24/10/2016
GASPAR EM ÚLTIMO LUGAR I
O candidato a prefeito pelo PSD de Blumenau, Jean Jackson Kuhlmann, há dias, no seu programa eleitoral, armou uma “audiência” com o governador Raimundo Colombo, PSD, o prefeito de Lages. O teatrinho na propaganda política é coisa do jogo jogado. É simbólico. É intencional. É para emocionar e mostrar aos analfabetos, ignorantes e desinformados que há vantagens nessa relação candidato e governante de plantão - o que também não é demérito nenhum. E esta não é a questão em debate.
GASPAR EM ÚLTIMO LUGAR II
O que, no entanto, o vídeo da propaganda política de lá revelou – e todos daqui ouviram e viram nas tevês de lá? O candidato de lá, armou um calote contra o futuro e a mobilidade em Gaspar e dos gasparenses. E seria razoável pois ele tem mesmo que defender a cidade dele onde quer ser prefeito. Mas Kuhlmann é deputado estadual. E nas três campanhas para tal, ao tomar os votos daqui, jurou por seus cabos eleitorais como o vereador Marcelo de Souza Brick, Fernando Neves, Giovânio Borges e muitos outros, representar e defender os gasparenses e Gaspar. Desconfiava-se do discurso, mas agora sabe-se que tudo isso era conversa fiada, coisa de político esperto e de ocasião.
GASPAR EM ÚLTIMO LUGAR III
O que Kuhlmann pediu de forma explícita no programa eleitoral para o governador Raimundo? “Agora o senhor precisa falar com o pessoal de Gaspar para realizar o Contorno Leste de Blumenau...”. Como assim? Blumenau agora depende de Gaspar? Hum! O que significa isso, de verdade? Falar com quem aqui? Com o prefeito eleito Kleber Edson Wan Dall que é do PMDB, o mesmo que dá sustentabilidade a Colombo? Falar com o seu cabo eleitoral, Marcelo de Souza Brick, que foi candidato a prefeito, e que diz ter outras pretensões políticas, que necessita de um emprego no governo do estado e assim precisa andar sob o relho do governador? Ou convencer o Fernando Neves?
GASPAR EM ÚLTIMO LUGAR IV
Ou o governador que não aparece por algum tempo por aqui para trazer recursos e dar soluções comunitárias – mas esteve com Marcelo numa caminhada de campanha pela Margem Esquerda – finalmente virá para uma “grande reunião pública”? Vai dizer a todos que esqueçam esse negócio de Anel de Contorno? Vai convencer a cidade de que a verba para a obra é pouca e por ser pouca, será redirecionada à Blumenau, numa canetada de mestre que ele dará? E por que? Porque é lá em Blumenau onde há mais votos para a disputa que virá em 2018 para governador, senador e deputados.
GASPAR EM ÚLTIMO LUGAR V
Em síntese. O que o candidato Kuhlmann pediu ao governador naquele teatrinho, foi de forma subliminar, os recursos que estão rubricados no orçamento estadual para o Anel Contorno de Gaspar para o Contorno Leste de Blumenau. Nada mais! Não é nova essa tentativa. Isso já foi amplamente debatido e esclarecido aqui – e não é de hoje -, muitas vezes. Foi combatido. Todavia, todos estão quietinhos. É um assunto crucial para a mobilidade urbana e a inserção de Gaspar no desenvolvimento regional.
GASPAR EM ÚLTIMO LUGAR VI
Kuhlmann e o governador Raimundo, com o seu silêncio à proposta indecente do deputado candidato, lavaram mais uma vez a minha alma. E por que? Porque em campanha eleitoral agressiva, no vale tudo, Kuhlmann teve que tirar o disfarce e jogar as claras com o seu eleitorado de Blumenau, onde pretende ser prefeito na segunda tentativa. Então precisou mandar bananas para os gasparenses que votaram nele. A comparação é fácil: aqui há algumas centenas de votos para Kuhlmann e em Blumenau milhares. Perceberam? Então a quem ele deve preferir e proteger? Aritmética. Pura. Simples. Sobrevivência.
