Por Herculano Domício - Jornal Cruzeiro do Vale

Por Herculano Domício

23/10/2015

O MEDO I
Quem tem medo de Andreia Symone Zimmermann Nagel, PSDB? Resposta: PT, PMDB, PSD, PP e PPS. Foram eles que embalaram a professora da esquecida Lagoa, do nanico DEM. Transformaram-na em três anos numa vereadora de coragem e que agora a credencia, exatamente por esta coragem, a furar a fila dos donos da cidade. Ela é potencial candidata a prefeita no ano que vem. Melhor: sem se vender e compor com o obscuro e com “os donos” de Gaspar. Enquanto ela estava no DEM, havia desdém dos poderosos. Sabiam que ela não possuía uma estrutura vencedora. Bastou ir para o PSDB, um partido que perdeu o brilho por aqui, e aí uma tempestade inesperada se abateu sobre o PT, PMDB, PSD, PP e PPS, ou aos que por detrás, mandam verdadeiramente nestes partidos, manipulam candidatos, gerenciam a cidade ao seu gosto e ao não da comunidade.

O MEDO II
A surpreendente mudança do DEM para o PSDB feita por Andreia pegou de calças curtas quem a controlava para ela não “atrapalhar” os esquemas. Surpreendeu o PT que nos bastidores de Brasília jogava com o PMDB para fechar o caixa; surpreendeu o PMDB que tinha o PSDB de Gaspar como um anão amestrado e se achava o dono da vez na fila sucessória; surpreendeu ao PSD que queria ser o novo, mas se tornou velho mais rápido do que se supunha; surpreendeu o PP de Luís Carlos Spengler Filho que fez o pacto com o PMDB um ano antes do pleito e o PP de José Hilário Melato fiel do PT de Zuchi, Dalsochio, Vanz e Rampelotti; surpreendeu o PPS (que estava na coligação que elegeu Andreia no DEM), do ex-prefeito Adilson Luiz Schmitt; surpreendeu o DEM do cunhado de Adilson, Laércio Pelé Krauss - que sob disfarces e acertos familiares, fazia o jogo para o PMDB, agora quer a cassação de Andreia por infidelidade e até, pasmem, tirar a secretária dela, Ida Scottini, do emprego; surpreendido, o então articulador, Adilson, resolveu sumir de cena, foi “cumprir” a promessa pública de “sumir” por cinco anos até a formatura do seu filho Luiz Henrique.

 

O MEDO III
Surpreendido, o PMDB trabalhou imediatamente nos bastidores para os outros desmancharem tudo para ele. Ficaria ruim para o candidato e então presidente do partido, Kleber Edson Wan Dall, se a trama fosse descoberta. Para linha de frente do seu plano, escalou e pagou por promessas, gente para defender a tese de que para derrotar o PT, será preciso unir todos do outro lado, desde que o PMDB seja o cabeça. Diferentes num balaio só. Unir cobras e sapos, como aconteceu com Adilson em 2004 e coincidentemente com PMDB na cabeça. E foi esta “união” o que conspirou frontalmente, pela oposição de interesses, contra Adilson. Foi ela – e a má habilidade do ex-prefeito para lidar com os diferentes - que fez o PT voltar com Zuchi ao poder por mais oito anos. Surpreendido, o PSD jogou as fichas para estar no mesmo projeto de Andreia e lá na frente ser uma alternativa, caso a vereadora não decole. Surpreendido, o PP, de Luiz Carlos Spengler Filho preferiu atacar Andreia. Já Melato, colocar processos na Justiça.

 

MEDO IV
Quem tem medo de Andreia? Quem prega o novo e a mudança no discurso. Ou seja: engana mais uma vez os eleitores. Na prática não quer renovar e nem mudar nada. Outra: pouca idade não é sinônimo de novo ou renovação. E a prova? A conspiração para anular lideranças novas num lado e sucumbi-las a um projeto de poder já armado no outro. Tudo comprometido, com os mesmos erros, incluindo a repetição do passado com o falso confronto de todos contra o PT. Os vereadores do PT, José Amarildo Rampelotti (presidente do partido), Antônio Carlos Dalsochio (cunhado de Zuchi), Hamilton Graf e Daniel Fernandes dos Reis, entraram já Justiça contra Andreia. O presidente da Câmara, José Hilário Melato, PP, também. Querem que ela os indenize.

 

MEDO V
É contra aquele discurso que ela fez na sessão do final do ano passado. Foi quando houve a traição no acordo proposto pelo próprio PT e PP. Dariam a presidência da Câmara desde que ela se ajoelhasse, ficasse submissa, mansa e entrasse no esquema. Recusou. Apanhou. Perdeu. Uma lição. No plenário, Andreia disse, com todas as letras, naquele dia, que os que atraíram para um acordo, traíram-na. Eram “homens que não honravam as calças que vestiam”. Ficaram quietos durante quase um ano. Quando viram que ela tinha luz própria e se veste de candidata à prefeita querem lhe dar nova lição. Foram à Justiça, para constrange-la, puni-la, vingarem e tirar um troco. Vão torna-la heroína e mais forte (outra vez). Acorda, Gaspar!



Trapiche


Perguntar não ofende. O vereador Tonho Dalsochio é morador de Blumenau? Gaspar pertence agora à Comarca de Blumenau? Dalsóchio é vereador em Blumenau?

Se não, então qual a razão para ele entrar com uma Ação contra vereadora Andreia, PSDB, no Fórum de Blumenau, contrariando um fundamento basilar de competencia processual e que os próprios companheiros de bancada usaram em ações similares. Eles preferiram o Fórum da Comarca de Gaspar?


Outras perguntas. Por que os vereadores do PT e o Melato não tentaram um processo interno para julgar a presumível falta de decoro de Andreia? Foi com medo de perder entre os próprios pares? Foi para não ver a população na Câmara? Por que esperaram tanto tempo? Quem é que orienta esta turma? O fígado? Qual a diferença do PT nacional?


Diante da pressão popular, o PMDB, anunciou na terça-feira na Câmara por meio do suplente Raul Schiller, que assumiu por 30 dias o lugar de Ciro André Quintino, que é contra o projeto 49/2015. Este PL dá advogado de graça eternamente, hoje, ontem e amanhã a prefeitos, vices, secretários e vereadores.


Reação. Como o projeto ficou aparentemente inviável, o presidente do PT, o líder da bancada petista, José Amarildo Rampelotti, subiu nas tamancas. Disse que a promotora que cuida da moralidade pública na Comarca, Chimelly Louise Resenes Marcon, estava inferferindo na autonomia dos poderes.


É que Amarildo, Zuchi e o PT ficaram inconformados com a visita da promotora à Câmara sexta-feira passada, quando viu gabinetes vazios. Ela foi levar pessoalmente a recomendação de rejeição. Rampelotti pediu um corretivo às pretensões da promotora ao presidente da Câmara, o Melato. E ele prometeu estudá-lo. Hum!


Em Gaspar é assim: promotor, juiz e imprensa que não se alinham com o PT, precisam de corretivos. A juíza Ana Paula Amaro da Silveira que o diga.


O ex-vereador Kleber Edson Wan Dall deixará amanhã a presidência do PMDB de Gaspar. É para melhor se proteger e para se dedicar à campanha de prefeito. O advogado Carlos Roberto Pereira, volta e reassume. Também quer ser o coordenador da campanha de Kleber em nome dos que verdadeiramente mandam no partido.


O teatro. Quem leu a minha coluna na internet na terça-feira, a mais acessada, já percebeu que há uma perseguição política ao Grupo de Danças de Gaspar. O pedido de ter verbas via o FIA foi mais uma vez rejeitado pelo CMDCA. Mas o Grupo Detalhe de Teatro e Produções Artísticas, de Indaial, conseguiu do mesmo FIA, R$ 121.510. Deste total,
R$ 83.310 já foram pagos. Acorda, Gaspar!

 

Edição 1721

Comentários

Herculano
26/10/2015 20:15
NESTA TERÇA-FEIRA TERÁ COLUNA INÉDITA
Sidnei Luis Reinert
26/10/2015 12:52
IMPERDÍVEL!!

Barack Obama Detona Dilma, Lula, Renan Calheiros, Eduardo Cunha. Corrupção

https://www.youtube.com/watch?time_continue=73&v=vpKRAWncDlQ
Herculano
26/10/2015 11:42
EM NOVA FASE DA OPERAÇÃO ZELOTES, POLÍCIA FEDERAL MIRA FILHO DO EX-PRESIDENTE LULA

Parte 1

Conteúdo do jornal Folha de S. Paulo. Texto e Gabriel Mascarenhas, da sucursal de Brasília, com Mônica Bergamo e Bella Megale, da redação de São Paulo. A Polícia Federal deflagrou na manhã desta segunda-feira (26) mais uma fase da Operação Zelotes, que investiga um esquema de pagamento de propina a integrantes do Carf (Conselho Administrativo de Recursos Fiscais), vinculado ao Ministério da Fazenda.

A PF cumpre mandado de busca e apreensão na empresa LFT Marketing Esportivo, que pertence a Luís Claudio Lula da Silva, filho do ex-presidente Lula, na rua Padre João Manuel, nos Jardins, bairro nobre de São Paulo.

Segundo funcionários do prédio onde Luis Cláudio Lula da Silva tem escritório a operação aconteceu por volta das 6h.

Agentes, que chegaram num carro da Receita Federal e em outros dois PF, foram até o quinto andar do edifício, onde fica a empresa. Vizinhos e funcionários do prédio relataram que os policiais permaneceram no local por cerca de duas horas e saíram com várias pastas carregadas de documentos.

Um funcionário disse que Luis Cláudio foi ao local nesta segunda por volta das 9h, onde ficou por cerca de uma hora.

O irmão mais velho de Luis Cláudio, Fábio luis Lula da Silva ?"o Lulinha?", chegou a ter um escritório no mesmo prédio, mas se mudou no ano passado.

Além da LFT, Luís Cláudio é proprietário da Touchdown Promoções e Eventos Esportivos, que administra a liga de futebol americano Torneio Touchdown, que conta com 16 equipes.

Segundo Mauro Marcondes, sócio do escritório, disse à Folha no início do mês, um dos serviços prestados se referia a um projeto de um ônibus que circularia pelo Brasil durante a Copa do Mundo divulgando uma patrocinadora do mundial.

De acordo com o jornal "O Estado de S. Paulo", o escritório foi contratado pela Caoa Hyundai para obter a extensão da desoneração fiscal por meio de uma medida provisória que teria sido comprada por lobistas durante o governo Lula.

Escritórios de advocacia de São Paulo entraram em alerta máximo na manhã desta segunda ao receberem a informação sobre a operação de busca e apreensão da PF que tem o filho do ex-presidente como um dos alvos. Advogados do filho de Lula porém disseram que não haviam sido formalmente informados sobre a operação.

Há ainda mandado de prisão contra um sócio do escritório de advocacia Marcondes e Mautoni, investigado pela PF e pela CPI do Carf, que também teve relações com Luis Cláudio. Em 2014, a M&M contratou a LFT Marketing Esportivo por R$ 2,4 milhões. A PF também faz buscas em endereços ligados a Lytha Spindola, que foi secretária-executiva da Câmara de Comércio Exterior, auditora da Receita Federal e secretária de Comércio Exterior do Ministério de Desenvolvimento.
Herculano
26/10/2015 11:41
EM NOVA FASE DA OPERAÇÃO ZELOTES, POLÍCIA FEDERAL MIRA FILHO DO EX-PRESIDENTE LULA

Parte 2

Ao todo, estão sendo cumpridos 33 mandados judiciais ?"seis de prisão preventiva, 18 de busca e apreensão e nove de condução coercitiva em Brasília, São Paulo, no Piauí e no Maranhão.

A Folha apurou que entre os presos está Alexandre Paes dos Santos, apontado como lobista que intermediava contatos entre empresas e conselheiros do Carf, e José Ricardo da Silva, sócio da empresa SGR, também suspeito de ser um dos atravessadores do esquema.

Os policiais fazem busca e apreensão também na casa de Fernando Cesar Mesquita, ex-chefe de Comunicação Social do Senado.

A PF também faz buscas em endereços ligados a Lytha Spindola, que foi secretária-executiva da Câmara de Comércio Exterior, auditora da Receita Federal e secretária de Comércio Exterior do Ministério de Desenvolvimento.

A etapa desta segunda mira um grupo de empresas que, além de tentarem interferir nos julgamentos do conselho, atuavam negociando incentivos fiscais para o setor automotivo.

A investigação indica suspeitas de tráfico de influência, extorsão, e corrupção de agentes públicos, com o objetivo de aprovar alterações na legislação benéficas a essas empresas.

ESQUEMA

A primeira etapa da operação foi deflagrada em março e desarticulou um esquema de pagamento de propina a integrantes do Carf, órgão vinculado ao Ministério da Fazenda e responsável por julgar recursos de multas aplicadas pela Receita Federal.

Em troca de suborno, conselheiros votavam em favor da redução e, em alguns casos, do perdão das multas das empresas que os corrompiam.

A operação investiga processos que somam R$ 19 bilhões. Segundo a Polícia Federal, esse é um dos maiores esquemas de sonegação fiscal já descobertos. Suspeita-se que três quadrilhas operavam dentro do colegiado, causando um prejuízo de pelo menos R$ 6 bilhões aos cofres públicos.

O Carf é um tribunal administrativo formado por representantes da Fazenda e dos contribuintes (empresas). Normalmente, são julgados pelo conselho empresas autuadas por escolherem estratégias tributárias que, segundo a fiscalização, estão em desacordo com a lei.

De acordo com os investigadores, formados por conselheiros, ex-conselheiros e servidores públicos, as quadrilhas buscavam anular ou atenuar pagamentos cobrados pela Receita de empresas que cometeram infrações tributárias, e que eram discutidos no conselho.

As investigações começaram em 2013 e alcançam processos de até 2005. Elas indicam que os grupos usavam o acesso privilegiado a informações para identificar "clientes", contatados por meio de atravessadores, na maioria das vezes escritórios de advocacia e contabilidade.

A operação focou em 70 processos "suspeitos de terem sofrido manipulação", que somavam R$ 19 bilhões em "créditos tributários" ?"valores devidos ao Fisco. A PF diz que "já foram, efetivamente, identificados prejuízos de quase R$ 6 bilhões".

A Operação Zelotes ocorre em trabalho conjunto da Polícia Federal, Receita Federal e Procuradoria da República do Distrito Federal.
Almir ILHOTA
26/10/2015 10:26
Corroborando com o comentário anterior e se tratando de resposta a um dos mais ferozes puxa saco do prefeito DANIEL, nosso ILHOTA querida, não precisaria se esconder atrás de um fake pois esta do ladinho do homem, talvez seu nervosismo se de pelo fato de ter que sair pela porta dos fundos, por conta da lei do nepotismo, juntamente com patê da família jaco, e PEREIRA, mas vamos aos fatos, já que o governo DANIEL/JUNIOR é tão competente, aonde estão os 8, OITO km de asfalto por ano, o posto de saúde central trabalharia 24 horas, banheiro na balsa, balsa 24 horas, e por ai afora, TUDO DEVIDAMENTE DOCUMENTADO NO PLANO DE GOVERNO E PROMETIDO EM CAMPANHA,mentirosos, incompetentes, iriam fazer diferente e realmente estão fazendo diferente, pior, mas muito pior de tudo que já vimos em matérias de administração em nossa QUERIDA ILHOTA;
Herculano
26/10/2015 09:39
DILMA ESTÁ DESACREDITAD E VIVE "NO MUNDO DA LUA", DIZ O DEPUTADO PERNANBUCANO, JARBAS VASCONCELOS, PMDB, NUMA ENTREVISTA DURA À FOLHA DE S.PAULO

Parte 1

Texto e entrevista de Patrícia Britto, de Recife. Representante da ala rebelde do maior partido da base aliada, o deputado federal e ex-governador de Pernambuco Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) afirma que o governo federal está envolto em um "mar de corrupção" e a presidente Dilma Rousseff (PT), "no mundo da lua".

Em entrevista à Folha, o deputado defendeu a renúncia de Dilma, mas disse que o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), não tem legitimidade para conduzir um processo de impeachment, por ter sido denunciado sob acusação de envolvimento no esquema de corrupção na Petrobras.

Cotado como possível candidato à presidência da Câmara, Jarbas foi o único parlamentar do PMDB a assinar a representação que pede a cassação de Cunha, a quem chama de "psicopata" e acusa de "jogar dos dois lados".

Mas ele também não poupa o Congresso. "A Câmara é uma tragédia. Eu nunca vi coisa tão ruim." Leia a seguir trechos da entrevista.

*

Folha - Como o senhor vê a crise atual?
Jarbas Vasconcelos - Estou na política há mais de 40 anos e nunca vi nada parecido, um momento de degradação e deterioração, uma tempestade. Crise política arrastando crise econômica, moral e ética. E o mais grave é que não chegou ao fundo do poço, porque a crise não terminou nem vai terminar agora.
Herculano
26/10/2015 09:38
DILMA ESTÁ DESACREDITAD E VIVE "NO MUNDO DA LUA", DIZ O DEPUTADO PERNANBUCANO, JARBAS VASCONCELOS, PMDB, NUMA ENTREVISTA DURA À FOLHA DE S.PAULO

Parte 2

Folha - Há elementos para um impeachment de Dilma?
Jarbas - Não, acho que ainda não. O impeachment é um processo complicado, e é preciso ter o delito, que ainda não surgiu concretamente.

Folha - Então por que o senhor defende que ela renuncie?
Jarbas -Porque ela perdeu as condições de governabilidade, está desacreditada. Todos os institutos de pesquisa dão a ela dez pontos ou menos de aprovação. Ela perdeu a credibilidade a partir das mentiras feitas na campanha.

Folha - Quando ela mentiu?
Jarbas - Ao dizer que só tomou consciência da dimensão da crise em novembro. Ela sabia de tudo. Nos debates com Aécio, sabia que o país estava em crise, que não podia prometer aquilo nem fazer o que estava fazendo. O processo de mentira foi estendido para o pós-eleição.

Folha - Ela diz que não irá renunciar...
Jarbas - Ela não tem condição nenhuma [de governar], o país está mergulhado num mar de corrupção e ela, no mundo da lua. Está, neste momento, desajustada. Basta ver as falas dela, não têm nexo. O desemprego está campeando, a corrupção nunca foi tão grande. É evidente: ou sai pela renúncia ou pelo impeachment.

Folha - O sr. diz que não há elementos para impeachment. Se ocorrer, seria um golpe?
Jarbas - Não acredito que o impeachment ocorra sem que se votem antes as pedaladas no Congresso. Acho que a oposição vai ter que esperar, embora alguns entendam que a decisão do TCU já seja um elemento fundamental. E a gente está com a Operação Lava Jato em funcionamento e pode, a qualquer momento, bater dentro do palácio.

Folha -O vice Michel Temer também deveria sair?
Jarbas - Não, porque aí levaria o país para uma nova eleição e tenho certeza de que não vai dar certo abrir um novo processo eleitoral agora. Primeiro porque é fora do calendário eleitoral. Se você antecipa isso para 2016, é um atropelo. O país já está na exaustão, nos últimos estertores, a economia completamente liquidada, desceria ainda mais.

Folha -Como seria um governo Temer?
Jarbas - Ele pode procurar fazer uma travessia correta, honesta, assumir um compromisso claro de que não será candidato à reeleição, para que não se desencadeie um processo sucessório. Ele só pode fazer essa travessia se tiver o apoio de todos, deveria buscar o apoio até do PT mais sadio. E quando o PSDB diz que apoia Temer, mas não participa, é um apoio pela metade. O maior partido da oposição tem que participar.

O Michel reúne essas condições [para governar]. Eu estou inteiramente à vontade para dizer isso, mesmo que há dez anos eu não mantenha um diálogo político e partidário com ele, desde o apoio dele ao PT. Mas ele é o homem do diálogo, uma pessoa séria.
Herculano
26/10/2015 09:37
DILMA ESTÁ DESACREDITAD E VIVE "NO MUNDO DA LUA", DIZ O DEPUTADO PERNANBUCANO, JARBAS VASCONCELOS, PMDB, NUMA ENTREVISTA DURA À FOLHA DE S.PAULO

Parte 3

Folha - O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), pode conduzir um processo de impeachment?
Jarbas - Não tem a menor condição. Se ele não reúne condições de presidir a Câmara, como é que ele vai conduzir um processo de impeachment? Ele vai tirar qualquer legitimidade desse processo.

Esse cidadão é um debochado, agora passou a debochar das instituições. Ele é um psicopata. Não se confia numa pessoa sem caráter como ele. Ele joga dos dois lados. Quando ele diz que o maior escândalo de corrupção foi feito agora no governo do PT, é verdade, mas ele é um dos artífices disso, foi um dos que mais roubaram.

Folha - O senhor é o único deputado do PMDB que assinou o pedido de cassação dele. Por que poucos assinaram?
Jarbas -Porque ele tem um poder de mando na Câmara muito grande, os postos-chave estão ocupados por apadrinhados dele. A maioria é composta de pessoas medíocres, que não têm dimensão para comandar o que comandam.

Folha - Com todo esse apoio, há chances de ele ser cassado?
Jarbas - Existe. Ele controla a Mesa, controla comissões, mas o caso dele é tão contundente, de uma sem-vergonhice tão grande, que vai chegar a um ponto de não suportarem o Eduardo Cunha.

Esse comportamento de dizer de olhos arregalados que não vai sair é típico do psicopata. O psicopata nunca cede, ele vai até o final com aquela versão e com as mesmas palavras. Isso vai cansar. Vamos ver se a Câmara vai ficar com o rabo entre as pernas, envergonhada por algo que está percorrendo o mundo inteiro, um presidente de uma instituição desse jeito.
Herculano
26/10/2015 09:36
DILMA ESTÁ DESACREDITAD E VIVE "NO MUNDO DA LUA", DIZ O DEPUTADO PERNANBUCANO, JARBAS VASCONCELOS, PMDB, NUMA ENTREVISTA DURA À FOLHA DE S.PAULO

Parte 4

Folha - O sr. se arrepende de ter votado nele para presidir a Câmara?
Jarbas - É claro, eu votei nele porque a informação que eu tinha é que ele era um lobista, mas ele é muito mais que isso, é um corrupto comprovado. O problema não é de batom na cueca, é de batom na roupa toda. Votei nele para não ter um petista. Se eu tivesse o mínimo de informação do que ele fazia na Câmara...

Folha - Se Cunha sair, o senhor pretende se candidatar à presidência da Câmara?
Jarbas - Não vou discutir isso agora, é botar o carro diante dos bois.

Folha - O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), também é investigado. Ele deveria se afastar?
Jarbas- Não, porque não sei o que pesa contra ele.

Folha -Há críticas de que o Congresso age mais de acordo com interesses próprios do que pensando no bem do país, por exemplo, ao votar matérias para prejudicar o governo. O Congresso tem responsabilidade na crise?
Jarbas -Esse processo não é novo, vem de antes da ascensão do PT ao poder, mas se agravou muito a partir de 2003, com os petistas no governo. Esse processo se acumulou, se agravou. Infelizmente e desgraçadamente, é isso aí. A Câmara é uma tragédia. Eu nunca vi coisa tão ruim.

Folha - O relator do Orçamento propôs um corte de R$ 10 bilhões no Bolsa Família. Concorda?
Jarbas - Não tem que cortar tudo, mas reduzir e dizer claramente ao país: estou reduzindo essa política que o governo faz aos pobres. Não tem condições. Vamos primeiro recuperar o país e depois retomar o programa.

Folha - Qual é o sentimento no PMDB em relação a Dilma?
Jarbas - São 66 deputados, e em torno de 20 a 22 que querem sair do governo. Mas isso pode mudar, as pessoas estão sendo cobradas. Já vi depoimentos nos últimos dias de deputado que disse que está com dificuldade de ir para aeroporto ou para restaurante porque não tomou uma posição sobre o impeachment.

Folha -Há uma crise institucional?
Jarbas - O país, em termos de instituições, está funcionando. O Poder Judiciário está funcionando, sobretudo a primeira instância representada pelo juiz Sérgio Moro, e o próprio Supremo Tribunal Federal. O Congresso, bem ou mal, muito mais mal do que bem, mas funciona. Quem não funciona é o Poder Executivo.
Ilhota Querida
26/10/2015 08:44
Caro Almir ILHOTA,
Voce falando da balsa novamente? Leia essa matéria de 2011: http://www.cruzeirodovale.com.br/santa-catarina/margem-esquerda-esta-isolada-ha-duas-semanas/ Não esquece que teu governo não conseguia manter a balsa funcionando já la em 2011 Mo Quidiruu!!!
Enchente em Ilhota? Da onde? Se tivesse acontecido como em 2008 e em 2011 eu concordaria com você, mas aqui não aconteceu nada. Quem que ficou desabrigado aqui? Até onde eu saiba teu governo foi condenado a devolver 4 MILHOES, repito, 4 MILHOES do dinheiro que veio para as enchentes passadas aqui no município. Quer dizer que encheram o rabo de dinheiro enquanto CHUTAVAM A BUNDA da população!!! Vergonha!!! Sobre a ponte, teu governo também é responsável pela ponte, 8% dela eu acho KKKkkkkk, Parabens!!! 8% (oito por cento)!!! Agora sobre a administração que você tanto fala, teu governo era tão competente, mas tão competente que colocou um semáforo no centro do município que NEM FUNCIONA. Meus parabéns pela INcompetencia!!!
Herculano
26/10/2015 08:15
CINEMA RODOVIÁRIO

A carreta-cinema-auditório de programas educativos e cidadania, já está estacionada no pátio do Corpo de Bombeiros de Gaspar. Quem passou por lá agora pela manhã, viu e se impressionou.
Herculano
26/10/2015 08:13
DILMA, PRISIONEIRA DE AGENDAS, por Valdo Cruz, para o jornal Folha de S.Paulo

Para quem tem memória curta, é bom lembrar. A nova equipe econômica do governo Dilma começou o ano propondo fechar 2015 com as contas no azul, na casa de 1,2% do PIB (Produto Interno Bruto), algo próximo de R$ 70 bi.

Dez meses depois, a equipe refaz seus cálculos, dá uma olhada nos passivos das pedaladas fiscais e descobre que pode encerrar o ano com um rombo de no mínimo R$ 70 bi, os mesmos 1,2% do PIB.

A diferença é que antes era para tudo ficar no azul. Agora, os sinais estão invertidos. Sai o positivo, entra o negativo. Dilma foi parar no cheque especial, está no vermelho. Não consegue economizar para pagar os juros da dívida pública.

Resultado, a equipe econômica termina o ano tocando um samba de uma nota só, a do ajuste fiscal, às voltas com brigas e divergências sobre como fazer para colocar as contas públicas nos eixos.

Tal ambiguidade, reflexo da falta de convicção da presidente no caminho escolhido, aprisionou o governo à agenda fiscal. Mas não foi só isto. O pior foi Dilma ter ficado prisioneira de outra agenda em 2015, a do seu impeachment.

Virou presa fácil das chantagens dos aliados. E não adianta jogar a culpa na oposição, dizendo que ela não aceitou o resultado da eleição. Não tivesse dado motivos para tal ameaça, ela teria saído das cordas.

Não saiu por causa da fantasia da campanha eleitoral, das trapalhadas econômicas e do petrolão. Agora, na reta final do ano, dá uma respirada e afasta um pouco o fantasma do seu impedimento.

O tempo é curto, mas seu novo ministro da Casa Civil, Jaques Wagner, enxerga nele uma janela de oportunidade para mudar de assunto, aprovar medidas econômicas a fim de sair da armadilha fiscal e tirar o país da atual letargia.

Sem êxito nessa missão, porém, é questão de tempo a volta do discurso do impeachment. Logo ali, em 2016, tempo de mais recessão
Roberto Sombrio
26/10/2015 08:12
Oi, Herculano.

Ou o Suplicy está gaga ou no PT são todos caducos e não se enxergam.

Disse ele: "Aos que gritaram com ódio contra mim e o prefeito Fernando Haddad na Livraria Cultura estejam certos de que continuaremos a lutar pela liberdade de expressão, pela ética, pela transparência, pela busca da verdade, pela retidão no trato com a coisa pública, pela justiça e o aperfeiçoamento da democracia. Honraremos a todos os brasileiros que nos confiaram o direito de representar o povo".

A última coisa que alguém do PT fez até hoje, foi cumprir com o que ele disse acima.
Herculano
26/10/2015 08:08
da série, o discurso repetido, sem consistência e que já não cola nem mais entre os seus.

O GOLPE NÃO É CONTRA DILMA, LULA OU O PT. É CONTRA VOCÊ, por Marcelo Zero?, sociólogo, especialista em relações internacionais e assessor da Liderança do PT no Senado

O golpe não é contra Dilma. Não é contra Lula. Não é contra o PT.

O golpe é contra os 54,3 milhões de votos que elegeram a presidenta em eleições livres e limpas. O mandato presidencial a eles pertence. Caso a agressão à soberania popular promovida pelo golpe se concretize, eles é que serão cassados.

O golpe é contra os 42 milhões de brasileiros que ascenderam à classe média, nos últimos 13 anos. É contra os 22 milhões de cidadãos que deixaram a pobreza extrema para trás. É contra as políticas sociais que praticamente eliminaram a miséria no Brasil. Miséria histórica, atávica, contra a qual os representantes do golpismo pouco ou nada fizeram, quando governavam.

O golpe é contra um processo de desenvolvimento que conseguiu tirar o Brasil do Mapa da Fome. Fome secular, vergonhosa, que os golpistas nunca conseguiram saciar. O golpe é para colocar o Brasil no Mapa da Vergonha.

O golpe é contra a igualdade e pela desigualdade. Os que apostam no golpe também apostam na desigualdade como elemento essencial para o suposto bom funcionamento da economia e da sociedade. Eles apostam na meritocracia dos privilégios.

O golpe é contra a valorização do salário mínimo, que aumentou 76,5%, nos últimos 11 anos. O golpe é pelos salários baixos para os trabalhadores, pois, para os golpistas, salários reduzidos são essenciais para o combate à inflação e a competitividade da economia.

O golpe é contra a geração de 21 milhões de empregos formais, ocorrida nos últimos 12 anos. Quem aposta no golpe aposta num nível de desemprego mais alto, para reduzir os custos do trabalho. Aposta também na redução dos direitos trabalhistas, na terceirização e na volta da precarização do mercado de trabalho.

O golpe é contra a Petrobras e pela Petrobax. O golpe é contra a política de conteúdo nacional, que reergueu nossa indústria naval e reestruturou a cadeia econômica do petróleo. O golpe é contra a nossa maior empresa e tudo o que ela simboliza. O golpe é pela privatização e pela desnacionalização.

O golpe é contra os programas que abriram as portas das universidades brasileiras para pobres e afrodescendentes. O golpe é contra o ENEM e pelo vestibular. O golpe é pela manutenção da educação de qualidade como apanágio para poucos. O golpe é pela privatização do conhecimento. O golpe é contra as novas oportunidades e pelos antigos privilégios.

O golpe é contra o SUS e o Mais Médicos, programa que leva assistência básica à saúde a mais de 60 milhões de brasileiros que antes estavam desassistidos. O golpe é contra a saúde pública e pela mercantilização da medicina. O golpe é contra médicos cubanos e pacientes brasileiros. O golpe é pela doença que rende lucros. O golpe é uma patologia.

O golpe é contra a política externa ativa e altiva. O golpe é contra a soberania e por uma nova dependência. O golpe é contra o Mercosul e a integração regional. O golpe é para desintegrar a projeção dos interesses brasileiros. O golpe é para nos alinhar aos interesses das potências tradicionais. O golpe é contra o grande protagonismo que o país assumiu recentemente. O golpe é para nos apequenar.

O golpe é contra uma presidente honesta e pelos corruptos. O golpe é contra o governo que mais combate a corrupção. Que multiplicou as operações da Polícia Federal de 7 por ano para quase 300 por ano. Que fortaleceu e deu autonomia real a todas as instituições de controle. Que engavetou o engavetador?"geral. O golpe é contra as apurações e pela impunidade. O golpe é contra a transparência e a verdade. O golpe é um engodo ético e moral. O golpe é cínico e hipócrita. O golpe é uma grande mentira.

O golpe é contra o futuro e pela restauração do passado. A única proposta do golpe é o golpe.

O golpe é contra a esperança e pelo ódio, para o ódio. O golpe é intolerante. O golpe é mesquinho.

O golpe é contra a grande nação e pela republiqueta de bananas.

O golpe é contra a democracia. Contra o Brasil.

O golpe é, sobretudo, contra você.
Herculano
26/10/2015 08:00
TODOS SABEM NO BRASIL, QUE PARTE DESTA SITUAÇÃO DEVE-SE À FALTA DE UMA OPOSIÇÃO ESTRUTURADA, RESPONSÁVEL QUE ENFRENTASSE O PT (E O PARTE PONDERÁVEL DO PMDB) E A SUA MÁQUINA APARELHAR, INSTRUMENTALIZAR E CONSTRANGER TOMANDO TUDO PARA SI E SER PODER ABSOLUTO

O senador peemedebista Roberto Requião voltou a ironizar a oposição, comandada pelo tucano Aécio Neves:

"A oposição no Brasil é como o Patrícia, ameaça nível 5 e depois chove como no verão, muita água e pouco estrago. Boazinha!", postou ele no Twitter.
Herculano
26/10/2015 07:48
FALSA OU VERDADEIRA, O PT CRIOU UM R?"TULO PARA ELE PR?"PRIO, FEITO DE ATITUDES QUE DESTRUIRAM O DISCURSO DA MORALIDADE PÚBLICA, ÉTICA POLÍTICA E DA ESPERANÇA. ARRUMOU SARNA DAS BRABAS PARA SE COÇAR POR MUITO TEMPO, MAS MESMO ASSIM, PT E SEUS PORTA-VOZES, NÃO SE DERAM POR VENCIDOS: A CULPA É DOS OUTROS (IMPRENSA, POLÍCIA, MINISTÉRIO PÚBLICO, JUSTIÇA, DELATORES, ADVERSÁRIOS) QUE DESNUNDAM AS MAZELAS. SE CONTINUAR ASSIM, TUDO VAI PIORAR PARA A IMAGEM DO PARTIDO QUE SE NEGA A REVER SEUS MÉTODOS E RESULTADOS.

