Por Herculano Domício - Jornal Cruzeiro do Vale

Por Herculano Domício

22/04/2016

Tocando a gaita com música emprestada. Giovano Borges, presidente da Câmara de Gaspar, já sabe como vai se apresentar no palanque da campanha deste ano. Falta definir quem vai pagar o show. Por enquanto, o PT tem a preferência.


A PESQUISA I
O PT de Gaspar fez uma pesquisa de trabalho. É para orientar a sua campanha. E a escondeu. Então, por causa dela, resolveu ir para a rua. E o mais rápido possível. O candidato escolhido, o secretário de Obras e ex-presidente do Samae, inventor da empresa de coleta de lixo, a Say Muller, Lovídio Carlos Bertoldi, não está por enquanto bem na foto. E não só pelo desastre nacional do partido, mas pelo desgaste local. Entretanto, a mesma pesquisa diz que Lovídio e o PT de Gaspar, mandado pelo PT de Blumenau e Itajaí, terão mais sorte se o cabo eleitoral for o atual prefeito Pedro Celso Zuchi, oito anos seguidos na prefeitura além de outros quatro anteriormente. Por isso, a dobradinha Zuchi Lovídio já saiu por aí à cata de votos, alianças e no espalhamento de promessas.

A PESQUISA II
Outra. O vice de Lovídio deverá ser mesmo alguém que não tenha identificação com o PT. O partido por aqui sempre saiu de chapa pura: uma vez com Albertina Deschamps, e em outras duas com Mariluci Deschamps Rosa. O empresário e ex-vereador pelo PMDB histórico, Antônio Osni Wolleck, o Toni da Churrascaria, recém-convertido ao PDT, ganha força e já anda junto com Lovídio e Zuchi por aí. Ele “mata” o PMDB de Kleber Edson Wan Dall e contamina a Margem Esquerda de Andreia Symone Zimmermann Nagel, PSDB, onde Toni tem o reduto eleitoral. Corre por fora para ser o vice do PT o atual presidente da Câmara, Giovano Borges. Ele migrou com este propósito para o PSB e de lá, sob disfarces, pode atrair o PSD e o que sobrou dele, como Marcelo de Souza Brick, bem como Fernando Neves, assessor do próprio Giovano na Câmara.

QUER CONFERIR I
O PT discursa, dá entrevistas e fala de nomes e números para impressionar. E para marcar como eles são importantes para a campanha,  para o partido e para a população, colocou um secretário de Obras exatamente para usufruir do resultado que seria dos cidadãos, cidadãs e da cidade. Tudo para a coleta de votos. Por isso, a vereadora Andreia Symone Zimmermann Nagel, PSDB, fez o requerimento 44. Ela quer saber quantas ruas foram pavimentadas nos últimos seis anos, identificando-as por bairros; que tipo de pavimentação elas receberam; se foram feitas pelo sistema de mutirão, ou pelo tal Orçamento Participativo ou se por iniciativa da prefeitura e a qual o custo da pavimentação de cada uma.

QUER CONFERIR II
Mais. Andreia quer saber do prefeito Zuchi quais vias são corredores de serviço e quais são vias locais. Outra, e é aí que o bicho pega, pois muitas além de caras, em tão pouco tempo estão com o asfalto deteriorado: Andreia quer saber quais os critérios (fluxo de veículos, gabarito da rua, extensão etc) que determinaram o volume da camada asfáltica de cada rua. De que forma ocorreu o controle da quantidade de asfalto que foi colocado em cada via? Qual é o prazo de garantia da pavimentação asfáltica realizada pela Prefeitura ou as empreiteiras? Quais as intervenções feitas pela Prefeitura, diante da deterioração precoce da pavimentação de algumas ruas exatamente dentro do prazo de garantia? Será que pagaram duas vezes? Acorda, Gaspar!

TRAPICHE

Abafando a onda. Paulo Filippus, morador do Belchior, apareceu na medida em que os movimentos contra Dilma Vana Rousseff, engrossaram (por culpa dela e do PT). Aqui ele é dos um dos coordenadores do Movimento Brasil Livre.
E no final da semana passada, Filippus esteve acampado em Brasília para acompanhar e viver, talvez, um momento histórico. Já tinha passado por lá quando da Marcha pela Liberdade.

Filippus provocou os vereadores quando ocupou a Tribuna Livre. Provocou quando ajudou a organizar sob pressão e descrédito as manifestações a favor do impeachment em Gaspar com o bafo petista e partidos marionetes.

Filippus provocou quando desmascarou pelas redes sociais a farsa da troca do nome do bicentenário Belchior para torná-lo Distrito Prefeito Tarcísio Deschamps. Provocou quando enfrentou de viva voz o prefeito Zuchi na discussão do tal Orçamento Participativo. Provocou entrou em rota de colisão com o vereador do bairro, Jaime Kirchner, PMDB.

Por isso, vendo uma cobra nova se criando, o PT resolveu agir e em favor do ex-superintendente do Belchior, candidato a vice ou a vereador, Rui Deschamps. O presidente do Samae, Élcio de Oliveira, pegou Filippus, colocou no seu carro, e fez um rolê pelo bairro para ele próprio mostrar o que Zuchi fez pelos belchiorenses.

E para completar: quem apareceu no Belchior na semana passada antes dele ir para Brasília? O presidente da Câmara, Giovano Borges. E o que ele foi fazer lá? Não foi tocar gaita. Entre outras, desqualificar Filippus. Ou seja, aumentar a importância do Filippus e alavancá-lo para se consolidar como uma liderança no Belchior.

Só isso explica o fato de Giovano descuidar do seu reduto no Bela Vista, onde o pessoal da Rua Amazonas reclama há anos por solução prometida e não cumprida por ele, pelo seu padrinho Pedro Celso Zuchi, por Décio Neri de Lima, que destinou uma emenda parlamentar sua para solução deste crônico e antigo problema.

Hoje é sexta-feira. Dia normal de trabalho. O feriado foi ontem. Mas a prefeitura de Gaspar está fechada. Ou seja, quem paga os impostos está trabalhando. Os políticos e agentes públicos, que pagos com estes pesados impostos que deviam estar a serviço da cidade e do cidadão, estão de férias.

Ainda sobre impostos. Os políticos gastam o que não tem. Santa Catarina está pendido que não se cobre juros compostos das suas dívidas junto à União fruto da má gestão. Justo. Se houver a mesma recíproca. As nossas dívidas (ativa ou por atrasos) com o governo também devem ser livres dos tais juros compostos. Se não for assim, é outra sacanagem.

Pensando bem. Se um político não consegue administrar uma união conjugal, conseguirá provar que administrará interesses antagônicos de uma administração municipal?

Não convidem para a mesma mesa o ex-prefeito Adilson Luiz Schmitt, sem partido, e o Lelo Wellington, o Lelo Piava, DEM. Ele criticou uma postagem de vídeo de Adilson com o pronunciamento do presidente do PMDB catarinense, Mauro Mariani. Adilson se espinhou e tudo azedou publicamente entre “amigos”.

O PMDB, PP, PSDB e DEM precisam se interessar por projetos paraquedas que modificam o Orçamento deste ano que o PT no ano passado não deixou ninguém questioná-lo. Em menos de quatro meses, em ano eleitoral, a administração petista já está anulando e suplementado saldos de quase R$23 milhões pelo Projeto de Lei 19/2016. Acorda, Gaspar!

E o fedor do lixo em Gaspar continua nos jogos e artimanhas. O que foi publicado ontem, véspera de feriadão, no Diário Oficial dos Municípios - aquele que se esconde na internet e não tem data para sair? O decreto 6.928 de 19 de abril de 2016. Ele declara situação de emergência no município de Gaspar. Tudo para contratar a coleta de lixo sem licitação.

 

Edição 1746

Comentários

Paty Farias
25/04/2016 18:20
Oi, Herculano

Na Casa Rosada, sede do governo argentino, havia um retrato de Lula. O presidente Macri mandou tirar.
E jogar no lixo.
Jornalista Políbio Braga.

O lixo foi para o lugar de onde nunca deveria ter saido.
Despetralhado
25/04/2016 18:09
Herculano;

O Antagonista manda um recado para o LuLLa;

Os "36 milhões que o PT libertou da pobreza" já voltaram para ela, Lula.

Eles foram e voltaram.KKKKKKKKK....
Herculano
25/04/2016 16:25
AMANHÃ É DIA DE COLUNA OLHANDO A MARÉ INÉDITA, EXCLUSIVA PARA O LEITORES E LEITORAS QUE FAZEM DELA A MAIS ACESSADA NO PORTAL MAIS ACESSADO, MAIS ATUALIZADO E DE MAIOR CREDIBILIDADE, O CRUZEIRO DO VALE.
Herculano
25/04/2016 16:22
A REALIDADE

Pois é. Além de não atingir o que anunciou como efetivo, o PSB, de Gaspar, também está muito longe do que anunciou como meta para o dia de lançamento: 200 novos filiados.

E olhando a lista, ninguém capaz de renovar e puxar votos. O deputado Paulo Bornhausen, é realmente o padrinho dista realidade? Acorda, Gaspar!
PASTORA NEREZI
25/04/2016 16:01
GIOVANO BORGES EM
A MULTIPLICAÇÃO DAS FILIAÇÕES

SEGUE ABAIXO A LISTAGEM COMPLETA DE NOVOS FILIADOS NO PSB GASPARENSE:

051006420914 ALEXSANDRO BURNIER PSB 16/03/2016
057811530990 ANA CRISTINA MAÇANEIRO DE ARAUJO PSB 16/03/2016
056869150906 ANA LUIZA SCHULLE EZIDIO PSB 16/03/2016
035163080990 ANGELA MARIA SCHAFER PSB 16/03/2016
021083080981 ANIZIO JOSÉ QUINTINO PSB 16/03/2016[
051017650922 ANTONIO PROCOPIO COELHO FILHO PSB 16/03/2016
057810300930 ARIANE PEREIRA DA CRUZ PSB 16/03/2016
060737460981 BRUNO VURZLER PSB 16/03/2016
036869180906 CATIA CILENE VOSS DOLBERTH PSB 16/03/2016
060736670949 CHRISTIAN ALAN DE SOUZA PSB 16/03/2016
036788750990 CLEBER JOSUE DOS SANTOS PSB 16/03/2016
030647520957 CLEIDE RAMPELOTI FERREIRA PSB 16/03/2016
035298690930 CLEIDIANE DE PINHO CORRÊA PSB 06/03/2016
028666000930 DEOCLECIO CABRAL E SILVA PSB 16/03/2016
040110390973 DIOGO DE ARAUJO PSB 16/03/2016
051010680922 DIOGO SILVEIRA PSB 16/03/2016
057811100957 EDUARDO ROBERTO ALVES PSB 01/03/2016
059078870612 ELENICE CONCEIÇÃO PSB 16/03/2016
060733970973 ELISABETH SCHULLE GRANDO PSB 16/03/2016
002595420973 ELOI BURNIER PSB 16/03/2016
036788960914 GILBERTO MARCELINO PSB 16/03/2016
034165040957 GIOVANO BORGES PSB 16/03/2016
040954620957 GISELA AMARAL PSB 16/03/2016
034955410906 GLEDSON BACK PSB 16/03/2016
036962760973 GRACIELA SESTREM PSB 16/03/2016
044845460949 GRAZIELA RAMOS PSB 16/03/2016
051017090914 INDIARA ALANA MACHADO PSB 16/03/2016
030320990922 INGO DE ARAUJO PSB 16/03/2016
043063010922 IVAN RODRIGO CORREA PSB 16/03/2016
032124290957 JADER CORRÊA PSB 16/03/2016
030325170906 JAIR BARROS DA SILVA PSB 16/03/2016
042699430965 JALMIRA BORGES PSB 16/03/2016
043351190906 JAMISON FRANCISCO DO NASCIMENTO PSB 16/03/2016
044831220965 JAQUELINE PINHEIRO PSB 16/03/2016
053502750922 JHONATA JOAO FIGUEIREDO PSB 16/03/2016
055989650990 JOÃO FELIPE DE SOUZA PSB 16/03/2016
041559130949 JOICE DE ALCANTARA PSB 16/03/2016
040952440949 JULIANO MUELLER PSB 16/03/2016
021078100965 LAURO DE MAÇANEIRO PSB 16/03/2016
018231750965 LORIVAL HANG PSB 16/03/2016
059247970957 LORRAINE ANA PIRES STUDZINSKI PSB 16/03/2016
032383050930 MAIKO DOLBERTH PSB 16/03/2016
197985230183 MARCEL GUERINO PSB 16/03/2016
023098790914 MARCOS ANTONIO SANTIAGO PSB 16/03/2016
030318660914 MARIA JOSE ZUCKI PSB 16/03/2016
036772630914 MAYCON JOEL OECHSLER PSB 01/03/2016
030322540957 MAURICIO WEISE PSB 16/03/2016
021079840965 MAURICIO DE ARAUJO PSB 16/03/2016
021079750973 MARLI RAMOS PSB 16/03/2016
035755050990 MOACYR ALVES PSB 16/03/2016
053499300914 NATANA SANSÃO PSB 16/03/2016
059648520906 NATHAN CORRÊA PSB 16/03/2016
053657930949 NORRAHN ADELAR PIRES STUDZINSKI PSB 16/03/2016
033099790906 PATRICIA DELLANDRÉA BORGES PSB 06/03/2016
036962830906 PATRÍCIA RAMOS PSB 16/03/2016
051008060981 RAFAEL SESTREM PSB 16/03/2016
043353660957 ROBYSON LUIZ VIEIRA PSB 06/03/2016
010198080930 ROMILDA SILVEIRA PIRES PSB 16/03/2016
107749350116 SANDRO FIORE DA SILVA PSB 16/03/2016
036954510990 SERGIO CELSO NUSS PSB 16/03/2016
030325920973 TATIANA CARLA SCHROEDER PSB 16/03/2016
058496140990 THAYNARA CRISTINE SCHAFER PSB 16/03/2016
040954640914 TIAGO CRISTIANO GARCIA PSB 16/03/2016
000851970930 VALDEMIR CAPISTRANO FERREIRA PSB 16/03/2016
058495910965 VICTORIA EDUARDA MOLIN PSB 16/03/2016
039768920990 VIVIAN RAMOS PSB 16/03/2016
021082690930 WILLIANS RAMOS PSB 16/03/2016

TOTAL DE 67 NOVOS FILIADOS (FALTAM 33 PARA COMPLETAR 100).

S?" QUERIA ENTENDER A CREDIBILIDADE QUE UM MEIO DE COMUNICAÇÃO TEM EM PUBLICAR QUE O TAL PRESIDENTE DA CAMARA TROUXE MAIS 100 FILIADOS AO PARTIDO. ESTRANHO? S?" QUERIA ENTENDER.

ACORDA GASPAR
Herculano
25/04/2016 13:28
NÃO TEM JEITO. ESSE PESSOAL É DA INCOERÊNCIA E DA CONFUSÃO PARA SE MANTER NO PODER A QUALQUER CUSTO. O IMPEACHMENT ESTÁ PREVISTO NA CONSTITUIÇÃO. AS ELEIÇÕES GERAIS ANTECIPADAS, POR ENQUANTO NÃO. POR ISSO, DILMA INVENTA UMA. É PARA GANHAR F?"LEGO E RESISTIR NO CARGO COM DISCURSO ENVIESADO PARA ANALFABETOS, IGNORANTES, DESINFORMADOS, DEPENDENTES E FANÁTICOS

Conteúdo do jornal Folha de S. Paulo. Por valdo Cruz e Gustavo Uribe, da sucursal de Brasília. A presidente Dilma Rousseff reconhece que, caso vença o julgamento final do impeachment no Senado, pode ser obrigada a abraçar proposta de antecipação da eleição presidencial para este ano. A cúpula nacional do PT, contudo, tem pressionado o Palácio do Planalto a apoiar a iniciativa antes, após o eventual afastamento temporário da presidente do cargo.

Em conversas reservadas, a presidente admite que, após ficar até 180 dias afastada e ser substituída por Michel Temer, suas condições de governabilidade se tornariam "as piores possíveis".

Na avaliação de interlocutores do Planalto, ela só teria uma "mínima chance" de voltar ao cargo após o afastamento caso o vice-presidente se revele um fracasso no período de interinidade.

Nas palavras de um assessor presidencial, caso Temer demonstre um "mínimo de competência" para administrar a crise, torna-se completamente inviável o retorno da petista ao cargo.

Para não constranger a presidente, o comando petista decidiu paralisar neste momento, antes da votação de admissibilidade do impeachment, a defesa da proposta. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem dito a aliados e assessores que a decisão de pregar a tese antes da primeira votação deve partir de Dilma, não dele.

O comando petista prega, porém, que o partido abrace a alternativa logo após Temer assumir, o que pode acontecer a partir da segunda quinzena de maio. O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), pretende realizar no dia 15 de maio a votação em plenário sobre o afastamento temporário de Dilma.

O objetivo seria reforçar o discurso de que Temer não tem legitimidade para assumir o cargo e que, portanto, seria necessária a realização de uma nova eleição presidencial. Além de manter o vie sob pressão, a defesa da proposta tentaria enfraquecer sua administração interina.

A avaliação do partido é que a iniciativa possa atrair o apoio inclusive de parte do PSDB que não concorda na participação da sigla no governo peemedebista. Para dirigentes petistas, o partido acabou relegado a um papel de coadjuvante do processo político diante do protagonismo do PMDB.

Na última terça-feira (19), senadores do PT, PSB, Rede e PPS apresentaram uma PEC (Proposta de Emenda à Constituição) para que as eleições presidenciais sejam realizadas simultaneamente com as eleições municipais que ocorrerão em outubro deste ano.

A iniciativa teve o apoio de 30 senadores e foi protocolada na Secretaria-Geral. Ela será analisada pelas comissões temáticas e terá que ser aprovada em dois turnos pelo Senado e pela Câmara. Os próprios defensores da tese avaliam que é muito difícil deputados e senadores chegarem a um consenso sobra a proposta.

Como reação à ideia, Temer iniciou ofensiva para esvaziar o apoio à proposta, sobretudo na Câmara, uma vez que ela conta com a simpatia de Renan, adversário do vice-presidente dentro do PMDB.

'MÍNIMA CHANCE'

Em encontros com ministros peemedebistas, a presidente recebeu o diagnóstico de que precisa se preparar para se ausentar do cargo, uma vez que são altas as chances do Senado aprovar seu afastamento temporário.

Ela foi aconselhada a "esquecer" a primeira fase do processo, que já estaria perdida, e se concentrar no julgamento final do processo.

Em resposta, Dilma ressaltou que, apesar do cenário desfavorável, ainda acredita ter chances de reverter a perda do mandato na fase final.

Para auxiliares tanto petistas como peemedebistas, no entanto, a opinião da presidente seria um "otimismo irrealista" da presidente.
Anônimo disse:
25/04/2016 13:20
Herculano, se fosse Jair Bolssonaro, a "grelo duro" (segundo LuLLa), a Maria do Rosário já estaria exigindo sua prisão por cuspir em uma mulher.

Mariazinha Beata
25/04/2016 13:14
Seu Herculano:

Comentário das 07:03hs:

O tal empresário tem toda a razão. Tá muito certo !
Nunca se viu antes neste país, propina com etiqueta e com uma mixaria dessa na caixa.
Só R$ 250 mil ( sim, não foi propina de 250 milhões ).

Bye, bye!
Erva Daninha
25/04/2016 12:55
Olá, Herculano;

"A Pizzolatti, segundo Pieruccini, houve duas entregas em dinheiro - a primeira, de R$ 100 mil, no segundo semestre de 2009."

E para o PP de Gaspar, qual o valor recebido?
Herculano
25/04/2016 10:31
IMPEACHMENT NÃO É EPÍLOGO, editorial do jornal O Estado de S. Paulo

Nem bem terminou a sessão da Câmara que aprovou o prosseguimento do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, o País foi informado de que, na Operação Lava Jato, surgiram mais indícios de crimes que teriam sido cometidos pela própria Dilma e por outras figuras de proa da República. Ao que parece, o impeachment, por mais dramático que seja, será apenas um capítulo, e não o epílogo, da purgação da política nacional.

O nome da presidente foi citado na delação premiada de Diogo Ferreira, ex-chefe de gabinete do senador Delcídio Amaral. Ferreira informou aos investigadores que, segundo o que ouviu de Delcídio, Dilma pretendia interferir no Superior Tribunal de Justiça (STJ) para "libertar réus importantes da Lava Jato", citando "expressamente" o nome do empreiteiro Marcelo Odebrecht.

Dilma teria exigido que o desembargador Marcelo Navarro, nomeado por ela para o STJ, assumisse um "compromisso de alinhamento" com o governo. Toda essa negociação foi testemunhada por Delcídio, disse Ferreira, que participou de reuniões e trocou mensagens com personagens da suposta manobra - destinada a livrar igualmente os ex-diretores da Petrobrás Renato Duque e Nestor Cerveró. Para o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, houve uma "trama espúria" no Palácio do Planalto.

Na segunda-feira, foi a vez de Cerveró dizer ao juiz Sérgio Moro que o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), recebeu propina de US$ 6 milhões de um dos operadores do petrolão. Não foi possível saber mais detalhes porque Moro pediu ao depoente que parasse de falar, já que se tratava de citação de acusado com foro privilegiado.

No entanto, mesmo breve e incompleta, essa menção a Renan, no momento em que ele se prepara para presidir o decisivo trâmite do processo de impeachment no Senado, é suficiente para devolver o nome do parlamentar à berlinda, de onde ele tentava fugir de todas as maneiras. Agora, mais do que nunca, Renan usará o poder que tem sobre o processo contra Dilma para tentar escapulir do cerco judicial.

Outro que usa o cargo para evitar o acerto de contas com a Justiça é o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e sua habilidade permitiu até agora que, mesmo diante de gritantes evidências de crimes financeiros os mais diversos, ele pudesse conduzir a sessão do impeachment de Dilma. Mas, dois dias antes da sessão, o deputado voltou a ficar no centro do noticiário policial, quando se divulgou a delação de Ricardo Pernambuco Júnior, dono da Carioca Engenharia. Segundo o empreiteiro, as empresas envolvidas na construção do Porto Maravilha, programa de revitalização da zona portuária do Rio, deveriam pagar R$ 52 milhões de propina a Cunha.

Perito em manobrar o regimento da Câmara para se livrar da cassação, Cunha até agora foi bem-sucedido - e seus aliados já dizem que o deputado deverá até mesmo completar seu mandato. No entanto, Cunha não tem mais o impeachment como trunfo, e isso deve reduzir drasticamente seu poder de barganha.

Por fim, a semana do impeachment reservou dor de cabeça adicional ao grande chefe petista, Luiz Inácio Lula da Silva. Um laudo da Polícia Federal indicou que o ex-presidente recebeu R$ 3,6 milhões da Andrade Gutierrez, entre 2011 e 2014. Os valores transitaram por uma conta usada pela empreiteira para pagar empresas investigadas por lavagem de dinheiro no âmbito da Lava Jato.

