Por Herculano Domício - Jornal Cruzeiro do Vale

Por Herculano Domício

07/09/2017

O IMPRESSIONANTE MELATO I
A Terceira Câmara Criminal do Tribunal de Justiça, em apelação, no dia 22 de agosto, por unanimidade, confirmou, parcialmente, a condenação daqui da Comarca ao ex-vereador e ex-líder do governo do Pedro Celso Zuchi, PT, na Câmara, José Amarildo Rampelotti. Isso é notícia. Refere-se ao caso em que, da tribuna, usando uma suposta imunidade parlamentar, Rampelotti “triturou” a juíza Ana Paula Amaro da Silveira, naquilo que a Globo inventou no Fantástico do domingo 24.03.2013 e o PT daqui, alimentou na pauta para desmoralizá-la. Era sobre o suposto tráfico de crianças e doações irregulares no ambiente de abrigamento, então modelo no Brasil. Tudo calculado. Desmoralização feita para a vingança – e só depois da juíza deixar a Comarca. Ela atuou Em Gaspar por 11 anos, e atendeu uma promoção a Florianópolis. E a razão da ira e corretivo? As sentenças que Ana Paula deu por provas e convicção, a pedido do Ministério Público, em diversos casos contra o poder de plantão. A confirmação da condenação no TJ com os desembargadores Rui Fortes (relator), Moacyr de Moraes Lima Filho e Ernani Guetten de Almeida.

O IMPRESSIONANTE MELATO II
Lendo as 42 páginas do acórdão, em alguns momentos pareceu-me que o apelado era eu. E por que? Porque fui o único na imprensa que não me calei neste e em outros casos dos poderosos. Vivo desafiando-os e pago caro por isso. É da escolha. Na inicial, a juíza com quem não tenho laços de amizade e faz dois anos que não a contato, mas a tinha como fonte nos casos da infância, ancorou parte das suas pretensões contra a difamação, num artigo que escrevi. Convenceu e venceu. Fato passado. No recurso de Amarildo, a defesa da juíza, usou – sem me consultar e não tenho nada a reclamar, pois o meu escrito é de domínio público- outro artigo desta “Olhando a Maré”: “A arte de engolir sapos, tudo pelo poder”, de 17.07.2013. Nele abordei o ato de repúdio às armações contra a juíza. Ele foi feito no auditório da Câmara. Nele, faltaram, vejam só, Amarildo e o presidente da Câmara, José Hilário Melato, PP. Sintomático, não é? E Melato, foi testemunha de Amarildo neste caso só para me desqualificar. Tudo a ver. E veja o que ele falou a meu respeito no juízo.

O IMPRESSIONANTE MELATO III
“Esclareceu que seu partido [PP] não faz parte da base do governo, estando numa posição neutra”. O PP não fazia. Melato sim. Está provado em várias votações, atitudes, manobras e resultados. Melato fez várias vezes par com Amarildo. A cidade inteira sabe disso. “Disse não ter feito nenhuma fala, na Câmara a respeito [ataques do Amarildo contra a juíza, ou juízo de valor] desse assunto”. Esperto! Lança-se à amnésia calculada. Entretanto sobre este escriba, ele não esqueceu de nada. Impressionante. Orientado, tentou desqualificar-me de todas as formas. E para que? Para desqualificar o artigo que abriu a defesa da juíza Ana Paula no recurso de Amarildo no TJ. Parece que essa tática, pelo resultado do julgamento, não deu muito certo e não comoveu os julgadores. Estou com mais crédito do que os políticos como ele que se identificou como um executivo [nunca foi, o executivo da área dele era Hélio José Bernz], mas confirmou ser, na verdade um longevo político [reeleito cinco vezes vereador], o que deve ter valido mais para os julgadores. “Assegurou conhecer o colunista de nome Herculano, pois trabalhou com o depoente na empresa Bunge. Explanou que, atualmente, Herculano não faz nada na cidade apenas se esconde atrás de uma coluna intitulada ‘Olhando a Maré’, na qual tece comentários de forma agressiva e contrária a respeito de toda a comunidade gasparense, principalmente sobre políticos da cidade. Inclusive o depoente já foi alvo de tais comentários”

O IMPRESSIONANTE MELATO IV
Prossegue Melato: “Em sua opinião, as declarações do colunista possuem ‘muito pouco fundamento e muita pouca credibilidade’”. Primeiro: diferente dele, eu conheço muito bem Melato. Segundo não faço mais nada em Gaspar onde trabalhei por 30 anos e conheço suas entranhas há mais de 60 porque ele é um dos que não deixa. Terceiro, pago pesados impostos ao município de Gaspar (inclusive daquilo que está subjudice e armado em sociedade com o PT por Melato), todos à vista, não me beneficiando de nenhum “refis”. Quarto: não faço nada porque o próprio PT e o Melato não me deixaram. Para intimidar, calar-me –como não conseguiram nos processos – vingaram-se. Impediram empreendimentos meus, a tal ponto de desapropriar imóvel industrial, sem motivação e previsão orçamentária municipal. Ele foi adquirido em leilão público, disponível para todos, que por desinteresse ou incapacidade, nem Melato, nem os petistas, nem a prefeitura, nem empresários, nem ninguém se interessou e que resultou deserta pelo menos uma vez.

O IMPRESSIONANTE MELATO V
Melato reclama que não me vê em Gaspar. O que ele diz é que eu não faço acertos com políticos ou fico à vista para a pressão, o constrangimento dele e sua turma. Esse é o problema. Melato, inclusive, remeteu a denúncia da Câmara, originada na bancada petista, ao Tribunal de Contas e lá fez advocacia administrativa a favor da causa petista. Por fim, para não ir muito longe na minha autodefesa e num espaço tão nobre: se eu não tenho credibilidade como afirma, qual a razão do Melato estar tão preocupado comigo a tal ponto, de mais uma vez, estar como testemunha do PT, contra os fatos, contra a honra de uma juíza, contra a transparência, contra os vulneráveis e a favor do balacubaco? A Lava Jato que desqualifica promotores, juízes e imprensa investigativa, explica melhor os políticos. Acorda, Gaspar!

TRAPICHE


Ilhota em chamas I. Iguaizinhos. O prefeito de Gaspar, Kleber Edson Wan Dall, PMDB, tentou não colocar nada no Fundo da Infância e Adolescência. Bafafá iniciado aqui. Recuou. Limitou a 1% da Receita Anual Líquida, sem acumular como acontecia.

Ilhota em chamas II. Érico de Oliveira, do mesmo PMDB, tinha a mesma intenção mas esperou o desfecho de Gaspar. Agora, ele vai baixar a obrigatoriedade de 1%, criada em 2014 ao tempo de Daniel Christian Bosi, PSD, para 0,5%.

Ilhota em chamas III. Ambos, economizam com os vulneráveis, crianças e adolescência, enquanto criam cabides e despesas nas estruturas de governo em plena crise econômica. O PL 33/2017 está na Câmara sem justificativas. Também, pudera.

Ilhota em chamas IV. Depois de praguejar contra esta coluna e principalmente o Ministério Público que botou o olho nas irregularidades e jogadas entre paredes no caso da indústria dos loteamentos e que deu até cadeia para o ex-prefeito, Daniel Christian Bosi, PSD, o atual começou a regularizar a parte burocrática como audiências, compensações ambientais, cessão de terras ao município para arruamentos, etc.

Ilhota em chamas V. Estranho, todavia, é o PL 65/2017 que autoriza a prefeitura receber da L3 Empreendimentos Imobiliários, um Gol, 2017, placas QIQ 2684, em doação “em razão do Loteamento Seu Leopoldo”.

Dupla jornada. “Levou multa? Recorremos para você”, diz a propaganda nas redes sociais da Brandt Assessoria em Trânsito. E de quem ela é? De Luciano Amaro Brandt, um agente de trânsito da Ditran de Gaspar.

Como assim? Ele e os colegas multam e oferece, por dinheiro, retirar a multa aplicada pelo órgão aos motoristas e motociclistas? E ninguém na prefeitura viu isso ainda? Ou fechou os olhos. Inacreditável! Esbórnia! Acorda, Gaspar!

 

Edição 1817

Comentários

Sidnei Luis Reinert
10/09/2017 20:33
Domingão de Furacão... Em Brasília...


Edição do Alerta Total ?" www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net
É Flórida... Em meio ao noticiário dominado pelo devastador furacão Irmã, domingo cedinho o Brasil ficou sabendo que o supremo ministro Luiz Edson Fachin, varando a madrugada de sábado, mandou prender, preventivamente, o empresário Joesley Batista e o executivo da J&F, Ricardo Saud. Foi aliviada a barra de Marcelo Miller, ex-procurador da República que virou advogado do grupo da família Batista. O caso dele é grave porque foi braça direito de Janot...
Não há mais detalhes sobre o conteúdo do pedido de Fachin porque tudo está em sigilo no sistema do STF. O por que de tal segredinho judicial é um mistério imperdoável em uma Lava Jato que tenta primar pela mínima transparência. Fica gigantesca a chance de a colaboração premiada da turma da JBS ser revista. O mesmo pode ocorrer com o acordo de leniência firmado pelo Ministério Público Federal com a empresa. A transação penal (ou Free Bargain ?" livre barganha de acusação) entra no centro da polêmica. Até porque "delação" nem sempre é prova, mas sim caminho para obtenção de provas...
Nesta história que ainda vai render muita polêmica, quem ficou bem na fita foi o Procurador-Geral em saideira, Rodrigo Janot. Recentemente, ele pediu ao STF para processar a cúpula do PMDB. Também solicitou que se investigue Lula, Dilma e Aloísio Mercadante por obstrução judicial na nomeação de araque do ex-presidente para obter foro privilegiado. O ministro Fachin mandou o caso vai para a primeira instância da Justiça Federal, já que o trio não tem imunidade...
A decisão de Fachin só ajuda a deixar Lula mais nervoso ainda... Quarta vai sentar de novo na 13ª Vara do juiz Sérgio Moro, em Curitiba... $talinácio terá a missão impossível de desmentir o recente depoimento do companheiro Palocci que promoveu o estrago definitivo no PT e em seu mito decadente. O grande cagaço de Lula é, desta vez, acabar preso. Basta mentir ou perder o controle emocional...
Moro e a Força Tarefa da Lava Jato vão botar toda pressão nele... Por isso, a petelândia desvairada podia esconder Lula e mandar no lugar aquela cara que imita a voz dele no zap-zap... Apesar de mentiroso profissional, o sujeito ao menos parece falar a verdade ?" ao contrário de Lula, cada vez mais com menos credibilidade. Presidenciável em 2018? Esquece...
Tão ou mais tenso que $talinácio só o Presidente Michel Temer. A prisão do chorão Geddel Vieira Lima deixou a cúpula do PMDB com prisão de ventre... Temer, que ainda pode ser alvo de alguma nova denúncia feita por Rodrigo Janot, também sofreria os efeitos colaterais das broncas contra seu ex-ministro Geddel e os ilustres peemedebistas José Sarney, Romero Jucá, Renan Calheiros, Edson Lobão, Valdir Raupp e Sérgio Machado. Os por enquanto excluídos Eliseu Padilha e Moreira Franco que se cuidem...
Resumindo: O furacão famoso pode ser na Flórida... Mas o vento sopra forte e esquisito contra os corruptos em Brasília e adjacências... A tormenta brasileira é, definitivamente, sem categoria... O nome dela? Estado-Ladrão... Nós é que vivemos no olho do escroto furacão...
Herculano
10/09/2017 16:42
O AÇOUGUEIRO ESPERTALHÃO "CAMPEÃO NACIONAL" QUE COMPRAVA O BRASIL COM O DINHEIRO DOS PESADOS IMPOSTOS DOS BRASILEIROS NO CONLUIO DA ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA QUE GOVERNAVA O PAÍS

JOESLEY CHOROU AO CHEGAR NA CELA DA SUPERINTENDÊNCIA DA PF

Conteúdo da coluna Estadão, do jornal O Estado de S. Paulo. Texto de Andreza Matais. O delator Joesley Batista chorou no momento em que os agentes abriram a cela da carceragem da superintendência da Polícia Federal em São Paulo para que ele entrasse após se entregar na tarde deste domingo. A Coluna apurou que Joesley e o executivo da JBS Ricardo Saud devem ser transferidos para Brasília na segunda-feira, 10, em aeronave da Polícia Federal.

Os dois foram presos por determinação do ministro Edson Fachin, do Supremo, atendendo a pedido do procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Eles são acusados de omitir informações no acordo de delação premiada.

A prisão é temporária, com prazo de cinco dias prorrogáveis por mais cinco.
Herculano
10/09/2017 11:00
NESTA SEGUNDA-FEIRA, COLUNA OLHANDO A MARÉ INÉDITA
Herculano
10/09/2017 10:59
FACHIN ATENDE A PEDIDO DE JANOT E DETERMINA PRISÕES DE JOESLEY E SAUD

Conteúdo do jornal O Estado de S. Paulo. Texto deRafael Moraes Moura, Fausto Macedo, Luiz Vassallo e Andreza Matais, da sucursal de Brasília.

O ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu atender ao pedido do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, e determinou a prisão do empresário Joesley Batista, dono do grupo J&F. A informação foi antecipada pelo site O Antagonista e confirmada pelo Estado.

Joesley e Saud estão em São Paulo e pretendem se entregar à Polícia Federal, segundo fontes que acompanham as investigações. O Estado apurou que ainda está em discussão onde os executivos poderiam se entregar às autoridades: se em São Paulo mesmo ou Brasília.

Segundo o Estado apurou, Fachin também teria atendido ao pedido de Janot para prender Ricardo Saud, diretor da J&F. Fontes da Polícia Federal informaram à reportagem que, em tese, não há nada que impeça que as prisões sejam realizadas neste domingo (10).

Os pedidos de prisão foram motivados pela descoberta de que os executivos da J&F omitiram informações sobre supostos crimes ao negociar sua delação premiada.

INTERFERÊNCIA. Gravação entregue na semana passada à Justiça pela própria defesa da J&F mostra Saud e Joesley conversando sobre uma suposta interferência do ex-procurador Marcelo Miller para ajudar nas tratativas de delação premiada, o que seria ilegal.

O ex-procurador ainda fazia parte do Ministério Público quando começou a conversar com os executivos, no final de fevereiro. Ele pediu exoneração da instituição no mesmo mês, mas a deixou de fato apenas em abril.

Até a publicação deste texto, a reportagem não havia confirmado se o pedido de prisão de Miller foi negado por Fachin.

Em um dos áudios entregues à Procuradoria-Geral da República (PGR), Joesley disse: "Eu não vou ser preso. O pessoal não vai, diretor não vai. Ninguém aqui vai ser preso. Não tem nenhuma chance."

DEPOIMENTO. Joesley Batista prestou depoimento na última quinta-feira, por cerca de três horas, na sede da PGR, para explicar o conteúdo da gravação. Na ocasião, disse que não recebeu orientação do ex-procurador Miller para gravar o presidente Michel Temer.

A gravação de uma conversa com Temer, em maio, foi o trunfo que Joesley usou para negociar sua delação com a Procuradoria-Geral da República e obter imunidade ?" benefício estendido a outros executivos do grupo. O episódio mergulhou o governo Temer em sua maior crise, e motivou uma denúncia de corrupção contra o presidente.

Saud e Marcelo Miller também tiveram de prestar esclarecimentos sobre a gravação que pode anular os benefícios da delação premiada.

A prisão de Joesley e Saud foi defendida publicamente pelo ministro Luiz Fux, do STF, durante a sessão plenária da última quarta-feira, o que jogou pressão sobre Janot e Fachin. "Eu verifico que esse episódio revelou que esses partícipes do delito, que figuraram como colaboradores, eles ludibriaram o Ministério Público, eles degradaram a imagem do País no plano internacional, eles atentaram contra a dignidade da Justiça e eles revelaram a arrogância dos criminosos do colarinho-branco", afirmou Fux.

O ministro acrescentou: "De sorte que eu deixo ao Ministério Público a opção de fazer com que esses participantes desta cadeia criminosa que confessaram diversas corrupções, que eles passassem do exílio nova-iorquino para o exílio da Papuda", afirmou, fazendo referência ao complexo penitenciário no Distrito Federal.

Temendo a ordem de prisão, a defesa de Joesley e Saud pediu ao STF para ser ouvida por Fachin, antes da decisão do ministro. O advogado dos executivos, Pierpaolo Cruz Bottini, também colocou os passaportes dos dois à disposição da Justiça.