GASPAR EM ÚLTIMO LUGAR VII
O Contorno Leste de Blumenau muito importante para Blumenau. Indiscutível. Contudo, a realização dele não pode inviabilizar ou excluir Anel de Contorno de Gaspar como quer Kuhlmann, entidades de lá, imprensa, e agora, com o aval explícito do governador Raimundo Colombo que fingia não ser com ele esse problema já denunciado aqui anteriormente. A ponte projetada para o Bela Vista ligando o Belchior Baixo deverá ser mantida e seus recursos não transferidos para Blumenau. A ponte do Sesi, vital, mas para Blumenau, terá que ter vida, orçamento e fontes próprias.
GASPAR EM ÚLTIMO LUGAR VIII
O governo do estado do PSD e PMDB vem matando o Anel de Contorno de Gaspar faz muito tempo. Primeiro, pagou uma baba e não acompanhou a Iguatemi Engenharia – a especialista em projetos que não se realizam e ficam apenas no papel. Quando o viu, torceu o beiço e disse que era inviável pelo “alto” custo. Bobagem. Jogo de cartas marcadas para queimar o projeto do Anel de Contorno. Foi a senha “técnica e financeira”. Com isso ganhou corpo a “ideia” para remanejar os recursos rubricados para o Anel de Contorno e transferi-los para outra obra. Adivinha qual? O Contorno Leste de Blumenau. O que se queria fazer no silêncio, só não se concretizou, porque a jogada vazou na imprensa e especialmente aqui, além da intromissão da vereadora Andreia Symone Zimmermann Nagel, PSDB, que tomou as dores da sociedade gasparense.
GASPAR EM ÚLTIMO LUGAR IX
Estranho que aqui as entidades – aparelhadas pelo PT - ficaram praticamente em silêncio sobre esta jogada antiga do PSD, PMDB, PP e governo do Estado. O PT na prefeitura, fingiu-se de morto e por que? Porque sabia que se algo fosse revertido e o Anel de Contorno voltasse à pauta, o PT que estava com a ponte do Vale entalada de problemas financeiros na armadilha da esperteza que armou, daria discurso para outros como o PMDB, PSD, PP ou até o PSDB – o intruso. Ou seja, para o PT de Gaspar, mandado pelo de Blumenau, soluções só as que ele constrói ao seu modo, benefício, retorno eleitoral a si próprio. Bananas para Gaspar e os gasparenses naquilo que é óbvio, necessário e urgente como o Anel de Contorno.
GASPAR EM ÚLTIMO LUGAR X
O PSD de Marcelo de Souza Brick fingiu-se de morto, e Kuhlmann, seu padrinho político, mostrou bem a razão disso na propaganda eleitoral. O PMDB de Kleber Edson Wan Dall e outros está mudo há muito. Não iria afrontar o governo do estado e nem daria chances para o PSDB de Andreia às vésperas de uma campanha a prefeito que se mostrava dura. Igualmente o PP de José Hilário Melato e do agora vice-prefeito, Luiz Carlos Spengler Filho. Ou seja, só bananas para Gaspar. O PMDB preferiu apostar na retificação, alargamento e pavimentação da Rua Leonardo Pedro Schmitt, no Macucos, para dizer que é sua. É uma obra mixuruca do governo de Raimundo Colombo, Eduardo Pinho Moreira e Rogério Peninha Mendonça. Arrasta-se por quase dois anos para apenas 2,9 quilômetros e já se sabe que irá adentrar 2017. Por isso, o PMDB a escondeu na campanha. Como se vê tudo é um jogo. E Gaspar em último lugar.
GASPAR EM ÚLTIMO LUGAR XI
Voltando ao Anel de Contorno. Estranhamente, quem colocou o Contorno em pauta e bem antes da disputa a prefeitura de Gaspar? A vereadora Andreia. Conseguiu montar uma comissão suprapartidária. Entretanto, tudo se enrola. Conspira. Na Agência de Desenvolvimento Regional, o seu ex-superintendente, Cássio Quadros, homem de confiança do deputado João Paulo Kleinubing, PSD, ex-prefeito de Blumenau, dificultou o que pode neste assunto. Quando a vereadora foi ao Deinfra, um descaso total. O titular nem conhecia o tema, fato que mostra muito bem o quanto o governo do PSD e o governador tratam esse assunto, desrespeitam Gaspar e os gasparenses.