Nesse cenário, a única certeza é que não se sabe o que mais está por vir. O impeachment de Dilma, hoje dado como certo, não encerrará, em nenhuma hipótese, a marcha de acontecimentos que já ninguém controla. Por mais que Dilma apele a seu passado de torturada pela ditadura para se dizer perseguida, por mais que Renan e Cunha se julguem protegidos pelos cargos que ocupam, por mais que Lula pense estar acima da lei por se considerar o salvador dos pobres, todos eles, e também seus inúmeros cúmplices, muitos em posição de destaque na política e na economia, terão de se ver com a Justiça, mais cedo ou mais tarde. Que o País tenha firmeza e serenidade para enfrentar os próximos capítulos desse intenso drama.
Herculano
25/04/2016 10:29
A MENTIRA DO GOLPE, por Paulo Guedes, para o jornal O Globo

A falsa narrativa é na verdade o maior de todos os golpes que poderiam ser desferidos contra o regime democrático brasileiro.

A presidente Dilma teve o bom senso de não atacar nossas instituições em sua fala na ONU. Pois a falsa narrativa de que estaria sofrendo um golpe pelo processo de impeachment é na verdade o maior de todos os golpes que poderiam ser desferidos contra o regime democrático. A mentira do golpe é pior do que "um gravíssimo equívoco" e "uma ofensa às nossas instituições", como condenaram os ministros do Supremo Celso de Mello e Dias Toffoli. É uma perversa convocação à militância na tentativa de manter o poder, apesar das evidências de desrespeito à lei orçamentária e de omissão ou cumplicidade com a roubalheira. É também uma desonesta desculpa para o colapso político e econômico de um país exaurido pela incompetência e pela corrupção.

Compromete nosso futuro porque tenta ocultar o aperfeiçoamento institucional que experimentamos. O despertar de instituições republicanas revela disfunções de um capitalismo de quadrilha, em que se associam a falta de transparência e a corrupção no aparelho de Estado à compra de sustentação parlamentar, cimentando degenerada aliança de piratas privados e criaturas do pântano político. O impeachment de Collor foi golpe contra presidente que não era de "esquerda" e não dividiu o butim? Ou foi avanço institucional pela declaração de independência do Legislativo? Poder que exerce agora atribuições constitucionais avaliando a admissibilidade do impeachment de Dilma. Como um Judiciário independente celebrará no futuro as atuações históricas de Joaquim Barbosa e Sergio Moro.

É o fim da administração centralizada gerencialmente caótica (excesso de ministérios) e politicamente desarticulada (sem sintonia com Estados e municípios). Prioridades da democracia emergente (saúde, educação, saneamento) exigem políticas públicas de execução descentralizada. A lipoaspiração do governo federal (reforma administrativa) e a descentralização de recursos para Estados e municípios (reforma fiscal) aumentam a eficiência e melhoram a governabilidade. Impostos disfuncionais (reforma tributária), relações de trabalho obsoletas, encargos sociais proibitivos (reformas trabalhista e previdenciária) e marcos regulatórios deficientes impedem investimentos. As reformas na política e na economia são urgentes e indissociáveis.
Herculano
25/04/2016 07:33
O PSDB E TEMER, por Celso Rocha de Barros, sociólogo, para o jornal Folha de S. Paulo

Cada um tem sua lista de coisas difíceis de perdoar na história do PSDB. Mas, ao menos na minha, não entram as dúvidas atuais dos tucanos sobre entrar ou não no governo Temer.

Se Temer for um sucesso, o PMDB pode substituir o PSDB na liderança da centro-direita brasileira. Não há nada que obrigue DEM, PPS e Solidariedade, ou os amplos setores da elite econômica fiéis até agora aos tucanos, a apoiarem um partido liderado por um sociólogo da USP. O PSDB cresceu quando venceu, e quem vencer em seu lugar passará a ter grandes chances de substituí-lo.

Por outro lado, se Temer for um fracasso, arrastará consigo quem tiver apoiado o impeachment. E o PSDB sabe o quão difícil é ser governo no Brasil atual. Perguntem a Dilma Rousseff.

Nenhum governo no Brasil atual estaria 100% a salvo da Lava Jato, e, se você tivesse que listar os governos possíveis do mais para o menos seguro, dificilmente começaria pelo do PMDB. E o PSDB sabe melhor do que ninguém a diferença que fez para o governo Itamar ter um Plano Real, o que Temer não tem. Se o governo Itamar tivesse sido inteiro tão ruim quanto foi até FHC assumir a Fazenda, Lula teria sido eleito em 1994 no primeiro turno.

Na verdade, o impasse atual é parte de uma crise de liderança da direita brasileira que começou depois da eleição de 2014. Ela foi ofuscada pela crise do PT, mas é ao menos tão importante quanto ela para explicar o que está acontecendo.

Após a quarta derrota presidencial seguida, o PSDB não conseguiu mais controlar os partidos e grupos sociais que liderou desde 1994. Todos eles aderiram ao impeachment mais rápido que os tucanos, que provavelmente preferiam deixar Dilma sangrar até 2018.

Para DEM, PPS ou Solidariedade, tanto fazia ser coadjuvante de Aécio ou de Temer, e Temer viria mais cedo. Vale lembrar que os tucanos foram vaiados na passeata da Paulista, mas Caiado não foi. A mobilização das ruas fortaleceu quem, como o DEM, tinha um discurso direitista com mais chance de inflamar a militância pró-impeachment.

A luta pelo impeachment também favoreceu quem era mais próximo do Centrão, fundamental para derrubar Dilma no Congresso. Era o caso do Solidariedade, cujo líder elogia tanto Eduardo Cunha que até o pobre Eduardo deve achar meio demais.

Os coadjuvantes DEM, Solidariedade e PPS conseguiram seu impeachment, e devem conseguir seus cargos. Mas, depois de terem se revoltado contra seus líderes tucanos, os direitistas da Série B agora pedem que o PSDB lhes forneça novamente os quadros e a respeitabilidade pública que forneceu por vinte anos. O PSDB reuniu esses quadros porque era um partido com perspectiva de liderar governos. Não podia se envolver com Cunha, como o Solidariedade, ou radicalizar o discurso, como o DEM, porque jogava o jogo majoritário.

Na hora de governar, chamam de novo o partido de quadros. Mas agora os antigos coadjuvantes não aceitam ceder a cabeça de chapa, como o PFL aceitou em 1994. Agora o PSDB teria que disputar cargos com Paulinho da Força em um governo Temer. Perdoem a turma de FHC por sua falta de entusiasmo.

Enfim, a única certeza é que em alguns meses os novos governantes compreenderão porque o PSDB teve dúvidas sobre a conveniência de virar governo em uma hora dessas. Quem não teve dúvidas foi quem não estava acostumado a se pensar como presidente.
Herculano
25/04/2016 07:27
AMANHÁ É DIA DE COLUNA OLHANDO A MARÉ INÉDITA
Herculano
25/04/2016 07:03
TODOS FARINHA DO MESMO SACO. DELATOR DA LAVA JATO LIGA ENTREGA DE PROPINA A GLEISI, MEURER E PIZZOLATTI

Conteúdo do jornal Folha de S. Paulo. Texto de Rubens Valente, da sucursal de Brasília. O advogado Antonio Carlos Brasil Fioravante Pieruccini, 67, detalhou em delação premiada homologada pelo STF (Supremo Tribunal Federal) ter feito entregas de dinheiro em shoppings, apartamentos, estacionamentos e hotéis para pessoas ligadas a três políticos: a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), o deputado federal Nelson Meurer (PP-PR) e o ex-deputado João Pizzolatti (PP-SC).

Os valores, segundo Pieruccini, foram providenciados pelo doleiro Alberto Youssef, um dos principais operadores do esquema de propinas na Petrobras. Ele é o terceiro entregador de dinheiro de Youssef que aceitou fazer delação na Lava Jato.

A íntegra de seis depoimentos prestados em fevereiro por Pieruccini - um dos quais foi citado, em parte, em relatório final da PF de março no inquérito que trata de Gleisi- foi tornada pública no dia 13 passado, após decisão do ministro do STF Teori Zavascki.

Segundo Pieruccini, em 2010 ele foi orientado por Youssef a fazer quatro viagens de São Paulo a Curitiba (PR) para entregar dinheiro à campanha de Gleisi, ex-ministra da Casa Civil (2011-2014).

Ele contou ter ouvido de Youssef que os valores "tinham sido acertados com Paulo Bernardo", marido de Gleisi e ex-ministro do Planejamento (2005-2011) e das Comunicações (2011-2015), e se destinavam à campanha eleitoral da candidata ao Senado.

Pieruccini disse que as entregas ocorreram em uma sala no PolloShop, localizado na rua Camões, em Curitiba, pertencente ao empresário Ernesto Kugler Rodrigues. Pieruccini levou uma caixa lacrada com a inscrição "P.B./Gleisi".

Na sua frente, segundo o advogado, Kugler contou as notas, em um total de R$ 250 mil, mas fez duas reclamações: o primeiro valor "não dava nem para o cheiro" e a etiqueta da caixa não deveria mais aparecer nas próximas entregas - houve mais três, de mesmo valor, de acordo com ele.

As entregas a Meurer, segundo o delator, foram "mais de 30" entre 2009 e 2011, quase sempre no hotel Curitiba, na cidade homônima, mas também no estacionamento do aeroporto Afonso Pena, em São José dos Pinhais (PR).

A Pizzolatti, segundo Pieruccini, houve duas entregas em dinheiro - a primeira, de R$ 100 mil, no segundo semestre de 2009.

A Procuradoria-Geral da República denunciou Meurer e dois filhos dele em 2015, sob a acusação de participação no esquema de desvio de recursos da Petrobras. Em março de 2016, apresentou denúncia contra Pizzolatti e outros seis deputados do PP.

Em relação a Gleisi, a Polícia Federal anunciou o indiciamento da senadora, mas o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, não concordou com a posição da polícia.

Ele alega que, em 2007, o Supremo proibiu a PF de fazer, por conta própria, o indiciamento de autoridades com foro privilegiado, como o presidente da República, ministros de Estado, senadores e deputados.

OUTRO LADO

Em depoimentos prestados à Polícia Federal, os ex-ministros Gleisi Hoffmann e Paulo Bernardo negaram quaisquer irregularidades na campanha de Gleisi em 2010 ao Senado.

Bernardo disse que o empresário Ernesto Kugler já atuou, no passado, na "mobilização do empresariado para participar de reuniões no período eleitoral", mas não teve "nenhuma participação direta na campanha".

Gleisi afirmou à PF que conhece Kugler há "cerca de dez anos", que ele "participou de alguns eventos da campanha de 2010, mas não atuou na captação de recursos".

Kugler afirmou à PF que "nunca obteve" de Youssef "ou de emissário dele algum valor destinado à campanha" de Gleisi. Ele diz que não arrecadou recursos para a campanha de 2010.

À PF, o deputado Nelson Meurer afirmou que "nunca teve qualquer movimentação financeira com Youssef", embora tenha estado no escritório do doleiro "duas ou três vezes", para acompanhar outro político do PP.

Também à PF, Pizzolatti afirmou que "nunca recebeu dinheiro de Youssef ou teve despesas pagas pelo doleiro"
Herculano
25/04/2016 06:43
FAUSTÃO E GLOBO ABREM AS PORTAS PARA CUSPIDOR DAS INSTITUIÇÕES. FIM DA PICADA! NO "DOMINGÃO DO FAUSTÃO", A DELINQUÊNCIA POLÍTICA DE JOSÉ ABREU VIRA ATO DE RESISTÊNCIA, FOI ASQUEROSO!, por Reinaldo Azevedo, de Veja.

Se a Rede Globo de Televisão, por intermédio do "Domingão do Faustão", quer transformar o comportamento fascistoide num dos modos de ser da política, que faça bom proveito. Mas não será com o silêncio cúmplice das pessoas decentes. Neste domingo, o apresentador, que, sabidamente, goza de bastante autonomia para levar quem quiser para o seu programa, abriu os microfones para o cuspidor José de Abreu.

O canastrão teve direito a um "Arquivo Confidencial" - uma deferência no programa - , dois dias depois de ter dado uma cusparada na cara de um moça e de um rapaz num restaurante.

José de Abreu no Faustão posou de vitima, para um plateia, ora vejam, vestida de vermelho. É que, há três semanas, certamente para surpresa do apresentador, no mesmo programa, Ary Fontoura, que não cospe em ninguém, negou que o impeachment sejas golpe e disse que golpista é Dilma.

A Globo resolveu dar o "outro lado". É como oferecer a Marcola o direito de se defender se alguém decidir atacar o PCC no "Domingão". A Rede Globo de Televisão, na versão Faustão, deveria ao menos respeitar seu jornalismo. O petrolão não é uma questão de "lado" e "outro lado"; o petrolão não é um debate sobre juízo de valor; o petrolão não é uma apreensão subjetiva da realidade. Ao contrário: o petrolão é um fato.

Na sexta-feira, o sr. José de Abreu cuspiu na cara de duas pessoas num restaurante em São Paulo. Ele é um contratado da Globo. Hesitei em cobrar da emissora uma postura. Afinal, ele é dono do seu cuspe. Se, no entanto, a Globo, por intermédio do Faustão, faz dele um herói, então é a emissora que cospe na cara dos paulistas e dos brasileiros.

Petralhas
Estou aqui pensando se peço direito de resposta no "Faustão". A lei me faculta. Ganharia na boa. Mas sei que ganhar essas coisas na Justiça é garantia para ser maltratado. O canastrão falou do jornalista que criou o termo "petralha". Fui eu. Está dicionarizado. Expliquei à época que: 1) petistas não tinham inventado a corrupção; 2) nem todo petista é petralha; só os que justificam o roubo do dinheiro público.

No Faustão, com a concordância do apresentador, o "petralha" virou expressão de um preconceito. Não tenho nada contra programa de entretenimento. Se Faustão quiser ver a turma se virar nos 30 para gáudio de sua audiência, por mim, tudo bem. Se for pra falar de política, que se faça direito.

Covarde
José de Abreu, de resto, é um covarde. Vive atacando a "mídia golpista", menos, claro, os veículos do grupo Globo. Ao contrário. No programa do Faustão, falou bem dos patrões. É menos corajoso do que Mônica Iozzi, que tira o sarro do Jornal Nacional no Twitter, chamando de idiota quem acredita naquilo a que assiste ao principal noticiário da casa. Se continua a receber o salário?

Quando um programa da Globo trata como herói um sujeito que chama a imprensa - menos a Globo - de golpista, é como se a emissora recorresse aos serviços de um pistoleiro para atacar a concorrência.

A Globo e o Domingão do Faustão escreveram um triste capítulo da radiodifusão no Brasil. Pistolagem não tem outro lado. Na democracia, quem usa cuspe como argumento não tem direito a defesa. Mais: o humano Zé de Abreu do Faustão é o mesmo que, além de cuspir na cara de cidadãos honestos, escreveu isto aqui, no dia 4 de abril, sobre um jornalista decente, que havia morrido no dia 2.(Sandro Vaia, do jornal O Estado de S. Paulo).

"Vaia morreu de entupimento das vias biliares!A vida vale o ódio? Ou o ódio vale mais que a vida? Para mim, não"

Faustão tem o direito à sua pizza. E a gente tem o direito de apontar as imposturas.
Herculano
25/04/2016 06:30
DE LÁ PRA CÁ, por Mõnica Bérgamo, para o jornal Folha de S. Paulo.

O número de turistas estrangeiros que entraram no Brasil por São Paulo bateu recorde em 2015, segundo o Ministério do Turismo. O Estado, principal porta de chegada dos visitantes internacionais, recebeu 2,2 milhões de pessoas ?"1,3% a mais que em 2014, ano da Copa do Mundo. O Rio vem em segundo lugar, com 1,3 milhão de pessoas no ano passado.

DE LÁ 2
No total, no entanto, o Brasil recebeu um número um pouco menor de estrangeiros: 6,3 milhões, contra 6,4 milhões de 2014, quando o país abrigou a Copa. Em relação a 2013, ano em que não houve um grande evento mundial no país, houve um salto de 8,5%.

VIZINHO
A Argentina, responsável por 33% do total, foi o país que mais mandou turistas para o Brasil.

PECHINCHA
O dólar alto, o que torna o Brasil mais "barato", e o fato de o país já estar se preparando, desde o ano passado, para a Olimpíada explicariam o número alto de estrangeiros visitando o país.
Herculano
25/04/2016 06:25
"PSDB NÃO ACEITARÁ COOPTAÇÃO", DIZ LÍDER TUCANO, por Josias de Souza

"A conversa do Michel Temer com o PSDB não pode ser na base da cooptação individual, o partido não aceitará", disse o líder tucano no Senado, Cássio Cunha Lima. "Não admitimos que o pessoal do PMDB faça conosco o que o PT fez com eles. Estamos há quase 14 anos na oposição. E não chegamos até aqui para fazer esse papel. Esse tipo de coalizão fisiológica está falido. Se repetir o modelo, Temer começa muito mal."

Cássio conversou com o colunista na noite deste domingo. Disse que o PSDB discute internamente os termos de um documento que expõe as pré-condições do partido para integrar uma coalizão em torno de um eventual governo Temer. "Admitimos construir um relacionamento institucional, respeitoso e programático. Isso independe de cargos", disse o senador. A crise abre espaço para uma mudança de procedimentos. Fora disso, estaremos trocando seis por meia dúzia."

A minuta do documento do PSDB está pronta. Contém, por ora, 11 tópicos. Abre justamente com a exigência de mudanças na forma de construir a coalizão política que dará suporte congressual ao governo. Passa pela defesa da continuidade da Operação Lava Jato. Menciona a preservação dos programas sociais. E reafirma a necessidade de reformas como a da Previdência e a política. O texto será submetido à Executiva da legenda, em reunião marcada para 3 de maio.

"As conversas conosco precisam ter esse caráter programático, com valores e ideias", afirmou Cássio. "Ou construímos relações institucionais sadias ou as mudanças serão cosméticas, sinalizando para o país que haverá mais do mesmo. Isso não tem como dar certo."

Integrante do grupo mais próximo de Aécio Neves, presidente do PSDB, o senador Cássio falou nas pegadas de observações divulgadas na véspera por outros dois senadores tucanos. José Serra e Aloysio Nunes Ferreira defenderam a participação do tucanato no cada vez menos hipotético governo Temer. "Seria bizarro o PSDB ajudar a fazer o impeachment de Dilma e depois, por questiúnculas e cálculos mesquinhos, lavar as mãos e fugir a suas responsabilidades com o país", chegou a dizer Serra.

Também na noite deste domingo, alheio aos esforços da ala do PSDB que leva o pé atrás em relação a Temer, Serra esteve com o substituto constitucional de Dilma Rousseff. Temer recebeu o senador tucano no Palácio do Jaburu, residência oficial do vice-presidente. Amigo de Temer, Serra é visto como um futuro ministro esperando na fila. Gostaria de comandar a Economia. Mas Temer prefere acomodá-lo noutra pasta. Discute-se, por exemplo, a hipótese de confiar a Serra o Ministério da Educação.

Abstendo-se de mencionar o nome do companheiro de partido, o tucano Cássio voou noutra direção. "Se for construir a coalizão política entregando um quinhão para o PSDB, outro quinhão para o PP, outro para o PTB e assim sucessivamente, Temer começará muito mal. O momento que o Brasil atravessa pede mudança, não a manutenção de velhos hábitos. Ou Temer inova ou a crise não lhe dará sossego."
Herculano
25/04/2016 06:19
POR QUEM LULA CHOROU? por Valdo Cruz, para o jornal Folha de S. Paulo

Lula foi às lágrimas no dia da derrota da batalha do impeachment. Ao lado de Dilma, ele chorou três vezes quando a Câmara aprovou a abertura do processo de impedimento contra sua criatura.

O ato de chorar implica profundo sofrimento e demanda respeito - a não ser quando são vertidas lágrimas de crocodilo, o que não era o caso. Mas por quem Lula chorou?

Por Dilma? Certamente, ao ver a seu lado, no Palácio da Alvorada, alguém que, pela história política, não merecia tal destino. Só que Lula também sabe que ela, durante seu governo, fez por onde ser derrotada.

O ex-presidente deve ter se lembrado dos inúmeros conselhos dados à petista nos últimos anos, mas que não foram acatados. Ali, em seu silêncio e olhando pelas vidraças do Alvorada, deve ter se perguntado: por que ela não me ouviu? E chorou.

Pelo PT? Também, ao notar que naquele momento ficava mais complicada sua tarefa de recuperar o projeto original de seu partido, perdido nas negociatas do petrolão ao virar farinha do mesmo saco e aderir ao velho esquema da propina.

Por ele mesmo? Com certeza, ao sentir que o legado de seu governo corre sério risco de ser aniquilado pelo fracasso da administração de sua sucessora. Naquele instante, Lula deve ter refletido: por que a escolhi candidata? E chorou.

Pelo Brasil? Talvez, mas deveria, porque não tivesse hoje o país mais de 10 milhões de desempregados e mergulhado na pior recessão da história o destino não reservaria tal desfecho para ele e Dilma Rousseff.

Em suas reflexões, o ex-presidente deve estar, principalmente, matutando com os amigos: por que sua criatura nunca fez, de fato, uma autocrítica e assumiu seus erros.

Enfim, interlocutores e amigos de Lula têm a avaliação de que Dilma se aproxima da hora de se afastar do governo numa atitude de autonegação - e quando não se enxerga os próprios erros não se evita os precipícios.

Deu no que deu. E em choro
Herculano
25/04/2016 06:11
PT NÃO ENTREGARÁ OBRAS BILIONÁRIAS PROMETIDAS, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros.

Se aprovado o impeachment da presidente Dilma Rousseff, o Partido dos Trabalhadores (PT) entrará para a História do Brasil como maior case de estelionato eleitoral. Vendida como competente gerente, Dilma não conseguiu fazer deslanchar as principais obras do governo, seja como ministra ou como presidente da República. São incontáveis obras que tiveram aumento de preço no decorrer de sua execução.

CUSTOS EXCESSIVOS
Somando o trem-bala, a ferrovia Norte-Sul e a Transposição do São Francisco, estão previstos gastos na ordem de R$ 49,3 bilhões.

TRANSPOSIÇÃO IMAGINÁRIA
Inacabada, a transposição passou de R$ 4,58 bilhões para R$ 8,2 bilhões. A previsão de conclusão da obra: 2017.

CUSTO TRIPLICADO
O trem-bala saltou de R$ 12 bilhões para R$ 38 bilhões. O PT criou empresa para cuidar do leilão, que receberá R$ 45,9 milhões em 2016.

PASSOS LENTOS
Na Norte-Sul, trecho de Palmas a Anápolis foi inaugurado em maio de 2014. Desde então, serviu para apenas duas viagens de carga.

LAVA JATO AINDA DECIFRA APELIDOS DA ODEBRECHT
Investigadores ligados à Lava Jato ainda decifram os apelidos encontrados na espantosa lista de duas centenas de políticos que estavam na folha de pagamentos da empreiteira Odebrecht. Concluíram, por exemplo, que "Bovino Religioso" tem tudo para ser o fazendeiro José Carlos Bumlai, primeiro-amigo de Lula, enquanto "Descobridor" apontaria para Sergio Cabral, ex-governador do Rio.

SENADOR JVN
Seguindo essa lógica, "JVN" seriam de Jorge Viana (PT-AC), cujo último sobrenome é Neves. O senador não aparece nas denúncias.

O 'NAZISTA'
Rui Falcão, irascível presidente do PT, foi identificado como o provável "Nazista", citado na contabilidade criativa da Odebrecht.

ALEMÃO PASSIVO?
O "Alemão" seria do ex-governador da Bahia Jaques Wagner, mas há controvérsia: a ele é atribuído também o apelido de "Passivo".