Julgamento. Na quarta-feira, o STF vai julgar o pedido de suspeição contra o procurador-geral, apresentado pela defesa de Temer, que também pede a suspensão prévia da segunda denúncia que está prestes a ser apresentada contra o peemedebista.

Na mesma ocasião, os ministros deverão discutir, em uma questão de ordem, a validade das provas obtidas no acordo de colaboração da J&F, que passou a ser questionada pela defesa de Temer após a publicação da polêmica.
Herculano
10/09/2017 10:55
DOROTHY, PALOCCI, LULA E O PLANETA CLARION, por José Padilha, cineasta, no jornal O Globo9

O que os seguidores de uma 'profeta' americana dos anos 1950 têm a ver com a nossa atual crise política

Na década de 1950, três sociólogos americanos (Leon Festinger, Henry Riecken e Stanley Schachter) entraram para um culto que previa que o mundo iria acabar no dia 21 de dezembro de 1954. O culto se baseava (como de costume) nas palavras sagradas de um "profeta". No caso, de Dorothy Martin, uma dona de casa nascida em Chicago.

Tal qual Chico Xavier, Dorothy recebia mensagens psicografadas. Só que as mensagens de Dorothy não vinham do além, mas, sim, do espaço. Mais precisamente, do planeta Clarion.

Em uma dessas mensagens, os alienígenas de Clarion informaram para Dorothy que um disco voador viria à Terra à meia-noite do dia 20 de dezembro de 1954, e que salvaria as pessoas que estivessem prontas para serem salvas. A dizer: as pessoas que acreditassem nela. Quem ficasse para trás seria vítima de uma grande inundação.

Eu sei, isso é absurdo. No entanto, pessoas abandonaram empregos e cursos universitários. Teve até gente que deixou a família para se juntar a Dorothy. Foi assim que, no dia 20 de dezembro de 1954, um grupo seleto de indivíduos se reuniu na frente da casa de Dorothy Martin para esperar um ET que viria à Terra especialmente para guiá-los a um disco voador.

Em um brilhante livro, intitulado "When Prophecy Fails", os três sociólogos americanos descreveram o que testemunharam naquela noite fatídica. Vai aqui um resumo dramático, adaptado livremente a partir da Wikipédia:

(A tensão era palpável. Quando o relógio bateu à meia-noite e cinco e nenhum alienígena apareceu, o grupo concordou que o relógio estava adiantado. Arrumaram outro relógio, que marcava 23h55m. À meia-noite e cinco desse segundo relógio ?" dez minutos depois do fim do mundo, portanto ?" o grupo se entreolhou estarrecido: será que os alienígenas os haviam esquecido? E a inundação que se aproximava? Todos encaram Dorothy, à espera de uma resposta. E Dorothy os encarou de volta, enigmática e silenciosa. Quatro horas depois, pressionada por tantos olhares, a profeta finalmente teve um acesso de choro. As lágrimas de Dorothy rolaram por 45 minutos. Finda a choradeira, ela constatou que os seus seguidores ainda estavam ali, à espera de um sinal. Foi então que Dorothy ergueu as mãos aos céus e apelou para a boa vontade divina... E os deuses astronautas, evidentemente, não a decepcionaram. Tomada por poderes sobrenaturais, Dorothy perdeu o controle sobre seu braço direito. A sua mão, em franca desobediência ao seu sistema nervoso central, rascunhou uma mensagem para lá de urgente. Finalmente, notícias de Clarion. Os seguidores de Dorothy se entreolharam, estarrecidos e aliviados. É que, desta feita, as notícias eram boas. Para espanto de todos, a mensagem recebida por Dorothy dava testemunho de que a fé dos ali presentes havia salvo a humanidade. Os deuses, impressionados com o fervor e a dedicação do grupo, haviam decidido cancelar o juízo final. E, sem juízo final, por que diabos os ETs enviariam um disco voador à Terra? Chegando a esta brilhante conclusão, os seguidores de Dorothy puderam dormir tranquilos, sem temer o apocalipse e sem perder a confiança que tinham na sua guia.)

Em seu pequeno livro, os três sociólogos americanos atribuíram a relutância dos seguidores de Dorothy em aceitar a realidade a um fenômeno psicológico denominado de dissonância cognitiva. Quando confrontados por fatos inegáveis que contradizem visões de mundo que defenderam publicamente, a esmagadora maioria dos grupos sociais prefere negar a verdade desses fatos a sofrer a vergonha de ter que reconhecer o erro que cometeram, mesmo que, para isso, precisem criar explicações alternativas absurdas.

Se a tese de "When Prophecy Fails" estiver correta, logo logo estaremos lendo em algumas seletas colunas de jornal e em textos divulgados em nossa melhores universidades que os depoimentos de Antonio Palocci, de Marcelo Odebrecht e de todas as demais testemunhas e delatores que relatam supostos crimes de Lula e do PT desde o mensalão não só foram obtidos sob tortura, como também foram induzidos telepaticamente pelos juízes Joaquim Barbosa e Sergio Moro. E que, obviamente, a mídia golpista retransmitiu as telepatias desses juízes nefastos por todo o país, o que explica a perda de popularidade do líder petista. É ou não é, camaradas?
Herculano
10/09/2017 10:53
O CUSTO JANOT, editorial do jornal O Estado de S. Paulo

Na segunda-feira passada, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, admitiu aquilo que o Brasil já sabia há um bom tempo: a existência de fatos gravíssimos envolvendo a delação da JBS. Imediatamente após a declaração de Rodrigo Janot, surgiram especulações sobre os possíveis desdobramentos do reconhecimento oficial de que a delação da JBS não era exatamente aquele rosário de virtudes que o procurador-geral da República insistia em apregoar. Uma vez mais o País se via enredado em questões sobre o futuro de suas autoridades e de suas instituições. E ninguém deixou de perceber como está saindo cara ao País a atuação açodada do sr. Rodrigo Janot.

Desde a divulgação da delação da JBS em meados de maio, a Procuradoria-Geral da República (PGR) foi questionada por conceder tão generosa imunidade ao sr. Joesley Batista. Além de ser uma clara afronta à lei ?" que proíbe esse benefício aos líderes de organização criminosa (Lei 12.850/2013, art. 4.º, § 4.º, I) ?", a indulgência parecia confirmar a velha sina da impunidade para os ricos e poderosos, num inequívoco sinal de que o crime ainda estava compensando. Era um banho de água fria em tantos brasileiros que julgam ter surgido, nos últimos anos, uma Justiça mais efetiva.

Ainda que severamente prejudiciais à moralidade pública, os ventos de impunidade que acompanharam a delação da JBS não foram o principal estrago causado pelo procurador-geral da República. Seu açodamento, tanto na assinatura do acordo de colaboração premiada com o sr. Joesley Batista como na apresentação da inepta denúncia contra o presidente da República, provocou sérios prejuízos ao País, justamente quando o governo e a sociedade buscavam, a duras penas, superar a grave crise econômica e social deixada pelos anos de PT no Palácio do Planalto.

A atuação descuidada do sr. Rodrigo Janot vai muito além dos efeitos sobre as pessoas envolvidas na corrupção da JBS. Ela atrapalhou a vida de todos os brasileiros, ao comprometer o processo de recuperação da economia, no ritmo que havia adquirido, à época, e ao prejudicar o andamento das reformas no Congresso, em especial os trabalhos da reforma da Previdência. Justamente quando o Legislativo tentava se organizar para conseguir votar um tema difícil, mas indispensável para recolocar o País nos trilhos, como é a mudança do sistema previdenciário, o procurador-geral da República buscou os holofotes para anunciar a existência de provas incontestáveis contra o presidente Michel Temer. Depois, o País percebeu que não era bem assim ?" a denúncia da PGR contra Michel Temer estava eivada de inconsistências ?", mas o estrago estava feito. Por semanas, a agenda do Congresso ficou sequestrada por uma denúncia artificialmente montada, sem que fosse possível avançar nos temas que de fato podem melhorar a vida da população.

Além de atrasarem o trabalho dos parlamentares, os atropelos do procurador-geral da República prejudicaram a economia do País. No momento em que empresários e investidores começavam a vislumbrar um mínimo cenário de estabilidade e voltavam a apostar na recuperação econômica ?" investindo, contratando, destravando projetos, etc. ?", estava lá o sr. Rodrigo Janot, do alto de seu posto, determinado a desfazer essa impressão inicial, intimidando todo e qualquer movimento de recuperação da economia e do emprego. Sua atuação impôs ao País a agenda da instabilidade.

E mesmo após a Câmara dos Deputados ter trazido um pouco de serenidade e responsabilidade ao caso, negando andamento à inepta denúncia contra o presidente da República, Rodrigo Janot voltou a falar de novas acusações contra Michel Temer. E, se alguém duvidasse da existência real de alguma prova consistente, a mensagem era de que ela surgiria de alguma nova delação, como a de Lúcio Funaro.

O País tem assistido a muitos casos de corrupção. São tantos e tão frequentes escândalos que é difícil dizer qual é o maior e mais grave. É fácil, no entanto, definir a imprudência mais custosa e mais danosa ao País nesses últimos tempos, quando se tem um procurador-geral da República incapaz de perceber as consequências de suas ações. Mais uma vez, fica evidente a importância de se cumprir a lei. Poupam-se muitos problemas.
Herculano
10/09/2017 06:03
GASTAR MAIS, SEM MEDO DE SER FELIZ? por Vinícius Torres Freire, no jornal Folha de S. Paulo

Um governo endividado de um país em recessão pode aumentar gastos a fim de estimular a economia, sem que o remédio provoque efeitos colaterais ainda mais daninhos? Isto é, sem que provoque aumento das taxas de juros, de preços e da própria dívida?

Sim, segundo bom estudo baseado na história de 20 países ricos, de Alan Auerbach e Yuriy Gorodnichenko, da Universidade da Califórnia (Berkeley), publicado em agosto ("Fiscal Stimulus and Fiscal Sustainability").

A conclusão se aplica ao Brasil ou a países assim complicados? Os autores não tratam do assunto e fazem ressalvas quanto a usar seus resultados como panaceia, mas o trabalho alegrou muito economista brasileiro crítico da política econômica, em particular heterodoxos e adeptos do estímulo fiscal (gasto público).

O assunto não é tão acadêmico quanto parece, mesmo considerada a chance por ora pequena de economistas de esquerda voltarem ao poder. Não se sabe o que será da recuperação econômica (lerda demais?) e do deficit (a dívida vai crescer rápido demais?). A depender do que vier, o debate sobre alternativas pode esquentar.

Auerbach e Gorodnichenko não especificam o processo que leva do gasto à melhora das condições econômicas nem tratam do tipo de despesa que mereceria incremento. Em resumo, apenas testam o efeito de um aumento súbito do gasto sobre o tamanho da dívida (relação dívida/PIB), preços, taxa de juros e percepção de risco medido pelo CDS ("juro extra" cobrado por conta de risco de calote, grosso modo). Concluem que, em uma economia "fraca" (com desemprego e capacidade ociosa), o efeito do remédio (dívida sob controle e mais atividade econômica) supera efeitos colaterais (juros maiores), isso se houver algum.

Os mercados, especulam, encarariam o estímulo fiscal não apenas como meio de reativar a economia mas de reduzir riscos da crise (políticas de austeridade que pioram o problema fiscal; governos populistas; calotes na dívida pública etc.).

Parece elixir mágico. Mas, afora tecnicalidades que renderão pano para manga entre economistas, há ressalvas da lavra dos próprios autores.

Primeiro, é preciso considerar também o destino de alguns passivos crescentes e sem fundos (Previdência e saúde em países que envelhecem). Segundo, os governos estão bem mais endividados que no passado. Um estímulo fiscal pode não funcionar tão bem agora. Terceiro, o que quer dizer "muito endividado"? O nível da dívida pode não dizer tudo (o Japão, mais saudável, tem mais dívida que a Itália). Enfim, o gasto pode ser apenas malfeito.

"Dada a natureza da amostra, nossos resultados não devem ser interpretados como recomendação incondicional de gasto público agressivo como resposta à deterioração da economia. De fato, a experiência da Grécia e de outros países do sul da Europa são um grave alerta sobre os riscos políticos e os limites da política fiscal", escrevem.

Enfim, tais estudos balizem a reflexão com dados, sejam as conclusões "médias" favoráveis a gasto ou a cortes, mas não é possível agir sem mais, sem diagnóstico preciso do caso, do contexto brasileiro. Quem se habilita a demonstrar que (e em quais condições) um aumento do gasto não terá impacto nos juros, por exemplo?
Herculano
10/09/2017 06:01
MILLER E SAUD COMBINARAM DELAÇÃO

Conteúdo de O Antagonista. O Antagonista apurou que Rodrigo Janot pediu a prisão de Marcelo Miller e Ricardo Saud, porque o ex-diretor de relações institucionais da JBS revelou que montou os anexos da delação premiada a quatro mãos, com o então procurador.

A interlocutores, Janot se diz traído por Miller, pois alega que não sabia da atuação do procurador na condução do acordo de colaboração.

Além disso, a revelação de Saud indica que houve seletividade na apresentação dos crimes cometidos por Joesley e sua turma.

Como O Antagonista publicou há pouco, Joesley contou na quinta-feira que ainda tem gravações inéditas guardadas.

Fachin já acatou o pedido de prisão dos três e deve encaminhar o pedido à PF em breve.

O Antagonista apurou que Rodrigo Janot pediu a prisão temporária de Joesley Batista porque ele admitiu, no depoimento de quinta-feira, que possui outras gravações.

Joesley alegou que não houve má-fé e entregaria os áudios inéditos dentro do novo prazo de 60 dias concedido por Edson Fachin.

A explicação não convenceu Janot. Como O Antagonista revelou, Edson Fachin já acatou o pedido de prisão de Joesley, Ricardo Saud e Marcelo Miller.
Herculano
10/09/2017 05:54
ELEIÇõES 2018, DIVAGAÇõES E PREMONIÇõES, por Bolívar Lamounier, sociólogo, para a revista IstoÉ

A treze meses da sucessão presidencial, é obviamente muito pouco o que podemos dizer com alguma convicção. Previsões, mesmo baseadas em pesquisas, são meros palpites. Convergência de opiniões, só há em relação a uma questão ?" o papel a ser desempenhado por Lula ?" e mesmo essa precisa ser desdobrada em duas: ele poderá se candidatar ou estará nas malhas da Justiça? Se puder, que chances tem de sair vitorioso? Deixarei de lado, por razões óbvias, a de ele estar ou não elegível. Nessa área, minha bola de cristal embaça com a maior facilidade.

E quanto a suas chances de vitória, que podemos dizer nesse momento? Curiosamente, tenho ouvido muita gente falar que ele seria um candidato fraco, por duas razões. Primeiro, os altos índices de rejeição a seu nome, aferidos em numerosas pesquisas. Segundo, no ambiente de ojeriza à política em que o Brasil se encontra, os políticos considerados "velhos" (o que inclui idade e estilo) serão alvo de uma rejeição indiscriminada.

Os eleitores sairão em busca de nomes "novos", não contaminados por velhas práticas. Desse ponto de vista, quem sai bem na foto é João Doria. Lula sai muito mal. Uma grande consultoria internacional chegou mesmo a cravar que o "risco Lula" perdeu importância.

Confesso que ainda não me rendi a tais argumentos. Altos índices de rejeição não são um privilégio de Lula, mas de praticamente toda a classe política. Em tal situação, Lula pode muito bem passar ao segundo turno. A debacle produzida pelos governos Lula e Dilma semeou na sociedade um ressentimento sem precedentes, e a melhor provadisso é que os próprios Lula e Dilma têm a audácia de vir a público tentar responsabilizar o governo Temer pelo desastre que eles mesmos provocaram.

Outro fator de suma importância é que o sentimento antipolítico da sociedade poderá influenciar a eleição de uma forma nunca vista no Brasil, com níveis recordes de abstenção e de votos em branco e nulos. Como seu jeito populista e o eleitorado quase cativo que conseguiu formar com suas políticas sociais paternalistas, Lula poderá sobrepujar os candidatos que não tenham tais vantagens ou que dependam muito do eleitorado de classe média, segmento social que vem se mostrando extremamente crítico de tudo e de todos.

Quem sai bem na foto é João Doria. Lula sai muito mal. Uma grande consultoria internacional chegou mesmo a cravar que o risco Lula perdeu importância
Herculano
10/09/2017 05:45
JANOT TEM ENCONTRO FORA DA AGENDA COM ADVOGADO DE JOESLEY, EM BRASÍLIA

O advogado Pierpaolo Bottini atendeu ordem expressa do seu cliente Joesley Batista, quando abordou o procurador geral Rodrigo Janot em um bar de Brasília, num gesto desesperado do dono do grupo J&F/JBS para tentar reverter ainda neste sábado (9) o pedido de sua prisão protocolado no Supremo Tribunal Federal (STF) na noite de sexta.

