou as dores da sociedade gasparense.

GASPAR EM ÚLTIMO LUGAR IX
Estranho que aqui as entidades – aparelhadas pelo PT - ficaram praticamente em silêncio sobre esta jogada antiga do PSD, PMDB, PP e governo do Estado. O PT na prefeitura, fingiu-se de morto e por que? Porque sabia que se algo fosse revertido e o Anel de Contorno voltasse à pauta, o PT que estava com a ponte do Vale entalada de problemas financeiros na armadilha da esperteza que armou, daria discurso para outros como o PMDB, PSD, PP ou até o PSDB – o intruso. Ou seja, para o PT de Gaspar, mandado pelo de Blumenau, soluções só as que ele constrói ao seu modo, benefício, retorno eleitoral a si próprio. Bananas para Gaspar e os gasparenses naquilo que é óbvio, necessário e urgente como o Anel de Contorno.

GASPAR EM ÚLTIMO LUGAR X
O PSD de Marcelo de Souza Brick fingiu-se de morto, e Kuhlmann, seu padrinho político, mostrou bem a razão disso na propaganda eleitoral. O PMDB de Kleber Edson Wan Dall e outros está mudo há muito. Não iria afrontar o governo do estado e nem daria chances para o PSDB de Andreia às vésperas de uma campanha a prefeito que se mostrava dura. Igualmente o PP de José Hilário Melato e do agora vice-prefeito, Luiz Carlos Spengler Filho. Ou seja, só bananas para Gaspar. O PMDB preferiu apostar na retificação, alargamento e pavimentação da Rua Leonardo Pedro Schmitt, no Macucos, para dizer que é sua. É uma obra mixuruca do governo de Raimundo Colombo, Eduardo Pinho Moreira e Rogério Peninha Mendonça. Arrasta-se por quase dois anos para apenas 2,9 quilômetros e já se sabe que irá adentrar 2017. Por isso, o PMDB a escondeu na campanha. Como se vê tudo é um jogo. E Gaspar em último lugar.

GASPAR EM ÚLTIMO LUGAR XI
Voltando ao Anel de Contorno. Estranhamente, quem colocou o Contorno em pauta e bem antes da disputa a prefeitura de Gaspar? A vereadora Andreia. Conseguiu montar uma comissão suprapartidária. Entretanto, tudo se enrola. Conspira. Na Agência de Desenvolvimento Regional, o seu ex-superintendente, Cássio Quadros, homem de confiança do deputado João Paulo Kleinubing, PSD, ex-prefeito de Blumenau, dificultou o que pode neste assunto. Quando a vereadora foi ao Deinfra, um descaso total. O titular nem conhecia o tema, fato que mostra muito bem o quanto o governo do PSD e o governador tratam esse assunto, desrespeitam Gaspar e os gasparenses.

GASPAR EM ÚLTIMO LUGAR XII
E o que Kuhlmann revelou perante as câmeras da propaganda eleitoral? Como funciona a máquina de privilegiar e descartar soluções óbvias de fruição coletiva. O político, neste caso específico, não olha de forma técnica a mobilidade e o futuro, mas a quantidade de votos que a obra lhe trará para permanecer no poder. E para finalizar: o governador e o deputado fazem isso, porque Gaspar e os gasparenses permitem. O PMDB permite. O prefeito eleito permite. As entidades permitem. O atual prefeito e o PT permitem. A Câmara permite. Nenhum dos vereadores eleitos colocou este assunto no radar e assim permite. O PP permite. O PSD de Marcelo de Souza Brick e Fernando Neves permite. E parte da imprensa também permite, numa causa crucial para a cidade. Só isso. Acorda, Gaspar!

A OCASIÃO FAZ O LADRÃO I
Você sabe de onde vem a expressão, “a ocasião faz o ladrão”? Mas será mesmo a ocasião ou ele já nasce ladrão? Dionísio Silva coleta evidências históricas e literárias que deixam dúvidas. Leiam: diversos códigos penais basearam-se em tão triste concepção do gênero humano para vazar seus artigos. Segundo tal hipótese, o que garante não haver ladrões é um eficiente sistema de punição.

A OCASIÃO FAZ O LADRÃO II
Nas 282 cláusulas do Código de Hamurábi, baixado pelo rei da Babilônia no século XVIII a.C., as punições a furtos e roubos ocupam boa parte do diorito, a rocha em que estão gravadas: “Se o comprador não apresenta o vendedor e as testemunhas perante as quais ele comprou, o comprador é o ladrão e morrerá. E o proprietário retoma o objeto”; “se alguém comete roubo e é preso, ele é morto”.

A OCASIÃO FAZ O LADRÃO III
Machado de Assis (1839-1908), ainda que tão cínico e mordaz, corrigiu a máxima com muita propriedade para: “Não é a ocasião que faz o ladrão, o provérbio está errado. A forma exata deve ser esta: a ocasião faz o furto; o ladrão já nasce feito”. Pensando bem, é quase pior.

TRAPICHE

Um leitor que se identificou como Luiz postou esta observação na área de comentários da coluna na internet, a mais acessada do portal Cruzeiro do Vale.

“Excelente e idéia do [João] Dória, PSDB, em São Paulo de formar um conselhão com ex-prefeitos para discutir soluções para o município. Pode dar certo, se levado a sério. Imaginemos em Gaspar, sentados a mesma mesa, Evaristo [Spengler, PP], [Osvaldo Schneider, PMDB] Paca, [Luiz Fernando] Poli, PDT, Andreone [Cordeiro] PTB, Adilson [Luiz Schmitt], sem partido e [Pedro Celso] Zuchi...daria certo?”

Primeiro, não vejo como excelente ideia. E por que? Pelos simples fato de que as pessoas – apesar de terem sido prefeitos - maioria não é excelente. Nem política, nem administrativa e até socialmente. Ou seja, se é provocativa a sua observação, eu sou direto: não daria certo. Quem é um estadista, um conselheiro?

Eu explico. Esses homens – quase todos nominados e isto está retratado na administração que lideraram, no legado que deixaram, nas alianças que fizeram e fazem, nos jogos que excluem as prioridades coletivas – olham em primeiro lugar os seus interesses, as suas picuinhas, as suas famílias e os seus amigos, a cachaçada, a cervejada, a piada sem sentido, o patrocínio de comilanças e outras coisas mais.

Em segundo lugar, muitos deles nem respeitam o partido. Ou seja, nem lá conseguiram ficar e liderarem processos, ser agentes de transformação ou até exemplos nos seus próprios conselhos diretivos partidários. Quantos estão no seu partido de origem? Então não se pode falar em projeto coletivo, em estadistas, em gente que deve ser ouvida porque são capazes de olhar à cidade como um ente comum, criando virtudes para os cidadãos e cidadãs.

Aqui, as pessoas citadas, com raras exceções e talvez nela esteja Evaristo Spengler e sua mulher Dica, são capazes de dar a mão um para o outro, conversarem olhando no olho e tratar de temas que não seja à busca ou à deterioração do poder. Elas não são capazes de convergir minimamente em planos comuns. E por que? Porque não possuem causas comuns para a cidade, seus cidadãos e cidadãs. E temas não faltam. Abundam.

Exagero? Digam-me qual a causa comum de todos – prefeitos e ex-prefeitos - na busca de uma Gaspar forte, sustentável? Quando se apresentou à oportunidade, sempre, repito sempre, alguém se opôs, e pelo pior argumento: a de que daria força à uma boa ideia, mas alheia, mesmo que essa ideia fosse da cidade, ou seja, de resultados para todos.

Outra. Com raras exceções – os prefeitos e os ex - não são capazes de estabelecerem virtudes para os seus pares e reconhecerem capacidades de altruísmo público em cada um deles, mesmo sendo adversário político. Ora, se são pessoas que entre elas a maioria só reconhece defeitos do outro, o que vão fazer num conselho que é para propor soluções comuns? O que vão produzir livres de cores partidárias, interesses eleitoreiros e pessoais para os gasparenses?

Antes, penso, e sempre defendi, devíamos ter entidades fortes, independentes e plurais. O que fez o PT? Aparelhou e instrumentalizou a todas. Isso lhe deu o poder quase absoluto. E onde o PT não conseguiu aparelhar, como foi o caso do Sintraspug, enfraqueceu-o para humilhar ou amendrontar. Em outras oportunidade, o poder do PT sonegou ajuda, verbas oficiais possíveis sob os mais variados argumentos e que não se sustentam nem à luz de velas. Vingança.

Ora, uma cidade sem entidades fortes, independentes e plurais, não há como pensar em conselho de ex-prefeitos. Ainda bem que entre eles, até o simples fato do aperto de mão - simbolo de civilidade e educação - é uma dificuldade. Ainda bem. Pois se fosse diferente, do jeito que agem, com entidades aparelhadas, este conselho seria próximo o da máfia. Acorda, Gaspar!

No final de semana passado, a imprensa de esquerda que está viúva em Blumenau, reclamou de que os que votaram em partidos como PT, PCdoB e PDT no primeiro turno, estão sem opção no próximo domingo.

Estão sem opção porque a esquerda do atraso não inspira confiança. Só isso. O Brasil quebrado, com milhões de desempregados, e os representante dela continuam - aqui e em Blumenau - a defender o caos. E o PT de lá que manda no daqui, vem sendo rejeitado há quatro mandatos lá, diante de tanta bobagem que fez, no estado onde é quase nulo e principalmente no nacional.

Agora, o PSD de Jean Jackson Kuhlmann pode ser uma saída para as viúvas. Na propaganda eleitoral, pelo menos, ele abraçou o método e o discurso dos partidos de esquerda e que já foram rejeitados nas urnas no primeiro turno. Cegos, os comentaristas de lá fingem que não perceberam. Ou seja, será mais um teste. 

Além disso, o criador e presidente do PSD, Gilberto Kassab – ministro num dia de Dilma Vana Rousseff, PT e no outro de Michel Temer, PMDB -, já definiu o partido como não sendo de direita, centro, esquerda, de oposição ou situação – apesar de estar nela, o tempo todo, seja qual for

Ou seja, o PSD é um partido de oportunidade e oportunismo. E como isso se encaixa bem na esquerda do atraso que flana, reclama e engana por ai, inclusive na imprensa. A escolha já está feita.

Baixaria. Na propaganda eleitoral de Blumenau entre o PSD e o PSDB há nas redes vídeos de acusação de parte à parte. Os do PSD faz parte da propaganda política oficial e por isso, inunda o judiciário. O do PSDB circula clandestinamente nas redes sociais. Um dos vídeos - sem assinatura e origem oficial -, mostra que Jean Kuhlmann arrumou muitas verbas para Navegantes, Jaraguá do Sul, Penha, Lontras, Ituporanga, Presidente Getúlio, Piçarras...

Baixaria. E Gaspar? Não aparece na lista da contra-propaganda dos apoiadores do PSDB de lá contra Kuhlmann. Ou seja, a cidade de Gaspar só compareceu com os votos para Kuhlmann. Nada de retorno do deputado. Acorda, Gaspar!

 

Edição 1774

Comentários

Herculano
27/10/2016 16:40
STF DEVE SANEAR O CASO DA POLÍCIA LEGISLATIVA, por
Josias de Souza

Há uma velha máxima segundo a qual nas guerras a primeira vítima é sempre a verdade. A operação Métis, aberta para investigar a Polícia Legislativa do Senado, converteu-se numa inusitada batalha entre Poderes. Desde o início da semana, autoridades trocam farpas em público. A plateia está submetida a um festival de meias-verdades. E talvez só conheça a metade que é mentirosa.

Nesta quinta-feira, o ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal, decidiu entrar na encrenca para saneá-la. Suspendeu a operação. E determinou que o caso suba da 10ª Vara Federal de Brasília para sua mesa. Depois que receber todo o material, que incluiu depoimentos de quatro policiais legislativos e o material apreendido em batidas da Polícia Federal, Teori decidirá o que fazer.

O ministro agiu por conta de um recurso protocolado no Supremo por Antônio Tavares dos Santos Neto. Trata-se de um dos policiais legislativos que foram presos e soltos depois de prestar depoimento à PF. Nada a ver com a ação ajuizada pela Mesa Diretora do Senado, a mando de Renan Calheiros. A reclamação de Renan foi à mesa de outro ministro: Ricardo Lewandowski.

Nascida de uma delação, a Operação Métis foi deflagrada na sexta-feira (21) da semana passada. Envolve a suspeita de que policiais legislativos realizaram ações de contrainteligência para atrapalhar a Lava Jato, provendo um escudo contra interceptações como escutas ambientais a senadores e ex-senadores encrencados.

Acionado pela Procuradoria da República, o juiz Vallisney de Souza Oliveria, titular da 10ª Vara Federal de Brasília, autorizou a Polícia Federal a prender os suspeitos e varejar instalações do Senado e residências dos servidores. Os mandados expedidos pelo magistrado não envolvem senadores, já que apenas o Supremo tem poderes para autorizar investigações contra congressistas.

Renan Calheiros escalou as tamancas. Alegou que o doutor Vallisney, um "juizeco de primeira instância", usurpou a competência do Supremo ao autorizar a "invasão" da PF ao prédio do Legislativo ?"a Polícia do Senado funciona no subsolo, ao lado da garagem do Senado. Cármen Lúcia, presidente da Suprema Corte, exigiu "respeito" ao Judiciário. Disse que, havendo erro, o caminho é a via recursal, não a ofensa e os refletores.

No seu despacho desta quinta-feira, Teori Zavascki insinuou que o juiz Vallisney pode ter ultrapassado os limites de sua jurisdição. Isso fica claro no trecho em que o ministro anota que os servidores da Polícia Legislativa estão subordinados à Mesa Diretora do Senado, composta de senadores. Para ele, "indica desde o primeiro momento a inafastável participação de parlamentares nos atos investigados".

Noutro trecho, Teori escreveu: "Os documentos trazidos pelo reclamante [o policial legislativo Antônio Tavares dos Santos Neto] reforçam o que a própria representação da autoridade policial denuncia para justificar as medidas cautelares deferidas, ou seja, ordens ou solicitações que partiram de senadores".

Ouviram-se fogos nas cercanias do gabinete de Renan Calheiros. O festejo é prematuro. O ministro requisitou manifestação do "juizeco" Vallisney. Pedirá na sequência o parecer do procurador-geral da República Rodrigo Janot. Depois de analisar o material que mandou subir da primeira instância, Teori pode enviar tudo para o arquivo. Mas também pode enxergar elementos que justifiquem a continuidade da investigação.

Sabe-se, por ora, que a Polícia do Senado, que deveria se ocupar da proteção patrimonial do Legislativo, realiza varreduras esquisitas até em imóveis particulares de senadores. Pior: oferece seus serviços antiescuta até a ex-senadores. Não é só: inclui em sua clientela um ministro do TCU cujo vínculo com o Senado é a amizade que o une a Renan. Parte das ordens de serviço foi oculta. E todas as despesas - incluindo viagens e diárias fora de Brasília correram por conta do erário.

Espera-se que Teori Zavascki consiga trazer à luz toda a verdade. É muito bom que essa missão tenha caído no colo do ministro que exerce no Supremo a função de relator da Lava Jato. A essa altura, Teori já deve ter percebido que a verdade, sob a luz artificial do interior do Congresso, não é a mesma ao Sol da Praça dos Três Poderes.
Sidnei Luis Reinert
27/10/2016 12:42

SERÁ QUE RENAN CANGACEIRO GOSTOU?

TEORI QUER VER OS AUTOS DA MÉTIS
Brasil 27.10.16 12:22
A decisão de Teori Zavascki de suspender a Operação Métis atendeu a recurso apresentado por um dos policiais legislativos investigados. Ele recebeu a reclamação e achou por bem ver os autos para decidir se o inquérito continua na Justiça Federal ou se sobe para o Supremo.

Também não há ainda qualquer decisão sobre eventual anulação da operação. Vamos esperar.

http://www.oantagonista.com/pagina/1
Sidnei Luis Reinert
27/10/2016 12:25
Lava Jato quer saber como bancos lavaram dinheiro e Renan tenta subornar o Judasciário


Edição do Alerta Total ?" www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net

Se os políticos estão apertadinhos com a Lava Jato, agora é a vez dos banqueiros, finalmente, sentirem o mesmo temor. Ontem o Procurador Federal Carlos Fernando dos Santos Lima anunciou que a Força Tarefa abriu um Inquérito Civil para apurar a conduta dos bancos nos esquemas de lavagem de dinheiro. O objetivo do MPF é identificar falhas de compliance dos bancos, definir medidas preventivas contra os erros e, por fim, fechar acordos com as instituições financeiras para ressarcimento de perdas à União. Oxalá que o Banco Central do Brasil colabore com as delicadas investigações que envolvem sigilos bancários e segredos judiciais.

Participando do 9º Congresso Anual da Associação Brasileira de Direito e Economia (ABDE), em São Paulo, Carlos Fernando de Lima admitiu o óbvio ululante: lavagem de dinheiro só tem êxito com a conivência de empresas do setor financeiro. Águias do mercado, no entanto, já identificam uma "vacina" para que os banqueiros não sejam punidos nos eventuais escândalos confirmados. "Obviamente os controladores e dirigentes desses bancos sabiam dos crimes, mas culparão supostas falhas na área de compliance para estabelecerem plausible deniability quanto ao seu envolvimento nos esquemas".

Enquanto os banqueiros se alarmam, quem segue no ataque contra a Lava Jato é o senador Renan Calheiros. Estrategicamente, Renan ameaça o Judiciário com o fim daqueles "mordomias" que todos os brasileiros consideram absurdas. Posando de Estadista, Renan lança uma ofensiva legal para impedir que seja beneficiado com a "punição" de aposentadoria compulsória, mantendo-se totalmente preservada a remuneração do magistrado que é condenado por cometer irregularidades ou ilegalidades.

Se essa é uma "ameaça" do Renan Calheiros, só resta à maioria dos cidadãos brasileiros aplaudir. Neste ponto, Renan acuado por oito processos no Supremo Tribunal Federal não está ameaçando o Judiciário, mas sim o JUDASCIÁRIO. Certamente, aqueles que se sentirem atingidos por essa "retaliação cangaceira" de Renan não pertencem, de verdade, ao mesmo movimento moralizante que pauta a filosofia de operações como a Lava Jato e que exigiu, nas ruas, uma punição rigorosa contra a petelândia que aparelhou a máquina estatal, beneficiando-se de mordomias.

Quem fica refém de quem neste embate entre Legislativo e Judiciário? Será temerário que algum magistrado venha a público alegar que a Lei deve continuar sendo diferente para eles do que é para um pai de família desempregado que não consegue pagar a pensão alimentícia do filho e, por tal crime, acaba mandado, sumariamente, para a cadeia. Seria justo e perfeito lembrar que o verdadeiro poder vem DO Povo, deve ser exercido PELO Povo e PARA o Povo - o consagrado DO, PELO, PARA que deveria funcionar corretamente em um regime democrático republicano e federalista.

Em uma análise simplista, os poderosos brigam e fazem a sociedade brasileira de refém. No final das contas, fica a impressão de que Renan apenas está propondo: mantemos as mordomias indecentes de Vossas Excelências e vocês nos deixam roubar em paz. Renan só deseja que no dia 3 de novembro, o STF não decida que quem responde a processo fica impedido de ocupar cargos na linha sucessória da Presidência da República. Como o Supremo já ferrou Eduardo Cunha, tirando-o do cargo, por isonomia, o mesmo tem tudo para ocorrer com Renan...