O texto é do 247, o veículo do PT e de apoio ao governo, sustentado por publicidade das empresas (Petrobrás) e bancos (BNDES, Caixa e BB) estatais, e também suspeito de ter verbas do petróleo. Agora, com a maré contra, faz um apelo pelo debate responsável na internet.

O ex-senador Eduardo Suplicy (PT) reagiu pelo Facebook à agressão sofrida por ele e pelo prefeito Fernando Haddad (PT) em uma livraria, em São Paulo. Citando os 40 anos da morte de Vladimir Herzog, ele exaltou a luta pela liberdade:

"Em comovente e lindo ato interreligioso na Catedral da Sé em memória a Vladimir Herzog, as palavras de seu filho Ivo me fizeram pensar naqueles que agem com tanta intolerância e se negam ao debate democrático, como os que assassinaram Vlado. Aos que gritaram com ódio contra mim e o prefeito Fernando Haddad na Livraria Cultura estejam certos de que continuaremos a lutar pela liberdade de expressão, pela ética, pela transparência, pela busca da verdade, pela retidão no trato com a coisa pública, pela justiça e o aperfeiçoamento da democracia. Honraremos a todos os brasileiros que nos confiaram o direito de representar o povo. Minha solidariedade à Clarice e sua família. "

No sábado (24), na Livraria Cultura, o ex-parlamentar foi chamado de "vergonha nacional". Ele foi hostilizado por manifestantes que foram ao local protestar contra o prefeito Fernando Haddad, que concedia uma entrevista no local. Para o jornalista, os atos contra petistas são como uma doença, "que está contaminando o país".

O escritor Fernando Morais também lamentou o episódio: "Antes que comecem com esse papo de que a agressão ao Eduardo Suplicy, na Livraria Cultura, é 'coisa de paulista', vamos aos efes e aos erres. Não foi em São Paulo, mas em Belo Horizonte, que um bando de tarados fez manifestação na porta do velório do José Eduardo Dutra. Não foi em São Paulo, mas no aeroporto de Fortaleza, que um corretor de imóveis mobilizou gente para insultar o João Pedro Stédile, do MST", resgatou.

"Essa é uma doença - algo como a 'super gonorréia' que a Folha noticiou - que está contaminando todo o país. vamos acabar com essa conversa de que baiano é assim, goiano é assado, paulista é assim. A doença é nacional", criticou, ainda, Fernando Morais.
Ademir Sueira
26/10/2015 07:40
E a bomba do Bela Vista

Bombou nas redes sociais de que a motobomba carreta e etc entrou em funcionamento graças ao Marcelo Brick e Giovano. E frente a isso o senhor voluntário e sem interesse politico que teve a iniciativa de adquirir a tal bomba e que guardava-a em sua residência e dava a devida manutenção, bem como a manutenção na comporta. O velhinho entregou as chaves e mandou todos as favas. E nosso PMDB vai ficar calado. Fala Celso Oliveiras...
Herculano
26/10/2015 07:32
NA ODEBRECHT, QUEREM VER MARCELO PELAS COSTAS, por Cláudio Humberto na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

Exatos 130 dias após sua prisão, até parece que ainda não "caiu a ficha" de Marcelo Odebrecht: ele age como se estivesse em sua sala, fazendo dos advogados portadores de instruções e recados, muitos recados, a maioria ríspidos, dirigidos a diretores e assessores dessa gigante da construção que atua em 21 países. E continua garantindo que todas as acusações são falsas. Ele não sabe, mas perdeu poder.

Aval paterno

Ordens de Marcelo enviadas da prisão não são seguidas, a menos que referendadas pelo pai, Emílio Odebrecht, muito estimado na empresa.

Sem companheiros

Marcelo chamava executivos de "meus companheiros", mas os tratava com distância. Quase não tem amigos. Muito menos companheiros.

Bilhete azul

Quando deixar a prisão, Marcelo será informado de que já não há lugar para ele na empresa. Ainda não foi desligado para não abalar o moral.

Bye, bye, Brasil

A ideia de dirigentes do conglomerado é que Marcelo Odebrecht, que ainda é jovem, passe a viver no exterior tão logo a Justiça o permitir.

Vice de Cunha coleciona acusações na Justiça

Caso o mandato de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) não resista ao escândalo das contas na Suíça, a Câmara dos Deputados poderá vir a ser comandada pelo seu vice-presidente, Waldir Maranhão (PP-MA). O problema é que ele responde a três processos judiciais, e aparece na lista de propina do doleiro Alberto Youssef. Em maio, escapou de outro processo na Justiça Eleitoral pelas contas da campanha de 2010.

Puxa a ficha

Além da citação de Youssef no Petrolão, corre no Supremo Tribunal Federal investigação por lavagem de dinheiro ou ocultação de bens.

No cash

Na CPI da Petrobras, Youssef disse que entregou pessoalmente R$ 1,4 milhão ao deputado. O total da propina teria sido de R$ 3 milhões.

Queda por doleiro

Em 2013, a PF grampeou o deputado convidando o doleiro Fayed Treboulsi à sua casa para um encontro. À época, ele negou tudo.

Aguenta, coração

O clima tenso vivido nos últimos meses levou a Câmara dos Deputados a torrar R$ 500 mil, sem licitação, na contratação dos serviços do Instituto de Cardiologia do Distrito Federal, para realizar atendimentos.

Melhorou para pior

Apesar do pessimismo, a bolsa brasileira voltou a ser destino predileto de investidores estrangeiros: US$ 4,2 bilhões nos primeiros 20 dias de outubro. É a famosa "especulação seletiva", quando estrangeiros compram na baixa, e caso não dê certo, as perdas são irrisórias.

Desaposentado

O ex-senador José Sarney (PMDB) ainda está forte na atuação política. Assessores no Senado se impressionam: ele recebe mais visitas de políticos agora do que quando ocupava função pública.

O dilema de Cunha

O deputado Leonardo Picciani (PMDB-RJ) avalia que após Eduardo Cunha definir a questão do impeachment, aumentará a pressão pela sua queda. "No mesmo dia, o PT parte para cima do Eduardo", diz.

Assédio moral

Funcionários da Liga dos Países Árabes se queixam de assédio moral. Uma copeira foi expulsa pelo braço e aos berros. Ela não contou conversa: registrou queixa na delegacia contra o embaixador.

Chapa ficha limpa

Articula-se no DF uma chapa ficha limpa para 2018: Chico Leite (Rede) para governador, Cristovam Buarque (PDT) para o Senado, e com o apoio de Antonio Reguffe (PDT), senador campeão de votos.

A história se repete

Na Câmara, deputados brincam afirmando que vão parar de pedir a cabeça de Joaquim Levy (Fazenda). Se Dilma o mantém só de pirraça, como o fez com Aloizio Mercadante, os deputados estarão no sal.

Solução à gringa

A revista Forbes analisou a crise brasileira e listou as três possíveis saídas o Brasil: o impeachment de Dilma, novas eleições convocadas pela Justiça Eleitoral, ou a permanência de presidente e crise.

Se convidar, ela vai

Tentando parecer simpática, Dilma topa qualquer coisa. Já foi a pelada de índios, e pode considerar até convite para aniversário de boneca.
Almir ILHOTA
26/10/2015 07:26
Herculano, leitores e eleitores de ILHOTA, nós povo na nossa humilde opinião gostaríamos de saber o que esse governo fez com relação a enchente que ocorreu no vale do itajai, e também em nossa cidade? Lhes respondo nada, pois não vimos nenhuma movimentação, nenhum alerta, nenhuma entrevista de ninguém, nem mesmo a Tatiana Reichart, aquela expert em desastre natural, quando era oposição, pois no governo é mais uma que nos prova o quanto é incompetente como todo o resto dessa administração. Quanto ao secretário da indefesa civil, Jonatas Jacó, nem é bom comentar, enfim um governo que não consegue manter uma balsa em funcionamento, o que podemos esperar, e ainda tentam enganar a população, dizendo que são responsáveis pela construção da ponte, só rindo mesmo, ou melhor chorando.
Herculano
26/10/2015 07:14
NÃO TEM JEITO. UM GOVERNO E PARTIDO QUE VIVEM DA MENTIRA E VERSÕES. O DISCURSO PARA ANALFABETOS, IGNORANTES E DESINFORMADOS É QUE AS PEDALADAS FISCAIS FORAM PARA GARANTIR OS PROGRAMAS SOCIAIS COMO BOLSA FAMÍLIA E MINHA CASA, MINHA VIDA. O JORNAL FOLHA DE S.PAULO DESMENTE NA PRINCIPAL MANCHETE DE CAPA DESTA SEGUNDA-FEIRA, COM NÚMEROS DA REALIDADE: "PEDALADAS DO GOVERNO DILMA BANCARAM GRANDES EMPRESAS E PRODUTORES RURAIS"

O texto é de Dimmi Amora, da sucursal de Brasília. Cerca de 35% dos valores envolvidos nas manobras cometidas pelo governo federal que ficaram conhecidas como pedaladas fiscais estão relacionados a financiamentos subsidiados para empresas e produtores rurais de médio e grande porte.

Os dados, enviados à Folha pelo BNDES e pelo Banco do Brasil, contrariam a versão apresentada pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e pela presidente Dilma Rousseff segundo a qual as pedaladas ?"aventadas como motivo para o impeachment da petista?" foram destinadas a pagar programas sociais como o Bolsa Família.

O artifício consistiu em utilizar recursos dos bancos públicos para o pagamento de despesas da alçada do Tesouro Nacional. Com isso, os balanços do governo apresentaram, durante o ano passado, resultados artificialmente melhores, driblando a necessidade de cortar gastos.

De acordo com os cálculos do TCU (Tribunal de Contas da União), que reprovou as contas federais de 2014, o expediente retirou indevidamente R$ 40 bilhões da apuração da dívida pública.

Desse total, segundo números fornecidos pelos bancos estatais, algo como R$ 14 bilhões foram referentes a empréstimos a grandes empresas e médios e grandes proprietários rurais.

Essas operações têm juros inferiores às taxas de mercado, e o governo tem de compensar os bancos pelas perdas ?"o que não vem ocorrendo integralmente. Por isso, o TCU considerou que os bancos financiaram o Tesouro, transação vedada por lei.

Pedaladas em 2014

Segundo o BNDES e o Banco do Brasil, os financiamentos a grandes empresas e ruralistas de médio e grande porte correspondem a 47% e 63%, respectivamente, dos valores financiados nessas linhas de crédito.

Aplicadas essas proporções à dívida do governo estimada pelo TCU em 2014 com esses bancos ?"R$ 19,6 bilhões e R$ 7,9 bilhões?" o volume não repassado corresponderia aos R$ 14 bilhões.

Esse valor é sujeito a variações, porque o montante da dívida muda conforme as taxas de juros das operações.

Uma parte das pedaladas esteve, de fato, ligada a programas sociais executados pela CEF (Caixa Econômica Federal). Essa fatia, no entanto, foi minoritária.

Na análise do TCU, no caso da Caixa, o rombo para pagar o Bolsa Família, seguro-desemprego e abono salarial chegou a quase R$ 6 bilhões no meio do ano passado, mas foi praticamente todo quitado em 2014.

Houve ainda o uso de recursos do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) para despesas do programa habitacional Minha Casa, Minha Vida. Segundo o TCU, neste mês ainda havia ao menos R$ 1,2 bilhão a ser pago ao fundo trabalhista.

O maior volume de pedaladas está com o BNDES. A dívida do Tesouro com seu banco de fomento é referente a um programa chamado PSI (Programa de Sustentação de Investimento), criado em 2009 para incentivar empresas e evitar uma recessão.

Quem tomava dinheiro por essa linha, para comprar máquinas e equipamentos, pagava juros de 2,5% ao ano, muito abaixo da inflação.

Dois estudos elaborados por funcionários do BNDES, que avaliaram resultados obtidos até 2011, defendem que o PSI teve papel relevante no incentivo ao investimento.

Outro trabalho, realizado em 2014 por três professores do Insper (Marco Bonomo, Ricardo Brito e Bruno Martins) concluiu que, depois de 2010, os financiamentos subsidiados pouco acrescentaram à economia: foram acessados por empresas "grandes, antigas e de baixo risco", que com eles puderam elevar seus lucros.
Ilhota Querida
25/10/2015 19:50
Ainda mais sobre a Ponte, acabei de pesquisar, quem fez todo o procedimento administrativo para a construção da mesma foi o Deinfra SC, só pesquisar la no site deles, então não venha me dizer que foi mérito da gestão anterior, da gestão CHUTAR BUNDAS!!! A gestão anterior só soube correr atras, na verdade, soube só espalhar a noticia de que a ponte seria recomeçada no ano de eleição 2012, achando que o povo seria bobo em cair nesse papo furado!!!
Ilhota Querida
25/10/2015 19:32
Caro Almir Ilhota,
Não precisa ficar irritadinha!!! Comentário ridículo?? Claro que vai ser ridículo pra voce, porque voce sabe que é verdade, mas não admite!!! Sobre as obras, não preciso nem te provar, a população está vendo a movimentação das obras, e não é só aqui no centro, lá nos Baús também tem!!! Sobre a Ponte, o nosso PREFEITO não está deixando para ano que vem, ano de eleição para ir atrás pra resolver a situação, assim como fez a gestão anterior em 2012, ano de eleição!!! Sobre CHUTAR AS BUNDAS, esse é o tipo de fala de gente da sua laia, foi isso que vocês fizeram na gestão passada com a população, com as pessoas que sofreram com a enchente, parabéns vocês não aprenderam nada!!!
Almir ILHOTA
25/10/2015 18:37
Caro ILHOTA querida

No mínimo ridículo seu comentário, dizer que as obras em ilhota estão acontecendo prova que você não mora em nossa cidade, alegar que os vereadores estão barrando as construções é mais uma dessas desculpas esfarrapadas para justificar sua inércia e inoperância, tentar assumir a ponte de ILHOTA como sendo obra dessa gestão pífia é brincar com nossa inteligência pois seu prefeito DANIEL não consegue um convenio de trezentos mil reais para pavimentar uma rua como conseguiria conveniar, licitar, aprovar projeto, desapropriar vinte e seis hectares de terra, para construir uma obra de quase quarenta milhões, Realmente isso é o jeito que vocês encontraram para se justificar perante a sociedade do fracasso que é o governo DANIEL/JUNIOR. Mas graças a DEUS falta muito pouco para chutarmos suas bundas.
Herculano
25/10/2015 15:18
AGORA JÂNIO DE FREITAS SURTOU DE VERDADE! PARA EL, JÁ NÃO VIVEMOS MAI NUM ESTADO DE DIREITO, por Reinaldo Azevedo, de Veja.

Janio de Freitas, colunista da Folha, quer prender alguém ?" ou alguéns? O jornalista afirma em seu artigo deste domingo [ que republiquei e está mais abaixo e encimado com uma pequena observação], delicadamente intitulado "A democracia arrombada", a seguinte pérola: "Se ainda temos regime constitucional, já não estamos sob legítimo Estado de Direito".

O que isso quer dizer??? Absolutamente nada!!! Em primeiro lugar, porque, no que há de compreensível na frase, o se que lê é uma mentira escandalosa. As instituições no Brasil funcionam livremente. Se não são ainda mais livres, isso decorre de vocações pusilânimes, não de limites impostos por alguma força que lhes seja estranha.

Em segundo lugar, é evidente que Janio não sabe o que é "estado de direito" ou jamais trataria da possibilidade de ser um regime constitucional, mas não de direito. O "ser constitucional" implica, necessariamente, ser "de direito".

A fúria embrutece o pensamento e obscurece a inteligência. E faz tempo que Janio anda furioso com o que chama "a direita" e os "golpistas", que são precisamente aquelas pessoas e aqueles partidos dos quais ele não gosta.

Janio ignora que o "de direito" quer dizer apenas que o regime está assentado em normas que estão em vigência, boas ou más, ditatoriais ou não. A Arábia Saudita é um estado de direito, mas é uma tirania. No terreno especulativo, seria possível uma democracia não de direito, isto é, não assentada em instituições impessoais, mas apenas nos costumes. Esse lugar talvez seja o paraíso, hehe.

Assim, a hipótese de que um regime constitucional não seja de direito é uma tolice. Se já não é de direito como quer Janio, então já não é constitucional. Mas aí ele está obrigado a demonstrar que a Constituição está sendo desrespeitada. Ocorre que ele próprio admite que não, já que reconhece ser o regime "constitucional" ?" ainda que o faça de modo oblíquo, numa oração de sentido concessivo.

O estado de direito está em plena vigência no Brasil, o que não quer dizer que não seja permanentemente atacado, agredido. Os vagabundos que protagonizaram o petrolão, por exemplo, são agressores contumazes de instituições. O mesmo se diga de alguns movimentos que se querem "sociais", como MST e MTST. Usar a máquina do estado, como fez Dilma, para intimidar o TCU, por exemplo, é, sem dúvida, um agressão à sociedade de direito.

Congresso
Quem lê a coluna logo entende o alvo de Janio, embora não fique claro que resposta preconize que não os tanques na rua, em defesa do governo Dilma. Escreve ele:
"Há dez meses o país está ingovernável. À parte ser promissor ou não o plano econômico do governo, o Legislativo não permite sua aplicação. E não porque tenha uma alternativa preferida, o que seria admissível. São propósitos torpes que movem sua ação corrosiva, entre o golpismo sem pejo de aliar-se à imoralidade e os interesses grupais, de ordem material, dos chantagistas".

Não está claro de que diabos ele está falando. De qual plano? Há dez meses, o governo prometeu fazer um superávit primário de 1,2% do PIB; depois, reduziu-o para 0,15%; agora, já admite um rombo mais de R$ 50 bilhões, que pode chegar a R$ 90 bilhões se for compensar as pedaladas.

Como se nota, segundo Janio, são os propósitos "torpes" do Congresso que impedem Dilma de governar ?" propósitos esses pautados pelo "golpismo" e por "imoralidade e interesses grupais".

Ah, bom! Se é assim? Para o colunista, é o Congresso que já não permite que o Brasil viva hoje o "estado de direito". Estelionato eleitoral não frauda o estado de direito. A roubalheira institucionalizada não frauda o estado de direito. A balcanização do governo só para evitar o impeachment não frauda o estado de direito.

Exigir que Dilma e o governo respondam por seus atos? Ah, isso é mesmo inadmissível. Segundo Janio, uma agressão ao estado de direito!
Herculano
25/10/2015 14:28
O TEMPO

Voltou a chover fraco. As comportas das barragens estão abertas. É para esvaziá-las no maior volume possível, para se houver a volta das chuvas mais fortes, elas possa atuar na retenção e na regulação do nível dos rios a jusante.

O nível do Rio Itajaí Açú, depois de continuada queda, voltou a subir levemente hoje a uma hora da manhã em Blumenau (quando atingiu 6,20 m) e Gaspar (que nunca se sabe a medição correta), exatamente devido a abertura das barragens. Tudo controlado e nos níveis de segurança.

O nível do Rio em Blumenau, estabilizou-se em 6,50m às sete horas da manhã
Herculano
25/10/2015 14:13
DILMA ASSASSINOU A RET?"RICA DO SEU MENTOR LULA, por Josias de Souza

Nelson Rodrigues dizia que a morte é anterior a si mesma. Começa antes, muito antes da emissão do atestado de óbito. É todo um lento, suave, maravilhoso processo. O sujeito já começou a morrer e não sabe. Deu-se algo parecido com a retórica de Lula. O morubixaba do PT ainda não se deu conta, mas sua retórica já morreu e, suprema desgraça, não foi para o céu. No momento, exerce a prerrogativa de escolher seu próprio caminho para o inferno.

Não foi uma morte natural. Ironicamente, a oratória de Lula foi assassinada pelo mito gerencial que ajudou a colocar no Palácio do Planalto. Matou-a, num processo lento e cruel, a ineficácia crônica de Dilma. Sem assunto, Lula perambula pelo país esgrimindo um discurso desconexo, que ofende a inteligência de quem ouve.

Lula já não dispõe da alternativa de atacar a herança maldita de FHC. Graças ao poder longevo, o PT agora lida com seu próprio legado. Enquanto conseguiu maquiar a gastança, Dilma manteve as aparências. Mas agora a irresponsabilidade fiscal apresenta a conta. Potencializada pelas 'pedaladas', a irresponsabilidade foi levada às fronteiras do paroxismo. Até o TCU notou.

Numa evidência de que a placa do seu cérebro ferveu, Lula pede o escalpo de Joaquim Levy em privado e apregoa a retomada do crescimento econômico em público. Finge não ver que os erros na economia são de madame e que o conserto do estrago vai tomar tempo, pelo menos dois anos ?"ao longo dos quais a inflação e o desemprego, ambos a caminho dos dois dígitos, transformarão Lula em cúmplice de uma ruína anunciada.

No momento, Lula promove um ciclo de encontros sobre educação. Treze anos depois da chegada do PT ao poder federal, ele trombeteia a perspectiva de destinação gradual de 10% do PIB e 75% dos royalties do pré-sal para a educação. Faz isso num instante em que o PIB derrete em meio a uma recessão a pino. E o triunfalismo do pré-sal dá lugar às lamúrias sobre a breca de uma Petrobras saqueada pela quadrilha de assaltantes-companheiros.

Com a morte de sua retórica, Lula tornou-se um orador desconexo. Enfia Lava Jato em todos os seus discursos. Até bem pouco, jactava-se de ter honrado a independência do Ministério Público e proporcionado autonomia operacional à Polícia Federal. Agora, num instante em que seu nome salta dos lábios dos delatores como pulgas no dorso de vira-latas, Lula critica a investigação e enxerga "quase um Estado de exceção" onde só existe uma democracia tentando conter seus usurpadores. Num rasgo de cinismo, Lula comparou os delatados do PT a Jesus Cristo, que teve de fugir de Herodes ao nascer e foi morto na cruz.

Dias atrás, Lula declarou que não gostaria de se candidatar novamente à Presidência em 2018. Talvez os fatos venham a confirmar a sensação de que o cabeça do PT está sendo delicado demais consigo mesmo. Depois que sua retórica foi assassinada por seu poste, Lula ganhou a aparência de um cadáver político na fila, esperando para acontecer.
Herculano
25/10/2015 14:11
O TAMANHO DA ENRRASCADA, por Suely Caldas, para o jornal O Estado de S.Paulo

O ex-presidente Lula e o PT querem derrubar o ministro Joaquim Levy e mudar a politica econômica para um modelo que contemple expansão do crédito, estímulo ao consumo e aumento de gastos públicos. Justamente o que prevaleceu no último mandato de Lula e no primeiro de Dilma Rousseff foi responsável pela dramática situação que vivem hoje os brasileiros: recessão econômica, aumento do desemprego, queda dos salários, inflação elevada, paralisia nos investimentos, serviços públicos em decadência, programas sociais suspensos. E vai por aí. A presidente Dilma resiste e, até agora, mantém seu ministro da Fazenda. Até quando?

Lula, porém,costuma dar suas escorregadas e aí cai em contradição. Na quarta-feira, em discurso em Teresina, advertiu que "o País quebra'' se não cortar gastos públicos. "Isto a gente faz na casa da gente. Gastou um pouco demais? Perdeu a conta? Tem de brecar. Ou faz isso ou quebra de vez", ensinou. Justamente o que eles fizeram: gastaram em excesso, perderam o controle, o dinheiro acabou e aumentaram a dívida pública. Lula só não revelou o que acrescentar em cortes além daqueles já feitos pela equipe de Dilma. Seria cortar na Previdência? Os programas sociais ainda não suspensos? O Bolsa Família, por exemplo? Lula não detalhou.

Ele e o PT não têm a dimensão de governantes competentes que decidem de olho no futuro (muito menos nas futuras gerações). Importa o presente, importa não perder popularidade. E, se o ministro da Fazenda um liberal que socorreu Dilma para recuperar credibilidade e corrigir seus erros concebe um ajuste fiscal com medidas impopulares, ele corre a Brasília e tenta subtrair poder da presidente, demitindo o ministro e substituindo-o por outro capaz de dar um rumo populista à economia, mesmo que a experiência seja fugaz e dure pouco.

Quando assumiu o governo, em 2003, Lula agiu diferente. Ali ele sabia que, sem um choque de gestão responsável, não ganharia a confiança de empresário de investidores e tampouco recolocaria a economia nos trilhos na direção do crescimento. No ano anterior, a economia havia sido abalada pelo fenômeno conhecido como "pânico Lula": a inflação, o câmbio e o risco Brasil subiram pelos ares e ameaçavam o Plano Real. Ao assumir o poder, ele deu a resposta: aplicou um forte e bem-sucedido ajuste fiscal, recuperou confiança e seguiu em frente. Agora, ele e o PT parecem ignorar a enrascada em que encalacraram o Brasil.

Em 2015, Levy chegou disposto a mudar o jogo. Começou prometendo um superávit primário de 1,1% do PIB, em julho baixou para 0,15% e, agora, já reconhece que as contas vão fechar no vermelhão. Em 2014 o déficit primário já havia somado R$ 32,5 bilhões e seria o dobro se Dilma não recorresse à fraude das pedaladas fiscais, proibidas por lei e condenadas pelo Tribunal de Contas da União (TCU). Faltando dois meses para acabar o ano, o cenário econômico só tem piorado: o desemprego cresce, a atividade econômica desaba, a inflação beira dois dígitos, o salário cai e programas sociais são suspensos.

E não há no horizonte indicações de melhora em futuro próximo. O governo enviou ao Congresso proposta orçamentária para 2016 com déficit de R$ 30,5 bilhões (0,5%do PIB),sem incluir R$ 40 bilhões das pedaladas (dívidas atrasadas da União com os bancos públicos), que o governo pretendia pagar deforma parcelada e que o TCU já sinalizou que terá de será vista. Com isso, o buraco vai a quase RS 80 bilhões. Ou mais, já que as premissas do Orçamento estão defasadas e erradas: a inflação foi estimada em 54% (o boletim Focus, do Banco Central, prevê 6,12%); e o PIB cresce 04% do PIB (para o Focus, cai 1,22%). Se a economia vai mal e pode piorar, o que dizer da mais grave crise política vivida pelo País nestes 30 anos pós-ditadura militar?

Esse é o tamanho da enrascada que o Brasil precisa enfrentar nos próximos anos. Com ou sem impeachment, com ou sem Dilma Rousseff, os brasileiros vão pagar pela inconsequência de governantes que não sabem planejar, governar e aplicar o dinheiro público com respeito à população.
Herculano
25/10/2015 14:02
CONSTRUÇÃO DA VERSÃO, por Samuel Pessoa, para o jornal Folha de S.Paulo

O presidente do Ipea, Jessé de Souza, em entrevista ao "Valor" na terça feira passada, afirmou: "Se pensarmos a história do Brasil no século 20, temos o uso do Estado e de seus recursos para beneficiar a maioria da população brasileira, especialmente as classes populares e trabalhadoras, antes de tudo com Getúlio Vargas e 60 anos depois com Lula. (...) o golpe [militar] efetuou um corte muito óbvio nesse tipo de preocupação, e o Brasil que passa a ser construído depois do golpe é o Brasil para 20%".

É mito que o gasto social tenha crescido no período Vargas e sido reduzido na ditadura militar. Há crescimento suave e contínuo desde a República Velha até o fim do regime militar, forte crescimento após a redemocratização, um salto em FHC e outro maior com Lula.

Por exemplo, o gasto público com o ensino fundamental entre 1932 e 1964 foi constante, na casa de 0,8% do PIB. De 1964 até 1970, subiu para 1,5% do PIB e atingiu 1,7% em 1984. Com a redemocratização, há um salto no gasto público com o fundamental para 2,5% do PIB em 1986, nível em que permaneceu até 2004.

O mesmo ocorre com a taxa bruta de matrícula. No final do Império, as taxas de matrícula no fundamental eram da ordem de 7%. Cresceram ao longo da República Velha para 27%. De 1933 até 1984, cresceram lentamente, até atingir 104% em 1984 (a taxa bruta pode ser maior que 100% em razão de alunos que cursam o ciclo fora da idade correta).

Para o ensino médio, a melhora substantiva ocorreu logo em seguida ao golpe militar, quando as taxas cresceram de 7% para 32% em 1977. O segundo salto do ensino médio foi de 1994 até 2003, quando cresceu de 40% para 80%.

Nos anos 1950, as taxas brutas de matrícula no fundamental eram da ordem de 55% e o gasto público total com educação, da ordem de 1,5% do PIB. O gasto público por aluno no fundamental era de 10% do PIB per capita; no ensino médio, era de 100% do PIB per capita, e, no superior, de 1.000% do PIB per capita.

A escola pública dos anos 1950 expulsava os filhos dos pobres ainda no fundamental, em razão das elevadíssimas taxas de reprovação, e em seguida gastava com os filhos dos ricos dez vezes mais no médio e cem vezes mais no superior.

Minha colega do Ibre Juliana Cunha construiu série do gasto total com Previdência desde 1920. Não há nenhuma descontinuidade perceptível na série até a redemocratização, quando há forte aceleração. É conhecido que o grande salto no gasto social foi a universalização da saúde com o SUS e a criação da assistência social não contributiva aos idosos, ambos após a redemocratização.

No governo FHC, o gasto social cresceu 0,17 ponto percentual do PIB por ano, e, no período petista, até agora e em razão da bonança econômica, o crescimento foi de 0,29 ponto percentual.

Assim, o que diferencia FHC do PT no governo não é o crescimento do gasto social, mas sim o excesso de intervencionismo estatal no petismo, para estimular o desenvolvimento econômico. É a mesma diferença que há entre a República Velha e o período do nacional-desenvolvimentismo.

Aprendemos nos últimos anos que gasto social e intervencionismo estatal não cabem ambos no Orçamento do Estado brasileiro. Márcio Holland, secretário de Política Econômica do ministro Mantega no governo Dilma 1, reconhece em artigo nesta Folha na quinta-feira passada que a crise atual não tem causas externas nem resulta do ajuste fiscal do ministro Levy. Antes tarde do que nunca.
Sidnei Luis Reinert
25/10/2015 12:35
CPI DA PTBRÁS:

MARA GABRILLI APONTA LULA COMO MANDANTE DO ASSASSINATO DE CELSO DANIEL

https://www.youtube.com/watch?v=8zMFDfneD_Q
Herculano
25/10/2015 12:25
MOEDA E DOMINÃNCIA FISCAL, por Gustavo Franco, ex-presidente do Banco Central no governo de Fernando Henrique Cardoso, PSDB, para o jornal O Estado de S. Paulo.

Parte 1

Um dia desses estive na difícil posição de palestrar para um grupo de vestibulandos sobre um tema que não aparece com seu próprio nome nas provas do Enem, e mesmo da PUC, mas está em toda parte: a inflação.

Recomendo fortemente ao leitor a tentativa de explicar um tema complexo, da sua especialização, a adolescentes repletos de hormônios e tensão pré-vestibular: não há teste mais rigoroso sobre as suas convicções. Recomendo também o amplo recurso às perguntas retóricas, e logo no início, uma receita ótima para quem prefere aprender por si mesmo.

A inflação é: (a) um aumento generalizado nos preços; ou (b) a perda do poder de compra da moeda?

Se você escolheu a opção (a), está diante de um fenômeno social complexo, pois é preciso pensar como é que o padeiro se comunica com o barbeiro e com os produtores de tomates, pepinos, aço e computadores, e também com as companhias aéreas e restaurantes, para todos aumentarem seus preços mais ou menos na mesma velocidade.

Talvez eles leiam os mesmos jornais, de onde aprendem sobre os andamentos da moeda e do crédito público, pois afinal, se existe uma única coisa a unir esses personagens da vida produtiva brasileira, é que todos querem moeda em troca de seus bens e serviços. A moeda é a "cafetina universal", para usar uma expressão de Shakespeare, que Marx gostava muito de repetir.

É claro que isso nos leva à opção (b): é claro que a inflação também é a perda de poder aquisitivo da moeda, as duas alternativas estão corretas, um velho truque docente, muito usado nos vestibulares.

O alívio veio de ninguém perguntar o que exatamente é a moeda, pois, com os empregos que tive, jamais poderia hesitar nessa resposta. Na faculdade, e mais para o fim, os alunos compreendem e admiram os professores que compartilham suas dúvidas e inquietações. Não é o que se observa no ensino médio, onde as certezas são absolutas e as provas, de múltipla escolha.

Seria chocante se dissesse aos meninos que o papel-moeda é uma tecnologia de pagamento que tende ao desuso, ao menos desde os anos 80, e que os contadores dos bancos centrais desse planeta não sabem ao certo se a moeda emitida nessas instituições tem a natureza de uma dívida.

Nos cruzeiros de 1942 estava inscrito nas cédulas que "se pagará ao portador desta a quantia de ...", e vinha escrito o valor da cédula. Uma promessa pagável com o próprio instrumento, uma estranha redundância. A inscrição depois foi substituída por "valor legal" e, anos mais tarde, por razões hoje compreensíveis (talvez um desabafo), os dizeres passaram a ser "Deus seja louvado!"

Veja no balanço do Banco Central a conta "meio circulante", que diz respeito ao papel-moeda em circulação: o saldo é R$ 196 bilhões para setembro/2015, tratando-se claramente de um passivo não exigível, embora não pertença ao patrimônio líquido. Veja, agora, a estatística para a "Dívida Líquida do Setor Público" e seus componentes. Lá está a "base monetária", dentro da qual está o "meio circulante".