GASPAR EM ÚLTIMO LUGAR XII
E o que Kuhlmann revelou perante as câmeras da propaganda eleitoral? Como funciona a máquina de privilegiar e descartar soluções óbvias de fruição coletiva. O político, neste caso específico, não olha de forma técnica a mobilidade e o futuro, mas a quantidade de votos que a obra lhe trará para permanecer no poder. E para finalizar: o governador e o deputado fazem isso, porque Gaspar e os gasparenses permitem. O PMDB permite. O prefeito eleito permite. As entidades permitem. O atual prefeito e o PT permitem. A Câmara permite. Nenhum dos vereadores eleitos colocou este assunto no radar e assim permite. O PP permite. O PSD de Marcelo de Souza Brick e Fernando Neves permite. E parte da imprensa também permite, numa causa crucial para a cidade. Só isso. Acorda, Gaspar!
A OCASIÃO FAZ O LADRÃO I
Você sabe de onde vem a expressão, “a ocasião faz o ladrão”? Mas será mesmo a ocasião ou ele já nasce ladrão? Dionísio Silva coleta evidências históricas e literárias que deixam dúvidas. Leiam: diversos códigos penais basearam-se em tão triste concepção do gênero humano para vazar seus artigos. Segundo tal hipótese, o que garante não haver ladrões é um eficiente sistema de punição.
A OCASIÃO FAZ O LADRÃO II
Nas 282 cláusulas do Código de Hamurábi, baixado pelo rei da Babilônia no século XVIII a.C., as punições a furtos e roubos ocupam boa parte do diorito, a rocha em que estão gravadas: “Se o comprador não apresenta o vendedor e as testemunhas perante as quais ele comprou, o comprador é o ladrão e morrerá. E o proprietário retoma o objeto”; “se alguém comete roubo e é preso, ele é morto”.
A OCASIÃO FAZ O LADRÃO III
Machado de Assis (1839-1908), ainda que tão cínico e mordaz, corrigiu a máxima com muita propriedade para: “Não é a ocasião que faz o ladrão, o provérbio está errado. A forma exata deve ser esta: a ocasião faz o furto; o ladrão já nasce feito”. Pensando bem, é quase pior.
Um leitor que se identificou como Luiz postou esta observação na área de comentários da coluna na internet, a mais acessada do portal Cruzeiro do Vale.
“Excelente e idéia do [João] Dória, PSDB, em São Paulo de formar um conselhão com ex-prefeitos para discutir soluções para o município. Pode dar certo, se levado a sério. Imaginemos em Gaspar, sentados a mesma mesa, Evaristo [Spengler, PP], [Osvaldo Schneider, PMDB] Paca, [Luiz Fernando] Poli, PDT, Andreone [Cordeiro] PTB, Adilson [Luiz Schmitt], sem partido e [Pedro Celso] Zuchi...daria certo?”
Primeiro, não vejo como excelente ideia. E por que? Pelos simples fato de que as pessoas – apesar de terem sido prefeitos - maioria não é excelente. Nem política, nem administrativa e até socialmente. Ou seja, se é provocativa a sua observação, eu sou direto: não daria certo. Quem é um estadista, um conselheiro?
Eu explico. Esses homens – quase todos nominados e isto está retratado na administração que lideraram, no legado que deixaram, nas alianças que fizeram e fazem, nos jogos que excluem as prioridades coletivas – olham em primeiro lugar os seus interesses, as suas picuinhas, as suas famílias e os seus amigos, a cachaçada, a cervejada, a piada sem sentido, o patrocínio de comilanças e outras coisas mais.
Em segundo lugar, muitos deles nem respeitam o partido. Ou seja, nem lá conseguiram ficar e liderarem processos, ser agentes de transformação ou até exemplos nos seus próprios conselhos diretivos partidários. Quantos estão no seu partido de origem? Então não se pode falar em projeto coletivo, em estadistas, em gente que deve ser ouvida porque são capazes de olhar à cidade como um ente comum, criando virtudes para os cidadãos e cidadãs.