ELAS POR ELAS
Os ministros Celso Pansera (Ciência) e Marcelo Castro (Saúde) podem perder os mandatos de deputados: o PMDB pretende expulsar quem não seguiu a orientação de apoiar o impeachment e deixar o governo.

SEM AMBIÇÃO
Moreira Franco e Eliseu Padilha, do "núcleo duro", podem ser o que quiserem, no eventual governo de Michel Temer. Mas Moreira não tem ambição nem mesmo para presidir a Petrobras, como já se especulou.

'AGD' S?" NA TV
Servidores da Advocacia Geral da União conhecem o novo chefe apenas pela TV. José Eduardo Cardozo não teve tempo de fazer outra coisa na AGU exceto atuar como "advogado geral da Dilma".

MUITA CALMA NESTA HORA
Michel Temer fez um apelo a aliados para não entrarem em rota de colisão com peemedebistas ligados ao governo. Experiente, Temer acha que o Senado vai se convencer naturalmente do impeachment.

O QUE É ISSO, COMPANHEIRO?
A ONG Operação Política Supervisionada (OPS) aponta que o senador João Capiberibe (PSB-AP) foi o que mais gastou, em 2015, com a cota parlamentar, na categoria "geral". Nada menos que R$ 1.028.271,76.

HORA EXTRA
Romero Jucá (PMDB-RR) defende que o Senado mantenha o frenético ritmo do processo de impeachment de Dilma adotado pela Câmara. Ele queria, por exemplo, sessões nos finais de semana. O primeiro já foi.

PERDEU O REBOLADO
Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP) estava em Washington, e não deu as caras na ONU, como outros oposicionistas. Mas não escapou de ser xingado de golpista por manifestantes pró-Dilma, na capital dos EUA.

CONDICIONANTE
As facções aecistas e alckmistas querem que José Serra (SP) desista da disputa pela Presidência da República para fechar apoio ao nome do senador como indicado do PSDB no governo de Michel Temer.

PENSANDO BEM...
...PT e Dilma acusam "golpe", fazem atos "em defesa da democracia", mas apoiam ditaduras na Coreia do Norte, Irã, Cuba, Gabão etc etc.
Herculano
25/04/2016 06:02
LONGO INVERNO, editorial do jornal Folha de S. Paulo

Os últimos dados de emprego, renda e vendas no varejo indicam que a recessão ainda será longa. As evidências são de aceleração na perda de postos de trabalho e retração nas intenções de consumo, fatores que dificultam a chance de retomada econômica.

Após resistir à desaceleração do crescimento que já ocorria desde 2012, o mercado de trabalho sucumbiu no ano passado. A taxa de desemprego medida pela Pnad contínua do IBGE atingiu 10,2% no trimestre encerrado em fevereiro, 2,8 pontos percentuais acima do mesmo período de 2015.

Trata-se de um aumento de 40% no número de pessoas desocupadas, que já chega a 10,4 milhões. Não por acaso caem a renda e as intenções de consumo. A Pnad aponta retração de 4,9% na massa salarial nesse período.

A Confederação Nacional do Comercio, por sua vez, indica em sua última pesquisa a menor intenção de consumo da série. O segmento de bens duráveis (como carros, geladeiras e TVs) é o mais atingido, com queda de 43,6% em relação a abril de 2015, mas o quadro recessivo espraia-se por todos os setores.

A combinação de fatores sugere que as vagas hoje cortadas no mercado de trabalho dificilmente serão recriadas com rapidez. As empresas passam por um período de forte ajuste de custos e de processos produtivos, numa adaptação não só à conjuntura mas também a mudanças de fundo na economia.

No período 2004-2012, o crescimento ancorou-se principalmente em segmentos de matérias-primas e, depois, no varejo, reforçado por programas de transferência de renda. A indústria sofreu, sobretudo a partir de 2010, com os altos custos internos e a sobrevalorização da moeda brasileira.

Agora há nova perspectiva. Não se antecipa outro ciclo altista nos preços de matérias-primas nem a incorporação acelerada de novos contingentes de consumidores. O reajuste do câmbio e dos custos internos indica que o crescimento, ao voltar, se apoiará em outros vetores, nem tanto no consumo.

A indústria, por exemplo, terá um período promissor à frente, com melhores condições de custo e maior viabilidade exportadora. Não se descarta, porém, uma expansão com padrão similar ao dos anos 1990, quando as empresas reforçavam a produtividade e criavam menos postos de trabalho.

Caso essa hipótese de fato se confirme, as consequências para o país serão preocupantes. A baixa criação de novas vagas formais resultará, entre outras coisas, em insuficiente crescimento das receitas da Previdência, um bônus da década passada que parece encerrado.

É preciso compreender tais mudanças e preparar o país para lidar com elas a médio e longo prazo. Enquanto isso, infelizmente, as indicações são de um inquietante período de escassez de empregos.
Digite 13, delete
24/04/2016 18:50
Oi, Herculano

Só em olhar a foto nota-se que o desodorante está vencido.
Depetralhado
24/04/2016 18:46
Oi, Herculano:

O site da ONG "Contas Abertas" revela, hoje, que no último dia 18 a Secretaria de Administração da Presidência da República reservou R$ 3,6 mil para compra de diversos tipos de remédios.
Os medicamentos tratam taquicardia, depressão, insônia, amidalite, entre outras enfermidades.

A compra abrange 50 ampolas de adenosina (taquicardia), 1.200 ampolas de água destilada, 280 comprimidos de amoxicilina (antibiótico para bactérias), 10 frascos de lidocaína (anestésico), 100 ampolas de midazolam (sedação e insônia) e 120 comprimidos de quetiapina (anti-psicótico).

Para que servem:

Adenosina é um remédio antiarrítmico cardíaco utilizado para tratar taquicardia.

Quetiapina é um medicamento anti-psicótico. Ele é usado para tratar o transtorno bipolar (psico maníaco depressiva). A quetiapina também é usada em conjunto com medicamentos antidepressivos para tratar transtorno depressivo maior em adultos.

Maleato de midazolam é um medicamento de uso adulto indicado para tratamento de curta duração de insonia.

Faltou chumbinho!!!
Sujiro Fuji
24/04/2016 13:57
Existe algum petista que é gente boa!
Vamos tentar achar algum. Eu vou ajudar.
Gosto de coisas difíceis.
Herculano
24/04/2016 13:53
CONGESTIONAMENTO

A volta do feriadão para servidores públicos e políticos poderá ter congestionamento dos mesmos nas nossas estradas.

Preventivamente, os que trabalham, pagam pesados impostos e sustentam a máquina pública, preferiram trabalhar mais para não atrapalhar o lazer os que vivem de ponto facultativo. Acorda, Gaspar!

Aliás, é bom lembrar a frase lição de Margareth Tatcher, a ex-primeira ministra britânica, a conservadora contra o trabalhistas, os que quase quebraram a Inglaterra: "Não existe dinheiro público; existe o dinheiro do contribuinte".
Herculano
24/04/2016 13:43
POR QUE NÃO AQUI ONDE O PT É GOVERNO E É MANDADO PELO DE BLUMENAU E ITAJAÍ? COMO NA PRÁTICA PRECISA-SE IMPORTAR ELEITORES AINDA MAIS NA SITUAÇÃO ATUAL, NADA PARECIDO APARECEU POR ENQUANTO.

Conteúdo do Informe Blumenau. Texto de Alexandre Gonçalves. A prática não é incomum, mas não é normal. Mesmo com ampla maioria na Câmara de Vereadores de Blumenau, o prefeito Napoleão Bernardes (PSDB) teve um veto seu a um projeto de lei derrubado por unanimidade na sessão desta terça-feira, 19.

Por ironia, o projeto que foi mantido e virará lei é de Jeferson Forest, do PT. Ele prevê que só possam se inscrever em programas habitacionais do município pessoas com o título de eleitor em Blumenau. O objetivo é comprometer o beneficiário com as questões da cidade.

O prefeito entendeu como inconstitucional, mas os vereadores não, por unanimidade. O líder do governo, Robinson Soares, o Robinho (PR), orientou o voto pela derrubada do veto. " Não é uma decisão a favor ou contra o Governo, mas a Câmara entendendo que não interfere com os programas habitacionais do Município fez a parte dela", defendendo que foi uma decisão política do parlamento.

Sendo assim, ele volta para Napoleão Bernardes assinar. Caso não o faça, caberá ao presidente do Legislativo Mário Hildebrandt (PSB) promulgar.
Paty Farias
24/04/2016 13:39
Oi, Herculano;

Para melhor representar o bairro (não deixando a foto incompleta) faltou ao lado do gaiteiro/chapeiro, a boneca e aquele que sopra pra boneca falar.
Mariazinha Beata
24/04/2016 13:36
Seu Herculano;

O cerne dos apodrecidos do qual Zé Abreu faz parte estará no Domingão do Faustão hoje à tarde.
Mudança de canal JÁ!
Bye, bye!
Casinha de Plástico
24/04/2016 13:32
Herculano,

Estou cansado das reuniões com o vereador Jaime do Belchior, é muito blá, blá, blá e pouca ação.
Belchior do Meio
24/04/2016 13:28
Sr. Herculano:

Gerson Camarotti escreve:

"De forma reservada, o presidente do Senado, Renan Calheiros, tem dito que depois que o impeachment da presidente Dilma Rousseff passou com folga na Câmara, a situação ficou definida no Senado".

Se ele sabe que acabou, porque defende mortos sem sepultura? Nada como ser um Jaime Kichner!!!
Herculano
24/04/2016 13:10
A SÍNDROME DOS TUCANOS, por Merval Pereira, de O Globo

O PSDB parece que sofre de Síndrome de Estocolmo, definido por alguns como "estado psicológico em que uma pessoa, submetida a um tempo prolongado de intimidação, passa a ter simpatia por seu agressor". Só isso explica que os tucanos volta e meia tenham uma recaída, como agora, e busquem imitar as atitudes do PT quando na oposição.

Essa decisão que está prestes a ser tomada de não participar de um eventual governo presidido por Michel Temer em tudo se parece com a atitude criticável do PT, que comandou o processo de impeachment contra Collor em 1992 e depois se recusou a participar de seu governo.

Tudo porque Lula considerava que o governo de Itamar Franco fracassaria, e a eleição presidencial de 1994 cairia em seu colo. Há no PSDB quem pense até mesmo em propor a expulsão do tucano que aceitar, mesmo a nível pessoal, participar do governo Temer, a mesma coisa que fez o PT, que expulsou Luiza Erundina por ter aceitado o convite de Itamar para ser sua ministra.

É claro que a situação do PSDB tem circunstâncias especiais, como o fato de que o partido entrou com uma ação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) pedindo a anulação da chapa Dilma-Temer por abuso do poder econômico na eleição de 2014. Como apoiar um governo chefiado por um político que o próprio partido está questionando na Justiça?

Nesse ponto, a ex-senadora Marina Silva mostra-se mais coerente, pois desde o início pede novas eleições com base na anulação da campanha de 2014. Não quer nem Dilma nem Temer, e seu partido, a Rede Sustentabilidade, teve posições variadas com relação ao impeachment, embora no final a própria Marina o tenha apoiado sem, no entanto, orientar o partido formalmente, deixando seus representantes no Congresso votarem de acordo com suas consciências.

O PSDB, ao contrário, embora tenha começado o movimento político a favor da anulação da eleição de 2014, acabou sendo levado pelos movimentos sociais a adotar uma posição unânime a favor do impeachment. O melhor caminho que poderia ter no momento é dar uma declaração a favor da separação das contas, solução que parece será a escolhida pelo TSE, e apoiar o governo Temer sem receios do que acontecerá mais adiante.

Mesmo que os tucanos receiem que a cúpula do PMDB possa vir a ser atingida por denúncias da Lava-Jato, não se justifica uma atitude de afastamento antecipado. Como diz o Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, a cada dia sua agonia. A obrigação do PSDB é colaborar para que o governo de transição tenha êxito, sem ficar com uma atitude arrogante de quem se considera superior e não quer se macular com a proximidade de um partido fisiológico.

Caberia ao PSDB elaborar um programa de intenções a ser apresentado a Michel Temer como condição para um apoio formal. Aceitas essas condicionantes, não há razão para evitar o contágio, pois o menor sinal de que o PMDB não está se comportando como deveria seria motivo suficiente para um rompimento justificado.

Romper antes, mesmo que baseado no histórico nada confiável do partido, é antecipar-se aos fatos, o que o momento político não recomenda. É preciso que as forças políticas que se uniram para tirar o PT do governo como meta prioritária se unam novamente para ajudar o país a sair da enrascada em que se meteu.

Pior ainda é a ideia de obrigar quem aceitar ir para um futuro governo Temer a assinar um compromisso de não se candidatar às eleições presidenciais de 2018. A proposta ridícula, atribuída ao governador de São Paulo Geraldo Alckmin, é a prova de que os tucanos só pensam na sucessão presidencial e não se importam com a situação do país.

Como o PT em 1994, poderão ser punidos pelo surgimento de novas alternativas políticas. E, do jeito que se comportam nesse episódio, de maneira errática e indecisa, não será preciso nem mesmo um Plano Real para derrotá-los. Basta que continuem a erodir o capital político que acumularam com atitudes desconexas com os objetivos que marcaram o partido, como já fizeram ao votar contra o fator previdenciário.
Herculano
24/04/2016 13:08
PT, PSDB E A TRANSIÇÃO, por Eliane Cantanhede, para o jornal O Estado de S. Paulo

Pela primeira vez, desde 1995, lá se vão 21 anos, o Brasil está a dias de ter um governo que não é nem do PT nem do PSDB, mas do velho PMDB de guerra. Isso acirra as disputas internas e mexe com os nervos de petistas e tucanos. E agora, o que fazer?

O virtual presidente Michel Temer dará mais um passo rumo à rampa do Planalto amanhã, com a eleição de uma comissão do impeachment favorável à deposição de Dilma Rousseff. Mas ainda há muitas dúvidas sobre como será e que chances terá um governo Temer.

Nascido do impeachment, não será um governo de coalizão clássica, mas sim um governo de transição em meio a uma profusão de crises. Sem legitimação nas urnas, terá de buscar legitimidade nas atitudes, na montagem do Ministério e, sobretudo, nos resultados. Isso significa um monumental conflito entre a macro e a micropolítica. Se repetir o fatiamento de cargos de Dilma, Temer irá naufragar.

Quando se fala em "Temer naufragar", fala-se que a economia vai continuar afundando, com o Brasil rumo ao precipício, as lojas fechando, as indústrias pagando o "pato" e os trabalhadores perdendo empregos na casa de milhões por trimestre. O fracasso de Temer seria, ou será, atrasar drasticamente o fim da crise.

Aí entram o PT e o PSDB, os dois principais polos da política nacional agora e muito provavelmente em 2018. O PT se divide entre "botar fogo no circo (e nas ruas)" e fazer oposição parlamentar dura, mas responsável, calibrando o desgaste de Temer com as medidas urgentes de recuperação da economia. E o PSDB está confluindo para uma posição perigosa.

Como julgam que o PSDB chegará como favorito a 2018, em apenas dois anos e meio, os presidenciáveis Geraldo Alckmin e Aécio Neves não querem, digamos, queimar cartuchos com o governo Temer. A Executiva Nacional tomará em 3 de maio uma decisão que tende a ser "tucana": ok, o partido vota com o governo as medidas necessárias no Congresso, mas não pula nos ministérios e nos cargos. Ajuda, sem se comprometer.

Sabe o que isso significa? Que o PSDB vai jogar Temer e a transição no colo do "centrão", que esteve até anteontem com Lula e Dilma, saiu direto para o impeachment e está louco para recuperar a boquinha ?" não para salvar o País.

É verdade que não foi o PSDB quem articulou o impeachment (demorou até a admitir a ideia...), mobilizou as manifestações e os 367 votos na Câmara. Mas não há como negar que nunca se pensou num "governo PMDB", mas num "governo de união nacional", obviamente com os quadros de elite do PSDB.

É questão de vida ou morte para Temer não errar nos nomes para economia, infraestrutura, Justiça e o duplo foco social, Saúde e Educação. Em Saúde, por exemplo, não só por causa de dengue, chikungunya, zika e H1N1, mas também para forçar uma comparação com Dilma, que nomeou um deputado do "baixo clero" para área tão especial só para agradar à parcela minoritária do PMDB.

Para a economia, a coisa anda mal. Armínio Fraga já tinha avisado que não pode, Delfim Netto tem 88 anos, Henrique Meirelles é identificado como "lulista" e "financista", Murilo Portugal é "plano B" e José Serra é cotado no núcleo de Temer para fazer "uma revolução"... na Educação ou na Saúde. Falta combinar com o adversário, ou seja, com o próprio Serra.

Neste momento, a prioridade de Temer é negar radicalmente, dentro e fora do País, que haja um "golpe" e que seja um "golpista". Mas, além de não ser golpista, ele precisa mostrar que está preparado para o desafio, tem equipe, tem apoios, tem capacidade de recuperar a credibilidade não dele, mas de um país chamado Brasil. Com o PT incendiando as ruas e o PSDB lavando as mãos, eles vão todos juntos para o buraco. Arrastando o País e todos nós. Responsabilidade, gente!
Ana Amélia que não é Lemos
24/04/2016 13:05
Sr. Herculano:

Concordo com Reinaldo Azevedo:
"ZÉ DE ABREU VALE MENOS DO QUE O ESCARRO DE ZÉ DE ABREU".

Vermelho deplorável (nojento).
Herculano
24/04/2016 13:05
FORÇA EXTERNA, por Henrique Meirelles, ex-presidente do Banco Central do governo de Luiz Inácio Lula da Silva, PT, que Dilma Vana Rousseff rejeitou, e o odeia, simplesmente porque ele tem ideias e luz próprias. Este comentário foi publicado no jornal Folha de S. Paulo

Investidores, empresários e analistas internacionais com quem encontrei em viagem ao exterior na semana passada mostraram enorme interesse pelo que está acontecendo no Brasil e, principalmente, pelo que está por vir.

Parte da queda significativa do investimento que ocorre desde 2014 está associada às decisões desses agentes, em função da sua preocupação com os rumos de nossa economia nos últimos anos.

O mercado internacional cumprirá papel fundamental na retomada da economia brasileira, seja via investimento direto das empresas internacionais, seja via aquisição no mercado doméstico de ações e títulos de empresas brasileiras, seja reabrindo as praças financeiras internacionais às empresas locais.

A conclusão da viagem é que o interesse no futuro do Brasil é enorme e a volta dos investimentos é possível e provável, desde que as condições voltem a ser adequadas.

O melhor propulsor dessa retomada será a reversão do enorme ceticismo, com uma sinalização clara e factível de que o país equacionará de forma decisiva o seu desequilíbrio fiscal e voltará a ter regras estáveis e previsíveis aos investimentos, melhorando o ambiente de negócios.

Quando se toma uma decisão de investimento de longo prazo em qualquer setor, é imprescindível ter confiança na estabilidade macroeconômica e na manutenção de regras claras e racionais. Todo gestor de investimentos tem que levar em conta o retorno previsto numa determinada operação e a probabilidade de que essa previsão se concretize efetivamente. Instabilidade macroeconômica e mudanças constantes e arbitrárias no arcabouço regulatório elevam a incerteza e inibem as decisões dos gestores, que devem prestar contas aos investidores que lhes confiaram a gestão dos seus recursos.

O fluxo de recursos ao Brasil pode ser retomado com um modelo econômico sustentável e um conjunto de reformas pró-crescimento já discutidas aqui. Os recursos chegarão não só pelo aumento no investimento estrangeiro direto nas operações brasileiras das empresas globais, mas também por meio da Bolsa e do mercado de capitais doméstico e internacional. Essas fontes de recursos são indispensáveis para as empresas voltarem a contratar, recompor estoques, construir fábricas e, chave para a competitividade do país, investir em produtividade.

O cenário mundial ainda é de alta liquidez de recursos, e só compete a nós colocarmos a casa em ordem para podermos voltar a usufruir dessa abundância, que não durará muito tempo. O Banco Central dos EUA já sinaliza que deve retomar, de forma gradual, o processo de enxugamento da liquidez excessiva. A janela de oportunidade que temos se fechará progressivamente. Não podemos continuar a desperdiçá-la.
Herculano
24/04/2016 13:01
SEM PARCEIROS

Pois é Jango da Nóbrega. Esta mesma pesquisa a que você se refere e já a comentei aqui - a verdadeira e que orienta, não a que se falseia em partes da capa e resumo e se mostra - revela que a saída construída via PSB ou PSD, como ventríloquos, por enquanto só tem água para o barco furado.

Sobre PDT, PCdoB, PR, nem água há. Acorda, Gaspar!
Herculano
24/04/2016 12:55
SHAKESPEARE E O IMPEACHMENT, por Gustavo Franco, ex-presidente do Banco Central, no jornal O Estado de S. Paulo

Parte 1

Por todo o mundo, registram-se comemorações pelos 400 anos da morte de William Shakespeare, completados ontem, 23 de abril, e não pode haver outro tema nesses eventos que a atualidade dessa obra, uma espécie de "escritura secular", particularmente completa quando se trata de intrigas, maquinações, virtudes e desatinos dos homens públicos.

Nessa empolgação, diz-se que os enredos políticos do noticiário não passam de variações empobrecidas sobre um vernáculo catalogado há séculos. Será mesmo? Vamos, então, a um teste bem difícil: o que há sobre impeachment nas 38 peças de Shakespeare?

Pois bem, há uma peça que Antonio Cândido designou como a "tragédia do destronamento", e que parece feita para nós. Ricardo II, escrita em 1595, oferece um retrato inacreditavelmente fiel da nossa crise e da ruína da presidência Dilma Rousseff, acredite se quiser.

Ricardo II foi a primeira de uma série de quatro peças históricas em sequência que cobriam o reinado do verdadeiro Ricardo II até o de Henrique V (1377 até 1422). Shakespeare escrevia dois séculos depois, numa época difícil, face às tensões em torno da rainha Elisabeth I, sempre muito questionada, e às voltas com conspirações.

O regime era absolutista e seu fundamento era o Direito Divino, sob o qual não cabia nenhum questionamento sobre as ações do rei, ainda que manifestamente idiota ou mesmo quando violavam a lei. Quem haveria de julgar um rei ungido por Deus?

A tragédia de Ricardo II começa com um escândalo, não em uma empresa de petróleo, mas um assassinato, e uma controvérsia sobre os culpados. Logo ficamos sabendo que o próprio rei foi o mandante, e a discussão se dava entre dois nobres: o assassino de fato e o primo do rei, de nome Henrique de Bolinbroke, um sucessor natural do rei.

A gestão política dessa crise foi uma coleção de erros e vacilações, quase um almanaque sobre o que não deve fazer um rei nessas situações, conforme o figurino de Maquiavel, cuja obra Shakespeare havia acabado de conhecer e abraçar.

O rei primeiro determinou que a controvérsia se resolvesse num duelo, mas depois mudou de ideia e determinou o banimento dos dois, sendo que Bolinbroke apenas por seis anos. O mundo político ficou sobressaltado com a solução. Instaurou-se a incerteza. Sabia-se que o rei havia violado a lei, e ordenado o assassinato.

