07/09/2017
O IMPRESSIONANTE MELATO I
A Terceira Câmara Criminal do Tribunal de Justiça, em apelação, no dia 22 de agosto, por unanimidade, confirmou, parcialmente, a condenação daqui da Comarca ao ex-vereador e ex-líder do governo do Pedro Celso Zuchi, PT, na Câmara, José Amarildo Rampelotti. Isso é notícia. Refere-se ao caso em que, da tribuna, usando uma suposta imunidade parlamentar, Rampelotti “triturou” a juíza Ana Paula Amaro da Silveira, naquilo que a Globo inventou no Fantástico do domingo 24.03.2013 e o PT daqui, alimentou na pauta para desmoralizá-la. Era sobre o suposto tráfico de crianças e doações irregulares no ambiente de abrigamento, então modelo no Brasil. Tudo calculado. Desmoralização feita para a vingança – e só depois da juíza deixar a Comarca. Ela atuou Em Gaspar por 11 anos, e atendeu uma promoção a Florianópolis. E a razão da ira e corretivo? As sentenças que Ana Paula deu por provas e convicção, a pedido do Ministério Público, em diversos casos contra o poder de plantão. A confirmação da condenação no TJ com os desembargadores Rui Fortes (relator), Moacyr de Moraes Lima Filho e Ernani Guetten de Almeida.
O IMPRESSIONANTE MELATO II
Lendo as 42 páginas do acórdão, em alguns momentos pareceu-me que o apelado era eu. E por que? Porque fui o único na imprensa que não me calei neste e em outros casos dos poderosos. Vivo desafiando-os e pago caro por isso. É da escolha. Na inicial, a juíza com quem não tenho laços de amizade e faz dois anos que não a contato, mas a tinha como fonte nos casos da infância, ancorou parte das suas pretensões contra a difamação, num artigo que escrevi. Convenceu e venceu. Fato passado. No recurso de Amarildo, a defesa da juíza, usou – sem me consultar e não tenho nada a reclamar, pois o meu escrito é de domínio público- outro artigo desta “Olhando a Maré”: “A arte de engolir sapos, tudo pelo poder”, de 17.07.2013. Nele abordei o ato de repúdio às armações contra a juíza. Ele foi feito no auditório da Câmara. Nele, faltaram, vejam só, Amarildo e o presidente da Câmara, José Hilário Melato, PP. Sintomático, não é? E Melato, foi testemunha de Amarildo neste caso só para me desqualificar. Tudo a ver. E veja o que ele falou a meu respeito no juízo.
O IMPRESSIONANTE MELATO III
“Esclareceu que seu partido [PP] não faz parte da base do governo, estando numa posição neutra”. O PP não fazia. Melato sim. Está provado em várias votações, atitudes, manobras e resultados. Melato fez várias vezes par com Amarildo. A cidade inteira sabe disso. “Disse não ter feito nenhuma fala, na Câmara a respeito [ataques do Amarildo contra a juíza, ou juízo de valor] desse assunto”. Esperto! Lança-se à amnésia calculada. Entretanto sobre este escriba, ele não esqueceu de nada. Impressionante. Orientado, tentou desqualificar-me de todas as formas. E para que? Para desqualificar o artigo que abriu a defesa da juíza Ana Paula no recurso de Amarildo no TJ. Parece que essa tática, pelo resultado do julgamento, não deu muito certo e não comoveu os julgadores. Estou com mais crédito do que os políticos como ele que se identificou como um executivo [nunca foi, o executivo da área dele era Hélio José Bernz], mas confirmou ser, na verdade um longevo político [reeleito cinco vezes vereador], o que deve ter valido mais para os julgadores. “Assegurou conhecer o colunista de nome Herculano, pois trabalhou com o depoente na empresa Bunge. Explanou que, atualmente, Herculano não faz nada na cidade apenas se esconde atrás de uma coluna intitulada ‘Olhando a Maré’, na qual tece comentários de forma agressiva e contrária a respeito de toda a comunidade gasparense, principalmente sobre políticos da cidade. Inclusive o depoente já foi alvo de tais comentários”
O IMPRESSIONANTE MELATO IV
Prossegue Melato: “Em sua opinião, as declarações do colunista possuem ‘muito pouco fundamento e muita pouca credibilidade’”. Primeiro: diferente dele, eu conheço muito bem Melato. Segundo não faço mais nada em Gaspar onde trabalhei por 30 anos e conheço suas entranhas há mais de 60 porque ele é um dos que não deixa. Terceiro, pago pesados impostos ao município de Gaspar (inclusive daquilo que está subjudice e armado em sociedade com o PT por Melato), todos à vista, não me beneficiando de nenhum “refis”. Quarto: não faço nada porque o próprio PT e o Melato não me deixaram. Para intimidar, calar-me –como não conseguiram nos processos – vingaram-se. Impediram empreendimentos meus, a tal ponto de desapropriar imóvel industrial, sem motivação e previsão orçamentária municipal. Ele foi adquirido em leilão público, disponível para todos, que por desinteresse ou incapacidade, nem Melato, nem os petistas, nem a prefeitura, nem empresários, nem ninguém se interessou e que resultou deserta pelo menos uma vez.