É conhecido o hábito de Janot de freqüentar a área comercial da QI 15 do Lago Sul, em Brasília. É um hábito solitário, testemunhado por muitas pessoas. O encontro com o advogado ocorreu e um bar dessa quadra.

O site Antagonista divulgou foto que documentou esse encontro, no qual Janot aparece com expressão fechada, de poucos amigos, diante do advogado que tem um copo de cerveja à sua frente. Bottini divulgou que o encontro foi "casual", e essa foi a explicação que ele mesmo deu ao abordar oprocurador-geral. No bar, a suspeita é que a foto foi obra de pessoa ligada ao advigado.
Herculano
10/09/2017 05:44
EM DEFESA DA AGRICULTURA: VAMOS COMER O QUÊ?, por J.R. Guzzo, na revista Veja

O fato, provado por fotografias, é que poucos países conseguem tirar tanto da terra e interferir tão pouco na natureza ao redor dela quanto o Brasil

A regra é antiga: se você quer fazer uma pessoa feliz com as próprias opiniões, nunca apresente a ela dois lados para uma questão. Apresente um lado só ?" ou, melhor ainda, não apresente nenhum. Nada é mais cômodo do que viver convencido de que certas coisas não podem ser discutidas, pois são a verdade em estado definitivo. É o que está acontecendo hoje com a questão ambiental pelo mundo afora ?" especialmente no Brasil, que teve o destino de ser sorteado com 8,5 milhões de quilômetros quadrados de território com exuberância ambiental. Ficou decidido pela opinião pública internacional e nacional que o Brasil destrói cada vez mais as suas florestas ?" por culpa direta da agricultura e da pecuária, é claro. Terra que gera riqueza, renda e imposto é o inferno. Terra que não produz nada é o paraíso. Fim de conversa. Os fatos mostram o contrário, mas e daí? Quanto menos fatos alguém tem a seu favor, mais fortes ficam as suas opiniões.

As coisas estão deste jeito há anos ?" há apenas uma ideia em circulação, e essa ideia está errada. O resultado direto é a falsificação de alto a baixo de todo o debate sobre desmatamento e cultivo do solo no país. Ninguém poderia imaginar, pelo que se vê e lê todos os dias, que a área de matas preservadas no Brasil é mais do que o dobro da média mundial. Nenhum país do mundo tem tantas florestas quanto o Brasil ?" mais que a Rússia, que tem o dobro do seu tamanho, e mais que Canadá e Estados Unidos juntos. Só o Parque Estadual da Serra do Mar, em São Paulo, é duas vezes maior que a maior floresta primária da Europa, na Polônia. Mais que tudo isso, a agricultura brasileira ocupa apenas 10%, se tanto, de todo o território nacional ?" e produz mais, hoje, do que produziu nos últimos 500 anos. Não cresce porque destrói a mata. Cresce por causa da tecnologia, da irrigação, do maquinário de ponta. Cresce pela competência de quem trabalha nela.

Como a agricultura poderia estar ameaçando as florestas se a área que cultiva cobre só 10% do país ?" ou tanto quanto as terras reservadas para os assentamentos da reforma agrária? Mais: os produtores conservam dentro de suas propriedades, sem nenhum subsídio do governo, áreas de vegetação nativa que equivalem a 20% da superfície total do Brasil. Não faz nenhum sentido. Não se trata, aqui, de dados da "bancada ruralista" ?" foram levantados, computados e atualizados pela Embrapa, com base no Cadastro Ambiental Rural, durante o governo de Dilma Rousseff. São mapas que resultam de fotos feitas por satélite. Pegam áreas de mata a partir de 1?000 metros quadrados; são cada vez mais precisos. São também obrigatórios ?" os donos não podem vender suas terras se não estiverem com o mapeamento e o cadastro ambiental em ordem. Do resto do território, cerca de 20% ficam com a pecuária, e o que sobra não pode ser tocado. Além das áreas de assentamentos, são parques e florestas sob controle do poder público, terras indígenas, áreas privadas onde é proibido desmatar etc. Resumo da ópera: mais de dois terços de toda a terra existente no Brasil são "áreas de preservação".

O fato, provado por fotografias, é que poucos países do mundo conseguem tirar tanto da terra e interferir tão pouco na natureza ao redor dela quanto o Brasil. Utilizando apenas um décimo do território, a agricultura brasileira de hoje é provavelmente o maior sucesso jamais registrado na história econômica do país. A última safra de grãos chegou a cerca de 240 milhões de toneladas ?" oito vezes mais que os 30 milhões colhidos 45 anos atrás. Cada safra dá para alimentar cinco vezes a população brasileira; nossa agricultura produz, em um ano só, o suficiente para 1 bilhão de pessoas. É o que se chama "segurança alimentar", que não existe no Japão, na China ou na Inglaterra, por exemplo ?" para não falar da África e outros fins de mundo onde há fome permanente, e para os quais as sociedades civilizadas recomendam dar esmolas.

O Brasil, que até 1970 era um fazendão primitivo que só conseguia produzir café, é hoje o maior exportador mundial de soja, açúcar, suco de laranja, carne, frango ?" além do próprio café. É o segundo maior em milho e está nas cinco primeiras posições em diversos outros produtos. O cálculo do índice de inflação teve de ser mudado para refletir a queda no custo da alimentação no orçamento familiar, resultado direto do aumento na produção. A produtividade da soja brasileira é equivalente à dos Estados Unidos; são as campeãs mundiais. Mais de 60% dos cereais brasileiros, graças a máquinas modernas e a tecnologias de tratamento do solo, são cultivados atualmente pelo sistema de "plantio direto", que reduz o uso de fertilizantes químicos, permite uma vasta economia no consumo de óleo diesel e resulta no contrário do que nos acusam dia e noite ?" diminui a emissão de carbono que causa tantas neuroses no Primeiro Mundo. Tudo isso parece uma solução, mas no Brasil é um problema. Os países ricos defendem ferozmente seus agricultores. Mas acham, com o apoio das nossas classes artísticas, intelectuais, ambientais etc., que aqui eles são bandidos.

A consequência é que o brasileiro aprendeu a apanhar de graça. Veja-se o caso recente do presidente Michel Temer ?" submeteu-se à humilhação de ouvir um pito dado em público por uma primeira-ministra da Noruega, pela destruição das florestas no Brasil, e não foi capaz de citar os fatos mencionados acima para defender o país que preside. Não citou porque não sabia, como não sabem a primeira-ministra e a imensa maioria dos próprios brasileiros. Ninguém, aí, está interessado em informação. Em matéria de Amazônia, "sustentabilidade" e o mundo verde em geral, prefere-se acreditar em Gisele Bündchen ou alguma artista de novela que não saberia dizer a diferença entre o Rio Xingu e a Serra da Mantiqueira. É automático. "Estrangeiro bateu no Brasil, nesse negócio de ecologia? Só pode ter razão. Desculpe, buana."

Nada explica melhor esse estado de desordem mental do que a organização "Farms Here, Forests There", atualmente um dos mais ativos e poderosos lobbies na defesa dos interesses da agricultura americana e do universo de negócios ligado a ela. Não tiveram nem sequer a preocupação de adotar um nome menos agressivo ?" e também não parecem preocupados em dar alguma coerência à sua missão de defender "fazendas aqui, florestas lá". Sustentam com dinheiro e influência política os Green­peaces deste mundo, inclusive no Brasil. Seu objetivo é claro. A agricultura e a pecuária devem ser atividades privativas dos países ricos ?" ou então dos mais miseráveis, que jamais lhes farão concorrência e devem ser estimulados a manter uma agricultura "familiar" ou de subsistência, com dois pés de mandioca e uma bananeira, como querem os bispos da CNBB e os inimigos do "agronegócio". Fundões como o Brasil não têm direito a criar progresso na terra. Devem limitar-se a ter florestas, não disputar mercados e não perturbar a tranquilidade moral das nações civilizadas, ecológicas e sustentáveis. E os brasileiros ?" vão comer o quê? Talvez estejam nos aconselhando, como Maria Antonieta na lenda dos brioches: "Comam açaí".
Herculano
10/09/2017 05:39
GASTOS DE ROSE COM CARTÃO SÃO SECRETOS ATÉ HOJE, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

Continuam sob sigilo total os gastos com cartão corporativo de Rosemary Noronha, ex-chefe de gabinete da Presidência da República em São Paulo e amiga íntima do ex-presidente Lula. O Superior Tribunal de Justiça manteve o sigilo dos gastos do cartão de Rose a partir de 2011, mas o Planalto e a Controladoria-Geral da União não se pronunciaram sobre os gastos anteriores, durante os governos Lula. Ela foi acusada de tráfico de influência, corrupção e outros crimes.

CONTA OUTRA
Após ignorar a Lei de Acesso à Informação, o Planalto alegou que os gastos de Rose são caso de "segurança da sociedade e do Estado".

VIDA DE MADAME
A suspeita da PF é que a amiga de Lula levava vida de madame, com uso do cartão corporativo inclusive para despesas pessoais.

FATURA ILIMITADA
Entre 2003, quando Lula assumiu, e 2016, quando Dilma caiu, o gasto com cartões foi de mais de R$707 milhões (R$78,6 milhões por ano).

O PROBLEMA CONTINUA
Este ano já foram R$29 milhões. Quase a metade, R$14,1 milhões, é mantida sob sigilo. Grande parte do que sobra é de "saque em espécie"

BNDES EM CUBA É 'CAIXA PRETA' AINDA A SER ABERTA
Ao menos três operações investigam a escandalosa utilização do BNDES para bancar negócios da JBS e obras da Odebrecht no exterior. O volume é tão espantoso que só a transferência de recursos do BNDES para Cuba recomenda a criação de força-tarefa especial. A suspeita é que a obra do porto de Mariel, em Havana, pode ter rendido ao "quadrilhão do PT" mais de US$ 500 milhões, ou R$1,5 bilhão.

TEMPOS LEVIANOS
Na inauguração do porto de Mariel, Dilma disse que a Odebrecht faria o aeroporto de Havana financiado pelo BNDES. Nem havia projeto ainda.

FORAM BILHõES
O governo Lula criou uma maneira de financiar obras da Odebrecht no exterior sem licitação, por meio de acordos bilaterais com os países.

LOBISTA DE LUXO
Investigações indicam que obras bancadas pelo BNDES na África e na América Central foram obtidas para a Odebrecht pelo próprio Lula.

O 'MAIS CORRUPTO'
Ao discutir o escândalo do senador Aécio Neves (PSDB-MG), Joesley Batista classifica o caso de "pequena causa". No áudio, Saud, lobista de Joesley, ri e diz que o PSDB é o "partido mais corrupto do Brasil".

CONSENSO EM ÚLTIMO
Enquete do portal Diário do Poder põe Ciro Gomes (PDT), o ex-governador pré-candidato, em último quando o quesito é "quem você acha que vai ser eleito presidente em 2018". Ele teria 6% dos votos.

LEI ATÉ PARA ISTO
A Comissão de Transporte da Câmara examina um projeto que proíbe as empresas aéreas de utilizarem programas de fidelidade como critério de preferência no embarque. O relator pede rejeição do projeto.

SEGURANÇA É PRIORIDADE
Para 77,4% dos brasileiros, as Forças Armadas deviam ser usadas na segurança pública. O mesmo levantamento do Paraná Pesquisas, mostra que 64,7% acreditam que a corrupção é menor entre militares.

OBRAS PERDIDAS
Tramitam na Câmara projetos que criam novas regras para licitações de obras públicas. Um deles exigirá que conste no edital da licitação a localização da obra utilizando-se coordenadas geográficas.

CONTRA OS ABUSOS
O corregedor nacional de Justiça, ministro João Otávio de Noronha, vai propor no Conselho Nacional de Justiça (CNJ) a uniformização dos contracheques dos magistrados. O objetivo é o controle contra abusos.

NÃO É Só AQUI
A ONG Transparency International pede sanções contra bancos, empresas e políticos europeus num esquema de lavagem de dinheiro que envolve propinas de R$10 bilhões no Azerbaijão para autoridades na Dinamarca, Alemanha, Inglaterra, França, República Tcheca e EUA.

MADAME VACILOU
Foi presa do lado de fora de uma cadeia Teresa Burchfield, 53, mulher do advogado moralista responsável por ética nas empresas de Trump. Foi flagrada no banco de trás de carro com uma presa de 23 anos.

PENSANDO BEM...
...a reforma política poderia ser bem simples: quem quisesse cargo político estaria proibido de concorrer
Herculano
10/09/2017 05:34
PACTOS DE SANGUE MUNDO AFORA, por Clóvis Rossi, no jornal Folha de S. Paulo

Se serve de consolo, saiba que não é só no hiperenlameado Brasil que a Odebrecht firmou "pactos de sangue" com os governos de turno, para usar a expressão empregada pelo ex-ministro Antonio Palocci para definir o relacionamento entre a empreiteira e os governos de seu partido.

Aliás, cabe discutir se não seria mais adequado chamar os governos Lula/Dilma de "governos da Odebrecht" (vale para quase todos os outros governos).

É notícia velha que a Odebrecht pagou US$ 1 bilhão em propinas em 12 países do mundo, 11 deles na América Latina e um na África (Moçambique).
Vale, no entanto, atualizar o andamento das investigações em alguns desses países para mostrar que, como no Brasil, o "pacto de sangue" foi feito com autoridades situadas no topo dos respectivos esquemas administrativos.

No Panamá, por exemplo, acaba de ser detido Demetrio Papadimitriu, ex-ministro da Presidência e, como tal, homem forte do então presidente Ricardo Martinelli (2009/2014).

A Odebrecht, segundo a denúncia, teria aberto uma conta para os pais de Papadimitriu na Banca Privada d'Andorra, conhecido paraíso fiscal, no valor de US$ 10 milhões.

No Equador, o funcionário na berlinda ocupa posto ainda mais alto e tem maior relevância política. Trata-se de Jorge Glas, o vice-presidente, aliás eleito faz pouco na chapa da Alianza País, encabeçada por Lenín Moreno.

Glas está na estranha situação de manter o cargo de vice-presidente, mas ter sido deixado sem funções pela Assembleia Nacional, além de proibido de sair do país.

O vice-presidente era, na verdade, o candidato preferido do então presidente Rafael Correa para sucedê-lo. Perdeu na disputa interna para Moreno.
Se, no Panamá, a investigação acua um governo de direita, no Equador o faz com um de esquerda ?"o que só mostra que a Odebrecht não liga para o tipo sanguíneo dos governantes com os quais faz pactos.

Na Colômbia, acaba de renunciar Luis Fernando Andrade, diretor da Agência Nacional de Infraestrutura e o primeiro funcionário de alto nível do governo Juan Manuel Santos a cair por causa da Odebrecht. Nem é preciso dizer que a Procuradoria colombiana anunciou que pretendia denunciá-lo por intromissão indevida em contratos, logicamente de infraestrutura ?"a área na qual as empreiteiras fazem seus pactos.

A suspeição sobre a idoneidade de governantes vem de tempos imemoriais. Lembro-me de uma frase que ouvia há uns 50 anos de minha avó, filha de italianos, que de vez em quando soltava sem mais aquela: "Piove, governo ladro". Maneira de dizer que até a chuva era culpa da roubalheira dos governos.

O caso da Odebrecht expõe com mais nitidez o outro lado do balcão (ou do pacto de sangue): é óbvio que, se há um corrompido, há de haver um corruptor ?"este necessariamente no setor privado.

Mas, até agora, salvo erro de memória, empresários e executivos ficavam longe dos holofotes e, por extensão, longe da cadeia. Romper o pacto de sangue é, talvez, a única maneira de livrar a América Latina de um capitalismo mafioso, uma das principais causas de seu atraso
Herculano
10/09/2017 05:30
ATUAÇÃO DE EX-PROCURADOR PODE LEVAR A INVALIDAÇÃO DE PROVAS NO CASO JBS, por Josias de Souza

O procurador-geral da República Rodrigo Janot sustenta que a provável rescisão do acordo de colaboração judicial da JBS não invalida as provas obtidas por meio dos delatores. Pode não ser bem assim. Inaugurou-se nos bastidores do Supremo Tribunal Federal e da própria Procuradoria um debate sobre as consequências de uma reviravolta no acordo. As autoridades admitem que há, sim, o risco de anulação de determinadas provas. Isso tende a ocorrer se ficar comprovado que o ex-procurador Marcelo Miller orientou os delatores da JBS enquanto ainda era membro do Ministério Público Federal.