Tomara que o Judasciário não aceite a aliança subliminarmente proposta por Renan. O Presidente do Congresso se comporta como ator de um filme de cangaço. No entanto, no maior cagaço, Renan não quer briga: deseja trégua e um acordo de paz para que tudo fique como sempre esteve... Com a palavra o Judasciário? Claro que não!

Com a Palavra, o Judiciário de verdade, que tem a missão de zelar pela moralidade pública, pelo fiel cumprimento legal e pelo senso de Justiça, mesmo que o desafio pareça impossível em um País com regramento excessivo, rigor seletivo e tradição de impunidade contra poderosos políticos e financeiros.

O bacana é que, no dia 8 de novembro, deve ser assinada a "colaboração premiada" de Marcelo Odebrecht ?" o que pode ser fatal para centenas de poderosos e corruptos políticos...
Herculano
27/10/2016 10:41
da série: do que escapamos e o que o PT e seus sócios como PCdoB, PDT, PMDB, PP, PSD, PR, PRB e outros queriam para os brasileiros e o Brasil. Até jornalistas engajados, reconhecem que essa gente é ruim mesmo no DNA, empobrece nações, aparelha e instrumentaliza instituições, tudo para se manter no poder definitivamente

SÍRIA DAS AMÉRICAS, VENEZUELA TEM CRISE NÃO SO POLÍTICA, MAS HUMANITÁRIA, por Clóvis Rossi, para o jornal Folha de S. Paulo

A "Toma de Venezuela" é realmente uma impressionante manifestação, mas, até o momento em que escrevo, no fim da tarde, parece incapaz de mudar a avaliação do escritor venezuelano Ibsen Martínez para "El País", na qual cita frase de Ángel Alayón, editor do "site" Prodavinci, que por sua vez remete a Carlos Monsiváis, grande escritor mexicano morto em 2010: "Quando estava entendendo o que acontecia, já havia passado o que estava entendendo."

Bingo. De fato, na segunda-feira (24), o mundo inteiro parecia haver entendido que, enfim, governo e oposição se encaminhavam para um indispensável diálogo, sob intermediação do Vaticano, aparentemente único ator capaz de organizar as coisas.

No dia seguinte, no entanto, o diálogo, que nem começou, já estava morto. Primeiro porque líderes oposicionistas disseram só ter tido conhecimento pela televisão da proposta de diálogo anunciada pelo enviado do papa.

Quem, então, participou da primeira mesa de conversas que, sempre segundo o pessoal do Vaticano, agendou o início efetivo do diálogo para domingo (30)?

Não bastasse esse pequeno mistério, a Assembleia Nacional, controlada pela oposição e desconhecida pelo governo, deu o pontapé inicial para o que pretende ser um processo equivalente ao impeachment de Nicolás Maduro.

A rua, nesta quarta, referendou simbolicamente a iniciativa. O presidente, por sua vez, acusa a oposição de tramar um "golpe parlamentar" e obtém apoio do chefe das Forças Armadas, general Padrino López.

Não é preciso ser PhD em ciência política para saber que, assim, qualquer diálogo é impossível.

Fica, portanto, inócuo o sensato apelo dos principais países das Américas, entre eles todos os do Mercosul, com a óbvia exceção da Venezuela, para que "todos os atores políticos" concretizem, "com brevidade e em um clima de paz, os esforços de diálogo nacional, de maneira direta ou com o apoio de facilitadores". O que fazer agora?

Fica a terrível sensação de que a Venezuela é uma espécie de Síria das Américas: está metida em uma crise de dimensões apocalípticas sem que o mundo encontre um caminho para interferir de forma a evitar um desastre ainda mais profundo ?"se é que é possível descer ainda mais aos infernos.

O dado mais recente do naufrágio venezuelano é o custo da Cesta Familiar Básica, que subiu 457,5% de setembro de 2015 a setembro passado. Só com 24 salários mínimos é possível comprá-la ?"o que evidencia a degradação impressionante das condições de vida no país.

Tão degradadas estão que, para seguir na comparação com a Síria, a mortalidade infantil no primeiro ano de vida atingiu 18,6 por mil nascimentos. Na Síria em guerra, a taxa é inferior (15,4 por mil).

Mais alguns dados sinistros: ao terminar o ano, a economia venezuelana terá conhecido novo declínio (de 8%), a inflação superará 700%, o deficit fiscal será de 17% do PIB e a dívida externa baterá em US$ 130 bilhões.

Está na hora de a diplomacia brasileira se mover da cautela secular para um ativismo coordenado com os vizinhos. Não é uma questão político-ideológica, mas humanitária.
Herculano
27/10/2016 10:33
O PT ESTÁ ORIENTANDO NO PSD

O PT de Blumenau, o que manda em Gaspar e perdeu o último bastião do mandarinato na região da família de Décio Neri e Ana Paula Lima, saiu da casca.

Está orientando os simpatizantes e petistas a votarem no PSD de Jean Kuhlmann.

Tudo a ver. Em Gaspar criou a chapa alternativa com o PSD de Marcelo de Souza Brick e juntou o Partido Comunista do Brasil e o PSB de Paulinho Bornhausen. Não deu certo. Talvez lá dê.

Em retribuição, hoje, o último dia de campanha na mídia, apareceu spots nas rádios de lá onde pedreiros, pintores, empregadas domésticas, cervejeiros e outros, o público preferido do PT, dão apoio a Jean. Tudo a ver.

O PSD de Raimundo Colombo aderiu a Dilma Vana Rousseff, exatamente quando ela estava decadente e se descobriu que ela era a maior responsável por quebrar o país e deixar mais de 12 milhões de desempregados. Não deu certo.

Então é esperar domingo a noite, para explicar melhor essa história e suas consequências, inclusive para Gaspar.
Herculano
27/10/2016 08:41
COVARDIA COM OS JOVENS, por Rodrigo Constantino, no jornal Gazeta do Povo, Curitiba PR

Os partidos de esquerda que defendem as "ocupações" nas escolas, que querem substituir a educação pela doutrinação ideológica, enxergam os jovens como massa de manobra

O ser humano nasce "prematuro", ao contrário dos animais, que já nascem prontos para repetir por instinto aquilo que sua espécie vem fazendo há séculos. É o mais complexo dos animais, com sua incrível ferramenta que é a razão, mas totalmente despreparado ao nascimento. Cheio de potencialidades, mas que precisam ser fomentadas.

Eis o grande papel da educação: formar o homem. Extrair de dentro dele tudo aquilo que ele pode ser, ajudá-lo a alcançar sua plenitude num voo solo, independente, nutrido pelo estoque de conhecimento acumulado por nossa espécie ao longo dos séculos. Nem anjo nem besta, mas com possibilidade de aperfeiçoamento.

Civilizar é justamente domesticar o animal homem, transmitir-lhe os valores incrustados nas tradições, que sobreviveram ao longo dos tempos. É criar freios aos seus apetites, para que suas ações possam ser refletidas, conscientes, e não apenas uma válvula de escape aos seus instintos mais selvagens.

Mas, por vários motivos, a vaidade talvez sendo o maior deles, muitos adultos se recusam a educar os mais jovens. Querem ser como eles, trocar de papel, numa esperança vã de não envelhecer. Querem idealizar o jovem como poço de sabedoria, ou usá-lo como massa de manobra para seus próprios anseios. Querem sonhar com a visão romântica do "bom selvagem".

Rousseau foi o pensador que mais alimentou essa ilusão. Ao mesmo tempo em que abandonou todos os seus filhos, pretendeu ensinar ao mundo como educar as crianças. O "filósofo da vaidade", como o chamava Burke, transferiu para o Estado a responsabilidade dos pais. E via os jovens como argila a ser moldada aos seus próprios desejos. Foi, em muitos aspectos, o pai do totalitarismo moderno.

Uma visão mais realista dos jovens pode ser encontrada em O Senhor das Moscas, de William Golding. Deixadas à própria sorte, eles não se tornam anjinhos, mas perigosos animais. E, pior ainda, quando são manipulados por oportunistas, podem se transformar num exército fascista. É o que mostra o filme alemão A Onda. Se o professor deixa de ser professor para se tornar guru de seita, ele pode facilmente seduzir os jovens e criar um ambiente coletivista onde as individualidades se anulam, dando lugar a uma massa monolítica e violenta.

Vale citar a descrição que Gustave Le Bon fez do fenômeno: "Uma massa é como um selvagem; não está preparada para admitir que algo possa ficar entre seu desejo e a realização deste desejo. Ela forma um único ser e fica sujeita à lei de unidade mental das massas. No caso de tudo pertencer ao campo dos sentimentos, o mais eminente dos homens dificilmente supera o padrão dos indivíduos mais ordinários. Eles não podem nunca realizar atos que demandem elevado grau de inteligência. Em massas, é a estupidez, não a inteligência, que é acumulada. O sentimento de responsabilidade que sempre controla os indivíduos desaparece completamente. Todo sentimento e ato são contagiosos. O homem desce diversos degraus na escada da civilização. Isoladamente, ele pode ser um indivíduo; na massa, ele é um bárbaro, isto é, uma criatura agindo por instinto".

Os partidos de esquerda que defendem as "ocupações" nas escolas, que querem substituir a educação pela doutrinação ideológica, enxergam os jovens como massa de manobra. Os militantes disfarçados de professores cometem um crime contra a juventude. E os pais que delegam a responsabilidade de educar são negligentes. Todos praticam um ato de covardia com os jovens.

Concluo com dom Lourenço de Almeida Prado: "Do velho se espera a reflexão e a medida, o discernimento mais perfeito entre o certo e o errado, a calma madura na ponderação da coisa a fazer, a sabedoria obtida na sucessão das surpresas e percalços de uma caminhada que já vai longe".
Herculano
27/10/2016 08:38
ONU MANDA LULA PARA O FIM DA FILA

Conteúdo de O Antagonista. A ONU, nesta quinta-feira, desmontou a patacoada dos advogados de Lula.

Leia a reportagem de Jamil Chade, do Estadão:

"A ONU explicou que a decisão envolvia um 'registro' do caso.

'Isso não implica uma decisão nem sobre sua admissibilidade e nem sobre mérito', indicou uma nota enviada pela porta-voz da entidade, Elizabeth Throssell. 'Significa apenas que o Comitê de Direitos Humanos olhará o caso'".

E mais:

"Peritos da ONU admitem que o exame de conteúdo do ex-presidente pode ficar para o final de 2017. Um tratamento urgente poderia ter sido dado à queixa, mas isso não foi autorizado".
Herculano
27/10/2016 07:26
STF MARCOU JULGAMENTO ANTES DO INSULTO DE RENAN, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros.

Está marcado desde sexta (21), três dias antes da coletiva de Renan Calheiros insultando um juiz, o julgamento no STF (Supremo Tribunal Federal) da ação que prevê o afastamento de autoridade da linha sucessória presidencial que virou réu na Justiça. Por isso, não se pode atribuir a "retaliação" o julgamento marcado para a terça (3). Ministros do STF suspeitam, até, que Renan convocou a rara coletiva, criando o insulto "juizeco", para fazer parecer que o julgamento seria "retaliação".

HÁ PRECEDENTE
O precedente explica a afobação de Renan: o STF afastou Eduardo Cunha por avaliar que réu não pode estar na linha sucessória.

DECISÃO NA QUINTA
A ministra Cármen Lúcia decidiu na quinta (20) incluir na pauta do dia 3 a ação que deixa Renan nervoso, e publicou a decisão na edição de sexta (21) do Diário da Justiça.

DESVIANDO O FOCO
Ministro do STF disse achar que Renan quis desviar o foco, insultando o juiz: em vez de obstrução da Justiça, discute-se "invasão" do Senado.

CORPORATIVISMO
A reação exagerada à operação da PF pode despertar o corporativismo e fazer o Senado aprovar a lei de Renan contra "abuso de autoridade".

REPATRIAÇÃO 'LAVOU' DINHEIRO QUE CONTINUA LÁ FORA
A Lei de Repatriação de dinheiro de brasileiros no exterior, de origem provavelmente criminosa, resultou apenas no pagamento dos impostos e multas camaradas previstos, na prática "lavando" os recursos. Além dos tributos, entre R$18 e R$20 bilhões até agora, nenhum centavo a mais foi repatriado. Significa que uma lei foi criada com o objetivo de "legalizar" um dinheiro que, na prática, continuará investido no exterior.

ÚLTIMO DIA
A adesão à Lei de Repatriação de Ativos vigora até a próxima segunda-feira (31), último dia para os interessados aderirem ao programa.

VAI TER REPETECO
Defensor da Lei de Repatriação, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, pode provocar a retomada de sua discussão ainda este ano.

DESCONFIANÇA
A Lei de Repatriação nasceu sob desconfiança: o autor do projeto original foi o ex-senador cassado Delcídio do Amaral (ex-PT-MS).

DESAPONTAMENTO
A Polícia Federal ficou desapontada com a decisão do juiz Vallisney de Souza Oliveira de não renovar a prisão do diretor da Polícia do Senado, homem de confiança de Renan Calheiros. A PF contava com a prisão preventiva para fortalecer os fortes indícios de obstrução da Justiça.

MERRECA
O governo federal precisou de quatro meses e meio para atingir R$ 1 trilhão em arrecadação este ano. É uma montanha de dinheiro, mas apenas um terço da dívida pública brasileira.

TEM PAI QUE É CEGO
O Cade não vê problemas no interventor do Grupo Cascol, investigado por crime de cartel de combustíveis do DF, ser sócio de um familiar do dono da empresa sob intervenção. Tampouco que o interventor tenha negado ao próprio Cade, antes de escolhido, relação com os donos.

IMPORTÂNCIA ZERO
A decisão da ONU, dando seguimento à acusação de Lula contra o juiz Sérgio Moro, alegando "perseguição", não é nada, não é nada, não é nada mesmo. Até tem tudo para virar a pá-de-cal de Lula no exterior.

QUEM TEM MEDO DA UNE?
Projeto do deputado Sóstenes Cavalcante (DEM-RJ) cria a CPI da UNE, mas já existe comissão idêntica, pronta para funcionar, mas o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, parece ter medo de autorizá-la.

TESTE FINAL
O senador Eunício Oliveira (PMDB-CE) vai demonstrar sua capacidade de articulação como relator da PEC que fixa limite dos gastos públicos para comprovar. Ele é o favorito na disputa para presidente do Senado.

SETE BRASIL SE REESTRUTURA
A Sete Brasil confirma 28 contratos de afretamento de sondas com a Petrobras. Mas admite só dará continuidade às entregas das sondas após viabilizar seu plano de reestruturação. E diz desconhecer seus 5 contratos, de US$1,3 bilhão cada um, listados no site da Petrobras.

BTG INVESTIU EM 2011
Investigada na Lava Jato, a Sete Brasil recebeu investimentos do Banco BGT Pactual e fundos geridos por ele em 2011 e 2012. A empresa foi criada no âmbito da Petrobras no ano de 2010.

PENSANDO BEM...
...o grupo gastões contra a PEC 241, usando nas ruas até comissão de frente e bateria, está a um passo de virar escola de samba.
Herculano
27/10/2016 07:18
NA REDE

Ela não perdoa. "Faz três dias que o Jean Kuhlmann, candidato a prefeito de Blumenau, fala na sua propaganda que "tempos melhores virão". E não para de chover. Além disso,e o programa dele saiu do ar nas tevês por ordem da Justiça.
Herculano
27/10/2016 07:15
ALIADOS CRITICAM E TENTAM REVER REAJUSTES APROVADOS COM ANUÊNCIA DO GOVERNO, por Josias de Souza

Comissão esvaziada aprova na Câmara reajustes salariais que custarão R$ 3,094 bilhões anuais

Aborrecidos com a incoerência da gestão de Michel Temer, deputados governistas se mobilizam para rever a concessão de reajustes salariais de até 37% a cinco corporações de servidores, entre elas a Polícia Federal. Com o aval do Planalto, os aumentos foram aprovados numa comissão da Câmara, apenas oito horas depois do encerramento da votação da emenda que cria um teto para os gastos públicos. Se ninguém recorrer, o tônico salarial segue direto para o Senado. Os governistas divergentes recolhem assinaturas para exigir que a proposta seja apreciada no plenário da Câmara. Iniciaram a coleta nesta quarta-feira. Precisam de 51 rubricas.

"Esses reajustes não têm lógica", disse ao blog o deputado Betinho Gomes (PSDB-PE), um dos adeptos do abaixo-assinado. "Acabamos de aprovar a emenda do teto, que muita gente acha que vai impor sacrifícios pesados demais. Só se fala em cortar gastos. E o próprio governo referenda a concessão de reajustes salarias. Não faz o menor sentido. É preciso ter um mínimo de coerência."

Em matéria de incoerência fiscal, o governo Temer é reincidente. Em junho, depois de obter autorização legislativa para fechar as contas de 2016 com um rombo de R$ 170,5 bilhões, o Planalto avalizou um megapacote bilionário de reajustes. Aprovaram-se 14 projetos de lei. Vitaminavam os contracheques de 38 carreiras de Estado. Passaram pela Câmara a toque de caixa, em votações simbólicas. Os deputados apenas levantaram ou abaixaram a mão, para mostrar que o "sim" era claramente majoritário.

Dessa vez, adotou-se o mesmo rito, com uma diferença: tudo se passou no ambiente diminuto de uma comissão especial, longe do plenário, com a presença de uma dúzia de gatos pingados. Se conseguir recolher as 51 assinaturas, o que parece provável, o grupo dos descontentes forçará o plenário da Câmara a se posicionar. "No mínimo, nós vamos provocar uma discussão que interessa à sociedade", disse o tucano Betinho. "Não dá para enviar um projeto desses ao Senado sem debate."

A nova leva de reajustes beneficia as seguintes corporações: 1) Polícia Federal, 2) Polícia Rodoviária Federal, 3) Perito Federal Agrário, 4) Desenvolvimento de Políticas Sociais; e 5) Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (Dnit). Os aumentos serão parcelados em três vezes. Até 2019, custarão ao Tesouro Nacional R$ 3,094 bilhões por ano. O Planalto alega que os mimos foram negociados ainda no governo de Dilma Rousseff. Beleza. Mas a irresponsabilidade fiscal de Dilma foi uma das causas do seu impedimento.
Herculano
27/10/2016 07:12
AMANHÃ É DIA DE COLUNA INÉDITA PARA OS LEITORES E LEITORAS PARA A EDIÇÃO IMPRESSA DO JORNAL CRUZEIRO DO VALE
Mariazinha Beata
26/10/2016 12:41
Seu Herculano;

Coluna Cláudio Humberto - às 06:42 hs.

"PERDEU, PLAYBOY
O ex-presidente Lula tem sofrido tantas derrotas na Lava Jato quanto em processos contra jornalistas. Dentre estes, mais recentemente, perdeu ações contra a revista Veja e O Globo".

O cara móóórreu e esqueceram de enterrar.
Bye, bye!
Sidnei Luis Reinert
26/10/2016 12:26
A BESTA GEORGE SOROS TERÁ O BRASIL NA MÃO NOVAMENTE?

O novo presidente da República

Brasil 26.10.16 08:32
FHC será o próximo presidente da República.

Ou ?" perigo! ?" Nelson Jobim.

É o que diz a amiga de Elio Gaspari, Mônica Bergamo, na Folha de S. Paulo:

"A possibilidade de o governo de Michel Temer não conseguir atravessar a turbulência da delação premiada da Odebrecht passou a ser considerada e discutida entre lideranças de partidos diversos como o PSDB e o PT.

Alternativas a Temer passaram a ser aventadas e até nomes que poderiam ser eleitos pelo Congresso Nacional, num pleito indireto, em 2017, são citados.

