18/08/2016
CONDENADA I
A secretária de Desenvolvimento Social de Gaspar, Maristela Cizeski, acaba de ser condenada a prestação de serviços comunitários e multas em quatro crimes em dois processos por difamação contra a juíza Ana Paula Amaro da Silveira. No de injúria se livrou porque expirou o prazo para ser penalizada. Maristela pode recorrer das penas aplicadas. A juíza Ana Paula atuou na 1ª Vara da Comarca de Gaspar por 11 anos. Esta Vara entre outras, cuidava também dos assuntos da Infância e Adolescência. A sua dedicação, obstinação e trabalho com abrigos e adoções foram reconhecidos nacionalmente por entidades oficiais. Mas, em março de 2013, depois que Ana Paula deixou Gaspar para aceitar uma promoção funcional em Florianópolis, uma reportagem do Fantástico, da Rede Globo, feita pelo baiano Raimundo José, tentou demonstrar que toda a preocupação da juíza era de fachada, irregular, açodada e ao arrepio da lei no caso das adoções. Aventou--se inclusive, sem provas, a possibilidade de que tal prática escondia o tráfico internacional de crianças.
CONDENADA II
A reportagem e a forma acusatória como foi conduzida pelo repórter, foram avaliados por Ana Paula como uma retaliação do poder político de plantão do PT – sempre houve queixas da suposta dureza nas suas decisões contra políticos - contra si, com o agravante de terem sido feitas depois da sua saída da Comarca. Como um juiz só decide por provocação, provas, legislação e não apenas por convencimento, Ana Paula, refutou. E no caso dos abrigamentos e adoções de Gaspar e Ilhota isto foi provocado por órgãos de assistência social, Conselho Tutelar e principalmente Ministério Público, o autor deste tipo de Ação. Daí a reação da juíza. A dúvida e os supostos crimes ganharam repercussão nacional. Imediatamente, houve em correição do Tribunal de Justiça em todos os casos de adoção feitos por Ana Paula na Comarca. Nenhuma irregularidade foi apontada. O próprio Ministério Público, validou os atos até então realizados na Comarca pela juíza Ana.
CONDENADA III
O condão político e de vingança estão claramente estampados nos depoimentos dos processos que já condenaram neste mesmo assunto e episódio, o presidente do PT de Gaspar, o vereador José Amarildo Rampelotti; o cunhado do prefeito Zuchi, o vereador Antônio Carlos Dalsochio; na transação Penal feita por Meri Zuchi que promoveu divulgação nas mídias sociais; nas duas sentenças condenatórias contra Maristela Cizeski; no perdão que Ana Paula deu a Patrícia Barbieri Bertuzzi; e no processo que aguarda sentença na Comarca contra André Gislei Hostins. Ana Paula ainda move uma ação contra a Rede Globo. Coincidentemente, nas eleições de 2012, acumulando como juíza eleitoral, Ana Paula chegou a pedir a impugnação da candidatura à reeleição do prefeito Pedro Celso Zuchi e Mariluci Deschamps Rosa, superiores de Maristela.