Nas últimas 72 horas,a coluna conversou sobre o tema com três pessoas. Primeiro, ouviu dois procuradores da República, um deles familiarizado com as investigações da Lava Jato. Depois, escutou um ministro do Supremo Tribunal Federal. Falaram sob reserva, com o compromisso de que seus nomes fossem preservados. Os procuradores inicialmente ecoaram Janot. Ambos evocaram a lei que disciplina a colaboração premiada. Ela prevê: se a má conduta de colaboradores leva à rescisão do acordo, eles perdem os benefícios judicias. E o Estado aproveita as provas.

O ministro da Suprema Corte concordou com os procuradores. Mas fez uma ressalva: o Estado poderá aproveitar as provas desde que elas tenham sido coletadas de forma legal. O magistrado foi ao ponto: se ficar demonstrado, por exemplo, que o Marcelo Miller, ex-colaborador de Rodrigo Janot, orientou os delatores na produção das gravações que incriminaram alvos da delação, esses áudios podem ser invalidados.

O magistrado citou as gravações feitas pelo empresário Joesley Batista com Michel Temer e o senador tucano Aécio Neves. Disse ter ficado "chocado" ao saber que o dono da JBS agiu "100% alinhado" com Miller, um ex-colaborador de Janot, ainda na pele de membro do Ministério Público.

No autogrampo que provocou a reviravolta no caso JBS, Joesley diz ao executivo Ricardo Saud coisas assim: "?Eu quero que nós dois temos que estar 100% alinhado. Nós dois e o Marcelo, entendeu? É, mas nós dois temos que operar o Marcelo direitinho pra chegar no Janot e pá?." Foi esse tipo de diálogo, chamado posteriormente por Joesley de "conversa de bêbado", que causou espanto na Suprema Corte.

Diante das ponderações do ministro do Supremo, a coluna voltou a conversar com um dos procuradores entrevistados anteriormente. Ele admitiu que gravações eventualmente produzidas sob orientação de Marcelo Miller poderiam ser tachadas de ilegais. Mas seria necessário provar que o ex-procurador atuou efetivamente nas duas pontas, assessorando os delatores e a Procuradoria. Ele avalia que isso ainda não está cabalmente demonstrado.

Eis o que disse o procurador: "Achamos que todas as provas, inclusive as gravações, permanecem hígidas. Mas haverá, evidentemente, um questionamento dos acusados. E o nosso Judiciário, conservador e garantista, tende a interpretar a lei em benefício dos acusados, não da sociedade. Se comprovada, a participação do Marcelo Miller como mentor da produção de provas poderia ser caracterizada como uma investigação controlada. E ações desse tipo só poderiam ser feitas com autorização judicial."

Embora concordasse com a tese do ministro do Supremo, o procurador declarou que a eventual anulação de provas específicas não extingue o processo. Afirmou que permanecerão de pé os documentos entregues por delatores, os depoimentos prestados por eles e outras evidências recolhidas ao longo da investigação.

O procurador chegou mesmo a dizer que, no processo contra Temer, congelado pela Câmara, a gravação feita por Joesley no Palácio do Jaburu pode ser substituída pelo que chamou de "confissão extrajuducial" do presidente da República. Referia-se a entrevistas e pronunciamentos nos quais Temer, ao tentar justiticar-se, confirmou o encontro e o teor da conversa tóxica com o dono da JBS.

Para reforçar sua argumentação, o procurador citou o caso da nomeação de Lula para o cargo de ministro-chefe da Casa Civil no governo de Dilmar Rousseff. A nomeação foi anulada pelo Ministro Gilmar Mendes, do Supremo, com base num diálogo telefônico que escancarava a intenção de dar a Lula o foro privilegiado, livrando-o de eventuais ordens de prisão emitidas por juízes de primeira instância.

A conversa de Lula com Dilma havia sido captada num grampo telefônico da Lava Jato. Mas sua legalidade era contestada, porque a gravação ocorreu depois que o juiz Sergio Moro já havia determinado a interrupção da interceptação do telefone de Lula. Ainda assim, Gilmar não teve dúvidas em utilizar o grampo. Ele anotou em seu despacho:

"A validade da interceptação é publicamente contestada, por ter sido realizada após ordem judicial para a suspensão dos procedimentos. De fato, houve decisão determinando a interrupção das interceptações em 16 de março, às 11h13. A ordem não foi imediatamente cumprida, o que levou ao desvio e gravação do áudio mencionado. No momento, não é necessário emitir juízo sobre a licitude da gravação em tela. Há confissão sobre a existência e conteúdo da conversa, suficiente para comprovar o fato."

Gilmar acrescentou que Dilma admitira a existência da conversa e o seu conteúdo em duas oportunidades. E emendou: "Ou seja, há uma admissão pessoal da existência da conversa e da autenticidade do conteúdo da gravação. Estamos diante de um caso de confissão extrajudicial, com força para provar a conversa e seu conteúdo, de forma independente da interceptação telefônica. Aplicam-se, aqui, o artigo 212, I, do Código Civil, combinado com o artigo 353 do Código de Processo Civil."

Na avaliação do procurador que falou a coluna, ocorre a mesma coisa com a gravação da conversa de Joesley e Temer. Para ele, embora Temer tenha se recusado a prestar depoimento à Polícia Federal, suas manifestações públicas também têm o peso de uma "confissão extrajuidicial."

O debate tende a ganhar o noticiário nas próximas semanas. Sobretudo porque, ao pedir ao Supremo que mande prender Marcelo Miller junto com Joesley Batista e Ricardo Saud, Rodrigo Janot reconheceu que, a seu juízo, o ex-procurador descumpriu a lei. Resta saber até onde foi a transgressão.
Herculano
10/09/2017 05:23
da série: o que Dirceu, o guerrilheiro, nos diz é que Palocci quebrou o código dos bandidos e deixou a organização criminosa exposta, e que ela não admite traidores. Ou seja, confirmou o que todos sabiam sobre ele próprio, Lula, PT..., mas eles negavam, e até processam a imprensa por causa disso, avacalham o Ministério Público e desacreditam o Judiciário. Tudo a ver

JOSÉ DIRCEU DIZ QUE PREFERE MORRER A DELATAR COMO PALOCCI

José Dirceu, condenado na Operação Lava Jato, diz que prefere "morrer" antes de delatar, como tenta fazer o ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci.

PREÇO
O próprio Dirceu, questionado sobre o depoimento em que Palocci envolve Lula diretamente com o recolhimento de propinas para o PT, respondeu a interlocutores: "Só luta por uma causa quem tem valor. Os que brigam por interesse têm preço. Não que não me custe dor, sofrimento, medo e às vezes pânico. Mas prefiro morrer que rastejar e perder a dignidade".

FICHA
O depoimento do ex-ministro da Fazenda ao juiz Sergio Moro levou a uma comparação entre o comportamento dele e de condenados como Dirceu e João Vaccari, ex-tesoureiro do PT. Os dois suportariam tudo em nome de uma "causa". Já Palocci jamais teria tido qualquer compromisso com ela.
Herculano
10/09/2017 05:17
A VERDADE VOS CONDENARÁ, porCarlos Brickmann

Há gente, sem a qual uma ladroeira desse porte seria inviável, festejando a liberdade. Estão enganados: o tesouro em dinheiro vivo encontrado no apartamento do amigo de Geddel traz o "Abre-te Sésamo" de investigações que poderão chegar a resultados espetaculares. Esqueçamos os dólares e euros: nossa moeda (e nosso tema) é o Real. Os quase 43 milhões de reais.

Imaginemos que o caro leitor tenha fundos para sacar R$ 30 mil de sua conta no banco. Não basta dirigir-se ao caixa: é preciso ligar antes, marcar hora, porque o banco não armazena grandes quantias. Sua transação será comunicada às autoridades e pode entrar nos cruzamentos de informações do seu Imposto de Renda. Aliás, essa comunicação às autoridades é feita a partir de retiradas, cheques ou remessas de R$ 5 mil em diante.

Como ensinou Deep Throat, o delator que ajudou os repórteres Carl Bernstein e Bob Woodward a decifrar o escândalo de Watergate, que derrubou o presidente americano Richard Nixon, siga o caminho do dinheiro. Como é que Geddel pôde juntar R$ 43 milhões sem explicações?

Ou os bancos não informaram as autoridades ou as autoridades fecharam os olhos. Nos dois casos, a falha é suspeita. Não se diga que os corruptores já mandaram as propinas em dinheiro vivo: grandes empresas fazem transferência bancária, pagam em cheque, emitem boletos. Esta é a hora de seguir o caminho do dinheiro. Chegarão aos bancos, ao Governo, a ambos?

OS PUROS

No quadro de investigações e denúncias da Lava Jato e conexos, brilham os bancos pela ausência. Devemos imaginar que nenhum banco nacional ou estrangeiro concordou em dar apoio a campanhas eleitorais, em nome, claro, da democracia? Nenhum terá oferecido um pixuleco a quem poderia ajeitar alguma situação desconfortável? Nem o BNDES, fonte inesgotável de empréstimos a juros baixíssimos, subsidiados por nós, a empresas como a J&F, de Joesley, controladora de JBS, Friboi e outras?

É difícil acreditar que justo quem trabalha com dinheiro nunca tenha sido procurado.

OS IMPOSTOS

Há casos que mostram bom relacionamento entre bancos e governantes. Um ocorreu quando uma analista de investimentos fez previsões sombrias, e o próprio Lula exigiu sua demissão (lembra? "Essa moça que falou não entende porra nenhuma de Brasil e não entende nada de governo Dilma. Manter uma mulher dessas num cargo de chefia... Pode mandar embora e dar o bônus dela para mim que eu sei como é que falo"). O banco demitiu a analista imediatamente. Ninguém terá recebido o tal bônus, como agrado?

O DEMOLIDOR

Não nos esqueçamos de que o ex-ministro Antônio Palocci fez um depoimento devastador por conta própria, sem delação premiada. Ele, antes de qualquer outro petista, estabeleceu contato com os bancos. Sabe o que o sistema financeiro fez no verão passado. Sua delação premiada promete.

O AUTOGOLPE

"Quando a esperteza é muita", ensinava o sábio político mineiro Tancredo Neves, "vira bicho e come o dono". Joesley Batista pensava ser esperto, depois que gravou uma conversa comprometedora com Michel Temer, para entregá-la à Procuradoria, em troca de pagar uma multinha, ficar livre e se mudar com a família, o dinheiro e as empresas para os EUA.

O MUNDO REAL

Não era tão esperto assim. Numa gravação que entregou à Procuradoria, havia uma conversa com assessores diretos em que diz grosserias sobre a presidente do Supremo, usa frases que lançam suspeitas sobre as relações com um procurador que o investigava (e logo se demitiu, mudando de lado, para trabalhar com seus advogados), insinua ter sob controle vários ministros do STF. Há duas versões sobre o áudio que gravou e entregou:

a) Não conhecia direito o gravador, que se liga sozinho quando há som. Ao apagar a gravação, não sabia que ela fica fora do alcance, mas um perito a recupera. Só é mesmo apagada quando algo for gravado em cima.

b) Queria vincular seus assessores à delação, para evitar traições.

Em qualquer caso, agiu como amador. E a Polícia Federal é profissional.

SONHO IMPOSSÍVEL

Joesley tinha um sonho: fazer a delação premiada antes de ser preso, ficar livre, levar suas empresas para os Estados Unidos (talvez a holding J&F para a Irlanda, onde a tributação é mais civilizada), viver no Primeiro Mundo. Acontece que o acordo da delação prevê a perda dos benefícios em caso de omissões ou falsidades. Seus bens podem ficar indisponíveis. Ele e as empresas podem ser acusados de lavagem de dinheiro e formação de quadrilha. As ações podem ser leiloadas para cobrir multas e prejuízos. O segundo maior acionista do grupo, o BNDES, passaria a controlador). Temer não perderia a chance de se vingar.

Quem tudo quis nada vai ter.
Herculano
10/09/2017 05:08
PODER DISFUNCIONAL, por Hélio Schwartsman, no jornal Folha de S. Paulo

Depositamos tantas esperanças em que o Judiciário dê um jeito no Brasil que perdemos de vista o fato de que ele é possivelmente o mais disfuncional dos Poderes da República e também tem sua parcela de responsabilidade na crise que vivemos.

Com efeito, contamos com juízes e promotores não só para identificar e punir empresários e políticos metidos com corrupção como também para suprir as muitas inoperâncias do Congresso. Estão na pauta do STF questões importantes como a laicidade do ensino público, a descriminalização do uso de drogas e do aborto, para citar apenas as mais candentes.

Pessoalmente, acho que cortes constitucionais sempre têm legitimidade para ampliar direitos individuais, mas é forçoso reconhecer que esse tipo de decisão causaria menos polêmica se fosse tomada pelo Legislativo. Este, porém, prefere omitir-se sobre matérias com potencial para indignar fatias do eleitorado.

O ponto é que, por mais relevantes que sejam os serviços que os juízes estão prestando, não dá para deixar de reparar nos muitos pecados coletivos do Judiciário. Para início de conversa, ele é assustadoramente ineficiente. Em proporção do PIB, gastamos aqui com Judiciário/MPs/Defensorias 1,8% do PIB, o que é cinco vezes mais do que a Alemanha ou nove vezes mais do que a França.

No mais, a corrupção só chegou aos níveis que chegou porque, desde sempre, a Justiça se furtou a investigar e julgar autoridades. É também ao Judiciário que devemos creditar parte dos privilégios que o Estado brasileiro injustificadamente concede a grupos de servidores, o que se consubstancia em infindáveis penduricalhos extrassalariais, múltiplas férias etc. Essas regalias em geral têm início com juízes, mas depois se espalham num magnífico efeito cascata por quase todo o funcionalismo.

E olhem que ainda nem trombamos com o problema da corrupção no Judiciário, que também existe.
Herculano
10/09/2017 05:04
SEGUNDA-FEIRA É DIA DE COLUNA OLHANDO A MARÉ INÉDITA
Herculano
09/09/2017 12:51
COISA DE FACÇÃO. OFENSIVA PARA ESCONDER E PERPETUAR O CRIME E A FORMA DE OPERÁ-LO

APóS DENÚNCIAS CONTRA A CúPULA DA SIGLA, PT DEFENDE OFENSIVA SOBRE JANOT EM CPI DO CONGRESSO, na coluna Painel (Daniela Lima e Thais Arbex) do jornal Folha de S. Paulo.

Todos contra um
As denúncias de Rodrigo Janot contra a cúpula do PT surtiram efeito no Congresso. Irritados com a atuação da PGR, deputados petistas agora endossam ofensiva antes protagonizada só por aliados de Michel Temer para fustigar o chefe do MPF. Após a sigla ser alvejada pelas acusações de obstrução de Justiça e organização criminosa, nomes do partido passaram a defender que o procurador-geral seja levado à CPI que investiga a JBS para explicar o acordo que fechou com Joesley Batista.

Te pego na saída
Enquanto Janot estiver à frente da PGR, os integrantes da CPI só podem convidá-lo a falar. Quando ele deixar o comando do órgão, a partir do dia 18, poderá ser convocado.

Efeito colateral
Os petistas afirmam que Janot apresentou as denúncias contra o partido para "desviar o foco" da crise que se instalou em seu gabinete após o autogrampo de delatores da J&F. "Ele adotou procedimento básico em qualquer manual de gerenciamento de crise", diz Paulo Pimenta (PT-RS).

Ipsis litteris
O discurso do PT é idêntico ao que foi adotado pelo PMDB nesta sexta (8), após Janot também denunciar a cúpula da sigla no Senado por organização criminosa.

Estrela cadente
Um aliado de Temer foi a um famoso restaurante português, na quinta (7), em Brasília. Notou que Janot comia no mesmo lugar com a família. Ao relatar o caso, fez uma observação: foi a primeira vez que viu o chefe da PGR passar por um espaço público sem ser tietado.

Gato escaldado
Houve forte clima de desconfiança durante o depoimento dos delatores da J&F. Os executivos da empresa e seus advogados tiveram que deixar celulares e até relógios do lado de fora da sala.

Precedente
Janot avisou a aliados que liquidaria o assunto "Joesley" nesta semana. Políticos que apostaram em uma reação rápida lembraram, nesta sexta (8), que Rodrigo Rocha Loures foi preso em um sábado.