Entre eles está o de Fernando Henrique Cardoso e até o de Nelson Jobim".

http://www.oantagonista.com/posts/o-novo-presidente-da-republica

Sidnei Luis Reinert
26/10/2016 12:17
Cármem Lúcia avisa que não tem espaço na agenda para reunião com Temer e Maia ?" para salvar Renan


Edição do Alerta Total ?" www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net

Diretamente do Além, Ernesto dos Santos, o Donga, e o jornalista Mauro de Almeida, atualizaram o primeiro samba gravado da História, em 1916: "O Chefete da Polícia, pelo zap-zap, mandou avisar/ Que lá no Senado tem um cangaceiro para enjaular"...

Em tempos de celulares grampeados pela Polícia Legislativa ou por outros arapongas menos votados, a versão atualizada de "Pelo Telefone" serviria para mostrar que a briga com o Judiciário pode ter um desfecho trágico para o Presidente do Congresso Nacional...

A presidente do Supremo Tribunal Federal e do Conselho Nacional de Justiça, Carmem Lúcia, mandou avisar (e não foi pelo telefone) que não tem espaço na agenda para aquela reunião que Renan Calheiros pediu para o Presidente Michel Temer marcar, para as 11 horas da manhã desta quarta-feira, no Palácio do Planalto.

A "discussão de relação" entre os poderes executivo, legislativo e judiciário, "para colocar a casa em ordem", teria a presença de Rodrigo Maia, o presidente da Câmara que embarcou, temerariamente (sem trocadilho infame) na jagunçagem verbal de Renan ?" que chamou o ministro da Justiça de "chefete da Polícia Federal" e qualificou de "juizeco" o magistrado federal que mandou prender a cúpula da aberração chamada de "Polícia Legislativa". O mítico Palhasso do Planalto ficou triste e surpreendido com a recusa da ministra em participar do encontro "para acalmar os ânimos"...

Além de simbolizar que a bronca de Renan mexeu com o espírito de corpo do Judiciário, a postura firme e republicana de Carmem Lúcia é um indício de que Renan Calheiros, finalmente, parece próximo de acertar as contas com a "Justiça". Alvo de pelo menos oito processos que tramitam apenas no STF, fora outros cinco em formato de investigação ou inquérito, Renan seria cabra marcado para perder a presidência do Congresso e o emprego de senador, se não fosse protegido pelo foro privilegiado ?" cujo espírito é corrompido pelos defensores da politicagem tupiniquim.

A excelente notícia é que a ministra Cármem Lúcia já agendou para o dia 3 de novembro, quinta-feira que vem, o julgamento de uma ação que afeta diretamente Renan Calheiros. O STF decidirá se um réu pode ocupar cargos situados na linha de sucessão da Presidência da República. Em 5 de maio, o STF afastou Eduardo Cunha da presidência da Câmara com tal argumento. Certamente, por isonomia, as razões que atingiram Cunha devem valer para outras autoridades.

Depois do confronto que abriu estrategicamente, de forma calculadamente pensada, Renan Calheiros voltou ontem a alvejar a presidente do Supremo, utilizando um argumento legalmente furado. Renan alegou que o juiz Vallisney Souza de Oliveira, da 10ª Vara Federal do Distrito Federal, "usurpou a competência do Supremo Tribunal Federal" ao autorizar a ação da Polícia Federal no Senado, com a prisão de quatro policiais legislativos na sexta passada (21 de outubro). Mais do que ninguém, Renan tem a obrigação institucional de saber que membros da Polícia Legislativa não têm foro privilegiado. Assim, como nenhum senador foi diretamente envolvido na bronca judicial, o "pequeno juiz" de primeira instância tem toda a competência para mandar prender a "Polícia" do Renan...

Vale insistir... O fenômeno mais deplorável do desespero do Presidente do Congresso Nacional é que ele não está falando sozinho. Renan se comporta como o porta-voz de uma classe política que usurpou o poder e desponta nos esquemas do crime institucionalizado. Causa estranheza em alguns e nojo em outros o silêncio dos tucanos e afins. Ninguém criticou Renan, exceto a voz estridente do Randolfe. Os craques do impeachment da Dilma (alguém lembra dela?), Antônio Anastásia, Aécio Neves, Aloysio Nunes, Álvaro Dias e tantos outros nada falam... Todos legitimam as agressões de Renan e não fazem defesas estridentes da Lava Jato. Por que será? Ficar em cima do muro tem o risco de desmoronar junto com ele...

A sociedade brasileira está de saco cheio da impunidade. Ninguém suporta mais a farra do foro privilegiado para políticos e altos funcionários públicos. A esperança é que a Lava Jato e afins ajudem a promover uma limpeza. No entanto, cabe insistir por 13 x 13: só uma mudança na estrutura da máquina estatal terá condições reais e objetivas de combater e neutralizar a ação do crime institucionalizado. Sem uma Intervenção Cívica Constitucional, tudo continuará como sempre esteve...
Almir Ilhota
26/10/2016 12:03
Será porque o pessoal de Ilhota, não quer deixar que o Daniel Bosi abra a licitação para contratar uma nova empresa para substituir a Casam. Até o Ademar que quando era prefeito queria tirar a Casam de Ilhota, agora não quer mais. Será que não é poque a Casam tendo que sair de Ilhota, familiares do Ademar vão perder o aluguel do prédio. O Ademar assumira dia 1° de janeiro a prefeitura de Ilhota.
Herculano
26/10/2016 06:58
COM DIREITO A TUDO, por Ricardo Noblat, de O Globo

A CPI dos Correios que mordeu os calcanhares dos mensaleiros quase não saiu porque o governo manobrou para retirar as assinaturas que garantiam sua instalação.

É tiro e queda: se cobrado a dar explicações sobre escândalos que abalaram seu governo, Lula responde que eles só existiram porque foram investigados. Procedeu assim outra vez no debate com Alckmin promovido pela Rede Record de Televisão

Dá para concluir, pois, que sem investigação não haveria escândalo.

Eis a receita barata e indolor para evitar escândalos: ignorá-los.

Fácil, não?

Candidato aqui e no resto do mundo diz qualquer coisa para se livrar de apertos.

Candidato com eleição praticamente assegurada diz muito mais do que apenas qualquer coisa.

Candidato, assim como Lula, que ainda ganha votos devido aos absurdos que diz, para esse o céu é o limite.

Pode sofismar à vontade, mentir à vontade e reescrever fatos à vontade. Pode mandar a lógica para o espaço e a compostura para o ralo.

Pode também patrocinar aberrações políticas - como Lula fez na tarde de ontem no interior do Maranhão.

PT, PSB e PC do B, partidos que sempre caminharam juntos, apóiam a eleição para o governo de Jackson Lago, do PDT. Até o PSDB apóia Lago, fora os chamados movimentos sociais, todos sócios de Lula no poder.

E, no entanto...

No entanto, Lula desembarcou na cidade de Timon para apoiar a candidatura de Roseana Sarney do PFL. Pouco se lhe dá que o PFL seja o principal adversário do seu governo e cobre sua cabeça em uma bandeja de prata.

Alegou que Roseana sempre o apoiou, assim como o pai dela, o senador José Sarney. Estamos conversados.

Foram raros os escândalos, desses que marcaram a ferro e a fogo o governo Lula, que viraram escândalos porque o governo decidiu investigá-los.

A Polícia Federal e o Ministério Público só entraram em cena à caça de culpados depois que a maioria dos escândalos foi denunciada pela mídia ou por alguém.

Foi assim, por exemplo, no caso de Valdomiro Diniz, ex-assessor da Casa Civil da presidência da República, flagrado cobrando propina a um bicheiro.

Foi assim no caso do funcionário dos Correios filmado embolsando R$ 3 mil.

Foi assim no caso do mensalão detonado pelo ex-deputado Roberto Jefferson.

A Câmara dos Deputados cassou o mandato de Jefferson porque ele não teria conseguido provar o pagamento do mensalão, como Lula lembrou ontem.

E cassou o mandato de José Dirceu porque ele fora acusado por Jefferson de comandar o esquema do mensalão ? mas isso Lula esqueceu de lembrar.

Coerência não é mesmo o forte dos políticos...

Foi a mídia que descobriu o caseiro Francenildo da Costa, testemunha das idas e vindas do ex-ministro Antônio Palocci à alegre mansão do Lago Sul de Brasília onde rolavam festas íntimas e negócios suspeitos.

Foi ela depois que desconfiou da quebra do sigilo bancário do caseiro e da perseguição movida a ele.

Foi a mídia que estranhou a generosa ajuda dada em dinheiro pela Telemar à então minúscula empresa de jogos eletrônicos de um dos filhos de Lula - mas essa foi uma história deixada de lado.

O caso dos sanguessugas, não - esse nasceu dentro da Controladoria Geral da União. Assim como o caso dos vampiros que desviaram recursos públicos para a venda a preços superfaturados de remédios derivados do sangue.

A verdade é que o governo e o PT comportaram-se em relação a todos esses casos de modo a emperrar sua apuração.

A CPI dos Sanguessugas, por exemplo, teve de ser criada duas vezes até poder funcionar.

A CPI dos Correios que mordeu os calcanhares dos mensaleiros quase não saiu porque o governo manobrou até a última hora para retirar as assinaturas que garantiam sua instalação.

A Polícia Federal apreendeu R$ 1,7 milhão destinado à compra de um dossiê contra políticos do PSDB sem fazer a mínima idéia de que ele fora arrecadado pelo PT - e de que o caso ganharia a importância que ganhou.

Ao se dar conta disso, baixou a bola das investigações.

A poucos dias de ser reeleito, Lula espera que a oposição esqueça tudo que ocorreu até aqui e desista da idéia de disputar um terceiro turno.

Parte da oposição atenderá ao pedido dele. Parte, não.

Mas o terceiro turno não depende da oposição. Depende dos desdobramentos de ações que tramitam na Justiça e de denúncias que venham a ser oferecidas pelo Ministério Público e pela Procuradoria-Geral da República.

Se restar provado que o caso do dossiê constitui crime eleitoral do qual se beneficiaria a campanha de Lula, ele não poderá ser remetido para o fundo de uma gaveta só porque Lula foi reeleito.

Mesmo assim, a hipótese do terceiro turno é remota. Meia dúzia de ministros do Tribunal Superior Eleitoral não teria peito de tomar de Lula um mandato conferido por mais de 50 milhões de eleitores.

O governo faz alarido em torno do terceiro turno só para acuar a oposição e, se possível, domesticá-la.
Herculano
26/10/2016 06:49
A FLOR DA PELE, editorial do jornal Folha de S. Paulo

Não cabe o termo "esculacho" porque a rudeza não combina com o perfil de Cármen Lúcia, presidente do Supremo Tribunal Federal. Foram ainda assim duras as palavras que a ministra proferiu durante sessão do Conselho Nacional de Justiça nesta terça-feira (25).

Após afirmar que os integrantes do Judiciário respeitam os membros dos outros dois Poderes, sentenciou: "Queremos também ?"queremos não, exigimos?" o mesmo e igual respeito para que a gente tenha uma democracia fundada nos princípios constitucionais".

Embora o recado estivesse claro, assim como seu destinatário direto, a ministra acrescentou: "Não é admissível que, fora dos autos, qualquer juiz seja diminuído ou desmoralizado. Como eu disse, onde um juiz for destratado, eu também sou. Qualquer um de nós juízes é".

Cármen Lúcia não mencionou o nome de Renan Calheiros (PMDB-AL) dada a óbvia desnecessidade. Um dia antes, o presidente do Senado praguejara contra uma ação da Polícia Federal autorizada por um "juizeco de primeira instância".

Renan referia-se ao magistrado Vallisney de Souza Oliveira, da 10ª Vara Federal do Distrito Federal, que determinou a prisão temporária de quatro agentes da Polícia Legislativa do Senado acusados de impedir ou embaraçar investigações no âmbito da Lava Jato.

As imprecações do peemedebista não pararam por aí. Dirigiram-se também a Alexandre de Moraes, classificado de "chefete de polícia". Na sexta-feira (21), o ministro da Justiça defendeu a atuação da PF ?"a qual, na visão de Renan, empregou "métodos fascistas".

Diga-se, a respeito do episódio, que há algo de nebuloso em relação à operação realizada na sexta. Se parece bastante verossímil a suspeita de que um braço da Polícia Legislativa tenha sido transformado em guarda pretoriana, não se pode descartar a hipótese de exagero por parte do juiz federal.

As varreduras em busca de grampos fazem parte das atribuições da Polícia Legislativa; ademais, discute-se se não deveria partir do STF a ordem para a ação.

Seja como for, a estridência de Renan, em tudo incompatível com a liturgia do cargo que ocupa, revela o quanto seus nervos estão à flor da pele ?"supõe-se que devido à marcha ininterrupta da Lava Jato, que tem no presidente do Senado um de seus investigados.

Enquanto restringir seu destempero ao campo retórico, fazendo dele uma satisfação à numerosa categoria dos políticos preocupados com a Justiça, Renan provocará apenas um indesejável atrito entre Poderes. Se der um passo além desses limites, contudo, afrontará a Lava Jato. Que o exemplo de Eduardo Cunha sirva de alerta.
Herculano
26/10/2016 06:42
PETROBRAS ESCONDE DADOS SOBRE A SETE BRASIL, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

A Petrobras esconde informações sobre contratos de US$7 bilhões com a Sete Brasil, empresa enrolada na Lava Jato, alegando um certo "plano estratégico" até para sonegar informações básicas, como datas de assinatura. A petroleira informou, por meio de sua assessoria, que "só é importante dizer que os contratos não são de agora", sem explicar por que os mantém. São contratos até junho de 2029 com a empresa que está prestes a ser declarada inidônea, acusada de roubar a estatal.

SÃO UNS MALAS...
A Sete Brasil foi criada no governo Lula para fazer o que a Petrobras nunca precisou: intermediar a contratação de plataformas e sondas.

PRIMEIRO CONTRATO
A Petrobras pagará a Sete Brasil US$1,37 bilhão (R$ 6 bilhões), a partir do dia 11, pelo afretamento de uma plataforma. Contrato de 10 anos.

MUITO ESTRANHO
Estranhamente, cada um dos cinco contratos da Petrobras com a Sete Brasil, para diferentes plataformas, tem valor idêntico: US$1,37 bilhão.

EU NÃO SOU EU
A Sete Brasil desconversa. Chega a negar a existência dos contratos disponíveis no site da própria Petrobras. Estão lá, é só garimpar.

DF: INTERVENTOR DO CADE É LIGADO À FAMÍLIA CASCOL
O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), do Ministério da Justiça, nomeou Wladimir Eustáquio Costa interventor no grupo Cascol, investigado por cartelizar o comércio de combustíveis no DF, sem saber que ele era sócio de Cláudio Alves Dias, casado com uma integrante da família controladora da empresa. Após os primeiros seis meses de intervenção, Wladimir foi reconduzido e somente neste mês deixou a sociedade, uma empresa de assessoria empresarial.

RELAÇOES FAMILIARES
Sócio de Wladimir, Cláudio é marido de Silvana Cascão, sobrinha de Elson Cascão, controlador do grupo investigado pela Polícia Federal.

OPERAÇÃO DUBAI
Cade, Ministério Público e Polícia Federal deflagraram a Operação Dubai, que prendeu dirigentes do Grupo Cascol por crime de cartel.

CADE ENGANADO
O Cade admitiu que não sabia das ligações societárias e familiares do interventor. O grupo Cascol não se pronunciou.

FIM DO NEGOCIO DA CHINA
Projeto do senador Sérgio Petecão (PSD-AC) acaba a obrigatoriedade da "contribuição sindical". A ideia é cobrá-la apenas dos sindicalizados que autorizem o desconto em seu salário. Os mais de 15 mil sindicatos existentes no Brasil faturam R$3,5 bilhões com essa cobrança.

PINTA DE POLÍTICO
O prefeito eleito de São Paulo, João Doria (PSDB), fez tour na Câmara, nesta terça-feira (25). Todos ficaram impressionados com a elegância do tucano, mas é visível como ele parece à vontade vestido de político.

FALTOU SERVIÇO
Funcionária da Câmara produzia filmetes, ontem, para constranger deputados favoráveis à PEC 241. Fazendo bico em horário de trabalho, mostrou ser dispensável ao serviço e por isso deveria se demitir. Ajudaria muito a reduzir os gastos públicos.

PERDEU, PLAYBOY
O ex-presidente Lula tem sofrido tantas derrotas na Lava Jato quanto em processos contra jornalistas. Dentre estes, mais recentemente, perdeu ações contra a revista Veja e O Globo.

ARRECADAR, ELES SABEM
Cláudio Manoel, da turma do Casseta, sem a menor disposição de achar graça nisso: "A única coisa pública que funciona no Brasil é arrecadação. No resto, é ineficiente, corrupto ou vergonhoso"

DESAPOSENTAÇÃO NA PAUTA
Volta à pauta do STF hoje a desaposentação, direito do aposentado que voltou a trabalhar a pedir revisão do benefício. Há 182 mil ações judiciais. Gustavo Ramos, do Roberto & Mauro Advogados, diz que 700 mil aposentados trabalham e podem requerer a troca de benefício.

POBRES SEM TV
Mais de 400 mil pessoas mais pobres do Distrito Federal ficarão sem TV no dia 17 de novembro, prazo máximo fixado para a instalação do conversor para o sinal digital. Apenas 84% da população o instalaram.

MAIS PARA FRENTE
O governador do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg, se reuniu com o ex-secretário de Segurança do Rio José Mariano Beltrame para tentar convencê-lo a aceitar o mesmo cargo no DF. Beltrame disse querer ficar com a família, mas prometeu pensar a respeito no futuro próximo.

PENSANDO BEM...
...quem chama juiz de primeira instância de "juizeco" tem tudo para virar mais um "réuzeco".
Herculano
26/10/2016 06:35
NÃO HÁ COMO FINGIR QUE O PROBLEMA DOS GASTOS PÚBLICOS NÃO EXISTE, por Alexandre Schwartsmann, economista, ex-diretor do Banco Central, no jornal Folha de S. Paulo

As despesas primárias do governo federal em 2015 totalizaram R$ 1,2 trilhão (19,5% do PIB; eram 14% do PIB em 1997), número que não inclui os gastos de 27 Estados e cerca de 5.500 municípios espalhados pelo país.

Graças, porém, a trabalho recente da Secretaria do Tesouro Nacional, ficamos sabendo que em 2014 os três níveis de governo no Brasil gastaram R$ 2,1 trilhões, o equivalente a 36,5% do PIB, aumento de quase R$ 400 bilhões na comparação com 2010, quando o dispêndio atingiu R$ 1,7 trilhão (a preços de 2014), ou 33,8% do PIB.

Não há dados oficiais comparáveis para períodos mais longos, mas, em relatório para clientes, estimamos que entre 1997 e 2015 as despesas primárias consolidadas tenham aumentado em pouco mais de R$ 1 trilhão; R$ 808 bilhões por conta e obra do governo federal, e o restante, R$ 220 bilhões, vindo de Estados e municípios.

Dos R$ 2,1 trilhões gastos em 2014, o funcionalismo consumiu quase 1/3 do total (12,5% do PIB), distribuído de forma razoavelmente equilibrada entre os três níveis de governo, e foi, de longe, a maior despesa, superando a Previdência (8% do PIB), gastos sociais (7% do PIB) e aquisições de bens e serviços (5,5% do PIB), assim como os demais dispêndios. O leitor não deve ter maiores dificuldades para inferir quais são as prioridades do gasto público.

Como notei em colunas anteriores, a proposta de teto constitucional para a despesa pública afeta apenas o governo federal, que hoje responde por pouco mais que a metade do total. É verdade que limita a parcela que tem crescido de maneira mais vigorosa nos últimos 18 anos, mas não tem nenhum efeito sobre governos locais.