Aqui, as pessoas citadas, com raras exceções e talvez nela esteja Evaristo Spengler e sua mulher Dica, são capazes de dar a mão um para o outro, conversarem olhando no olho e tratar de temas que não seja à busca ou à deterioração do poder. Elas não são capazes de convergir minimamente em planos comuns. E por que? Porque não possuem causas comuns para a cidade, seus cidadãos e cidadãs. E temas não faltam. Abundam.
Exagero? Digam-me qual a causa comum de todos – prefeitos e ex-prefeitos - na busca de uma Gaspar forte, sustentável? Quando se apresentou à oportunidade, sempre, repito sempre, alguém se opôs, e pelo pior argumento: a de que daria força à uma boa ideia, mas alheia, mesmo que essa ideia fosse da cidade, ou seja, de resultados para todos.
Outra. Com raras exceções – os prefeitos e os ex - não são capazes de estabelecerem virtudes para os seus pares e reconhecerem capacidades de altruísmo público em cada um deles, mesmo sendo adversário político. Ora, se são pessoas que entre elas a maioria só reconhece defeitos do outro, o que vão fazer num conselho que é para propor soluções comuns? O que vão produzir livres de cores partidárias, interesses eleitoreiros e pessoais para os gasparenses?
Antes, penso, e sempre defendi, devíamos ter entidades fortes, independentes e plurais. O que fez o PT? Aparelhou e instrumentalizou a todas. Isso lhe deu o poder quase absoluto. E onde o PT não conseguiu aparelhar, como foi o caso do Sintraspug, enfraqueceu-o para humilhar ou amendrontar. Em outras oportunidade, o poder do PT sonegou ajuda, verbas oficiais possíveis sob os mais variados argumentos e que não se sustentam nem à luz de velas. Vingança.
Ora, uma cidade sem entidades fortes, independentes e plurais, não há como pensar em conselho de ex-prefeitos. Ainda bem que entre eles, até o simples fato do aperto de mão - simbolo de civilidade e educação - é uma dificuldade. Ainda bem. Pois se fosse diferente, do jeito que agem, com entidades aparelhadas, este conselho seria próximo o da máfia. Acorda, Gaspar!
No final de semana passado, a imprensa de esquerda que está viúva em Blumenau, reclamou de que os que votaram em partidos como PT, PCdoB e PDT no primeiro turno, estão sem opção no próximo domingo.
Estão sem opção porque a esquerda do atraso não inspira confiança. Só isso. O Brasil quebrado, com milhões de desempregados, e os representante dela continuam - aqui e em Blumenau - a defender o caos. E o PT de lá que manda no daqui, vem sendo rejeitado há quatro mandatos lá, diante de tanta bobagem que fez, no estado onde é quase nulo e principalmente no nacional.
Agora, o PSD de Jean Jackson Kuhlmann pode ser uma saída para as viúvas. Na propaganda eleitoral, pelo menos, ele abraçou o método e o discurso dos partidos de esquerda e que já foram rejeitados nas urnas no primeiro turno. Cegos, os comentaristas de lá fingem que não perceberam. Ou seja, será mais um teste.
Além disso, o criador e presidente do PSD, Gilberto Kassab – ministro num dia de Dilma Vana Rousseff, PT e no outro de Michel Temer, PMDB -, já definiu o partido como não sendo de direita, centro, esquerda, de oposição ou situação – apesar de estar nela, o tempo todo, seja qual for
Ou seja, o PSD é um partido de oportunidade e oportunismo. E como isso se encaixa bem na esquerda do atraso que flana, reclama e engana por ai, inclusive na imprensa. A escolha já está feita.
Baixaria. Na propaganda eleitoral de Blumenau entre o PSD e o PSDB há nas redes vídeos de acusação de parte à parte. Os do PSD faz parte da propaganda política oficial e por isso, inunda o judiciário. O do PSDB circula clandestinamente nas redes sociais. Um dos vídeos - sem assinatura e origem oficial -, mostra que Jean Kuhlmann arrumou muitas verbas para Navegantes, Jaraguá do Sul, Penha, Lontras, Ituporanga, Presidente Getúlio, Piçarras...
Baixaria. E Gaspar? Não aparece na lista da contra-propaganda dos apoiadores do PSDB de lá contra Kuhlmann. Ou seja, a cidade de Gaspar só compareceu com os votos para Kuhlmann. Nada de retorno do deputado. Acorda, Gaspar!
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