Tendão de Aquiles
Aliados e adversários de Temer admitem que, no cenário atual, só a descoberta de um vínculo direto entre o presidente e a dinheirama atribuída ao seu ex-ministro Geddel Vieira Lima (PMDB-BA) reacenderia o desejo do Congresso de aceitar a segunda denúncia de Janot contra o presidente.

Ficha corrida
A delação de Lúcio Funaro, recheada de acusações contra o PMDB, seria insuficiente para afastar Temer. Motivos: 1) Funaro admite que não tinha proximidade com o presidente; 2) O governo tratará o doleiro como criminoso confesso, reincidente e violento.

Por ela
Nas tratativas com a PGR, Funaro pediu para incluir benefícios à sua irmã, Roberta, no rol das premiações de seu acordo de colaboração. Ela foi presa em maio após ser flagrada recebendo dinheiro de Ricardo Saud, da J&F, em nome do corretor.

Por ela 2
O doleiro não conseguiu garantir a imunidade para a irmã, mas fez "pré-tratativas" com a Procuradoria para conseguir benefícios no futuro. A prisão de Roberta, fruto da delação da J&F, foi o gatilho para que Funaro decidisse colaborar.

Melhor do que nada
O presidente Michel Temer comentou com aliados que ficou "muito satisfeito" com o fato de não ter havido protestos violentos contra ele no Sete de Setembro. Também não houve aplauso, registre-se.

Nem vem
A equipe do prefeito João Doria nega ter recebido qualquer levantamento a respeito de sua avaliação em São Paulo.

Nicho
O senador Álvaro Dias (Podemos-PR) sondou o conselheiro do CNJ Norberto Campelo sobre eventual candidatura ao governo do Piauí, em 2018. O partido dele, assim como a Rede, de Marina Silva, busca atrair nomes do Judiciário para a política
Herculano
09/09/2017 12:43
A JUSTIÇA FRACA, LENTA, CARA, PARTIDÁRIA E COM UMA HERMENÊUTICA IDEOLóGICA OU PARA OS AMIGOS DO CÍRCULO DE PODER

MINISTRO ENVIA À PF PEDIDO DE GILMAR PARA INVESTIGAR CITAÇÃO EM REVISTA

Conteúdo do jornal Folha de S. Paulo. O ministro da Justiça, Torquato Jardim, informou que enviou à Polícia Federal pedido do ministro Gilmar Mendes (Supremo Tribunal Federal) para investigar citações ao nome dele relacionadas à JBS e que apareceram em reportagem da revista "Veja" desta semana.

"Solicito imediata instauração de investigação a respeito das declarações constantes na referida matéria, para que assim fiquem desde logo esclarecidos os fatos e as circunstâncias em que prestadas", diz Gilmar, em ofício enviado ao ministro da Justiça.

A PF ainda não se manifestou.

Reportagem da revista Veja trouxe a transcrição de uma suposta conversa entre a advogada da JBS Renata Araújo e seu então marido, Pedro Bettim Jacobi, responsável pela gravação. Jacobi, que está em um processo de separação litigioso com Renata, entregou ao Ministério Público dados do celular e de um HD da ex-mulher, segundo a matéria.

Na conversa com Jacobi, Renata afirma que recebeu apelos de Dalide Corrêa, ex-braço direito de Gilmar Mendes no IDP (Instituto Brasiliense de Direito Público), para que não viesse à tona alguma informação comprometedora para ela e o ministro do STF.

O material também conta com diálogos entre Renata e Francisco de Assis e Silva, diretor jurídico da JBS, nos quais traçam estratégias ilícitas para obter decisões jurídicas favoráveis à empresa, inclusive pagamentos em espécie. São citados nas conversas pelo menos três ministros do STJ (Superior Tribunal de Justiça) e a mãe de Renata, desembargadora federal.

Em nota, Renata disse que o material não é verdadeiro e tem "claros sinais de edição". "Com relação à matéria veiculada em alguns meios de comunicação esta semana, tenho a dizer que se baseia em material mentiroso, com claros sinais de edição, elaborado e fornecido por pessoa com quem tive curto relacionamento ?"no qual, desde o início, fui vítima de estelionato?" que terminou com uma ação de divórcio litigioso e pedido de nulidade do casamento", afirma o texto.

"Esclareço que minha relação como a JBS e todos meus clientes sempre foi profissional e clara, pautada na legalidade, com contrato firmado, serviços efetivamente prestados e pagamentos comprovados mediante a emissão de notas fiscais. Nunca recebi nem repassei nenhum valor ilegal recebido da empresa."
Herculano
09/09/2017 08:46
SUPREMO: PROCURA-SE, por Luiz Francisco de Carvalho Pinto, advogado criminal. Foi presidente da Comissão Especial de Mortos e Desaparecidos Políticos, no jornal Folha de S. Paulo

A credibilidade do STF definha paulatinamente. O filme "Polícia Federal "" A Lei É Para Todos" é maniqueísta também ao estimular riso, desprezo e raiva na plateia: o Supremo aparece na trama como ameaça concreta aos heroicos e honestos propósitos policiais.

Mas o problema não está no filme. Nem na temerária e injustificada suspeita que o procurador-geral da República difundiu no escândalo da semana.

A crise interminável ocupa os trabalhos da corte há anos. Reage muitas vezes não como órgão coletivo, mas como uma somatória desordenada de gabinetes, com agenda própria mais ou menos discreta. As diferenças entre ministros extrapolam os recintos do tribunal.

Como reverter esta tendência? Modular o confronto de ideias, investir em pautas positivas nas turmas e no pleno, periódicas, voltadas para outros temas de interesse público, estabelecer prazos peremptórios para pedidos de vista e para a confirmação de determinadas decisões monocráticas são algumas medidas regimentais factíveis e eficazes.

Mas é pouco. O Brasil precisa de gestos e precisa, mais do que nunca, da presença frutífera do Supremo Tribunal Federal. O sistema político falido, os partidos, a Presidência e o Congresso em desgraça, o sistema judiciário transmitindo sinais oscilantes de ineficiência, impunidade e rigor extremo, corroendo valores e garantias tradicionais, o desastre fiscal e a recessão formam quadro dramático de decomposição.

O STF pode controlar as próprias contas e estimular reformas legislativas e constitucionais (ainda que a Constituição não lhe conceda a iniciativa formal de emenda) para correção de desvios corporativos da magistratura e, por extensão, de outras carreiras jurídicas, que destoam da realidade. Não faz sentido juízes usufruírem dois meses de férias enquanto os brasileiros gozam um mês.

A Carta de 88, com acerto, limita a atividade profissional do magistrado, proibindo o acúmulo de funções e atividades alternativas, "salvo uma de magistério". A regra é a transparência, mas, como a Folha mostrou segunda-feira (4), juízes dos tribunais superiores se consideram desobrigados de informar remunerações recebidas por aulas e palestras.

A generalização do auxilio moradia, mesmo quando desnecessário, foi implementada por despacho liminar que se eterniza.

Uma das razões para o modelo político de nomeação dos ministros do STF é justamente a contenção das ondas corporativas, movimento que o ministro Luiz Fux reverberou em duas oportunidades durante a semana.

Reclamou de críticas infundadas ao Judiciário e defendeu a transferência de dois colaboradores do "exílio nova-iorquino" para o "exílio da Papuda". Se na segunda manifestação o ministro, por justa indignação, revela eventual parcialidade em julgamento futuro, da primeira sobressai o pensamento fantasioso, quase insensato, de que só o Judiciário salva o Brasil do "naufrágio".

O Supremo é capaz de exercer a função moderadora que dele se espera. Criar metas e programas de longo prazo, que não se interrompam nas trocas de comando, gerir bem recursos orçamentários e processos, irradiar sinais de austeridade e, se necessário, descontentar opinião pública, corporações e governos: o caminho existe
Herculano
09/09/2017 08:44
PT E PMDB JUNTOS CONTRA A CRISE

Na ofensiva contra Rodrigo Janot, os petistas alegam que o procurador-geral apresentou as denúncias contra o partido para "desviar o foco" da crise instalada em seu gabinete após o autogrampo de delatores da J&F.

"Ele adotou procedimento básico em qualquer manual de gerenciamento de crise", disse Paulo Pimenta (PT-RS) ao Painel da Folha.

A coluna registra:

"O discurso do PT é idêntico ao que foi adotado pelo PMDB nesta sexta (8), após Janot também denunciar a cúpula da sigla no Senado por organização criminosa."

É o procedimento básico em qualquer manual de gerenciamento de crise
Herculano
09/09/2017 08:42
da série: até os jornalista que babavam pelo PT, acham-na agora (a baba) nojenta. Tudo foi longe demais.

A SEITA PT NÃO PODE DUVIDAR DA SANTIDADE DE SEU PROFETA, por Clóvis Rossi, no jornal Folha de S. Paulo

Desde que chegou ao poder, em 2003, o PT deixou de ser um partido para se transformar em uma seita que adora um único santo, um certo Luiz Inácio Lula da Silva.

Não é uma constatação nova nem apenas minha. Mas o depoimento do ex-ministro e eterno petista Antonio Palocci e as reações do petismo a ele tornaram ainda mais explícito o espírito de seita. Leia por exemplo o que disse quem conhece bem o partido, o deputado Chico Alencar (ex-PT, hoje PSOL), ao "Estadão":

"O que Palocci começou a dizer indica que o partido, de ideais originais tão transformadores, adaptou-se a tudo o que sempre combateu. Palocci, peça central nos governos Lula e Dilma, não pode ser acusado de perseguir seu partido e companheiros".

Alencar cobra em seguinte: "Será que nem assim o PT se disporá a reconhecer graves desvios e fazer autocrítica?"

Não vai, não, Chico. Alguém postou no Facebook nesta sexta-feira (8) uma frase que diz tudo. É mais ou menos assim: mesmo que Lula confesse tudo, haverá quem diga que é preciso apresentar provas.

Não dá para o lulismo aceitar que seu sumo sacerdote não seja santo. Fazê-lo destruiria os pilares em que se sustenta a seita. Guardadas as imensas diferenças, a reação às denúncias contra Lula lembra a proclamação de um certo Jim Jones, da seita "Templo do Povo", que se suicidou e levou ao suicídio mais de 900 pessoas. Proclamava que agências de inteligência conspiravam contra o Templo e avisava que iriam "atirar em alguns dos nossos bebês inocentes" e "torturar nossos filhos, torturar alguns dos nossos membros, torturar nossos idosos".

É o que diz Lula agora - e repetem seus seguidores - a respeito da Lava Jato, do juiz Sergio Moro e dos procuradores.

Só não prega o próprio suicídio ou de seus seguidores porque a seita não quer o céu, quer mesmo os bens terrenais advindos dos negócios devidamente apontados primeiro pelos próprios Odebrecht (o pai Emílio e o filho Marcelo) e agora por Palocci.

Nem chega a ser novidade: a promiscuidade de Lula com as empreiteiras (não apenas com a Odebrecht) é notória faz algum tempo. O que Palocci fez foi substituir a palavra "promiscuidade" por "pacto de sangue" ?"que é bem mais eloquente e mais suscetível de ser elevada às manchetes.

Vê-se agora que o profeta Lula não é bom em profecias. Em abril, dia 26, soltara nota em que dizia: "Palocci é meu amigo, uma das maiores inteligências politicas do país. Ele tá trancafiado, mas não tenho nenhuma preocupação com delação dele".

Quando uma das maiores inteligências políticas do país abandona a seita e confessa os pecados que testemunhou, é hora de procurar outro santo. Ou, de preferência, voltar a ser uma partido político com propostas e não com "bravatas", como o próprio Lula, já presidente, definiu as ideias que o partido proclamava antes de chegar ao poder federal.
Herculano
09/09/2017 08:36
DEZ HORAS DE EXPLICAÇÕES

Conteúdo de O Antagonista. Durou cerca de dez horas o depoimento do ex-procurador Marcello Miller na PRR2 (Procuradoria Regional da República da segunda região), órgão do Ministério Público Federal, no Rio de Janeiro.

Suspeito de ter atuado em favor dos irmãos Batista enquanto ainda exercia cargo na Procuradoria-geral da República, Miller chegou às 15h10 de sexta-feira e saiu na madrugada deste sábado, por volta de 1h.
Herculano
09/09/2017 08:32
da série: eles são bandidos profissionais pela causa e o povo, o país, a economias e as pessoas que se explodam. Elas servem para serem roubadas pela causa onde só os da cúpulas vivem como nababos

DIRCEU DIZ QUE PREFERE MORRER DO QUE DELATAR COMO PALOCCI, por Mônica Bérgamo, no jornal Folha de S. Paulo

José Dirceu, condenado na Operação Lava Jato, diz que prefere "morrer" antes de delatar, como tenta fazer o ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci.

PREÇO
O próprio Dirceu, questionado sobre o depoimento em que Palocci envolve Lula diretamente com o recolhimento de propinas para o PT, respondeu a interlocutores: "Só luta por uma causa quem tem valor. Os que brigam por interesse têm preço. Não que não me custe dor, sofrimento, medo e às vezes pânico. Mas prefiro morrer que rastejar e perder a dignidade".

FICHA
O depoimento do ex-ministro da Fazenda ao juiz Sergio Moro levou a uma comparação entre o comportamento dele e de condenados como Dirceu e João Vaccari, ex-tesoureiro do PT. Os dois suportariam tudo em nome de uma "causa". Já Palocci jamais teria tido qualquer compromisso com ela.
Herculano
09/09/2017 08:28
JANOT CORRIGE NA MARRA O MAIOR ERRO DA LAVA JATO, por Souza

Todos cometem erros. Mas mesmo no erro pode-se errar pouco ou errar muito. No caso da JBS, o procurador-geral da República Rodrigo Janot escolheu o erro mais rendoso? Para os criminosos. A reavaliação dos termos do acordo de colaboração e o pedido de prisão do empresário Joesley Batista, do executivo Ricardo Saud e do ex-procurador Marcelo Miller representam a correção do maior erro já cometido na Lava Jato. Empurrado pelas circunstâncias, Janot faz agora por pressão o que se absteve de fazer antes por precaução.

Janot dizia que o prêmio da imunidade penal, embora parecesse excessivo, era a alternativa menos lesiva aos interesses do país. Alegava que, sem ele, o Brasil jamais saberia dos crimes praticados pelo conglomerado de Joesley. Conversa mole. A força-tarefa de Curitiba já havia demonstrado o contrário.

No caso da Odebrecht, por exemplo, também se dizia que a investigação jamais avançaria. Avançou. Alardeava-se que Marcelo Odebrecht não iria em cana. Está há mais de dois anos na tranca. Apostava-se que o personagem não abriria o bico. Delatou. Jurava-se que seu pai, Emílio Odebrecht, não falaria. Falou. E arrasta uma tornozeleira em casa.

Janot alegava ter sido procurado pelos irmãos Batista. Apresentaram-lhe, segundo suas palavras, "indícios consistentes de crimes em andamento". Delitos praticados por um senador, Aécio Neves, e por um então deputado federal, Rodrigo Rocha Loures. Havia também notícia de corrupção praticada por um procurador da República. Tudo isso sem mencionar o áudio tóxico com os diálogos vadios de Michel Temer.

A mercadoria oferecida era, de fato, atraente. Impossível não abrir negociação. Mas daí a entregar de bandeja aos criminosos a premiação máxima, vai uma distância abissal. A força-tarefa de Curitiba observa uma "regra de ouro", da qual os procuradores não abrem mão: a imunidade penal, embora prevista em lei, jamais será oferecida como prêmio a nenhum delator.

Guiando-se por esse princípio dogmático, os investigadores iluminaram os porões do maior escândalo de corrupção já detectado na história, dobraram a oligarquia empresarial, moeram os salteadores políticos sem mandato ?"do petista José Dirceu ao peemedebista Eduardo Cunha. E ainda trincaram os calcanhares de vidro do mito (Lula) e estilhaçaram a imagem da empulhação (Dilma Rousseff). Perto de tudo isso, Michel Temer e sua infantaria são asteriscos separados da condenação apenas pelo escudo do foro privilegiado.

De repente, veio à luz o autogrampo-pastelão, que forçou Janot a abrir uma investigação sobre sua própria investigação. Os colaboradores desastrados enfiaram no meio de um papelório entregue à Procuradoria quatro horas de uma "conversa de bêbados". Nela, expressando-se num idioma muito parecido com o português, Joesley e Saud deixam claro que fizeram uma delação seletiva, sob orientação do ex-procurador Marcelo Miller ?"um amigo de Janot, que se desligaria da força-tarefa da Lava Jato para se tornar sócio de uma banca de advogados a serviço da JBS. Um acinte!