Bem, o papel-moeda não é bem dívida do Estado, e esta, por sua vez, quando encarnada em títulos da dívida pública, ou dívida mobiliária, parece moeda, daí se falar em "quase moeda" pois, afinal, é muito líquida e é com ela que o Estado paga suas contas.

Não seria razoável pensar a moeda e títulos da dívida pública como uma coisa só, apenas expressões diferenciadas do "crédito público", um atributo intangível que pulsa conforme a qualidade do governo?

Acho muito apropriado definir o meio circulante como uma espécie de ação preferencial ao portador, emitida pelo Estado, em pequenas denominações e que o Banco Central distribui pela rede bancária em troca de papel- moeda velho e, às vezes, em troca de outros tipos de dívida do Estado.
Herculano
25/10/2015 12:24
MOEDA E DOMINÃNCIA FISCAL, por Gustavo Franco, ex-presidente do Banco Central no governo de Fernando Henrique Cardoso, PSDB, para o jornal O Estado de S. Paulo.

Parte 2

Outra maneira de ver é tomar a moeda como dívida, mas na forma de um instrumento perpétuo e sem juros. Visto assim, é fácil ver que o Estado preferirá sempre se financiar com esse tipo de obrigação. Porém, a sociedade necessita muito pouco desse instrumento e cada vez menos. A ideia de "rodar a guitarra" e abusar da emissão desses papéis, ou de moedas metálicas, está cada vez mais obsoleta, pois a demanda é muito limitada. A guitarra do século 21 é a dívida.

Aqui no Brasil, desde 2011 o TCU obriga o Banco Central a divulgar o tamanho de suas receitas decorrentes do poder de emitir moeda. Foram R$ 12,7 bilhões em 2014, equivalentes a 0,23% do PIB, já deduzidos os custos de produção desse acréscimo (R$ 487 milhões). Não é muito e não se vislumbra como isso possa crescer.

Pois bem, diante dessas definições, a ideia que o papel-moeda vai acabar, por conta do plástico e do tag, para não falar de milhas ou do bitcoin, parece especialmente grave diante da ansiedade recente em torno do monstro que dá título a este artigo. Na presença dessa criatura alienígena recém-chegada, segundo se diz, o governo não terá alternativa senão imprimir vastas quantidades de papel-moeda para pagar suas contas, inclusive a dívida pública.

Mas como se dará tal coisa se o papel-moeda está destinado à extinção?

Uma resposta meio prosaica foi dada por ninguém menos que Machado de Assis, numa crônica de 1896, a propósito das previsões de um espírita, segundo as quais novas tecnologias permitiriam que o papel-moeda fosse abolido (!). Se isso ocorrer, segundo diz o bruxo, "não haverá finanças, naturalmente, não haverá tesouro, nem impostos, nem alfândegas secas ou molhadas. Extinguem-se os desfalques andam tão a rodo que a gente de ânimo frouxo já inquire de si mesma se isto de levar dinheiro das gavetas do Estado ou do patrão é verdadeiramente delito ou reivindicação necessária."

De fato, a vida ficaria muito mais difícil para a bandidagem na ausência de dinheiro em espécie, pois tudo transitaria por bancos deixando rastros para os agentes da lei. Foi assim que pegaram o doleiro Youssef, por exemplo, e se desenrolou o novelo do "petrolão".

Quanto ao financiamento do Estado sob dominância fiscal, todavia, não vamos escorregar na nossa ansiedade: é tudo uma questão de preço. Pague-se mais juro que o povo aceita mais dívida, e esse tem sido o caminho percorrido faz muitos anos. O Brasil não tem a maior taxa de juros do mundo porque seus poupadores são campeões mundiais de ganância, mas porque tem o Estado mais endividado do mundo em proporção à riqueza do país. O monstro não é de outro planeta, nem é desconhecido: mora em Brasília há muitos anos e vinha emagrecendo até 2008. A partir daí, Dilma Rousseff, seguindo conselhos econômicos da pior espécie, resolveu terminar a dieta, e a criatura recomeçou a crescer.

Quanto mais dívida, mais juros, simples assim. Não há nada de novo nesse assunto de dominância fiscal, apenas mais clareza sobre como a política fiscal esmaga a política monetária, o que é um grande progresso.
Herculano
25/10/2015 12:14
CHEGA DE FRACASSOS, por Amir Khair para o jornal O Estado de S.Paulo

Parte 1

Com o fracasso do ajuste fiscal, o governo aposta suas últimas fichas na recriação da CPMF sob a justificativa de servir à Previdência Social cuja arrecadação em queda está agravando o déficit da previdência rural. Embora pouco divulgado, vale saber que a previdência urbana é superavitária desde 2009, devendo registrar neste ano R$ 15 bilhões de superávit.

1 - Questão fiscal ?" O rombo maior das contas públicas, no entanto, não é da previdência, como propaga o ministro da Fazenda. Este déficit pode alcançar neste ano R$ 75 bilhões (déficit de R$ 90 bilhões na previdência rural e superávit de R$ 15 bilhões na previdência urbana) face a um déficit com juros que aponta para R$ 300 bilhões só no governo federal. É interessante notar como o ministro da Fazenda opera. Vai ao Congresso para afirmar que a nova CPMF é para cobrir o déficit da Previdência Social. No entanto, este déficit é quatro vezes menor (R$ 300 bilhões contra R$ 75 bilhões) do que o déficit de juros. Lamentável a tentativa de mudança do foco do problema principal do rombo fiscal. Se considerar todo o setor público o déficit com juros caminha para R$ 500 bilhões!

Eis a realidade atual. O governo federal acumulou nos oito primeiros meses deste ano um déficit fiscal em valores atuais de R$ 297 bilhões, dos quais R$ 283 bilhões (!) foram de juros e apenas R$ 14 bilhões de déficit primário, ou seja, o déficit de juros foi responsável por 95% (!) do déficit. Nada mais contundente.

Enquanto isto, este ministro tenta convencer o Congresso da necessidade da famigerada CPMF. Não há razão de criar este tributo que só vai aprofundar a recessão. É ilusório seu resultado, pois ao piorar mais ainda a recessão derruba a arrecadação não só do governo federal, mas também de estados e municípios. O troco vem junto. É o enxuga gelo da arrecadação, que está sendo responsável por 90% do déficit primário do governo federal para surpresa da equipe econômica.
Herculano
25/10/2015 12:14
CHEGA DE FRACASSOS, por Amir Khair para o jornal O Estado de S.Paulo

Parte 2

Essa equipe, independentemente da herança maléfica que recebeu com as pedaladas, não aprendeu e as repete em dose maior. Este governo, que nem rato diante da cobra, caminha cada vez mais rumo ao impeachment com tantas varadas. Essa equipe é responsável exclusiva pelo déficit fiscal destes primeiros oito meses do governo federal de R$ 297 bilhões, que é mais do dobro (!) do ocorrido em igual período do ano passado, de R$ 140 bilhões.

É sempre cômodo botar a culpa na herança recebida. Faz parte do jogo político. Mas, fica difícil essa desculpa, pois até agora este governo não priorizou o crescimento, que derrubou a arrecadação e, pior, jogou as taxas de juros nas nuvens, o que elevou a relação dívida/PIB de 58,9% no início do ano para 65,3% em agosto e é fácil prever o rompimento do teto de 70% no primeiro semestre de 2016 caso a Selic permaneça em 14,25%.

A última tentativa do ministro da Fazenda de jogar a culpa do problema fiscal no que afirma ser excesso de despesas sociais é sem sentido: Comparando os primeiros oito meses deste ano com igual período do ano passado em valores atuais, tem-se o seguinte: a) benefícios previdenciários: (+) R$ 2,5 bilhões; b) benefícios assistenciais: (+) R$ 0,5 bilhão; c) abono e seguro desemprego: (-) R$ 5,2 bilhões; d) total de despesas sociais (a+b+c): (-) R$ 2,2 bilhões, ou seja, redução de despesa e; e) déficit com juros (+) R$ 140,2 bilhões!

Outra falha lamentável desta equipe econômica é acenar com despesas sociais explosivas no longo prazo ao desconsiderar que estes recursos retornam imediatamente ao ciclo econômico gerando faturamento e lucro nas empresas e massa salarial para consumo. Tudo isso rebate em crescimento de arrecadação no governo federal e nos Estados e municípios.

É obrigatório considerar nas análises os impactos nas receitas e despesas em políticas e programas sociais.

Apresentar só um lado da moeda pode levar a erros e distorcer realidades e perspectivas.

Diante deste quadro, o mercado financeiro, de costas para o País, procura trazer novas avaliações para 2016 para ainda obter sobrevida da elevada Selic que é fonte importante do seu lucro. Acena com o agravamento da inflação na tentativa de prolongar a redução da Selic pelo Banco Central para o final de 2016. É jogada esperta e perigosa, pois a relação dívida bruta/PIB continuará crescendo devido à alta Selic até disparar a perda do grau de investimento do País.
Herculano
25/10/2015 12:13
CHEGA DE FRACASSOS, por Amir Khair para o jornal O Estado de S.Paulo

Parte 3

Há que parar com esta gastança com juros: a cada dia corrido são gastos R$ 1,5 bilhão (!). Em 21 dias se gasta o que o governo quer arrecadar com a CPMF!

2 - Mudança ?" Os seguidos fracassos deste governo explicam a recessão em marcha neste ano e perspectivas sombrias para os próximos. Sem mudar esta política econômica as perspectivas sombrias se auto realizarão. Há que tomar cuidado, no entanto, pois esse horizonte sombrio inibe a discussão sobre mudanças na política econômica. Algumas tentativas são prontamente abafadas pela visão derrotista. Nada se pode fazer. Não compartilho desta visão.

Voltar a crescer é o desafio. Sem ele nada funciona. Caem o faturamento e lucro das empresas, aumenta o desemprego, cai a arrecadação e aumenta a demanda social por educação e saúde. É um sanduíche fiscal com elevação da tensão social. Conhecemos bem isso.

Mas para crescer é necessário retirar as barreiras ao consumo e investimento e não opor um ao outro. São várias as barreiras. As duas mais importantes são a Selic e as taxas de juros ao tomador. A Selic atua como barreira ao artificializar o câmbio deslocando para o exterior parte do consumo das famílias, reduzindo o poder competitivo das empresas. Influi, também, na elevação das taxas de juros para o capital de giro das empresas e desestimula seus investimentos. Assim, reduz a oferta na economia, o que causa inflação. Nas finanças públicas é o principal causador da volumosa despesa com juros.

Reduzir a Selic é condição necessária para retomar o crescimento e pôr as finanças em ordem. Para isso basta seguir o que fizeram os países que obtiveram sucesso para superar a crise de 2008: a) reduziram sua taxa básica de juros para o nível da inflação e; b) substituíram a emissão de título por moeda. O governo fez o oposto: elevou a Selic e emitiu título em escala exponencial causando elevação na relação dívida/PIB.

A outra barreira são as taxas de juros ao tomador. Encarecem o crédito, mais do que dobrando os preços da economia, e esgotam o capital de giro das empresas. Segundo a Associação Nacional dos Executivos em Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), em setembro, no caso do crédito para 12 meses ao consumo, estavam em 131% (!), a maior desde junho de 2009. As duas modalidades muito usadas, o cheque especial e o cartão de crédito, estavam respectivamente em 222% e 361%. Para as empresas estavam em 62%, a maior desde maio de 2009.

Há que parar com essa anomalia, impondo limites aos ganhos dos bancos via redução da Selic ao nível da inflação e tabelar reduzindo as tarifas bancárias para diminuir duas fontes de lucro anormais, levando-os a competir no mercado de crédito.

Há felizmente políticas econômicas ao alcance que podem ser usadas. As em uso estão vergando a coluna dorsal do País. Chega de fracassos!
Sidnei Luis Reinert
25/10/2015 12:10
De Jair Messias Bolsonaro

MAIS OU TÃO GRAVE QUANTO A CORRUPÇÃO É A DOUTRINAÇÃO IMPOSTA PELO PT JUNTO A NOSSA JUVENTUDE.

"O JOÃO NÃO NASCEU HOMEM e a MARIA NÃO NASCEU MULHER."
O sonho petista em querer nos transformar em idiotas materializa-se em várias questões do ENEM (Exame Nacional do Ensino MARXISTA).
Essa canalhada deverá ser extirpada do poder em 2018 com o VOTO IMPRESSO, ou antes, da mesma forma como o Congresso, em 02 de abril de 1964, cassou o comunista João Goulart.
Herculano
25/10/2015 12:08
CONSTRUÇÃO DA VERSÃO, por Samuel Pessoa, para o jornal Folha de S. Paulo

O presidente do Ipea, Jessé de Souza, em entrevista ao "Valor" na terça feira passada, afirmou: "Se pensarmos a história do Brasil no século 20, temos o uso do Estado e de seus recursos para beneficiar a maioria da população brasileira, especialmente as classes populares e trabalhadoras, antes de tudo com Getúlio Vargas e 60 anos depois com Lula. (...) o golpe [militar] efetuou um corte muito óbvio nesse tipo de preocupação, e o Brasil que passa a ser construído depois do golpe é o Brasil para 20%".

É mito que o gasto social tenha crescido no período Vargas e sido reduzido na ditadura militar. Há crescimento suave e contínuo desde a República Velha até o fim do regime militar, forte crescimento após a redemocratização, um salto em FHC e outro maior com Lula.

Por exemplo, o gasto público com o ensino fundamental entre 1932 e 1964 foi constante, na casa de 0,8% do PIB. De 1964 até 1970, subiu para 1,5% do PIB e atingiu 1,7% em 1984. Com a redemocratização, há um salto no gasto público com o fundamental para 2,5% do PIB em 1986, nível em que permaneceu até 2004.

O mesmo ocorre com a taxa bruta de matrícula. No final do Império, as taxas de matrícula no fundamental eram da ordem de 7%. Cresceram ao longo da República Velha para 27%. De 1933 até 1984, cresceram lentamente, até atingir 104% em 1984 (a taxa bruta pode ser maior que 100% em razão de alunos que cursam o ciclo fora da idade correta).

Para o ensino médio, a melhora substantiva ocorreu logo em seguida ao golpe militar, quando as taxas cresceram de 7% para 32% em 1977. O segundo salto do ensino médio foi de 1994 até 2003, quando cresceu de 40% para 80%.

Nos anos 1950, as taxas brutas de matrícula no fundamental eram da ordem de 55% e o gasto público total com educação, da ordem de 1,5% do PIB. O gasto público por aluno no fundamental era de 10% do PIB per capita; no ensino médio, era de 100% do PIB per capita, e, no superior, de 1.000% do PIB per capita.

A escola pública dos anos 1950 expulsava os filhos dos pobres ainda no fundamental, em razão das elevadíssimas taxas de reprovação, e em seguida gastava com os filhos dos ricos dez vezes mais no médio e cem vezes mais no superior.

Minha colega do Ibre Juliana Cunha construiu série do gasto total com Previdência desde 1920. Não há nenhuma descontinuidade perceptível na série até a redemocratização, quando há forte aceleração. É conhecido que o grande salto no gasto social foi a universalização da saúde com o SUS e a criação da assistência social não contributiva aos idosos, ambos após a redemocratização.

No governo FHC, o gasto social cresceu 0,17 ponto percentual do PIB por ano, e, no período petista, até agora e em razão da bonança econômica, o crescimento foi de 0,29 ponto percentual.

Assim, o que diferencia FHC do PT no governo não é o crescimento do gasto social, mas sim o excesso de intervencionismo estatal no petismo, para estimular o desenvolvimento econômico. É a mesma diferença que há entre a República Velha e o período do nacional-desenvolvimentismo.

Aprendemos nos últimos anos que gasto social e intervencionismo estatal não cabem ambos no Orçamento do Estado brasileiro. Márcio Holland, secretário de Política Econômica do ministro Mantega no governo Dilma 1, reconhece em artigo nesta Folha na quinta-feira passada que a crise atual não tem causas externas nem resulta do ajuste fiscal do ministro Levy. Antes tarde do que nunca.
Herculano
25/10/2015 12:04
CHEGA DE FRACASSOS, por Amir Khair, para o jornal O Estado de S. Paulo

Parte 1

Com o fracasso do ajuste fiscal, o governo aposta suas últimas fichas na recriação da CPMF sob a justificativa de servir à Previdência Social cuja arrecadação em queda está agravando o déficit da previdência rural. Embora pouco divulgado, vale saber que a previdência urbana é superavitária desde 2009, devendo registrar neste ano R$ 15 bilhões de superávit.

1 - Questão fiscal ?" O rombo maior das contas públicas, no entanto, não é da previdência, como propaga o ministro da Fazenda. Este déficit pode alcançar neste ano R$ 75 bilhões (déficit de R$ 90 bilhões na previdência rural e superávit de R$ 15 bilhões na previdência urbana) face a um déficit com juros que aponta para R$ 300 bilhões só no governo federal. É interessante notar como o ministro da Fazenda opera. Vai ao Congresso para afirmar que a nova CPMF é para cobrir o déficit da Previdência Social. No entanto, este déficit é quatro vezes menor (R$ 300 bilhões contra R$ 75 bilhões) do que o déficit de juros. Lamentável a tentativa de mudança do foco do problema principal do rombo fiscal. Se considerar todo o setor público o déficit com juros caminha para R$ 500 bilhões!

Eis a realidade atual. O governo federal acumulou nos oito primeiros meses deste ano um déficit fiscal em valores atuais de R$ 297 bilhões, dos quais R$ 283 bilhões (!) foram de juros e apenas R$ 14 bilhões de déficit primário, ou seja, o déficit de juros foi responsável por 95% (!) do déficit. Nada mais contundente.

Enquanto isto, este ministro tenta convencer o Congresso da necessidade da famigerada CPMF. Não há razão de criar este tributo que só vai aprofundar a recessão. É ilusório seu resultado, pois ao piorar mais ainda a recessão derruba a arrecadação não só do governo federal, mas também de estados e municípios. O troco vem junto. É o enxuga gelo da arrecadação, que está sendo responsável por 90% do déficit primário do governo federal para surpresa da equipe econômica.

Essa equipe, independentemente da herança maléfica que recebeu com as pedaladas, não aprendeu e as repete em dose maior. Este governo, que nem rato diante da cobra, caminha cada vez mais rumo ao impeachment com tantas varadas. Essa equipe é responsável exclusiva pelo déficit fiscal destes primeiros oito meses do governo federal de R$ 297 bilhões, que é mais do dobro (!) do ocorrido em igual período do ano passado, de R$ 140 bilhões.
Herculano
25/10/2015 11:58
ESTADO ESMAGA A SOCIEDADE E NÃO APENAS PELO CUSTO, editorial do jornal O Globo

O Brasil sempre aparece mal colocado em rankings que avaliam a capacidade de países abrigarem empresas, estimularem seu crescimento e o empreendedorismo em geral. No mais conhecido deles, o "Doing Business", do Banco Mundial, o ambiente de negócios do país estava, na última versão do relatório, apenas em 120º lugar. Uma discrepância diante do tamanho da economia brasileira, uma das dez maiores do mundo. Esses levantamentos, feitos junto a empresários e executivos, avaliam diversos aspectos que afetam a vida das empresas e de suas populações, como carga tributária, qualidade das instituições etc. E um dos problemas que mais pesam negativamente para o Brasil é a espessa burocracia que inferniza a vida de pessoas físicas e jurídicas. No caso das empresas, ela aflige acionistas e administradores não apenas com o pagamento de inúmeros impostos, taxas e similares, mas com o enorme trabalho que é manejar guias de recolhimento, mantê-las em dia e devidamente arquivadas, até porque sempre o ônus da prova cabe ao contribuinte.

Um dado ilustrativo: segundo o "Doing Business", empresas de São Paulo consomem, em média, 2.600 horas por ano para recolher impostos, contra apenas 365 horas na América Latina como um todo. Dados como este não surgem por acaso. Há por trás de cada via-crúcis burocrática um enorme aparato estatal, de tempos em tempos cevado com mais verbas bilionárias, mais cargos. E nisso os últimos 12 anos de hegemonia do PT em Brasília foram pródigos.

Basta consultar os gráficos nesta página para constatar-se o avanço do contingente de servidores no Executivo federal. Até 2013, eram 1.952 mil, ou 13,3% mais que os 1.722 mil servidores lotados na máquina do Executivo, em 2002, último ano de FH no Planalto, incluindo os aposentados.

Os sinais do inchaço da máquina com Lula e Dilma, a partir de 2003, são mais visíveis na distribuição de cargos ditos de confiança. Eles eram aproximadamente 66 mil em 2002 e chegaram a 100.313 em julho deste ano, um crescimento robusto de 52%.

Por trás dos números há o apadrinhamento político e ideológico. É um termômetro fiel do aparelhamento, mesmo com servidores concursados, pois não se pode achar que inexistam militantes petistas entre eles, e que estes não tenham prioridade no recebimento de "adicionais por cargo".

Não falta espaço na máquina burocrática. Só esses cargos, designados por indecifráveis siglas, são 41. Entre eles, o mais ambicionado é o DAS (Direção e Assessoramento Superior), o destaque nesta sopa de letras. Mas também é possível, se bem apadrinhado, a pessoa acumular adicionais até chegar a, por exemplo, R$ 152.220,97, caso da remuneração total de um funcionário da estatal Eletronorte, mostrado em reportagem do GLOBO.

Os defensores do mastodôntico Estado brasileiro costumam argumentar que a folha dos servidores se mantém estável no nível de 4% do PIB. Mas a questão, aqui, é menos este número isolado e mais analisá-lo "por dentro", saber se os servidores estão alocados da melhor forma para atender a população, se os salários pagos são compatíveis com a produtividade do funcionário. Ou se a máquina se move por si mesma, impulsionada pela lógica da burocracia, por seus interesses específicos e de aliados políticos de ocasião. Um milhão de funcionários ativos do Executivo receberão este ano mais de R$ 100 bilhões, ou três Bolsas Família, um aumento real (acima da inflação) superior a 55%, desde 2002. Além de tudo, este monstruoso aparato gera mais burocracia. Segundo o Instituto Brasileiro de Planejamento, a máquina produz 520 novos regulamentos por dia.

E tudo somado, o Estado consome 40% do PIB, e ainda precisa pedir dinheiro emprestado. É muito, principalmente quando se avaliam estes índices e cifras por meio da qualidade dos serviços prestados à população. Uma exorbitância, também se analisarmos pela ótica de quem padece com a burocracia pública.
Herculano
25/10/2015 11:53
E O PIXULECO NÃO VEIO À OKTOBERFEST

Tramas e dramas fizeram com que o pixuleco, aquele boneco mostro inflável com a figura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, PT, vestido de presidiário com a inscrição 171-13, não chegasse a Oktoberfest.

Mas, ele poderá vir por aqui, inclusive a Gaspar. E não será surpresa se ele pousar defronte a prefeitura ocupada pelos petistas. Estão todos nervosos pela repercussão que o fato causará. Acorda, Gaspar!.
Herculano
25/10/2015 11:42
SALVE-SE QUEM PUDER, por Ferreira Gullar, poeta e escritor para o jornal Folha de S. Paulo

Quase todo mundo está de acordo que a situação do governo da presidente Dilma Rousseff é insustentável, mas ninguém consegue antever quando e como será o desfecho desse impasse.

Um dado, porém, é indiscutível: a situação se agrava a cada dia, tanto no plano político quanto no econômico, e esse fato, por sua vez, parece indicar que a hegemonia política do PT está chegando ao fim.

Isso só não vê quem não quer, uma vez que, a partir do mensalão ?"quando alguns dos principais dirigentes do partido foram condenados pelo Supremo Tribunal Federal por corrupção?" a imagem do partido, já comprometida, desencantou muita gente. Como se não bastasse isso, viria em seguida a Operação Lava Jato, para revelar ao país o escândalo das propinas que montam a bilhões de reais e constituem um exemplo raro de corrupção em plano nacional e internacional.

Do mensalão, Lula conseguiu se safar, embora fosse o principal responsável por ele. Da Lava Jato, porém, não escapará tão facilmente, conforme indicam as últimas delações de Fernando Baiano, que confessou ter entregado R$ 2 milhões em dinheiro vivo para beneficiar uma nora de Lula. O que irá acontecer com Lula não posso adivinhar, mas que não sairá incólume dessa enrascada, certamente não sairá.

E ele sabe disso, tanto que, ultimamente, dá plantão em Brasília, a conversar com Deus e o diabo, até mesmo com Eduardo Cunha, que de santo não tem nada. Conversa com deputados de todos os partidos, com senadores e com a própria presidente Dilma, que parece não ouvir direito o que ele diz.

Tudo isso porque é mesmo grande a encrenca em que estão metidos. Dilma, a conselho dele ?"quando ainda o ouvia?" promoveu uma reforma ministerial que resultou em desastre. Ao invés de, com isso, conquistar a maioria dos deputados federais, como era seu objetivo, perdeu-a, surpreendendo todo mundo, até mesmo muitos de seus opositores.

Mas a coisa tem lá a sua lógica, já que a tal reforma ministerial foi, na verdade, um jogo de toma lá dá cá, no qual o grande agraciado foi o PMDB, que saiu dele com sete ministérios.

Acreditavam Dilma e Lula que, com isso, ganhariam a parada, afastando, inclusive, o fantasma do impeachment. Mas os deputados do baixo claro ?"por não terem ganho nenhuma fatia do bolo?" se juntaram e mudaram o jogo. O governo foi sucessivamente derrotado na tentativa de votar os vetos de Dilma, decisivos para o equilíbrio financeiro do país.

Por outro lado, tampouco consegue o governo aprovar as medidas fundamentais para realizar o ajuste fiscal. E por que não? A razão é simples: não o consegue porque as medidas necessárias para esse ajuste contrariam os interesses dos partidos que apoiam o governo e, mais ainda, os interesses do próprio PT.

Em face disso, só há uma conclusão a tirar: se correr o bicho pega, se ficar o bicho come. Tanto é assim que o próprio Lula, inventor de Dilma, opina agora contra o ajuste fiscal que ela defende por saber que, sem ele, o país não sairá da crise.

Por isso mesmo, fiquei surpreso ao ouvir da boca do Lula que a Dilma está aplicando, em seu governo, o programa de Aécio Neves, o candidato da oposição derrotado nas últimas eleições presidenciais. Por que Lula diz isso, já que burro ele não é, e tampouco é maluco?

Como todo mundo, ele sabe muito bem que, sem o ajuste fiscal, não há como sair da crise, e sabe também que, sem o empenho dele e do seu partido, as medidas necessárias para superá-la jamais serão aprovadas pelos parlamentares.

A resposta é obvia: Lula diz isso para que a massa eleitoral do PT ainda o veja como seu defensor e futuro candidato à Presidência do país. Sim, porque, se isso não acontecer, aí mesmo é que o PT acaba.

Tanto é verdade que, em seguida, Rui Falcão, presidente do partido, sugeriu a saída de Joaquim Levy, ministro da Fazenda. Dilma reagiu, afirmando que Levy fica e que a política econômica será mantida. Era uma resposta a Lula, que ou cala a boca, ou passa para a oposição. É uma encrenca sem tamanho. Não queria estar na pele deles.
Herculano
25/10/2015 08:10
A TROCA DE GUARDA NA DEFESA DAS EMPREITEIRAS, por Elio Gaspari, para os jornais O Globo e Folha de S. Paulo

Imagine-se um cidadão que está com dores no estômago. Vai ao médico, ele lhe receita um remédio, mas a dor piora. Essa foi a situação das grandes empreiteiras que procuraram bancas de advogados no início da Operação Lava Jato. Os doutores inventaram a teoria segundo a qual as empresas eram santas, submetidas a extorsões. Depois disseram que os malfeitos eram coisa de um ou de outro diretor, nunca da companhia. Colaborar com o Ministério Público, nem pensar. Como diria a doutora Dilma, "não respeito delator". Estavam tratando os clientes com um remédio vencido.

Passou o tempo, mais de uma dezena de ilustres empresários foram para a cadeia e aconteceu o impensável: Marcelo Odebrecht está na penitenciária no Paraná. A confissão de pessoas e empresas passou a ser comum e hoje quem está enroscado na Lava Jato quer pelo menos estudar como a Camargo Corrêa está se desenroscando, graças à colaboração.

O sujeito que estava com dor de estômago foi a outro médico e ouviu o seguinte: o senhor está com um câncer, o que tenho a lhe recomendar é uma quimioterapia, coisa braba, e não há garantia de cura. As empresas e a turma da tornozeleira da Lava Jato estão numa situação parecida. Só lhes resta esperar que o juiz Sergio Moro termine seu serviço. Depois disso, poderão recorrer ao tribunais superiores de Brasília. Será a hora da quimioterapia.

Trata-se de buscar brechas em depoimentos e acusações. Em alguns casos, nada haverá a fazer. Em outros, pode-se tentar a quimio. Por exemplo: um condenado a dez anos em regime fechado pode ter sua pena reduzida para cinco. Passará menos de dois anos trancado, vestirá sua tornozeleira e irá para Angra do Reis.

Isso poderá ocorrer na medida em que os processos seguirem para as instâncias superiores com defeitos estimulados pela popularidade dos acusadores e pela onipotência que se infiltrou na cabeça de alguns deles. Diversas lombadas existentes no caminho da Lava Jato são públicas e ainda podem ser corrigidas. Por exemplo:

O grampo ilegal encontrado na cela de Alberto Youssef estava ativo em abril de 2014, quando ele a ocupava? Uma sindicância da Polícia Federal diz que não. Um agente disse à CPI da Petrobras que sim.

Há pontos dos depoimentos de Paulo Roberto Costa, ex-diretor da Petrobras, que não batem com os de Youssef. Também não batem com os de Fernando Baiano, que o acusa de ter escondido US$ 3 milhões. Alguém está mentindo, mas o acordo homologado pelo Supremo Tribunal Federal os obriga a dizer a verdade, sob o risco de voltarem para a cadeia. Um procurador chegou a dizer que não se deve mexer em "bosta seca". Essa doutrina perderá valor ao chegar a Brasília.

A advogada Beatriz Catta Preta administrou os acordos de colaboração de nove acusados. Alguns deles estavam em posições conflitantes no inquérito. Num caso, o do empresário Julio Camargo, o nome do deputado Eduardo Cunha foi omitido na primeira fase e mencionado no depoimento ao juiz Moro. Catta Preta desligou-se de todos os seus clientes e foi para Miami.

Essas lombadas serão insuficientes para desmontar o processo. Servirão apenas para reforçar a medicação quimioterápica de alguns réus. No chute, será possível oferecer a esperança de uma redução à metade das penas de alguns deles.

Como ensinou um velho rábula: "Na primeira instância juízes e promotores falam, e na Lava Jato falaram bastante. Nas instâncias superiores, em Brasília, o que foi espetáculo transforma-se numa papelada silenciosa. Nela só vale o que está escrito".
Herculano
25/10/2015 08:09
EREMILDO, O IDIOTA, por Elio Gaspari para os jornais O Globo e Folha de S. Paulo

Eremildo é um idiota e vai à Bahia pedir os bons ofícios de José Sergio Gabrielli, ex-presidente da Petrobras, para apresentá-lo a alguns amigos que ainda tenha na empresa.

O idiota ouviu o comissário dizer que "quando você olha os casos confessados pelos corruptos, os números são muito pequenos em relação à Petrobras". Segundo ele, a empresa está com "um pequeno problema de reputação".

Eremildo já tem fama de idiota e por isso não se importaria se o chamassem de ladrão. Pedirá a Gabrielli que lhe consiga um lugarzinho na área de pequenos problemas da Petrobras.

A MEM?"RIA DE CUNHA

Muitas manifestações de parlamentares em apoio a Eduardo Cunha relacionam-se com o medo de seu arquivo. Ele sabe quem pediu, quem recebeu, quem ajudou e quem foi ajudado.

Numa conta, nessa lista estariam cem deputados e senadores. Noutra, duzentos.

Ninguém acredita que num momento de angústia Cunha solte o arquivo inteiro, mas todos temem entrar naquilo que o presidente da Câmara chama de "vazamento seletivo".

JABUTI LAVA JATO

Para quem duvida da capacidade de articulação das empreiteiras:

Na quarta-feira (21) o Senado aprovou um projeto originário da Medida Provisória 678, na qual mãos bondosas enfiaram um contrabando que estende o Regime de Contratação Diferenciado para praticamente todas as obras públicas. Basicamente, permite a licitação de um aeroporto a partir apenas de um anteprojeto.

Entrando em vigor, dá às empreiteiras um poder que nunca tiveram. Nem mesmo quando se apresentavam como empresas acima de quaisquer suspeitas.

Como o Supremo Tribunal proibiu esses contrabandos, a doutora Dilma poderá vetá-lo.
Herculano
25/10/2015 08:08
O MISTÉRIO DA REUNIÃO DE 2010 NO CAESAR PARK, por Elio Gaspari, para os jornais O Globo e Folha de S. Paulo

Em março, o Ministério Público pediu ao Superior Tribunal de Justiça a abertura de um inquérito envolvendo o ex-governador Sérgio Cabral, seu herdeiro Luiz Fernando Pezão e quatro de seus colaboradores. A principal peça orientadora do pedido era um depoimento de Paulo Roberto Costa, ex-diretor da Petrobras. Ele contou que em 2010 reuniu-se com Cabral, Pezão e outras pessoas no hotel Caesar Park, em Ipanema, para tratar de uma doação de R$ 30 milhões à campanha de Cabral. O dinheiro viria de empreiteiras que trabalhavam na construção do Complexo Petroquímico do Rio.

A Polícia Federal tomou novos depoimentos, rastreou os celulares de Cabral, Pezão e todos os outros citados por Paulo Roberto Costa. Concluiu que, no dia que ele mencionou, eles não estavam em Ipanema. Diante disso, a PF pediu o arquivamento do inquérito, coisa que só pode ser decidida pelo juiz, quase sempre depois de ouvir o Ministério Público. Novas diligências poderão voltar a iluminar o caso, mas daquele mato do Caesar Park não saiu coelho. Isso não é suficiente para que o Ministério Público abandone a acusação, mas se não aparecerem novos testemunhos ou provas, poderá ser obrigado a desistir.