Isto dito, o comportamento relativamente mais contido destes no período resultou em larga medida do acordo de reestruturação das dívidas firmado ao fim nos anos 1990, que na prática forçou os Estados a se comprometer com o pagamento de seus débitos com a União e, portanto, a segurar seus gastos. No entanto, isso deixou de ser verdade nos últimos anos. Não é por outro motivo que muitos se encontram em Estado calamitoso, chegando a consumir 75% de suas receitas com pessoal.

Mais importante, a recente rodada de renegociação dessas dívidas abriu várias frentes que permitirão expansão do gasto estadual e municipal. Prestações bastante reduzidas e a postergação dos primeiros pagamentos abrem a possibilidade concreta de aumento das despesas no futuro imediato.

Contra esse pano de fundo, é de estranhar a resistência a uma proposta de ajuste extraordinariamente gradual da despesa, que, se aprovada hoje, precisará de pelo menos três anos para trazer o gasto federal para níveis observados em 2014, sem nenhum controle, repito, sobre governos locais.

Não falta quem acredite em soluções fáceis para esse dilema. Não há, como também não há como fazer o problema ir embora fingindo que ele não existe. Ou bem entendemos a esfinge ou ela há de nos devorar.

Vladimir Safatle ficou tão ofendidinho por eu ter apontado seus erros que parece ter problemas com interpretação do texto. Jamais disse que apenas economistas sabem fazer conta; apenas que ele não sabe. Tanto é que, em vez de responder a minhas objeções, usa o velho truque de tentar desqualificar o autor do argumento. Triste, mas nada surpreendente...
Herculano
26/10/2016 06:28
STF JULGA AÇÃO QUE PODE TIRAR RENAN DO CARGO, por Josias de Souza

A ministra Cármen Lúcia, presidente do Supremo Tribunal Federal, marcou para 3 de novembro, quinta-feira da semana que vem, o julgamento de uma ação que pode abrir caminho para retirar Renan Calheiros do cargo de presidente do Senado. A Corte terá que decidir se um réu pode ocupar cargos situados na linha de sucessão da Presidência da República. Como presidente do Senado, Renan é, hoje, a terceira autoridade na rota sucessória. Se por alguma razão Michel Temer e Rodrigo Maia, o presidente da Câmara, não puderem assumir o Planalto, é Renan quem assume.

Numa sessão realizada em 5 de maio, o Supremo afastou o então deputado Eduardo Cunha do comando da Câmara a pedido da Procuradoria da República. Um dos argumentos esgrimidos pelo relator do caso, ministro Teori Zavascki, foi justamente o de que não convinha manter a poltrona de presidente da República ao alcance de um réu.

Teori anotou em seu voto: "?Não há a menor dúvida de que o investigado não possui condições pessoais mínimas para exercer, neste momento, na sua plenitude, as responsabilidades do cargo de presidente da Câmara dos Deputados, pois ele não se qualifica para o encargo de substituição da Presidência da República, já que figura na condição de réu no inquérito 3983, em curso neste Supremo Tribunal Federal." A tese foi endossada pela unanimidade do plenário do tribunal.

Agora, os ministros do Supremo terão de dizer se as razões que justificaram o afastamento de Cunha se aplicam às outras autoridades que compõem a linha sucessória. Se a resposta for positiva, bastará que Renan se torne réu na Lava Jato ou em qualquer outro escândalo para ser apeado do comando do Senado. A ação foi protocolada pela Rede, legenda de Marina Silva. O relator é o ministro Marco Aurélio Mello.

A hipótese de Renan ser enviado pelo mesmo Supremo ao banco dos réus não é negligenciável. Além de responder a oito inquéritos na Lava Jato, o presidente do Senado já foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República no caso em que é acusado de pagar as despesas de uma filha que teve for a do casamento com propinas recebidas da Construtora Mendes Júnior.

O caso é de 2007. Está pronto para ser julgado há 3 anos e 8 meses. Desde o dia 4 de outubro, encontra-se sobre a mesa de Cármen Lúcia, para que ela marque a data do julgamento. Algo que pode ocorrer a qualquer momento. É contra esse pano de fundo que Renan comprou briga com o "juizeco de primeira instância" que autorizou a Polícia Federal a varejar a Polícia do Senado. Em resposta, Cármen Lúcia exigiu "respeito" ao Judiciário.

Em visita ao Planalto, na manhã desta terça-feira, Renan pediu a Michel Temer que intermediasse uma conversa com Cármen Lúcia. Contactada pelo presidente da República, a ministra alegou ter dificuldades para encaixar o encontro em sua agenda. Ficou de verificar. Renan chegou a celebrar o encontro em entrevista. Horas depois, porém, Carmén Lúcia refugou o convite. E Temer viu-se compelido a cancelar o encontro que ocorreria nesta quarta-feira.
Herculano
26/10/2016 06:17
ASSASSINATO NA ESCOLA INVADIDA, por Valentina de Botas, em Veja

Parece mesmo que o Brasil se especializou na desoladora modalidade de poucos infelicitarem muitos. "Os demais não têm o direito de estudar?", Edilaine Triani, diretora do colégio Pedro Macedo, no bairro Portão, em Curitiba, pergunta entre a indignação e o desalento, depois de dizer que a escola que dirige tem 3,3 mil alunos e somente uns 30 estão na invasão.

Na sexta-feira, dia 21, alguns professores que queriam trabalhar e alguns pais preocupados tentaram entrar numa escola em Londrina e foram impedidos pelo Conselho Tutelar, que tal? A entidade alegou que a assembleia dos invasores era "soberana", eliminando de uma só vez o pátrio poder, a Constituição, o bom senso e a vida de Lucas Eduardo de Araújo. A inacreditável atitude do Conselho repercutiu tragicamente a 300 quilômetros de distância, em Curitiba.

Com o ano letivo praticamente perdido e os alunos perdendo conteúdo importante para o vestibular, se o Conselho Tutelar tutelasse os direitos de todos ?" o de estudar -, e não somente os interesses difusos de pouquíssimos estudantes cooptados pela militância primitiva que, com a vida ganha, o faz de peões e álibi para a própria farsa revolucionária, Lucas, de apenas 16 anos, talvez não tivesse sido assassinado nesta segunda-feira, dentro do Colégio Santa Felicidade, uma das escolas invadidas em Curitiba.

A estupidez do Conselho Tutelar, a omissão das demais instituições, a hesitação de Beto Richa e a imprensa boçal que enaltece em tom condoreiro a "resistência" dos estudantes e todos os babacas-tipo-assim-descolados que ainda acham tipo-assim-bacana essa pose nefasta de esquerdismo-totalitário-do-bem são cúmplices dos radicais que poderiam ter procurado canais democráticos para encaminhar objeções à PEC 241 e MP 746, mas democracia é grego para a choldra extremista.

Um cadáver só não faz verão, um cadáver só é pouco para a esquerda revolucionária que historicamente se impõe e reina somente do cume alto de pilhas de milhões de cadáveres. Foi necessário haver o cadáver solitário de Lucas para finalmente se iniciar o fim da invasão que não precisava ter começado e não teria havido se os tarados ideológicos que a perpetraram não fossem o que são e nem bajulados por cretinos de toda espécie, cuja larga maioria jamais estudou em escola pública, e encontram nessas invasões alívio para a culpa-de-boutique de suas consciências retrogradamente progressistas. Minhas orações serão para que a família de Lucas Eduardo encontre algum consolo.
Herculano
26/10/2016 06:13
ASSIM, A LAVA JATO VAI ACABAR ABSOLVENDO LULA, por Elio Gaspari, para os jornais O Globo e Folha de S. Paulo

O conjunto de investigações que é associado genérica e impropriamente à Operação Lava Jato está se transformando numa parque de diversões. Há um magistrado que já apelidaram de Walt Disney, assim como há procuradores e policiais que caçam holofotes. É compreensível que isso aconteça, sobretudo quando de uma hora para outra aparece um empreiteiro presenteando a mulher de um governador com brilhantes da Van Cleef.

O delegado federal Filipe Hille Pace, que investiga traficâncias do ex-ministro Antonio Palocci com a empreiteira Odebrecht, revelou sua suspeita de que Lula seja o "amigo" que recebia dinheiro da empreiteira. Fez isso na linguagem contorcida de quem diz mas não afirma. A ele:

"Muito embora haja respaldo probatório e coerência investigativa em se considerar que o 'amigo' das planilhas (...) faça referência a Luiz Inácio Lula da Silva, a apuração de responsabilidade criminal do ex-presidente da República não compete ao núcleo investigativo do GT Lava Jato do qual esta Autoridade Policial faz parte."

O "respaldo probatório" conhecido está em várias referências a Lula, sempre mencionado como amigo de Emilio Odebrecht. Sendo ele amigo do dono da empresa, seria ele o "amigo" que recebeu R$ 8 milhões. Lula e a Odebrecht têm muitos amigos, mas essa cova é curta. O próprio delegado ressalvou que "a apuração da responsabilidade criminal do ex-presidente da República não compete ao núcleo investigativo" do qual faz parte.

Sendo assim, foi despropositada a inexorável e deliberada publicidade obtida pela divulgação de sua suspeita. Se o assunto não é da sua alçada, teria feito melhor mantivesse o caso nos canais investigativos da corporação.

Como Lula afirma que nunca soube de nada, não é dono do apartamento de Guarujá e nada tem a ver com o sítio de Atibaia, se amanhã alguém disser que ele estava no depósito de livros de Dallas na manhã de 22 de novembro de 1963, haverá quem acredite que finalmente se descobriu quem matou John Kennedy.

Contam-se em muitos milhares as pessoas que desejam ver Lula preso. Tamanha é essa esperança que na semana passada, quando a Polícia Federal vagou três celas na carceragem de Curitiba e ocupou uma com Eduardo Cunha, muita gente boa acreditou que as outras duas estavam reservadas para Lula e seu escudeiro Paulo Okamotto. Informados de que o carro da Federal viria buscá-lo, petistas já madrugaram na porta de seu edifício.

Admita-se que resolvam prender Lula porque, de acordo com os documentos conhecidos, ele seria o "amigo" que recebeu R$ 8 milhões da Odebrecht. Nesse caso os trabalhos seriam dois: primeiro, prendê-lo; em seguida, soltá-lo. Em março o ex-presidente foi conduzido coercitivamente a uma delegacia. O balanço do episódio foi a sua martirização, papel em que há 40 anos ele se sente bem.

Repetiu-se a dose em setembro, quando o Ministério Público fez um teatrinho infantil, apresentando-o como cabeça da hidra da roubalheira. Num gráfico de Powerpoint, nem do português cuidaram, mencionando uma "propinocracia". Essa espetacularização foi criticada pelo próprio ministro Teori Zavascki. Na ocasião, o relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal cobrou respeito à "seriedade que se exige na apuração desse fatos".

Não custa ouvi-lo.
Herculano
26/10/2016 06:08
OS CATARINENSES CONTRA A PEC 241

Repetiram-se os votos catarinenses do primeiro turno da matéria no Senado

Por motivos ideológicos e comprometidos com o atraso que quebrou o Brasil, desempregou milhões, votaram contra a PEC, achando que o dinheiro cai do céu mesmo quando ele não existe, os deputados Pedro Uczai e Décio Neri de Lima, ambos do PT; Ângela Albino, do PCdoB, bem como Carmem Zanotto, PPS, por simples birra e contrariando orientação do partido.
Herculano
26/10/2016 06:04
AMIGO É COISA PRA SE GANHAR, por Carlos Brickmann

E onde se guarda um amigo? "No lado esquerdo do peito", ensinam Milton Nascimento e Fernando Brant na esplêndida Canção da América. No mesmo lado do peito em que se guardam as recheadas, generosas, dadivosas (ou, conforme o caso, receptivas e gulosas) carteiras.

O pensamento voou, e ele disse que gostaria de ter um sítio para passar alguns fins de semana. Amigos compraram o sítio e o puseram à sua disposição. Outros amigos o reformaram para receber o ilustre hóspede. Na belíssima área rural, o sinal do celular era fraco. E surgiu, magicamente, uma torre de celular, que outros amigos cuidaram de instalar. Mas por mais belo que seja, um sítio pode tornar-se monótono. E os amigos apareceram com um triplex à beira-mar, com piscina exclusiva, cozinha top e elevador.

O que importa é ouvir a voz do coração, e estender a bênção da amizade aos próximos. Amigos providenciaram o apartamento em que mora o filho, tranquilo, livre de aluguel. Os sócios do garotão, com 50% da empresa, nunca fizeram questão de receber sua parte nos lucros. Num ano, o filho recebeu 100% dos lucros; em outro, 96%; em outro, 62%.

Pois o que importa, entre amigos, não é dinheiro, é ouvir a voz que vem do coração. Amizade gera amizade: só um dos bons amigos multiplicou seu faturamento por nove, em oito anos. Boa parte por baixo de sete chaves.

Alguém pode reclamar quando dizem que seu apelido era "Amigo"?

TODO MUNDO...

É preciso cortar despesas, diz o presidente Michel Temer aos parlamentares aliados, defendendo em lauto banquete, pago com dinheiro público, uma tese correta: limitar os gastos federais pelos próximos 20 anos. É preciso cortar despesas, diz o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, para que os juros possam baixar e a economia volte a crescer.

...MENOS EU

Mas, antes mesmo que a limitação das despesas federais seja votada, já existe quem defenda economia só para os outros. Na comissão da Câmara sobre reforma política, a primeira proposta trata de um bom aumento de despesas. O tucano mineiro Marcus Pestana quer criar o Fundo de Defesa da Democracia, com verba de R$ 3 bilhões anuais, para bancar as despesas dos partidos com manutenção e campanhas. A verba multiplica por pouco mais de quatro os gastos com o Fundo Partidário e atende a uma ideia originalmente petista, de pagamento de campanhas com dinheiro público.

ME DÁ UM DINHEIRO AI

O caro eleitor não tem vontade de pagar a conta da campanha de ninguém? Bem-vindo ao clube! A desculpa da nova ordenha é que, sem as doações de pessoas jurídicas, não há dinheiro para as campanhas (o PT acrescenta que doadores privados tendem a beneficiar partidos que lhes retribuirão o favor). Só que não é assim: na rigorosa Alemanha, onde o financiamento de campanhas é exclusivamente público, o primeiro-ministro Helmut Kohl perdeu o posto quando descobriram que reforçava seu caixa eleitoral com doações privadas. Imagine no Brasil.

UM DIA FRIO

Sim, ainda há gente bem-humorada na Capital Federal. Diziam que, se frio na barriga fosse transmissível, Brasília nesses dias seria uma nova Sibéria. Foi aceita a delação premiada de Marcelo Odebrecht e dezenas de seus executivos. Tudo certo, organizado, arquivado nos computadores, com nome de quem entregou e de quem recebeu, quantia, local, horário. Começa a temporada de verificações - e vazamentos, talvez seletivos.

QUEM É?

As informações são de O Globo: os executivos da Odebrecht delataram 130 deputados, senadores e ministros; 20 governadores ou ex-governadores. São citados o presidente Michel Temer, os ministros Eliseu Padilha (seu auxiliar mais próximo, da Casa Civil), Geddel Vieira Lima (Governo) e José Serra (Relações Exteriores); e os ex-poderosos Guido Mantega, Eduardo Cunha e Antônio Palocci.

É VENDAVAL

O caso Pasadena (uma refinaria de petróleo apelidada de Ruivinha, de tão enferrujada) demonstrou que a direção a Petrobras, nos governos Lula-Dilma, não sabia comprar instalações no Exterior - ou, o que é muito pior, sabia, sim. Mas essa falha era compensada: segundo ação popular aceita pela juíza Maria Amélia de Carvalho, da 23ª Vara de Justiça Federal do Rio, a empresa também não sabia vender instalações no Exterior. Diz a ação popular que a venda dos ativos da Petrobras na Argentina à Pampa, no finzinho do Governo Dilma, deu prejuízo de U$ 1 bilhão. No Japão, a Petrobras comprou refinaria em Okinawa, há oito anos, por US$ 350 milhões. Neste ano, Dilma cuidando só do impeachment, a refinaria ficou quase parada desde março. A Petrobras vendeu-a por US$ 129 milhões.
Herculano
26/10/2016 05:56
CARMEM LÚCIA TRATA RENAN COMO "SENADORZECO", por Josias de Souza

tido como um político calculista, Renan Calheiros passou a viver perigosamente. Enrolado em oito inquéritos da Lava Jato, o senador forneceu a colegas que também enfrentam apuros penais um serviço de desmonte de grampos e escutas ambientais. Fez isso deformando o papel da Polícia do Senado. E espetou a conta no bolso do contribuinte. Apanhado em suas exorbitâncias, Renan resolveu dar aula de democracia aos estúpidos.

Ensinou que "a submissão ao modelo democrático não implica em comportamentos passivos diante de excessos cometidos por outros poderes." Numa apoteose do ilógico político que caracteriza a inconsequência reinante no Congresso, Renan explicou: "um juizeco de primeira instância não pode, a qualquer momento, atentar contra um poder." Um "chefete de polícia" travestido de ministro da Justiça não deve prestigiar uma Polícia Federal que cumpre ordem judicial que desconsidera a invulnerabilidade do Senado.

Todos estranharam o comportamento de Renan. Até os seus amigos mais próximos acham que ele perdeu a bússola que o fazia antecipar racionalmente os resultados de suas ações. Perdido, o mandarim do Congresso exercitou o seu direito de escolher o próprio caminho para o inferno. Com atraso, Renan descobriu que houve uma troca de guarda no Supremo Tribunal Federal.

A presidência da Suprema Corte já não é exercida por Ricardo Lewandowski, que manteve por três anos na gaveta uma denúncia em que Renan é acusado de bancar as despesas de uma filha que teve fora do casamento com dinheiro da Mendes Júnior. Quem preside o Supremo agora é Cármen Lúcia, que definirá nos próximos dias a data de julgamento da denúncia longeva.

Como que decidida a informar a Renan que o Brasil pode estar mudando, a nova presidente do Supremo tratou Renan como um 'senadorzeco' qualquer. Sem mencionar-lhe o nome, ministrou ao senador uma aula de bons modos institucionais. Ensinou que a Constituição anota que os poderes da República são independentes, mas também harmônicos.

"Numa democracia, o juiz é essencial, como são essenciais os membros de todos os outros poderes, que nós respeitamos. Queremos também, queremos não, exigimos o mesmo e igual respeito para que a gente tenha democracia fundada nos princípios constitucionais.''

Cármen Lúcia acrescentou: "Somos todos igualmente juízes brasileiros querendo cumprir nossas funções. Espero que isso seja de compreensão geral (?) O mesmo respeito que nós, Poder Judiciário, dedicamos a todos os órgãos da República, afinal somos, sim, independentes e estamos buscando a harmonia em benefício do cidadão brasileiro. Espero que isso não seja esquecido por ninguém, porque nós juízes não temos nos esquecido disso.''