Tudo é muito fácil, do ponto de vista dramático, quando o rei é acintosamente maligno, como Macbeth, Ricardo III, Claudio e tanto outros extraordinários vilões da galeria shakespeariana. O problema aqui era que Ricardo II era "um homem honrado", no exato sentido em que essa linguagem foi utilizada por Marco Antonio, para se referir a Brutus, em seu elogio fúnebre a Julio Cesar, do que resultou atiçar o povo contra os conspiradores. Foi com essas mesmas palavras que FHC se referiu a Dilma Rousseff, no exterior, quando perguntado sobre ela.
Herculano
24/04/2016 12:54
SHAKESPEARE E O IMPEACHMENT, por Gustavo Franco, ex-presidente do Banco Central, no jornal O Estado de S. Paulo

Parte 2

Como se dá o destronamento de um "homem honrado" como Ricardo, culpado de assassinato, mas que apenas se expressa em poesia?

Os críticos identificam três eixos para o fenômeno que se designa como "perda de realeza" pelo qual, no universo de Shakespeare, e nessa peça em particular, o homem se separa da função e o rei se autodestrói.

Em primeiro lugar, o rei era um esbanjador irresponsável e havia levado a Inglaterra à bancarrota com guerras caras e tolas, e com impostos excessivos. Em uma cena que se tornou clássica, os jardineiros do palácio são os que melhor definem as "pedaladas" reais, comparando a Inglaterra a um jardim malcuidado, repleto de excessos e ervas daninhas.

Em segundo lugar, há uma impressionante sucessão de pequenos ridículos, imaturidades e hesitações do rei, todas revelando um temperamento muito difícil, não explosivo e com dificuldades com o idioma, como Dilma, mas evasivo, ausente, lírico, excessivamente autorreferenciado. O rei só ouve bajuladores, vive isento das exigências da realidade, aprisionado em sua própria poesia, "incapaz de distinguir a manipulação de coisas e palavras", como explica Harold Bloom.

E, para culminar, o rei perpetra um outro desrespeito à lei, considerado mais petulante e inaceitável que o escândalo que inicia o drama: o rei determina o confisco das terras e bens da família de Bolinbroke. A interpretação do mundo político foi a de que o rei estava subvertendo a ordem, pois estava atacando as mesmas leis que estabeleciam o seu direito ao trono.

O drama se sucede de forma linear a partir desses três eixos, e Ricardo parece sucumbir sozinho à realidade de sua inadequação à posição de rei, mas estranhamente seduzido pela ideia que seu Direito Divino estava sendo golpeado e que um exército de anjos ia descer dos céus para salvar sua coroa.

Barbara Heliodora o descreve como "um egocêntrico incapaz de se concentrar objetivamente nos problemas que lhe são apresentados" e enxerga uma "alta dose de prazer masoquista" no "gozo que o personagem sente em se ver no papel de vítima".

Enquanto o rei ia murchando, Bolinbroke apenas insiste que lhe sejam devolvidas as terras confiscadas, o que Ricardo interpreta como "golpe". Os nobres reconhecem a legitimidade do pleito de Bolinbroke, pois queriam evitar a insegurança jurídica e, habilmente, Bolinbroke não revela a sua pretensão ao trono. Emerge muito clara a tensão da época entre o governante ungido e flagrantemente inepto e o pretendente bem preparado, porém, tecnicamente, usurpador.

Bolinbroke não avança sobre o trono, ou se o faz é com imenso comedimento, apenas comparável ao estranho conforto que o rei encontra em dramatizar o seu próprio fracasso. Barbara Heliodora observa que Henrique de Bolinbroke "chega ao trono sem que Shakespeare lhe dê um só monólogo". Esse personagem é apenas ação, embora tudo lhe venha por gravidade.

O destronamento se torna praticamente uma renúncia, e o rei nem mesmo se opõe a uma cerimônia de abdicação que fazia a transição um ato voluntário. O rei cresce como personagem, e como poeta, embora de forma inútil e centrada unicamente nas indignidades que diz sofrer. Quanto mais lírico, mais clara sua inaptidão para o cargo, ainda mais diante de seu sucessor, um político profissional. Bolinbroke se torna Henrique IV, manda matar Ricardo, e promete uma Cruzada na Terra Santa para expiar o delito, promessa jamais cumprida.

Qual a lição?

Ricardo morreu afirmando que foi golpe, estranhamente confortado com essa versão de seu fracasso. No conceito absolutista, não há dúvida que Bolinbroke era usurpador, mesmo contando com apoio de todos. O poder não emanava do povo nesses tempos.

Hoje, não temos mais um rei, mas três poderes, tudo diferente, exceto pelo fato de que Dilma Rousseff reedita Ricardo II de tantas maneiras que sua agonia parece ainda mais falsificada e infinitamente mais tosca.
Erva Daninha
24/04/2016 12:51
Oi, Herculano;

A foto representa o fiel governo petista.
Enquanto o representante do bairro toca, o povo dança ...
Jango da Nobrega
24/04/2016 08:08
Herculano

O cenário nacional já contaminou a disputa local e os cumpanheiros já tem essa leitura sim, só não admitem publicamente, mas nas internas, entre poucos, eles discutem o assunto e sabem que vão pra vara. Que o diga a pesquisa que fizeram e o resultado mostrou inclusive que irão fechar a porteira, não a toa que o careca foi desesperadamente pra rua trabalhar, isso pode até dar cassação da chapa, acompanhamento das obras municipais, é só a oposição ir filmar, sigam o careca.
Herculano
24/04/2016 07:09
GOVERNOS MÍNIMOS, editorial do jornal Folha de S. Paulo

Falta de leitos, vacinas e médicos; retenção de salários de funcionários; adiamento do censo agropecuário do IBGE; redução do efetivo policial e aumento da violência. Esses são apenas alguns dos exemplos da degradação dos serviços públicos em todos os níveis de governo, de norte a sul do país.

Há uma distância vergonhosa entre o oceano de dinheiro sugado da sociedade na forma de impostos e a contrapartida em serviços. A despeito de seu gigantismo, o Estado brasileiro, paradoxalmente, é mínimo no que devolve ?"e se apequena ainda mais em meio a esta grave crise econômica.

Tal constatação deveria suscitar um debate urgente que, superando as anacrônicas discussões ideológicas entre esquerda e direita, levasse a uma agenda de modernização pautada por consensos básicos.

Dificilmente alguém haverá de discordar que uma das facetas mais cruéis da enorme desigualdade brasileira se revela na falta de acesso a bens públicos essenciais, pois isso impede que os mais pobres possam almejar as mesmas oportunidades de desenvolvimento pessoal que os mais ricos.

Em tempos de Lava Jato, talvez muitos tenham a impressão de que o nó se desatará com o combate à corrupção e com a escolha de melhores gestores. Ledo engano. Tais iniciativas são sem dúvida fundamentais para o país, mas elas mal arranham o verdadeiro problema.

A questão central está na organização do Estado. Enquanto diversos grupos de interesse dispõem de acesso privilegiado a volumosos recursos, o restante da população discute por migalhas.

Tome-se a questão do funcionalismo público. Os governos estaduais gastam mais de 80% de seus recursos com folha de pagamento, incluindo os terceirizados.

Observe-se a Previdência, generosa com a idade da aposentadoria e repleta de regimes especiais. Considere-se a carga tributária, maior sobre produtos do que sobre a renda, penalizando de forma desproporcional os mais pobres.

Lembre-se do BNDES, que, sob critérios obscuros, permite a grupos empresariais acesso a dezenas de bilhões de reais em empréstimos subsidiados. Recorde-se dos incontáveis sindicatos que se apropriam de impostos sem contrapartida.

Acrescente-se a isso tudo a notória ineficiência da máquina estatal, com seu histórico de desperdícios, e será fácil perceber como, no Brasil, o Estado consegue ser tão grande e tão mínimo ao mesmo tempo.

Pleitear equilíbrio previdenciário e o fim de privilégios de servidores não significa ser "contra o povo", como alardeia a esquerda. Defender maior justiça tributária e até algum aumento temporário de imposto (vinculado a um rigoroso controle da expansão das despesas) não se opõe ao desenvolvimento, como diz a direita.

Obter recursos para voltar a ação do governo aos que precisam dela é o desafio real a ser vencido para acabar com o apartheid social que envergonha o Brasil.
Herculano
24/04/2016 06:47
DÍVIDA PÚBLICA É A BOMBA-RELOGIO QUE CRESCE CERCA DE R$ 2 BILHÕES POR DIA

Conteúdo jornal Folha de S. Paulo. Texto de Gustavo Patu. Enquanto o governo está paralisado pela crise política, a dívida pública cresce neste 2016 a uma velocidade média de R$ 2 bilhões ao dia.

A conta inclui sábados, domingos, feriados e, como o ano é bissexto, o dia 29 de fevereiro, quando o endividamento de União, Estados e municípios ultrapassou a casa dos R$ 4 trilhões.

Com a perspectiva de assumir o Planalto a partir de maio, o hoje vice-presidente Michel Temer terá pouco tempo para desarmar essa bomba-relógio em meio a um clima político tormentoso.

Com o desequilíbrio no Orçamento do governo e a recessão econômica, a dívida pública deverá saltar de 66,5% do PIB, em 2015, para 74,4% até dezembro próximo, conforme as previsões mais consensuais do mercado.

Trata-se, de longe, da maior proporção entre os principais países emergentes. Se não for detida, a escalada gerará temores crescentes entre empresários e investidores ?"que tenderão a cobrar juros mais altos para emprestar ao governo ou, no limite, a interromper o crédito.

Até 2013, o Tesouro Nacional conseguia poupar o suficiente para manter sob controle a proporção entre a dívida pública e o PIB. Hoje, entretanto, o governo precisa tomar dinheiro no mercado para seus gastos cotidianos.

As despesas programadas com pessoal, custeio administrativo, programas sociais e investimentos deverão somar, neste ano, R$ 1,2 trilhão, cerca de R$ 100 bilhões acima das receitas.

Espera-se que, com o afastamento da presidente Dilma Rousseff, Temer monte uma equipe econômica com credibilidade, capaz de restabelecer parte da confiança de empresas e consumidores.

O próprio mandato do peemedebista, no entanto, está ameaçado pelo avanço das investigações da Operação Lava Jato, da Polícia Federal. As incertezas tornam mais árdua a tarefa de atrair nomes de peso ao governo.

O reequilíbrio das contas do Tesouro depende de aumento de tributos ou reformas impopulares que reduzam direitos previdenciários e trabalhistas.

E essas reformas exigem mudanças na Constituição, para as quais é preciso ter votos de 60% do Congresso ?"particularmente difícil em ano de Olimpíada e eleições.
Herculano
24/04/2016 06:42
ZÉ DE ABREU VALE MENOS DO QUE O ESCARRO DE ZÉ DE ABREU. COMO ELES NÃO ENGOLEM O IMPEACHMENT, ENTÃO ELES COSPEM!, por Reinaldo Azevedo, de Veja.

Vocês já devem ter visto o vídeo. O ator José de Abreu, o canastrão que ganha dinheiro na Globo para sair por aí acusando os meios de comunicação de apoiar o "golpe", se desentendeu com um casal num restaurante de São Paulo, na noite de sexta-feira. Num ataque à moda Jean Wyllys, não teve dúvida: deu uma cusparada no rosto da dupla.

Já escrevi aqui muitas vezes e reitero: não apoio esse tipo de bate-boca em público. Por mais que a figura seja desprezível, e é, que seja deixada na sua irrelevância. Um restaurante não é a melhor arena para o embate político. Os demais frequentadores têm direito ao lazer e ao sossego.

É evidente, no entanto, que esse sujeito é um desclassificado. E não é de hoje. Tornou-se uma caricatura de militante político. É uma figura asquerosa. Ele nem precisa cuspir nos outros para ser repugnante. E isso nada tem a ver com ideologia ou preferência política.

Além de ter protagonizado a baixaria, foi para o Twitter e ainda se orgulhou do seu feito.

"Fascistas são tratados assim:com cuspe na cara! Dele e da mulher"

"Adorei o entrevero com o coxinha. Fujão covarde levou uma cusparada na cara e a mulher levou outra.Facistas são tratados assim".

O covarde perdeu a linha, deve ter cagado nas calças. Cuspi na sua cara, na cara da mulher dele e ele não reagiu. Covardes fascistas".

"Acabei de ser ofendido num restaurante paulista. Cuspi na car do coxinha e da mulher dele! Não reagiu! Covarde. Advogado carioca..."

Também mentiu. O rapaz reagiu.

Esse cara não tem limites. Até os petistas o tratam como uma caricatura patética. No dia 4, publicou uma das coisas mais detestáveis que já li. Referindo-se ao jornalista Sandro Vaia, que havia morrido no dia 2, tornou pública esta baixaria.

Vaia era um dos profissionais mais dignos que já conheci. A estupidez evidencia que José de Abreu não respeita nem vivos nem mortos. O que ele faz com muita galhardia é defender criminosos do PT.

Zé de Abreu vale menos do que um escarro de Zé de Abreu.

Na próxima vez em que ele mostrar a cara na Globo, lembre-se disso e mude de canal.
Herculano
24/04/2016 06:24
COM A PALAVRA O SENADO, por Ferreira Gullar, escritor, no jornal Folha de S. Paulo

Como a maioria dos brasileiros, assisti, domingo passado, pela televisão, à votação, na Câmara dos Deputados, do processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff. Ao contrário do que, desonestamente, procurara afirmar José Eduardo Cardozo, advogado-geral da União, não se tratava de julgar a presidente e, sim, de admitir ou não o cabimento legal do processo de impeachment contra ela, o que finalmente foi aceito após uma discurseira que começou às 14h daquele dia e terminou depois da meia-noite. O processo agora se encontra no Senado, onde, só então, o impedimento da presidente será aceito ou não. Mas, naquela mesma madrugada, mal terminara a votação, já estava na televisão o advogado Cardozo "demonstrando" que o pedido de impeachment não tem cabimento.

Confesso que há muitos anos não assistia a um espetáculo tão constrangedor quanto foi o daquela noite, quando os deputados petistas e seus aliados procuravam demonstrar, sem qualquer argumento plausível, que se tratava de um golpe contra a democracia brasileira. Referiam-se a Dilma e a si mesmos como exemplos de defensores da democracia burguesa contra a qual, pelo menos da boca para fora, sempre batalharam. Não me consta que esse seja o regime social com que sonham o PCdoB, o PSOL e o PT. Mas na hora de livrar o próprio pescoço, vale tudo.

Na verdade, a presidente Dilma incorreu na prática de crime de responsabilidade ao usar o dinheiro de instituições sob controle do Tesouro Nacional para financiar projetos sociais que garantiriam sua reeleição em 2014.

Isso ficou provado mediante investigação feita pelos auditores técnicos do Tribunal de Contas da União (TCU), entre outubro e dezembro de 2014. Foi baseado nela que Hélio Bicudo, Miguel Reale Jr. e Janaina Paschoal deram início ao processo de impeachment contra Dilma, aprovado no último domingo pela Câmara Federal e agora entregue ao julgamento do Senado Federal. Não se trata, portanto, de nenhum golpe, de nenhum procedimento antidemocrático e, sim, pelo contrário, de uma ação que visa defender os princípios constitucionais do Estado brasileiro.

E daí a discurseira demagógica daquele domingo na Câmara Federal. Sem qualquer argumento de fato pertinente, os petistas (e os aliados que lhes sobraram) insistiam na tese falaciosa de que a presidente Dilma Rousseff estava sendo vítima de um golpe. Nenhum deles se atrevia de fato a expor suas razões, uma vez que aquelas afirmações eram destituídas de fundamento. Já no dia anterior, o advogado-geral da União tentara, no Supremo Tribunal Federal, anular o relatório do deputado Jovair Arantes e, consequentemente, o processo do impeachment, mas foi fragorosamente derrotado por oito votos a dois.

Assim, no mato sem cachorro, vendo os membros de sua base aliada passarem para o lado dos defensores do impeachment, o que lhes restava mesmo era o argumento do golpe. Enquanto isso, os opositores do governo Dilma -mesmo aqueles que foram seus aliados até a véspera- alegavam que, não apenas ela cometera crime de responsabilidade como, ao mesmo tempo, conduzira o país a uma crise econômica e política jamais vista.

A verdade é que, se por outra razão não fosse, Dilma Rousseff não tem condições de se manter presidente da República, uma vez que há tempos já não governa. De fato, ela e o PT encontram-se num beco sem saída, conforme se tem visto, desde que ela assumiu seu novo mandato presidencial.

Depois de mentir durante a campanha, teve que, ao tomar posse, admitir que deveria fazer, no plano da economia, o contrário do que prometera. Por isso chamou, para o ministério da Fazenda, Joaquim Levy, economista que pensa exatamente o contrário do que o PT e ela própria sempre defenderam. Resultado: diante da pressão dos petistas, teve o ministro que deixar o governo, agravando ainda mais a situação. Com isso, a inflação cresceu, o desemprego triplicou e o país parou de vez.

Resta a pergunta: independente de impeachment, convém ao país manter no governo uma presidente que já não governa? Com a palavra o Senado Federal
Herculano
24/04/2016 06:19
CHOCOU-SE COM A CARA DA CÂMARA? CULPA SUA! por Josias de Souza

Há uma semana, na votação do impeachment, o pedaço do Brasil que ainda tem noção do ridículo se chocou com o que assistiu. Então a Câmara é isso?!? Foi difícil ouvir as manifestações de voto sem sentir uma espécie de vergonha interior. O desconforto aumentava cada vez que um deputado esbravejava em nome deste ou daquele familiar, de uma cidade ou de um Estado, de uma moral rota ou de uma ética insuspeitada, do torturador morto ou do prefeito que seria preso horas depois? No fundo da consciência da plateia uma voz bradava: "Hipócritas!".

Foi um espetáculo inusual. Só de raro em raro a Casa está tão cheia. Normalmente, as votações são simbólicas, aquelas em que os deputados apenas levantam a mão. Quando é preciso votar nominalmente, usa-se o painel eletrônico. Na sessão do impeachment, todos tiveram seus segundos de microfone. E a coisa degenerou. Tomado pelo número de vezes que foi mencionado, Deus deixou de ser full time. Se o Todo-Poderoso desse mesmo expediente integral certamente teria feito ecoar no plenário, com voz de trovão, o epíteto do Evangelho: "Raça de víboras."

Na visão da megabancada cristã, a Câmara virou um campo escolhido pelo Senhor para manifestar seus desígnios. Os deputados seriam apenas peças movidas por Ele. Mas seria sobrecarregar Deus além da conta forçá-lo a decidir entre a infantaria de Eduardo Cunha e a tropa de Dilma Rousseff? Mais fácil supor que, depois de criar o universo, Ele terceirizou a política ao Diabo.

Muito já se disse e escreveu sobre assunto nos últimos sete dias. Mas você deveria gastar um pedaço deste domingo para fazer uma introspecção. Pode ser após o despertar, barriga colada à pia do banheiro, enquanto espalha o dentifrício pelas cerdas da escova. Levando a experiência a sério, depois de bochechar e lavar o rosto, você enxergará no espelho, no instante em que erguer os olhos para pentear os cabelos, o reflexo de um culpado.

Indo mais fundo no processo de autoexame, você verá materializar-se diante de seus olhos o óbvio: parlamentares não surgem por geração espontânea. Eles nascem do voto. E talvez você levante da mesa do café da manhã convencido de que a crise no sistema representativo exige uma atitude. Um gesto individual e consciente. A crise não admite mais que o eleitor se mantenha exilado no conforto de sua omissão política. Intima-o a retornar à história, para moralizá-la.

O primeiro passo é o abandono da cômoda retórica de que os políticos "são todos iguais''. Não são. A igualdade absoluta é uma impossibilidade genética. Bem verdade que o excesso de roubalheira faz todos os gatunos parecerem pardos. Mas a magia de momentos como esse é a possibilidade de redescobrir uma verdade que dá sentido à democracia: para os eleitos inconscientes, o eleitor impaciente é um santo remédio. Lembre-se: 2018 em aí. Você tem duas opções: ou vota direito ou continua se comportando como um deputado.
Herculano
24/04/2016 06:13
A REPÚBLICA DAS BANANAS, por Elio Gaspari, para os jornais O Globo e Folha de S. Paulo

O Brasil não é uma república de bananas, mas a oligarquia política e empresarial ferida pela Operação Lava Jato precisa que ele seja.

É comum atribuir-se ao príncipe Fabrizio de Salinas, personagem do genial romance "O Leopardo", a frase "algumas coisas precisam mudar para continuar as mesmas." O escritor Tomasi di Lampedusa nunca colocou essa frase na boca de Fabrizio (Burt Lancaster, no filme). Quem disse algo parecido foi seu sobrinho Tancredi (Alain Delon), um jovem oportunista e sedutor.

Salinas, um reacionário fatalista, disse que "tudo isso não deveria poder durar, mas vai durar". A oligarquia brasileira pensa como Salinas, fala como Tancredi e faz qualquer papel para que nada mude.

Dando a impressão de que busca uma mudança, a Câmara dos Deputados votou o afastamento de uma presidente que maquiou as contas públicas, iludiu o eleitorado e conviveu com roubalheiras. Só numa república de bananas esse processo poderia ser conduzido por Eduardo Cunha, réu em processo que tramita no Supremo Tribunal Federal, acusado de corrupção e lavagem de dinheiro. (Isso numa sessão em que algumas dezenas de marmanjos comportaram-se como saltimbancos.)

Fora da jurisdição da república de bananas, 77% dos entrevistados pelo Datafolha querem a cassação de Cunha. 61% esperam que a presidente vá embora e 58% gostariam que o vice Michel Temer fosse junto. Temer foi mencionado duas vezes nas investigações da Lava Jato, sempre no condicional. Ele teria influenciado a nomeação de dois larápios. Um, durante o tucanato, outro, na república petista.

O processo seguiu para o Senado, presidido por Renan Calheiros. O STF mantém em sigilo o processo em que a Procuradoria-Geral da República o acusa de peculato.

Tanto o senador como Cunha estão no índice onomástico de acusados de terem recebido propinas no escândalo exposto pela Lava Jato.

Mais de uma centena de parlamentares respondem a processos no Supremo Tribunal Federal. Um, Paulo Maluf, está na lista de procurados pela Interpol. Há 21 denunciados no rastro da Lava Jato e, deles, 16 votaram pelo impedimento de Dilma Rousseff.

A rua pouco tem a ver com o que sucede em Brasília. As coisas só acontecem no Congresso porque desde 2013 a rua ronca. Mesmo assim, estão longe de ser a mesma coisa. Podem até ir na direção oposta. Na semana passada, surgiu uma informação preocupante: a bancada do PMDB na Câmara teria indicado Alexandre de Moraes, secretário de Segurança de São Paulo, para a Advocacia-Geral da União. Ele teria o apoio do Eduardo Cunha, para quem já advogou com sucesso. (Isso pode ser malvadeza, pois Cunha diz que foi Temer quem lhe apresentou o doutor.)

Num país que confia na Lava Jato, a república de bananas admite a hipótese de se escolher um Advogado-Geral da União antes da escolha do ministro da Justiça.

O cidadão é obrigado a viver em duas realidades. Vai para a rua pedir a saída de Dilma Rousseff e descobre que marchou com um cordão que blinda Eduardo Cunha. Vê que a ciclovia de São Conrado desabou, matando duas pessoas e descobre que a obra ficou com a empreiteira da família do secretário de Turismo da cidade. Custou R$ 44 milhões, oito a mais que o previsto, e teve diversos aditivos. Rapidamente, o cidadão foi da oitava economia do mundo, sede da Olimpíada, para a Terra dos Papagaios, uma república de bananas.
Herculano
24/04/2016 06:13
BOA IDEIA, por Elio Gaspari para os jornais O Globo e Folha de S. Paulo

Nasceu no PSDB uma ótima ideia: a de só conversar sobre sua participação no governo de Michel Temer quando ele puder mostrar uma planilha identificando a maioria dos nomes de sua equipe.