Coisas desse tipo acontecem e é para isso que os inquéritos dependem de investigações. Resta um problema: se Paulo Roberto Costa mentiu ao se referir à reunião do Caesar Park, quanto vale cada item de sua colaboração?
Herculano
25/10/2015 08:04
VENEZUELA: GOVERNO AGORA "ARMA" CONTRA TOFFOLI, por Claudio Humberto na coluna que publicou neste domingo nos jornais brasileiros

Subserviente à diplomacia paralela do aspone Marco Aurélio Top-Top Garcia, a cúpula do Itamaraty deu instruções à embaixada do Brasil em Caracas para fazer gestões junto ao governo local, a fim de ajudar a produzir uma mentira: negar que o regime de Nicolás Maduro tenha vetado o ministro aposentado Nelson Jobim para presidir a missão de observadores das eleições parlamentares naquele país, em dezembro.

Novo adversário

O objetivo do Planalto é desmentir Dias Toffoli, presidente do Tribunal Superior Eleitoral, que desistiu de indicar observador brasileiro.

Missão controlada

Toffoli não acha confiável a missão de observadores de uma "Unale", entidade simpática ao chavismo, e decidiu não enviar observador.

Missão independente

Para Toffoli, a missão de observadores da eleição venezuelana seria confiável se chefiada por Nelson Jobim, imune às pressões de Maduro.

Tudo dominado

Ligado à semi-ditadura da Venezuela, o presidente da Unasul, Ernesto Samper, substituiu Jobim pelo ex-terrorista montonero Jorge Taiana.


SILÊNCIO DE MARINA FAZ DO REDE PUXADINHO DO PT

O silêncio da ex-senadora Marina Silva, dona do recém-criado Rede, avaliza as barbeiragens da presidente Dilma. Com uma bancada de deputados formada por integrantes da base de apoio ao governo, incluindo quatro ex-petistas, o Rede acionou o Conselho de Ética contra o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, mas só se posicionará sobre "pedaladas" e impeachment após "análise rigorosa dos fatos".

Infiltração

Políticos experientes suspeitam que a adesão de vários parlamentares governistas ao Rede foi produto de articulação do Palácio do Planalto.

DNA

Agora estão no Rede o ex-petista e dilmista Alessandro Molon (RJ) e Eliziane Gama (MA), ex-PT e ex-PPS.

Viva Dilma

Miro Teixeira, ex-PMDB/PT/PDT/PPS/Pros e agora no Rede, até se irritou na TV numa discussão sobre impeachment. Ele é contra.

Natal sem Dilma

A oposição tenta viabilizar o impeachment de Dilma, após o Supremo Tribunal Federal suspender o rito fixado por Eduardo Cunha. A ideia é repetir as manifestações de rua. Os protestos do próximo dia 15, sob o lema "Natal sem Dilma e sem Cunha" prometem ser movimentados.

Tudo novidade

O orçamento com déficit bilionário deixou deputados perdidos e forçou contratação de professor de orçamento público, para ensinar a subtrair e dividir a quem só faz conta de somar e multiplicar gastos e privilégios.

Boca para fora

O Planalto aposta na pressão dos governadores e agora dos prefeitos para aprovar a CPMF. Mas deputados governistas acham que nenhum deles vai defender a proposta às vésperas das eleições municipais.

A cruz e a espada

De Vanderlei Macris (PSDB-SP) sobre o dilema de Eduardo Cunha: "Se ele vai para o lado do impeachment, o governo o mata. Se fechar com o governo, a oposição o abandona".

Efeito PT

Político cordial e decente, o deputado Paulão (PT-AL) sofre o desgaste da gatunagem revelada nos governos da era petista. Ele é o campeão da rejeição (28,4%), em eventual disputa pela prefeitura de Maceió.

Segundo tempo

O deputado Eduardo da Fonte (PP-PE) acredita que Eduardo Cunha encerrou a semana fortalecido, "zerando o jogo". Porque o impeachment de Dilma depende exclusivamente do peemedebista.

Em cima do muro

A bancada do PSDB na Câmara tem sido acusada de fazer corpo mole em relação ao impeachment. Os tucanos insuflam os demais partidos de oposição, mas não querem assumir a autoria do impeachment.

Tábua da salvação

O Palácio do Planalto aposta no projeto de repatriação de recursos para superar a crise financeira. A Receita Federal estima que R$ 150 bilhões voltarão para o Brasil, o que pode trazer alívio ao governo.

Pensando bem...

... enquanto o México foi avisado e se preparou para o furacão Patrícia, o Brasil sofre há meses com os devastadores furacões Dilma e Cunha.
Herculano
25/10/2015 07:55
da série, democracia só existe quando a esquerda é quem manda, pode roubar e sacrificar a população para a perpetuação no poder e propagação da ideologia do utópico e desmoralizar as demais

A DEMOCRACIA ARROMBADA, por Jânio de Freitas, para o jornal Folha de S.Paulo

Parte 1

Crise, crise mesmo ?"não os quaisquer embaraços que os jornalistas brasileiros logo chamam de crises?" desde o fim da ditadura tivemos apenas a que encerrou o governo Collor. Direta ao objetivo, exposta como se nua, escandalosa e inutilmente previsível, começou e se encerrou em cinco meses e dias. Estava reafirmado, provava-se vivo e são, o mau caráter histórico do Brasil.

Mas, aos quatro anos, a Constituição resistiu e respondeu aos safanões, não muitos nem tão graves. Não se deu o mesmo com a crise em que fiz minha estreia como jornalista profissional. Aos oito anos em 1954, a primeira Constituição democrática do Brasil, em quase 450 anos de história, não pôde sequer esperar que um golpe militar e um revólver matassem Getúlio. As tantas transgressões que sofreu desde a posse do Getúlio eleito já eram o esfacelamento da Constituição democrática, com o desregramento político, legal, ético e jornalístico da disputa de poder que ensandecia o país.

O Brasil deixara de ser democracia bem antes do golpe que o revólver de Getúlio deixou inconcluído como ação, não como objetivo. Reduzido o regime de constituição democrática a mera farsa, em poucos meses seguiram-se o impedimento do vice de Getúlio, a derrubada do terceiro na linha de sucessão, que era o presidente da Câmara, e a entrega da presidência ao quarto até a posse do novo presidente eleito. Estes foram golpes militares do lado até então perdedor, antecipando-se aos golpes que o lacerdismo e seus subsidiários prepararam, com os militares de sempre, para impedir a posse do eleito Juscelino.

Em termos políticos, a vigência da Constituição democrática foi restaurada por Juscelino. Lacerda, seus seguidores e aliados fizeram mais para derrubá-lo, e por longos cinco anos, do que haviam feito contra Getúlio. Dois levantes de militares ultralacerdistas (o primeiro delatado ao governo pelo próprio Lacerda, temeroso de represália). Mas os desmandos administrativos, ainda que acompanhados de grandes realizações, corromperam a vigência plena da Constituição.
Herculano
25/10/2015 07:55
A DEMOCRACIA ARROMBADA, por Jânio de Freitas, para o jornal Folha de S.Paulo

Parte 2

A Constituição que Jânio Quadros encontra é desacreditada, e por isso frágil. Seus princípios são democráticos, mas, dada a sua fraqueza, o regime não é de democracia de fato. Um incentivo a aventuras inconstitucionais, portanto. Primeiro, a que se frustrou na indiferença ante a renúncia presidencial. Depois, o levante militar contra a posse do vice. Não foi a Constituição democrática que impediu a guerra civil entre seus violadores e seus defensores. Foi um acordo que nem por ser sensato deixava ele próprio de segui-la.

O Brasil do período em que se deu o governo Jango está por ser contado. As liberdades vicejaram, o que deu certos ares de regime constitucional democrático. Mas os desregramentos de todos os lados e o golpismo tanto negaram a constitucionalidade como a democracia. As eleições para o Congresso estavam viciadas por dinheiro norte-americano e brasileiro, grande parte do Congresso seguia ordens de um tal Ibad, que era uma agência da CIA, a agitação governista e oposicionista criava um ambiente caótico e imprevisível mesmo no dia a dia. As liberdades não bastavam para configurar uma democracia, propriamente, por insuficiência generalizada do pressuposto democrático.

Passados os 21 anos de serviço ostensivo dos militares brasileiros aos interesses estratégicos e econômicos dos Estados Unidos, a Constituição de 1988 apenas embasou e aprimorou a democratização instituída com a volta do poder aos seus destinatários por definição e direito ?"os civis, em tese, os agentes de civilização. De lá até há pouco, o que houve no governo Collor foi como um mal-estar. Não afetou as instituições e sua prioridade democrática.

Não se pode dizer o mesmo do Brasil atual. Há dez meses o país está ingovernável. À parte ser promissor ou não o plano econômico do governo, o Legislativo não permite sua aplicação. E não porque tenha uma alternativa preferida, o que seria admissível. São propósitos torpes que movem sua ação corrosiva, entre o golpismo sem pejo de aliar-se à imoralidade e os interesses grupais, de ordem material, dos chantagistas. Até o obrigatório exame dos vetos presidenciais é relegado, como evidência a mais dos propósitos ilegais que dominam o Congresso. A Câmara em particular, infestada, além do mais, por uma praga que associa a criminalidade material à criminalidade institucional do golpe.

A ingovernabilidade e, sinal a considerar-se, o pronunciamento político contra a figura presidencial, pelo comandante do Exército da Região Sul, são claros: se ainda temos regime constitucional, já não estamos sob legítimo Estado de Direito. A democracia institucional desaparece. Como indicado no percurso histórico, sempre que assim ocorreu e não foi contido em tempo, o rombo alargou-se. E devorou-nos, com nossa teimosa e incipiente democracia.
Herculano
25/10/2015 07:36
TIREM A MÃO DO NOSSO BOLSO, por Carlos Brickmann

Eles gostam do nosso dinheiro. Como o Reizinho de Jô Soares, amam suas cidades e pisam em quem nelas mora. Não é que um grupo de prefeitos se reuniu na quinta com Dilma para reclamar da CPMF? Pedem mais: em vez dos 0,2% que o Governo quer entuchar, exigem o dobro, para ficar com algum. O grupo engloba até quem se diz de oposição, mas na hora de cobrar segue a governanta.

O pior é que esses novos impostos, além de tirar de quem precisa para dar a quem gasta demais, perpetuam a loucura tributária. Remédio para gente paga 34% de imposto. Remédio para bicho, 13%. Livros e revistas, digamos, "adultos", 19%. Por que ficar doente em vez de olhar mulher pelada? Por que adoecer em vez de terceirizar a doença para o cachorro, que tem remédio mais barato?

Caríssimo, também, é calcular os tributos. Numa lista de 189 países, a Bolívia é a penúltima: uma empresa gasta 1.025 horas anuais de trabalho para declarar impostos. O Brasil é o último: 2.600 horas. O custo é embutido nos preços. E as coisas tendem a piorar: desde 1988, ano da Constituição Cidadã, são criadas 46 normas tributárias todos os dias. No total, até agora, pouco mais de 320 mil novas normas. O advogado Vinícius Leôncio concluiu em março um livro com todas as regras tributárias do país. Tem 41 mil páginas e pesa sete toneladas.

Fica fácil entender por que o país não consegue manter o crescimento por longos períodos. Em vez de simplificar as coisas e reduzir os gastos, Suas Excelências preferem criar impostos e aumentar alíquotas.

Devem ter seus motivos.
Herculano
25/10/2015 07:36
GASTAR COM SOBRIEDADE, por Carlos Brickmann

A ANAC, Agência Nacional da Aviação Civil, acaba de contratar o alpinista Waldemar Niclevitz para uma "palestra de caráter motivacional", nesta terça, em comemoração ao Dia do Servidor Público. Pela palestra, Niclevitz receberá R$ 19 mil, de acordo com o Diário Oficial da União de 15 de outubro. Niclevitz foi o primeiro brasileiro a escalar o Pico do Everest, o mais alto do mundo.

E que tem isso a ver com a aviação civil, que justifique o custo da palestra? Caro leitor, não faça perguntas difíceis. Talvez porque, como um avião, tenha subido alto.

NÃO QUER QUE A ANTA MORRA...

Eduardo Cunha está com a cabeça a prêmio, mas sabe usá-la para sobreviver. Equilibra-se entre dois grandes grupos e sabe que, quando se tornar desnecessário a qualquer deles, será degolado. Sua arma é segurar a decisão sobre o impeachment de Dilma. No momento em que decidir, perde a importância e o cargo, e corre o risco de ser convidado para uma viagem gratuita a Curitiba, com hospedagem e alimentação incluídas. Ou seja, vai se segurar enquanto pode, buscando um difícil acordo - difícil, porque ele pode ser traído numa boa, sob aplausos.

Ao deixar de ser útil, sua blindagem fica mais frágil que prédio de Sérgio Naya.

...NEM QUE A ONÇA PASSE FOME

Renan Calheiros também sabe como as coisas funcionam. O requerimento para a CPI do BNDES já tem 32 assinaturas. Ele pode instalá-la no Senado a qualquer momento. Mas espera: na Câmara, há a CPI dos Fundos de Pensão. Caso a CPI da Câmara se aproxime de alguma de suas instituições preferidas, como por exemplo o Postalis, dos Correios, lança a CPI do BNDES e divide as atenções.
E qual o caminho que Renan acha certo? Simples: o que melhor convier a ele.

ELE MANDA, ELA OBEDECE

Diante das fortes suspeitas de que pode haver fraude no pleito venezuelano, Caracas decidiu aceitar uma comissão internacional de observação. Fez todas as exigências possíveis: rejeitou a OEA, rejeitou observadores independentes ligados a institutos não governamentais, impôs a Unasul, onde tem influência imensa, como instituição observadora. Mas foi pouco: decidiu vetar o representante brasileiro, Nelson Jobim - que foi ministro do Governo Lula e do Supremo Tribunal Federal. O presidente do Tribunal Superior Eleitoral, ministro Dias Toffoli, decidiu com altivez: se há veto, o Brasil não envia representante. E que faz nosso Governo? Tenta convencer Toffoli a aceitar as imposições venezuelanas.

Não é meio muito, em termos de obedecer a tudo o que mandam os bolivarianos?
Herculano
25/10/2015 07:35
O PAÍS DO CARNAVAL, por Carlos Brickmann

Houve época, acredite, em que os partidos comunistas brasileiros exigiam que seus militantes conhecessem a doutrina e fossem capazes de enfrentar quaisquer adversários em debates (eram dois os partidos: o PCB, Partido Comunista Brasileiro, hoje PPS, que seguia a linha de Moscou, e o PCdoB, Partido Comunista do Brasil, mais ligado à China e, depois, à Albânia).

Dirigentes comunistas como Salomão Malina e Armênio Guedes lutaram em guerras contra fascistas e nazistas. Hoje a luta é diferente: a Juventude do PCdoB de Natal combateu bravamente os bonecos infláveis de Lula e Dilma, para rasgá-los.

O Pixuleco e a Bandilma, que retratam o ex-presidente e a atual presidente, ambos em trajes de presidiários, sofreram ferimentos mas estão aptos a participar de novos comícios.

CONSTATANDO

Preocupado com o futuro de Eduardo Cunha? Ele parece tranquilo: se as contas bancárias suíças não são dele, como garantiu, podem bloqueá-las à vontade, que ele não perde nada. O verdadeiro dono que reclame, não é mesmo?
Herculano
25/10/2015 07:26
PRINCIPAL MANCHETE DE CAPA DO JORNAL FOLHA DE S.PAULO DESTE DOMINGO: EM CRISE, PT PERDEU 11% DOS PREFEITOS QUE ELEGEU EM 2012. ESTA DEBANDADA PODE SER DE GENTE QUE TEM VERGONHA NA CARA E SABE O QUE VERDADEIRAMENTE É O PARTIDO, OU DE GENTE, QUE SEMPRE MIGRA PARA O PARTIDO DA VEZ PARA CONTINUAR NO PODER E NAS MAZELAS COM O DINHEIRO PÚBLICO. ESTES SÃO OS MAIS PERIGOSOS E HÁBEIS PARA ENGANAR OS ELEITORES

Parte 1

Texto de João Pedro Pitombo, de Salvador e Estevão Bertoni, de São Paulo. Vivendo a mais grave crise de sua história, com o desgaste da presidente Dilma Rousseff, problemas econômicos e as acusações de corrupção apuradas na Lava Jato, o PT já perdeu 11% dos prefeitos que elegeu em 2012.

Dos 619 petistas vencedores das últimas eleições municipais em todo o país, 69 haviam deixado a legenda até este mês, segundo o TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

O movimento é mais forte em SP, onde o partido perdeu 20 de 73 prefeitos. No Nordeste, viu a saída do único prefeito de capital que tinha (Luciano Cartaxo, de João Pessoa).

Em agosto, quando 14 prefeitos anunciaram que deixariam a sigla, o presidente do PT em São Paulo, Emídio de Souza, disse que o número era pouco representativo e culpou o assédio do PSB e do PSD pelas baixas. A Folha mostrou à direção do PT-SP a lista atualizada com todas as baixas de prefeitos no Estado, mas não houve resposta até a conclusão desta edição.

Muitos dos que estão trocando de legenda serão candidatos à reeleição no ano que vem. A movimentação é um indicativo das dificuldades que a sigla deverá enfrentar.

Até o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, estrela da sigla, cogita sair. Na sexta (23), pessoas próximas relataram à Folha que ele faz um movimento "incipiente" para se aproximar da Rede; no sábado (24), em sabatina na rádio CBN, ele negou a articulação e a chance de deixar o PT.

FALTA DE RENOVAÇÃO

Prefeito de Itupeva (a 73 km de São Paulo), Ricardo Bocalon migrou para o PSB por se dizer insatisfeito com a falta de renovação interna da legenda. "Na executiva do PT estão as mesmas pessoas há 20 anos. Tudo bem que há problemas, mas o PT tem que mostrar que tem gente boa, e se recusou a fazer isso", diz.

Para Bocalon, ficar no partido não prejudicaria sua reeleição. "Minha decisão é pessoal, de acreditar num partido que era diferente. Se perde consonância com a sociedade, não é mais um partido."

Em Boa Esperança do Sul (a 301 km da capital paulista), Edson Raminelli também se filiou ao PSB. O motivo, segundo ele, foi a proximidade com o governo Geraldo Alckmin (PSDB): "Sempre tive mais apoio do governo do Estado do que do federal".

Em Guareí (a 184 km de São Paulo), pesou para o prefeito João Momberg a necessidade de alianças com deputados para atrair verbas.

"A gente tinha dois deputados petistas na região, mas eles não se reelegeram. O Herculano Passos [federal, PSD], casado com a Rita Passos [estadual], me convidou para o partido porque teria apoio deles. Mudei com dor no coração, mas segui o interesse do município", diz Momberg, que era petista desde 1992.

Houve perdas em Estados comandados pela oposição, como Paraná (oito prefeitos) e Goiás (cinco), e mesmo onde os governos são da base da presidente Dilma, casos de Amazonas e Tocantins.

As principais baixas foram nas regiões Sul e Sudeste -exceção feita ao Rio Grande do Sul, onde o partido manteve os 71 eleitos em 2012.

O presidente do PT-RS, Ary Vanazzi, credita o feito ao nível de engajamento e debate político do partido no Estado.

"Os prefeitos e militantes ficam confortáveis porque abrimos o debate e temos uma postura crítica em relação aos erros do partido e do governo federal", afirma.
Herculano
25/10/2015 07:25
PRINCIPAL MANCHETE DE CAPA DO JORNAL FOLHA DE S.PAULO DESTE DOMINGO: EM CRISE, PT PERDEU 11% DOS PREFEITOS QUE ELEGEU EM 2012. ESTA DEBANDADA PODE SER DE GENTE QUE TEM VERGONHA NA CARA E SABE O QUE VERDADEIRAMENTE É O PARTIDO, OU DE GENTE, QUE SEMPRE MIGRA PARA O PARTIDO DA VEZ PARA CONTINUAR NO PODER E NAS MAZELAS COM O DINHEIRO PÚBLICO. ESTES SÃO OS MAIS PERIGOSOS E HÁBEIS PARA ENGANAR OS ELEITORES

Parte 2

O cientista político e professor da UFBA (Universidade Federal da Bahia) Jorge Almeida vê a saída de prefeitos como resultado de dois fatores: a crise de imagem do PT e a busca pelo respaldo de um aliado no campo estadual.

"Nas cidades pequenas, sobretudo, os prefeitos migram para partidos da base do governador em busca de obras e recursos estaduais. A crise do PT potencializou esse movimento", afirma.

A maioria dos prefeitos que deixaram o partido é do grupo de considerados "cristãos-novos" -vários deles filiados durante o período de maior popularidade do ex-presidente Lula. "Muitos foram para o PT sem identidade ideológica e agora estão saindo na primeira crise", diz Almeida.

'MIGRAÇÃO É NORMAL'

A migração de prefeitos entre os partidos políticos é normal, avalia o secretário nacional de organização do PT, Florisvaldo Souza. "Prefeitos saem de todos os partidos. Essa migração é normal, principalmente no período pré-eleição", disse. Ele acrescentou que cerca de 30 prefeitos de Minas Gerais, Bahia, Piauí e Ceará podem se filiar à sigla nos próximos meses.

Neste sábado (24), em São Paulo, o presidente do partido, Rui Falcão, disse que o PT filia mais políticos do que os perde. "Há 30 anos, toda matéria que sai diz que o partido vive a maior crise de sua história", ironizou.
Herculano
25/10/2015 07:13
DILMA ROUSSEFF É VAIADA NA ABERTURA DOS JOGOS MUNDIAIS INDÍGINAS. POIS É...EM RIO DO SUL ELA EVITOU ISTO. CADA VEZ MAIS ISOLADA, INSISTE EM FICAR E SACRIFICAR A POPULAÇÃO


Conteúdo do jornal Folha de S.Paulo. Texto de Juliana Coissi, enviada especial à Palmas, no Tocantins. A presidente Dilma Rousseff foi vaiada na abertura da primeira edição dos Jogos Mundiais dos Povos Indígenas, na noite desta sexta-feira (23), em Palmas (TO).

As vaias surgiram com a chegada da presidente à arena da abertura com cerca de uma hora de atraso. Em seguida, outro grupo puxou um coro de apoio a Dilma "Olê olê olê olá, Dilma, Dilma", mas foi seguido de nova onda de vaias.

Antes mesmo da presença da presidente, houve vaias do público em resposta a um grito "Dilma! Dilma", iniciado por parte da plateia.

Um dos líderes indígenas, Marcos Terena, ao lado de Dilma, pediu o fim das vaias. "Aqui não é comício, índio não tem costume de vaiar. Nós respeitamos as autoridades".

Além de etnias do Brasil, povos de outros 23 países foram convidados para o evento, que reúne competições entre os grupos indígenas, apresentações culturais e debates.

Na arquibancada, havia faixas pedindo a demarcação de terras indígenas e manifestos contrários à PEC 215, que transfere para o Congresso a atribuição de oficializar a demarcação das terras indígenas.

Além do chefe dos terenas, outra liderança dos xavantes, ao microfone, pediu à presidente que não seja aprovada a PEC 215 e que o governo federal olhe com atenção para os guarani caiovás, do Mato Grosso do Sul, "que estão sendo dizimados".

Apesar da visita oficial para abertura dos jogos, Dilma ocupou a maior parte da tarde reunida com empresários do Estado.

Durante a cerimônia, uma liderança indígena dos Estados Unidos leu um comunicado em nome do secretário-geral da ONU, Ban Ki-Moon, em que ele ressaltou o evento como "um incrível exemplo de como os jogos podem unir povos e promover a paz".

Dilma deixou a arena pouco depois das 22h sem discursar, após a apresentação das delegações.
Herculano
25/10/2015 07:03
DILMA CORREU DE RIO DO SUL ONDE SERIA RECEBIDA POR PROTESTOS E A IMPRENSA DAQUI E DO BRASIL AFIRMOU, A MANDO DO PT, DA PREGUIÇA PROFISSIONAL QUE A ACOMPANHA OU DA IDEOLOGIA DE ESQUERDA QUE A IMPREGNA, E SEM CHECAR COISA FACTUAIS, QUE FOI POR CAUSA DAS MÁS CONDIÇÕES CLIMÁTICAS. VÍDEOS QUE CIRCULAM NA REDE PROVAM QUE O TEMPO NO CÉU ESTAVA BOM E S?" ESTAVA RUIM EM TERRA E NO HORIZONTE DO PT

A presidente Dilma Vana Rousseff, PT, prometeu vir ontem, sábado, a Rio do Sul olhar o estragos das enchentes, que a todo ano assolam aquela cidade e o Vale do Itajaí. Não veio. Nenhuma autoridade foi lá. Ficaram todos em Florianópolis. E passaram longe do clamor da população que está cansada das promessas dos políticos - seja de que partido forem eles - para este antigo assunto.

Estão cansadas de bancarem elas próprias os estragos, muitos frutos da inércia governamental para a solução mitigadora possível.

Dilma vinha de verdade arrumar um assunto para sair do noticiário de roubo, corrupção, incompetência, inflação, pedalada, impeachment. Não vinha fazer nada além do que prometer verbas - que não as possui mais devido o déficit no Orçamento que não gerenciou - para obras necessárias para a mitigação do problemas prometida há anos, renovadas a cada episódio.

"A Dilma mijou nas calças e correu", gritava um dos que protestavam, registrada no vídeo. Os petistas - que estavam ali defronte a Matriz para puxar o saco e protege-la - se mostravam inconformados e valentes, como sempre, diante de uma realidade que não pode ser contestada mais ou como trogloditas que são e sem argumentos, diálogo...

Um deles, como mostra o vídeo, tentou rasgar um cartaz feito a mão em que se registrava os prejuízos de R$500 milhões da população na enchente do ano passado, contra os mais de R$100 bilhões roubados pelos políticos do PT, PMDB e PP da Petrobrás para poucos, bolsos e campanhas para se manter no poder e no roubo, corrupção do dinheiro do povo.

O militante queria destruir o cartaz e a comparação, como se este ato apagasse este mal feito contra a nação, a ética e a moralidade pública. O céu em perfeitas condições para o pouso do helicóptero. Dilma só não veio porque foi avisada pela organização criminosa que persegue quem mostra a verdade, reivindica o legítimo e quer a estabilidade política e econômica de volta para se empregar.

Dilma correu. Se mijou nas calças como alegavam os militantes, ninguém sabe. O que todo mundo sabe é a imprensa mentiu pautada pelo PT, quando alegou-se más condições climática para pousar lá.

O que é a verdade crua e que revolta os cidadãos? é de que todos terão que aguardar muito tempo e continuar pagando os prejuízos e pagar também os pesados impostos e esperar a próxima enchente, pois do governo, dos políticos, dos gestores públicos atuais, e principalmente do PT, não terão a piedade, atenção e nem atitude para uma solução, e principalmente quando não se submetem e se tornam cordeiros para sempre imolados em favor do roubo de poucos. Wake up, Brazil!

Observação final: a vaia a Dilma - que acontece até nos "jogos olímpicos indígenas", não é apenas contra a pessoa tosca e ditatorial da presidente Dilma que tenta se manter no poder a qualquer custo, mas contra um governo mentiroso, fraco, corrupto e que não oferece qualquer perspectiva de sair deste enrosco. A população está cansada deste sacrifício e da incerteza.
Pernilongo Irritante
24/10/2015 21:13
É por isso que o PMDB é igual ao PT.

O vice Michel Temer disse que o PMDB sempre tirou o Brasil das crises.
Deve estar viajando. O plano real não é do PMDB e só ali o Brasil saiu da crise.

Aqui em Gaspar dizem que não são como o PMDB do Brasil. Quem tem um Alberto Santos só pode estar viajando ou voando. Eu também conheço uma moça que diz que está meio grávida.

Coisas de política...
Herculano
24/10/2015 20:29
MALUF REJEITA COMPARAÇÃO COM EDUARDO CUNHA, por Josias de Souza

A semana terminou sem que Eduardo Cunha recobrasse a memória sobre as contas que abriu na Suíça. A insistência com que o deputado continua negando tudo o que está na cara lhe valeu uma posição de destaque no panteão do cinismo. Foi acomodado à direita de Paulo Maluf. A comparação deixou Maluf abespinhado. "Você viu algum documento meu? Cartão de crédito? Viu cheque? Algum extrato?", indagou o modelo de Cunha.

Responsável pelas investigações que desbarataram as malufagens que desviaram verbas da prefeitura de São Paulo para contas bancárias no estrangeiro, o promotor Silvio Marques diz que foram encontradas, sim, assinaturas de Maluf em papeis de empresas donas de contas na Suíça. Encontrou-se também, segundo ele, o jemegão de Flávio Maluf, filho do deputado, em documentos que autorizaram movimentações em contas abertas no paraíso fiscal britânico de Jersey.

?" Moral: as más companhias podem fazer com que pessoas consideradas péssimas se sintam muito melhores do que são.
Herculano
24/10/2015 17:57
BISPOS APROVAM MEDIDAS QUE DEIXAM A IGREJA CAT?"LICA MAIS ABERTA A DIVORCIADOS E GAYS

Conteúdo das agências internacionais. Texto de Veja. Bispos católicos de todo o mundo adotaram neste sábado um documento que põe fim a um polêmico sínodo de três semanas, no qual atenderam os pedidos do papa Francisco para criar uma Igreja mais acolhedora aos parceiros que não se casaram no religioso, aos gays e aos que divorciados recasados.

O documento final ressaltou o papel do discernimento e da consciência individual no manejo de situações familiares difíceis, um método já amplamente usado pelos setores mais liberais da Igreja. Na prática, cabe a cada padre a decisão sobre como lidar com temas controversos, como a comunhão a pessoas divorciadas.

Foi necessário uma maioria de dois terços para aprovar cada parágrafo.

Os conservadores estavam resistindo em dar qualquer margem de manobra para a medida que dava o direito à comunhão aos divorciados. O esclarecimento acerca do discernimento e da consciência pode, no entanto, abrir a porta para exceções caso a caso, de acordo com a doutrina católica.

A disputada cúpula de 270 bispos expôs as profundas diferenças entre os prelados ante o pedido de Francisco para a Igreja se tornar mais misericordiosa e menos crítica.

Os dois temas mais polêmicos do sínodo foram os que tratavam da questão dos homossexuais e dos divorciados frente à Igreja.

O texto final repetiu a doutrina da Igreja que diz que os gays devem ser amados e respeitados. A única novidade foi dizer que as famílias homossexuais requerem cuidado pastoral especial.

Os conservadores se ativeram à doutrina da Igreja e resistiram à pressão dos colegas mais progressistas, que queriam uma nova estratégia.

No entanto, Francisco retirou do debate um tema polêmico pouco antes de o sínodo ter início, ao aprovar uma nova norma que facilita o processo para que casais divorciados consigam a nulidade de seu matrimônio.

Assim, o sínodo se centrou em questões muito mais controversas, desde como oferecer à Igreja uma preparação melhor para o casamento de novos casais até como achar formas de acolher as famílias divididas pela imigração, pela pobreza ou pela guerra.

"Não creio que nenhuma de nossas famílias seja perfeita", disse o cardeal canadense Gerald Lacroix. "Todas as nossas famílias, incluindo a minha, têm pessoas com problemas. Temos de caminhar com eles e ajudá-los."

No início do encontro, uma carta de 13 cardeais conservadores a Francisco ganhou destaque. Eles se queixavam dos procedimentos do sínodo e advertiam que a própria Igreja Católica estava em risco de entrar em colapso se os bispos cedessem às pressões dos fiéis.

Depois, as discussões chegaram à imprensa, quando vários cardeais de alto escalão trocaram críticas de forma pública. Os bispos alemães expressaram seu descontentamento redigindo suas próprias emendas por escrito, com uma crítica públicas ao cardeal australiano George Pell, que liderou o grupo conservador no sínodo.

Por último, um jornal italiano publicou uma matéria que dizia que Francisco padecia de um tumor cerebral. O Vaticano desmentiu a notícia de forma veemente e sugeriu que o objetivo dela era colocar em dúvida a saúde, e portanto a autoridade, do papa ante o sínodo
Herculano
24/10/2015 17:46
A CONVENÇÃO DO PMDB DE GASPAR SERÁ NESTE DOMINGO

O leitor que diz se chamar Alberto Santos me corrige com propriedade. curvo-me e penitencio-me. A "convenção" do PMDB de Gaspar, que vai homologar o nome do advogado Carlos Roberto Pereira, será amanhã pela manhã, domingo, na Sociedade São João Batista, no Gasparinho. Não foi hoje, como noticiei de forma equivocada.

Faço esta correção em respeito à verdade, e principalmente aos leitores e leitoras que tornaram a coluna líder de acessos na internet. Se publiquei e errei, não soneguei nada, e muito menos foi proposital, em algo público e amplamente divulgado, como acusou o peemedebista.

Quanto as outras acusações e observações de Alberto, estão na mesma linha.

Ele me pede para esclarecer de que, quem fez a Ação contra o Jornal Metas e que impediu a publicação de uma pesquisa de intenção de votos às vésperas da eleição, foi a Coligação da Andreia Nagel. Pedido feito. Pedido aceito. Esclarecerei, mais uma vez.

Não foi propriamente a Coligação em que Andreia estava, o DEM, a verdadeira autora de tal Ação. Isto já foi escrito aqui naquela época. Foi uma iniciativa isolada do advogado da Coligação, estimulado pelo próprio PMDB, o único interessado. Isto, a iniciativa do advogado e estimulado por outro, provocou uma cisão na Coligação de Andreia, cuja cicatriz não se curou até hoje. Carlos Roberto Pereira, comemorou de forma dupla: não ficar exposto e o resultado que outros conseguiram na Justiça para ele.