O IMPRESSIONANTE MELATO V
Melato reclama que não me vê em Gaspar. O que ele diz é que eu não faço acertos com políticos ou fico à vista para a pressão, o constrangimento dele e sua turma. Esse é o problema. Melato, inclusive, remeteu a denúncia da Câmara, originada na bancada petista, ao Tribunal de Contas e lá fez advocacia administrativa a favor da causa petista. Por fim, para não ir muito longe na minha autodefesa e num espaço tão nobre: se eu não tenho credibilidade como afirma, qual a razão do Melato estar tão preocupado comigo a tal ponto, de mais uma vez, estar como testemunha do PT, contra os fatos, contra a honra de uma juíza, contra a transparência, contra os vulneráveis e a favor do balacubaco? A Lava Jato que desqualifica promotores, juízes e imprensa investigativa, explica melhor os políticos. Acorda, Gaspar!
Ilhota em chamas I. Iguaizinhos. O prefeito de Gaspar, Kleber Edson Wan Dall, PMDB, tentou não colocar nada no Fundo da Infância e Adolescência. Bafafá iniciado aqui. Recuou. Limitou a 1% da Receita Anual Líquida, sem acumular como acontecia.
Ilhota em chamas II. Érico de Oliveira, do mesmo PMDB, tinha a mesma intenção mas esperou o desfecho de Gaspar. Agora, ele vai baixar a obrigatoriedade de 1%, criada em 2014 ao tempo de Daniel Christian Bosi, PSD, para 0,5%.
Ilhota em chamas III. Ambos, economizam com os vulneráveis, crianças e adolescência, enquanto criam cabides e despesas nas estruturas de governo em plena crise econômica. O PL 33/2017 está na Câmara sem justificativas. Também, pudera.
Ilhota em chamas IV. Depois de praguejar contra esta coluna e principalmente o Ministério Público que botou o olho nas irregularidades e jogadas entre paredes no caso da indústria dos loteamentos e que deu até cadeia para o ex-prefeito, Daniel Christian Bosi, PSD, o atual começou a regularizar a parte burocrática como audiências, compensações ambientais, cessão de terras ao município para arruamentos, etc.
Ilhota em chamas V. Estranho, todavia, é o PL 65/2017 que autoriza a prefeitura receber da L3 Empreendimentos Imobiliários, um Gol, 2017, placas QIQ 2684, em doação “em razão do Loteamento Seu Leopoldo”.
Dupla jornada. “Levou multa? Recorremos para você”, diz a propaganda nas redes sociais da Brandt Assessoria em Trânsito. E de quem ela é? De Luciano Amaro Brandt, um agente de trânsito da Ditran de Gaspar.
Como assim? Ele e os colegas multam e oferece, por dinheiro, retirar a multa aplicada pelo órgão aos motoristas e motociclistas? E ninguém na prefeitura viu isso ainda? Ou fechou os olhos. Inacreditável! Esbórnia! Acorda, Gaspar!
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