Num ministério, a companhia vale metade da agenda. Às vezes é melhor ficar só.

REGISTRO

Passou despercebido um trecho do depoimento do empresário Salim Schahin ao juiz Sergio Moro. Seu banco e sua fornecedora de equipamentos à Petrobras meteram-se nas falcatruas petistas e passaram a colaborar com as autoridades. Ele disse o seguinte:

"Quero pedir perdão à sociedade brasileira pelo delito que eu cometi. Sinceramente, eu me sinto amargurado pelo delito que eu cometi. Isto também me alivia. Este exame de consciência e esta colaboração que eu fiz com os procuradores me alivia um pouco."

Parece nada, mas Schahin foi o primeiro e único magano a se desculpar com a maior vítima dos seus malfeitos. Os demais reconhecem culpas (de olho nas tornozeleiras da Bolsa Angra), acusam outros, mas continuam a manter soberba distancia em relação ao andar de baixo.

AL?", PATRULHEIROS

Uma vinheta para patrulheiros que vetam artistas por motivos estranhos às suas competências:

Em breve as notas de cinco dólares terão um retrato da contralto negra Marian Anderson no verso.

Em 1939 a organização "Filhas da Revolução Americana" negou-lhe a sua sala de concertos. Eleanor Roosevelt, mulher do presidente americano, conseguiu-lhe o Lincoln Memorial e uma plateia de 75 mil pessoas.

A grande Eleanor também vai para o verso da nota de cinco.

OS GÊNIOS DA VIVO VALEM OURO

Amos Genish preside a Telefônica, empresa-mãe da Vivo. Ela atua em 20 países e no Brasil tem 97 milhões de clientes. O doutor está diante de uma oportunidade para mostrar ao mercado e ao mundo como um grupo de gênios capazes de entender a cabeça de burocratas da república de bananas de Brasília podem atentar contra a marca de uma empresa.

Os gênios da Vivo acharam que tinha chegado a hora de tungar os consumidores brasileiros cobrando mais caro pelas conexões da internet e ameaçando-os com o bloqueio de suas linhas. Tiveram o amparo do presidente da Anatel, doutor João Rezende. Ele anunciou que as operadoras "deseducaram" a patuleia oferecendo conexões ilimitadas: "Foi má educação".

Quem não tem educação é ele, pois desrespeita quem lhe paga o salário. O que as operadoras querem é vender conexões caras e lentas. Se ofereceram terras na Lua, iludiram, não deseducaram. Como já ensinou o conde Francisco Matarazzo, "Mercadoria não tem preço de mercado. Terá preço se tiver quem a compre".

Uma rebelião das redes sociais (#ImpeachmentDaAnatel) virou o jogo. Em menos de uma semana, a Vivo tirou o time de campo e voltou atrás. Tudo ficaria muito bonito se o ministro das Comunicações, André Figueiredo, não tivesse entrado na discussão para dizer absurdos na direção oposta: "Não podemos admitir de forma alguma que em nome de interesses meramente comerciais a gente venha a cercear direitos."

Primeiro, banda larga não é direito. Além disso, sem interesses comerciais jamais haverá empresa vendendo serviço.

Tudo ficaria mais fácil se as operadoras trabalhassem melhor junto à freguesia, concorressem mais e conversassem menos com os burocratas bananeiros de Brasília.
Herculano
24/04/2016 05:45
PMDB NÃO ENTENDE O APEGO DE RENAN A DILMA, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros.

Políticos do PMDB, inclusive aqueles mais leais ao presidente do Senado, não conseguem entender o apego de Renan Calheiros a Dilma Rousseff. Esses amigos têm advertido, de maneira crua, que a presidente "já morreu" politicamente, e que a saída dela é inevitável. Mas Renan parece apostar em uma sorte lotérica: afinal, caso consiga "salvar Dilma", como tem dito a amigos, será dele o bilhete premiado.

ABRAÇO DE AFOGADOS
Um dos mais leais "renanzistas" do Senado, Romero Jucá (RR) também não entende o "abraço de afogados" de Renan em Dilma.

ALAGOAS NÃO É
"Há quem ache Renan grato à 'ajuda' de Dilma ao governo do filho", diz Romero Jucá, "mas ela jamais liberou um só tostão para Alagoas".

X?", DILMA
A posição dos eleitores não explica a extremada lealdade de Renan: pesquisas em Alagoas revelam rejeição a Dilma superior a 80%.

GOSTAR, NÃO GOSTA
Renan tem dito que gosta de Dilma. Quem a conhece não gosta dela, como mostraram os votos de ex-ministros favoráveis ao impeachment.

DILMA É A MAIS REJEITADA EM PETIÇÕES NA INTERNET
A presidente Dilma lidera o ranking de petições do site Avaaz que pedem cassação de mandato. Assinaturas pró-destituição da petista já ultrapassam a marca de 1,915 milhão. O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), aparece em seguida: mais de 1,5 milhão de assinaturas. O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-AL), é o terceiro: mais de 1,291 milhão querem cassar o seu mandato.

PARA TODOS OS GOSTOS
São vários os motivos alegados para abaixo-assinado contra políticos: corrupção (Dilma), "Senado limpo" (Renan) e falta de decoro (Cunha).

QUEBRA DE DECORO
Quase 71 mil já pedem a cassação de Jean Wyllys (Psol-RJ) por quebra de decoro, após cuspir no deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ).

TORTURADOR REJEITADO
Quase 149 mil pedem a cassação de Bolsonaro, que homenageou um coronel acusado de tortura, ao votar pelo impeachment de Dilma.

VOTOS CAROS
O Planalto avalia que a lealdade dos ministros Celso Pansera (Ciência) e Marcelo Castro (Saúde) custou caro demais ao governo: só deram os próprios votos. No PMDB, o placar contra Dilma foi 59x7. Acachapante.

DÁ CÁ, TOMA LÁ
Ministros do núcleo duro do governo orientam Dilma a destravar as nomeações para ganhar os votos do Senado. Mas a presidente quer nomear indicados somente após a votação.

?"RFÃO DE CANDIDATO
Há dirigentes petistas procurando um nome competitivo para disputar a Presidência da República, em 2018. Petistas acreditam que o ex-presidente Lula será abatido em pleno voo pela Operação Lava Jato.

CABO DE GUERRA
O deputado tucano Daniel Coelho (PE) pretende disputar a prefeitura do Recife, mas, mais preocupado com o projeto nacional, Aécio Neves deseja afagar o PSB, apoiando a reeleição do prefeito Geraldo Júlio.

MENTIRINHA ELEITORAL
Durante a campanha, Dilma afirmou que faria "um governo muito melhor, principalmente controlando a inflação". No acumulado dos últimos 12 meses, a inflação oficial é de 9,34%. Quase dois dígitos.

FIM DE GOVERNO
"Acabou o governo. Insistir em golpe é um desserviço ao Brasil", afirma o deputado Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA), sobre o discurso petista de golpe. O Supremo já avisou que o impeachment é constitucional.

DEPUTADO GASTÃO
A ONG Operação Política Supervisionada (OPS) aponta: o deputado Jhonatan de Jesus (PRB-RR) foi o que mais gastou, em 2015, com a cota parlamentar, na categoria "geral". Ele torrou R$ 516.015,31.

DIAS MELHORES
O Itamaraty, tão castigado na gestão petista que rendeu ao Brasil a condição de "anão diplomático", deve ficar longe das negociações em um governo Michel Temer. Ele deve escolher diplomata de carreira.

NÚMERO DA SORTE
Tem tucano proclamando que 13 é o número da sorte do Brasil, porque o PT poderá ter encerrado seu projeto de poder 13 anos depois.
Herculano
24/04/2016 05:38
CONTRARIANDO UMA EVIDÊNCIA. EM GASPAR, O PT AFIRMA QUE A SITUAÇÃO NACIONAL NÃO CONTAMINARÁ O CENÁRIO DA DISPUTA LOCAL. NESTE DOMINGO, A PRINCIPAL MANCHETE DO JORNAL FOLHA DE S. PAULO É OUTRA: "COM IMPEACHMENT, PT VIVE ONDA DE DESERÇÕES E PERDE 1 EM CADA 5 PREFEITOS"

Texto de Pedro Pitombo (Salvador), Rodrigo Russo (São Paulo). A janela de filiação partidária aberta no mês de março e a possibilidade de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) impulsionaram o movimento de debandada de prefeitos petistas para outros partidos políticos.

A seis meses das eleições municipais, levantamento feito pela Folha no sistema de filiação do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) aponta que, de cada cinco prefeitos do PT eleitos em 2012, um deixou o partido. Os dados mostram filiações e desligamentos concluídos até 15 de abril.

Ao todo, 135 dos 638 prefeitos eleitos pelo PT pediram desfiliação ou foram expulsos do partido. Essa conta inclui gestores que renunciaram ou foram cassados.

O maior desgaste da legenda está concentrado em São Paulo, Paraná e Rio de Janeiro, governados pelo PSDB e pelo PMDB, mas o movimento também atingiu Estados comandados por petistas, como a Bahia e Minas Gerais.

Em São Paulo, 35 dos 73 prefeitos eleitos migraram. No Paraná, foram 18 baixas entre 40 gestores. No Rio de Janeiro, mantiveram-se fiéis ao PT só quatro dos 11 prefeitos eleitos há quatro anos.

Em Mato Grosso do Sul, oito dos 13 prefeitos saíram da legenda. Está nesse grupo Paulo Duarte, gestor de Corumbá, município com mais de 100 mil habitantes. A maior parte das desfiliações ocorreu neste ano, após a prisão do senador Delcídio do Amaral, tido até então como a estrela do partido no Estado.

As baixas atingiram ainda cidades com mais de 500 mil habitantes, próximas de grandes metrópoles, como Osasco (SP) e Niterói (RJ).

FATORES

Em outubro do ano passado, a Folha já havia mostrado que a grave crise econômica, as acusações de corrupção apuradas na Lava Jato e o desgaste de popularidade de Dilma haviam feito 69 prefeitos eleitos pelo PT em 2012 abandonarem o partido.

Agora, seis meses depois, o número de deserções praticamente dobrou. O início da tramitação do pedido de impeachment da petista na Câmara ocorreu entre os dois levantamentos, em dezembro.

Para o cientista político Carlos Melo, professor do Insper, pesa sobretudo a proximidade das eleições nas decisões tomadas pelos prefeitos. "Há vários prismas a considerar: a má imagem do PT com a Lava Jato, a dificuldade dos municípios de renegociar dívidas com o governo federal, de obter repasse e de aumentar arrecadação. Sair do partido dá a esses prefeitos o discurso da oposição ao menos", afirma Melo.

O secretário nacional de organização do PT, Florisvaldo Souza, no entanto, diz que a perda de prefeitos não é um assunto que preocupa a agremiação neste momento.

"Temos um golpe em curso. Não estamos preocupados com quem saiu, mas sim com quem ficou e vai defender a democracia e nosso legado", afirmou Souza, destacando que o partido teve crescimento de militantes filiados.

Para o dirigente, apesar de ter perdido alguns quadros históricos, a maioria dos prefeitos que deixou o PT não possuía raízes no partido. "São pessoas que vieram na onda e na onda saíram. Estão mais interessadas em objetivos eleitorais do que programáticos", diz ele.
Herculano
23/04/2016 15:41
ISSO, SIM, É GOLPE, editorial do jornal O Estado de S.Paulo

O caos político como o País enfrenta é ambiente propício para o vicejar de ideias que, embora à primeira vista pareçam democráticas, atentam contra a mesma democracia que parecem querer preservar. Em alguns casos, não é exagero qualificá-las de tentativas de golpe, ao dar como aceitável que se impeça a posse do vice-presidente Michel Temer no caso do impeachment da presidente Dilma Rousseff.

É assim que se pode interpretar a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) de número 20/2016, apresentada recentemente por um punhado de senadores de diversos partidos para justificar a convocação de eleições presidenciais antecipadas para outubro deste ano. Diz a PEC que "os atuais ocupantes dos cargos de presidente e vice-presidente da República encerrarão os seus mandatos em 1.º de janeiro de 2017, e os eleitos exercerão mandato de dois anos, até 1.º de janeiro de 2019", sendo então substituídos pelo presidente e o vice eleitos em outubro de 2018.

A justificativa da PEC, como é previsível, é defender a cláusula constitucional segundo a qual "todo o poder emana do povo". Com isso, é claro que os parlamentares esperam despertar a simpatia do eleitorado e constranger o mundo político, pois ninguém, obviamente, haverá de discordar desse princípio basilar da democracia. Então o texto segue: "E é nos momentos de crise, quando o sistema político não consegue oferecer respostas aos desafios que se apresentam, que devemos, na maior medida possível, chamar ao centro do processo decisório o povo, legítimo detentor do poder".

Ora, o poder emanado do povo se manifesta na forma da Constituição, elaborada por representantes eleitos democraticamente e aceita por todos, e na forma da representação política, consubstanciada pelo voto direto. A Constituição prevê a posse do vice-presidente Michel Temer ?" eleito pelos mesmos 54 milhões de votos dados à presidente Dilma Rousseff em 2014 ?" em caso de impeachment da petista. Qualquer outra solução que não seja essa representará uma ruptura da ordem constitucional.

Ademais, mandatos não podem ser encurtados, conforme se depreende do artigo 60 da Constituição, que trata das cláusulas pétreas, entre as quais a periodicidade das eleições. E faz todo sentido; afinal, que segurança jurídica teria um país com tamanha instabilidade institucional e com esse nível de desrespeito ao voto?

A explicação dos senadores mal esconde o caráter autoritário da proposta. "Na presente quadra histórica, somente quem passe pelo julgamento popular nas urnas contará com a legitimidade necessária para unificar uma nação dolorosamente dividida e corrigir os rumos da economia."

Eis aí a grande impostura. Temer, assim como os senadores que querem impedir sua posse, passou devidamente pelo "julgamento popular nas urnas", mas, na opinião de Suas Excelências, os votos que o vice-presidente recebeu não valem nada, pois não lhe conferem a "legitimidade necessária". Quem são esses parlamentares para decidir quem tem e quem não tem legitimidade? Apenas pesquisas de opinião bastam? Se for assim, já que estamos no terreno das inovações criativas, por que então não se dissolve também o Congresso? Afinal, seus integrantes são muito malvistos pelos brasileiros, conforme muitas pesquisas.

Mas os defensores da convocação de eleições parecem não se importar nem com a Constituição nem com o ridículo. Para eles, como disseram os senadores na PEC, já está claro que "a população não aceitará, da parte de nenhum outro ator político, a convocação para superar os problemas, mormente quando isso significar impor-lhe sacrifícios adicionais aos já experimentados".

Resolveram então os nobres parlamentares que "o povo" já decidiu que Temer não pode tomar posse. Não é à toa que teses semelhantes a essa já encontram simpatia entre os petistas. Com o jogo praticamente perdido, a tigrada não hesitará em abraçar causas que lhe deem alguma vantagem na disputa pela opinião pública, mesmo que sejam inexequíveis, como é o caso da antecipação das eleições. Embusteiro por natureza, o lulopetismo já batizou a iniciativa de "Diretas Já", para comparar o atual momento à luta pelo fim do regime militar. É o típico golpe publicitário que prepara terreno para o golpe de fato. E gente que se diz de bem já encampa essa tese liberticida.
Herculano
23/04/2016 15:38
GOLPE VISTO DE NY, por Merval Pereira, para o jornal O Globo

Depois de ter falado com propriedade e sobriedade na cerimônia da ONU que celebrava a assinatura do acordo do clima de Paris, a presidente Dilma foi passear por Nova York e ver uma exposição de Degas no MoMA. Alguma coisa aconteceu nesse percurso, pois, ao retornar à embaixada brasileira, Dilma retomou o discurso que havia desmentido pela manhã, e se disse, em entrevista coletiva, vítima de um golpe no Brasil.

Os não brasileiros devem ter se espantado com uma presidente que, prestes a ser derrubada por um golpe em seu país, tem uma agenda tão agradável em Nova York, além de todas as mordomias inerentes ao cargo presidencial à sua disposição. E se é assim, a presidente golpeada vai retornar ao Brasil ou pedirá asilo político?

O país é o mesmo, esse que é golpista à tarde, e pela manhã é uma "pujante democracia"? Dilma dissera do púlpito da ONU que o Brasil vive um "grave momento", mas que, "a despeito disso (...) é um grande país, com uma sociedade que soube vencer o autoritarismo e construir uma pujante democracia. Nosso povo é um povo trabalhador e com grande apreço pela liberdade. Saberá, não tenho dúvidas, impedir quaisquer retrocessos. Sou grata a todos os lideres que expressaram a mim sua solidariedade."

Parecia uma análise sensata do "grave momento", embora a mensagem cifrada não deixasse os interlocutores estrangeiros muito informados do que estaria se passando nesse "grande país". É claro que Dilma, quando disse que o "povo trabalhador com grande apreço pela liberdade" impediria "quaisquer retrocessos", falava dela mesma, e não do retrocesso que ela representa, na opinião da oposição, que hoje é amplamente majoritária no Congresso e na sociedade.

Enquanto mandava sua mensagem cifrada na ONU, e a explicitava novamente na entrevista, dois vice-líderes do governo no Senado anunciavam a disposição de aderir ao "golpe" e votar a favor da admissibilidade do processo de impeachment no Senado. Já existe, de largada, praticamente o quorum exigido para condená-la em definitivo. Hoje 51 senadores já se posicionaram a favor do impeachment nessa primeira fase, quando seriam necessários 41. E, para a condenação definitiva, há a necessidade de um quorum qualificado de 54 senadores.

Mas a presidente, flanando por Nova York com uma comitiva de 52 pessoas, insiste em afirmar que está sendo vítima de um golpe. Alertada de que incorreria em grave erro diplomático e político se usasse os poucos minutos na tribuna da ONU para falar do suposto golpe, a presidente Dilma portou-se como Chefe de Estado durante mais de sete minutos, falando sobre a intenção de seu governo de levar adiante uma política de redução da emissão de carbono.

No último minuto, não resistiu e abordou lateralmente o "golpe" de que se considera vítima, mas não ousou dizer esse nome, como se a liturgia do momento a impedisse de faltar com a verdade. Depois, em entrevista, voltou ao tom de luta política, anunciando que resistiria até o fim contra o "golpe".

É uma atitude paradoxal que ela mesma buscou, já que havia anunciado que não iria a Nova York para não deixar o "traidor" do Temer assumir o lugar, mesmo temporariamente. Dentro dessa estratégia de denunciar o "golpe", faria mais sentido.

Depois, num arroubo revolucionário, decidiu que denunciaria da ONU esse "golpe", e lá se foi com uma enorme comitiva para Nova York, no avião presidencial, deixando por aqui o vice, que anunciou aos jornalistas estrangeiros estar perturbado com a acusação de traidor, mas pronto para assumir o cargo que a Constituição lhe reserva. E ficamos nós, graças à incapacidade de Dilma de agir de maneira coerente e de organizar suas ideias com clareza, expostos ao mundo como uma sociedade pungente e democrática, mas que está prestes a cometer um crime de lesa pátria destituindo-a da Presidência.

A única explicação, para raposas políticas que avaliam o cenário político, é que Dilma estaria preparando o terreno para um possível asilo político, se não para ela própria, talvez para Lula, que já teria sido oferecido pelo ex-presidente uruguaio Pepe Mujica.
Herculano
23/04/2016 09:08
EXISTE UMA IDEOLOGIA PETISTA? por Bolívar Lamounier, cientista político, no jornal O Estado de S. Paulo.

Parte 1

Um conjunto reconhecível de ideias o Partido dos Trabalhadores (PT) certamente tem; quanto a isso, não há dúvida. Mas é um conjunto que mereça ou deva ser chamado de ideologia?

Em diversas ocasiões, há cerca de 20 ou 25 anos, muita gente que não votaria no PT afirmava enfaticamente, em tom de crítica aos demais partidos: "O PT pelo menos tem uma ideologia". Tal elogio (sim, era um elogio) era comum até no meio empresarial. Algumas vezes, cheguei a retrucar que era melhor não ter ideologia nenhuma a ter uma sem pés nem cabeça.

Agora que o PT atingiu a invejável marca dos 36 anos ?" a madureza, se coubesse aqui uma metáfora biológica ?", parece-me oportuno indagar em que, exatamente, consiste o referido conjunto de ideias. Qual é o seu conteúdo? Como evoluiu em suas três décadas e meia de existência?

Nunca é demais lembrar que nos primórdios o PT se apresentava como um partido socialista, mas se apressava a explicar que seu socialismo era sui generis. Era um socialismo em aberto, "em construção".

Devo confessar que essa definição me deixava embatucado. Na versão soviética, o conceito de socialismo sempre me pareceu de uma clareza meridiana.

1) A divisão da sociedade em classes sociais explica-se pela apropriação privada dos meios de produção: indústrias, fazendas, bancos etc;

2) atribuindo-se a missão de representar o proletariado, o Partido Comunista (PC) toma o poder e estatiza os meios de produção, extinguindo, por conseguinte, o fundamento da divisão em classes;

3) para consolidar a tão almejada sociedade sem classes o PC mantém férreo controle sobre o poder de Estado, exercendo-o como uma "ditadura do proletariado".

O problema, retomando o fio do argumento, era que o PT queria rejeitava tal modelo, mas não sabia o que colocar no lugar dele. Sem a clareza do conceito soviético, substituído pelo "socialismo em construção", os petistas pareciam estar pedindo um cheque em branco. Mas, por incrível que pareça, essa absoluta vacuidade não funcionou contra, e, sim, a favor da implantação do partido. Ajudou-o a angariar apoios, principalmente entre os jovens universitários, geralmente movidos pelo desejo romântico de acreditar que sua política não é deste mundo. Que agem por ideais ?" por motivos "elevados" ?", sem sujar as mãos no crasso mundo dos meros "interesses".
Herculano
23/04/2016 09:07
EXISTE UMA IDEOLOGIA PETISTA? por Bolívar Lamounier, cientista político, no jornal O Estado de S. Paulo.

Parte 2

Com o tempo e o acúmulo de experiências práticas, muitas outras interpretações e imagens surgiram, trazendo mais calor que luz à discussão que ora nos ocupa. Numa pesquisa empírica sobre os eleitores do partido, André Singer julgou discernir entre eles um forte veio "conservador". Com este conceito em si discutível, ele apenas acrescentou outra incógnita à equação: o que temos, então, é um partido que se diz radical, inclinado ao socialismo, que se apresenta como representante putativo de uma base social conservadora.

Marilena Chaui, num episódio célebre, declarou odiar a classe média por sua "ignorância" e sua tendência ao "fascismo". Quando externou tal ponto de vista, "seu" governo ?" quero dizer, o governo Dilma Rousseff ?" proclamava aos quatro ventos um dos maiores sucessos de sua política econômica, graças à qual mais de 50% da população brasileira ascendera à classe média. Devo concluir que a celebrada professora titular da Universidade de São Paulo ?" ipso facto integrante da mais alta elite brasileira ?" empresta seu prestígio a um governo que tem entre suas principais metas criar uma camada social ignorante e intrinsecamente fascista?