Sem querer, Cármen Lúcia deu aula também a Michel Temer, cujo ministro foi chamado de "chefete de polícia". Em situações assim, não há meio-termo: ou o presidente coloca seu ministro no olho da rua ou responde ao detrator à altura. Sob a alegação de que precisa manter a governabilidade, Temer virou uma espécie de sub-Cármen.
Sidnei Luis Reinert
25/10/2016 19:41
Um dia depois de o Trump reunir um público de VINTE MIL eleitores na Flórida, o vice da Hillary, Tim Kaine, fez ali um comício para exatamente TRINTA PESSOAS (incluindo os jornalistas e cabos eleitorais). Há definitivamente algo de errado com as "pesquisas de preferência eleitoral", tão compradas quanto o resto da mídia:
http://www.thegatewaypundit.com/2016/10/wow-tim-kaine-holds-rally-30-people-show/
Herculano
25/10/2016 19:37
ATÉ QUANDO RENAN SERÁ MIMADO? por Mário Sabino, de O Antagonista

Renan Calheiros é o garoto mimado da República. Como todo garoto mimado, ele só tem um lado: o seu próprio.

Fernando Collor o projetou nacionalmente como líder do governo. Quando veio à tona o esquema de PC Farias, Renan abandonou o barco e se salvou.

No primeiro mandato de Fernando Henrique Cardoso, foi presenteado com o Ministério da Justiça. Sim, você talvez não se lembre, mas Renan Calheiros foi ministro da Justiça de FHC ?" e, com isso, ganhou respeitabilidade, digamos, e aumentou a sua influência.

Sob o PT, Renan Calheiros se tornou um garoto ainda mais voluntarioso, porque se vendeu como essencial para a governabilidade. Virou um dos meninos donos da bola.

No segundo governo Lula, para não ser cassado depois que descobriram que ele pagava a pensão de sua amante com dinheiro da Mendes Júnior, renunciou ao mandato de senador - e voltou, mimado pelas generosas urnas alagoanas.

Até o último momento, Renan Calheiros foi acarinhado por Dilma Rousseff. Atraído por Michel Temer, ele fez doce, mas acabou votando pelo impeachment da petista.

Sob o PMDB, ele continua a ser considerado "peça estratégica". Todos dizem em Brasília que, sem Renan Calheiros, é impossível passar as reformas e governar o Brasil. Eu acho que, também por isso, ele é mimadíssimo pelo STF. Renan Calheiros tem oito inquéritos que correm no tribunal. Quer dizer, que andam a passo de tartaruga ou estão completamente parados.

Acuado pela prisão dos cangaceiros legislativos pela Polícia Federal, Renan Calheiros acusou a PF de "fascismo", afirmou que o magistrado que emitiu o mandado era um "juizeco de primeira instância" e chamou o ministro da Justiça de "chefete de polícia".

Hoje, noticiou-se que Michel Temer "acalmou" Renan Calheiros.

Até quando o veremos ser mimado (e com o nosso dinheiro)?
Herculano
25/10/2016 15:01
O RODA VIVA COM M?"NIVA DE BOLLE: DILMA ROUSSEFF DEIXOU UM LEGADO DE DESTRUIÇÃO ECONOMICA, por Augusto Nunes, de Veja.

Os temas abordados incluíram as causas da crise econômica e as medidas necessárias para tirar o Brasil do atoleiro

A convidada do Roda Viva desta segunda-feira foi a economista Monica de Bolle, professora da Universidade Johns Hopkins. Autora do livro "Como matar a borboleta-azul: Uma crônica da era Dilma", ela examinou as causas da crise econômica brasileira e as medidas necessárias para tirar o país do atoleiro. Confira alguns trechos da entrevista:

Falar sobre a PEC do Teto pode soar um pouco abstrato para a população. Esse tipo de comunicação deve se dar de maneira simples: "olha, passamos por um momento complicado, houve um desmonte da economia e, diante disso, temos duas opções, podemos cortar gastos, aumentar impostos ou fazer uma combinação das duas coisas. Como aumentar impostos terá um impacto no seu bolso, estamos tentando evitar essa situação de imediato".

A partir de 2011 houve uma tentativa de manter o país crescendo numa taxa que já não era condizente com a realidade. E vários artifícios foram utilizados, mas principalmente dois: o uso do crédito público subsidiado, sobretudo do BNDES, e a queda dos juros de uma forma um tanto atabalhoada.

Dilma Rousseff deixou uma porta arrombada sem nada dentro. Foi um legado de destruição.

O processo de reconstrução da economia é árduo, lento e vai exigir muita paciência. E o pior é que, diferente da época de Itamar Franco, quando o Plano Real levou dinheiro ao bolso da população, hoje não há nada que se possa fazer para dar um alento às pessoas.

Existe atualmente no Brasil uma situação esquisita. Se você foi a favor do impeachment de Dilma Rousseff, precisa necessariamente ser a favor do governo Temer. Eu entendo aqueles que apoiaram o impeachment mas olham com desconfiança o atual governo. São coisas diferentes.

O problema maior não é fazer a PEC 401 ser aprovada no Congresso, mas ter pulso firme para aguentar a pressão de todos os grupos de interesse que querem um pedaço desse latifúndio.

O governo Dilma, principalmente no final, estava completamente sem direção, o que tem um impacto grande sobre o mercado financeiro. As pessoas estão mais otimistas. Mas tanto eu quanto parte dos investidores estrangeiros que pensam a longo prazo estão preocupados, porque a situação que vivemos hoje tende a mudar em 2017, quando já estaremos vivendo uma realidade pré-eleitoral.

Países onde houve uma queda muito forte do PIB per capita normalmente demoram uma década para se recuperar.

Nos primeiros anos do governo Lula havia um equilíbrio grande entre ideologia e pragmatismo, além de um quadro internacional positivo. No segundo mandato, principalmente depois de 2008, esse equilíbrio começou a se desvirtuar. No final, predominou a ideia de que o que importava era manter o crescimento, a renda subindo e os níveis de emprego, mesmo que isso não estivesse mais em conformidade com o processo que o Brasil estava vivendo naquele momento. Se Dilma tivesse retomado o equilíbrio, talvez revertesse essa descida ladeira abaixo. Em vez disso, ela acelerou.

Enquanto nossos vizinhos estavam fazendo diversos acordos bilaterais, nós simplesmente ignoramos por completo o que acorria ao nosso redor. É uma infelicidade que o Brasil esteja se abrindo somente agora, num momento em que o mundo quer se fechar.

A bancada de entrevistadores reuniu os jornalistas André Lahóz (Exame), Bruna Lencioni (revista América Economia Brasil), Samantha Pearson (Financial Times), Alvaro Gribel (O Globo) e Márcio Kroehn (IstoÉ Dinheiro). Com desenhos em tempo real do cartunista Paulo Caruso, o programa foi apresentado, excepcionalmente, pelo diretor de Jornalismo da TV Cultura, Willian Corrêa.
Herculano
25/10/2016 14:47
COMEÇOU A ENGANAÇÃO

Segundo o jornalista Moacir Pereira, "os deputados federais Décio Lima e Pedro Uczai estão inclinados pela tese de construção de um novo partido político. Os deputados estaduais, em sua maioria, também são simpáticos a essa alternativa.

Não houve decisão na reunião dos dirigentes, parlamentares e líderes, realizada em Florianópolis. Novo debate sobre o futuro vai ocorrer em Brasília, no dia 31 de outubro. O encontro nacional está previsto para o início de dezembro."

Volto. Eles - os deputados do PT - querem sobreviver. E está difícil diante do quadro que criaram, levando o Brasil ao brejo. Pedro Uczai, radical, amparado pelas pastorais, é contra tudo e todos, desde que venha ao reino do PT, na esquerda do atraso. Reinava na Assembleia. Na Câmara Federal, não conseguiu se sobressair.

Já Décio Neri de Lima, ex-prefeito de Blumenau, dono do PT de Gaspar o último reduto seu a perder o mandarinato, não consegue ser voz em Blumenau há quatro eleições. Perdeu Brusque, com Paulo Roberto Eccel, cassado. Em Itajaí, sua terra Natal, para onde trocou o domicílio eleitoral e prometia concorrer. Mas correu do pau ao ver o quadro negro nacional e regional. Do seu amigão de Luiz Inácio Lula da Silva, como se apresentava, ficou órfão, e o escondeu o quanto pode para se livrar de qualquer mancha adjacente.

Agora, se os deputados do PT catarinense vão trocar de nome o próprio PT, vão herdar também todas as nódoas, dúvidas e crimes atribuídos justa ou injustamente ao PT. Afinal todos estarão reunidos sob o mesmo teto que dizem ter outra denominação.

É o caso daquela empresa que depois de tanto sacanear os seus clientes e ao perceber que não atrai mais ninguém para o seu negócio, muda de nome, e continua no mesmo ramo, e pior, com as mesmas práticas contra o mercado.

Então, a simples troca de nome, como querem, pode dar tudo errado novamente. Com as redes sociais cada vez mais ativas e o esclarecimento cada vez maior dos analfabetos, ignorantes e desinformados, o público preferido da esquerda do atraso, tudo voltará como antes. O PT paga na mesma moeda o que fez com o PFL. A praga voltou contra o praguejador.

Se os deputados do PT vão se unir ou se dispersar ao PSOL - o filhote queridinho da maioria -, a Rede da ex-petista Marina Silva - o preferido de muitos - ou o PCdoB - o comunista que diz defender e representar a democracia - ou o PDT - que traz o legado trabalhista e onde o velho peleguismo se abriga, perdem de vez a identidade única de poder que tanto sonharam e até certo pronto, construíram.

Pior, em alguns desses partidos, hoje nanicos, ainda correm o risco de não ultrapassarem a cláusula de barreira, de ela for realmente implantada.

Triste este o dilema de gente esperta que pregou a homogeneidade, defendendo uma falsa pluralidade, ética e dialética. Agora, é aguardar.
vlad
25/10/2016 14:38
"Queremos o inocente em casa e o culpado preso. Quando não acontece isso, é uma anomalia" ?" juiz Sérgio Moro, na audiência pública sobre as 10 medidas contra a corrupção, intensamente aplaudido.
Sidnei Luis Reinert
25/10/2016 13:03
Herculano, veja esta do time do Kleinubing da turma do asfalto:

Pega na Mentira!
Jean Kuhlmann como deputado há 1 ano atras em discurso afirma que os problemas na saúde de Blumenau é culpa do governador Raimundo Colombo por falta de repasse para nossa cidade.Agora Jean Kuhlmann como candidato a prefeito distorce a verdade colocando a culpa da saúde no atual prefeito Napoleão.E ainda usa o governador Raimundo em prol de sua campanha da mentira!Veja o vídeo e tire suas duvidas se Jean Kuhlmann fala a verdade?Não tem palavra no que diz como deputado imagine para cumprir promessas de campanha para prefeito!?

https://www.facebook.com/ramon.bittelbrunn/posts/1163973660348912
Sidnei Luis Reinert
25/10/2016 12:38
A TERCEIRA GUERRA MUNDIAL JÁ COMEÇOU

CIA Preparar para greve de Cyber ??possível contra a Rússia

A administração Obama está contemplando uma ação secreta cibernético sem precedentes contra a Rússia em retaliação pela alegada interferência russa na eleição presidencial norte-americana, os oficiais de inteligência dos EUA disse à NBC News.

funcionários atuais e antigos com conhecimento direto da situação dizem que a CIA foi convidado para entregar opções para a Casa Branca para uma operação de ciber amplo "clandestina", projetado para perseguir e "constranger" a liderança Kremlin.

As fontes não entrou em detalhes sobre as medidas exatas da CIA estava considerando, mas disse que a agência já tinha começado a abrir as portas cibernéticos, a seleção de alvos e fazendo outras preparações para uma operação. Ex-oficiais de inteligência disse à NBC News que a agência se reuniram resmas de documentos que possam expor as táticas desagradáveis ??do presidente russo, Vladimir Putin.

O vice-presidente Joe Biden disse "Meet the Press" moderador Chuck Todd na sexta-feira que "estamos enviando uma mensagem" a Putin e que "será no momento da nossa escolha, e sob as circunstâncias que terão o maior impacto. "

Quando perguntado se o público americano vai saber uma mensagem foi enviada, o vice-presidente respondeu: "A esperança não."

Almirante James Stavridis disse à NBC News 'Cynthia McFadden que os EUA deveriam atacar capacidade da Rússia para censurar seu tráfego interno internet e expor as transações financeiras de Putin e seus associados.

"PROBE COM BAIONETAS. QUANDO VOCÊ BATE MUSH, PROCEDER. QUANDO VOCÊ BATE AÇO RETIRAR."
"É bem sabido que há grande quantidade de dinheiro offshore movido para fora da Rússia de oligarcas", disse ele. "Seria muito embaraçoso se isso foi revelado, e que seria uma resposta proporcional ao que temos visto" em supostas hacks e vazamentos da Rússia visando a opinião pública americana.

Sean Kanuck, que era até esta primavera o oficial de inteligência dos EUA sênior responsável por analisar as capacidades cibernéticas russas, disse não montar uma resposta levaria um custo.

http://www.nbcnews.com/news/us-news/cia-prepping-possible-cyber-strike-against-russia-n666636
Sidnei Luis Reinert
25/10/2016 12:26
Por que a maioria protege os bandidos?


Edição do Alerta Total ?" www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net

O Bom Dia São Paulo, jornal local da Rede Globo na capital paulista, exibiu uma reportagem que é o retrato do Brasil da impunidade. Quadrilhas organizadas de ladrões bem conhecidos atuam com desenvoltura, absolutamente sem repressão, no viaduto Santa Ifigênia ?" aquele que deveria ser um dos mais lindos e agradáveis pontos turísticos de São Paulo.

Existe polícia em cabines situadas nos extremos dos viaduto, mas ninguém faz nada. Se algum cidadão "doido" reagir, matando algum daqueles marginais, será duramente repreendido e imediatamente condenado pela turma dos "direitos dos manos", com a ajudinha da companheirada da mídia bandida. Roubar parece que virou profissão no Brasil, já que o bando é formado por jovens, mulheres, idosos e adolescentes...

Um País em que não se reage contra ação do crime, por menor que ele seja, parece o palco justo e perfeito para que um Presidente do Senado, cheio de processos no Judiciário, se sinta com toda "moral" para esculachar magistrados e até o Ministro da Justiça. Em condições normais de segurança do Direito, sem rigores seletivos e foros privilegiados, Renan Calheiros não estaria posando de cangaceiro alagoano: estaria, no mínimo processado e, na melhor hipótese, preso. Renan claramente fez apologia ao crime ao proteger uma aberração institucional, como a Polícia Legislativa, acusada pela Polícia Federal de promover espionagens, e escutas telefônicas ilegais, enquanto cumpre, em tese, a missão de cuidar da segurança dos senadores e deputados.

O comportamento de Renan (e de outros políticos) parece idêntico ao dos bandidinhos mequetrefes que atuam nas ruas das grandes capitais brasileiras, atacando e saqueando pessoas e trabalhadores inocentes. Todos pensam que se encontram acima da lei. Todos causam grandes prejuízos à sociedade brasileira e à imagem do Brasil. Todos se sentem "protegidos" por alguma espécie de "foro privilegiado" para delinqüir. Todos reclamam dos "abusos de autoridade" quando são pegos com a mão na massa. Todos deveriam estar na cadeia, enquanto não são convocados para um juízo final pela efetiva ação divina.

A impunidade ampla, geral e irrestrita facilita a ação criminosa no Brasil. Por isso, é fundamental punir ladrões de galinha, mas também aqueles do "colarinho branco" ou da politicagem. A maioria do povo brasileiro, ainda não contaminada pela ação do crime institucionalizado, tem o dever moral de reagir contra todas as formas de bandidagem e delinqüência. A regra é clara: Quem não reage rasteja...
Herculano
25/10/2016 11:14
SEM CITAR RENAN, CARMEM LÚCIA PEDE REPEITO AOS JUÍZES DO BRASIL

Conteúdo do jornal Folha de S. Paulo. Texto de Gabriel Mascarenhas e Valdo Cruz, da sucursal de Brasília. A presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), ministra Cármen Lúcia, rebateu as críticas feitas pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), ao juiz Valisney Souza de Oliveira, que autorizou, na sexta (21), a prisão de quatro policiais legislativos, entre eles o chefe da Polícia do Senado, Pedro Carvalho. Nesta segunda (24), Renan chamou o magistrado de "juizeco".

Em sessão do CNJ (Conselho Nacional de Justiça) nesta terça (25), Cármen Lúcia exigiu respeito ao Judiciário e disse que, a cada agressão a um juiz, ela própria se sente agredida.

"Queremos também, queremos não, exigimos o mesmo e igual respeito para que a gente tenha democracia fundada nos princípios constitucionais [...]. Todas as vezes que um juiz é agredido, eu, e cada um de nós juízes é agredido. E não há a menor necessidade de, em uma convivência democrática livre e harmônica, haver qualquer tipo de questionamento que não seja nos estreitos limites da constitucionalidade e da legalidade", afirmou, sem citar Renan nominalmente.

A ministra, que também preside o CNJ, afirmou que todos os magistrados são passíveis de erros, como qualquer ser humano. Disse, no entanto, que não admite a tentativa de desmoralização de um juiz.

"Não é admissível aqui, fora dos autos, que qualquer juiz seja diminuído ou desmoralizado. Como eu disse, onde um juiz for destratado, eu também sou. Qualquer um de nós juízes é. Esse Conselho, como todos os órgãos do Poder Judiciário, está cumprindo a sua função da melhor maneira e sabendo que nossos atos são questionáveis. Os meus, no Supremo, o juiz do Tribunal Regional do Trabalho, um juiz de primeira instância. Somos todos igualmente juízes brasileiros querendo cumprir nossas funções", criticou Cármen Lúcia.

A presidente do STF concluiu seu discurso acrescentando que a categoria de magistrados jamais esquece a necessidade de se buscar harmonia entre os poderes.

"O mesmo respeito que nós do Poder Judiciário dedicamos a todos os órgãos da República, afinal somos sim independentes e estamos buscando a harmonia em benefício do cidadão brasileiro. Espero que isso não seja esquecido por ninguém, porque nós juízes não temos nos esquecido disso", concluiu.

As declarações da presidente do STF são um recado ao Legislativo e ao presidente do Senado, Renan Calheiros, de que o Congresso pode discordar de decisões da Justiça, mas que não se deve tentar criar uma guerra entre os poderes para tentar desqualificar investigações que ainda estão em curso.

Segundo ministros do Supremo, o melhor caminho é o recurso contra decisões judiciais e, no máximo, declarações ponderadas questionando a validade de operações autorizadas pelo Judiciário.

A posição da ministra Cármen Lúcia é partilhada por outros colegas, mas não é unânime dentro do tribunal. O ministro Gilmar Mendes, por exemplo, tem feito críticas a ações da Operação Lava Jato, principalmente a medidas adotadas pelo Ministério Público.

Dentro do STF, considera-se que as críticas "ácidas" de Renan Calheiros foram muito mais corporativas e uma busca de tentar acuar os responsáveis pelas investigações que têm como alvo políticos. O próprio presidente do Senado é investigado pela Lava Jato.

A mesma posição é compartilhada por assessores do presidente Michel Temer, que não gostaram dos ataques feitos por Renan Calheiros ao ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, chamado pelo presidente do Senado de "chefete" de polícia.

O problema, reconhecem auxiliares de Temer, é que Moraes realmente acaba "falando demais" e cria embaraços e dificuldades para o Palácio do Planalto. Ou seja, apesar de não aprovarem o tom das críticas de Renan, avaliam que Moraes dá motivos para os ataques e acabará saindo do governo em breve.