Quanto a Rádio 97,9 FM, deixo o Joel Reinert, explicar esta situação mais uma vez. Não sou seu advogado.

Não é de hoje que o PMDB de Gaspar possui muitas dificuldades, repito, muitas dificuldades para lidar com a imprensa plural. A semelhança do PT que está no poder, o PMDB prefere a imprensa submissa, amiga, dependente de promessas e migalhas.

E não se trata de algo do passado. Há duas semanas, o suplente de vereador Raul Schiller, ao ser inocentado de um longo Processo por suposta Compra de votos na localidade de Marinha, no Bela Vista, saiu atirando contra colunistas e imprensa, como se ambos fossem os autores da denúncia e da Ação.

A defesa do suplente de vereador foi feita pelo futuro presidente do PMDB local, Carlos Roberto Pereira. Orientou mal, ou permitiu tal assanhamento do seu cliente.

O mesmo que vive sugerindo pautas sobre as mazelas de Ilhota, governada por Daniel Christian Bosi, PSD. Elas existem e aqui, elas não precisam de pautas.

Sabe Carlos Roberto Pereira, que isto enfraquece o candidato concorrente daqui e fortalece o seu, mesmo na falta de atitude e discurso de mudanças, e juras de que não fará nada igual ao que se vê e se lê no noticiário cotidiano sobre o PMDB nacional.

É assim que funciona os bastidores do poder e principalmente dos que buscam-no. É com gente como Alberto Santos que o PMDB de Gaspar que dar lições, diminuir, desacreditar e constranger a imprensa local, como se dono dela fosse.

Não será o senhor Alberto Santos que vai me pautar ou me desviar do meu trabalho, aproveitando-se de uma nota errada, fácil de ser corrigida que publiquei. Agora, afirmar de que faço isto de propósito é uma provocação despropositada. Comigo, não! Procure outro para intimidar. Acorda, Gaspar!
Herculano
24/10/2015 16:30
CERCO AO CONGRESSO, por Guilherme Fiuza, para o jornal O Globo

Parte 1

Dilma pediu à equipe econômica para flexibilizar a meta fiscal. Poderia aproveitar e pedir para flexibilizar o Código Penal.

Quem roubou não pode chamar o PT de ladrão, disse Luiz Inácio da Silva. Ou seja: ladrão que rouba ladrão tem cem anos de perdão, mas ladrão que xinga ladrão vai se ver com Lula. Até que enfim, uma medida moralizadora. O PT quer ser respeitado ao menos pelos bandidos ?" o que dentro da cadeia é uma coisa importante.

E por falar em bandido, roubo e cadeia, o delator Fernando Baiano disse que deu R$ 2 milhões do petrolão à nora de Lula. Enquanto isso, retorna à pátria (e à Papuda) Henrique Pizzolato, um dos heróis petistas do mensalão. As obras completas dos companheiros nestes 13 anos são realmente impressionantes. Se o governo do PT fosse um filme, seria o "Sindicato dos ladrões" ?" com todo o respeito. O mais curioso é como o Brasil se harmonizou bem com esse projeto criminoso de poder, na definição do ministro Celso de Mello (que não roubou, então pode dizer que o PT é ladrão).

Pizzolato esfaqueou o Banco do Brasil, Baiano esfolou a Petrobras ?" e esses são apenas dois agentes do maior sistema de corrupção da história, regido pelo PT de dentro do Palácio do Planalto. Agora tirem as crianças da sala para a notícia estarrecedora: o PT continua dentro do palácio.

Como escreveu Fernando Gabeira, o Brasil desmoralizou a instituição do batom na cueca. A mancha veio da lavanderia, o batom era progressista e a cueca era do bem. O ministro Gilmar Mendes disse que Dilma não precisa de um Fiat Elba como o de Collor para cair. Claro que não. Ela pode cair pedalando ?" o que seria inclusive menos poluente. As pedaladas fiscais que o TCU já condenou são crime de responsabilidade, e constituem uma fração do tal projeto criminoso ?" que não é feito só de mensalões e pixulecos, mas também de fraudes contábeis para maquiar o rombo.
Herculano
24/10/2015 16:29
CERCO AO CONGRESSO, por Guilherme Fiuza, para o jornal O Globo

Parte 2

Não deixem as crianças ouvirem: essa orgia companheira acaba de render ao Brasil o selo de país caloteiro. Agora sejam fortes: as pedaladas continuaram este ano, depois de flagradas e desmascaradas, e pelo menos uma das centrais de tramoias do petrolão continuou ativa depois da revelação do escândalo. Deu para entender? O PT é o cupim do Estado brasileiro, e não dá para pedir a ele: senhor cupim, por favor, poderia parar de devorar a mobília até 2018? O Brasil está esperando que os cupins passem a se alimentar de vento estocado e façam o ajuste fiscal.

Dilma Rousseff declarou na Finlândia que este governo não está envolvido com corrupção. É verdade. A corrupção, coitada, é que está envolvida com este governo. De cabo a rabo. A Lava-Jato já apresentou as evidências de que a própria reeleição de Dilma se alimentou do petrolão ?" e Vaccari, o ex-tesoureiro do PT, está preso por causa disso. Mas o governo promete tapar o rombo, e lá estão os brasileiros com os braços estendidos para a seringa da nova CPMF, ou bolsa cupim. Contando, ninguém acredita.

Nesse meio tempo, num lugar muito distante da Finlândia, o Banco Central informa que desistiu de cumprir a meta fiscal. Note bem: não foi uma frase de Mercadante, Mantega ou outra das nossas autoridades de picadeiro. O Banco Central do Brasil, espremido entre a inflação e a recessão, teve que largar no chão a arma da política monetária: simplesmente não há o que fazer para respeitar a meta fiscal em 2016. Dilma reagiu: pediu à sua equipe econômica para flexibilizar a meta fiscal. Nessa linha, poderia aproveitar e pedir para flexibilizar o Código Penal. Seria mais eficaz neste momento.

O governo parou. Dilma, a representante legal (sic) do projeto criminoso de poder, está morando de favor no palácio. Conta com a blindagem do STF aparelhado, do companheiro procurador Janot e de um bando de inocentes úteis que doam suas reputações em troca de uma fantasia progressista cafona (alguns perderam a inocência na tabela dos pixulecos). Quem pode descupinizar o palácio é o Congresso Nacional. O pedido de impeachment está nas mãos do presidente da Câmara, que um Brasil abobado transformou em inimigo público número um ?" porque aqui quem assalta com estrelinha no peito é herói. Eduardo Cunha pode ser cassado, condenado ou execrado, só não pode roubar a cena daqueles que roubaram o país inteiro.

Os brasileiros que estão autorizados por Lula a chamar o PT de ladrão estão chegando a Brasília, acampando em frente ao Congresso Nacional. Quando deputados e senadores estiverem devidamente cercados pela multidão, brotará num passe de mágica sua responsabilidade cívica. Aí os nobres representantes do povo farão, altivamente, a descupinização do palácio?" sem traumas, em nome da lei. O resto é com a polícia.
Herculano
24/10/2015 16:26
UM PREÇO ALTO DEMAIS, por Marco Aurélio Nogueira, professor de Teoria Política, na Unesp, para o jornal O Estado de S. Paulo.

Parte 1

Treze anos depois da posse de Lula, o medo está vencendo a esperança. Houve importantes avanços sociais, mas eles não se mostraram sustentáveis. A correlação de forças não se alterou, mudanças estruturais não se realizaram e o conjunto das políticas de Estado mal saiu do lugar. O País continua patinando em termos de saúde, educação e infraestrutura. O prometido "espetáculo de crescimento" não passou de um jargão solto no ar e o governo Dilma está na ponta do precipício.

Como foi possível que tudo desse tão errado? Há diagnósticos parciais, quase sempre envenenados pela luta político-partidária que engessou a sociedade desde que Lula foi eleito presidente. A polarização dos últimos anos afastou o debate público do fundamental.

Na economia, por exemplo, a corrente mais liberal afirma que houve descuido com as contas públicas e excesso de intervenção estatal, que os gastos não levaram em conta a capacidade de arrecadação do Estado. A crise externa desempenhou um papel, mas o problema principal foi interno, pois o governo abandonou os "fundamentos econômicos" e trouxe de volta a inflação e a "irresponsabilidade fiscal". Optou-se pela continuidade dos gastos públicos sem o devido cuidado com as receitas e a estabilidade. A única saída é um aperto fiscal duro.

Os economistas mais alinhados com o governo e o PT, por sua vez, não concordam com esse diagnóstico. Eles se subdividem em duas correntes: os "novos desenvolvimentistas", mais tradicionais, e os "social-desenvolvimentistas", que defendem a combinação de políticas sociais ativas com investimentos em infraestrutura energética e logística. Ainda que seja favorável a medidas anticíclicas, esta segunda corrente não as vê como algo permanente. Tem pontos de contato com a "nova matriz econômica", mas não a endossa como coisa sua. Não é tão "estatista" e "intervencionista" quanto ela, por exemplo. Nem aplaude a opção pelo consumo como impulsionador do crescimento. Para ela, a orientação geral beneficiou os setores sociais mais fragilizados, mas os erros de gestão e algumas escolhas equivocadas foram tão graves que tornaram inevitável um ajuste. Os "social-desenvolvimentistas", porém, opõem-se ao que chamam de "austericídio", defendendo um ajuste calibrado para recompor a capacidade de financiamento do Estado.
Herculano
24/10/2015 16:25
UM PREÇO ALTO DEMAIS, por Marco Aurélio Nogueira, professor de Teoria Política, na Unesp, para o jornal O Estado de S. Paulo.

Parte 2

No fundo desse debate, está a questão do Estado, verdadeiro divisor de águas no mundo contemporâneo. Mas do mesmo modo que os liberais entendem o valor da regulação e sabem que é insensato discutir se o Estado deve ou não intervir na economia, os "social-desenvolvimentistas" entendem que as contas públicas precisam de equilíbrio e hoje o ajuste é inevitável. Uns e outros aceitam que os setores público e privado precisam trabalhar juntos. Sabem, também, que cortar gastos públicos tem efeitos perversos no emprego e na renda. E que um aperto duro demais pode fazer a recessão se estender no tempo e ser mais profunda.

Ambas as correntes são críticas do governo atual. Deveriam dialogar mais entre si. A contraposição dogmática das visões, porém, bloqueia a formação de uma agenda econômica. O debate gira em torno de dois polos incomunicáveis, que se comportam com autossuficiência, como se não existissem mais alternativas.

A saída mais sensata e inteligente seria o entendimento entre governo, trabalhadores e empresários, em nome de um ajuste que não dizime a sociedade. Mas ninguém patrocina isso.

O calcanhar de Aquiles dos governos petistas tem sido a política de coalizões, ou seja, o modo como o partido buscou compensar a falta de maioria parlamentar e de condições de governabilidade. Recusando-se a investir numa frente social-democrata que reunisse PT e PSDB, a opção petista foi buscar o "baixo clero" do Congresso Nacional, ou seja, os partidos menores. Uma opção de risco, porque o preço cobrado pelo apoio foi alto e teve de ser pago em moeda, não só com cargos e favores. O episódio do "mensalão" escancarou o procedimento, que espalhou seus venenos pelo sistema. O partido recompôs sua base, aliou-se ao PMDB e passou a fazer vista grossa para o crescimento da corrupção, agora praticada mediante empreiteiras e empresas públicas, como a Petrobrás. Ainda que não tenha impedido que Lula e Dilma se reelegessem em 2006, 2010 e 2014, tal política amarrou e enfraqueceu o PT, forçando seus governos a uma entrega ao PMDB, que, aos poucos, foi engolindo o partido e a agenda governamental.

A política de coalizões se articulou com uma política de "aliança de classes" por meio do Estado. Lula atraiu o apoio do grande empresariado e dos setores organizados da classe trabalhadora em nome de uma política expansionista que anunciava ganhos para todos, beneficiando os mais pobres com políticas assistencialistas e de transferência de renda. O Estado converteu-se no grande articulador político do País. Para manter os inúmeros aliados, Lula, Dilma e o PT concederam todos os anéis, viraram as costas para a esquerda democrática e passaram a tratar os adversários como inimigos. Cortaram o País em duas metades. Ajudaram a alimentar o "ódio" de que tanto reclamam hoje.

Com o fracasso da política econômica, a difícil reeleição em 2014 e a falta de molejo político da presidente, o governo Dilma passou a perder apoios em cascata. Deixou de coordenar até mesmo as próprias bases. Nada do que tenta fazer funciona.

Sem forças para repor a política de alianças e coalizões, o governo ficou sem capacidade de agendamento e ação. Abriu-se, assim, o cenário surreal em que nos encontramos, no qual um governo recém-empossado parece prematuramente envelhecido e caminha para o ostracismo, ameaçando arrastar a sociedade consigo.

A gritaria é geral, mas pouco se faz para que se reponham as bases da convivência civilizada e produtiva entre os que pensam diferentemente.
Herculano
24/10/2015 16:18
A LIBERTAÇÃO ESTÁ NOS FATOS, por Fernão Lara Mesquita, para o jornal O Estado de S. Paulo

Parte 1

Poucas vezes terá havido situação semelhante à deste nosso banquete de horrores no qual 90% dos comensais declaram-se com nojo da comida que lhes tem sido servida, mas são obrigados a continuar a tragá-la simplesmente porque não sabem pedir outro prato.

Na segunda-feira, 19, O Globo publicou nova reportagem da série Cofres Abertos, sobre a realidade do Estado petista. O título era Remuneração em ministério vai até R$ 152 mil. Eis alguns dados: Lula acrescentou 18,3 mil funcionários à folha da União em oito anos. Em apenas quatro Dilma enfiou mais 16,3 mil. Agora são 618 mil, só na ativa; 103.313 têm "cargos de chefia". Os títulos são qualquer coisa de fascinante. Há um que inclui 38 palavras: "chefe de Divisão de Avaliação e Controle de Programas, da Coordenação dos Programas de Geração de Emprego e Renda..." e vai por aí enfileirando outras 30, com o escárnio de referir um acinte desses à "geração de emprego e renda"...

O "teto" dos salários é o da presidente, de R$ 24,3 mil. Mas a grande tribo só de caciques constituída não pelos funcionários concursados ou de carreira, mas pelos"de confiança", com estrela vermelha no peito, ganha R$ 77 mil, somadas as"gratificações", que podem chegar a 37 diferentes. No fim do ano tem bônus "por desempenho". A Petrobrás distribuiu mais de R$ 1 bilhão aos funcionários em pleno "petrolão", depois de negar dividendos a acionistas. A Eletronorte distribuiu R$ 2,2 bilhões em "participação nos lucros", proporcionados pelo aumento médio de 29% nas contas de luz dos pobres do Brasil, entre os seus 3.400 funcionários. Houve um que embolsou R$ 152 mil.

A folha de salários da União, sem as estatais, que são 142, passará este ano de R$ 100 bilhões, 58% mais, fora inflação, do que o PT recebeu lá atrás.

Essa boa gente emite 520 novos "regulamentos" (média) todo santo dia. Existem 49.500 e tantas "áreas administrativas" divididas em 53 mil e não sei quantos"núcleos responsáveis por políticas públicas"! Qualquer decisão sobre água tem de passar pela aprovação de 134 órgãos diferentes. Uma sobre saúde pública pode envolver 1.385 "instâncias de decisão". Na educação podem ser 1.036. Na segurança pública, 2.375!

E para trabalhar no inferno que isso cria? Quanto vale a venda de indulgências?

Essa conversa da CPMF como única alternativa para a salvação da pátria em face da "incompressibilidade" dos gastos públicos a favor dos pobres não duraria 10 segundos se fatos como esses fossem sistematicamente justapostos às declarações que 100 vezes por dia os jornais, do papel à telinha, põem no ar para afirmar o contrário. Se fossem editados e perseguidos pelas televisões com as mesmas minúcia, competência técnica e paixão com que seus departamentos de jornalismo fazem de temas desimportantes ou meramente deletérios verdadeiras guerras santas, então, a Bastilha já teria caído.
Herculano
24/10/2015 16:18
A LIBERTAÇÃO ESTÁ NOS FATOS, por Fernão Lara Mesquita, para o jornal O Estado de S. Paulo

Parte 2

Passados 10 meses de paralisia da Nação diante da ferocidade do sítio aos dinheiros públicos e ao que ainda resta no bolso do brasileiro de 2.ª classe, com a tragédia pairando no ar depois de o governo mutilar até à paraplegia todos os investimentos em saúde, educação, segurança pública e infraestrutura, a série doGlobo é, no entanto, o único esforço concentrado do jornalismo brasileiro na linha de apontar com fatos e números que dispensam as opiniões de "especialistas"imediatamente contestáveis pelas opiniões de outros "especialistas" para expor a criminosa mentira de que este país está sendo vítima.

Nem por isso deixou de sofrer restrições mesmo "dentro de casa", pois, apesar da contundência dos fatos, da oportunidade da denúncia e da exclusividade do que estava sendo apresentado, a 1.ª página do jornal daquele dia não trazia qualquer"chamada" para o seu próprio "furo" e nem as televisões da casa o repercutiram. O tipo de informação sem a disseminação da qual o Brasil jamais desatolará da condição medieval em que tem sido mantido tornou-se conhecido, portanto, apenas da ínfima parcela da ínfima minoria dos brasileiros alfabetizados que lê jornal que tenha folheado O Globo inteiro daquele dia até seus olhos esbarrarem nela por acaso e que se deixaram levar pela curiosidade página abaixo.

É por aí que se agarra insidiosamente ao chão essa cultivada perplexidade do brasileiro que, em plena "era da informação", traga sem nem sequer argumentar aquilo que já não admitia que lhe impingissem 200 anos atrás mesmo que à custa de se fazer enforcar e esquartejar em praça pública.

Do palco à plateia, Brasília vive imersa no seu "infinito particular". Enquanto o País real, com as veias abertas, segue amarrado ao poste à espera de que a Pátria Estupradora decida quem vai ou não participar da próxima rodada de abusos, os criminosos mandam prender a polícia e a plateia discute apaixonadamente quem deu em quem, entre os atores da farsa, a mais esperta rasteira do dia.

Deter o estupro não entra nas cogitações de ninguém. A pauta da imprensa ?" e com ela a do Brasil ?" foi terceirizada para as "fontes" que disputam o comando de um sistema de opressão cuja lógica opõe-se diametralmente à do trabalho. Os fatos, substância da crítica que pode demolir os "factoides", esses todos querem ocultados.

Perdemos as referências do passado, terceirizamos a "busca da felicidade" no presente, somos avessos à fórmula asiática de sucesso quanto ao futuro. Condenamo-nos a reinventar a roda em matéria de construção de instituições democráticas porque a que foi inventada pela melhor geração da humanidade no seu mais "iluminado" momento e vem libertando povo após povo que dela se serve está banida das nossas escolas e da pauta terceirizada pela imprensa a quem nos quer para sempre amarrados a um rei e seus barões. Como o resto do mundo resolve os mesmos problemas que temos absolutamente não interessa aos "olheiros"dos nossos jornais e TVs no exterior, que, de lá, só nos mostram o que há de pior...

A imprensa nacional está devendo muito mais à democracia brasileira do que tem cobrado aos outros nas suas cada vez mais segregadas páginas de opinião.
Herculano
24/10/2015 16:15
ESTÁ (QUASE) TUDO DOMINADO, por Plácido Fernandes Vieira, para o jornal Cruzeiro Braziliense


Três episódios, ocorridos no Congresso em intervalo de poucas horas, evidenciam que o bateu levou entre Dilma Rousseff e Eduardo Cunha (PMDB-RJ) não passou de cortina de fumaça. Enquanto os dois trocavam ataques verbais sobre quem está mais enlameado no escândalo do petrolão - se o presidente da Câmara ou o governo dela -, os acontecimentos, estranhamente, tratavam de desmentir o tal arranca-rabo. Isso porque, na vida real, os acertos de bastidores comandados por Lula e caciques do PMDB para livrar o mandato tanto da petista quanto do peemedebista - conforme noticiados dias antes pelo Correio e pelo O Estado de S. Paulo - começavam a ser postos em prática e contrariavam a encenação.

Vamos a eles: logo cedo, na quarta-feira, o presidente do Senado, Renan Calheiros, iniciou a manobra - já cantada em verso e prosa pela imprensa - e estendeu de 15 para 45 dias o prazo de defesa do governo no caso das pedaladas, empurrando o desdobramento da questão para sabe-se lá quando. Já na madrugada da quarta para a quinta-feira, deputados governistas enterraram a CPI da Petrobras. Sem nenhum pudor, atropelaram a oposição e tiveram o duplo cuidado de livrar tanto Cunha quanto Dilma de qualquer constrangimento. Na quinta-feira de manhã, Cunha - já livre da CPI - devolveria a gentileza ao Planalto ao declarar que pedalada pode não ser motivo de impeachment.

Mas o gesto de "boa vontade" do deputado para o governo pode ter vindo tarde demais. Decisão do ministro Teori Zavascki, do STF, aponta para isso. Ele autorizou a repatriação de propinas do petrolão que estariam em contas secretas do parlamentar na Suíça. Com isso, fica mais complicada a sobrevivência dele no comando da Câmara. Sim, delatores contaram que dinheiro do bilionário esquema de corrupção foi para políticos do PT, PMDB, PP e ajudaram a financiar a reeleição de Dilma. No entanto, até agora, apenas as investigações contra Cunha avançam de forma célere.

Tudo acontece de maneira tão embaralhada - tudo ao mesmo tempo - que até a decretação da prisão de Cunha, pelo STF, é hipótese no tabuleiro da crise política. Um deputado governista entrou com o pedido no Ministério Público, que deve encaminhá-lo ao Supremo. Ou seja: não há saída para Cunha fora de um acerto com o Planalto. Afinal, a oposição - mesmo que quisesse - não tem força política para dar sustentação a ele. O que se pergunta é: uma vez salva de um processo de impeachment, Dilma jogará a boia salva-vidas para o então inimigo nº 1 do governo? Aguardem os próximos capítulos.
Herculano
24/10/2015 16:12
A CONTA DO POPULISMO FISCAL, por Ronaldo Caiado, médico, senador por goiás pelo DEM, para o jornal Folha de S. Paulo

A reprovação das contas de 2014 da presidente Dilma Rousseff pelo TCU (Tribunal de Contas da União) serviu para legitimar aquilo que todo brasileiro já sabe: a presidente usou e abusou das contas públicas como ferramenta de sua reeleição. O que é preciso saber agora ?"e meu requerimento ao tribunal acaba de ser acatado nesse sentido?" é detalhar as causas e as consequências desse aumento da dívida interna.

Logo nas primeiras semanas de mandato como senador ingressei com um requerimento ao TCU (RQS 35/2015) solicitando uma auditoria sobre o aumento da dívida interna brasileira no período entre 2011 e 2014. Também acresci ao pedido uma avaliação sobre o impacto das operações com títulos públicos emitidos diretamente ao BNDES de 2008 a 2014 nos custos da dívida pública mobiliária federal. Trata-se de dar transparência, ou melhor, de escancarar o uso desenfreado de recursos do Tesouro para financiar uma política econômica equivocada e que, no último ano eleitoral, tornou-se criminosamente irresponsável.

Já temos uma prévia: em resposta à minha solicitação, o relator e ministro do TCU, Raimundo Carreiro, divulgou que estudos semelhantes já estão em fase adiantada de apuração e que dados coletados na pesquisa confirmam o disparate que se tornaram os gastos públicos. "De fato, a dívida interna líquida do setor público cresceu 14,03% em 2014 em relação a 2013. Ela evoluiu de 45,39% do PIB em 2013 para 48,35%. Quanto à materialidade, importa ressaltar que o crescimento da dívida interna líquida do setor público em 2014 foi de R$ 328,5 bilhões em comparação ao exercício anterior."

Podemos encarar como uma síntese de quanto custou aos cofres públicos reeleger Dilma Rousseff: R$ 328,5 bilhões em cima de uma já considerada "política fiscal expansionista", como define o TCU. O tribunal também ressalta preocupação sobre o resultado da auditoria em um cenário de "crise de credibilidade da política econômica". Em outras palavras: o balanço será mais um duro golpe na confiança do mercado e da população sobre a capacidade ?"e a idoneidade?" desse governo para propor qualquer ajuste. Antes de essa crise ser política e econômica, ela é moral.

A parte mais acintosa com a qual os recursos do Estado brasileiro foram pulverizados em prol de um projeto de perpetuação no poder está no BNDES. Estima-se que, da expansão da dívida pública de cerca de R$ 1,11 trilhão nos últimos dez anos, cerca de R$ 400 bilhões referem-se a emissões de títulos públicos para capitalizar o banco, o que corresponde a aproximadamente 30% do total. É um volume agressivo que estaria sendo usado arbitrariamente para beneficiar algumas empresas selecionadas, bem como obras em países governados por aliados ideológicos do PT.

Desde 2009, quando o ex-ministro Guido Mantega abriu o caixa do banco por ordem do então presidente Lula, o volume total de empréstimos do Tesouro saltou de cerca de R$ 40 bilhões para R$ 455 bilhões. Se esses números assustam, cabe ainda calcular o impacto real das operações com títulos públicos emitidos ao BNDES nos custos da dívida pública, motivo de nosso requerimento.

Fazer auditoria na dívida interna é dar transparência e subsídios para que possamos tomar medidas efetivas que impeçam a falência do Brasil. Ao lado da questão política e das implicações que devem culminar no afastamento da presidente, é importante saber o real impacto do lulopetismo na economia brasileira. Que dessa auditoria seja criado um marco para nunca mais repetirmos na história esse populismo fiscal que quebrou o país.
Herculano
24/10/2015 16:02
PROCURA-SE UM MOCINHO, por Carlos Eduardo Novaes, escritor, para o jornal O Globo.

Ed Cunhado tornou-se o bandido mais procurado (pela mídia) e já declarou que não deixa a presidência nem morto. Quer ser enterrado debaixo de sua cadeira

Houve um tempo em que os pacatos e bem informados cidadãos de Braziville conheciam os mocinhos e os bandidos do condado, sabiam como separar o joio do trigo. Foi na reeleição da governadora que as cartas começaram a ser embaralhadas. Descobriu-se que Calamity Vana mentiu adoidado na campanha, iludindo os honestos e ingênuos eleitores, que a escolheram a mocinha de Braziville. Acrescente-se às tais mentiras as manobras ilegais ?" as ditas "galopadas" ?" que Calamity utilizou para anunciar ao povo que as contas do governo não poderiam estar melhores.

Os cidadãos de bem se reuniram na igreja e entenderam que, nessas condições, a governadora não deveria permanecer no cargo. O que fez então, Calamity? Convidou um banqueiro neoliberal para conduzir a diligência da economia. Com isso, aplacou a ira dos barões do gado, mas, em contrapartida, deixou os índios de sua tribo em pé de guerra. Não foram poucas as vezes em que o cacique Quatro Dedos foi ao jornalzinho local denunciar Calamity pela escolha de Joachim Levytrás. A mocinha de ontem tornou-se a decepção de hoje.

As pessoas, então, passaram a procurar pela cidade alguém confiável para o papel de mocinho. Logo, três nomes poderosos saltaram na frente, todos da maior tribo do condado, tribo essa que se notabilizou por reunir gente das mais diferentes correntes de ação e pensamento, vaqueiros, trapaceiros, ameríndios, garimpeiros, renegados e criminosos processados pela Justiça. Um saco de gatos, enfim, que oficialmente apoiou a reeleição de Calamity.

Por que não fazer de Michael Temeroso, vice de Calamity, o novo mocinho de Braziville? Temeroso era um cidadão educado e equilibrado, mas, reconhecidamente, sem gana para salvar uma cidade em conflito. Além do que, caso Calamity caísse, havia a possibilidade de ele cair junto. Pensou-se então em Ren Milheiros, presidente da Câmara Alta do condado. Milheiros, porém, tinha um currículo que mais parecia uma folha corrida, com cinco ou seis ações penais nas costas. Sua foto ?" com e sem cabelo ?" aparecia sempre na galeria dos bandidos da cidade e não seria de uma hora para outra que viraria mocinho.

Restou, dos três, o presidente da Câmara Baixa, Ed Cunhado, que abandonou o barco de Calamity ?" de quem era aliado ?" tão logo ele começou a fazer água. Ao ser eleito presidente, Cunhado entrou no saloon, ofereceu bebida para todos, e logo um monte de puxa-sacos o ergueu nos ombros, apontando-o como o verdadeiro mocinho de Braziville. Índios das mais variadas tribos, indiferentes ao passado obscuro de seu líder, não estavam nem aí para o fato de Cunhado ter sido citado na Operação Ferradura, que investiga a corrupção na Corrida do Ouro Negro. Diziam não haver provas concretas contra "o nosso John Wayne".

O xerife Rod Yannot entrou em ação e botou as provas na mesa. Denunciou Ed Cunhado por manter um rebanho secreto no México, com mais de dez mil cabeças de gado, todos marcados com as iniciais "EC". Ed reagiu dizendo que nem sabia onde ficava o México, mas perdeu parte de seus seguidores, que trataram de tirar seus cavalinhos da chuva (de denúncias). Riscado do mapa, Ed Cunhado tornou-se o bandido mais procurado (pela mídia) e já declarou que não deixa a presidência nem morto. Quer ser enterrado debaixo de sua cadeira.

Descartados os três nomes, os cidadãos do condado correram a procurar o mocinho do outro lado da cerca, na oposição. Acontece que a tribo da oposição, chefiada pelo cacique Aedes Snows, havia entregado sua alma ao diabo de Ed Cunhado. Aedes até admitia que Cunhado não fosse flor que se cheirasse, mas só iria deixar de cheirá-la depois que ele apeasse Calamity Vana do poder. Positivamente, não é o tipo de comportamento que se espera de um mocinho.

Abatida e confusa, a população admitiu que Braziville era uma cidade sem mocinhos, entregue à sanha dos bandoleiros. Até que alguém se lembrou de um jovem juiz que trabalha com seu grupo para trazer de volta a moralidade e os bons costumes. Renasciam as esperanças de Braziville ter seu mocinho! Quando, porém, uma comissão de cidadãos de bem selou seus cavalos para buscar o magistrado, um forasteiro chegou a galope, invadiu o saloon e anunciou que a tribo dos becas pretas iniciara um cerco a casa do juiz Morroy.

Era uma vez no Centro-Oeste...
Herculano
24/10/2015 15:54
GOLPE NA IMPUNIDADE, editorial do jornal Zero Hora, RBS Porto Alegre

A extradição do ex-diretor do Banco do Brasil Henrique Pizzolato, condenado por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e peculato no processo do mensalão, era uma questão de honra para a Justiça brasileira. Pizzolato foi, por algum momento, o único réu foragido do esquema montado pelo PT para comprar apoio no Congresso. Sua localização na Itália e, a partir daí, as iniciativas para que fosse extraditado são exemplos da capacidade de mobilização da polícia, do Ministério Público e da Justiça.

Todas as instituições contribuíram para o êxito da empreitada, que permite, finalmente, o retorno de Pizzolato, para que preste contas dos seus atos onde os cometeu. Já não cabe mais debater os argumentos do ex-dirigente do BB sobre a sua condenação e a decisão das autoridades de vê-lo cumprindo a pena em uma cadeia brasileira. Essas são questões superadas. O réu que burlou controles e afrontou a Justiça, ao tentar ficar impune na Europa, utilizando inclusive documentos de um irmão morto, finalmente foi encaminhado para onde deveria estar desde sua condenação.

O episódio Pizzolato é mais um caso exemplar de como o Brasil vem se livrando da impunidade de servidores e dos que contribuíram, como corruptores, para que os desmandos se propagassem nas últimas décadas. Hoje, estão na cadeia políticos, empresários, servidores de alta patente e vários criminosos do colarinho branco que foram investigados, julgados e punidos. Pizzolato era um símbolo da falsa esperteza. O Brasil moderno não pode mais tolerar esse tipo de conduta, e sua extradição deve servir de exemplo para outros espertalhões.
Alberto Santos
24/10/2015 15:54
HERCULANO,

Pq vc sonega, distorce e informa errado? O q vc tem contra o PMDB de Gaspar e suas lideranças!

Pq vc não informa corretamente que a convenção do PMDB é AMANHÃ?

Pq vc não esclarece q qm fez a ação contra o Jornal Metas foi a coligação da Andreia Nagel?

Pq vc não diz q a radio foi fechada pela justiça pq estava errada?

Vc faz um bom travalho, mas não seja parcial!
Ilhota Querida
24/10/2015 10:07
ILHOTA EM CHAMAS!!!
Caro Herculano,
Finalmente foi liberado mais uma parte de dinheiro para a Ponte de Ilhota, o dinheiro já foi depositado na conta do Estado, então só aguardar que logo logo retomarão as obras da Ponte! Aleluia!!! Não podemos esquecer de parabenizar o Prefeito Daniel Bosi (PSD) que não mediu esforços para ir pra Brasília e ficar pressionando para conseguir dar continuidade à obra. Vale lembrar que não é ano de eleição. Diferentemente da gestão anterior que começou a espalhar noticias em pleno ano de eleição (2012) de que a obra seria retomada, uma vergonha e apelação total!!!
Bom, está aí o resultado das viagens do nosso prefeito, dinheiro na conta!!! Diferentemente também dos nossos vereadores, que fazem viagens, principalmente para Florianópolis, mas até agora ninguém nunca ouviu falar que conseguiram um TOSTÃO FURADO para alguma melhoria para o município. O que as pessoas não sabem é que o principal objetivo dessas idas pra Florianópolis é para tentar travar as obras que começaram a ser feitas no município, estão fazendo de tudo, desesperados para tentar PARAR o desenvolvimento do município. É muita CARA DE PAU!!! Isso é pura politicagem, uma vez que não querem que o Prefeito faça nada, independente se isso irá prejudicar o município. Agora vamos torcer para que comecem e terminem, N?"S, O POVO DE ILHOTA MERECE ISSO!!!
Herculano
24/10/2015 09:24
PRESIDENTE DO GRUPO GLOBO CONTESTA REPORTAGEM DA FOLHA

Conteúdo do jornal Folha de S.Paulo. O presidente do Grupo Globo, Roberto Irineu Marinho, enviou carta à Folha para contestar reportagem publicada na terça, no site e nesta quarta (21), no impresso, que trata dos diários do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.