E que dizer de Luiz Inácio Lula da Silva, o símbolo e chefe inquestionável do PT? Não há como falar de Lula sem antes falar do mito Lula: o imigrante iluminado que veio para São Paulo, venceu no sindicalismo e se transformou no líder carismático fadado a conduzir as massas à tão esperada redenção. O mito, como bem sabemos, foi em grande parte criado por uma parcela da elite cultural, quero dizer, por professores universitários, artistas, escritores, clérigos e jornalistas, coadjuvados, é claro, pelo outrora rebelde sindicalismo do ABC. Esse segmento da elite cultural "construiu" (para usar o verbo da moda) e ainda hoje cultiva o mito Lula como um líder "de esquerda". Ora, mesmo quem não se define como esquerda, mas algo leu de História e aprecia o bom debate de ideias, haverá de se sentir desconfortável ao ver o conceito de esquerda, cuja densidade histórica ninguém de bom senso haverá de negar, associado ao populismo ?" essa aberração endêmica que Lula personifica num grau poucas vezes igualado na América Latina.

O que de fato importa é a fala dualista do PT: a divisão maniqueísta do mundo, o povo contra a "zelite", o "nós contra eles", etc. Isso é um pensamento de esquerda que intelectuais lidos e viajados possam honestamente endossar? A íntima associação que o governo Lula e, depois, Lula como pessoa física estabeleceram com o chamado "grande capital financeiro" e com as maiores empreiteiras do País são mais do que suficientes para demonstrar que o "nóis contra a zelite" nunca passou de uma fulgurante mistificação.

Trata-se, na verdade, de um maniqueísmo desprovido de conteúdo, uma persistente propensão a acirrar e dividir a sociedade em termos de "nós contra eles". Na história das ideias, quem melhor expressou essa percepção do universo político foi o jurista alemão Carl Schmitt, um precursor do nazi-fascismo, para quem a essência de toda política é a contraposição amigo x inimigo. Fariam um bom uso de seu tempo os adeptos do mito Lula e do lulopetismo se relessem seu ensaio O Conceito do Político
Herculano
23/04/2016 07:45
DILMA MUDA TOM NOS EUA PARA NÃO PERDER A GUERRA, por Dora Kramer, para o jornal O Estado de S. Paulo

Do ponto de vista da guerrilha, o PT acertou ao escolher o cenário internacional para aplicar o truque o "golpe". Provocou transtorno e preocupação no campo adversário que, pego de surpresa, precisou de última hora empreender esforços para tentar desmontar uma versão que parece fazer sentido àquela imprensa estrangeira que enxerga o Brasil sob a ótica do exotismo institucional.

À luz da normalidade democrática, no entanto, a presidente Dilma Rousseff teria patrocinado um voo de bumerangue se não tivesse, na ONU, mudado o tom dos discursos dos últimos dias. As palavras mais amenas da presidente nos Estados Unidos frustraram petistas, mas a salvaram de um vexame maior. Queira o bom senso que não seja apenas um texto para estrangeiro ver.

Caso pretendam retomar a narrativa anterior, Dilma e o PT perderão. Talvez os conselheiros da presidente tenham percebido o equívoco quando levaram ministros do Supremo Tribunal Federal a se pronunciar colocando as coisas em seus devidos lugares. "Gravíssimo equívoco", disse o decano da Corte, Celso de Mello, delimitando em duas palavras a fronteira entre a realidade e o realismo de ocasião. Na mesma linha, posicionaram-se os ministros Gilmar Mendes e Antônio Dias Toffoli.

Não fossem afobados, não estivessem tão atordoados a ponto de falar qualquer coisa na falta de ter algo consistente a dizer, os petistas poderiam ter ido dormir na quarta-feira sem essa enquadrada. Foram eles que provocaram a reação vinda do STF, fornecendo ao grupo de Michel Temer a plataforma de defesa ideal que, naquela altura, ainda não haviam encontrado.

Aliados do vice mobilizaram parlamentares e embaixadores para rebater no exterior a falácia, mas não tinham segurança de que conseguiriam êxito até que, involuntariamente e por provocação do adversário, ganharam a defesa perfeita. Isso, sem que fosse necessário recorrer a instrumentos jurídicos.

Enquanto a presidente e seus companheiros disseminavam estultices por aqui mesmo, o STF avaliava que os fatos cuidariam de desmenti-las. Mas, quando a presidente da República mostrou-se disposta a aproveitar compromisso de Estado em Nova York para transformar perante a ONU seu processo de impeachment em denúncia de quebra da legalidade, Celso de Mello houve por bem se pronunciar em prol da Constituição.

Passou em Dilma uma carraspana em regra: "Ainda que de uma perspectiva eminentemente pessoal (a presidente) veja a existência de um golpe, na verdade, há um grande e gravíssimo equívoco, porque o Congresso, por intermédio da Câmara e do STF, deixou muito claro que o procedimento destinado a apurar a responsabilidade política respeitou, até o momento, todas as fórmulas estabelecidas na Constituição". Bingo.

Dias Toffoli foi mais fundo e específico à questão ao apontar a contradição entre a alegação da presidente da República e a atuação do governo, cuja defesa tem sido atendida em seus pedidos para se manifestar e recorrido sistematicamente ao Supremo. Bingo 2.0. Ora, se vai a um órgão que originalmente reafirmou a legalidade do processo com base na Carta em vigor, o governo desmente o mérito da própria acusação.
Herculano
23/04/2016 07:10
O HUMOR DE JOSÉ SIMÃO

Pacto do Clima na ONU! Era do Degelo! Diz que a temperatura subiu dois graus no mundo. No mundo, porque no Brasil subiu uns 20 graus. Fechou o tempo! Rarará!

E a Granda Chefa Toura Impichada em NY! "THE GOLPE IS ON THE TABLE!".

E o chargista Iotti revela como deveria ter sido o discurso da Dilma na ONU: "E por falar em aquecimento global, quero fazer uma denúncia: a minha chapa tá esquentando e a batata do Lula tá assando". Rarará!

Pacto do Clima! A chapa da Dilma tá esquentando!
Herculano
23/04/2016 07:03
LULA: O MITO ESTRAÇALHADO, por Francisco Weffort, para a Veja, um dos fundadores do PT, professor de Ciência Política na USP, e ex-ministro de Cultura do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, PSDB.

Parte 1

A trajetória de Lula o levou da posição de "sindicalista combativo", por meio da qual se projetou no país, a lobista das grandes empreiteiras. Um fim melancólico para quem, no passado, representou uma esperança de grande parte do povo brasileiro

Luiz Inácio Lula da Silva vai chegando ao fim do caminho. Mesmo ele é capaz de perceber que está acabando o terreno à sua frente. Antes do petista, tivemos casos semelhantes desses meteoros da política que vêm não se sabe de onde, passam por grandes êxitos, alcançam rapidamente o topo e depois caem miseravelmente. Já nos esquecemos de Jânio Quadros?

Lula é diferente de Jânio em um ponto: veio de mais baixo na escala social e conseguiu uma influência mais organizada e duradoura na política do país. Dilma Rousseff, embora pareça um meteoro, não é propriamente um caso político. O fato de ela ter chegado à Presidência da República foi apenas um enorme erro de Lula cometido em um dos seus acessos de personalismo. Erro, aliás, que o empurra com mais rapidez para o fim. "O cara", de que falou Barack Obama quando Lula tinha 85% de aprovação, não é mais aquele...

Há algum tempo, muitos gostavam de ver em Lula um "filho do Brasil". Era o seu primeiro mandato, quando se pensava que surgia no país uma "nova classe média". Com a crise dos dias atuais, essa "nova classe" provavelmente desapareceu. Outra das veleidades grandiosas do petista, já no fim do seu governo, foi um suposto plano para terminar com a fome no mundo. Também naqueles tempos, alguns imaginavam que o Brasil avançava para uma posição internacional de grande prestígio.

Muitos desses sonhos deram em nada, mas, para o bem e para o mal, Lula foi um filho do Brasil. Aliás, também o foram os milhares, milhões de jovens fruto do "milagre econômico" dos anos Médici, assim como, antes deles, os filhos da democracia e do crescimento dos anos JK, ou, se quiserem, algumas décadas mais atrás, da expansão aluvional das cidades que assinala o nosso desenvolvimento social desde os anos 1930. No Brasil, temos a obsessão permanente do progresso, assim como uma certa vacilação, também permanente em nosso imaginário, entre a ditadura e a democracia. Lula foi uma variante desse estilo brasileiro de vida. Queria resolver as coisas, sempre que possível, com "jeitinho", ao mesmo tempo que sonhava com as benesses do "Primeiro Mundo" e da modernidade.

Na política brasileira, porque vinha de baixo, o petista tinha traços peculiares que se revelam em sua busca de reconhecimento como indivíduo. Nesse aspecto está o seu compromisso com a democracia, aliás muito aplaudido no início de sua vida como político. O sindicato foi seu primeiro degrau e, mais adiante, uma das raízes de seus problemas. É que, a partir desse ponto, Lula passou a buscar seu lugar como cidadão numa instituição aninhada nos amplos regaços do Estado. Ele começou em uma estrutura às vezes repressiva e muitas vezes permissiva, que dependia, sobretudo, como continua dependendo, dos recursos criados pelo Estado por meio do "imposto sindical". A permissividade maior vinha do fato de que tais recursos não passavam, e ainda não passam, pelo controle dos tribunais de contas.
Herculano
23/04/2016 07:01
LULA: O MITO ESTRAÇALHADO, por Francisco Weffort, para a Veja, um dos fundadores do PT, professor de Ciência Política na USP, e ex-ministro de Cultura do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, PSDB.

Parte 2

O maior talento pessoal de Lula foi sair do anonimato, diferenciando-se dos parceiros de sua geração. No sindicalismo, falou sempre contra o "imposto". E talvez por isso mesmo tenha logrado tanto prestígio como sindicalista combativo e independente que não precisou fazer nada de concreto a respeito. Na época das lutas pelas eleições diretas e pelo fim do autoritarismo reinante sob o Ato Institucional nº 5, dizia que "o AI-5 dos trabalhadores é a Consolidação das Leis do Trabalho - CLT". Mas em seu governo não só manteve o imposto e as leis sindicais corporativistas como foi além, generalizando para a CUT e demais centrais sindicais os benefícios do imposto.

O que tem sido chamado, em certos meios, de "carisma" de Lula foi sua habilidade de sentir o seu público. Chamar essa "empatia", uma qualidade que qualquer político tem, em grau maior ou menor - e que, aliás, sempre faltou a Dilma -, de "carisma" é uma impropriedade terminológica.

Em sociologia, o fenômeno do "carisma" pertence ao universo das grandes religiões, raríssimo no mundo político, e, quando ocorre, é sempre muito desastroso. Os fascistas de Mussolini diziam que "il Duce non può errare" ("o Duce não pode errar"), para exaltar uma suposta sabedoria intrínseca ao ditador. Não era muito diferente das fórmulas típicas do "culto da personalidade" de raiz stalinista. Embora tais fórmulas estejam superadas na esquerda há tempos, os mais ingênuos entre os militantes do PT ainda se deixam levar por coisas parecidas. Consta que, no mundo de desilusões e confusões do "mensalão", um intelectual petista teria dito: "Quando Lula fala, tudo se esclarece". Não ajudou muito...

Luiz Inácio Lula da Silva foi uma das expressões da complexa integração das massas populares à democracia moderna no Brasil. É da natureza da democracia moderna que incorpore, integre a classe trabalhadora. No Brasil, como em muitos países, isso sempre se fez por meio de caminhos acidentados, entre os quais o corporativismo criado em 1943, no fim da ditadura getuliana, e mantido pela democracia de 1946, como por todos os interregnos democráticos que tivemos desde então. O corporativismo se estende também às camadas empresariais, assim como a diversos órgãos de atividade administrativa do Estado brasileiro.

Favoreceu a promiscuidade entre interesses privados e interesses públicos e certa medida de corrupção que, de origem muito antiga, mudou de escala nos tempos mais recentes com o crescimento industrial e a internacionalização da economia brasileira. Nessa mudança dos tempos, Lula passou de "sindicalista combativo" a lobista das grandes empreiteiras. Um fim melancólico para quem foi no passado uma esperança de grande parte do povo brasileiro.
Herculano
23/04/2016 06:49
AÉCIO NEVES TENTARÁ ALINHAR CÂMARA SOBRE NÃO PARTICIPAÇÃO EM GOVERNO DO PMDB, por Natalia Viri, para Veja.

Aécio Neves vai fazer uma rodada de encontros com deputados do PSDB na próxima semana.

A ideia é sentir o pulso da Câmara em relação à forte inclinação do partido de não assumir cargos num eventual governo Temer e alinhar os interesses de eventuais descontentes para a decisão que deve ser ratificada em reunião da executiva, marcada para o dia 3.

A maior preocupação são os chamados "cabeças pretas", deputados mais jovens, que iniciaram o apoio ao movimento pró-impeachment e estariam mais ávidos em participar ativamente do novo comando.

Segundo um deputado tucano, no entanto, mesmo entre eles, não há grande resistência ao plano. "O clima é de extrema cautela em relação ao novo governo", pondera
Herculano
23/04/2016 06:45
PREFERIDO DE TEMER PARA A JUSTIÇA ASSINOU MANIFESTO CONTRA A OPERAÇÃO LAVA JATO, por Josias de Souza

Amigo de Michel Temer, o criminalista Antonio Claudio Mariz de Oliveira é, hoje, o nome mais cotado para comandar o Ministério da Justiça num eventual governo do PMDB. Trata-se de uma das principais grifes da advocacia nacional. Há quatro meses, em janeiro, Mariz empurrou o seu prestígio para dentro de um manifesto com críticas radioativas à Lava Jato.

Subscrito por mais de uma centena de advogados, o texto se refere à operação que investiga o maior caso de corrupção já descoberto no país como "uma espécie de inquisição." Acusa a força-tarefa que cuida do caso de praticar "violações de regras mínimas para um justo processo''.

Mais: o manifesto endossado pelo preferido de Temer alega que, na Lava Jato, desrespeitam-se princípios elementares do Direito ?"a presunção de inocência, o direito de defesa e a garantia da imparcialidade, por exemplo.

Muito mais: reclama-se no manifesto do excesso de prisões provisórias, da atuação da imprensa, do vazamento seletivo de informações sigilosas, da execração pública dos réus e da violação de prerrogativas dos advogados.

Sem mencionar-lhe o nome, o documento denuncia a suposta parcialidade do juiz Sérgio Moro. Classifica de "desnecessárias" as prisões de corruptos e corruptores. "O Estado de Direito está sob ameaça", anota o texto subscrito por Mariz.

"No plano do desrespeito a direitos e garantias fundamentais dos acusados, a Lava Jato já ocupa um lugar de destaque na história do país", anotou o documento. "Nunca houve um caso penal em que as violações às regras mínimas para um justo processo estejam ocorrendo em relação a um número tão grande de réus e de forma tão sistemática."

Antonio Mariz reiterou em entrevistas as críticas despejadas sobre o manifesto. Pressionando aqui, você assiste a uma dessas entrevistas, concedida à repórter Maria Lydia. O doutor já atuou na Lava Jato. Defendeu um dos executivos da Camargo Corrêa: Eduardo Leite. Por tudo o que subscreveu, disse e fez, Mariz será uma nomeação dura de roer se for confirmada por Temer.

Mariz esteve com Temer há quatro dias. Estava acompanhado do secretário de Segurança de São Paulo, Alexandre de Moraes. Também amigo de Temer, Moraes está cotado para o posto de Advogado-Geral da União. Já atuou como advogado de Eduardo Cunha, o notório deputado que acumula as condições de réu e de presidente da Câmara.
Herculano
23/04/2016 06:27
REGISTRO. MORRE SALIM MIGUEL

O escritor Salim Miguel, 92 anos, nascido no Líbano, mas morador desde criança de Biguaçú, morreu por volta das 19 horas desta sexta-feira, em Brasília, onde morava com a poeta catarinense Eglaê Malheiros, para estar perto dos filhos.

Salim Miguel estava internado em estado grave na UTI do Hospital Santa Luzia desde 7 de abril para tratar uma broncopneumonia. Autor de mais de 30 livros, foi um dos ícones da cultura catarinense e figura importante da literatura brasileira.
Herculano
23/04/2016 06:19
O TEMPO DE TEMER, por Igor Gielow para o jornal Folha de S. Paulo.

O tempo corre contra Michel Temer, político analógico em uma era digital. O virtual presidente do Brasil é dado a conversas para formação de consensos, mas a pressão das duas semanas que tem para montar seu gabinete até o hoje certo afastamento de Dilma sugere um risco aumentado de erros.

E errar é tudo o que o peemedebista não poderá se quiser atravessar o estreito de Messina da política brasileira até 2018 sem ver seu barco tragado pelos monstros que margeiam o caminho. Emplacar uma agenda crível para seus primeiros meses na cadeira, especialmente se Dilma cumprir a promessa de resistir até o fim de seu julgamento no Senado, é a condição básica para a empreitada.

O nó para Temer é afiançar a ideia de que em sua embarcação cabe uma tripulação que terá o que ganhar. Em favor do vice estão a terra arrasada vigente e a baixa expectativa sobre seu provável mandato-tampão: é fácil faturar em cima de base zero.

É sobre isso que tucanos e figuras como Henrique Meirelles, que neste sábado apresenta suas credenciais, debatem agora. É um dilema e tanto, já que um fracasso de Temer implica o naufrágio coletivo e uma vitória, contudo, não é garantia do proveito da melhor parte do butim.
Herculano
23/04/2016 06:16
DILMA PERDEU CONDIÇÕES DE GOVERNAR, DIZ EUNÍCIO, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros.

O líder do PMDB e o mais provável futuro presidente do Senado, Eunício Oliveira (CE), avalia que a presidente Dilma perdeu totalmente as condições políticas de governar o Brasil, e isso será fundamental na sua destituição. Eunício afirmou a esta coluna que apoia o afastamento de Dilma e que recomendará sua bancada a votar pelo impeachment. O senador não tem dúvidas de que a presidente será mesmo demitida.

COM ELA NÃO HÁ FUTURO
Eunício vê razões suficientes para impeachment, mas para ele decisivo é o fato de o futuro do País não passar pela permanência de Dilma.

MAIORIA FOLGADA
O líder do PMDB acha estável a maioria favorável ao impeachment dos membros da comissão do Senado. E prevê a votação até o dia 12.

LIDERANÇA INCONTESTE
Além de liderar o PMDB, Eunício Oliveira tem crescente influência entre os colegas e é apontado o favorito na sucessão de Renan Calheiros.

PERDA DE PODER
O apoio de Renan Calheiros a Dilma, no Senado, perde importância a cada dia, nestes últimos meses como presidente da Casa.

PT MANOBRA PARA ESTOURAR O PRAZO DE DILMA
O governo espera do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), manobras protelatórias para que o Senado não consiga julgar a presidente Dilma Rousseff no prazo máximo de 180 dias, a contar da sessão em que os senadores decidirão sobre a admissibilidade do processo. Se não for julgada nesse prazo, Dilma voltaria ao cargo. E poderia reabrir seu balcão para negociar a conclusão do seu mandato.

VOO CURTO
Renan Calheiros vai parar de apitar o jogo e sairá de campo tão logo o Senado aprove a admissibilidade do processo.

NOVO COMANDO
Com o processo instaurado, Dilma será afastada e o presidente do Supremo assume o comando no Senado, até o julgamento.

MAIORIA SIMPLES
O Senado aprovará a admissibilidade por maioria simples. Se houver o quórum mínimo de 41 senadores, 21 votos já condenarão a presidente.

REPÚBLICA DE CURITIBA
Será mais significativo do que se imagina o 11 de maio, data prevista para votação da admissibilidade do impeachment: a presidente pode ser afastada no dia da Bandeira de Curitiba, terra da Lava Jato.

COM FOLGA
Na visão de alguns ministros de Dilma, com o vice Michel Temer na função de presidente, o impeachment passará com folga no Senado. Até porque "o governo vai voltar a funcionar", diz um ex-ministro.

AL?", TEMER
Tentando se manter na liderança do PMDB e se credenciar junto a Michel Temer, Leonardo Picciani (RJ) diz que cumpriu a promessa de que não passariam de sete os peemedebistas contra o impeachment.

CHANCELER POR ACLAMAÇÃO
Se Michel Temer fizesse uma consulta aos diplomatas brasileiros para escolher o futuro ministro das Relações Exteriores, o embaixador do Brasil em Lisboa, Mário Vilalva, teria chance de ganhar por aclamação.

LEGADO DE DILMA
Circulam na internet mensagens de pesar pela falência da empresa de ônibus Itapemirim, que foi a segunda maior do mundo. As mensagens atribuem o fato à própria falência do País, obra do governo Dilma.

FILHA OBEDIENTE
Anthony Garotinho acertou com o mensaleiro Valdemar Costa Neto empréstimos da Caixa a Campos (RJ), seu reduto, e prometeu que a filha deputada não votaria no impeachment. Clarissa Garotinho (PR) chorou muito, segundo seus seguidores, mas fez a vontade do pai.

BALCÃO DE NEG?"CIOS
A estratégia do Planalto para barrar o impeachment no Senado será diferente. O governo vai partir para o "varejão", negociando diretamente com os senadores e, ao contrário da Câmara, ignorando os caciques.

HÁ PRECEDENTE
"Até o papa (Bento XVI) renunciou, por que Dilma não faria isso?", diz o deputado Carlos Marun (PMDB-MS), insistindo na ideia. Ele diz que petistas não topam isso porque querem mais 30 dias de boquinhas.

ERA COM ELE MESMO
Todo mundo estranhou, nas redes sociais, que a ciclovia do Rio se chama Tim Maia e não aguenta uma ressaca.
Herculano
23/04/2016 06:09
FAZ-SE O DIABO

A esquerda "intelectual" brasileira que se encarna no PT e o usa para seus interesses manipuladores para ser poder permanente pela via democrática, faz o diabo para enganar os analfabetos, ignorantes e desinformados que é a maioria de votos.

O que está escrito abaixo no artigo de André Singer?

"As frequentes menções a Deus, pátria e família durante a decisiva sessão dominical expressam certa visão de mundo, própria e da base que cerca o declarante", sobre a votação expressa na Câmara a favor do impeachment do ícone de poder da esquerda, a presidente Dilma Vana Rousseff.

Acreditar em Deus, na Pátria e na Família para essa gente é uma merda, um perigo, uma alienação imperdoável ao progressismo, à esquerda. Não há chances de convivência, dialética e respeito mútuo.

Mas, para se ter votos, a esquerda se alia na cúpula com a Conferência Nacional dos Bispos que está quietinha e não permite que seja levado ao debate nas suas paróquias quanto ao desemprego extraordinário do povo pobre e votante, da inflação que corrói o mínimo dos que ainda vivem de salário, dos que vão à escola mas não se alfabetizam, mas são doutrinados e assim servem aos manipuladores, dos que sofrem e morrem nas filas do Sistema Público, universal e utópico de Saúde... Isto sem falar de que em campanha, se a esquerda escondem o seu fundamentalismo próprio do constrangimento alheio, e finge ser cordeiro e vive em cultos evangélicos, terreiros... para atrair votos passageiros que de verdade não os possui,

Sobre esses mesmo eleitores terem um sentimento de pátria (hino nacional, bandeira, datas de heróis passados...) e família (moral e ética), são realmente coisas fora de moda para quem quer dividir as pessoas e humilhá-las por suas crenças e convicções, enfraquecendo-as em detrimento dos interesses de poder hegemônico ( e não democrático, com a possibilidade de alternância, debate...) de uma minoria.
Herculano
23/04/2016 05:48
A ARCA DOS VENCEDORES, por André Singer, ex-assessor do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no jornal Folha de S. Paulo

A votação de domingo passado uniu extenso e variado bloco com o propósito de expulsar o lulismo do poder e, talvez até, do próprio jogo político, se possível por bom tempo. Para chegar aos 367 deputados que derrotaram o projeto de reformas graduais lulistas, foi necessário juntar da extrema-direita ao centro, passando por toda a gama ideológica intermediária. Resta saber se a fauna amalgamada contra Dilma Rousseff continuará sob o mesmo teto em caso de o Senado repetir a decisão da Câmara.