Além disto, neste momento, Temer não quer criar um clima de animosidade com Renan Calheiros, porque depende dele para aprovar ainda neste ano o teto dos gastos públicos. Segundo um assessor, Temer praticamente liberou Renan a atacar o ministro da Justiça. Primeiro, porque Alexandre de Moraes deu motivos. Segundo, porque o presidente do Senado é mais importante para o governo do que o ministro da Justiça.
Herculano
25/10/2016 11:07
da série: os políticos continua numa farra sem fim e no mundo da lua. É preciso eleger urgentemente novos deputados

EM TEMPOS DE TETO DE GASTOS, BANCADA GOVERNISTA TRAMA REAJUSTAR SERVIDORES, por Josias de Souza

Pelo discurso que ostenta e pela prática que exibe, o governo Michel Temer pode ser considerado o maior opositor de si mesmo. Em movimentos simultâneos, o Planalto mobiliza sua infantaria para concluir a votação da emenda do teto dos gastos e libera seus apoiadores para aprovar um projeto que faz subir no telhado a confiança no compromisso de austeridade. A proposta concede reajustes salariais a um novo lote de servidores públicos.

Partidos do conglomerado governista esboçam um acordo para aprovar até esta quarta-feira (26), no plenário da Câmara, projeto que engorda os contracheques da Polícia Federal, da Polícia Rodoviária Federal, dos peritos agrários do Incra, dos analistas e desenvolvedores de políticas sociais e dos servidores do velho e bom Dnit, órgão do Ministério dos Transportes que (des)cuida das rodovias federais.

O projeto traz as digitais do próprio Temer. A exemplo do que ocorreu em junho, quando a Câmara aprovou um pacote de 14 propostas com mimos salariais para 38 corporações, alega-se que o novo governo apenas avalizou reajustes que já haviam sido negociados por Dilma Rousseff. A emenda do teto, a recessão e os 12 milhões de brasileiros que a crise desempregou convertem esses avais de Temer em paradoxos perturbadores.

O grosso dos aumentos será dividido em três parcelas. Estima-se que até 2019, devem criar despesas permanentes de cerca de R$ 3,094 bilhões por ano. Se tudo correr como foi planejado, o salário de um delegado da Polícia Federal no ápice da carreira passará de R$ 22,8 mil para R$ 30,9 mil por mês.
Herculano
25/10/2016 09:22
OS LIMITES DA LEI, por Merval Pereira, para o jornal O Globo

A retórica violenta do presidente do Senado Renan Calheiros, chamando o ministro da Justiça Alexandre Moraes de "chefete de polícia", e o juiz que autorizou a ação da Polícia Federal contra a Polícia Legislativa do Senado de "juizeco de primeira instância", inaugura uma nova fase na disputa de espaço político entre o Legislativo e os integrantes da Operação Lava-Jato.

Desde que gravações mostraram a disposição de políticos de delimitar a ação dos investigadores, abriu-se uma guerra surda que precisará ser mediada pelo Supremo Tribunal Federal (STF). O que está em xeque é a blindagem de políticos diante de um ativismo judiciário que nunca havia sido visto por estas plagas, e é natural que esse comportamento desestabilize um senador tido como frio como Renan Calheiros.

O que o presidente do Senado pretende com a reclamação que apresentará ao STF, como antecipei na coluna de domingo, é impedir que a Polícia Federal e os procuradores do Ministério Público utilizem as informações armazenadas nos computadores apreendidos na ação no Senado, alegando uma discutível proteção de foro de funcionários públicos que não estão abrangidos pelo foro privilegiado dos parlamentares.

Assim como não estava protegido o ex-ministro Paulo Bernardo, embora viva sob o mesmo teto de sua esposa, a senadora Gleisi Hoffmann. As provas eventualmente "achadas" contra senadores, na investigação sobre a Polícia Legislativa do Senado, seriam fortuitas e, portanto, não devem ser anuladas pelo STF, mas este é o objetivo de Renan Calheiros, para se proteger e aos senadores que utilizavam a Polícia Legislativa para seus interesses pessoais e políticos.

Não é de espantar que senadores de diversos partidos tenham ontem feito a defesa da atuação da Polícia Legislativa, pois sua proteção era corporativa, não partidária. Esse entrechoque entre dois poderes, ou parte desses poderes, é consequência da disposição de cada um de alargar a interpretação legal para aumentar seus próprios poderes, os parlamentares buscando autonomia e a proteção da impunidade, os investigadores atrás de romper barreiras que até hoje impediam que parlamentares fossem denunciados e condenados.

O próprio presidente do Senado é um exemplo da impunidade, com oito ou nove processos rolando ano após ano no Supremo Tribunal Federal sem que seja julgado por seus atos. A interpretação alargada que dá aos funcionários do Senado a mesma proteção dos senadores serve especialmente a estes, sobretudo aos que se utilizaram dos préstimos da Polícia Legislativa como se fosse uma milícia a serviço de interesses particulares, não institucionais.

A Polícia Federal e os procuradores do Ministério Público, por sua vez, também agem nos limites da lei e por vezes abrem mão da precaução para garantir os resultados de suas operações. Pedir autorização ao STF para a ação contra a Polícia Legislativa seria razoável, para evitar um choque institucional. Mas a Polícia Federal preferiu agir no vácuo da lei a correr o risco de não ver autorizada a ação.

O mesmo pode ser dito do juiz Sérgio Moro, quando liberou a escuta de uma conversa da então presidente Dilma com o ex-presidente Lula que evidenciava uma tentativa de obstruir a Justiça dando foro privilegiado de ministro do Gabinete Civil ao ex-presidente.

Moro interpretou a legislação de maneira ampla para divulgar o áudio, que impediu Lula de retomar um poder político que poderia ter mudado o cenário político à custa de mais ilegalidades acobertadas pelo Palácio do Planalto. Essa disputa de poderes só existe porque ainda estamos exercitando os limites da democracia, e mais uma vez o Supremo será chamado a mediar essa relação delicada entre poderes.

As decisões e opiniões dos que fazem a Operação Lava-Jato não podem ser canonizadas, como bem disse o ministro do STF Gilmar Mendes, nem as dez ações contra a corrupção propostas pelo Ministério Público devem ser vistas como os Dez Mandamentos, como pontuou o juiz Sérgio Moro.

Mas também a imunidade parlamentar não pode justificar a impunidade para os políticos, e leis claramente inconstitucionais, como a anistia para o caixa dois, ou extemporâneas, como a de abuso de autoridade, devem ser rechaçadas pelos que defendem a cidadania.
Herculano
25/10/2016 09:20
PERDÃO PARA O OVO DA SERPENTE, por Guilherme Fiuza, para a Revista Época

O Brasil chocou o ovo da serpente (ou da jararaca) durante décadas. O filhote, enfim, nasceu forte e esfomeado e devorou a economia popular. Os brasileiros demoraram a admitir o estrago que seu monstrinho de estimação estava lhe causando, e, quando isso finalmente se tornou inevitável, veio a reação: o país encarou a cobra venenosa, disse "ai, ai, ai" e a colocou de castigo. Acredita que assim ela vai passar a se comportar direitinho.

A literatura antiofídica da Lava Jato indica que em 2005, exatamente quando Lula pedia perdão aos brasileiros pelo mensalão, o mesmo Lula tratava da compra escandalosa da refinaria de Pasadena. É compreensível. Gente boa só consegue se arrepender de um roubo de cada vez. E eis que 11 anos depois, preso e condenado pelo petrolão, José Dirceu é perdoado pelo mensalão. O Supremo Tribunal Federal (STF) foi firme em sua decisão contra o quadrilheiro petista: "Ai, ai, ai, não faça mais isso".

Quadrilheiro, não. O mesmo ministro do Supremo que acaba de perdoar o companheiro Dirceu, Luís Roberto Barroso, fez sua estreia espetacular na Corte máxima decretando que a quadrilha do mensalão não era uma quadrilha. Ou seja: Dirceu, Delúbio, Valério e companhia, que agiram sistematicamente em conluio para fraudar os cofres públicos e enriquecer o PT, utilizando métodos, álibis e laranjas comuns por vários anos, não formavam uma quadrilha. Quadrilha é aquilo que baila em volta da fogueira nas festas juninas.

Foi também o mesmo companheiro Barroso quem operou o rito do impeachment da companheira presidenta, usando sua mira laser do Supremo para mostrar ao Congresso o que ele tinha de fazer. Assim prevaleceu a formação da comissão especial como o PT queria, o que infelizmente não adiantou nada, porque as instituições brasileiras começaram a ficar com vergonha de proteger governo bandido ?" e tanto o Legislativo quanto o Judiciário referendaram a legitimidade do impeachment.

Aí uma turma ficou gritando contra o golpe ?" os mesmos de sempre, que se escondem na mística progressista para viver de símbolos retrógrados. Perdoar a quadrilha é uma ótima forma de continuar chocando os ovos das serpentes simpáticas e revolucionárias.

Então, já que é para chocar, vamos chocar: enquanto era julgado pelo mensalão, Dirceu, o perdoado, cometia os crimes do petrolão; posteriormente, já tendo sido preso por esses novos crimes, as investigações da Lava Jato mostraram que as propinas do esquema engendrado por ele continuavam jorrando nas contas dos guerreiros do povo brasileiro. É mesmo de morrer de pena.

O perdão concedido pelo STF a José Dirceu está em perfeita consonância com a moral vigente no país, ou pelo menos com a moral dominante. O Brasil perdoou Lula quando ele pediu para ser perdoado, em 2005, e no ano seguinte lhe deu a reeleição ?" com as revelações do mensalão estalando nas manchetes. Comiseração é isso aí, o resto é brincadeira. Lula entendeu muito bem o recado da nação e pisou fundo. O Brasil é sócio do que se passou nos dez anos seguintes ?" e continua, na prática, perdoando Lula.

O ex-presidente acaba de se tornar réu pela terceira vez. Agora é por tráfico de influência internacional em favor da Odebrecht, usando o BNDES e irrigando a conta de um sobrinho. Quando esta mesma revista ÉPOCA revelou a referida investigação contra Lula, foi xingada por ele em praça pública. Ou seja: o filho do Brasil faz o que faz e continua livre para atacar gravemente a imprensa e subir em palanques para perpetuar seu grupo político no seio do Estado brasileiro. E o país ainda tolera o coro dos hipócritas que acusam os investigadores de fascismo. Essa tolerância é pior do que o pior dos crimes do PT.

É claro que os reis da mistificação vão dizer que a frase acima é uma pregação da intolerância, portanto do autoritarismo, portanto da força bruta contra os democratas, etc. etc. Eles são bons nisso. Quando milhões de pessoas saíram às ruas de verde e amarelo pelo impeachment, essa inteligência de João Santana espalhou que era um absurdo protestar contra a corrupção com a camisa da CBF... Um covarde é capaz de qualquer coisa.

E um país que confunde intolerância com impunidade é capaz de aceitar o perdão mais hediondo. À solta, a serpente agradece.
Herculano
25/10/2016 09:18
OPORTUNISMO POLÍTICO DAS ESQUERDAS CAUSOU MORTE EM ESCOLA INVADIDA, por Kim Kataguiri, coordenador do Movimento Brasil Livre

Nesta segunda (24), um adolescente foi morto a facadas na Escola Estadual Santa Felicidade, em Curitiba. A escola, como inúmeras outras no Estado do Paraná, estava invadida por militantes que, supostamente, estariam protestando "contra a PEC 241".

Na semana passada, Arthur do Val e Renan Santos, coordenadores do MBL, visitaram algumas escolas para tentar entender o que pensam os invasores e acabaram descobrindo que tanto o Conselho Tutelar como sindicatos dos professores incentivam e protegem as "greves estudantis", que não têm nenhuma previsão constitucional ou legal, e dão plenos poderes para que dezenas de jovens fiquem trancafiados em escolas, decidindo quem entra e quem sai por meio de "assembleias" e tomando decisões de maneira inquestionavelmente arbitrárias, sem nenhum respaldo legal.

As invasões são demonstração clara do oportunismo político dos sindicatos, que instrumentalizaram jovens que, como os vídeos mostram, não leram a PEC e, portanto, estão servindo a uma agenda política que nem conhecem.

O discurso dos defensores das invasões se sustenta na descarada mentira de que a PEC 241 busca cortar investimentos na educação. Porém o que a realidade mostra é que esses "protestos" são abertamente apoiados por líderes e militantes do PT, PSOL e PC do B, concidentemente os mesmos partidos que foram contra a aprovação de mais de 1 bilhão de reais para educação, sendo mais de R$ 700 milhões para renovar contratos do Fies.

As invasões não são contra a PEC 241, muito menos pela educação. As invasões servem à agenda de um partido político que, derrotado pelas leis, pela democracia e pelas maiores manifestações da história do país, apela à barbárie para tentar sobreviver praticando uma oposição absolutamente anti-republicana.

Dito isso, é preciso ressaltar, também, a negligência do Ministério Público, que assistiu calado a essa barbárie, e um apoio absolutamente irresponsável tanto da imprensa paranaense como da imprensa nacional, que fizeram de tudo para glorificar as invasões e dar a elas ares de manifestação legítima.

Esses fatores resultaram, infelizmente, num incidente fatal: a morte de um jovem inocente.

Quando liberais defendem o cumprimento das leis não é por implicância política com aqueles que discordam de suas visões. É para impedir que episódios como esse aconteçam. Há maneiras pacíficas e republicanas de se protestar. Para manter a ordem e, consequentemente, proteger a democracia e a própria vida das pessoas, é por meio delas que se deve atuar. Nada de bom pode surgir da barbárie.

Agora, é dever do governador acabar com todas as invasões imediatamente. O oportunismo político dos sindicatos passou dos limites. A vida de inúmeros jovens não podem ficar à mercê de agendas políticas obscuras.
Herculano
25/10/2016 09:11
LULA, O INTOCÁVEL, editorial do jornal O Estado de S. Paulo

O ex-presidente Lula da Silva não aceita ser julgado pelas cortes do Judiciário, mas somente pelo tribunal da história. Diante da iminência de ter de esclarecer, sob juramento, por que recebeu tantos favores de amigos empreiteiros e por que, sob seu governo, nasceu e floresceu o maior esquema de corrupção da história do País, o chefão petista, na falta de uma resposta plausível a essas questões, pretende convencer o País de que seu caso é parte de um ataque generalizado às "conquistas sociais" que o período petista supostamente protagonizou. Ou seja, Lula quer ser visto não como um cidadão com direitos e deveres como todos os demais brasileiros, e sim como a encarnação dos pobres em geral, de modo que obrigá-lo a prestar contas à Justiça seria o equivalente a criminalizar os menos favorecidos.

Nem é preciso enfatizar o quanto de autoritário há nesse pensamento. Os piores ditadores da história contemporânea tinham como estratégia confundir-se com o povo, transformando todos aqueles que pretendiam fazê-los responder por seus crimes em "inimigos do povo". Além disso, colocavam-se acima e além das instituições. Houve época em que até se faziam adorar como deuses. Mais modesto, Lula tem-se limitado a exaltar a pureza cristalina de sua alma. Ele, que nunca foi exatamente um democrata, parece ter decidido enveredar de vez por esse caminho autoritário, que ofende as instituições democráticas, como se estas estivessem a serviço de conspiradores hostis aos pobres e desvalidos.

Talvez desesperado ante a perspectiva cada vez mais real de ser preso e enfrentar o frio da carceragem de Curitiba, do qual se queixou o deputado cassado Eduardo Cunha, Lula mandou seus amigos criarem um movimento nacional para defendê-lo. Conforme reportagem do Valor, os petistas acreditam que não basta responder aos processos nos tribunais ?" Lula é réu em três ações penais. Para eles, é preciso defender também seu "legado", por meio de uma campanha que inclui a criação de comitês estaduais pró-Lula.

Nem mesmo a reconstrução do PT ?" que depois de ter sido massacrado nas eleições municipais corre o risco de sofrer uma debandada de parlamentares e enfrenta uma feroz luta interna de chefetes que disputam seus caquinhos ?" tem precedência sobre o mister de salvar Lula da cadeia. Gilberto Carvalho, boneco de ventríloquo do chefão petista, mandou avisar: "Antes de nos preocuparmos com a sucessão no PT, temos de nos mobilizar em defesa do Lula".

Nessa mobilização, Lula, como sempre faz quando se sente acuado, prometeu percorrer o País, "mas não em sua defesa pessoal, e sim na dos direitos que ajudou a conquistar e que o atual governo quer extinguir", explicou o ex-ministro Gilberto Carvalho, que articula a campanha. "Além do processo de criminalização do Lula e do PT, há um movimento para retirar direitos da população", disse Carvalho.

Com isso, está dada a senha para ligar a defesa de Lula à defesa dos pobres, como se aquele e estes fossem uma coisa só. A estratégia é dizer, na forma de slogans, que "justiça para Lula" é o mesmo que "justiça para todos". Na mesma linha, segundo planejam os marqueteiros, os simpatizantes do chefão petista sairão às ruas bradando, ao mesmo tempo, "tirem as mãos dos nossos direitos" e "tirem as mãos de Lula".

Pode-se esperar, portanto, um recrudescimento do desrespeito de Lula e dos petistas ao Judiciário. Anda a pleno vapor sua campanha de desmoralização do Brasil no exterior, por meio de petições e denúncias esdrúxulas em que seus advogados questionam a lisura dos magistrados de todas as instâncias, com o indisfarçável propósito de criar um clima para, na undécima hora, se não houver alternativa, conseguir que algum regime amigo lhe dê asilo.

No front interno, Lula gravou um vídeo em que diz que os procuradores que o denunciaram são "reféns da imprensa" e os convidou a refletir sobre isso. Já o também denunciado Paulo Okamotto, presidente do Instituto Lula, pediu ao juiz Sergio Moro, em sua defesa prévia, que "supere a imagem mental já construída sobre os fatos". Ou seja: para essa gente, só quem está sob influência da imprensa ou se deixa levar por preconceitos é capaz de apontar o dedo para a "viva alma mais honesta deste país".
Herculano
25/10/2016 09:09
O FIM DO MUNDO (PARA LULA), por O Antagonista

"Não vai ser o fim do mundo, mas são informações suficientes para colocar o sistema político em xeque".

Foi o que disse uma fonte de O Globo, referindo-se aos anexos da Odebrecht.

Como interpretar isso?

Michel Temer ?" codinomes "Trem" e "Sem Medo" ?" será mencionado, mas talvez não haja o bastante para derrubá-lo.

Os maiores arrecadadores do esquema de propinas da Petrobras, que bancou as campanhas eleitorais da ORCRIM, serão delatados, em particular Antonio Palocci, Guido Mantega e Eduardo Cunha, mas muitos deputados e senadores devem se safar alegando que receberam apenas caixa dois.

E Lula, o Amigo?

Lula está morto, porque a PF, excluída dos acordos com a Odebrecht, já encontrou sua "conta corrente da propina" sem a precisar da ajuda dos delatores.
Herculano
25/10/2016 09:05
LEI PARA OS INIMIGOS, por Hélio Schwartsman, para o jornal Folha de S. Paulo

Uma eventual delação premiada de Eduardo Cunha deve ser aceita? A resposta a essa pergunta depende, obviamente, do que o ex-presidente da Câmara tem a oferecer às autoridades.

A ideia básica por trás da delação premiada é conceder redução de pena a membros de estruturas criminosas para que confessem seus delitos, identifiquem os comparsas que ocupavam posição hierarquicamente superior à sua e mostrem caminhos para obter provas materiais. Isso significa que, em algum momento, as delações não deveriam mais ser aceitas, para que os chefões dos esquemas pudessem ser condenados com o rigor máximo permitido pela lei.

É verdade, também, que Cunha é um peixe graúdo. Não deve haver tanta gente assim acima dele na cadeia alimentar das propinas. Mas isso não significa que o deputado cassado não possa ser um elemento útil para os investigadores, hipótese em que faria sentido oferecer-lhe algum benefício em troca da colaboração.