A suspeita de que Miller fizera jogo duplo tornara-se munição para os adversários de Janot. Mas o procurador-geral dera de ombros. Cometeu um erro dentro do outro. Algo que lhe custa caro. De equívoco em equívoco, o doutor chega à reta final do seu mandato às voltas com um déficit estético. Corre contra o relógio para limpar a cena. Se for bem sucedido, conseguirá apenas reduzir os danos.

As prisões tardias não apagam os rastros pegajosos do acordo benevolente. Ao contrário, servem para realçar o escárnio embutido na autorização para que os delatores desfrutassem de sua imunidade penal na 5ª Avenida de Nova York. Ou o descalabro estampado na descoberta de que a JBS, valendo-se dos segredos de sua própria delação, foi ao mercado para lucrar com câmbio e ações.

Até os colegas de Janot o criticam. O mínimo que dizem dele é que o procurador-geral fez pouco caso da instituição sob seu comando. Joesley não foi bater à porta do gabinete do chefe do Ministério Público por acaso. Estava cercado por cinco operações anti-corrupção. Sentia o hálito quente dos investigadores na nuca. Receava ser acordado pela Polícia Federal.

Contra esse pano de fundo, a blindagem oferecida por Janot à JBS deixou no ar uma incômoda impressão. Conforme já comentado aqui, não é que o crime não compensa. A questão é que, quando compensa, ele muda de nome. Passa a se chamar delação premiada. A cadeia, ainda que breve, torna o prêmio mais palatável. E restaura a credibilidade do instituto da colaboração judicial premiada.
Herculano
09/09/2017 08:26
RAQUE DODGE NÃO RESOLVE O DILEMA DA POLITIZAÇÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO, por Demétrio Magnoli, geógrafo e sociólogo, para o jornal Folha de S. Paulo

No ápice da crise provocada pela gravação da conversa entre Joesley Batista e Temer, a Folha noticiou que, bem antes do fatídico encontro, o advogado dos irmãos Batista recebera "aulas de delação" ministradas por um agente da PF e um procurador da República. Precisamente naquele período, o procurador Marcello Miller, lugar-tenente de Janot, preparava sua saída do Ministério Público negociando emprego num escritório de advocacia contratado pela JBS. Os novos áudios, entregues por um Joesley acuado, "com conteúdo gravíssimo" (Janot), podem evidenciar um nexo entre as duas informações. De qualquer forma, sua mera existência como novidade prova que há algo infectado no reino do Ministério Público.

Janot desmentira, peremptoriamente, em 20 de maio, os rumores sobre a participação de Miller nas tratativas do MPF com os irmãos Batista que culminaram com o acordo de delação. Agora, entre constrangido e indignado, o procurador-geral finalmente anuncia uma investigação do episódio, admitindo a possibilidade de que tenha sido ludibriado desde o início. De lá para cá, tudo mudou ?"menos a linguagem de Janot, perpassada de tons condoreiros, salpicada pela fúria santa dos justos. O rei ainda não está nu, mas já desfila de cueca em praça pública.

A sombra da suspeita, que paira sobre Miller, estende-se inevitavelmente até o procurador-geral. Joesley cedeu os novos áudios num gesto de desespero. Janot só deflagrou a investigação depois que os fatos fecharam o cerco à sua cidadela. A hipótese de um conluio criminoso entre o chefe do Ministério Público e Joesley Batista não pode ser excluída de antemão, mas nenhum indício forte a sustenta. Salvo surpresas deploráveis, a responsabilidade de Janot situa-se fora da esfera criminal: o Ministério Público caiu na cilada dos Batistas porque sucumbiu à sedução da política.

Logo depois de fazer a defesa de Miller, Janot escreveu que o "foco do debate" sobre o acordo firmado com Joesley seria "o estado de putrefação de nosso sistema de representação política". A frase, comum em textos de análise política, é inaceitável em pronunciamentos do procurador-geral.

A missão constitucional do Ministério Público é a "defesa da ordem jurídica", não a busca de uma reforma política. Na confusão entre uma coisa e outra encontram-se os reais motivos da celeridade excepcional das negociações com os Batistas e da repugnante concessão de imunidade judicial aos delatores. O cavaleiro andante da Justiça, vingador da República, desmoraliza a si mesmo - e, no percurso, acerta uma flecha envenenada na credibilidade da Lava Jato.

Janot é sintoma, não causa. O encanto da política espraia-se por uma influente ala do Ministério Público, com epicentros em procuradores messiânicos que se exibem como "extremistas do amor" (Dallagnol) ou citam Danton para sugerir a salvação pela via do "tribunal revolucionário" (Carlos Fernando Lima). A armadilha montada pelos Batistas só se tornou possível porque o MP ignorou reiteradas advertências da PF, que pedia tempo para juntar os fios de uma história mal contada, desarmando as proteções do instituto de delação premiada. Depois dos novos áudios, aprendemos que o risco maior à Lava Jato não decorre das manobras de Lula, Temer ou Aécio, mas da deriva jacobina de procuradores com uma causa.

A substituição de Janot por Raquel Dodge não resolve, por um passe de mágica, o dilema da politização do MP. A Lava Jato, valiosa demais para sucumbir aos desvarios dos missionários, pode ser preservada por duas medidas tão simples quanto urgentes. Numa ponta, a PF deveria ser autorizada a participar, junto com o Ministério Público, das negociações de acordos de delação premiada. Na outra, o STF deveria, clara e nitidamente, atribuir aos juízes a prerrogativa de recepcionar ou rejeitar os acordos com delatores. O fim da "soberania" do Ministério Público ?"se for essa a herança deixada por Janot, seu mandato terá valido a pena.
Herculano
09/09/2017 08:18
JANOT PEDE PRISÃO DE JOESLEY, SAUD E EX-PROCURADOR MILLER

Conteúdo do jornal O Estado de S. Paulo. Texto de Beatriz Bulla, da sucursal de Brasília. O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, enviou nesta sexta-feira, 8, ao Supremo Tribunal Federal (STF) pedido de prisão do empresário Joesley Batista, um dos donos do Grupo J&F, segundo apurou o Estado. O pedido ainda precisa ser analisado pelo ministro Edson Fachin, relator do caso na Corte.

Além de Joesley, o procurador-geral pediu que o Supremo autorize a prisão de Ricardo Saud, diretor do J&F, e do ex-procurador Marcello Miller.

Os pedidos foram motivados pelo conteúdo de uma gravação entregue pela própria defesa do Grupo J&F, na qual Saud e Joesley falam sobre a suposta interferência de Miller para ajudar nas tratativas de delação premiada. O ex-procurador ainda fazia parte do Ministério Público quando começou a conversar com os executivos, no fim de fevereiro. Ele pediu a saída da instituição em fevereiro e foi exonerado, de fato, apenas em abril.

Na segunda-feira, Janot abriu um procedimento de revisão do acordo de delação dos executivos. Ele pediu a revogação do benefício de imunidade penal concedido aos delatores. Segundo interlocutores, Janot ficou irritado com a gravação que demonstrou que Joesley e Saud omitiram informações ao fazer acordo com as autoridades.

A prisão preventiva dos envolvidos já vinha sendo analisada por Janot nos últimos dias.

Na quinta-feira, os executivos prestaram esclarecimentos à PGR, em Brasília, mas não convenceram. Eles afirmaram que o ex-procurador Miller informou que já havia pedido exoneração do Ministério Público quando os procurou. Também tentaram minimizar o conteúdo da gravação, qualificando-a como "uma conversa de bêbados".

Informações. Nesta sexta foi o dia de Miller prestar depoimento. A avaliação na instituição é de que os fatos narrados foram graves e indicam a prática de crimes.

No caso de Miller, há auxiliares de Janot que avaliam que ele atuou na J&F com uso de informações privilegiadas que possuía por ter integrado a equipe da Lava Jato. Com isso, pode ter incorrido nos crimes de obstrução da Justiça e exploração de prestígio. Miller integrou o grupo de trabalho que auxilia Janot nos trabalhos da Lava Jato perante o STF.

Já no caso dos delatores da J&F, a avaliação na Procuradoria é de que, pelo áudio, fica claro que os executivos tentaram omitir informações e escolher as provas que levariam ao conhecimento do Ministério Público.

Por meio de sua assessoria, o Grupo J&F informou nesta sexta que desconhece qualquer informação sobre o pedido de prisão de Joesley e Saud.

Após depoimento que durou nove horas do ex-procurador da República Marcelo Miller à Procuradoria Regional da República da 2.ª Região, no Rio, nesta sexta, seu advogado, André Perecmanis, afirmou que o pedido de prisão de seu cliente "causa espécie e indignação". Mas ressaltou que ainda não havia sido informado oficialmente sobre o pedido: "Soube pela imprensa", disse, ao sair do prédio do Ministério Público Federal, já na madrugada deste sábado, 9.

Miller tem dito que não cometeu qualquer crime ou ato de improbidade administrativa e que está disposição das autoridades.

A Procuradoria-Geral da República afirmou que Janot "jamais" se encontrou com Joesley e "não recebeu Marcelo Miller na condição de advogado do Grupo J&F". "As tratativas efetivas para celebração de acordo de colaboração premiada com os advogados dos executivos do Grupo J&F se deram somente no fim de março, após a gravação em questão", disse a PGR.
Herculano
09/09/2017 08:06
GEDDEL PODE TER MALAS EM OUTROS ESCONDERIJOS, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou neste sábado.

O apartamento no Chame-Chame, bairro de Salvador, não é o único local onde Geddel Vieira Lima escondia dinheiro. A suspeita é que há malas e caixas semelhantes espalhados em diversos outros locais, inclusive fora da Bahia. A apreensão dos R$51 milhões atribuídos ao ex-ministro de Lula e Temer não causou especial surpresa no mundo político: esse tipo de esconderijo é mais comum do que se imagina.

LOCAL MANJADO
O imóvel no Chame-Chame era conhecido dos vizinhos de Geddel, que o viam com frequência no local. Fica a menos de 1km da casa dele.

CAÇA AO TESOURO
O Ministério Público Federal e a Polícia Federal vão listar até mesmo imóveis remotamente ligados a Geddel, à procura de malas.

COMEÇOU A PROCURA
O juiz federal Vallisney de Souza Oliveira já mandou vasculhar para outros endereços, inclusive a casa onde mora a mãe de Geddel.

DELAÇÃO SONHADA
Uma das expectativas dos investigadores, no caso Geddel, é que ele também se disponha a delatar seus cúmplices no esquema.

RISCO BRASIL CAI A NÍVEIS PRÉ-REELEIÇÃO DE DILMA
O Risco Brasil mede o grau de confiança do mercado na economia do país e chegou a 250 pontos em maio, nível que nunca foi atingido desde que Dilma foi reeleita, em 2014. O índice, usado com base para investimentos estrangeiros, já caiu 36,5% em relação aos 394 pontos registrados no dia seguinte à aceitação do impeachment pela Câmara dos Deputados e segue com viés de queda pela melhora na economia.

RISCO DILMA
O Risco Brasil caiu de 394 para 309 entre a votação do impeachment na Câmara e a cassação de Dilma no Senado.

ELA ERA UM PERIGO
Com Dilma no comando do governo e da economia, o Risco Brasil chegou a atingir 548 pontos, nível 107% maior do que quando assumiu.

MAIOR DA HISTóRIA
O maior nível registrado pelo Ipea na série histórica, desde 1994, foi de 2.436 em setembro de 2002, um mês antes da eleição de Lula.

ESTIMATIVA BILIONÁRIA
Nas gravações, Joesley fala mal da própria mulher e até confessa infidelidade. Tem gente estimando que, em caso de separação, Ticiane Vilasboas se livraria dele com pelo menos R$20 bilhões na conta.

CADA UM NA SUA
Pesquisa do Instituto Paraná revelou que 31,7% dos brasileiros veem o juiz Sérgio Moro como o mais preparado para política, 9,1% preferem o procurador Dallagnol, mas 44,2% querem que eles fiquem onde estão.

DEVASSA NO 'S'
O Tribunal de Contas da União vai auditar entidades do Sistema S (Sesi, Senai, Sesc, Senac, Sest, Senat, Senar, Sescoop, ABDI, Apex e Sebrae). A receita dos 9 maiores órgãos é superior a R$32 bilhões por ano. No total, serão fiscalizadas 229 unidades nos próximos 12 meses.

TRATAMENTO ESPECIAL
O ex-procurador Marcelo Miller mereceu tratamento especial, ao depor ontem no Rio. Livre de condução coercitiva, ele prestou depoimento longe do local onde trabalhava "para evitar constrangimentos".

VIROU BICHO, COMEU O DONO
Sobre o acordo de delação premiada "pré-cancelado" de Joesley JBS, o jornalista Carlos Brickmann lembra Tancredo Neves: "'Quando a esperteza é muita', ensinou o político, 'vira bicho e come o dono'".

ECONOMIA GANHA FôLEGO
Os turistas que invadem Alagoas neste feriadão, com 89% de ocupação da rede hoteleira, demonstram na prática que a atividade econômica está voltando com força maior que previsões mais otimistas.

BANDO DE MENTIROSOS
O governador do DF, Rodrigo Rollemberg, não aguentou tantas lorotas contra o projeto que altera a previdência dos servidores, e desabafou com rara coragem: "dirigentes sindicais mentem descaradamente".

CUIDADO COM A LATAM
Cliente da Latam pagou R$4.570, mais 16 mil de pontos 'multiplus', por uma passagem Brasília-Paris. Mas, ao pedir a pontuação da viagem, a empresa recusou, alegando que não pode pontuar quando usa dinheiro e mais pontos. "Quase R$5 mil sem pontuar?", indignou-se, em vão.

PENSANDO BEM...
... delação de bêbado não tem dono.
Herculano
09/09/2017 08:02
da série: a organização criminosa é feita de intelectuais que está inconformada com a ruptura da sina e para isso, a tese de que todos são bandidos é a que mais lhe convém para perpetuar o legado de crimes contra a sociedade.

NOTÍCIAS DA SEMANA TRAÇAM CENÁRIO MELANCóLICO, por André Singer, ex-assessor do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, PT

As duas notícias mais fortes da semana desenham um quadro melancólico. As trapalhadas da Lava Jato no término da gestão de Rodrigo Janot talvez prenunciem um final inglório para a operação moralizadora. O depoimento de Antonio Palocci pode atingir duramente a liderança de Lula. O que restará em pé quando o ciclo atual estiver concluído?

Os áudios "domésticos" entregues pela dupla de falastrões da J&F são menos importantes pelo enunciado de intenções demolidoras em relação ao Judiciário do que pelas indicações de que o braço direito de Janot fazia jogo duplo, comprometendo, talvez, a lisura da denúncia contra Temer oferecida pela procurador-geral da República (PGR). É verdade que se trata de episódio tão intrincado que é difícil saber, ao certo, quem procurava enganar quem. Mas, justamente por ser indecifrável, a opinião pública julgará em função da imagem difusa que a mídia projeta a respeito do assunto, a qual, no conjunto, desfavorece a PGR.

Vale, a propósito, um parêntese sobre o que os norte-americanos chamam de fator "spin". A maneira pela qual as notícias são editadas repercute sobre o modo de reação dos receptores.

Tome-se, por exemplo, a Folha e "O Globo" de quarta (6). Enquanto a manchete da primeira destacava: "Áudio sugere que procurador atuou em delações da JBS", o segundo optou por: "Janot denuncia Lula, Dilma e PT por organização criminosa". Em um caso, as dificuldades da Lava Jato foram ressaltadas; no outro, obscurecidas pela manobra, típica do "spin", de criar, no mesmo dia, fato capaz de se sobrepor noticiosamente ao anterior.

Na quinta, entretanto, os dois jornais saíram com as mesmas palavras no alto das capas, anunciando o "pacto de sangue" que Palocci afirmara ter ocorrido entre Lula e Emílio Odebrecht no final de 2010. Não houve acaso. A expressão utilizada pelo ex-ministro no interrogatório dirigido por Sergio Moro foi dita sob medida para caber nos títulos principais da imprensa do dia seguinte.

Na ausência de provas, é impossível saber se é verdadeira, mas a afirmação de Palocci, pela proximidade que teve com o ex-presidente, constitui o pior momento para o lulismo desde o início da Lava Jato. Palocci tentou fornecer o elo entre recursos públicos e supostos favores empresariais, ligação da qual Curitiba precisa desesperadamente, e, ao mesmo tempo, comprometer a imagem do ex-mandatário enquanto condottiere popular, pois o seu acordo sanguíneo deveria ser com o povo, não com os ricos.