Aos que acham a pergunta irrelevante em face do caráter despolitizado de muitos sufrágios, convém não se deixar levar pelas aparências. É verdade que a maioria dos parlamentares responde a interesses fisiológicos, mas isso não significa ausência de posição. As frequentes menções a Deus, pátria e família durante a decisiva sessão dominical expressam certa visão de mundo, própria e da base que cerca o declarante.

A fala propositadamente radical do deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ), ao enaltecer famoso torturador, dialoga com o conservadorismo difuso em setores da sociedade. Com 8% das intenções de voto para presidente da República na última pesquisa Datafolha (8/4), o ex-militar carioca encontra-se em quarto lugar na preferência do eleitorado e nada menos que 20% dos entrevistados com renda acima de 10 salários mínimos familiares mensais declararam adesão a ele.

Aliás, para que se tenha ideia, na mesma faixa, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) obteve singelos 13% e a ex-senadora Marina Silva, 12%. Em outras palavras, cresceu a inclinação de setores médios pelo fascismo.

No sentido contrário, opções tradicionais de direita e centro-direita parecem murchar. Considerado o eleitorado em geral, o senador Ronaldo Caiado (DEM-GO) aparece na mesma pesquisa com irrelevantes 1%. Os tucanos, por sua vez, declinaram nesta última e decisiva fase da trama a favor do impedimento. O neto de Tancredo, hoje com 17%, perdeu 10 pontos percentuais entre o levantamento de dezembro e o atual.

Pesa contra os pessedebistas o mesmo fantasma que assombra os líderes do golpe constitucional, Eduardo Cunha e Michel Temer. Sobre uns e outros pairam inúmeras denúncias surgidas no bojo da Operação Lava Jato. Temer, o futuro presidente em caso de vitória golpista, conta com apenas 2% das intenções de voto, tecnicamente empatado com Caiado no fim da fila.

A espécie eleitoralmente forte dentre as que subiram à arca do impedimento é a da líder da Rede, Marina, neste momento sem mandato, et pour cause. Partindo de 19% das intenções de voto, constitui opção de centro sem envolvimento com maracutaias. Aceitará navegar em companhia de Bolsonaro, Caiado, Neves, Cunha e Temer?
Mariazinha Beata
22/04/2016 20:11
Seu Herculano;

O bairro Bela Vista nos brindou com um Tiririca.
Bye, bye!
Herculano
22/04/2016 16:18
DILMA NA ONU - ELA ESTÁ CERTA! NÃO HAVERÁ RETROCESSO; HAVERÁ IMPEACHMENT, por Reinaldo Azevedo, de Veja.

O povo brasileiro não aceita que a República seja negociada por um estranho, sem mandato e sem cargo, num quarto de hotel.

Não gosto de gente covarde. Não gosto de gente "nem-nem". Se Dilma Rousseff tem a convicção de que está em curso um golpe no Brasil, então ela deveria mesmo ter anunciado isso ao mundo no discurso que fez na ONU.

Ocorre que ela sabe tratar-se de uma mentira descarada. Se essa conversa mole prospera com alguns de seus aliados ideológicos na América do Sul, mundo afora, é evidente, a cascata não cola.

A presidente fez o seu discurso sobre o clima como mero pretexto para encaixar algumas palavras sobre o momento político no Brasil, precisamente isto:

"Não posso terminar minhas palavras sem mencionar o grave momento que vive o Brasil. A despeito disso, quero dizer que o Brasil é um grande país, com uma sociedade que soube vencer o autoritarismo e construir uma pujante democracia. Nosso povo é um povo trabalhador e com grande apreço pela liberdade. Saberá, não tenho dúvidas, impedir quaisquer retrocessos.

Sou grata a todos os líderes que expressaram a mim sua solidariedade.
Muito obrigada."

Como resta evidente, não existe a palavra "golpe" em sua fala.

Dilma está certa.

O povo brasileiro saberá impedir o retrocesso e, por isso mesmo, a quer fora do governo em nome da lei e da Constituição, que ela violou.

O povo brasileiro não aceita que a República seja negociada por um estranho, sem mandato e sem cargo, num quarto de hotel.

O povo brasileiro anda com sede de institucionalidade.
Não haverá retrocesso.

Haverá é avanço.

Haverá impeachment
Herculano
22/04/2016 16:15
O SENADOR CATARINENSE DARIO BERGER, PMDB, FARÁ PARTE DA COMISSÃO ESPECIAL DO IMPEACHMENT NO SENADO
Herculano
22/04/2016 16:10
DILMA FALA EM DILMÊS E SOA PARADOXAL NA ONU, por Josias de Souza

Ao ocupar a tribuna da ONU, na manhã desta sexta-feira, Dilma Rousseff se absteve de pronunciar o vocábulo "golpe". Num alvissareiro recuo, madame preferiu dizer, em timbre vago, que o Brasil vive um "grave momento". Teve o cuidado de retratar o país como uma "pujante democracia". E disse ter confiança na capacidade do povo brasileiro de "impedir quaisquer retrocessos."

Não é nada, não é nada, a manifestação e Dilma não é nada mesmo. Ou, por outra, a presidente apenas expôs o paradoxo do dilmês, seu idioma particular. Vale a pena reproduzir o pedaço do discurso em que Dilma fugiu da pauta climática da ONU para tratar do aquecimento nacional e da emissão de gases de enxofre da política brasileira:

"Senhoras e senhores, não posso terminar minhas palavras sem mencionar o grave momento que vive o Brasil. A despeito disso, quero dizer que o Brasil é um grande país, com uma sociedade que soube vencer o autoritarismo e construir uma pujante democracia. Nosso povo é um povo trabalhador e com grande apreço pela liberdade. Saberá, não tenho dúvidas, impedir quaisquer retrocessos. Sou grata a todos os lideres que expressaram a mim sua solidariedade."

Eis o paradoxo de Dilma: um "grave momento" acontecendo num país que vive sob "pujante democracia", habitado por "um povo trabalhador", que é capaz de "impedir quaisquer retrocessos"? Esse cenário pode ser interpretado como uma apoteose da normalidade institucional de uma nação tentando se reencontrar ou apenas como mais um mistério dessa inescrutável terra de palmeiras e sabiás.

Seja como for, o povo já informou o que deseja. Tomado pelo último Datafolha, a maioria dos brasileiros quer o impeachment de Dilma (61%) e também o impedimento de Michel Temer (58%). A taxa dos que defendem a renúncia da presidente e do seu vice é idêntica: 60%. Noutra evidência de que o brasileiro sabe o que quer, 80% defendem a cassação do mandato do presidente da Câmara, Eduardo Cunha.

Quer dizer: fica sem sentido o debate sobre quem realmente está dando o golpe no Brasil: Dilma, que pedalou a paciência alheia e se fingiu de cega diante da roubalheira que carreou verbas sujas para sua campanha, ou o PMDB, que participou do assalto e faz pose de inocente enquanto empurra Michel Temer para dentro do Planalto pela porta dos fundos.

Para o povo trabalhador do Brasil, a saída é clara: Dilma e Temer deveriam renunciar. E a Câmara teria de passar o mandato de Cunha na lâmina. Como nada disso vai acontecer, o TSE precisa cassar a chapa Dilma-Temer e o STF tem de apreciar o pedido do procurador-geral Rodrigo Janot para que Cunha seja interditado judicialmente. O resto é desconversa. Ou dilmês.
Sidnei Luis Reinert
22/04/2016 16:09
Dilma recua de discurso sobre golpe e impeachment na ONU, com medo de cometer crime de responsabilidade


2a Edição do Alerta Total ?" www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net

A Presidanta Dilma Rousseff foi advertida que poderia terminar enquadrada em crime de responsabilidade, previsto no artigo 85 da Constituição Federal, caso cometesse o suicídio político de usar seus minutinhos de discurso na assinatura da Convenção do Clima, nas Nações Unidas, em Nova York, para denunciar um falso golpe contra seu desgoverno. O recuo forçado de Dilma foi mais um patético capítulo na articulação de adversários e inimigos para conseguir afastá-la do cargo, no máximo, até o final do mês de maio.

Apesar do recuo, a teimosa Dilma insistiu em terminar os quase oito minutos de discurso (estourou o tempo, para variar) com seu recadinho sobre a tensa conjuntura brasileira. Escaldada, Dilma fugiu das palavras golpe ou impeachment: "A despeito disso quero dizer que o Brasil é um grande país, que soube superar o autoritarismo e construiu uma pujante democracia. O nosso povo é trabalhador e com grande apreço pela liberdade, e saberá impedir quaisquer retrocessos. Sou grata a todos os líderes que expressaram a mim sua solidariedade".

Se Dllma insistisse no "golpe retórico" sobre o "golpe do impeachment", contrariando posição pública manifestada por ministros do Supremo Tribunal Federal, ela ficaria enquadrável em crime de responsabilidade, por atentar contra o livre exercício do poder Legislativo, do Poder Judiciário, do Ministério Público e dos poderes constitucionais das unidades da Federação. Aliás, Dilma já cometera tal crime com o golpe que deu para nomear Lula ministro da Casa Civil, apenas para lhe conceder foro privilegiado, em clara obstrução ao trabalho normal do Judiciário...

O impeachment no Senado começa a andar depressa, contra a vontade do presidente Renan Celheiros. Nesta sexta-feira, sem enforcar feriado (o que é um enorme sacrifício para os seandores), os líderes dos blocos partidários fecharam indicações dos 42 integrantes da Comissão Especial do impeachment. O plenário do Senado se reunirá na segunda-feira, dia 25, para aprovar em votação a escolha dos indicados. Em seguida, pelo regimento, o senador mais velho do colegiado, o suplente José Maranhão (PMDB-PB), terá de convocar a primeira reunião da comissão para eleger o presidente e o vice. Maior bancada, o PMDB indicou para a presidência o senador Raimundo Lira (PMDB-PB). O PSDB, que tem o segundo maior bloco partidário, quer emplacar o tucano Antonio Anastasia (MG) para relatoria. O PT fará de tudo para que isso não aconteça. O relator pode terminar sendo Ronaldo Caiado...

Contrariando a primeira lei de Tiririca, o que está ruim para o PT pode ficar pior ainda...
Herculano
22/04/2016 13:44
HORRORES DE UM CIRCO, por Nelson Motta, para o jornal O Globo
O que mais vergonha foi ver um bando de deputados do PP, que até ontem mamavam nas tetas do governo, votarem "sim"... pelo Brasil!

Enquanto assistíamos à sessão do impeachment na Câmara, de vez em quando minha neta de 9 anos passava pela sala e olhava a televisão, assustada com os gritos daquele circo dos horrores. Casualmente eu cobria seus olhos com a mão e a levava para brincar com o gato na varanda.

Não queria que ela tivesse na memória as imagens apavorantes de homens e mulheres medonhos e furiosos urrando boçalidades no microfone, achando que quem grita mais alto tem mais razão. Se ela me perguntasse, eu diria a verdade: são os nossos representantes para decidir os rumos das nossas vidas e do nosso país.

E por que brigam e gritam tanto? Olha lá, eles mesmos estão dizendo: é por eles mesmos, pelas famílias deles, pelos amigos e companheiros deles, e talvez por uma vaguinha no novo governo. Com todo respeito e gratidão pelos poucos homens e mulheres de bem que ali lutam por nós, se a Câmara é mesmo a cara dos brasileiros, nunca imaginamos que fôssemos tão feios e mal vestidos, mesmo com as roupas mais caras.

Quando a estética se mistura com a ética, revela-se a feiura interior. O que deu mais vergonha foi ver um bando de deputados do PP, que até ontem mamavam nas tetas do governo, votarem "sim"... pelo Brasil! E o mais engraçado foi saber que 14 deputados, que Lula havia seduzido com cargos, verbas e sua infalível lábia, driblaram o mago da política e votaram "sim". Pelo Brasil, naturalmente.

Mas nesse circo dos horrores os palhaços não têm graça, os equilibristas se esborracham no chão e os mágicos têm seus truques baratos descobertos. Alguns, e algumas, gritavam tanto, tremendo o corpo inteiro, e, com pressão 18 por 12, explodiam em orgásmicos "siiiim" ou "nãããão" e desabavam, exaustos, nos braços dos companheiros.

Me lembravam a piada antológica de "Harry e Sally", depois do orgasmo fake de Meg Ryan na lanchonete: ?" Quero tomar o que eles tomaram. Pelo restabelecimento da concordância verbal, pelo fim do implante capilar mal feito, pela volta do plural à língua portuguesa, pelas plásticas e botoxes que não deformem os plastificados, pelo fim da tinta acaju, eu voto sim: Fora Eduardo Cunha!
Herculano
22/04/2016 13:41
NÃO ESQUEÇAM DO PAULO AFONSO, por Upiara Boschi, para o Bloco de Notas do Diário Catarinense, de Florianpópolis

Claro que agora todo mundo no PMDB catarinense é amigo de infância do vice-presidente Michel Temer (PMDB) e há uma espécie de campeonato em andamento para definir quem seria a liderança local mais beneficiada com sua iminente assunção à presidência da República.

Nessa disputa estão o senador Dário Berger, o deputado federal Mauro Mariani, o vice-governador Eduardo Pinho Moreira, entre outros. É bom não esquecer do ex-governador Paulo Afonso Vieira. Fiel a Temer mesmo quando o PMDB integrava palanques de presidenciáveis tucanos, ele trabalhou como assessor direto do vice-presidente entre 2012 e 2013 - um breve período em que esteve fora da diretoria da Eletrosul.
Herculano
22/04/2016 09:52
TAXISTAS VEREADORES HOJE NO FORUM

A prefeitura está de portas fechadas. É feriadão. Só para ela. Os que pagam impostos e sustentam a máquina pública, estão trabalhando.

O Fórum de Gaspar também. A promotora que cuida da Moralidade Pública, Chimelly Louise Marcon de Resenes, igualmente. Um exemplo.

E o que ela vai fazer hoje? entre tantas coisas, vai receber taxistas e políticos querem a benção da promotora para itens inconstitucionais do projeto que cuida da regulamentação da atividade dos taxistas em Gaspar. É a tal "comissão de diálogo", pois pela imposição pretendida, todos deram com os burros na água.

Na caravana de políticos estão o presidente da Câmara, Giovânio Borges, que faz o papel para o PT e a prefeitura, Ciro André Quintino, PMDB, Marcelo de Souza Brick, PSD, Andréia Symone Zimmermann Nagel, PSDB e o cunhado do prefeito Zuchi, Antonio Carlos Dalsochio, pelo PT.

Integram ainda a comitiva os atingidos e interessados, os taxistas Luiz Muller, Carlos Eduardo Muller e Robson Zeitz. E quem agora paga pela tentativa do PT impor as suas regras à cidade desafiando as leis? Os taxistas, usados como cabos eleitorais dos políticos no poder de hoje e de ontem. E por que? Porque o assunto já está judicializado. Acorda, Gaspar!
Herculano
22/04/2016 07:39
OS IDIOTAS QUE ESTÃO POR TODA PARTE NÃO PARAM DE ENVERGONHAR O BRASIL NA ONU, por Augusto Nunes, de Veja.

No fim dos anos 80, o presidente José Sarney apareceu na Organização das Nações Unidas numa limusine branca, como um noivo do Michigan. Durante o discurso, interrompido duas ou três vezes por um deputado mineiro que gritava APOIADO!, apresentou ao mundo o poeta maranhense Bandeira Tribuzzi. O governo do Brasil chegara ao limite do ridículo, certo?

Errado. No começo dos anos 90, quando acompanhou o presidente Fernando Collor numa assembleia da ONU, a ministra da Fazenda, Zélia Cardoso de Mello, circulou por Nova York a bordo de uma carruagem. O governo do Brasil chegara ao limite da jequice provinciana, certo?

Errado. Na primeira década deste século, o presidente Lula, que não fala sequer português, botou na cabeça que merecia virar secretário-geral da ONU (e, antes ou depois, prêmio Nobel da Paz. O governo lulopetista alcançara a última fronteira da maluquice megalomaníaca, certo?

Errado, avisa a viagem de Dilma Rousseff a Nova York.

Ela anda por lá para contar aos integrantes da organização internacional que o País do Carnaval inventou o golpe de Estado autorizado pela Constituição, regulamentado pelo Supremo Tribunal Federal, aprovado pelo Congresso e apoiado por oito em cada dez eleitores.

Como Nelson Rodrigues constatou há 50 anos que os idiotas estão por toda parte. Poderiam ao menos permanecer por aqui - e parar de envergonhar o Brasil na ONU.
Herculano
22/04/2016 07:33
OS FRACASSOS DE LULA NO BUNKER DO HOTEL, por Vera Magalhães, de Veja

O "grande articulador político" Lula só colheu insucessos na tentativa de salvar Dilma Rousseff.

O petista foi a São Paulo antes da votação só para se encontrar com o bispo Valdemiro Santiago, da Igreja Mundial, "dono" de três votos.

Não só todos votaram pelo "sim" como Valdemiro mandou que um deles, o pastor Franklin Lima (PTB-MG), deixasse um culto e fosse para Brasília votar.

Lula ainda recebeu no bunker do hotel Golden Tulip o ilustre Chapadinha (PA), a quem prometeu o comando do Incra em Santarém. Quando o indicado do deputado foi tomar posse, o MST impediu.

Lula chamou Chapadinha de novo ao hotel para uma rodada de uísque e desculpas. Em vão: o representante do nanico PTN votou contra Dilma.
Herculano
22/04/2016 07:24
PSDB NÃO QUER PARTICIPAR DO GOVERNO TEMER: ERRO OU OPORTUNISMO? PARTIDO NÃO PODE REPETIR, EM 2016, ESTUPIDEZ COMETIDA PELO PT EM 1992, QUANDO AJUDOU A DERRUBAR, MAS NÃO A GOVERNAR, por Reinaldo Azevedo, de Veja

Eu não sou exatamente um "pragmático" e confesso que tenho alguns problemas com a palavra "pragmatismo" porque costuma se entregar a uma rima pobre: "oportunismo". Assim, prefiro os princípios.

Leio na Folha que o PSDB tende a fechar questão, em reunião da Executiva Nacional do dia 3 de maio, contra a participação de quadros do partido num possível governo de Michel Temer. Os tucanos devem, sim, dar apoio ao peemedebista no Congresso ?" uma pauta está sendo elaborada para entregar ao ainda vice ?", mas sem ocupar cargos no primeiro escalão. A justificativa de alguns tucanos, segundo a reportagem, é que um eventual naufrágio do novo governo não pode prejudicar a legenda como alternativa de poder em 2018.

Dizer o quê? A prevalecer essa decisão, que contaria com a simpatia dos governadores Beto Richa (PR), Geraldo Alckmin (SP) e Pedro Taques (MT), só me resta observar: está tudo errado. E por um conjunto de motivos combinados.

Em primeiro lugar, observo: quem ajuda a derrubar tem de ajudar a governar, a menos que o PSDB de 2016 queira repetir o PT de 1992. Lula foi um dos líderes da deposição de Fernando Collor, mas decidiu que o seu partido não integraria o novo governo. Também os petistas estavam de olho nas eleições presidenciais, a exemplo dos tucanos agora.

Parecia que tudo caminhava para que a Presidência caísse no colo de Lula em 1994. Quando alguém falou que FHC, ministro da Fazenda, poderia se candidatar, os petistas caíram na gargalhada, e os petralhas das redações perguntavam se ele faria campanha em francês. Foi eleito e reeleito no primeiro turno, em 1994 e 1998, respectivamente. O excesso de esperteza engoliu o PT.

E o que significa "fechar questão"? Se Temer convidar um tucano para o governo, ainda que não em nome do partido, o PSDB faria o que o PT fez com Luíza Erundina, que foi expulsa da legenda por ter aceitado o cargo de ministra da Administração de Itamar? Se, sei lá, Temer oferecer o Ministério da Saúde para José Serra, por exemplo, os tucanos dirão algo como: "Se aceitar, está fora" - embora o partido continuasse a apoiar o governo no Congresso?
Faz sentido? Não faz.

Em segundo lugar, pergunto: então o PSDB não poderia se arriscar apoiando um governo Temer, mas o Brasil, nessa hipótese, com a ajuda dos tucanos, pode "correr o risco"? Os peessedebistas não querem arcar com o peso da aposta, mas convidam o brasileiro a fazê-lo? Não parece muito honesto intelectualmente. Não se trata de "ajudar o Temer", mas de ajudar o país.

Uma decisão como essa parece estar mais inclinada a não criar fatos novos na fila dos pré-candidatos tucanos à Presidência do que a dar uma resposta a uma das maiores crises da história do país.

Em terceiro lugar, noto que o PSDB deveria fazer uma única exigência a Temer: o envio de uma emenda parlamentarista, com posterior referendo, já para 2018, não para 2022 ?" até lá, daria tempo de um presidente, qualquer que seja, bombardear a ideia. E os tucanos têm obrigação moral de apresentar essa proposta porque o PSDB é o único partido programaticamente parlamentarista.

A crise que aí está representa também uma chance imensa de mudar a qualidade do debate. Mas, para tanto, convém pensar primeiro no país. Mesmo! E esse é um bom jeito de pensar nos interesses do partido. De resto, acreditem em mim: no dia em que não houver mais fila no PSDB para disputar a Presidência, todos ficarão mais leves e poderão emprestar aos brasileiros os seus melhores talentos.
Herculano
22/04/2016 07:11
ESSA GENTE FAZ O DIABO COM O DINHEIRO DOS NOSSOS PESADOS IMPOSTOS E SE ACHA LIVRE DE QUALQUER OBSERVAÇÃO E PUNIÇÃO PREVISTAS EM LEIS E DO PONTO DE VISTA ÉTICO. SO OS ADVERSÁRIOS TEM ESTA OBRIGAÇÃO. MULHER DE MARQUETEIRO DO PT AFIRMA QUE MANTEGA INTERMEDIOU CAIXA 2, DIZ JORNAL

ponteúdo do jornal Folha de S. Paulo
Durante as tratativas para fechar um acordo de delação premiada com procuradores da Operação Lava Jato, Mônica Moura, mulher do marqueteiro do PT João Santana, afirmou que o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega intermediou pagamento de caixa dois para a campanha de 2014 da presidente Dilma Rousseff. A informação foi divulgada nesta quinta (21) pelo jornal "O Globo".

Mônica revelou a procuradores de Brasília (DF) que teve reuniões com Mantega nas quais ele indicou executivos de empresas que deveriam ser procurados para fazer pagamentos da campanha presidencial. Esses valores não foram declarados à Justiça Eleitoral.

Mônica disse que ela e o marido teriam recebido ao menos R$ 10 milhões por meio de caixa dois, sendo R$ 4 milhões pagos somente pela Odebrecht.

A mulher de Santana afirmou ainda ter detalhes das conversas em uma agenda que ainda não está com a Polícia Federal

O ex-ministro da Fazenda admite os encontros com Mônica ao "O Globo", mas nega que eles serviram para tratar de doações ilegais.