A Lava Jato pode passar para a história como uma operação que fez o Brasil dar um salto qualitativo em termos de combate institucional à corrupção, ou como mais um episódio de instrumentalização da Justiça, cujo objetivo seria ferir tão gravemente quanto possível o PT e, tão logo essa missão estivesse concluída, os procuradores deveriam passar a pegar leve com o grupo no poder.

É para assegurar que seja o primeiro cenário e não o último o que prevalecerá que os membros da força-tarefa precisam manter abertas as portas para colaborações premiadas que ampliem os horizontes da investigação. Cunha, por tudo o que testemunhou e por ter sido muito próximo dos atuais cardeais do PMDB que comandam o país, não pode ser descartado como uma figura com a qual não se negocia por princípio.

O que está em jogo, afinal, é definir se a Lava Jato veio para mudar de verdade ou se é mais um caso de lei só para os inimigos.
Herculano
25/10/2016 08:58
Ao Adilson

A manifestação não foi minha, mas do leitor Luiz, como está claro e entre aspas. Apenas a reproduzi e nos colchetes, esclareci os nomes e partidos. Respeitei os nomes citados por ele, e por qualquer leitor ou leitora.

Bernardo Leonardo Spengler, Nadinho, PMDB, realmente não foi cassado - e essa informação não está na nota e por isso não há nada a corrigir ou esclarecer.

Mas, ao mesmo tempo, deve-se observar que ele não conseguiu reassumir, por dois anos, até o fim do mandato, impedido pela Justiça numa Ação Civil Pública e que só agora se encerra.

A sua observação, só valida o meu comentário, ou seja, que seria difícil de reunir os ex-prefeitos em torno de uma mesma mesa, num "conselho" altruístico em favor da cidade.

A discussão começaria por que tem direito de estar nesse conselho ou não, como você ex-prefeito salienta. Depois, certamente, se abriria uma longa discussão sobre quem deveria presidi-lo, qual a ordem da falação e quem teria direito de falar por mais tempo em detrimento dos demais, e assim vai...
Herculano
25/10/2016 08:27
da série: os ladrões dos nossos pesados impostos se armam para salvar a sacanagens deles com o nosso bolso, já furado diante da crise criada pelos políticos que dizem nos representar. Nesta campanha eleitoral municipal, se viu que de Fundo Partidário apareceu pouco e muito caixa dois que as promotorias tiveram dificuldades reais, ou preguiça, para enquadrá-las, apesar das denúncias e evidências.

SURGE NA CÂMARA PROJETO DE "FUNDO DE FINANCIAMENTO DA DEMOCRACIA":R$3 BI, por Josias de Souza

Será instalada nesta terça-feira a comissão da Câmara sobre a reforma política. Na véspera, foi protocolada a primeira proposta a ser debatida. Prevê a criação de uma novidade chamada "Fundo de Financiamento da Democracia" (FFD). Destina 2% da arrecadação líquida do Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF) aos partidos políticos. Isso equivale a cerca de R$ 3 bilhões anuais. A cifra supera em mais de quatro vezes o atual Fundo Partidário, que custará R$ 724 milhões ao Tesouro Nacional em 2016. A verba bancaria o funcionamento das legendas e a participação de cada uma delas nas campanhas eleitorais ?"de vereador a presidente.

O autor do projeto é o deputado Marcus Pestana (PSDB-MG). Ele entregou cópias ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e ao colega Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA), que presidirá a comisão. Pestana levantou a contabilidade oficial das eleições municipais de 2012 (R$ 5,2 bilhões) e do pleito geral de 2014 (R$ 4,8 bilhões). Concluiu que R$ 10 bilhões são suficientes para financiar as eleições a cada quadriênio. Adicionou à cifra mais R$ 2 bilhões para manter as portas dos partidos abertas. E fechou a conta: R$ 12 bilhões a cada quatro anos ?"ou R$ 3 bilhões por ano.

Pelo projeto, o novo fundo será "a única fonte de financiamento das atividades partidárias e das campanhas eleitorais". Fica proibida "qualquer outra forma de financiamento, ainda que privada." O FDD é subdividido em dois: o "FDD Geral" e o "FDD de Preferência Partidária". Na sua declaração do Imposto de Renda da Pessoa Física, o contribuinte poderá destinar 70% dos 2% que irão para o novo fundo ao partido de sua preferência. Se não indicar nenhuma predileção partidária, o dinheiro vai para o "FDD Geral".

A proposta prevê também que apenas os partidos com representação na Câmara terão acesso à verba pública, em montante proporcional ao tamanho de cada bancada. Legendas como o PSTU e o PCO, que hoje beliscam pedaços do Fundo Partidário mesmo sem eleger um mísero deputado federal, não beberiam na nova fonte. De resto, o texto criminaliza o caixa dois e impõe regras de transparência. Obriga os partidos a divulgar suas receitas e despesas na internet até 15 dias depois de cada lançamento. Determina que a aplicação do dinheiro será esmiuçada em planos anuais aprovados pelo diretório nacional de cada partido.
Herculano
25/10/2016 08:18
OS LIMITES DA LEI, por Merval Pereira, para o jornal O Globo

A retórica violenta do presidente do Senado Renan Calheiros, chamando o ministro da Justiça Alexandre Moraes de "chefete de polícia", e o juiz que autorizou a ação da Polícia Federal contra a Polícia Legislativa do Senado de "juizeco de primeira instância", inaugura uma nova fase na disputa de espaço político entre o Legislativo e os integrantes da Operação Lava-Jato.

Desde que gravações mostraram a disposição de políticos de delimitar a ação dos investigadores, abriu-se uma guerra surda que precisará ser mediada pelo Supremo Tribunal Federal (STF). O que está em xeque é a blindagem de políticos diante de um ativismo judiciário que nunca havia sido visto por estas plagas, e é natural que esse comportamento desestabilize um senador tido como frio como Renan Calheiros.

O que o presidente do Senado pretende com a reclamação que apresentará ao STF, como antecipei na coluna de domingo, é impedir que a Polícia Federal e os procuradores do Ministério Público utilizem as informações armazenadas nos computadores apreendidos na ação no Senado, alegando uma discutível proteção de foro de funcionários públicos que não estão abrangidos pelo foro privilegiado dos parlamentares.

Assim como não estava protegido o ex-ministro Paulo Bernardo, embora viva sob o mesmo teto de sua esposa, a senadora Gleisi Hoffmann. As provas eventualmente "achadas" contra senadores, na investigação sobre a Polícia Legislativa do Senado, seriam fortuitas e, portanto, não devem ser anuladas pelo STF, mas este é o objetivo de Renan Calheiros, para se proteger e aos senadores que utilizavam a Polícia Legislativa para seus interesses pessoais e políticos.

Não é de espantar que senadores de diversos partidos tenham ontem feito a defesa da atuação da Polícia Legislativa, pois sua proteção era corporativa, não partidária. Esse entrechoque entre dois poderes, ou parte desses poderes, é consequência da disposição de cada um de alargar a interpretação legal para aumentar seus próprios poderes, os parlamentares buscando autonomia e a proteção da impunidade, os investigadores atrás de romper barreiras que até hoje impediam que parlamentares fossem denunciados e condenados.

O próprio presidente do Senado é um exemplo da impunidade, com oito ou nove processos rolando ano após ano no Supremo Tribunal Federal sem que seja julgado por seus atos. A interpretação alargada que dá aos funcionários do Senado a mesma proteção dos senadores serve especialmente a estes, sobretudo aos que se utilizaram dos préstimos da Polícia Legislativa como se fosse uma milícia a serviço de interesses particulares, não institucionais.

A Polícia Federal e os procuradores do Ministério Público, por sua vez, também agem nos limites da lei e por vezes abrem mão da precaução para garantir os resultados de suas operações. Pedir autorização ao STF para a ação contra a Polícia Legislativa seria razoável, para evitar um choque institucional. Mas a Polícia Federal preferiu agir no vácuo da lei a correr o risco de não ver autorizada a ação.

O mesmo pode ser dito do juiz Sérgio Moro, quando liberou a escuta de uma conversa da então presidente Dilma com o ex-presidente Lula que evidenciava uma tentativa de obstruir a Justiça dando foro privilegiado de ministro do Gabinete Civil ao ex-presidente.

Moro interpretou a legislação de maneira ampla para divulgar o áudio, que impediu Lula de retomar um poder político que poderia ter mudado o cenário político à custa de mais ilegalidades acobertadas pelo Palácio do Planalto. Essa disputa de poderes só existe porque ainda estamos exercitando os limites da democracia, e mais uma vez o Supremo será chamado a mediar essa relação delicada entre poderes.

As decisões e opiniões dos que fazem a Operação Lava-Jato não podem ser canonizadas, como bem disse o ministro do STF Gilmar Mendes, nem as dez ações contra a corrupção propostas pelo Ministério Público devem ser vistas como os Dez Mandamentos, como pontuou o juiz Sérgio Moro.

Mas também a imunidade parlamentar não pode justificar a impunidade para os políticos, e leis claramente inconstitucionais, como a anistia para o caixa dois, ou extemporâneas, como a de abuso de autoridade, devem ser rechaçadas pelos que defendem a cidadania.
Herculano
25/10/2016 08:17
ALVOS ERRADO, por Eliane Cantanhede, para o jornal O Estado de S. Paulo

Petistas e tucanos centram fogo contra a Lava Jato, que é mais solução do que problema.

Não sei se vocês repararam, mas petistas e tucanos parecem estar falando exatamente a mesma língua quando se trata de (criticar a...) Operação Lava Jato. Não governadores, senadores e deputados do PT e do PSDB, ou não apenas eles, mas principalmente uma imensa militância bem informada que frequenta restaurantes, bares, shoppings e tem opinião sobre tudo.

Desde a ditadura, petistas e os quadros do PMDB que viriam formar o PSDB em 1988, a partir da dissidência dita ética do PMDB, alimentaram o discurso contra a corrupção, a impunidade, os políticos que sobrevivem à custa de trambiques milionários para todo o sempre. O lógico, portanto, seria que petistas e tucanos soltassem fogos a favor da Lava Jato, mas o que se vê é uma crítica ácida a métodos, a meios, a abusos de autoridades ?" procuradores, delegados, agentes e o juiz Sérgio Moro.

Como dizem advogados e ecoam cidadãos e cidadãs de maior escolaridade, nenhuma autoridade pode se arvorar Deus, se sentir acima da lei, praticar ilegalidades em nome da lei ou injustiças em nome da justiça. Daí as críticas ao PowerPoint de procuradores tentando mostrar o ex-presidente Lula como "comandante máximo", "general", "chefe" e "maestro" da "propinocracia", à condução coercitiva de Lula e a prisões como a de Guido Mantega. A advertência é que, se as instituições e a sociedade aplaudirem ou assistirem passivamente a excessos de agentes públicos, inclusive da Lava Jato, estaremos todos e cada um sujeitos à arbitrariedade, numa escalada imprevisível.

Ok. Tudo isso é verdade, e a ira coletiva contra a violência urbana e a impunidade histórica dos poderosos não pode se transformar em linchamentos reais, nas ruas, ou morais, em investigações e processos. Até porque a Justiça brasileira comporta dezenas de recursos e ?" por mais aplausos que a Lava Jato mereça da maioria da sociedade, que não é petista nem tucana ?" qualquer deslize técnico ou jurídico pode resultar em... nulidade no Supremo. Mas vamos convir que nossa prioridade não é criticar a Lava Jato, mas aplaudir a tentativa de impedir a impunidade. Enfim!

O ministro Gilmar Mendes está entre os que criticam excessos e apoiam um endurecimento da Lei de Abuso de Autoridade, mas sua amiga Cármen Lúcia faz ressalvas. Ela admite que leis são mutáveis e deixa implícito que não seria mau uma revisão dessa do abuso, mas questiona: "É o momento para isso?". Talvez não seja, com o Congresso fortemente contaminado pela corrupção e investigado pelos mesmos procuradores e delegados que estariam entre os alvos das mudanças. Mexer na lei agora seria para proteger os implicados e limitar os investigadores.

Cármen Lúcia e Michel Temer, aliás, trocaram telefonema no domingo, acertando um megaencontro na sexta-feira, no Itamaraty, para selar um "pacto nacional pela segurança pública". Convidados os presidentes dos três poderes (incluindo Senado e Câmara), os ministros da Defesa e da Justiça, os três comandantes militares, o diretor-geral da PF, o presidente da OAB e o CNJ. E, ontem, Cármen Lúcia conversou com o delegado José Mariano Beltrame. Esse espectro engloba crime organizado, fronteiras, tráfico de armas, papel das polícias e o controle das prisões pelo PCC.

Pode ser só mais um evento e não dar em nada, mas tomara que produza resultados e ações eficazes, porque a agenda do Brasil não se limita a corrupção e Lava Jato, mas inclui a gravíssima crise econômica e um descaso pela vida humana equiparável às mais cruentas guerras. Todas essas coisas, aliás, terminam sendo uma só. A Lava Jato e seus agentes não são perfeitos, mas convenhamos que esse não deve ser o nosso alvo. Aliás, é o contrário: que tal criar uma super Lava Jato para limpar o Brasil em todas essas frentes?
Herculano
25/10/2016 08:15
Da série: a esquerda do atraso não aprende e continua incoerente para sustentar discursos desconexos aos analfabetos, ignorantes, desinformados e fanáticos. Primeiro quem aumentou os juros foi o PT, PCdoB... E por que? Porque os baixou irresponsavelmente, na marra, para demagógica e autoritariamente contrariar as leis de mercado e da economia. A catarinense que é farmacêutica, deve entender de alquimia e não de economia, tanto que reconhece, e só agora para justificar o que escreve, que a situação está extremamente deteriorada no Brasil no legado que o PT, PCdoB..., que ela dá aulas de como reverter esse quadro miserável para todos que pagamos com estagnação, milhões de desempregados, falta de saúde pública...

REDUÇÃO COSMÉTICA DE JUROS NÃO AJUDA AO PAÍS, por Vanessa Grzziotin, senadora pelo PCdoB-AM, no jornal Folha de S. Paulo

A reunião do Copom reduziu a taxa básica de juros pela primeira vez em quatro anos, o que pode ser visto como uma boa notícia. Mas, às vezes, como nesse caso, usa-se da aparência para manipular opiniões e alardear méritos que o governo não tem.

De fato, os dados indicam uma queda do risco inflacionário. Segundo a economista Laura Carvalho, mais de 40% da inflação do ano passado foi alimentada pelos reajustes bruscos dos combustíveis, energia elétrica e outras tarifas administradas. Elementos ausentes este ano.

Outra variável importante é a deterioração crescente da atividade econômica e do nível do emprego, que continua a piorar desde a assunção de Temer ao governo. Tal fato, por si só, já justificaria uma queda mais significativa na taxa de juros.

Levando em conta o agravamento da crise, que, segundo o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), espécie de sinalizador do Produto Interno Bruto (PIB), em agosto registrou uma queda de 0,91% em relação a julho, concluiremos que a redução de 0,25% na taxa Selic foi pífia e, portanto, retardará ainda mais a retomada do desenvolvimento. Representará uma economia anual irrisória de aproximadamente R$ 9 bilhões diante dos astronômicos R$ 600 bilhões que o governo pagará de juros aos especuladores.

Lembremos que o Brasil ostenta ainda o triste título de campeão de juros reais mais altos do mundo. Essa é a verdade oculta por trás das manchetes e só explicada pelo servilismo aos especuladores. Segundo a consultoria Infinity Asset, seria necessário um corte de 4,75% para deixarmos a liderança mundial de juros reais e, se tivermos dois cortes de 0,5% neste ano, ainda assim teríamos um índice de juros reais estratosférico de 6,48% ao ano.

A redução quase cosmética da taxa alimenta a voracidade do sistema financeiro, que viu sua margem de lucro com o crédito, spread bancário, crescer 60% em dois anos.

Enquanto esbanja nos gastos com juros, o governo se apressa em aprovar a PEC 241, que reduzirá gastos públicos em custeio, infraestrutura e no social, mas manterá integral os gastos financeiros. E o Brasil emergente, parceiro estratégico dos Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), será substituído pelo país da época FHC, quando vivia humilhado pelo FMI.

Para Temer, educação pode ficar sem dinheiro, banqueiro, não. É essa a lógica da PEC 241.

É o mesmo remédio que destruiu a economia grega, arrasou direitos e empregos em Portugal e solapa economias europeias.

Neste momento de tanta dificuldade econômica e restrições democráticas, resistir e lutar devem ser não apenas palavras de ordem, mas o sentimento a mover nossa gente.
Herculano
25/10/2016 08:03
PETROBRAS PAGA US$7 BI À SETE BRASIL, DA LAVA JATO, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

Cinco novos contratos da Petrobras vão garantir US$ 6,87 bilhões de faturamento à Sete Brasil, empresa investigada na Lava Jato. Tudo sem licitação e até 2029. Isso equivale atualmente a R$ 21,43 bilhões. O Ministério Público classificou a Sete Brasil de "filial do petrolão", criada durante o governo Lula por André Esteves (BTG Pactual), banqueiro preso junto com o ex-senador Delcídio Amaral (ex-PT-MS).

ESPERTEZA S/A
A Sete Brasil surgiu para fazer algo de que a Petrobras jamais necessitou: intermediação para contratar plataformas de exploração.

MAIS ESCÂNDALOS
A Sete Brasil foi presidida pelo ex-gerente da BR Pedro Barusco, aquele que prometeu devolver US$100 milhões roubados à Petrobras.

CONTRATO LOTÉRICO
Pela proposta original, a Sete Brasil investiria US$ 25 bilhões para providenciar 29 sondas até 2020. E continua faturando alto.

SILÊNCIO COMO RESPOSTA
Questionada por meio de sua assessoria, a Petrobras não respondeu às indagações sobre os contratos bilionários com a Sete Brasil.

GRUPOS BRIGAM PELO COMANDO DO PSDB, EM 2017
O governador Geraldo Alckmin espera o fim das eleições municipais para indicar alguém da sua confiança para a presidência nacional do PSDB, em 2017. A ideia desagrada Aécio Neves, atual presidente, e reforça o "racha" entre os tucanos. Partido apontado como favorito, na disputa presidencial de 2018, o PSDB não se entende: pretendem a indicação o próprio Alckmin, Aécio e José Serra (Relações Exteriores).

ELES SE DETESTAM
Geraldo Alckmin, Aécio Neves e José Serra até posam sorridentes para fotos, mas, em conversas reservadas, criticam-se asperamente.

AGORA, VAI
Os três principais pré-candidatos a presidente da República em 2018 têm em comum derrotas para o PT, e a certeza de que "agora, vai".

TRÊS HOMENS, UM DESTINO
Se quiser, Alckmin pode disputar a presidência pelo PSB e José Serra tem conchavos com o PMDB. Só Aécio não cogita deixar o PSDB.

NOVA GOLEADA
O governo está confiante que a PEC 241, que finalmente estabelece limite para gastos públicos, será aprovada em segundo turno, na Câmara, com 380 votos. Dissidentes prometeram apoio à proposta.

CENTRAIS SE DERAM BEM
Em 2014, as centrais sindicais levaram R$180 milhões dos cofres públicos. A maioria é ligada a Lula e ao PT. Em 2007 esse valor era zero. Hoje, claro, são contra a PEC 241, que limita gastos públicos.

SÃO UNS GOZADORES
A Comissão de Turismo da Câmara dos Deputados incluiu na pauta da reunião desta terça (25) projeto para dispensar chineses de visto de entrada no Brasil ...durante as Olimpíadas e Paralimpíadas.