Não se consegue prever, com tanta antecedência, como o eleitorado vai reagir quando chegar a hora do voto. Mas a desmoralização da Lava Jato e a nódoa lançada sobre o lulismo fazem temer um longo período marcado por desesperança e retrocesso.
Herculano
08/09/2017 18:42
O QUADRILHÃO. PROCURADORIA DIZ QUE SENADORES DO PMDB PEGARAM PROPINAS DE R$ 864 MILHõES

Conteúdo do jornal O Estado de S. Paulo. Texto de Breno Pires e Beatriz Bulla, da sucursal de Brasília, e Luiz Vassallo, de São Paulo. Ao denunciar a cúpula do PMDB no Senado, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, acusou Edison Lobão, Jader Barbalho, Renan Calheiros, José Sarney, Sérgio Machado, Romero Jucá e Valdir Raupp de pegar R$ 864 milhões em propinas de contratos da Petrobrás e da Transpetro. Os supostos crimes apontados por Janot teriam causado um prejuízo de R$ 5,5 bilhões à Petrobrás e de R$ 113 milhões à Transpetro.

Segundo a Procuradoria-Geral da República, 'as ações ilícitas voltaram-se inicialmente para a arrecadação de recursos da Petrobras por meio de contratos firmados no âmbito da Diretoria de Abastecimento e da Diretoria Internacional, assim como da Transpetro'.

"O aprofundamento das apurações levou à constatação de que, no mínimo entre os anos de 2004 e 2012, as diretorias da sociedade de economia mista estavam divididas entre os partidos políticos responsáveis pela indicação e manutenção dos respectivos diretores", afirma o Ministério Público Federal.
Herculano
08/09/2017 18:30
POR QUE LULA QUER CALAR A TV GLOBO

Conteúdo de O Antagonista. O Jornal Nacional, na quarta-feira, com suas excelentes reportagens sobre o depoimento de Antonio Palocci, teve uma audiência de 34 pontos.

Números assim só se viam no século passado.

Isso explica por que Lula quer calar a TV Globo.

O Brasil inteiro foi informado sobre o pacote de propinas que ele ganhou da Odebrecht.

O TRF-4 tomou mais uma decisão contra Lula.

Nesta sexta-feira, segundo o Estadão, o tribunal negou o pedido de Lula para que fosse adiado seu interrogatório em Curitiba, na quarta-feira que vem.

Só o Sírio-Libanês pode salvar Lula.

O CRESCIMENTO DA ESGOTOSFERA

A esgotosfera petista continua a dominar a internet.

Só que agora ela disputa os trending topics com a esgotosfera de Michel Temer e de João Doria.

Leia um trecho da coluna de Pedro Doria:

"Um estudo do DAPP, da Fundação Getúlio Vargas, detectou que nos grandes debates políticos que ocorrem por aqui via Twitter, a presença de robôs é enorme. Ou seja, software que se faz passar por inúmeros usuários para interferir nas discussões, fazer com que determinados tópicos subam para destaque, e pender um debate para determinado lado.

Nas eleições de 2014, robôs representaram até 10% do debate. Na greve geral de abril último, 20% das interações no Twitter foram forjadas."

A greve geral, lembre-se, foi coordenada pela CUT.
Herculano
08/09/2017 18:26
QUE BOM QUE O BRASIL NÃO SER DO FERIADÃO. ESTE ANO A ROUBALHEIRA DOS POLÍTICOS E AGENTES PÚBLICOS TERMINOU COM UM DELES: O DA SEMANA DA INDEPENDÊNCIA. O JORNALISMO ESTÁ CHEIO DE MANCHETES

Conteúdo de O Antagonista. Quando os procuradores da Lava Jato fazem uma pergunta a Emilio Odebrecht, ele sempre responde:

"Não lembro, não sei, já falei tudo".

Emilio Odebrecht corre o risco de acabar como Joesley Batista.

Contrariamente a seu filho, Marcelo, ele parou de colaborar com a Lava Jato e omitiu seus crimes aos investigadores.

Uma fonte disse:

"Isso não é postura de colaborador, que tem de colaborar até o fim. Ele vai entender isso quando perder os benefícios".

Ao término do processo, os benefícios e a eficácia do acordo terão de ser reavaliados, e o MPF pretende dizer ao ministro Edson Fachin que Emilio Odebrecht não colaborou com os investigadores.

Nesse caso, o caminho mais provável é a rescisão de sua delação premiada, com a consequente perda dos benefícios.
Herculano
08/09/2017 18:23
ESTA É UMA HISTóRIA MUITO COMUM ENTRE OS FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS PAGOS COM OS NOSSOS PESADOS IMPOSTOS. EU MESMO TENHO REPORTADO CASOS AQUI EM GASPAR

Conteúdo de O Antagonista.Marcelo Miller pediu exoneração do cargo de procurador da República em 23 de fevereiro de 2017, quase um mês antes do primeiro contato oficial de Joesley Batista com a PGR.

No requerimento de exoneração, porém, pediu que os efeitos se produzissem a partir de 5 de abril, para que pudesse gozar parte das férias vencidas a que tinha direito.

Fruiu férias de 6 a 25 de março e tirou licença médica nos dias 26 e 27.

Ou seja, embolsou o salário do MPF sem precisar trabalhar, emendando Carnaval, férias e licença, enquanto abria uma nova "frente" de trabalho como advogado da JBS.

Malandro é malandro, mané é mané, mas barnabé é sempre barnabé.
Herculano
08/09/2017 18:21
BARATA FILHO PAGOU 5 MILHÕES DE FRANCOS A PICCIANI

Conteúdo de O Antagonista. Em sua delação premiada, a que O Antagonista teve acesso, Lúcio Funaro contou que repassou 5 milhões de francos suíços do empresário Jacob Barata Filho ao presidente da Assembleia Legislativa do Rio, Jorge Picciani.

O repasse foi feito a pedido de Eduardo Cunha para a campanha de 2014.

O delator contou que recebeu o dinheiro na conta CH930862403001101000B, em nome da offshore Tuindorp Enterprises, no Banco Audi, na Suíça.

Após uma operação dólar-cabo efetuada por um doleiro chamado "Tony", a quantia foi sacada no Brasil e entregue a "Milton", operador de Picciani.

Além do extrato da conta, Funaro entregou à PGR mensagens que trocou com Cunha por meio de um celular não apreendido pela PF.

Barata Filho é aquele que Gilmar Mendes soltou. Em nota a O Antagonista, a defesa do empresário repudiou o que chamou de "boatos sobre depoimentos cuja existência ou eventual teor é desconhecido da defesa". "É falsa e caluniosa a história alegadamente narrada pelo delator."
Roberto Basei
08/09/2017 15:00
INDIGNADO

Sou professor, na rede municipal e na rede estadual, trabalho com criança desamparada, desassistida, violada sei o quanto é triste não ter onde recorrer ou ter que esperar meses por um atendimento e quando consegue, trabalhamos com o descaso dos pais, as instituições desligam a criança pois precisam gerenciar as consultas a outras crianças.
Quando fundei o PSC em Gaspar o fiz por confiar na pessoa do Deputado, EX; presidente estadual do partido, pois se tratava de uma pessoas que tinha como lema o "SER HUMANO EM PRIMEIRO LUGAR"
Hoje vendo o partido que criei na cidade cujo lema era trabalhar em prol das pessoas, sendo conivente com tal ABSURDO, isso me causa NAUSEAS. E Juro me arrependo amargamente de te lo feito, mas ainda há tempo de reparar tal erro.

"Endereço: ponto de ônibus na rua Itajaí". É preciso explicar mais sobre esse lamentável quadro? Os leitores e leitoras deste espaço já conhecem o drama desde o primeiro dia em que o secretário Ernesto Hostin, PSC, foi indicado pelo prefeito Kleber Edson Wan Dall, PMDB.

A VERDADE NÃO SE PROMETE SE CONTA!!!!
Sidnei Luis Reinert
08/09/2017 14:19
Boa tarde DR. Herculano.

Já não é novidade em Gaspar que a ponte da rua Alberto Reinert está totalmente podre e só não caiu porque está escorada. Alguém de fora da rua colocou o caso no ministério público (provavelmente a vizinhança que também depende dela). A Defesa Civil e um engenheiro da prefeitura fizeram uma visita à ponte e constataram a precariedade.

Solução tomada até agora para resolver o problema? Uma placa sinalizando 4T!

Se as escoras caírem por algum motivo, 4T vão despencar 5 metros de altura em um grave acidente.

Qual a diferençado PT e do PMDB? Nenhuma!

LLUCIANO AMARO BRANDT
08/09/2017 13:38
LUCIANO AMARO BRANDT

Primeiramente boa tarde a todos! A Brandt Assessoria em Trânsito é uma empresa que elabora recursos administrativos referentes a área de trânsito. Desta forma, elaboramos Recursos face a Notificação da Autuação, Recursos de Multas por Infração ao Código de Trânsito Brasileiro, Recurso de Suspensão do Direito de Dirigir, Cassação da Carteira Nacional de Habilitação. Os recursos são elaborados e encaminhados aos ?"rgãos Autuadores de todo Território Nacional.

A empresa está registrada em nome de Luciano Amaro Brandt, servidor público efetivo desde o ano de 2004.

Nossa propaganda é realizada preferencialmente nas redes sociais, em decorrência de sua abrangência, no entanto, estamos com escritório localizado na Rua. Cel. Aristiliano Ramos, 182, sala 3, segundo andar.

Contato - 47 99914-1953

Att,

Brandt
Herculano
08/09/2017 11:40
COM INFLAÇÃO EM QUEDA, REAJUSTE DO SALÁRIO MÍNIMO FICARÁ ABAIXO DO PREVISTO

Conteúdo do jornal O Estado de S. Paulo. Texto de Márcia De Chiara. O economista Heron do Carmo, professor da Faculdade de Economia da Universidade de São Paulo (USP), diz que o resultado do IPCA de agosto, de 0,19%, - bem abaixo da expectativa do último Boletim Focus, do Banco Central, de 0,39% - surpreendeu. Mas ele destaca os resultados muito baixos atingidos pelo INPC, o índice que mede a inflação das famílias mais pobres, com renda entre um e cinco salários mínimos. O INPC teve deflação de 0,03% em agosto e, em 12 meses, acumulou alta de 1,27%, a menor marca da série desde 1994.

Como o INPC é o indicador que serve de referência para reajustar os salários, inclusive o mínimo, esse resultado indica que os reajustes salariais deverão ficar bem abaixo do previsto, observa o economista. "Isso dará um alívio até em termos das despesas dos Estados e dos municípios", ressalta. Para este ano, Heron espera um IPCA em torno de 2,5%, bem abaixo do piso da meta (3%). Isso deve chancelar, na sua opinião, o corte de juros em um ponto porcentual hoje e também na próxima reunião do BC. Com isso, a taxa básica de juros, a Selic, deve fechar o ano em 7,25%. A seguir os principais trechos da entrevista.

Sim, se pegarmos as estimativas de inflação em 12 meses desde a década de 1940, 2,46% até agosto é uma das menores taxas da inflação brasileira, exceto o período do final de 1998, quando tivermos taxas menores em 12 meses. Mas destaco o INPC, que mede a inflação para as famílias mais pobres. Em agosto o INPC teve deflação de 0,03% e acumula alta de 1,73% em 12 meses. É o menor resultado da série em 12 meses desde 1994. Também deve ser o menor taxa de inflação em 12 meses medida pelo INPC desde o início dos anos 1940. Antes 1979, quando o INPC começou a ser apurado, havia outros indicadores calculados pelo Ministério do Trabalho, Fipe, FGV.

Qual o impacto de um INPC muito baixo?

O INPC é o índice que serve para reajustar salários, inclusive o mínimo. Isso significa que os reajustes do salário mínimo vão ficar bem abaixo do previsto. É claro que pode haver uma recuperação do INPC mais para frente. Muito provavelmente, como o INPC serve de referência para salário, ele dará um alívio para as despesas dos Estados, dos municípios e para o setor de serviços. O índice serve para ancorar a inflação porque os dissídios normalmente são baseados no INPC.

Por que a inflação deixa o brasileiro mais pobre?
O que garantiu uma inflação tão baixa em agosto?

Tivemos o reajuste de combustível e o reajuste de energia elétrica e, mesmo assim, o índice foi baixo por causa da alimentação. A carne veio com queda contrariando a sazonalidade. Os alimentos ajudaram por causa do clima favorável e pelo fato de que nos anos anteriores ter havido aumentos significativos nos preços. Agora os alimentos estão devolvendo parte do ganho lá atrás.

A contribuição favorável da alimentação deve se manter nos próximos meses?

Depende. O mais provável é que a alimentação deixe de contribuir favoravelmente, principalmente no último trimestre. O IPCA deve ficar em torno de 2,5% no fechamento do ano.

Qual é a implicação de ter hoje uma inflação abaixo do piso da meta, que é de 3%?

Isso facilita a queda dos juros, que devem cair um um ponto porcentual hoje mais um ponto na próxima reunião do Copom.

Os juros devem fechar o ano em quanto?

Em 7,25%.

O sr. vê algum risco inflacionário?

Não, coisa mais séria não. Pode ocorrer algo pontual. Os alimentos sempre sobem e descem. O câmbio está controlado. Também os salários estão contidos por causa da recessão. E a taxa de juros em termos reais está muito alta ainda, apesar da queda da Selic.

Quanto desse resultado favorável da inflação é por conta da recessão?

O que preocupava antes é que havia uma recessão tão forte com uma inflação muito alta. Hoje já temos o efeito da recessão desinflando a inflação e com liberdade de preços. Estamos com uma economia mais organizada do que nós tínhamos. A inflação tem tudo para continuar baixa, inferior a 4%.

Quanto o sr. espera de inflação para 2018?

O normal seria baixo de 4%.

Mesmo num ano eleitoral?

Esse governo não está pleiteando reeleição. Normalmente o efeito inflacionário ocorre em ano eleitoral quando o governo aumenta o gasto público para ajudar na eleição. Claro, risco político sempre tem. Mas o cenário mais provável é que a inflação suba no próximo ano relativamente a esse, mas pouco e por conta de não ter mais o benefício da queda de preço de alimento. Uma inflação de 4% é perfeitamente aceitável para o Brasil. Tudo indica que a atividade ganhará força. Isso melhora o emprego, que tem um impacto político, junto com a inflação. Com a atividade econômica ganhando força haverá reflexos importantes sobre a situação fiscal. Estamos entrando num processo virtuoso: um resultado positivo aumenta a probabilidade de outro dado positivo em outra área. Mas mesmo que a economia cresça 0,5% este ano e 3% o ano que vem, provavelmente só compensaríamos uma pequena parte da recessão, porque a queda que houve no PIB nos últimos anos foi muito forte.
Herculano
08/09/2017 11:34
MANCHETE DO JORNAL CRUZEIRO DO VALE RETRATA A SECRETARIA DE DESASSISTÊNCIA SOCIAL DE GASPAR

"Endereço: ponto de ônibus na rua Itajaí". É preciso explicar mais sobre esse lamentável quadro? Os leitores e leitoras deste espaço já conhecem o drama desde o primeiro dia em que o secretário Ernesto Hostin, PSC, foi indicado pelo prefeito Kleber Edson Wan Dall, PMDB.

Ou seja, é um problema diagnostica e anunciado com muita antecedência.

Ernesto não possui nenhuma qualificação para o cargo, mas está lá porque é amigo do prefeito, porque trabalhou na campanha do prefeito, porque foi assessor do prefeito na Câmara, porque é identificado com uma das denominações das igrejas evangélicas pentencostais de ambos e o partido de Ernesto, o PSC, é apoiador do governo. Nada mais. Então o resultado é este.

E só depois do jornal consultá-lo sobre as providências de algo que é antigo, e repetido o que mostra que já falhou num mesmo problema, é que Ernesto esboça reações, padrões e para satisfazer a reportagem.