Ela afirmou que houve caixa dois também na campanha presidencial de 2010 e nas campanhas petistas de Lula em 2006, Fernando Haddad em 2012, Marta Suplicy em 2008 e Gleisi Hoffmann em 2008.

Mônica Moura era responsável pela contabilidade financeira da Polis Propaganda e Marketing, empresa de Santana que fez as campanhas da presidente Dilma em 2010 e 2014. Preso desde fevereiro na Lava Jato, o casal é acusado de receber de 7,5 milhões da Odebrecht e do operador Zwi Skornicki por meio de uma offshore no Panamá.

O casal já foi denunciado por corrupção, lavagem de dinheiro e participação em organização criminosa.
Herculano
22/04/2016 07:05
REVISTA "TIME" LISTA JUIZ SÉRGIO MORO ENTRE OS 100 MAIS INFLUENTES DO MUNDO

Das agências internacionais. A revista americana "Time" incluiu o juiz Sergio Moro, responsável por condenações das ações penais da Lava Jato, entre as 100 pessoas mais influentes do mundo.

Único brasileiro na tradicional lista, Moro aparece na mesma categoria que líderes políticos internacionais, como o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, os dois principais candidatos a sucedê-lo, Hillary Clinton e Donald Trump, a chanceler Angela Merkel e os mandatários da Rússia, Vladmir Putin, e da China, Xi Jinping.

Na categoria também aparece o ditador da Coreia do Norte, Kim Jong Un.

O magistrado de Curitiba é chamado de "SuperMoro", e sua popularidade é descrita como similar à de um astro do futebol.

"Sergio Moro é apenas um juiz, mas de um processo envolvendo um escândalo de corrupção tão grande que poder derrubar um presidente e talvez mudar a cultura de corrupção que há muito tem prejudicado o progresso de seu país", escreve a publicação.

O escândalo descoberto pela Lava Jato é descrito como um esquema de pagamento de propinas por empreiteiras a operadores e políticos em troca de contratos com a Petrobras, mas a visão da "Time" sobre o alcance da operação embute um exagero numérico: a revista fala em "centenas de legisladores sob investigação", quando, na verdade, inquéritos da Polícia Federal e citações de delatores ligam cerca de 50 congressistas às suspeitas de corrupção.

A publicação também afirma que, embora não existam indícios de que tenha recebido suborno, a presidente Dilma Rousseff "agora enfrenta um processo de impeachment em parte por causa do trabalho de Moro".

Por fim, a "Time" cita que Moro já foi criticado por ignorar o devido processo legal, julgando conforme o "tribunal da opinião pública". Suas táticas, frisa a revista, têm ampla aprovação da maioria dos brasileiros que querem um "país mais limpo".

Também aparecem entre os cem mais influentes o papa Francisco, o fundador do Facebook Mark Zuckerberg, o presidente da Apple, Tim Cook, e o cineasta Alejandro González Iñarritu.
Herculano
22/04/2016 07:02
FOI LULA QUE COMEÇOU, por Carlos Alberto Sardenberg, para o jornal Folha de S. Paulo

Parte 1

A crise foi produzida meticulosamente pela prática de um típico populismo latino-americano

A presidente Dilma tem razão. Ela não é a única culpada pela crise brasileira. Lula iniciou os estragos.

É difícil marcar datas em política econômica - os erros, assim como os acertos, demoram a aparecer - mas pode-se dizer que Lula começou a introduzir um viés de esquerda-populista por volta de 2005, quando reagia ao mensalão. Nesse ano, em junho, Dilma Rousseff assumiu a Casa Civil, passando a ser um contraponto ao então todo poderoso ministro da Fazenda Antônio Palocci.

Ficou assim: de um lado, a política econômica neoliberal, ortodoxa, tocada pela dupla Palocci/Henrique Meirelles (presidente do Banco Central) e, de outro, a oposição interna, à esquerda, de Dilma. Ao longo do tempo, a balança pendeu para o lado de Dilma, afinal escolhida candidata em 2010.

Essa disputa se materializou em torno de dois temas-chave: superávit primário versus aumento de gastos públicos praticamente sem limite; buscar a meta de inflação de 4,5% versus tolerar inflação mais alta.

Alguns momentos importantes dessa disputa: em novembro de 2005, Dilma produziu relatório dizendo que Palocci estrangulava o governo com seu controle de gastos; logo em seguida, Dilma desqualificou como tosco e rudimentar um plano de ajuste fiscal de longo prazo, defendido por Palocci; em março de 2006 Palocci caiu, substituído por Guido Mantega, aliado de Dilma e que comandaria a "nova matriz", causa imediata do atual desastre, no primeiro mandato da presidente.

No final do governo Lula, o único pilar da política econômica ortodoxa que permanecia de pé era o BC de Meirelles. A dupla Dilma/Mantega tentou derrubá-lo. Lula quase topou, acabou desistindo. Seria uma complicação inútil, mesmo porque Meirelles entregava inflação em torno da meta e juros baixos para o momento. Com a saída de Meirelles, já no governo Dilma, o populismo imperou sem limites.

E Lula aplaudiu. Ele havia topado a ortodoxia não por acreditar nisso, mas por medo. Iniciou seu governo, em 2003, sob imensa desconfiança. O dólar havia chegado a R$ 4,00 quando ele foi eleito (seria o equivalente hoje a seis reais), houve fuga de capitais, alta de juros e da inflação. A percepção era clara: Lula vai desmontar o Real, a estabilidade fiscal, o regime de metas de inflação.
Herculano
22/04/2016 07:02
FOI LULA QUE COMEÇOU, por Carlos Alberto Sardenberg, para o jornal Folha de S. Paulo

Parte 2

A montagem de uma equipe super-ortodoxa começou a mudar essa sensação. A ação efetiva dessa equipe ?" logo de cara produzindo o maior superávit nas contas públicas da era do Real ?" virou o jogo. A estabilidade deu ganho de renda e permitiu a volta do crédito, com a consequente expansão do consumo. Acrescente aí o boom das commodities ?" o Brasil exportou duas vezes mais pelo triplo do preço ?" e Lula nadou de braçada. Sobrou dinheiro, sobraram dólares.

Curioso: sobrou dinheiro para gastar e começar a introduzir o populismo. Lula fez isso de diversas maneiras: aumento do gasto com funcionalismo, tanto com mais contratações quanto com reajustes salariais generosos; aumento real do salário mínimo, que indexa aposentadorias e outros benefícios pagos pelo governo; aparelhamento do Estado e estatais com os companheiros; e distribuição de verbas públicas aos sindicatos e movimentos sociais.

Mas o movimento mais forte se deu no lançamento de um plano megalomaníaco de investimentos tanto do governo quanto de estatais. E empurrou bancos públicos para negócios arriscados e/ou duvidosos.

O melhor exemplo desse desastre está na Petrobras. Em 2008, Lula obrigou a empresa a adotar um programa de construção de quatro refinarias (das quais duas foram abandonadas e duas nem chegaram a um terço, a preço muito maior), ao mesmo tempo em que ampliava sua atuação para outras áreas e na exploração do petróleo.

Ficou assim: a ideologia indicava que se podia aumentar o gasto público sem limite; a má gestão levou a maus investimentos; e a corrupção, de que só soubemos com a Lava-Jato e que vem desde o primeiro mandato de Lula, completou o desastre.

Parecia tudo bem enquanto durou o dinheiro obtido com a estabilidade e o boom das commodities. Dilma achou que estava tão bem que resolveu sepultar de vez o ajuste fiscal e as metas de inflação.

Hoje, diz que era impossível perceber a chegada da crise. Lula também tira o corpo.

Mas esta crise foi produzida meticulosamente pela prática de um típico populismo latino-americano.
Herculano
22/04/2016 06:57
GENTE DEMOCRÁTICA. MOVIMENTOS SOCIAIS VÃO PARAR ESTRADAS EM PROTESTO CONTRA O IMPEACHMENT, por Mônica Bérgamo, do jornal Folha de S. Paulo

Movimentos sociais como o MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto) e a Frente Povo sem Medo pretendem interromper na próxima semana o fluxo de 30 estradas, em pelo menos dez Estados. O protesto é contra o impeachment de Dilma Rousseff e a eventual posse de Michel Temer na Presidência da República.

DATA
A interrupção está sendo programada para ocorrer até a quarta-feira (27).
Herculano
22/04/2016 06:53
TEMER IRÁ ANUNCIAR MINISTÉRIO LOGO QUE IMPEACHMENT FOR ADMITIDO NO SENADO, por Josias de Souza

Às voltas com um esforço de recrutamento de ministros para um governo ainda hipotético, o vice-presidente Michel Temer estabeleceu uma meta: deseja anunciar sua equipe tão logo o plenário do Senado confirme a decisão de dar continuidade ao processo de impeachment de Dilma Rousseff. Algo que deve ocorrer entre os dias 12 e 17 de maio. A ideia de Temer é trazer todos os nomes à luz de uma vez, não em conta-gotas.

Confirmando-se a tendência do Senado de referendar a decisão da Câmara, Dilma será afastada por até seis meses, cedendo a poltrona para o vice-presidente. É nessa hora que Temer fará o anúncio de sua equipe. Será menor do que a atual. Temer cogita extinguir entre oito e dez dos atuais 32 ministérios. Fará isso por meio de fusões. Por exemplo: a pasta de Portos volta a compor o organograma do Ministério dos Transportes.

Dilma e seus auxiliares sustentam que a movimentação do inquilino do Palácio do Jaburu reforça a natureza "golpista" do impeachment. Nas palavras de Dilma, seu vice "vende terreno na Lua", já que os ministérios não estão disponíveis. Temer e seus operadores afirmam que a escolha de ministros não é uma opção, mas "uma obrigação" do substituto constitucional de uma presidente prestes a ser impedida.

Para apressar o processo, Temer delegou a correligionários de sua confiança a tarefa de sondar pessoas e partidos políticos sobre a composição ministerial. A despeito do esforço para manter os nomes em sigilo, alguns começam a ganhar o noticiário. Entre eles o de Henrique Meirelles, no topo da lista de cotados para a pasta da Fazenda.

Ex-presidente do Banco Central nos govenros de Lula, Meirelles será recebido por Temer neste sábado (23). Ele estava em Nova York. Retorna a São Paulo nesta sexta-feira. Deveria avistar-se com Temer na sequência. Mas o vice teve de retornar a Brasília
Herculano
22/04/2016 06:50
CONTRAOFENSIVA DE TEMER TENTA DESMONTAR NO EXTERIOR TESE DE GOLPE

Conteúdo do jornal Folha de S. Paulo. Texto de Graciliano Rocha. No dia em que Dilma Rousseff viajou para os EUA com a intenção de denunciar o que chama de golpe de Estado representado pelo processo de impeachment, o vice-presidente Michel Temer lançou uma contraofensiva na imprensa internacional para rebater a tese de que o possível afastamento da presidente represente ruptura da ordem institucional do país.

Temer concedeu entrevistas separadamente ao "The New York Times" e a duas das principais publicações especializadas em finanças do mundo ?"o nova-iorquino "The Wall Street Journal" e o londrino "Financial Times"?" para rejeitar a pecha de golpista que Dilma tem lhe atribuído. O peemedebista também diz que revelará os integrantes de seu ministério quando o momento chegar.

Foram as manifestações públicas mais aprofundadas do peemedebista desde que 367 dos 513 deputados da Câmara aprovaram a continuidade do processo de impeachment, no domingo (17).

"Se cada etapa do impeachment está de acordo com a Constituição, como pode ser golpe?", disse Temer ao "The Wall Street Journal".

"Estou muito preocupado com a intenção da presidente de dizer que o Brasil é uma República de menor importância onde há golpes", afirmou ao "The New York Times".

Se o Senado der continuidade ao processo iniciado pela Câmara, Dilma será afastada por até 180 dias, sendo substituída por Temer. Em caso de condenação, o peemedebista fica no cargo até a posse do sucessor escolhido pelas urnas em 2018.

Dilma pretende dizer nos EUA que as chamadas pedaladas fiscais não constituem motivo suficiente para seu afastamento e que ela não é alvo de acusações de corrupção, diferentemente de grande parte dos congressistas que votaram para destituí-la.
Ao internacionalizar o discurso de que o impeachment solapa a democracia brasileira, Dilma busca minar a legitimidade de Temer aos olhos da comunidade internacional.

Falando na condição de presidente interino devido à viagem de Dilma ao exterior, Temer disse que deixará o cargo com a volta da titular, no sábado (23), o que prova do funcionamento regular das instituições no país.

O peemedebista expressou descontentamento com as recentes acusações de que esteja conspirando para destituir a presidente e, assim, tomar o lugar dela. "O fato de ela estar dizendo que eu sou um golpista é obviamente perturbador para mim e para a Vice-presidência", disse.

Ele criticou a companheira de chapa com quem foi eleito em 2010 e reeleito em 2014. Segundo ele, Dilma deveria cuidar da sua defesa no Senado, etapa seguinte do processo de impeachment, ao invés de criar problemas para o Brasil fazendo "falsas declarações" no exterior.

"O que ela deveria fazer, na minha opinião, é defender-se no Senado, com argumentos sólidos e então o Senado não vai julgá-la nem afastá-la", disse ao "Financial Times".

Também ao diário britânico, Temer relatou que Dilma perdeu, simultaneamente, base de sustentação no Congresso e apoio da população.

Segundo pesquisa Datafolha do início de abril, o governo Dilma é avaliado como ruim ou péssimo por 63%.

"Quando ela me acusa de ser um conspirador ou um golpista, eu me pergunto se eu realmente teria a capacidade de influenciar 367 deputados e 70% da população brasileira. Trata-se de algo sem o menor fundamento", afirmou Temer.

O vice também reclamou de ter sido isolado pelo Planalto. "Eu passei quatro anos em absoluto ostracismo", disse.

NOVO GOVERNO

Temer também se disse preparado para montar um novo governo no caso de o Senado aprovar a continuidade do processo de impeachment, mas evitou mencionar nomes.

"Quando o tempo chegar, eu terei o governo na minha cabeça e só então vou anunciar os nomes", disse.

Na mesma pesquisa Datafolha, realizada em 7 e 8 de abril, a taxa dos que defendiam também o impeachment de Michel Temer era muito semelhante à dos que queriam ver Dilma longe do Palácio do Planalto: 58% a 61%.

Em diferentes simulações da disputa presidencial de 2018, o atual vice-presidente alcança entre 1% e 2% das intenções de voto.
Herculano
22/04/2016 06:46
MANCHETE DOS BLOGS E PORTAIS PAGOS PELO GOVERNO COM DINHEIRO DOS NOSSOS PESADOS IMPOSTOS DRENADO TAMBÉM PARA A CORRUPÇÃO, ROUBALHEIRA E A ESCASSEZ NA SAÚDE PÚBLICA, EDUCAÇÃO, SEGURANÇA, OBRAS: DILMA CHEGA A NY PARA DENUNCIAR GOLPE AO MUNDO

Conteúdo do 247. Presidente Dilma Rousseff foi recebida na noite desta quinta-feira em Nova York de forma calorosa por um grupo de pessoas que a esperavam com rosas e cartazes contra o impeachment, em frente à residência do embaixador do Brasil na Organização das Nações Unidas (ONU), Antonio Patriota, onde ficará hospedada; Dilma chega aos Estados Unidos para denunciar ao mundo o golpe em curso no Brasil; no discurso que fará nesta manhã, na assinatura do Pacto de Paris na Organização das Nações Unidas (ONU), ela deverá dizer que é vítima de um processo ilegal de destituição presidencial, comandado pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB), com o aval do vice Michel Temer (PMDB), a quem acusa de traição; Dilma conta com o apoio de diversas publicação globais, que já tratam o golpe de golpe, além de outros organismos internacionais como a Organização dos Estados Americanos (OEA) e chefes de Estado da América Latina
Herculano
22/04/2016 06:20
NA RETA FINAL DE DILMA, MINISTÉRIO 'RASPA O TACHO', por Claudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros.

A certeza da queda da presidente Dilma tem provocado verdadeira corrida, nos ministérios, para fechar contratos, antecipar licitações e precipitar despesas. No Ministério da Saúde, segundo servidores relataram a órgãos de controle, é "frenético" o ritmo de assinatura de contratos e antecipação até de gastos previstos apenas para o 2º semestre. Michel Temer poderá herdar um governo de cofres limpos.

RASPANDO O TACHO
A turma de Temer está de olho: até a Presidência da República tem comprometido contas do governo em contratos assinados às pressas.

MINISTRO PICCIANI
Não admira que o líder do PMDB na Câmara, Leonardo Picciani (RJ), tenha votado contra o impeachment. Ele é o ministro de fato da Saúde.

FIGURA DECORATIVA
O ministro é Marcelo Castro, mas todas as decisões administrativas e financeiras importantes, no Ministério da Saúde, são de Picciani.

RÉDEA CURTA
Para manter o controle de tudo, o deputado Picciani escolheu até o chefe de gabinete do ministro da Saúde, Guilherme de Oliveira.

COMISSÃO DE ÉTICA PREPARA PIZZA À MERCADANTE
A aposta no Congresso é que a Comissão de Ética Pública da Presidência da República deve arquivar a denúncia contra Aloizio Mercadante (Educação), gravado em conversa com um ex-assessor do senador Delcídio do Amaral (ex-PT-MS) tentando atrapalhar a Justiça. Na última segunda-feira (18), a comissão já arquivou um processo contra o advogado-geral da União, José Eduardo Cardozo. Claro.

COZINHANDO MERCADANTE
O relator do caso, Américo Lacombe, espera informações da PGR, e Mercadante tem 20 dias para apresentar defesa. Nem precisava.

GOVERNO MORTO
Como a Comissão de Ética Pública só se reúne no dia 16, é provável que o governo já tenha acabado. Dilma pode ser afastada no dia 12.

CABIDÃO DE PRESTÍGIO
As punições aplicadas pela comissão dificilmente passam de "censura ética". Como no caso do ex-diretor da Petrobras Renato Duque.

VEM PRA CAIXA
A Caixa, que foi prometida a Gilberto Occhi caso o PP apoiasse Dilma, deve ser espaço do partido em eventual governo de Michel Temer. O banco já foi prometido ao PP. Mas a vaga já não será de Occhi.

RELAÇÃO DIRETA
Presidente da Câmara por três vezes, Michel Temer pretende cuidar pessoalmente das relações com os parlamentares, caso assuma a Presidência. Bem ao contrário de Dilma, que tem ojeriza a políticos.

MÁQUINA INCHADA
Os governistas que sobram desdenham da decisão de Michel Temer de diminuir o ministério. Ele promete aquilo que Dilma foi incapaz de fazer durante os dois mandatos: reduzir a máquina de moer dinheiro.

ZERO A ZERO
Denunciado nas investigações da Lava Jato, o petista Lindbergh Farias (RJ) acusou o deputado Eduardo Cunha, também seu rival na política fluminense, de ser o "chefe da quadrilha na Câmara".

STF INDEPENDENTE
Acumulou 83 mil adesões, em duas semanas, um abaixo-assinado no site Change.org que pede o fim da indicação de ministros do Supremo Tribunal Federal pelo presidente da República.

CAIU A FICHA
A iminente destituição da presidente Dilma provocou uma reação generalizada de ocupantes de boquinhas no governo. Estão todos muito nervosos e ainda mais agressivos.

CHIMARRÃO E BOMBACHA
Crítico ferrenho do governo, o deputado Darcísio Perondi (PMDB-RS) promete tomar um chimarrão com Dilma após o impeachment. "Só vou precisar de açúcar, porque vai ser bem amargo acompanhá-la", diz.

JOGANDO A TOALHA
Líder do governo no Senado, Humberto Costa (PT-PE) está convencido de que a admissibilidade do impeachment será aprovada. Ele conta que os votos favoráveis à abertura do processo já estão consolidados.

PERGUNTA NO JABURU
Se fosse golpe, como Dilma reassumiria o cargo após falar mal do Brasil em Nova York?
Herculano
22/04/2016 06:16
COM SAUDADES DE MIM, por Reinaldo Azevedo, para o jornal Folha de S. Paulo.

Desde o dia 15 de março do ano passado, procuro, movido pela curiosidade e pela necessidade de melhorar meus próprios argumentos, uma leitura de esquerda sobre as múltiplas faces da crise que aí está. Mas quero uma abordagem que não me remeta a debates da década de... 50! E um dos locais da minha busca é esta Folha. Afinal, havendo esquerdista alfabetizado, é grande a chance de estar por aqui.

A minha decepção é grande. Nestas páginas, já vi até "a Velha Senhora" ?"a desclassificada luta de classes?" receber uma respiração boca a boca, na esperança de que, ressuscitada, ela pudesse abrir os caminhos do entendimento, como a liberdade, de seios nus, a guiar o povo no quadro de Delacroix. E nada!

Sim, queridos, eu sei que, aos olhos das esquerdas, não sou bom como Carlos Lacerda ou José Guilherme Merquior (elas vivem a me dizer isso). Até parece que esses são meus marcos de superação. E sei que não sou, entre outras razões, porque estou vivo, e os esquerdistas podem até reconhecer um conservador de miolos, desde que esteja morto. O máximo de pluralidade que admitem é a do cemitério. Mas sem flores para alguns mortos, por favor!

Aprendi a ser prudentemente pessimista sobre questões que dizem respeito à vida pública. Fico propenso à abulia quando constato que a ignorância, a minha inclusive, é ilimitada e que a sabedoria, mesmo a mais espetacular, tem fronteiras. Um amigo me enviou no domingo passado uma mensagem entusiasmada sobre o resultado da votação na Câmara. Devolvi um "Muito bom! Parabéns a todos!". E ele: "Eu, hein!? Que cara sem entusiasmo!".

Sou assim: mais me excita a luta do que o gosto da vitória. Sou do tipo, já devo ter escrito aqui, que se comove vendo os olhos do Golias de Caravaggio, tão demasiadamente humanos, na cabeça que Davi ergue nas mãos com expressão pesarosa. A exemplo de toda derrota, aquela também é triste. Mas a vitória é circunspecta. O quadro resume a condição humana sem amesquinhamentos cotidianos.

Busquei, nestes dias, na pena dos litigantes de esquerda, algo que os aproximasse, e aqueles a quem defendem, da vida real. Eu não queria as prefigurações daquilo que o poeta Bruno Tolentino sintetizou magistralmente na expressão, que virou livro: "O Mundo como Ideia".

E tudo o que encontrei foi a certeza de que, mais uma vez, estaríamos assistindo apenas ao movimento pendular da história. Estes seriam tempos em que a paixão revolucionária ?"de que os esquerdistas se querem procuradores ou agentes?" cede às imposições termidorianas dos "donos do poder", cuja função é garantir que este mundo continue a ser um vale de lágrimas.

Para eles, não há nada de novo sob o sol. Em sua determinação de ver o presente a repetir o passado, justificam os crimes mais grotescos ?"isso não surpreende, convenhamos?" e são capazes de ressuscitar, na prática, as teses do defunto leninismo, segundo as quais a revolução se faz mesmo é por intermédio das vanguardas conscientes, dado que as maiorias teriam sido abduzidas pelos agentes da reação e, por isso, teriam se transformado em militantes inconscientes do atraso.

Não tenho por que sonegar uma verdade indisfarçável na minha trajetória: eu aprendi muito com os teóricos de esquerda quando as esquerdas podiam ensinar alguma coisa. Hoje, olho pra elas e, a exemplo do poeta, sinto uma espécie de saudades de mim.

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