EMBATE COM A CENSURA
A jornalista Joice Hasselmann diz estar "pronta para o embate" com o ex-presidente Lula, que a processa. Na audiência desta quarta (26), ela pretende demonstrar tudo, segundo seu advogado Adib Abdouni.

INFERNO DOS OUTROS
Com barba por fazer e sem a menor pinta de consciência pesada, o ex-ministro da Fazenda Nelson Barbosa, aquele que ajudou a destruir o tripé macroeconômico, levando o País à bancarrota, foi ao cinema, no fim de semana brasiliense, assistir "Inferno", estrelado por Tom Hanks.

RUMO À CADEIA
Ex-líder do movimento "caras pintadas", o senador Lindbergh Farias (PT-RJ) prefere colocar o ex-presidente Lula nas fileiras de vítimas, considerando-o um "perseguido".

CRISE NA ADVOCACIA
Cerca de 15 mil advogados estão inadimplentes junto à OAB-MG, dos quais 6 mil respondem a processos na Comissão de Ética. Os números são muito parecidos nas demais 26 seccionais da OAB, Brasil afora.

CUSTO ELEVADO
Estudo do Instituto de Desenvolvimento Econômico e Social de Fronteiras (Idesf) revela o impacto do contrabando na economia. No caso dos municípios mais afetados, observa-se dependência financeira acima de 50% dos governos estaduais e federal.

AMIGO DO PEITO
Com faturamento subindo de R$17 bilhões para R$160 bilhões durante os governos Lula, Emílio Odebrecht tinha mesmo de chamar o ex-presidente de "Amigo".
Sidnei Luis Reinert
25/10/2016 06:02
Juízes federais rebatem Renan

Brasil 24.10.16 21:13
A Associação dos Juízes Federais (Ajufe) rebateu em nota as declarações de Renan Calheiros, que chamou de "juizeco" o juiz Vallisney de Souza Oliveira, responsável pela operação que prendeu o chefe da Polícia do Senado.

Roberto Veloso, presidente da Ajufe, classificou o comportamento de Renan como "típico daqueles que pensam que se encontram acima da lei". "Só leva à certeza que merece reforma a figura do foro privilegiado, assim como a rejeição completa do projeto de lei que trata do abuso de autoridade."

Abaixo, a íntegra da nota.

A Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe) vem a público manifestar repúdio veemente e lamentar as declarações do presidente do Senado Federal, Renan Calheiros, que chamou de "juizeco" o juiz da 10ª Vara Federal de Brasília/DF, Vallisney de Souza Oliveira, responsável pela Operação Métis, a quem se presta a mais ampla e irrestrita solidariedade.

Vale lembrar que tal operação refere-se a varreduras, por agentes da polícia legislativa, em residências particulares de senadores para identificar eventuais escutas telefônicas instaladas com autorização judicial, com o propósito de obstruir investigações da Operação Lava Jato, o que, se confirmado, representa nítida afronta a ordens emanadas do Poder Judiciário.

Tal operação não envolveu qualquer ato que recaísse sobre autoridade com foro privilegiado, em que pese o presidente do Senado Federal seja um dos investigados da Operação Lava Jato, senão sobre agentes da polícia legislativa de tal casa, que não gozam dessa prerrogativa, cabendo, assim, a decisão ao juiz de 1ª instância.

De outro lado, havendo qualquer tipo de insurgência quanto ao conteúdo da referida decisão, cabem aos interessados os recursos previstos na legislação pátria, e não a ofensa lamentável perpetrada pelo presidente do Senado Federal, depreciativa de todo o Poder Judiciário.

Esse comportamento, aliás, típico daqueles que pensam que se encontram acima da lei, só leva à certeza que merece reforma a figura do foro privilegiado, assim como a rejeição completa do projeto de lei que trata do abuso de autoridade, amplamente defendido pelo senador Renan Calheiros, cujo nítido propósito é o de enfraquecer todas as ações de combate à corrupção e outros desvios em andamento no País.

Roberto Veloso
Presidente da Ajufe
Adilson Luís Schmitt
24/10/2016 22:31
Correção

Na sua coluna o Andreone Santos Cordeiro somente foi Prefeito em Exercício. Pois o saudoso Bernardo Leonardo Spengler o popular Nadinho nunca teve o seu mandato cassado no máximo foi e ficou afastado.
Agradeço a atenção.

Adilson Schmitt
Sidnei Luis Reinert
24/10/2016 22:21
Renan ameaça o judiciário e desafia o STF
Posted on 24 de outubro de 2016 by CristalVox
Renan ataca: "Um juizeco de primeira instância não pode atentar contra um poder"? E o medo? . .. "Se a cada dia um juiz de primeira instância concede uma medida excepcional, nós estaremos nos avizinhando de um estado de exceção, depois de passado pelo estado policial", declarou.

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O presidente do Congresso Nacional, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), anunciou nesta segunda-feira (24), em coletiva de imprensa, que, nesta terça (25), ingressará com ação no Supremo Tribunal Federal (STF) em razão da Operação Métis, deflagrada na sexta (21) pela Polícia Federal no Senado, na qual quatro policiais legislativos foram presos.
Ele afirmou que o objetivo da ação, uma Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF), é definir "claramente" a competência dos poderes.

A Polícia Federal deflagrou a operação autorizada pelo juiz federal Vallisney de Souza Oliveira, da 10ª Vara Federal de Brasília, para quem são "gravíssimos" os indícios contra os policiais. Eles são acusados de fazer varreduras em residências particulares de senadores para identificar eventuais escutas telefônicas instaladas com autorização judicial, de maneira a obstruir investigações da Operação Lava Jato, na qual parlamentares são investigados.



"É uma ADPF no sentido de fixarmos claramente as competências dos poderes, porque um juizeco de primeira instância não pode, a qualquer momento, atentar contra um poder. Busca no Senado só se pode fazer pelo Senado, e não por um juiz de primeira instância", completou.

A assessoria de imprensa da 10ª Vara Federal afirmou que o juiz Vallisney Souza Oliveira não vai se manifestar em relação às declarações de Renan Calheiros.

Conteúdo G1
Herculano
24/10/2016 19:54
O MILAGRE DAS CARTAS PODE BAIXAR O PREÇO DOS TRÊS MANUSCRITOS QUE LULA DESENHOU EM 70 ANOS, por Augusto Nunes, de Veja.

As raridades caligráficas mostrarão aos futuros historiadores que o Brasil foi governado durante oito anos por um foragido do sistema de ensino

Em julho de 2010, deslumbrado com pesquisas que conferiam ao presidente da República o título de campeão mundial de popularidade, Luis Fernando Verissimo tornou a mostrar-se um mestre na arte de escrever de joelhos. "Acho que os historiadores do futuro terão dificuldade em entender o contraste entre essa quase unânime reprovação do Lula pela grande imprensa e sua também descomunal aprovação popular", agachou-se. "O que vai se desgastar com isto é a ideia da grande imprensa como formadora de opinião".

Passados pouco mais de seis anos, o que os historiadores do futuro terão dificuldade em entender é o contraste entre a quase unânime vassalagem prestada a Lula por "intelectuais e artistas" e a também descomunal reprovação dos brasileiros ao chefe do maior esquema corrupto da história. O que vai se desgastar com isso é a ideia de que todo escritor profissional é capaz de identificar um analfabeto funcional disfarçado de guia genial dos povos.

O mais bisonho dos inscritos no Enem ficará espantado se souber que Lula produziu três manuscritos em 70 anos. E qualquer reprovado com louvor na prova de redação se imaginará uma sumidade em português depois de apresentado ao conteúdo dos documentos que denunciam um foragido do sistema de ensino. Nos oito anos em que governou o Brasil, o presidente que odeia vogais e consoantes escreveu exatamente 19 palavras, agrupadas na mesma folha de papel.

As anotações no pedaço de papel publicado na primeira página do Globo se dividem em dois tópicos. O primeiro é um lembrete: "Tem demandas do Conselho que precisa ser discutido". (Não é fácil juntar numa só frase um verbo inadequado, um erro de concordância e dois assassinatos do plural. Lula conseguiu). O item 2 informa que o chefe de governo acabou de receber uma notícia boa ("Pnad") e duas ruins: "PIB ?" Zé Dirceu". Os dedos de Lula encobrem parcialmente o nome do companheiro despejado meses antes da chefia da Casa Civil.

O terceiro manuscrito demoraria seis anos para ser rabiscado: a preciosidade só se materializou em 28 de janeiro de 2011, no auditório da Universidade Federal de Viçosa, interior de Minas Gerais. Depois de entregar o título de doutor honoris causa ao ex-presidente que nunca leu um livro nem aprendeu a escrever, a reitora Nilda Soares convidou-o a desenhar o nome no Livro de Ouro que registra a passagem de visitantes ilustres. Por achar que uma assinatura era pouco para um doutor, Lula retribuiu a homenagem com o documento histórico. Segue-se a transcrição, sem correções nem retoques:

"Para os amigos e amigas da UFV com agradecimento pelo trabalho prestado ao povo brasileiro com educação de qualidade, garantindo ao povo brasileiro a certeza de bons profissionais para atender o desenvolvimento do nosso querido Brasil. Abraços do amigo Lula. Sem medo de ser feliz".

Abstraídas as redundâncias, o sumiço das vírgulas e a profundidade da mensagem (tão rasa que, na imagem de Nelson Rodrigues, uma formiga poderia atravessá-la com água pelas canelas), a platitude parida com 45 palavras merece ser elevada à categoria de texto literário se confrontada com o manuscrito de estreia, abaixo reproduzido:

"Ao querido Dogival com a esperança que em um futuro bem proximo possa compreender a nossa luta. Abraço do titio Lula. Cubatão 07/11/81?

Ao rabiscar as 22 palavras, Lula fez mais que cumprimentar o sobrinho aniversariante. Também fuzilou uma preposição, degolou três vírgulas, demitiu um acento agudo e confirmou que quem foge da escola tem letra de calouro de curso de alfabetização. Não é pouca coisa ?" mas não é tudo: como os outros dois, o manuscrito parido em Cubatão é uma ararinha-azul da caligrafia, uma preciosidade que nos leilões do futuro será disputada a socos e pontapés por colecionadores de raridades.

Tomara que Dogival tenha guardado o pedaço de papel. É provável que ele se sinta injustiçado ao saber que o tio andou fazendo para ajudar o primo Taiguara Rodrigues. Com o patrocínio da Odebrecht, o camelô de empreiteira transformou um instalador de vidraças em empresário internacional e, com meia dúzia de negociatas, fez do sobrinho pobretão um milionário. É improvável que Dogival vá tão longe quanto Taiguara. Mas a venda do manuscrito só não lhe garantirá uma velhice sem preocupações financeiras se o senador Marcelo Crivella disse a verdade no vídeo em que jura ter visto o torturador do idioma escrevendo cartas de próprio punho.

"Recorri ao inesquecível presidente Lula, que Deus o abençoe e salve sua alma, nosso grande presidente, e ele disse: 'Como é que eu posso ajudar, Crivella?'", contou o agora candidato a prefeito do Rio. "E eu falei: 'Presidente, me dá uma carta sua, me apresentando aos presidentes destes países onde as igrejas estão com problemas'. E ele me deu! Ele escreveu cartas! Com a mão! Ele dizia assim: '?", presidente. Olha, presidente' - por exemplo, de Barbados, onde tinha uma igreja onde os pastores estavam sendo expulsos - 'em nome das boas relações entre o Brasil e a sua nação, peço que atenda o senador. É meu amigo. E vejo a situação dos brasileiros que aí se encontram'".

Se isso efetivamente aconteceu, Crivella testemunhou um milagre de estarrecer o mais tarimbado fiscal da Santa Sé. Caso existam, as cartas merecem ser prontamente repatriadas pelo Itamaraty e reunidas pelo Ministério da Educação num livro ?"? com um caprichado prefácio de Verissimo, naturalmente.
Herculano
24/10/2016 17:16
CUNHA REQUISITOU VARREDURA À POLÍCIA DO SENADO, por Josias de Souza

O diretor da Polícia do Senado, Pedro Ricardo Araújo Carvalho, declarou em depoimento à Polícia Federal que o órgão realizou ação de contrainteligência também na residência oficial da presidência da Câmara, na época em que era ocupada por Eduardo Cunha. A pedido do próprio Cunha, realizou-se no imóvel uma varredura para detectar escutas ambientais.

Em notícia veiculada no canal GloboNews, o repórter Vladimir Netto informou o teor do depoimento de Pedro Carvalho, ocorrido nesta segunda-feira. Foi a segunda vez que a PF inquiriu o servidor desde sexta-feira, quando foi preso. Segundo ele, a varredura na residência da Câmara ocorreu na sequência de uma batida da Polícia Federal. Munidos de mandado judicial, agentes da PF realizaram busca e apreensão na casa oficial da Câmara em 15 de dezembro de 2015.

A varredura requisitada por Cunha seguiu o mesmo padrão das que foram realizadas em imóveis funcionais e particulares de senadores e ex-senadores que, como ele, são investigados na Operação Lava Jato: Fernando Collor, Gleisi Hoffmann, Edison Lobão Filho e José Sarney. Para o Ministério Público Federal, as ações foram ilegais. Para o presidente do Senado, Renan Calheiros, a Polícia Legislativa respeita a Constituição, as leis e as normas.
Herculano
24/10/2016 16:44
REAGE PARANÁ - MORRE UM JOVEM EM ESCOLA INVADIDA DO ESTADO; O SANGUE NO CHÃO É O RETRATO DA POLÍTICA FEITA PELOS COMUNISTAS DO ESTADO, por Reinaldo Azevedo, de Veja.

Não se sabe se rapaz era estudante ou não; estava na invasão e deve ter sido vítima de uma facada

Um jovem morreu num dos estabelecimentos de ensino invadidos do Paraná, a Escola Santa Felicidade, de Curitiba. Foi vítima, segundo as informações iniciais, de um objeto cortante e perfurante, provavelmente uma faca. Teria 16 anos. Ainda não se sabe a autoria nem se conhecem as circunstâncias.

Quem sãos responsáveis? Na hipótese muito provável de que tenha sido um homicídio, o culpado, do ponto de vista penal, é o assassino. Do ponto de vista moral, os responsáveis são os invasores e todos os órgãos oficiais e não-oficiais que se omitiram ao longo desse tempo.

O Movimento Ocupa Paraná responde moralmente por essa morte.
O sindicato da rede estadual de professores responde moralmente por essa morte.
O PT responde moralmente por essa morte.
Os partidos de extrema-esquerda que apoiam a invasão respondem moralmente por essa morte.
A imprensa paranaense, com raras exceções, subserviente aos invasores, responde moralmente por essa morte.
O omisso Ministério Público Federal responde moralmente por essa morte.
Os conselhos tutelares do Paraná, os que não se mobilizaram contra as invasões, respondem moralmente por essa morte.

Até quando minorias de extremistas de esquerda continuarão a tiranizar as maiorias?

É preciso que a Secretaria de Segurança Pública inicie rigorosa investigação para responsabilizar criminalmente os maiores de idade que estão nas invasões e quem nem mesmo estudantes são.

Quem tem de se mobilizar?

É a sociedade civil do Paraná.

Essa gente estava em busca de cadáveres faz tempo. Torcia para que a Polícia invadisse as escolas para fazer um morto. Não aconteceu. A morte veio. Mas pelas mãos dos que que estavam na invasão.

E agora?

O chão sujo de sangue é o retrato das escolhas feitas pelos comunistas do Paraná.
Herculano
24/10/2016 16:38
SUSPEITO QUE A CIVILIZAÇÃO PRESSUPÕE A INFELICIDADE COMO CONDIÇÃO NECESSÁRIA, por Luiz Felipe Pondé, filósofo, para o jornal Folha de S. Paulo.

O tema da redenção me encanta há muitos anos. Sou um descrente encantado com a tradição bíblica. Para almas apressadas, pode parecer uma contradição. Prefiro ver como uma espécie de pequena modéstia diante de tamanha beleza contida nas temáticas bíblicas.

Entre as várias histórias que me encantam está a de Lázaro. Não propriamente como a ideia do milagre de trazer alguém da morte, o que tendo a duvidar como fato, mas, sim, como metáfora da maravilhosa experiência que é, em meio à vida, você sentir-se vivo depois de muito tempo em que se sentia morto. Aliás, parte dessa ressurreição é tomar consciência dessa condição de morto em que se encontrava. Esta é a dor de Lázaro. Fosse inventada uma máquina para medir a sensação de estar morto em meio à vida, ela seria um blockbuster das tecnologias da informação.

Suspeito mesmo que a civilização pressupõe uma razoável dose de infelicidade como condição necessária. O maravilhoso livro de Freud "O Mal-Estar na Civilização" (uma das peças literárias necessárias para se entender o século 20) trata dessa condição de mal-estar como "resto" e condição do "processo civilizador", nos termos do sociólogo Norbert Elias. Acomodar os anseios numa fina equação que enlaça afetos num sistema de obrigações sociais garante a continuidade da espécie. Penso mesmo que este trabalho tenha ocupado muitos milênios de nossos grandiosos ancestrais no Alto Paleolítico. Fosse eu ter uma religião hoje, seria o culto de nossos patriarcas paleolíticos.

Assim sendo, a civilização implica uma certa "dose de morte" em meio à vida. Lázaro estava morto e voltou à vida. Como podemos estar mortos em meio à vida? É possível termos uma experiência de Lázaro na vida?

Uma das formas mais comuns de morte é pensar que não há mais horizonte a não ser o cotidiano instituído: a mesma casa, o mesmo trabalho, a mesma padaria, os mesmos rostos, as mesmas lágrimas, o mesmo envelhecimento, o mesmo corpo no sexo. Um dos segredos da juventude é, exatamente, a possibilidade de ter um futuro desconhecido a ser explorado. Portanto, a ideia de que tudo que havia para ser conhecido em sua vida já o foi é, seguramente, uma forma de morte em vida. O amadurecimento, muitas vezes, implica uma certa dose de descrença na possibilidade de ressurreição em vida. Como amadurecer sem morrer?

Uma das razões para a morte em vida é a dureza da sobrevivência material. Nesse campo, a vida não tolera "iniciantes". Qualquer erro e ela o castigará sem pena, transformando você num "loser" cheio de ressentimento e inveja daqueles que tiveram mais sorte ou, simplesmente, daqueles que nasceram com mais talento do que o seu pequeno quinhão de pobreza de espírito. E a vida profissional, no mundo contemporâneo, carrega muito mais significado do que "mero" ganho material, uma vez que passamos a maior parte do tempo envolvidos com ela. A vida profissional é, quase sempre, para a maioria de nós, uma certa dose de morte em vida.

Outra dose de morte em vida é o desencanto com o amor. A ideia de que o amor é para iniciantes ou desavisados com certeza nos garante uma vida longa sem sobressaltos. Infelizes são aqueles que caem vítima dessa doença que assola seus corações com uma tristeza infinita, instaurando o reino de uma inapetência para o cotidiano sem amor e afogado em demandas. Tranquilos são aqueles que se mantêm firmes em seu trajeto rumo ao envelhecimento sustentável.

Morrer em vida é, seguramente, se afogar em rancor, inveja, covardia. Afetos esses que, facilmente, se constituem em razões para conter o impulso de Lázaro em direção ao abandono do repouso na morte. Fiódor Dostoiévski (século 19) via em Lázaro morto a figura do homem assolado pelo medo da vida, assolado pela medo de correr o risco de ser perdoado por suas misérias porque, para ressuscitar, há que reconhecer-se morto primeiro. Só aquele que se reconhece morto poderá ver a imagem de Lázaro refletida em seu espelho. Esse rosto marcado pela dor da morte e pelas dores de parto que a ressurreição causará em sua vida.

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