CONDENADA IV
À juíza Graziela Shizuiho Alchini, da 2ª Vara, que cuidou das sentenças deste caso, a secretária de Zuchi, Maristela, negou tudo. Entretanto, nas duas sentenças (uma de 38 e outra de 58 páginas), a doutora Graziela demonstrou exatamente o contrário, devido aos e-mails trocados entre os envolvidos, diante das conversas nas redes sociais; os testemunhos dados; laços; os contatos feitos diretos ou in diretamente por Maristela com os produtores da reportagem; bem como à explícita animosidade e divergência de Maristela relatadas nos autos contra as ações de Ana Paula nas adoções. Outro fator preponderante para tipificar o crime foram as relações de Maristela com a Pastoral da Criança e o Conanda fomentadores da pauta jornalística nacional. Maristela prefere menos abrigos e menos adoções em lares substitutos estruturados, e mais tentativas de incluir as crianças e adolescentes nas famílias originais ou aparentadas, mesmo que isso possa apresentar riscos e vulnerabilidades sociais. Pela visão e defesa ideológica de Maristela, por exemplo, os comerciais da Assembleia Legislativa de Santa Catarina que inundam as tevês atualmente sobre o sucesso dos programas de adoções, seria algo raro. Neste caso de Gaspar, houve o casamento de uma crença - que é legítima defende-la - com a vingança sobre quem não concordava com esta crença, e usava a prerrogativa de juíza para colocar nos limites da lei e da ética, os políticos transgressores. Ou seja: mais uma vez os donos do poder acharam-se acima da lei, da investigação, das evidências, provas, ministério público, judiciário e a imprensa, a qual é sempre um problema quando não se ajoelha particulares. Se não atendidos, armam lições extra jurisdição. Neste caso se deram mal. Mas é raro. Acorda, Gaspar!
O ex-procurador geral de Gaspar, Mário Wilson da Cruz Mesquita, se diz completamente aliviado ao ser indicado procurador geral de Brusque, no governo de José Luiz Cunha, o Boca, PP.
O doutor Mesquita além de procurador de Gaspar era um petista ferrenho. Um dia acordou e se viu metido naquilo que poderia lhe prejudicar profissionalmente. Desistiu de ser procurador aqui. Desistiu de ser petista. Foi perseguido a tal ponto de ter que separar a sociedade e tirar o seu escritório de Gaspar.
Em Brusque, contratado, conseguiu defenestrar do cargo, o ex-prefeito Paulo Roberto Eccel, PT, que casualmente foi aqui no primeiro governo de Pedro Celso Zuchi, (2000/2004) procurador municipal. Ganhou todas no âmbito municipal, estadual e em Brasília.
E não será surpresa se o doutor Mesquita ainda vier a ser o procurador geral de Gaspar se o PT perder. Há um desespero no meio petista gasparense e catarinense com esta possibilidade.
E por que? Pelo único simples fato: o doutor Mesquita quer voltar pela porta da frente da prefeitura. E aí como conhece todos os atalhos daquilo que o PT tramou e o culpou terá oportunidade de esclarecê-los aos gasparenses. Acorda, Gaspar!
O PT de Gaspar tem três candidatos nesta eleição a prefeitura: Lovídio Carlos Bertoldi, Odilon Áscoli e pasmem: na propaganda está Pedro Celso Zuchi, associado aos dois. Todos obedientes à pesquisa.
O presidente do PT de Gaspar, o vereador José Amarildo Rampelotti, desmanchou-se em queixas e mágoas contra o PSDB. Para ele, um partido manchado. Mas o inconformismo de Rampelotti não era a volta do partido tucano à cena nacional depois do mensalão, petrolão, eletrolão e a falência das ideias do seu PT, mas Gaspar.
“E pensar que essa gente pode ser governo por aqui”, disse ele na Câmara para espanto e diante da candidata tucana Andreia Symone Zimmermann Nagel que o assistia. E se for eleita ela deveria mesmo agradecer ao PT e ao próprio Amarildo. Eles fizeram de tudo para eliminá-la do cenário político junto com PMDB e José Hilário Melato, PP. Por causa deles, ela ficou conhecida.
Depois de perder a corrida pelo registro da candidatura no cartório eleitoral, o PMDB varou a madrugada para distribuir as 4h da manhã os santinhos de Kleber Edson Wan Dall na porta das linhas Círculo no primeiro dia permitido pela Justiça para a campanha.
O discurso, a realidade e as práticas são diferentes. Nenhum candidato homem a prefeito de Gaspar (Kleber, Lovídio e Marcelo) apareceu na solenidade de abertura do seminário na Câmara que discute as políticas e a rede de proteção às mulheres vítimas de violência, como parte das comemorações dos 10 anos da Lei Maria da Penha. Andreia estava lá. Sintomático.
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