No primeiro volume dos diários, FHC afirma ter nomeado um alto funcionário do Ministério das Comunicações em 1995 após consultar Marinho a respeito de três indicações. Um desses nomes foi escolhido secretário-executivo pelo então titular da pasta, Sérgio Motta.

O trecho da obra, reproduzido na reportagem da Folha, diz o seguinte: "Eu próprio [FHC], depois de ter pedido uma informação ao Roberto Irineu Marinho a respeito de três pessoas competentes da área, pedi ao [ministro] Eduardo Jorge que as entrevistasse", afirma o tucano. "Passei os nomes ao Sérgio Motta [1940-98]. O secretário-executivo escolhido pelo Sérgio [Renato Guerreiro] é um desses três."

"O então presidente, por iniciativa dele, quis conhecer a minha opinião sobre três nomes para uma posição técnica", afirma Marinho na nota enviada à Redação.

Leia abaixo a íntegra da carta do presidente do Grupo Globo.

*

Na reportagem "Reclamações contra a Folha são uma constante no livro" (ontem, Poder, página A10), a Folha afirma que a Globo influenciou a escolha de nomes no Ministério das Comunicações. Não é verdade. A Folha omitiu outros trechos do diário em que o então presidente Fernando Henrique atesta que a Globo não teve, nem quis ter, qualquer influência. Em 25 de dezembro de 1994, ele disse: "Nunca houve, nem de longe, nenhuma insinuação de designação de A, B ou C". Mais, o pessoal da Globo especificamente disse o seguinte: "Olha, o ministro é seu, quem disser que fala por nós está mentindo, nós não temos nenhuma reivindicação". Nos registros feitos entre 30 de janeiro e 5 de fevereiro de 1995, disse Fernando Henrique em relação ao ministério: "É preciso mudar os métodos de administração, acabar com o nepotismo e, sobretudo, com a falta de critérios objetivos na distribuição dos canais. Eu já tinha conversado muito com o Sérgio sobre esse assunto e ele está levando isso adiante, com o apoio, hoje, de setores crescentes da opinião pública e ?"devo deixar aqui um depoimento?" do Sistema Globo, que não tem reivindicação nenhuma na matéria. Pelo contrário, o seu desejo é que haja uma limpeza na área". Ao omitir tais declarações, a Folha cometeu erro grave e distorceu os fatos. Para o leitor do livro, o trecho citado pela Folha deixa evidente o que se passou. O então presidente, por iniciativa dele, quis conhecer a minha opinião sobre três nomes para uma posição técnica, nenhum deles das minhas relações pessoais ou profissionais. E, depois de mandar auxiliares inquiri-los e de ouvir a opinião de outras pessoas, nomeou aquele que quis, prerrogativa apenas dele. Outros trechos do diário mostram as dificuldades que nosso grupo de comunicação enfrentou no ministério, o que demonstra, mais uma vez, que nossa influência nele foi nenhuma.

Roberto Irineu Marinho, presidente do Grupo Globo
Herculano
24/10/2015 07:45
SE DILMA FOSSE CAPAZ DE POR LIMITE À CRISE, JÁ TERIA FEITO, DIZ FHC

Parte 1

Conteúdo do jornal Folha de S. Paulo. Texto e entrevista de Daniela Lima. Às vésperas do lançamento do primeiro volume do livro "Diários da Presidência", em que narra seu cotidiano no poder, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso diz que a obra ajudará o país a entender "como o jogo político se dá". "Qualquer sistema implica em distribuição de poderes. A questão é: para quê?", afirma.

Num paralelo com o cenário atual, diz que o país está "ladeira abaixo" e que se a presidente Dilma Rousseff fosse "capaz de botar o limite" à crise, "já devia ter posto". Ele ressalta que "não trabalha para isso", mas que vê o hoje vice-presidente Michel Temer (PMDB) com mais condições de reunir apoio do que a petista. Veja abaixo os principais trechos da entrevista.


Folha - Muita gente se pergunta por que o sr. decidiu publicar esses diários agora...

Fernando Henrique Cardoso - Não é agora, esses dias, essa semana. É em vida. Acho que está na hora do Brasil entender mais diretamente o jogo político, como ele se dá, quais são as dificuldades, o que significa governar. Está tudo tão desarticulado que não custa dar um testemunho sincero, em que não estou escondendo nada, nem a mim mesmo. Não é uma coisa para se tomar como a verdade. É a minha reação sob aquelas circunstâncias.

Folha - O vice-presidente Michel Temer procurou o sr. para negar que tivesse atuado para nomear gente no seu governo?

Fernando Henrique Cardoso - Não foi ele quem me pediu. Eu digo isso [no livro]. O Luís Carlos disse que ele queria... Até faço referências elogiosas a ele: que tem boa construção jurídica, que é discreto. Ele não nomeou ninguém.

Folha - O sr. diz também no livro que há 'similitude' entre o cenário de 20 anos atrás e o de hoje.

Fernando Henrique Cardoso - Nossos costumes evoluíram muito pouco. A herança cultural brasileira é corporativista. E isso evoluiu pouco. Aliás, regrediu recentemente. Eu tinha uma agenda. O tempo todo tentei fazer reformas. Havia uma coalizão para isso. Evidentemente, isso tinha um certo preço.

Folha -Qual o preço?

Fernando Henrique Cardoso - Qualquer sistema implica em distribuição de poderes. A questão é: para quê? Quando se tem uma agenda, você se justifica. É uma justificativa pessoal. 'Por que eu estou cedendo nisso? Porque eu preciso daquilo e aquilo é mais importante. Quando o Executivo está forte, o sistema funciona. Quando está fraco, como hoje, fica paralisado.
Herculano
24/10/2015 07:43
SE DILMA FOSSE CAPAZ DE POR LIMITE À CRISE, JÁ TERIA FEITO, DIZ FHC

Parte 2

Folha - A queda da presidente Dilma seria suficiente para resolver a crise?

Fernando Henrique Cardoso - Vou responder de outra maneira: se o Aécio tivesse ganho a eleição, a situação seria a mais ou menos a mesma, mas haveria um horizonte de esperança. Agora estamos indo ladeira abaixo e alguém vai ter que pôr um limite. Se fosse capaz de botar o limite, já devia ter posto.

Folha - Acha que num eventual impeachment o PSDB deveria dar sustentação a Temer?

Fernando Henrique Cardoso - Não estou dizendo que vai acontecer ou que estou trabalhando para isso, mas acredito que o Michel teria a sensibilidade para ter um apoio mais amplo.

Folha - O sr. conta no livro que barrou a nomeação de Eduardo Cunha para um cargo.

Fernando Henrique Cardoso - Eu não o conhecia. Tinha o registro do tempo do Itamar [Franco]. Sabia que ele não tinha sido reconduzido... Enfim, boatos, que não se comprovam, mas existiam.

Folha - E como vê a aproximação do seu partido com ele hoje?

Fernando Henrique Cardoso - Um lado precisa interagir com o presidente da Câmara. Outra questão é o que ele está sendo acusado, aparentemente com muitas provas. Tem que responder.

Folha - A posição do PSDB com relação a ele é satisfatória?

Fernando Henrique Cardoso - O PSDB fez o que tinha que fazer: pediu o afastamento.

Folha - O sr. reclama muito da imprensa no livro, à exemplo do que fazem aliados do governo hoje. É uma prerrogativa de quem está no poder?

Fernando Henrique Cardoso - Mesmo fora do poder! Vou reclamar já. Outro dia, vi um relato do livro dizer que alguém veio até mim falar que a Petrobras era um 'verdadeiro escândalo'. O escândalo ali se referia à gestão, não era roubalheira. Depois eu resolvi. Como colocaram, parece que eu estava falando de corrupção. Essas coisas, quando se está no governo, isso tudo te deixa bastante chateado.

Folha - O sr. não temeu esse tipo de questionamento?

Fernando Henrique Cardoso - Não. Os diários são um documento histórico. Os chamados escândalos estão lá no livro, Sivam, Pasta Rosa... Nunca fui transigente com essas questões.

Folha - O sr. diz que os amigos dão mais trabalho que os inimigos no governo.

Fernando Henrique Cardoso - Isso é do poder. Ali, entre os ministros, havia cinco ou seis de alta qualidade e muito amigos. São pessoas fora de série e, como é normal, pessoas fora de série são difíceis umas com as outras. Eu arbitrava, com jeito.

Folha - O sr. chega a dizer que o 'mal' está no grupo mais próximo...

Fernando Henrique Cardoso - Eu pedia comedimento, 'não falem tanto'. Mas, no balanço, é uma injustiça que fiz com meus amigos. Uma reação subjetiva, que registrei.
Herculano
24/10/2015 07:34
UMA RUÍNA EM CONSTRUÇÃO, por Igor Gielow, para o jornal Folha de S. Paulo

A crise política passa por um momento de paralisia sob tensões contraditórias, se é que esta é uma imagem adequada para ilustrar o bizarro peso conferido às ações de um único homem, Eduardo Cunha, para determinar seu pretenso desfecho.

Uma esperança de resolução de resto vã, porque o país vai lentamente se esfarelando. Nem cito aqui as estripulias do mercado. Deixemos as Moody's da vida de lado.

Falemos de Francisca, típica cidadã que viveu a ascensão ilusória dos anos Lula, devidamente hagiografada pelo Ipea e por viúvas do petista.

Ela trabalha como diarista no Plano Piloto da capital. Cobra R$ 120 por dia e descarta buscar a formalização. "Assinar carteira prende. Prefiro controlar meus horários", diz.

Seu filho mais velho mal se formou em uma faculdade paga, com auxílio federal, e foi dispensado do estágio em um escritório de administração de imóveis em que trabalhava.

Ingressou, sem entrar na estatística formal, no contingente de desempregados cujos números tenebrosos revelados pelo Ministério do Trabalho na sexta (23) insinuam um monstrengo de dois dígitos a assombrar o país ao lado de sua coirmã de mesmo vulto, a inflação.

"Agora acho que ele vai ajudar o tio numa oficina, enquanto não arranja emprego. E eu vou abrir dois dias na semana para trabalhar", conta Francisca, que trocou a "marca boa" de arroz que comprava por uma mais barata ?"de R$ 10,50, e não mais R$ 13, o pacote de cinco quilos.

Dilma ocupa seu terceiro mandato, contado a partir de uma reforma ministerial que já dá sinais de cansaço, quase exclusivamente de uma dança da morte com o Cunha para evitar seu impeachment. O presidente da Câmara, por sua vez, só trata de como permanecer na cadeira.

O que pensa Francisca disso tudo? "A Dilma e o Lula são culpados pela desgraceira toda. Esse Cunha eu vi na TV, tem algum problema, né?".
Herculano
24/10/2015 07:30
RISCO DE CORTE DO BOLSA FAMÍLIA REVELA FALÊNCIA MORAL DO GOVERNO DILMA, DIZ AÉCIO, por Reinaldo Azevedo, de Veja.

Na Exame:
O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, criticou em suas redes sociais a proposta do relator do Orçamento de 2016, deputado Ricardo Barros (PP-PR), de cortar R$ 10 bilhões dos recursos destinados ao programa Bolsa Família, carro chefe da propaganda petista, no ano que vem. Para ele, os cortes de subsídios que poderiam beneficiar milhares de famílias evidenciam 'a falência do governo do PT'.

"A proposta do relator do orçamento, deputado Ricardo Barros, da base do governo, de cortar R$ 10 bilhões do Bolsa Família evidencia a falência do governo do PT, comandado pela presidente Dilma Rousseff. Uma falência que não diz respeito apenas ao caixa. Antes de mais nada, trata-se de uma falência moral", afirmou em postagem no Facebook.

Para Aécio, a "incompetência, demagogia e imprudência" da gestão petista conduziram o Brasil a uma recessão e grave crise econômica, que ameaça um dos mais importantes programas sociais do país.

"Dilma elegeu-se, infelizmente, entre o terrorismo e o estelionato, atribuindo à oposição aquelas que eram as suas intenções secretas. O PSDB, como é óbvio, jamais pensou em extinguir ou cortar o Bolsa Família. Ao contrário: nosso propósito sempre foi aprimorá-lo. Por isso defendemos que ele se transformasse em política de estado, para impedir que governos pudessem utilizá-lo como instrumento de ameaça aos mais pobres", disse.

O presidente nacional do PSDB alertou ainda que é preciso ficar atento, já que a ameaça aos beneficiários do Bolsa Família poderia ser 'um truque' do governo federal para tentar impor aos brasileiros a volta da CPMF.

"Em razão da recessão e do desastre econômico provocado pelo governo Dilma, o programa se faz mais necessário do que nunca", destacou. "Não permitiremos que o governo que alimentou o Bolsa Corrupção na Petrobras, na Eletrobras e no Ministério do Planejamento ?" e onde mais? ?" corte o Bolsa Família ou aumente impostos", completou Aécio.
Herculano
24/10/2015 07:25
da série, tem gente em Santa Catarina sem barbas, de tanto elas ficarem no molho

PELOS COTOVELOS, por Vera Magalhães, no Radar, de Veja

Procuradores estão impressionados com as coisas "do arco-da-velha" que o ex-deputado Pedro Corrêa, [ex-presidente do PP] condenado no mensalão e réu no petrolão, tem contado nos primeiros depoimentos da delação premiada.
Herculano
24/10/2015 07:21
PARA POLÍTICOS DESGRAÇA TRAZ VANTAGENS

Um comitê de Defesa Civil de pequeno município, que só aparece em época catástrofes, como o desta semana.

Qual a conversa entre os que detém o poder? Como montar documentos com fotos e argumentos para ter acesso a recursos extraordinários assim tampar outros buracos orçamentários em tempo de crise sem cortes na gastanças. Ou seja...
Herculano
24/10/2015 07:13
PALOCCI É O PERSONAGEM MISTERIOSO DO CASO ITAÚSA, por Cláudio Humberto na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

Todo mercado sabia que houve rolo para que o fundo Petros, dos funcionários da Petrobras, comprasse por R$ 3 bilhões algo que ninguém queria: a participação na Camargo Corrêa na Itaúsa, holding do banco Itaú. Agora se sabe o nome da fera que "armou" a operação, segundo acredita a CPI dos Fundos de Pensão: Antônio Palocci, ex-ministro de Lula e Dilma. O negócio foi desastroso para o Petros.

Grande prejuízos

A manipulação dos recursos, no negócio do Itaúsa, causou grandes prejuízos aos segurados do Petros, no período de 2003 a 2015.

Dupla dinâmica

Atuando fortemente, inclusive no Instituto Lula, Palocci é conhecido no mercado como parceiro de negócios e soluções do ex-presidente Lula.

A toque de caixa

A compra da participação da Camargo na Itaúsa foi fechada à revelia do Comitê de Investimentos da Petros, com prejuízo para os fundos.

O 'investigador'

O deputado Raul Jungmann (PPS-PE) descobriu o papel de Palocci no caso Itaúsa, e o convocou para depor na CPI dos Fundos de Pensão.

Volta de Emílio sela saída de Marcelo Odebrecht

Não fosse Marcelo Odebrecht membro da família, certamente já teria sido demitido da gigante de construções. Sua ausência, decorrente da prisão, é lamentada apenas pelos problemas que continua causando à corporação. Diretores e funcionários demonstram alívio com a saída de Marcelo, conhecido pelo estilo seco, invasivo e agressivo, e felicidade com o retorno ao comando do pai, Emílio Odebrecht, muito estimado.

Retorno

Além de Emílio, outros dois ex-dirigentes que faziam parte do conselho de administração, retornaram a funções executivas na Odebrecht.

Fascínio pelo poder

A avaliação interna é que Marcelo Odebrecht não se contentava em dirigir uma das maiores empresas do mundo: ele queria poder político.

Deslumbramento

Marcelo é criticado na Odebrecht pela obsessão em ser espécie de "ministro sem pasta" de todos os governos, ser influente, reconhecido.

Medo de Moro

A maior preocupação de Eduardo Cunha em relação à Operação Lava Jato é o envolvimento da filha e da mulher, que, como Lula, devem ser julgadas em Curitiba pelo implacável juiz federal Sérgio Moro.

Muito estranho

O deputado Roberto Freire (PPS-SP), que defende o impeachment de Dilma, acha muito estranho que não exista na Procuradoria-Geral da República qualquer investigação contra ela, apesar das denúncias.

Azul, não

O Palácio do Planalto não entrou na onda de homenagens pelo Dia da ONU, ontem, no aniversário de 70 anos da instituição, por motivo óbvio: a orientação era iluminar prédios e monumentos de azul.

Insatisfação geral

O senador Valdir Raupp (PMDB-RO) teme pressão dos presidentes estaduais do seu partido para o rompimento com o governo. "Há insatisfação com o descumprimento de demandas prometidas", diz.

Sem fundamento

Jerônimo Goergen (PP-RS) cobra explicação do Contran sobre a medida que proibiu extintores em carros: "Essa medida não apresentou fundamento técnico". Haverá audiência na Câmara sobre o assunto.

Terra arrasada

É consenso na Câmara: a crise política não se resolverá neste ano. Não há previsão de melhoras, sobretudo porque a situação econômica tende a piorar, deixando a população insatisfeita.

Mudança

Veneziano Vital do Rêgo (PMDB-PB) pode deixar a Câmara para entrar na briga por uma prefeitura em 2016. O parlamentar está de olho no Executivo de Campina Grande, município paraibano.

Fim de relacionamento

A senadora Fátima Bezerra (PT-RN) ameaça romper com o governador do Rio Grande do Norte, Robinson Faria. Ela pretende concorrer ao governo potiguar em 2018 e alega falta de apoio de Robinson.

Tá ruim pra todo mundo

As redes sociais notam que é grave a crise de quem vive dos assaltos do tipo "saidinha de banco": além da crise, bancários estão de greve
Herculano
24/10/2015 07:01
LULA COMPARA PETISTAS DELATADOS A JESUS CRISTO, por Josias de Souza

Parte 1

Em discurso feito na noite desta sexta-feira, em Salvador, Lula afirmou que o PT e os petistas sofrem um "processo de criminalização." Queixou-se do que chamou de "vazamentos seletivos" de informações colecionadas pela força-tarefa da Operação Lava Jato. E construiu uma inusitada analogia entre o Brasil do petrolão e a Judeia do tempo de Jesus Cristo.

Sem citar nomes, Lula comparou os responsáveis pelos vazamentos a Herodes, aquele rei da Judeia que, ao receber a notícia de que o Messias viera ao mundo, ordenou aos seus guardas que matassem todos os meninos com menos de dois anos que encontrassem na cidade de Belém. Nessa versão bíblica do petrolão, os petistas fazem o papel de Cristo, que é cruficicado no final.

O áudio do discurso de Lula está disponível no rodapé do post. O trecho em que o morubixaba do PT enfia Jesus no enredo do maior escândalo da história da República começa aos 23min45s do pronunciamento. Eis o que disse Lula:

"?Desde dezembro eu denunciei que o PT precisava tomar cuidado porque há um processo de criminalização do partido. Há um processo de criminalização do PT e dos petistas. Aí eu denunciei o vazamento seletivo. Na quinta-feira, começa o boato de alguém do PT. Na sexta, sai que alguém delatou o PT. No sábado, sai nas revistas e nos jornais. [?] Isso é desde 2005. É um processo"
Herculano
24/10/2015 07:00
LULA COMPARA PETISTAS DELATADOS A JESUS CRISTO, por Josias de Souza

Parte 2

Lula acrescentou: "Eu lembro quando Herodes mandou marcar todas as crianças. E Maria e José tiveram que fugir com Jesus Cristo. Ele ficou 30 anos que a gente não sabe o que aconteceu na vida dele. Quando ele voltou, em três anos transformou a história da humanidade. E o que fizeram com ele? Crucificaram."

Lula discursou num evento partidário sobre educação. Ouviram-no políticos do PT baiano e militantes do partido, da CUT e de movimentos sociais. O orador foi aplaudido ao criticar as delações da Lava Jato.

"Queria que vocês ficassem atentos, porque nós estamos vivendo um momento excepcional", disse Lula à plateia. "Um cidadão é preso, esse cidadão tem a promessa de ser solto se ele delatar alguém. Aí ele passa a delatar até a mãe se for o caso, para poder sair da cadeia. O dado concreto é que nós estamos vivendo quase um Estado de exceção."

No mundo paralelo que criou para si mesmo, Lula confunde o Estado democrático de direito com um regime de exceção. Por ironia, o instituto da delação premiada consta de uma lei sancionada por Dilma Rousseff, sua afilhada política. Os depoimentos dos delatores são colhidos pela Polícia Federal do governo petista e pelo Ministério Público Federal. Para ter validade, precisam ser homologados pelo Judiciário.

Na Lava Jato, cabe ao juiz Sérgio Moro, do Paraná, avalizar as delações contra corruptos sem mandato. Não há notícia de homologação feita por Moro que tenha sido revista pelas instâncias superiores do Judiciário. Quando os suspeitos de corrupção têm mandato ou integram o primeiro escalão do governo, cabe ao ministro Teori Zavascki referendar as delações. Teori foi guindado ao Supremo graças a uma indicação de Dilma.

Lula tem milhões de motivos para implicar com as delações. Seu próprio nome começa a soar nos lábios de delatores com frequência inquietante. Já vincularam as propinas da Petrobras ao caixa de sua campanha de 2006 e até a um suposto repasse milionário feito a uma de suas noras. Outros petistas delatados não têm uma aparência, digamos, celestial. Foram recolhidos aos cárceres paranaenses, por exemplo, dois velhos conhecidos de Lula: o grão-petista José Dirceu e o ex-tesoureiro João Vaccari Neto.

Lula revelou-se incomodado com a constatação de que parte das propinas extraídas da Petrboras foram lavadas pelo PT no TSE como doações legais. Ele insinua que, nessa matéria, seu partido não fez senão o que todos fazem.

"Eu, de vez em quando, fico muito puto quando vejo corrupto histórico falando de ética. Obviametne que nós achamos que quem errar nesse país tem que pagar. Não defendemos quem pratica corrupção, não. Mas às vezes eu fico irritado porque parece que os empresários tinham dois cofres. Tinha o cofre do dinheiro bom e o cofre do dinheiro ruim."

Lula prosseguiu: "Parece que o PT só ia no dinheiro ruim. O bom era para o PSDB, era para os outros partidos políticos. É uma coisa insana. Será que os petistas eram tão burros assim? Ou será que o empresários falava assim para os petistas: 'olha, esse dinheiro aqui é propina. Esse aqui é honesto, qual é o que você quer?'."

Para que Lula fizesse algum nexo, seria necessário que explicasse porque nomeou para as diretorias da Petrobras personagens apadrinhados por partidos com o propósito de assaltar a Petrobras. Mas não se deve esperar muito de Lula. Primeiro porque ele "não sabia" de nada. Segundo porque acha que não deve nada a ninguém. Muito menos explicações.

Sob Lula, Dilma presidiu o Conselho de Administração da Petrobras. Nessa função, conviveu com a diretoria propineira da estatal. Mas também não sabia de nada. Só no segundo ano do primeiro mandato de Dilma os diretores indicados por partidos deixaram os seus postos. Hoje, Dilma costuma dizer que foram mandados para o olho da rua. Mas na época a Petrobras informou que diretores como Paulo Roberto Costa e Renato Duque saíram da companhia "por conta própria", levando cartas com rasgados elogios do conselho então comandato por Dilma.

A despeito de tudo isso, Lula avalia que Dilma não merece as críticas que vem recebendo da oposição pró-impeachment. Para ele, a presidente apanha por ser mulher. "O que eles fazem com a Dilma é uma coisa nojenta, porque é o preconceito contra a mulher", disse. "Esses machistas, essas pessoas que só enxergam a mulher como objeto de cama e mesa, esses machistas?"
Herculano
24/10/2015 06:57
PALOCCI TEM ENCONTRO RESERVADO COM DILMA E JAQUES WAGNER EM BRASÍLIA, na coluna Painel, do jornal Folha de S. Paulo

O bom filho.
Há meses distante da vida na corte, o ex-ministro Antonio Palocci voltou a frequentar as rodas palacianas. Em um encontro reservado na manhã de sexta-feira, em Brasília, a presidente Dilma Rousseff recebeu o seu ex-chefe da Casa Civil ao lado de Jaques Wagner, o novo titular da pasta. Em tempos de Lava Jato, interlocutores sustentam que o antigo auxiliar foi chamado para discutir apenas a "conjuntura" política e econômica. Ele foi citado em delações premiadas de Fernando Baiano.

Aqui não
Palocci tem rebatido as alegações do lobista ligado ao PMDB.

Ação?
Ministros do TCU estão fulos da vida com o Planalto e ameaçam dar um troco amargo no governo.

? reação
Reclamam que a Casa Civil tentou jogar no colo da corte o ônus pela inclusão do rombo de R$ 40 bi nas contas deste ano.

Revide
A ação fez integrantes do TCU atirarem contra Nelson Barbosa (Planejamento). Três ministros ensaiam "inabilitá-lo" para o serviço público federal em razão das pedaladas.

Prestação
Ao contrário do que diz o Palácio, há no tribunal clima favorável ao parcelamento da dívida.
Herculano
24/10/2015 06:52
PRIMEIRO PASSO, por André Singer, ex-porta voz do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, para o jornal Folha de S. Paulo

A entrevista do presidente do PT, Rui Falcão, à Folha (18/10), significou importante movimento no sentido de reposicionar o partido em meio à mais grave crise de sua história e, também, requalificar a relação com a Presidência da República. Ao defender mudanças na economia, o ex-deputado permite que a legenda volte a habitar o campo da esquerda, fazendo o necessário contraponto às teses em favor de mais cortes e recessão. Sem afrontar Dilma, mostrou que a agremiação tem vida própria e precisa ser ouvida.

Se não houver oposição consistente ao austericídio, a política brasileira ficará manca. A ideologia, os interesses e mesmo os argumentos que sustentam a necessidade de dar prioridade absoluta ao problema fiscal são respeitáveis, embora eu discorde.

A visão conservadora de que é preciso rever o sistema previdenciário e os direitos garantidos na Constituição para debelar o rombo das contas deve ser debatida com racionalidade. Mas não pode virar, por decreto, pensamento único. Na realidade, não só há quem raciocine diferente, como três quartos da sociedade (ao menos) ficam objetivamente excluídos desse horizonte neoliberal.

Reduzir os juros e incentivar o consumo por meio do crédito, propostos por Falcão, permitiriam ao governo começar a sair da armadilha em que se meteu, arrastando junto o país. Só a reativação da atividade econômica e a diminuição dos juros que o Tesouro precisa honrar podem interromper o processo atual antes que uma débâcle social generalizada se abata sobre a população.

A manutenção do desemprego em 7,6% pelo segundo mês seguido (agosto e setembro) talvez indique que a primeira onda recessiva, embora tenha ceifado quase 600 mil postos de trabalho até agosto, ainda não destruiu todo o colchão de melhorias da última década. Mas se Dilma for levada, na atual discussão sobre o orçamento de 2016, a continuar no "corta corta", o pior virá.

Infelizmente, para os petistas, o reposicionamento da agremiação ainda precisa enfrentar um óbice tão ou mais complicado que desatar o nó econômico: o problema ético. As acusações que emanam da Lava Jato não podem continuar sem resposta. O PT deveria constituir uma comissão pública especial para acompanhar e esclarecer o assunto.

Se as ilações, delações e condenações são falsas, cabe demonstrá-lo perante o tribunal da opinião pública.

Se algo do que tem aparecido possui fundo de verdade, cumpre indicar o que os organismos partidários estão fazendo a respeito, por mais difícil que seja. Pior é carregar a pecha de estar envolvido com o desvio de R$ 6 bilhões ?"prejuízo contabilizado pela Petrobras?" e não fazer nada.
Herculano
24/10/2015 06:46
TROCA NO PMDB

Hoje é dia da convenção do PMDB de Gaspar. Sai da presidência o ex-vereador e pré-candidato a prefeito Kleber Edson Wan Dall. Entra (ou volta) o advogado, o jovem Carlos Roberto Pereira.

Era ele o presidente do partido em Gaspar quando Kleber quase bateu a reeleição de Pedro Celso Zuchi, PT. Foi Roberto, que por vias tortas conseguiu na Justiça silenciar e multar rádio 87,9 FM por 24 horas e suspender a publicação de uma pesquisa de intenções votos jornal Metas. Ou seja, imprensa boa é aquela que trabalha ao modo dos interesses do partido.
Herculano
24/10/2015 06:39
SEM MEDO

A coluna desta sexta-feira, nas notas "O MEDO" produziu a segunda enchente da semana em Gaspar. Mas, foi de água limpa.

A cidade pode ver com mais clareza, sob o meu ponto de vista, o jogo que se faz nos bastidores, para continuar tudo como está, mas com peças diferentes. Tudo só para dar a impressão aos desinformados de que está se mudando.

Festejado por uns, e praguejado por muitos, continuo na mesma batida. Os que contestaram, de forma legítima- sim, pois há os que intimidam, humilham, constrangem, acusam e ameaçam ao invés de debater -, não apresentaram argumentos até agora, os da contestação.

Veja mais um exemplo de como o velho se disfarça como o novo, veja como os "donos da cidade" agem organizados apostando apenas em caras novas, veja como os políticos nos enganam nos seus jogos entre eles próprios.

Aquele projeto 49/2015 que dá para ontem, hoje e amanhã eternamente caros advogados para prefeitos, vices, secretários e vereadores em todas as instâncias, praticamente se enterrou com a posição do PMDB de ser contra.

Um parênteses: se todos os quatro vereadores da bancada votarem dessa forma, lembrando que Jaime Kirchner é um contumaz dissidente a favor do PT, e já mandou a posição do partido, várias vezes, às favas.

Mas, olha só quem continua sem posição? Giovânio Borges, do PSD. Justamente ele que quase sempre vota com o PT, cujo prefeito é autor deste imoral projeto que come uma dinheirama dos gasparenses e que está faltando em muitas ações na prefeitura para o povo, como a saúde pública.

E quem é o presidente do PSD de Gaspar? Marcelo de Souza Brick, o novo. Por que até o momento o PSD, do novo, não fez uma nota para a população se posicionando oficialmente sobre este assunto?

Por dois aspectos: está atendendo a dois senhores ao mesmo tempo: um vereador fica disfarçadamente com o povo, e os outros com os senhores da cidade e da imoralidade contra o povo.

Ou seja, nem o partido teve a capacidade de se posicionar para disfarçar e talvez para não obrigar o que já está combinado.

Então fica combinado assim: este projeto está ameaçado de ser rejeitado: o voto PSDB de Andreia, o voto do DEM de Charles Petry, se ele estiver ainda lá no lugar da pemedebista Ivete; dois votos do PMDB de Marli e Raul Schiller, um do PSD de Marcelo Brick e um voto do PP de Luiz Carlos Spengler Filho.

Empate. Por que? São a favor do projeto os quatro do PT: Rampelotti, Dalsochio, Daniel e Hamilton, que esperam os votos de Jaime Kirchner, e Giovânio Borges.

No empate quem decide é o presidente da Câmara, José Hilário Melato, PP, que já se disse favorável ao projeto. E não poderia ser diferente. E é por esta possibilidade que o PT quer colocar o projeto em votação o mais rápido possível, sem avisar ninguém, com pauta na última hora, para que o povo nada saiba dela.

E para encerrar. Estranho mesmo é como a imprensa de Gaspar se omitiu neste assunto, mesmo sabendo que a população é contra este projeto imoral e inconstitucional, que já ganhou aprovação na Comissão de Constituição e Justiça e está prontinho para ser votado, mas ainda não apareceu na pauta, exatamente para causar surpresa, porque os vereadores não querem o povo lá pressionando eles. Só o Cruzeiro do Vale e esta coluna vêm abordando este assunto.

O que mostra isto? Que a imprensa não entendeu o povo, não entendeu o projeto que trabalha contra ela para infernizá-la, retirando-lhe a liberdade de trabalhar e até de esmolar, e atendeu os donos do poder e da cidade. Acorda, Gaspar!
Herculano
23/10/2015 22:17
A PARCERIA ENTRE A PRESIDENTE E O JORNALISMO ESTATIZADO CONFIRMA: CERTAS DEMONSTRAÇÕES DE SABUJICE EXIGEM MAIS CORAGEM DO QUE ATOS DE BRAVURA EM CAMPOS DE BATALHA, por Augusto Nunes, de Veja

Parte 1

Sobretudo com câmeras e gravadores por perto, certas demonstrações de vassalagem exigem mais coragem do que atos de bravura em combate ?"? desses que rendem condecorações capazes de matar a família de orgulho e matar de inveja a vizinhança. A brasileiríssima tribo dos jornalistas a favor é imbatível nessa ousada forma de pusilanimidade. Se bajulação temerária fosse uma modalidade olímpica, os craques da imprensa fariam bonito nos Jogos do Rio.

O vídeo que exibe trechos das entrevistas concedidas por Dilma Rousseff na Suécia e na Finlândia avisa que a turma está em ótima forma. Decididos a abater a pauladas quem sugere o atalho do impeachment para encurtar a passagem pelo Planalto da pior governante da história, os soldados da desinformação confirmaram que expor publicamente a alma subalterna não é para qualquer poltrão. Só não teme o espetáculo da sabujice quem tem coração valente.

No dia 18 de outubro, um domingo, Dilma chegou para a conversa em Estocolmo compreensivelmente tensa. Acuado pela Operação Lava Jato, atarantado com a crise econômica ainda em seu começo, abandonado por aliados que fogem do naufrágio nas urnas, desprovido de programas ou ideias, o poste que Lula instalou no coração do poder tem um único projeto claramente definido: manter o emprego.

Vai começar a sessão de tortura, parece murmurar a crispação do rosto, sublinhada pelas sobrancelhas arqueadas e pelos lábios irrequietos. O que vai começar é a vassalagem, corrige já na primeira pergunta um entrevistador estatizado. Ele não aparece na tela. Ouve-se apenas a voz de apresentador de desfile de escolas no 7 de Setembro formulando a questão inverossímil: "O caso do Eduardo Cunha repercutiu no mundo inteiro, foi notícia de jornais do mundo inteiro. Isso não causa um certo constrangimento ao governo brasileiro, embora seja o Poder Legislativo, como a senhora disse?"
Herculano
23/10/2015 22:17
A PARCERIA ENTRE A PRESIDENTE E O JORNALISMO ESTATIZADO CONFIRMA: CERTAS DEMONSTRAÇÕES DE SABUJICE EXIGEM MAIS CORAGEM DO QUE ATOS DE BRAVURA EM CAMPOS DE BATALHA, por Augusto Nunes, de Veja

Parte 2


Quer dizer que no resto do planeta não se publicou sequer uma vírgula sobre a maior roubalheira ocorrida desde o Dia da Criação? Quer dizer que em todos os países só se fala em Eduardo Cunha? Até Dilma se mostra espantada com a novidade formidável: o correntista suíço ocupa tanto espaço no noticiário em língua estrangeira sobre o Brasil que não sobram míseros cantos de página para tratar do monumental esquema corrupto que esvaziou os cofres da estatal indefesa.

Com cara de quem acha o que ouviu bom demais para ser real, a entrevistada explica que a notoriedade internacional do presidente da Câmara não lhe causa constrangimento. "Seria estranho se causasse? ele não integra o meu governo". Pausa. Três ou quatro entrevistadores falam ao mesmo tempo. "Ah, eu lamento que seja um brasileiro, se é isso que você está perguntando", prossegue Dilma.

Outro entrevistador endossa os patrióticos receios do companheiro de profissão e de luta: "A senhora acha ruim para a imagem do país?" Quer dizer que o que deixa o Brasil mal no retrato não é o assombroso desempenho no campeonato mundial da corrupção institucionalizada, nem a vertiginosa ascensão no ranking planetário da incompetência administrativa, mas sim o parlamentar que engordou contas secretas com negociatas das quais participou por integrar a base alugada do governo Lula? Haja cinismo.

"Olha, eu não diria?eu? eu acho que se distingue perfeitamente, no mundo, o país de qualquer um de seus integrantes", segue em frente a sopa de letras servida pelo neurônio solitário. "Nenhum país pode ser julgado por isso ou por aquilo, nem o Brasil, nem a Suécia, nem os Estados Unidos", desanda a Mãe do Petrolão antes de encerrar o palavrório: "Eu lamento que aconteça com um brasileiro, um cidadão brasileiro". Cunha rebateu de bico no dia seguinte: "Eu lamento que seja com o governo brasileiro o maior escândalo de corrupção do mundo".

Na terça, em Helsinque, Dilma avisou que não iria responder a Eduardo Cunha antes de responder a Eduardo Cunha. "O meu governo não está envolvido em nenhum escândalo de corrupção", delira no fim do vídeo a faxineira que vive cercada de lixo. "Não é o meu governo que está sendo acusado atualmente". Como é que é?, teria berrado um jornalista independente se comitivas presidenciais reservassem alguma vaga a essa espécie em extinção. Como pode uma presidente da República tratar a verdade com tamanha selvageria?

Nenhum dos presentes ousou assombrar-se com a desfaçatez da viajante. Nenhum se atreveu a balbuciar a obviedade evocada por Eduardo Cunha na quarta-feira: "Eu não sabia que a Petrobras não faz parte do governo". O silêncio dos rapazes da imprensa confirmou que ali só havia gente sem medo de ser servil. O que deveria ser uma entrevista coletiva foi um chá de senhoras liberado para jornalistas domesticados.

Dispostos a tudo para não melindrar o equilibrista que transformou pedidos de impeachment em instrumentos de sobrevivência política, os líderes da oposição oficial dispensaram-se de lembrar que, se os envolvidos no Petrolão interpretassem a si próprios num filme sobre a bandalheira sem precedentes, Eduardo Cunha apareceria nos créditos bem abaixo da dupla de astros formada por Lula e Dilma. Seu nome disputaria espaço com a multidão de coadjuvantes.

Nela se acotovelam um ex-presidente da República, ministros e ex-ministros de Estado, senadores, deputados federais, governadores, empreiteiros, diretores da estatal saqueada, figurões dos partidos no poder, parentes de Lula, amigos de Lula, agregados de Lula, doleiros de alta patente, despachantes de propinas, consultores especializados em maracutaias, secretárias espertas, amantes gulosas, esposas ressentidas e, claro, tesoureiros do PT. E José Dirceu, naturalmente. Os oposicionistas de araque estarão espremidos no bloco de figurantes.

O Brasil tem um governo com que sonha qualquer oposição. A sorte de Dilma é lidar com a espécie de oposição com que todo governo sonha.
Herculano
23/10/2015 22:12
CUNHA VAI SE CONSOLIDANDO COMO UM NEO-MALUF, por Josias de Souza

Nenhuma revelação consegue abalar a empáfia de Eduardo Cunha. Denunciado e desmascarado, ele se comporta como se nada ?"salvo, talvez, o Juízo Final?" fosse capaz de afetar sua fulgurante carreira política. Nem as delações premiadas nem os papeis enviados pelas autoridades da Suíça. Nada! Ninguém disse ainda, talvez por excesso de zelo, mas Cunha vai se firmando na política nacional como uma espécie de neo-Maluf.

Em maio do ano passado, o ministro Ricardo Lewandowski, do STF, autorizou a Procuradoria Geral da República a pleitear a repatriação de verbas desviadas por Maluf da prefeitura de São Paulo e enviadas ao exterior. Nada menos que US$ 53 milhões, bloqueados na Suíça (US$ 13 milhões), Luxemburgo (US$ 8 milhões), França (US$ 5 milhões) e Ilhas Jersey (US$ 27 milhões). Indagado a respeito, Maluf disse que não tem contas no exterior.

Agora, o ministro Teori Zavascki autorizou o pedido de repatriação do que restou nas contas de Cunha na Suíça ?"o equivalente a mais de R$ 9 milhões, já devidamente bloqueados. Procurado, o ainda presidente da Câmara reiterou os termos do depoimento que prestou à CPI da Petrobras em março, aquele em que declarou que jamais teve contas bancárias no estrangeiro.

A exemplo de Maluf, Cunha também guerreia no exterior pelas contas que nunca abriu. O repórter Jailton de Carvalho informa que o presidente da Câmara e a mulher dele, Cláudia Cruz, constituíram advogados para cuidar dos seus interesses na Suíça.

Em recurso protocolado na Câmara de Apelação Criminal do Tribunal Federal da Suíça, tentaram brecar o envio do papelório sobre as contas para o Brasil. Na mesma petição, ainda pendente de análise, os advogados de Cunha e de sua mulher reivindicaram que o dinheiro que o casal não possui seja mantido na Suíça. São remotas as chances de êxito.

Eduardo Cunha precisa tomar cuidado. Já foi denunciado por corrupção e lavagem de dinheiro. Acaba de virar protagonista de um inquérito aberto para apurar o caso das contas na Suíça. Se não alterar o seu estilo, vai acabar sendo processado por Maluf. Será acusado de plágio.
Herculano
23/10/2015 22:06
MUDANÇA NAS SDRs CONTINUA PARADA EM COMISSÃO NA ASSEMBLEIA, por Upiara Boschi, no seu Bloco de Notas, no Diário Catarinense, da RBS Florianópolis

No capítulo mais recente da novela "SDRs na Berlinda", o projeto de lei enviado pelo governo do Estado para transformar as secretarias de Desenvolvimento Regional em agências, cortar 106 cargos comissionados e extinguir a pasta da Grande Florianópolis continua empacado na Comissão de Finanças da Assembleia Legislativa. O texto não foi votado na última reunião devido à ausência do relator Darci de Matos (PSD).

Seja qual for o motivo, fez bem o pessedista em não ir. Os governistas ainda não têm os cinco votos necessários para aprovar o projeto sem emendas, como deseja o Centro Administrativo. A esperança é o deputado suplente Júlio Ronconi (PSB), mas ele também faltou à reunião. Para substituí-lo, mandou ninguém mais, ninguém menos, do que a oposicionista Luciane Carminatti (PT).

***

Na semana passada, o secretário Nelson Serpa (PSD), da Casa Civil, recebeu deputados do PSB, do PR e do PPS para uma conversa sobre o projeto das SDRs. Por enquanto, esse bloco não é situação, nem oposição, muito pelo contrário.
Herculano
23/10/2015 21:10
CINCO RAZÕES PARA DEFENDER DILMA ROUSSEFF, por Rodrigo da Silva, do Spotiniks

Parte 1

Poucas pessoas geram tamanha comoção negativa como a figura que domina o centro das atenções no Palácio do Planalto. Dilma Rousseff, eleita por mais de 54 milhões de brasileiros há poucos meses, hoje comove o país com recordes de rejeição, uma crise econômica que parece muito longe de acabar, e uma queda de braço quixotesca com o Congresso e membros do alto escalão de seu próprio partido.

Mas nem tudo são espinhos. No meio do caos, é possível encontrar em Dilma um farol para novos tempos. Entre uma manchete negativa de suas fracassadas escolhas políticas e novos escândalos de corrupção, Dilma nos brinda com copos cheios até a metade. E você não precisa fazer parte dos 8% que ainda apostam em seu governo para acreditar nisso.

Aqui, temos 5 razões para defender Dilma Rousseff.

1) Dilma é original em seus discursos.

Se há algo que é inegavelmente original em Dilma Rousseff são seus discursos. Apelando a frases que não chegam a qualquer lugar, verbos mal conjugados, uma latente dificuldade em separar o que é singular do que é plural, pensamentos mal construídos, analogias precárias, improvisações tortas e piadas sem graça, Dilma nos ensinou nos últimos cinco anos que a arte da retórica, padrão na política, nem de longe é indispensável para alcançar o cargo máximo do país.

Nesses anos todos de governo, nossos livros de história registraram algumas das mais rudimentares formas de comunicação já testemunhadas em solo tupiniquim. Da mulher sapiens, passando pela saudação à mandioca, do respeito pelo ET de Varginha, do meio ambiente que é uma ameaça ao desenvolvimento sustentável, da pasta de dente que sai do dentifrício, da figura oculta do cachorro atrás, do estoque de vento. Dilma é uma espécie de catálogo de máximas fracassadas. Mas, apesar disso, além da sua inegável originalidade e espontaneidade, carrega algo próprio, com vida e leveza, que semana após semana brinda a grande rede a cada vez que decide improvisar com um microfone em mãos: diversão.

Em tempos de crise, os discursos de Dilma se tornaram um achado de risadas, que une o país de norte a sul, em profunda comicidade. Ponto pra ela.
Herculano
23/10/2015 21:10
CINCO RAZÕES PARA DEFENDER DILMA ROUSSEFF, por Rodrigo da Silva, do Spotiniks

Parte 2

2) Dilma involuntariamente propaga o discurso liberal.

Cá entre nós, é muito fácil ser liberal numa terra em que Dilma está no comando do Estado. É facílimo. Dilma não gera apenas um estoque de pautas infinitas para a nossa publicação, como torna explícito os fraquejos de uma economia antiliberal. Está tudo presente de forma irretocável nas ações de seu governo. É liberalismo for dummies, do coração do Planalto.

Na sede por controlar, regulamentar, taxar, centralizar, esticar, ditar os rumos da economia, Dilma não apenas ridiculariza como torna explícito que sua via antiliberal urge em ser substituída por uma outra corrente. É preciso, como parece claro atualmente em qualquer discurso de botequim, desburocratizar, desestatizar gigantes paquidermes, diminuir impostos, simplificar o sistema tributário, diminuir a sanha das ações estatais. Involuntariamente, Dilma ajuda a propagar o avesso das ideias de seu partido. E esse avesso atende pelo nome de liberalismo.

E é exatamente por esse motivo que essas ideias liberais vem crescendo no país. A cada dia, institutos ganham novos membros, livros ganham novos leitores, discursos ganham novos ouvintes. Todos interessados em conhecer o outro lado da história. Dilma é parte fundamental disso, como mil obras jamais seriam.


3) Dilma nos ensina a sermos mais humildes.

A cada discurso torpe, a cada profecia não realizada, a cada medida fracassada, Dilma alimenta um sentimento de vergonha alheia coletiva. E essa é uma lição que o Brasil deve a si mesmo. Só a vergonha alheia pelos grandes líderes é capaz de propiciar a humildade necessária para a construção de um país pacífico. É ela quem impede, entre outras coisas, sentimentos de orgulho extremados ?" que nos últimos séculos resultaram nas maiores tragédias registradas pela humanidade.

Encararmos o líder máximo do país numa posição tão fragilizada é libertador: nos expõe à humildade serena dos monges tibetanos. Na democracia representativa tupiniquim, Dilma é resultado direto das nossas próprias escolhas. A cada batida de panela, em cada discurso seu na televisão, sussurra uma voz fantasmagórica no coração de alguns milhões de brasileiros: mea culpa, mea maxima culpa.

Dilma eleva à enésima potência a condição natural de nosso complexo de vira lata ?" aquilo que Nelson Rodrigues apontava no brasileiro como um narcisismo às avessas. Na presidência, nos livra, com os dois pés fincados no chão, da arrogância fatal que condenou nações como a Argentina e o Japão a tragédias monumentais. Com Dilma, o futuro do país, embriagado em modéstia, está condenado a um longo clima de calmaria.
Herculano
23/10/2015 21:09
CINCO RAZÕES PARA DEFENDER DILMA ROUSSEFF, por Rodrigo da Silva, do Spotiniks

Parte 3

4) Dilma apequenou o PT.

Apenas 8 dos 33 partidos políticos brasileiros não tiveram queda na relação de seus filiados nos primeiros cem dias de 2015 em relação ao ano passado. É a maior crise de representatividade desde a redemocratização do país. E ninguém sofre mais com esse cenário que o PT. Atualmente, segundo o Datafolha, a taxa de preferência do partido entre os eleitores caiu para valores próximos que o partido tinha quando ainda debutava no cenário nacional. Em 2013, o número de pessoas que disseram se identificar com o PT era de 30%. Hoje esse número é de apenas 11%. De fato, há um empate técnico com o PSDB pela primeira vez desde 1989. E Dilma é parte fundamental nessa queda.

Em tempos de crise, uma pesquisa encomendada pelo Ibope mostra que nunca a rejeição aos partidos políticos foi tão alta no Brasil. Mesmo durante o impeachment de Collor e a hiperinflação, a proporção dos sem-partido nunca havia chegado à metade da população (a taxa oscilou na faixa dos 40% por toda era FHC). Hoje esse número já atinge 67%. Cada vez menos brasileiros confiam nos partidos políticos.

E aqui também o PT lidera o cenário. Segundo pesquisa recente do Datafolha, para 38% dos brasileiros, o PT não tem prestígio algum ?" PMDB e PSDB aparecem em seguida com 21% de rejeição. Outros 34% reconhecem só um pouco de prestígio no PT, o que totaliza 72% de imagem debilitada. É o partido mais rejeitado do país. Graças a Dilma.
Herculano
23/10/2015 21:08
CINCO RAZÕES PARA DEFENDER DILMA ROUSSEFF, por Rodrigo da Silva, do Spotiniks

Parte 4

5) Dilma politiza o Brasil.

Apesar da crise institucional em torno dos partidos, a política definitivamente está na boca do povo. E não por acaso. De fato, construir uma crise transformou Dilma numa quase-unanimidade, unindo o país em torno do mesmo objetivo: protestar contra seu governo. Nos últimos anos, como poucas vezes em nossa história, o mesmo assunto dominou o centro dos debates de padarias, bares, praças e restaurantes. E engana-se quem pensa que tenha sido o futebol ou a novela o responsável por isso. Tampouco uma nova celebridade ou um programa de televisão. Por aqui, não se fala em outra coisa ?" Dilma conseguiu transformar a política na pauta nacional.

Não sem motivo, protestos contra seu governo entraram para a história como as maiores manifestações já registradas em décadas. Nunca tantos brasileiros tomaram as ruas para falar sobre política. Nunca uma única figura conseguiu reunir tanta gente em torno da democracia em tempos não-eleitorais.

E com os protestos, como não haveria de ser diferente, os discursos ideológicas voltaram à cena. Mesmo com toda a simplicidade dos debates massificados, Dilma reascendeu não apenas uma esquerda que bate cabeça em torno de seu apoio-crítico ao governo, mas discursos de outras esferas ideológicas nunca antes vistas por aqui. Em outras palavras: graças ao seu governo-mambembe, Dilma possibilitou pluralizar a discussão política no país, permitindo o nascimento de novos pontos de vista, massificando conceitos políticos e econômicos a um mar de gente agora interessada no assunto.

Em suma, Dilma não é apenas uma coleção de manchetes negativas e escândalos de corrupção. Sua presença no Planalto incentiva do riso à humildade, e involuntariamente aponta caminhos novos para poder transformar o Brasil, finalmente, no país do futuro. Nessa altura do campeonato, talvez nada disso fosse possível sem ela. Em meio ao caos ?" e sem querer ?" ainda é possível encontrar motivos para defender Dilma Rousseff.
Herculano
23/10/2015 20:31
NÃO VAI DAR CERTO. SOA À ZOMBARIA. O CLIMA NÃO ESTÁ BOM PARA FAZER DISCURSO, PROMESSAS EM ALGO TÃO SENSÍVEL

Para o governador Raimundo Colombo, PSD, a vinda da presidente Dilma Vana Rousseff, PT neste sábado ao Vale é muito emblemática. Para quem cara pálida?

E ele responde, com aquela passividade de dar angústia: para dar continuidade nessas obras já que o governo federal é um parceiro muito importante nessas ações.

É! Mas dinheiro de onde vai se arrumar, se há uma crise econômica, de ética, de prioridades e política? Vergonhoso o uso da desgraça dos mais frágeis e exposto para desviar a atenção do noticiários sobre as dúvidas, roubalheiras, incompetência e corrupção.

Herculano
23/10/2015 20:22
A INDEFESA CIVIL

A ameaça de enchente passou, mas não foi embora.

Aqui, não sabemos quais as ruas verdadeiramente alagam, e a que cotas.

Aliás. nem cotas temos. Precisamos de enchentes para medi-las.

E o Rio aqui se mede pela régua da Circulo.

E a coleta das águas da chuvas também para medi-la é feita amadoramente e no improviso

E para se retirar água do Bela Vista, o povo tem que compra uma moto bomba, porque os pesados impostos do povo de lá é usado para outras coisas pelos políticos e gestores públicos.
Herculano
23/10/2015 20:19
PUXÃO DE ORELHAS, por Paulo Alceu, da Ric Record

Para o PT de Santa Catarina os peemedebistas, aqui do Estado, que se manifestaram contra a presidente Dilma estão sintonizados ou externaram apoio a um dos integrantes do partido, Eduardo Cunha, presidente da Câmara.

A Comissão Executiva do PT, em nota, considerou que as declarações, inclusive, de impeachment, não refletem a opinião majoritária do PMDB, que ocupa vários cargos do governo federal em Santa Catarina. E por essa razão houve perplexidade e até indignação por parte do PT diante de tais colocações que o partido classifica como "flerte com o golpismo promovido pela extrema-direita."

Ou seja, colocaram panos quentes evitando um embate direto com o principal aliado nacional, já que o PMDB tem o vice-presidente. E os petistas deixaram claro que identificaram muito bem os que "por questão de momento" jogaram pedra do Planalto. Ou seja, as siglas respeitando a autonomia vão manter conversações e uma relação como aliadas, mas reconhecendo divergências, que existem dos dois lados.

Ou seja, o PT mandou um recado sutil e educado lembrando que os descontentes que se retirem. É bom que o PMDB controle os mais afoitos, que gritam, mas não largam o osso.
Herculano
23/10/2015 20:09
O APODRECIMENTO DO LEGISLATIVO É OBRA DOS CONGRESSISTAS, por Reynaldo Rocha

Parte 1

Nunca houve, na história do Brasil, um cenário tão desolador das instituições. O que ainda tem impedido uma crise institucional é a aceitação de todos dos fatos graves e antirrepublicanos que nos são servidos diariamente, fruto da cultura do "é assim mesmo". Mesmo que seja o pior dos mundos.

Já não encontramos adjetivações para tentar qualificar o Executivo. á-lo. De venal e corrupto, de incompetente a despreparado, tudo já foi dito. O Judiciário ?" com honrosas exceções ?" se curva aos interesses dos grupos que controlam o poder estatal.E o Legislativo não consegue sequer justificar a própria existência.

Amparado nm um mantra covarde que tenta conferir importância a um poder que não se dá ao respeito, assistimos a acordos espúrios, vendas de consciência, entrega de instrumentos internos ao que há de pior no Legislativo, a mentira como rotina e um bando de congressistas processados ou investigados por malversação de dinheiro público e crimes correlatos.

Isso é um poder republicano? Esse é o desenho de uma democracia representativa? Alertar para a inutilidade desse poder é apostar em soluções não democráticas? Em nome de um comportamento politicamente correto, devemos continuar no papel de espectadores passivos do circo de horrores? Quem destrói a credibilidade do Legislativo é ele mesmo.

Não são os outros poderes, muito menos o povo, que provocam o desgaste e o apodrecimento da instituição. São os espertalhões e aproveitadores que infestam o lugar. Os covardes e criminosos que se agrupam ao menor sinal de perigo para seus planos de eternização nno Legislativo transformado em pocilga.

O Senado é presidido por Renan Calheiros, a quem cabe definir pautas e encaminhá-las ao plenário. Esquecemos que Renan renunciou por ter uma amante bancada por uma empreiteira? Voltou ao Senado com os votos dos alagoanos. Não há nada a fazer quanto a isso. Ele voltou à presidência com os votos de seus pares.

A Câmara é comandada por Eduardo Cunha, cujo histórico (Ceade, Telerj, governo fluminense, igrejas etc) transforma as contas da Suíça em consequência previsível. O líder do governo é um deputado que se beneficiou do carregamento de dólares na cueca de um assessor preso. Isso para ficar em alguns exemplos emblemáticos.O nível é esse.

O Congresso destruiu as CPIs, instrumento criado pela Constituição de 1934 para garantir direitos das minorias. Na Constituição de 1988, as comissões parlamentares de inquérito ganharam relevância. Foram usadas com eficiência. Quem não se lembra do julgamento do mensalão? As conclusões e os depoimentos colhidos pela CPI dos Correios eram citados com frequência nos votos dos ministros do Supremo.

Também foi assim com a CPI do PC Farias, que derrubou Fernando Collor. Ou com a CPI do Orçamento, que desmascarou o bando de anões e descobriu como era roubado o dinheiro de impostos. O artigo 58 da Constituição de 1988 é mandatório. As conclusões das CPIS são enviadas ao Ministério Público. que "promoverá a responsabilidade cível e criminal dos infratores". Para tanto, é óbvio, os infratores devem ser identificados no relatório final. Se isso não acontece, a CPI é um nada.

O Poder Legislativo lembra um prostíbulo a céu aberto e funcionando. O à luz do dia. As mulheres do ramo ao menos se esforçam. Ao contrário de tantos deputados e senadores, nenhuma prostituta troca de cliente dentro do motel. Nesta quarta-feira até tivemos sorte. As cenas pornográficas aconteceram na madrugada. Não foi preciso tirar as crianças da sala.
Herculano
23/10/2015 17:02
PREVISÃO DO TEMPO, 24 A 28 DE OUTUBRO DE 2015, segundo Ronaldo Coutinho, do Clima Terra, e Sã Joaquim

SÁBADO; Massa de ar mais fria sobre SC. Céu nublado a intervalos de sol por entre as nuvens (maiores no oeste e sul). Chance de chuva fraca ou garoa, passageiro, em pontos bem isolados. Maior parte das cidades tende a passar sem chuva. Nevoeiro isolado, mais nas serras, morros e vales.

Temperatura baixa ao amanhecer e noite, amena de tarde, mais alta de tarde no oeste. Mínimas 12/17°C na maior parte do Estado, entre 12/17°C no litoral e boa parte do vale do Itajaí e entre 7/10°C em pontos do topo da serra, máximas entre 19/25°C na maior parte SC, 18/21°C/no topo da serra/+ de 1200 m e 19/22°C na orla, 27/30°C em pontos do oeste.

Vento de sudoeste/sudeste a sudeste no litoral e áreas próximas, rajadas ocasionais acima dos 25/45 km, ruim para barcos pequenos. Vento de sudeste/leste a nordeste no interior com rajadas ocasionais acima dos 25/45 Km. Nas atividades ao ar livre, lavouras e pomares, colheita e tratamento, condições; boa na maioria das regiões.
Herculano
23/10/2015 15:34
O BRASIL SE ESFACELA E OS POLÍTICOS QUE ELEGEMOS SE UNEM PARA SE SALVAREM DA CULPA PELA CORRUPÇÃO E LADROAGEM. ARRECADAÇÃO DE IMPOSTOS TEM QUEDA DE 4,12% EM SETEMBRO E ATINGE R$95 BILHÕES. ECONOMIA DO BRASIL RECUA E ENTRA EM RECESSÃO

Conteúdo do jornal Folha de S. Paulo. Texto de Fábio Monteiro, da sucursal de Brasília.

A arrecadação federal em setembro foi de R$ 95,239 bilhões, segundo dados divulgados pela Receita Federal nesta sexta-feira (23). O resultado mostra uma queda real de 4,12% em comparação com o mesmo período do ano passado.

Tanto o resultado de setembro quanto o desempenho da arrecadação em 2015 são os piores desde 2010, sempre na comparação entre iguais períodos.

Arrecadação federal

Os valores arrecadados no acumulado de 2015 correspondem a R$ 924,836 bilhões, em valores corrigidos pelo IPCA. O desempenho é 3,72% abaixo do que o registrado nos primeiros nove meses de 2014, também considerando a correção inflacionária.

O resultado do ano conta com a entrada de R$ 13,1 bilhões em receitas extraordinárias, geradas por recuperação de débitos tributários, transferências de ativos entre empresas e remessas para residentes no exterior em razão de alienação de ativos.

O governo federal tem enfrentado dificuldades na administração de suas receitas neste ano, devido ao ambiente econômico de retração e também por conta das indefinições no ambiente político.

Impostos

De acordo com o chefe do Centro de Estudos Tributários e Aduaneiros da Receita, Claudemir Malaquias, alguns fatores estruturais também interferem na arrecadação, como desonerações e benefícios tributários que foram concedidos no passado.

"Tivemos em um período anterior algumas modificações no sistema tributário, que foram feitas para alavancar a atividade econômica, e elas fizeram com que arrecadação tivesse uma redução significativa", afirmou.

As medidas adotadas em 2015 pelo governo para reverter essas desonerações só terão efeito na arrecadação no ano que vem, segundo a Receita.

Malaquias avalia que ainda não é possível apontar uma mudança de trajetória para a arrecadação federal em 2016, mas disse que essa reversão depende da administração das expectativas dos agentes econômicos, que precisam se convencer da estabilidade fiscal nas contas públicas para voltarem a investir, o que melhoraria a atividade econômica e a entrada de novas receitas.

A queda na arrecadação é divulgada às vésperas da revisão do governo para o Orçamento de 2015, que já tem uma perspectiva de deficit fiscal
Paulo Filippus
23/10/2015 15:19
Resposta ao suposto "Assessoria Andreia"

A pessoa começa um comentário alegando que existem fakes aqui, mas esconde o próprio nome, é mole?

E as mais de 800 curtidas no Facebook em tempo recorde, de quem são, perfis fakes tailandeses?

Pior, deixa evidente se tratar de um militante do PT/PMDB/PSD/PP quando assassina a nossa querida língua portuguesa.

Concluo com a sua mesma frase:

Isso te intriga... Nós sabemos!
Parece muito... Parece né?
Mas na verdade é... Muito mais do que vocês imaginam!

E só por isso vocês ficam esperneando assim. Para que tá feio já!
Cidadão Gasparence
23/10/2015 14:01
Coisas que gostam de andar em bando: Mosca, Urubú e politico desgastado.

Olha no perfil da rede social dela e observe se todos os comentários são da mesma pessoa, e se realmente por aparecer nas festas desacompanhada "ELA ESTÁ SOZINHA"????

Acorda Gaspar.
Herculano
23/10/2015 12:20
ALIANÇA DE ALTO RISCO, por Bernardo Mello Franco, para o jornal Folha de S. Paulo

A oposição protocolou nesta quarta um novo pedido de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff. O documento é uma versão recauchutada do anterior, apresentado no início de setembro.

"Estamos fazendo recorta e cola", resumiu um dos signatários, o advogado Miguel Reale Junior. Ele foi ministro da Justiça no governo Fernando Henrique Cardoso. É filiado ao PSDB, partido que perdeu as últimas quatro eleições presidenciais.

O texto também recebeu o jamegão do advogado Hélio Bicudo, um ex-petista que se dedica há pelo menos dez anos a combater o PT. Em 2010, ele afirmou que a eleição de José Serra era "a maneira de se salvar a democracia no Brasil". O tucano foi derrotado nas urnas. Felizmente, o regime político do país não mudou.

A petição de Reale Junior e Bicudo tem a estridência dos antigos tribunos. Abusa das maiúsculas, em afirmações como a de que o ex-presidente Lula "NUNCA SAIU DO PODER". Também exagera nos pontos de exclamação. Reúne nada menos que 28, salpicados em expressões como "Um acinte!"e "O caso é grave!".

O documento cita 16 vezes a palavra corrupção. Apesar disso, os líderes da oposição aceitaram entregá-lo ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha, acusado de embolsar dinheiro desviado da Petrobras.

Depois do ato, o líder do PSDB, Carlos Sampaio, disse que o peemedebista ainda tem condições de permanecer no cargo. "Enquanto o presidente dessa Casa não renunciar, ele tem a legitimidade e a prerrogativa de tomar as decisões", declarou.

Politicamente, o pedido "recorta e cola" foi uma ajuda e tanto para Cunha. Ele ganhou um instrumento para continuar na cadeira, intimidando governo e oposição.

Para os tucanos, a aliança com o correntista suíço é uma estratégia de alto risco. Nos últimos anos, o PSDB pediu votos pregando a ética na política. Ao abraçar Cunha, pode acabar sem impeachment e sem discurso para as próximas eleições.
Herculano
23/10/2015 11:53
DE NOVO A METAMORFOSE AMBULANTE, editorial do jornal O Estado de S. Paulo

Enquanto pratica a arte de desdizer-se sempre que necessário para poder dizer o que acha que a plateia quer ouvir, Luiz Inácio Lula da Silva age com determinação nos bastidores para forçar a substituição de mais um ministro de quem não gosta: o titular da Justiça, José Eduardo Cardozo, que acusa de "não controlar" devidamente as ações da Polícia Federal (PF) no âmbito da Operação Lava Jato, agora perigosamente perto dele próprio e de sua família. O cheiro do perigo despertou a metamorfose ambulante.

Depois de passar semanas atacando o ajuste fiscal e a "política econômica" de Dilma e estimulando seu partido e as organizações filopetistas a exigir a demissão do ministro Joaquim Levy, Lula fez na quarta-feira, na Assembleia Legislativa do Piauí, onde foi homenageado, uma enfática defesa da austeridade fiscal: "Isso a gente faz na casa da gente. Gastou um pouco demais? Perdeu a conta? Tem que brecar. Ou a gente faz isso, ou quebra de vez".

Já as investigações da Lava Jato em torno das relações de Lula e família com o pecuarista José Carlos Bumlai ?" aquele que tinha acesso livre ao Palácio do Planalto ?" mostram indícios de que o clã Lula da Silva foi beneficiado por esquemas mal explicados. De acordo com a delação premiada do lobista Fernando Baiano, os dois filhos de Lula, Fábio Luiz e Luiz Cláudio, ocupavam, até o início das operações da Lava Jato, salas anexas ao escritório que Bumlai mantinha em São Paulo. Além disso, de acordo com o mesmo delator, Bumlai teria usado recursos do propinoduto da Petrobrás para "dar uma ajuda" de R$ 2 milhões a "uma nora" do ex-presidente.

São informações como essas, classificadas pelos petistas como "vazamentos seletivos", que provocam as queixas de Lula sobre a "falta de controle" do ministro da Justiça sobre a Polícia Federal. O que deixa claro que, para Lula e a tigrada do PT, o Ministério da Justiça tem obrigação de impedir que a Polícia Federal divulgue investigações que contrariem os interesses políticos dos donos do poder. Assustado com a possível revelação daquilo que não imaginava que pudesse vir a público, Lula quer valer-se do pretexto de José Eduardo Cardozo estar enfrentando problemas de saúde para ampliar o elenco de ministros de sua confiança nos postos-chave do governo.

De qualquer modo, no que diz respeito ao ex-presidente, o amplo e minucioso trabalho de investigação da Operação Lava Jato, realizado em conjunto pela PF e o Ministério Público Federal (MPF), sob a coordenação do juiz federal Sergio Moro, não tem feito mais do que acumular indícios daquilo que todo o Brasil sempre soube: Lula tem o rabo preso com malfeitos praticados durante seu governo, pois afronta o mais elementar bom senso imaginar que ele não tivesse nenhum conhecimento, por exemplo, sobre o amplo esquema do mensalão, que resultou na condenação de parte da cúpula do PT. Suas relações pessoais com grandes empresários, especialmente donos de empreiteiras, sugerem reflexões sobre a promiscuidade e seus efeitos sobre valores familiares e bancários.

Não é sem razão, portanto, que Lula tem dedicado o melhor de seus esforços à tentativa desesperada de livrar-se das encrencas à vista ?" o que é particularmente difícil por estar todo o projeto de poder do PT à beira do precipício. Um de seus discursos prediletos, que sempre manejou com grande competência, é o da vitimização de sua figura de defensor dos fracos e oprimidos, que por essa razão é objeto do "ódio das elites", que "não se conformam" com as conquistas sociais que ele realizou "como nunca antes na história deste país".

Na Assembleia Legislativa piauiense ?" enquanto manifestantes protestavam na porta exibindo réplicas do já famoso boneco Pixuleco ?", Lula caprichava no papel de perseguido: "Este país está vivendo um momento inusitado. Um momento de ódio, onde (sic) as pessoas não precisam nem ser julgadas e as manchetes condenam antes das pessoas saberem se têm processos. Muita gente fica nervosa e irritada e temos que nos perguntar o que está acontecendo". Como se ele não soubesse...
Herculano
23/10/2015 11:49
NESSA CANOA FURADA, por Fernando Gabeira, no jornal O Estado de S. Paulo
Parte 1

"Como vai você/ assim como eu/ uma pessoa comum/ um filho de Deus/ nessa canoa furada/ remando contra a maré." Esses versos cantados por Marina Lima me vêm à cabeça neste momento da crise brasileira. Uma canoa furada remando contra a maré. Dois personagens centrais brigam pela imprensa. Dilma e Cunha estão numa gangorra. Se um deles parar de repente, o outro voa pelos ares.

Dilma pensa na queda de Cunha, ele pensa na queda dela. Nenhum dos dois parece capaz de realizar esse feito. Para derrubar Dilma é preciso um processo conduzido por alguém que não esteja envolvido no escândalo. Para derrubar Cunha é preciso um tipo de pressão que seus oponentes não fazem.

Na queda de Renan Calheiros, lembro-me bem de que ele não conseguia presidir sessões do Congresso porque os opositores não deixavam. Não sei se isso é possível na atual e sinistra correlação de forças na Câmara. No fundo, seria mais uma paralisia num quadro de desalento e grandes dificuldades econômicas. Esse impasse político faz da retomada do crescimento, ainda que em novas bases, uma outra canoa furada. Com todos os personagens centrais, Renan incluído, tentando se equilibrar, falta energia para pensar no País.

O projeto de Joaquim Levy passa pela CPMF. Mais uma furada. O imposto não será aprovado no Congresso, mesmo se usarem parte dele comprando deputados. Ninguém vende o próprio pescoço num momento em que os eleitores estão atentos. Levy sempre poderá buscar outros meios, como a Cide, de combustíveis, por exemplo. Mas, derrotado com a CPMF, teria força para esse novo movimento? Além disso, há as repercussões inflacionárias.

O ajuste possível e necessário para avançar não tem chance de ser feito. O clima político é de salve-se quem puder. Se fossem personagens de House of Cards, a série de TV americana, até que seria divertido ver o desenrolar de seu destino.

Não canso de lembrar: eles estão aqui, entre nós. Já vamos encolher este ano e em 2016. O número de desempregados cresce e isso é um tema ofuscado pela briga lá em cima da pirâmide.
Herculano
23/10/2015 11:48
NESSA CANOA FURADA, por Fernando Gabeira, no jornal O Estado de S. Paulo
Parte 1

Outro tema que passa batido são os impactos econômicos do El Niño. As chuvas provocam grandes estragos no Sul e a seca em muitas partes do Brasil é intensa. Pode faltar água nas metrópoles do Sudeste. Com a seca vêm as queimadas. Os incêndios em áreas de conservação em Minas cresceram 77%. São 421 focos. O governo do Estado lançou um plano de emergência de R$ 8 milhões, mas os prejuízos são muito maiores e talvez o dinheiro seja curto. Se computamos os estragos das cheias, da seca e das queimadas, vamos nos dar conta de que estamos num ano de forte El Niño.

No Brasil é um El Niño abandonado. Não houve planejamento. Em Minas o procurador de meio ambiente, Mauro Fonseca Ellovitch, culpa a imprevisão do governo. Mas é um problema nacional. Quem vai cuidar do El Niño com tantas batalhas políticas pela frente?

O fogo comendo aqui embaixo e os malabaristas divertindo a plateia com seus saltos. O PT é o mais sofisticado deles. Resolveu se opor a Joaquim Levy.

Dilma arruinou o País e precisou de Levy para sanear as contas. De modo geral, isso ocorre em eleições, quando o perdedor deixa para trás uma terra arrasada. Mas o PT ganhou as eleições. Se tivesse perdido, ficaria mais confortável na oposição ao ajuste. Na ausência de um governo adversário, o PT coloca um adversário no governo. Sabendo que Levy propõe medidas duras e tende a fracassar, o PT estará com seu discurso em dia.

O movimento é mais sutil porque tenta atribuir todas as dificuldades do momento à política de Levy, mascarando o imenso rombo deixado pelo próprio governo. Duvido que Dilma e o PT não tenham combinado o clássico movimento morde e assopra. Tanto ela como o PT precisam de Levy: ela para acalmar os mercados e o partido para bater nele.

Outra figura polivalente para o PT é o próprio Eduardo Cunha. Derrubá-lo ou não derrubá-lo? É preciso um bom número de deputados do partido para assinar o pedido no Conselho de Ética. E um bom número para ficar calado, uma tática de não agressão. É preciso ser contra Cunha e trabalhar nos bastidores para mantê-lo. Enquanto encarnar a oposição no Parlamento, Cunha será apenas um roto falando do esfarrapado.

Em Estocolmo, Dilma alvejou Cunha, referindo-se ao escândalo: pena que seja com um brasileiro. É um pequeno malabarismo para reduzir o maior escândalo da História a um samba de um homem só. Ainda assim, os aliados acharam que foi um movimento de guerra. Talvez tenha sido inábil no quadro de um acordo de paz, em que ninguém derruba o outro.

Dilma foi à Suécia ganhar o Prêmio Nobel de inabilidade. Foi inspecionar os objetos mais caros que o Brasil comprará: os caças de US$ 4,5 bilhões. Nada contra a Aeronáutica nem contra os caças suecos. Vivemos na penúria perdendo empregos, lojas fechando, cortes de gastos. Recém-condenada pelo TCU por esconder um rombo no Orçamento, ela escolheu como gesto político reafirmar a compra dos caças. E nos deixou como consolo o corte de 10% no salário dos ministros.

Os tempos mudaram tão rapidamente que já não consigo entender a lógica das agendas presidenciais. Alguém deve ter dito: vamos dar uma resposta ao TCU posando diante dos caças suecos, isso levanta o ânimo da galera. Depois de pedalar, Dilma entra num caça. Recentemente, testou um carro sem piloto. Ela parece gostar de veículos, movimento. Amante da poesia mineira, corre o risco de parafrasear Drummond: no meio do caminho, havia um trator.

Para muitos, o processo ainda parece dar-se num universo distante e autônomo, como se fosse mesmo um programa de TV ao qual se pode assistir, mas não alterar o seu curso. Aos que não acreditam nisso, resta a esperança da ação, a certeza de que presidentes caem e sistemas políticos perversos como o brasileiro podem ser reformados.

Ainda que palhaços e malabaristas nos divirtam, será preciso botar fogo no circo.
Assessoria Andreia
23/10/2015 11:46
Está demais, as pessoas que venham nesta coluna defender a vereadora, é sempre a mesma, com muitos fakes. A mesma pessoa coloca vários nomes, isso se chama marketing, sabe porque? Vamos numa festa onde Andreia estar, ja vi muitas, sempre sozinha!

Isso me intriga, parece muito, mas na verdade é pouco!
Herculano
23/10/2015 11:45
INTERNA CORPORIS, por Natuza Nery, na coluna Painel no jornal Folha de S. Paulo.

Eduardo Cunha definiu estratégia de reaproximação com setores da Câmara para se livrar do processo de cassação. Além de flexibilizar medidas impopulares, como a que restringia a presença de assessores em sessões extras, voltou a batalhar por bandeiras de sua campanha. Ao governo, ele propõe acelerar a tramitação da DRU desde que a equipe econômica apoie a emenda à Constituição que transforma em impositivas também as emendas de bancadas, e não só as individuais.

Calculadora

Cunha fez suas contas. Diz que há 14 vésperas de fim de semana tem sido bombardeado ou pela Procuradoria-Geral da República ou pelo Supremo. "A bomba de hoje é a 15ª", reclamou ele a interlocutores.

Cofre fechado

Apesar de terem sido avisados pelo Planalto há cerca de 10 dias de que recursos para emendas parlamentares foram liberados aos ministérios, líderes na Câmara se queixam de que a verba ainda não começou a ser empenhada pelas pastas.

Sede ao pote

O governo identifica na pressa de Rose de Freitas (PMDB-ES) em votar as contas de Dilma Rousseff uma tentativa da peemedebista de conservar para si um instrumento de pressão, já que seu mandato à frente da Comissão Mista de Orçamento se encerra neste ano.

Hierarquia

Caciques peemedebistas se irritaram com o fato de a senadora ter assumido uma interlocução direta com o Planalto, sem passar pela cúpula do partido. Houve bate-boca com parte da bancada em reunião na terça.

Muita calma

Setores do governo chegaram a considerar a possibilidade de tentar concluir logo a votação, mas líderes da base atuaram para convencer o Planalto de que não há maioria clara para reverter o parecer do TCU.

Sinal amarelo

A sinalização de Cunha de que pode revogar a questão de ordem sobre o "manual do impeachment" para anular o efeito de liminares do Supremo foi vista por ministros como uma tentativa de driblar o tribunal.

Siga o dinheiro

Com a expectativa do fim das sanções internacionais ao Irã, uma comitiva brasileira vai ao país nesta sexta. Armando Monteiro (Desenvolvimento) e Eduardo Braga (Minas e Energia) viajam com representantes de setores de máquinas, carnes e veículos.
Missinha pra boi dormir
23/10/2015 11:41
Dia de inauguração

Marcelo comprou uma bota nova e foi colocar o pé na água. Se queria mostrar serviço, deveria no minimo estar com a bota suja.(de lodo, de bosta, de barro, de poeira) Assim limpinha não convence ninguém.
Mussun
23/10/2015 09:20
Tonho, o campeão de votos, o Melato do PT, Mitinho Minguadinho, Daniel que nem a mão na massa coloca, processando Andréia por ter xingado eles? kkkkkkk

Só pode ser piada, por isso querem advogados de graça? Para processar quem trabalha? Quem defende os interesses dos eleitores? E que tem vergonha na cara? Fala as verdades? Não tem medo de marmanjo sem palavra?

Deveriam sair dos seus círculos de amizades e escutar o que nós, o POVO pensa de vocês! Só dizer que não horaram as calças?

Tem adjetivos muito mais apropriados que qualifica esses sujeitos. E que é pronunciado por muitos, todos os dias. Vai faltar dinheiro para processar quem fala a verdade.

Vou respeitar esse espaço, mas vou ali fora fazer meu boca a boca ferrenho contra esses senhores. E com certeza descarregar esses adjetivos.
Camila
23/10/2015 08:50
Com todo respeito, ter o nome comentado no jornal não é ter cabo eleitoral, e sim reconhecimento pelo trabalho, competência e honestidade que vem desempenhando como vereadora.
Entretanto defendo que em todos os lugares as opiniões precisam ser respeitadas. Porém mil vezes,alguém como o Herculano de cabo eleitoral, do que o Paca, o Daniel Bossi, Jean Kulmann, Décio Lima, Ana Paula, Fernando Neves.

Daí não ia só perder meu voto, eu rasgava meu titulo.

Estou contigo Andréia da Lagoa
Herculano
23/10/2015 08:04
PMDB TROCOU DEPUTADO QUE REJEITARIA AS CONCLUSÕES DO RELAT?"RIO DO PT NA CPI, por Josias de Souza

Em constante litígio na Câmara, PT e PMDB uniram-se na reta final da CPI da Petrobras. Juntaram-se para aprovar o relatório final do petista Luiz Sérgio (RJ), que blindou congressistas e se absteve de citar autoridades dos governos Lula e Dilma.

O deputado Carlos Marum (PMDB-MS) informou que votaria contra o texto do relator. Sem alarde, foi convidado a se retirar da comissão pelo líder da bancada peemedebista, Leonardo Picciani (RJ). No lugar de Marum, votou Édio Lopes (PMDB-RR), primeiro suplente na CPI ?"a favor do texto de Luiz Sérgio.

Marum chegou a comparecer à sessão da CPI. Sugeriu a adoção de um texto alternativo. Nele, estava escrito que o que houve na Petrobras foi "corrupção sistêmica". Algo que o relator não admitia. De resto, Marum sugeria providências negligenciadas pelo petista Luiz Sérgio.

Numa, propunha que a CPI anotasse em seu relatório final os nomes de todos os políticos mencionados em condições suspeitas por depoentes ouvidos na comissão. Noutra, sugeria a inclusão no texto da proposta de revogação imediata do decreto que instituiu o atual modelo de licitações da Petrobras, cuja flexibilidade tornou-se, no dizer de Marum, "um convite à formação de cartel".

Por que o líder do PMDB lhe pediu que se retirasse da CPI?, perguntou o blog a Marum. E ele: "O Picciani me disse que a rejeição do texto do Luiz Sérgio poderia abrir caminho para a aprovação do relatório do PSDB, que era muito radical." O repórter estranhou, já que o texto do relator prevaleceu com folga: 17 votos a 9. "Creio que eles não tinham a perspectiva de um placar tão elástico."

O relatório paralelo do PSDB, que o líder Picciani tachou de "radical", pedia o aprofundamento das investigações em relação a Dilma, Lula e ao ministro Edinho silva (Comunicação Social). Solicitava à Procuradoria a abertura de novos inquéritos contra os ex-ministros Antonio Palocci, José Dirceu, Guido Mantega, Gilberto Carvalho e Ideli Salvatti.

De resto, o tucanato pregava a apuração do envolvimento de 49 políticos citados na Lava Jato. A lista do PSDB inclui quase todos os parlamentares que respondem a inquéritos no STF, entre eles o já denunciado Eduardo Cunha. Excluíram-se os nomes dos senadores tucanos Abtonio Anastasia (MG), cujo processo foi arquivado a pedido da Procuradoria; e Aloysio Nunes Ferreira (SP), que é processado por suspeita de caixa dois, não relacionado com a Lava Jato.
Herculano
23/10/2015 08:00
O PT É TAMBÉM CULPA DA ELITE, por Reinaldo Azevedo, para o jornal Folha de S Paulo.

Qual foi o marco zero do descalabro que aí está? Em que momento o petrolão e outros aumentativos degradantes começaram a ser gestados?

O ponto inicial, acho eu, se deu quando Lula conseguiu atrair para o seu circo, setores importantes da burguesia nacional ou internacionalizada, que o viram, de um lado, com olhos benevolentes, e de outro, quem sabe?, com paixão cúpida.

Por benevolente, a elite econômica resolveu reconhecer as iniquidades sociais do Brasil, e a parolagem distributivista de Lula lhe pareceu moralmente legítima. Por cúpida, percebeu que um governo com deficit de confiança e excesso de entusiasmo popular poderia trilhar um de dois caminhos: ou o populismo virulento ou o mercadismo com coração. Deu mercadismo com coração.

E Lula se tornou, então, na feliz definição de um empresário com quem conversei nesta semana, "o pai dos pobres e a mãe dos ricos". E não pensem que ignorasse o feito. Ele mesmo já afirmou que os bancos nunca lucraram tanto como no seu governo. E não só eles, como pode atestar o BNDES.

Quantos, a tempo, se dispuseram a ouvir que o modelo ?"ou fosse lá como se chamasse aquilo?" era insustentável? Ao contrário até. A crítica era percebida como coisa de gente de maus bofes, que se negava a reconhecer a sapiência natural de um operário.

Ouvi muitas vezes empresários a dizer que Lula tinha muito mais paciência para falar com eles do que FHC, que alguns tomavam como excessivamente frio. E o petista, não duvidem, sabe como fazer um assunto de Estado se parecer com uma conversa pessoal, recheada de imagens fesceninas.

Não há, e é para este aspecto que chamo a atenção dos leitores, uma só característica da crise que seja surpreendente. Absolutamente nada! O que se tem aí é o resultado de uma equação.

Alguém vai me dizer que o empresariado ignorava que o crescimento percentual de gastos sempre acima da receita termina em deficit? Que o crescimento da massa salarial sempre acima da produtividade termina em inflação? Que o crescente engessamento do Orçamento, com desembolsos obrigatórios, impede a competente gestão do Estado?

Talvez seja o caso de dar a mão à palmatória. Lula e o PT fingiram que haviam se convertido à economia de mercado, dispuseram-se a ser os gerentes do capitalismo nativo, assenhorearam-se dos bens do Estado, e isso, à larga maioria, pareceu razoável porque, sejamos claros, os petistas sempre foram muito bons para fazer, digamos, "negócios".

Mesmo a extorsão que se passou a praticar à larga parou de doer. Os empreiteiros enrolados na Lava Jato são testemunhas de que eles próprios já não sabem quando estavam corrompendo ou sendo corrompidos, quando estavam pagando propina ou sendo extorquidos.

"Ah, está dizendo que a corrupção começou com o PT?..." Não! Começou com a serpente. Eu estou sustentando, sim, que foi com o petismo que ela se transformou num modelo de gestão do Estado. E só foi tão longe porque amplas fatias do capital viram nos companheiros uma oportunidade de negócios.

Talvez um dia a burguesia brasileira consiga acreditar nos valores morais e espirituais ?"vejam que palavra emprego!?" que a levam a empreender e a produzir. E, quem sabe?, surjam então empresários liberais no Brasil, que combatam o petismo, em vez de se unir a ele em nome do patriotismo, que é sempre um péssimo refúgio para o erro ou para a cupidez.
Herculano
23/10/2015 07:53
BANCO SUIÇO APOSTA E RECESSÃO E REAL FRACO, por Claudio Humberto na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

O Lombard Odier, um dos maiores bancos suíços e da Europa, concluiu no relatório de "estratégia de investimentos" de outubro que o maior problema econômico do Brasil é, na verdade, político. Segundo o relatório, Dilma não tem força para angariar apoio para implementar as reformas necessárias para tirar o Brasil da crise. E pior: a expectativa suíça é de que a recessão da economia perdure "por algum tempo".

Sem previsão de fim

Para o Lombard Odier, a recessão da economia brasileira vai continuar e deve contar com a desvalorização (ainda maior) do Real.

Estado gordo e atrasado

Segundo o relatório do Lombard Odier, há um problema estrutural no Brasil: 90% do orçamento só pode ser alterado através de leis.

Dívida que preocupa

De acordo com a estratégia de investimento suíça, o Brasil tem taxa de crescimento da dívida interna que preocupa investidores estrangeiros.

Petróleo, de novo

Lombard Odier concluiu: apesar de commodities, o déficit no orçamento e o preço do petróleo devem ser devastadores para a economia.

PMDB e PSD lideram ranking de governadores

Levantamento do Instituto Paraná Pesquisas em nove estados mostra que nessa lista PMDB e PSD têm os governadores mais bem avaliados. O alagoano Renan Filho (PMDB) lidera o ranking, com 67,5%, seguido do catarinense Raimundo Colombo (PSD), 64,4%, e do baiano Rui Costa (PT) 59,5%. Apesar dos problemas com os servidores, o gaúcho José Ivo Sartori (PMDB) está em 4º, com 54,4%.

Avaliação de tucanos

O governador de Goiás, Marconi Perillo, com 53,8%, é o tucano de melhor avaliação positiva. O paulista Geraldo Alckmin tem 47,0%.

Menos da metade

A briga do governador Rodrigo Rollemberg (PSB) com servidores, no DF, ainda não impactou tanto na sua avaliação positiva: soma 45,7%.

Zona de rebaixamento

Os governadores mais mal avaliados, pelo Paraná Pesquisas, são Pezão (PMDB), do Rio, com 33,3%, e Beto Richa (PSDB-PR), 24,5%.

Nova oposição

Paulinho da Força (SD-SP) ameaça romper com o PSDB para formar novo bloco de oposição na Câmara. Ele não gostou do relatório do líder tucano Carlos Sampaio (SP) contra Eduardo Cunha, na CPI da Petrobras: "Oposição dá mais trabalho do que o governo", diz.

Disputa será acirrada

Pesquisa sobre eleição para a prefeitura de Maceió indica disputa acirrada entre Cícero Almeida (PSD), hoje com 27,9%, e o tucano Rui Palmeira (27,7%).

Novo embaixador

Rubem Barbosa foi aprovado na sabatina Senado, por 14x0, para ser o embaixador do Brasil em Jacarta. Sua escolha encerra o mal-estar causado por uma grosseria de Dilma contra o embaixador indonésio.

Tudo pelo traficante

Em janeiro, Dilma se recusou a receber as credenciais do embaixador da Indonésia, quando ele já se encontrava no Planalto para a cerimônia, irritada com a execução de traficante brasileiro em Jacarta.

Retrocesso

Jerônimo Goergen (PP-RS) recolhe apoio para um projeto que revoga a obrigatoriedade de extintores em veículos. "A suspensão ocorreu porque o governo não tem capacidade de fiscalizar", argumenta.

De mulher para mulher

O advogado Fernando Tibúrcio sugere que Dilma receba a mulher de Leopoldo López, um dos opositores encarcerados pelo regime de Nicolás Maduro, para conhecer melhor a realidade venezuelana. Ela aguarda desde 15 de setembro a resposta a seu pedido de audiência.

Crise interminável

A alta de desemprego preocupa a base aliada. A avaliação de deputados governistas é que o comportamento da economia alimenta a crise política, motivo pelo qual não enxergam melhoras no cenário.

Chapa esquentou

O governador do RN, Fábio Faria (PSD), e a senadora Fátima Bezerra (PT-RN) estão em pé de guerra. O motivo é a disputa pela indicação do comando da Companhia Brasileira de Trens Urbanos em Natal.

Pensando bem...

...foi tão bom o codinome "Lindinho", atribuído pela gatunagem a Nestor Cerveró que, sem delação, passaria despercebido pela Polícia Federal.
Herculano
23/10/2015 07:35
META FISCAL DE DILMA APROXIMA A CIÊNCIA ECONOMICA DA MESA DO JOGO DE BÚZIOS, por Josias de Souza

Como os videntes, Dilma Rousseff e seus economistas recorrem a fórmulas esotéricas para prever o futuro. Tratam o imponderável com enorme precisão. Assim como o jogo de búzios, as teorias econômicas do governo estão sempre certas. Os seres humanos é que nem sempre se comportam como o previsto.

A nova meta fiscal do governo para 2015, que entra em cartaz nesta sexta-feira (23), é a terceira tentativa de antecipar a realidade das contas públicas. O que era um superávit primário de R$ 143,2 bilhões virou um déficit de algo como R$ 70 bilhões. Ou mais.

Levada às manchetes em abril do ano passado, quando Guido Mantega ainda dava expediente na Fazenda, a cifra de R$ 143,2 bilhões correspondia a uma economia de 2,5% do PIB. Ainda em dezembro de 2014, na bica de substituir Mantega, Joaquim Levy reduziu a meta fiscal para R$ 66,3 bilhões ?"ou 1,2% do PIB.

Há escassos três meses, em julho, o governo jogou novamente os búzios sobre a mesa. Conversou com todos os orixás e as divindades. Enxergou um superávit primário ainda menor: R$ 8,7 bilhões ?"coisa de 0,15% do PIB.

Apertaram-se todos os botões do painel de. Mas a turma do TCU, a força-tarefa da Lava Jato e o Eduardo Cunha fugiram ao controle. Como se fosse pouco, os investidores não investiram, os consumidores não consumiram e os contribuintes não contribuíram.

Na tarde desta quinta-feira (22), o ministro Jaques Wagner (Casa Civil) confirmou que a nova meta fiscal seria um buraco de algo como R$ 50 bilhões. Poucas horas depois, o TCU informaria ao Planalto que o governo terá de cobrir ainda em 2015 o cheque especial das 'pedaladas fiscais', devolvendo aos bancos públicos o dinheiro que sacou a descoberto em 2014.

Diante da novidade, Jaques Wagner mandou a Casa Civil informar que o rombo agigantara-se para algo como R$ 70 bilhões. Quer dizer: a previsão de meta fiscal para 2015 voltou ao mesmo patamar de 1,2% do PIB que exibia há dez meses. A diferença é que, em vez de superávit primário, Dilma agora entregará no final do ano um megadéficit.

Como se vê, o vaivém da meta fiscal aproximou da mesa do jogo de búzios a ciência econômica que guia os cálculos do governo. A certeza só vai até onde começa o mistério do comportamento desses seres terríveis que são as pessoas. Quem imaginaria, por exemplo, que Dilma governaria tão mal tão bem?

Para se precaver, a presidente talvez prometa às agências de risco Moody's e Fitch a adoção de bruxarias adicionais. Mas os efeitos podem ser demorados e incertos. Uma agulha atravessada no boneco do Cunha talvez só funcione no ano que vem. E na pessoa errada. Pode doer na própria Dilma, por exemplo.
Herculano
23/10/2015 07:32
OS POLÍTICOS BRASILEIROS USAM A DEMOCRACIA, OS VOTOS LIVRES COMO PALAVRA DE PASSE PARA CHANTAGEAR, CONSTRANGER, ROUBAR, ENRIQUECER, MENTIR, ENCURRALAR COMO SE DONOS DE FACÇÃO CRIMINOSA FOSSEM. E OS PARTIDOS POLÍTICOS ONDE ESTÃO ABRIGADOS PARA TAL SANHA, FICAM BEM QUIETOS, OU SEJA, SÃO CONIVENTES E PARTÍCIPES DESTA AÇÃO CONTRA GENTE HONESTA, ELEITOR LUDIBRIADO E PAGADOR DE PESADOS IMPOSTOS, O POVO.

JANOT REUNE PROVAS PARA PEDIR O AFASTAMENTO DE CUNHA DO CARGO, ESTAMPA A PRINCIPAL MANCHETE DE CAPA DA EDIÇÃO DE HOJE DO JORNAL FOLHA DE S.PAULO

Texto de Graciliano Rocha, enviado especial a Brasília, com Márcio Falcão, da sucursal de Brasília. Após o STF (Supremo Tribunal Federal) autorizar o sequestro de R$ 9,6 milhões depositados em contas na Suíça atribuídas a Eduardo Cunha (PMDB-RJ), a Procuradoria-Geral da República intensificou a busca de provas para instruir um pedido para afastá-lo da presidência da Câmara.

Assessores do procurador-geral, Rodrigo Janot, reúnem indícios que apontariam que Cunha utilizou o cargo para atrapalhar os desdobramentos da Lava Jato. Se isso for comprovado, a Procuradoria deverá formalizar o pedido.

Como a medida é considerada delicada, isso só será feito se houver prova incontestável de uso das prerrogativas do cargo para atrapalhar as investigações.

O deputado Sílvio Costa (PSC-PE), vice-líder do governo, entrou nesta quinta (22) com uma representação na Procuradoria pelo afastamento de Cunha alegando que ele usa o cargo para atrasar as apurações. Cunha é acusado de corrupção e lavagem de dinheiro e suspeito de esconder contas na Suíça.

Já o resgaste do dinheiro foi solicitado por Janot ao ministro Teori Zavascki, relator da Lava Jato no STF, pois há elementos de que as contas foram abastecidas com propina de contratos da Petrobras.

A medida é necessária porque as investigações da Suíça sobre Cunha foram transferidas para o Brasil. Assim, havia o risco do bloqueio feito pelas autoridades daquele país perder efeito, permitindo a ele a retomada dos valores.

Em abril, as autoridades da Suíça bloquearam 2,469 milhões de francos suíços (R$ 9,6 milhões) em duas contas: uma controlada por Cunha (R$ 9 milhões), outra por sua mulher, a jornalista Cláudia Cruz.

O Ministério Público da Suíça associou quatro contas ao deputado, com cópia de passaporte diplomático, endereço de sua casa, no Rio, e assinatura. O material embasou a abertura de um novo inquérito da Procuradoria para apurar suspeita de envolvimento de Cunha com os desvios na Petrobras.

O objetivo do sequestro é assegurar que, caso fique comprovado que a quantia é produto de crime, os valores sejam logo incorporados aos cofres públicos. Os recursos serão transferidos para uma conta judicial no Brasil.

"Tem-se como justificada a necessidade da medida requerida, pois efetivamente demonstrada a existência de indícios suficientes de que os valores eram provenientes de atividades criminosas diante da farta documentação apresentada pelo Ministério Público", disse Teori.

O ministro também negou nesta quinta pedido de Cunha para que as investigações ficassem sob segredo de Justiça. Com a autorização do STF para investigar Cunha, a mulher e uma das filhas, a Procuradoria vai agora perguntar ao Banco Central se o dinheiro no exterior foi declarado.

OUTRO LADO

À CPI da Petrobras, Cunha negou ter conta no exterior. Depois, quando evidências começaram a aparecer, soltou uma nota reafirmando o depoimento à CPI. Desde então, vem se negando a falar sobre o assunto e afirmou que não deixará o cargo.
Juliano Cardoso
23/10/2015 07:32
Andreia,

Até votaria em vc, mas com o Herculano de cabo eleitoral não dá! Largue esse cara e siga sozinha, assim vc terá chance!
Herculano
23/10/2015 07:12
PEGOU

Luiz Inácio Lula da Silva, ex-presidente da República, fundador e presidente de honra do PT, da peregrinação que faz para provar que gatos e ratos são as mesmas coisas, foi ao Nordeste, o reduto preferido para os discursos. Desembarcou no Piaui, governado pelo ex-líder sindical dos bancários, Wellington Dias, próximo de Lula. Vídeos na internet, mostram Lula andando entre o "povo", e sendo constrangido: "Pega ladrão!".

E Lula sorridente... Meu Deus, que cena!

Este é o candidato do PT e 2018 para substituir Dilma Vana Rousseff, a sua gerente preferida. Ou era a tal elite branca do Piaui que estava lhe marcando? Wake up, Brazil!
Herculano
23/10/2015 06:59
PERGUNTAR NÃO OFENDE

Quem é o pecuarista da administração petista de Gaspar?
Herculano
23/10/2015 06:58
SIM, N?"S ACREDITAMOS!VOCÊ ACREDITA, CERTAMENTE! ESTA GENTE JULGA-NOS BURROS, MANSOS E IDIOTAS QUANDO ROUBAM OU DESVIAM OS NOSOS PESADOS IMPOSTOS QUE FALTAM EM TUDO, GERAM DESEMPREGO INFLAÇÃO. PECUARISTA AMIGO DE LULA DIZ QUE REPASSE DE LOBISTA FOI EMPRÉSTIMO

Conteúdo do jornal Folha de S. Paulo. Texto da colunista Mônica Bergamo. O pecuarista José Carlos Bumlai, acusado pelo delator Fernando Soares, o Baiano, de receber propina para mediar negócios no setor de petróleo e repassá-los a uma nora do ex-presidente Lula, afirma que os recursos que recebeu do lobista serviram, na verdade, para pagar empregados de suas fazendas.

Bumlai repetiu a versão a mais de uma pessoa. Segundo a Folha apurou, ele diz que contratou Baiano para ajudá-lo a vender uma termelétrica. Pela corretagem, lhe pagaria uma comissão milionária.

Como estava precisando de recursos com urgência, já que seus negócios no setor agropecuário passam por dificuldades, Bumlai pediu a Baiano, na ocasião em que o contratou, um empréstimo para quitar dívidas com trabalhadores de suas terras.

O lobista aceitou, segundo a versão do pecuarista. Como tinha recursos para receber de uma empresa ligada à OSX, de Eike Batista, para quem prestava serviços, Baiano pediu que a companhia repassasse o crédito a Bumlai.

O dinheiro teria sido então depositado na conta de uma empresa da família do fazendeiro. Ou seja, o que Baiano diz ser propina não passaria de um empréstimo a Bumlai, sem contrato assinado e jamais saldado.

O fazendeiro diz a interlocutores que, ao contrário do que sugere o delator, os recursos depositados na tal empresa não foram repassados a uma nora do ex-presidente Lula, mas sim a ele próprio, por meio de um contrato de mútuo. Ele teria usado o dinheiro para então pagar seus empregados.

O fazendeiro rebate ainda os valores revelados por Baiano nos depoimentos que deu às autoridades em acordo de delação premiada. Ele diz que não recebeu R$ 2 milhões do delator, e sim R$ 1,5 milhão.

DELAÇÃO

Baiano afirmou em seus depoimentos que o ex-presidente Lula participou de reuniões com Bumlai, de quem é amigo, e o presidente da Sete Brasil, João Carlos Ferraz, sobre contratos da Petrobras.

A reunião com Lula foi marcada durante as tratativas de Baiano, que atuava em nome da OSX, de Eike, e Bumlai para conseguirem um contrato de construção de navios-sonda com a Sete Brasil.

Segundo a versão do delator, Lula teria prometido "ajudar a dar mais velocidade", mas os negócios supostamente intermediados por Bumlai não prosperaram.

Mesmo assim, meses após a reunião, que teria ocorrido em 2011, Baiano diz ter repassado R$ 2 milhões em propina a Bumlai, que teria solicitado para uma nora de Lula.

Lula disse que nunca autorizou o amigo a pedir dinheiro em nome dele e negou que alguma nora tenha recebido favor de Baiano. Nesta quinta (22), o ministro do STF Teori Zavascki negou um pedido de Fábio Luís Lula da Silva, filho de Lula, para ter acesso à delação de Baiano.
Herculano
23/10/2015 06:48
AOS LEITORES E LEITORAS QUE FAZEM A COLUNA LÍDER DE ACESSOS

Faltam as notas do Trapiche, que integra a edição impressa. Em poucos instantes ela estará disponível

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