Quem é culpado de verdade? Ernesto? Não, Kleber! Acorda, Gaspar!
Herculano
08/09/2017 11:23
DE PEDRA A VIDRAÇA, editorial do jornal O Estado de S. Paulo

Nada evitará que a figura de Janot venha a ser lembrada como a de um oportunista desastrado que não ficou conhecido pelo cuidado no manejo dos instrumentos
É o caso de perguntar: se não tivesse se sentido obrigado a levar a público a espantosa gravação, descoberta pela Polícia Federal, que expõe a conspirata de Joesley Batista para demolir os alicerces da República, livrando-se ao mesmo tempo dos muitos crimes que cometeu, teria Rodrigo Janot se decidido a apresentar ao Supremo Tribunal Federal (STF), no mesmíssimo dia, denúncia contra os dois ex-presidentes da República petistas? Com essa denúncia tão flagrantemente atrasada - pois se refere aos principais responsáveis pelos atos ilícitos que originaram as investigações da Operação Lava Jato - Rodrigo Janot provavelmente almeja deixar a cena pública sob a aura da coragem e da imparcialidade no desempenho de suas responsabilidades institucionais. Haverá quem compre essa versão. Mas nada evitará que essa triste figura venha a ser lembrada na história da República como a de um oportunista desastrado que não ficou conhecido pelo cuidado no manejo dos instrumentos legais a serviço de sua função de procurador-geral da República.

De qualquer modo, seja porque a falta de rigor jurídico na montagem de peças acusatórias é uma característica resultante das limitações profissionais de Janot, seja porque às vezes ele julgue ser capaz de calibrar os fatos para provocar sentenças de seu agrado, será necessário esperar a manifestação do STF sobre a denúncia contra a quadrilha de que Lula é o "grande idealizador". Mas mesmo então não ficarão claras as razões, do ponto de vista exclusivamente jurídico, que levaram o procurador-geral da República a apresentar a peça acusatória contra Lula et caterva no exato momento em que a grande expectativa nos círculos políticos e na opinião pública girava em torno da desesperada defesa que fazia de si mesmo e de seus atos, depois de conhecida a última inconfidência do açougueiro de Anápolis.

A denúncia contra Lula e seus correligionários é a quarta a ser apresentada pela PGR ao STF tratando de "quadrilhas" montadas por políticos para assaltar os cofres públicos. As outras três investigam os políticos do PP, do PMDB do Senado e do PMDB da Câmara. A demora na apresentação da denúncia contra a "quadrilha" petista é estranha porque, como o próprio Rodrigo Janot reconhece, esse grupo criminoso atua desde que o PT chegou ao poder: "Lula foi o grande idealizador da constituição da presente organização criminosa", diz a denúncia, "na medida em que negociou diretamente com empresas privadas o recebimento de valores para viabilizar sua campanha eleitoral à Presidência da República em 2002 mediante o compromisso de usar a máquina pública, caso eleito (como o foi), em favor dos interesses privados deste grupo de empresários. Durante sua gestão, não apenas cumpriu com os compromissos assumidos junto a estes, como atuou, diretamente e por intermédio de Palocci, para que novas negociações ilícitas fossem entabuladas como forma de gerar mais arrecadação de propina".

A gravidade dos fatos denunciados pela PGR a respeito de Lula e seus comparsas só pode surpreender a quem não conhece ou prefere esquecer o julgamento do mensalão, que culminou em dezembro 2012, quando a presidente já era Dilma Rousseff, com a condenação dos "guerreiros do povo brasileiro", a então cúpula petista, por crimes como lavagem de dinheiro, corrupção ativa e passiva, peculato e gestão fraudulenta. Esse escândalo foi então considerado "o maior da história" no gênero. Tratava-se apenas do início do assalto aos cofres públicos sob o comando do PT no governo, que se ampliou com o chamado petrolão e resultou na Operação Lava Jato.

Essa é a primeira denúncia de Janot atingindo Lula, numa ação penal que tramita no STF porque um dos réus, a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), tem direito a foro privilegiado. Na primeira instância, no caso do triplex no Guarujá, Lula foi julgado e condenado 20 meses após a apresentação da denúncia. Mas só agora chega ao STF a acusação de que Lula chefia uma quadrilha. Até a terça-feira passada, Rodrigo Janot não teve pressa. A sangria desatada ocorreu quando o procurador-geral, objeto da incontinência verbal de Joesley Batista, de pedra virou vidraça.
Herculano
08/09/2017 11:20
TEMER PODE INDICAR HOMEM DE SARNEY PARA COMANDO DA PF

Conteúdo de O Antagonista. Michel Temer pode destruir a PF de uma vez por todas.

Segundo o Radar, ele está pensando em nomear Fernando Segovia para o lugar de Leandro Daiello.

Fernando Segovia foi superintendente da PF no Maranhão e é homem de José Sarney.
VINA
08/09/2017 11:16
FAVOR COLOCAR PLACA DE PROIBIDO ESTACIONAR NA RUA ALOISIO HANDCHEM NO BELCHIOR ALTO. A RUA É MUITO ESTREITA, NÃO SE PODE ESTACIONAR, FICA PERIGOSO.
VEREADORA FRANCIELE PEDE AO PESSOAL DE TRANSITO PARA FAZEREM ISSO.
Herculano
08/09/2017 11:16
PRONTO. ERA A TESE JURÍDICA QUE ESTAVA FALTANDO QUANDO A MÁSCARA DOS POLÍTICOS CAEM DIANTE DA ROUBALHEIRA QUE PRATICARAM CONTRA OS NOSSOS PESADOS IMPOSTOS DESVIANDO PARA SI E AS ORGANIZAÇÕES CRIMINOSAS ONDE ESTÃO ENCASTELADOS

"MEU FILHO NÃO É BANDIDO. ELE É DOENTE", DISSE A POLÍCIA FEDERAL A MÃE DE GEDDEL VIEIRA LIMA, MARLUCE QUADROS VIEIRA LIMA

DOENTE? POR DINHEIRO DOS OUTROS, DOS CIDADÃOS, DA MENTIRA, DO DISFARCE, DO FALSO TESTEMUNHO. ONDE ESTAVA O PODER E O DINHEIRO EL ESTAVA,: PSDB, PT, PMDB...

NESTA TESE ESPERTA, LULA É UM DOENTE COMO TANTO OUTROS QUE O CERCARAM NO GOVERNO DELE E DE DILMA. MEU DEUS! COMO TEM JUIZ ACEITANDO TESES HETERODOXAS PARA TUDO E QUE SE ENCAIXE NO SEU CONVENCIMENTO E IDEOLOGIA, TAÍ UMA QUE PODE PROSPERAR. BEM TALHADA PELOS VIVALDINOS CONTRA NóS, OS TROUXAS. WAKE UP, BRAZIL!
Herculano
08/09/2017 08:24
A CHANCE DE LULA SER CANDIDATO É PRóXIMA DE ZERO

Conteúdo da revista IstoÉ. Texto de Germano Oliveira

O cientista político Antonio Lavareda, de 66 anos, já foi consultor de 91 campanhas eleitorais. Presidente do Conselho Científico do Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas (Ipespe), do Recife, Lavareda escreveu também dezenas de livros sobre marketing eleitoral. Em entrevista à ISTOÉ, ele diz que, faltando um ano para as eleições, ainda é prematuro definir o quadro, mas de uma coisa tem certeza: Lula, que lidera as pesquisas de intenção de voto, nem deverá ser candidato. "A probabilidade disso acontecer é próxima de zero". Sem o ex-presidente no páreo, a esquerda se dividirá entre vários candidatos, como o ex-prefeito Fernando Haddad (PT) e Ciro Gomes (PDT). Marina Silva (Rede) pode crescer, enquanto que o deputado Jair Bolsonaro, atualmente em segundo nas pesquisas,"vai se desidratar". Resta, então, saber se os partidos de centro, como PSDB, PMDB e DEM, vão se unir ou se seguirão divididos. Unidos, podem chegar ao segundo turno e ganhar. O problema é que o prefeito João Doria e o governador Geraldo Alckmin travam uma luta fraticida pela vaga do PSDB. Lavareda acha que a melhor solução seria a realização de prévias entre os dois.

Como o senhor vê o grande descrédito da população em relação aos políticos? É tudo por conta da Lava Jato?
A Lava Jato, na verdade, é apenas o acelerador moral específico no nosso processo de crise de representação. Além de afetar os partidos, agora fatores como a globalização e a tecnologia produzem, a cada dia, maior distanciamento entre os cidadãos e as instituições em todos os níveis, enfraquecendo a arquitetura democrática no seu pilar básico que é a confiança.

Pesquisa feita recentemente pelo Instituto Ipsos mostra que a desaprovação às autoridades atinge indiscriminadamente os políticos que estão no poder, como o presidente Michel Temer, mas também os principais candidatos a presidente. Isso mostra que falta esperança também em relação ao futuro?
Nós, brasileiros, queremos identificar uma lanterna na proa e um timoneiro seguro e confiável para nos levar adiante, ao menos para além da zona do redemoinho. Predominam na sociedade sentimentos de ansiedade, incerteza e até desânimo. Descrédito e desesperança elevados, alimentando um certo rancor amplamente disseminado. E algumas benquerenças da bagagem afetiva dos entrevistados, adquiridas pelo filtro da mídia. Nada nos diz sobre o futuro, nem poderia dizer com uma única questão. A cartomancia das pesquisas está longe de poder ser tão resumida.

Além dos políticos, também os membros do Poder Judiciário são rejeitados pela população, como o ministro Gilmar Mendes. Isso se deve ao fato dele ter mandado soltar empresários corruptos do Rio de Janeiro?
Que o Judiciário e seus atores também façam parte da linha de tiro do rancor da sociedade é bastante positivo. Porque convoca a todos a construir escadas que permitam aos membros dos três poderes saírem do poço do descrédito. Decisões polêmicas, seja no âmbito da Lava Jato e congêneres, seja do juiz que libera o estuprador, funcionam apenas como estopim do processo. Como afirmei antes, a crise é de confiança. Sem restaurarmos esse vínculo psicológico coletivo entre Estado e sociedade, e uma harmonia razoável entre os três poderes ?" que no Brasil são quatro por conta da autonomia absoluta do Mininstério Público ?" , não iremos muito longe. Uma revisão da Constituição de 1988 nos seus capítulos sobre a organização e os poderes do Estado poderia ser um bom caminho.

Sem Lula no páreo, o PT pode escolher o ex-prefeito Fernando Haddad, mas o partido não vencerá as eleições
Lula hoje é o político com o maior número de intenções de votos, mas com uma rejeição muito grande. O senhor acha que ele acabará nem sendo candidato?
Ao refletirmos sobre eleições, devemos trabalhar com cenários plausíveis. Sem fazer nenhuma avaliação sobre a pertinência das decisões judiciais, acredito que a probabilidade de Lula vir a ser candidato é próxima de zero. Terá com certeza a sentença condenatória do tríplex confirmada na segunda instância antes do prazo de inscrição das chapas e, talvez, já uma próxima condenação em primeira instância no processo relativo ao sítio.

Se ele não puder ser candidato por uma condenação em segunda instância, o senhor acha que o PT terá fôlego eleitoral para lançar um outro nome, como o ex-prefeito Haddad?

Com certeza. O PT segue sendo o partido com maior enraizamento social no País. Na última avaliação publicada, o partido surgiu com 17% de preferências, o dobro do segundo e terceiro colocados. Mas está às voltas com uma grave crise de identidade, associada até mais ao malogro do governo Dilma do que à Lava Jato, que tem se revelado isonômica na distribuição dos prejuízos de imagem. Sofreu um recuo de 60% nas prefeituras no ano passado. Foi empurrado para fora das capitais e dos grandes centros. Deverá recuar algo parecido nas eleições parlamentares do próximo ano. Não ganhará a eleição presidencial, mas poderá continuar a ser a principal força de esquerda no Congresso.

O PSDB sempre surge como uma via importante, que tem polarizado as últimas seis eleições presidenciais com o PT. O senhor acha que em 2018 teremos novo embate entre PT e PSDB?

Tudo vai depender do grau de fragmentação na oferta de candidatos. Esses dois partidos continuam a ser os principais polos da política nacional. Porém, já se pode antever a esquerda, sem Lula, fracionada entre Haddad, Ciro Gomes, uma candidatura do PSOL, o que poderá aumentar o peso no primeiro turno de Marina, no centro esquerda, em especial se ela atrair, como tem tentado, um nome da magistratura para sua chapa. Do outro lado, já há candidaturas postas como de Álvaro Dias, que começará nas pesquisas com um bom registro na região Sul e, na extrema direita, a candidatura de Bolsonaro, que deve desidratar. Resta aberto então o que farão as forças do centro (PSDB, PMDB, DEM, PSD, PP e outros). Vão se unir em torno de um candidato que terá amplas chances de ir ao segundo turno e ganhar a eleição, ou se dividirão? É bom que pensem nisso.

Pelo PSDB, está se desenhando uma luta fraticida pela candidatura a presidente. O senhor acha que Alckmin e Doria não abrirão mão de suas candidaturas? Como deve ser a disputa entre os dois?

Temos um problema cultural, porém em algum momento iremos constatar que a existência de diferentes posições dentro de um mesmo partido é algo positivo, porque ajuda a vitalizá-lo e amplifica seu alcance na sociedade. E não o contrário. Imagina o que diria a imprensa se uma das nossas legendas estivesse em algum momento "dividida" entre 17 pré-candidatos? Pois bem, foi o que ocorreu nas primárias republicanas em 2015. Em 2016, os americanos elegeram Trump presidente. Qualquer partido que se pretenda moderno não tem caminho melhor do que prévias ou primárias para definição de seus candidatos.

Hoje, Doria está melhor posicionado nas pesquisas do que Alckmin. O senhor acha que os caciques tucanos levarão índices de pesquisa em consideração ou prevalecerá o critério de que Alckmin está há mais tempo na fila?

Nenhuma das duas. Definição de candidaturas presidenciais é algo muito estratégico e de grande responsabilidade. No cálculo do comando partidário ou das bases ouvidas em prévias, um elemento central é a compreensão dos desafios a serem enfrentados pelo próximo presidente, porque isso rebaterá no perfil do candidato ideal. Quanto a adotar intenções de voto a um ano da eleição como critério, seria demasiada ingenuidade. Recordemos as recentes disputas em eleições presidenciais abertas. A esta altura, todos os prognósticos fracassariam: Lula seria o eleito de 1994; Roseana a vitoriosa de 2002; e Serra o presidente em 2010. E antes da campanha de 2016, em São Paulo, João Doria aparecia em quarto lugar na mesma questão.

Doria tem se lançado como o anti-Lula. O senhor acha que Doria só poderia ser candidato se for para enfrentar Lula?

Ao que parece, o posicionamento da grande maioria de suas declarações e discursos vai nessa direção, antagonizando de forma sempre contundente com o ex-presidente, e, dessa forma, cultivando o reconhecimento daqueles que o rejeitam. O problema é exatamente esse. Sem Lula no ringue, esse pugilato pode perder o sentido. Mas o prefeito não é tolo, e, agora, dá sinais visíveis de correção desse rumo.

Marina Silva (Rede) pode crescer em 2018, principalmente se conseguir alguém da magistratura para sua chapa

Se Lula for candidato e se vier a ser eleito, será um retrocesso para o País?

Dificilmente assistiremos esse retorno de Lula em 2018. Dois fatores me permitem ser categórico nesse ponto. O primeiro deles foi o desastre representado pelo último governo petista, do qual um componente importante foi o estelionato eleitoral. Até hoje, vemos algumas manifestações pregando o "Fora Temer", mas quantas faixas foram levantadas bradando pelo "Volta Dilma"? Nenhuma. O desastre daquele governo é consenso até entre os petistas. Em segundo lugar, já vinha ocorrendo um realinhamento do eleitorado que iria fatalmente desalojar o PT do governo. Embora vitoriosos, a cada eleição o partido minguava sua vantagem e deixava de ser majoritário em um estrato social. Ganhou em todos em 2002. Na eleição seguinte, já perdeu no segundo turno entre os de renda mais alta. Em 2010, só ganhou entre os eleitores de até cinco salários mínimos e na reeleição de Dilma só ganhou na base da sociedade, até dois salários, o que se traduziu na sua votação do Nordeste. Esse realinhamento, por si só, já derrotaria o partido na eleição seguinte.

Temer já mostrou grande capacidade de articulação no Congresso, livrando-se da primeira acusação feita pela PGR por corrupção. O senhor acha que ele vai conseguir derrubar também a nova denúncia que o procurador Rodrigo Janot encaminhará contra ele?

Quanto mais nos aproximamos do ano eleitoral, menos sentido assume para a sociedade repetir uma experiência traumática de substituição do governo. Parece sem propósito. O presidente conta com um estado maior que tem grande intimidade com a sua base parlamentar e ele próprio, duas vezes presidente da Câmara, conhece como ninguém os caminhos que lhe possibilitarão superar mais essa denúncia. O que só não ocorreria se nela houvesse um fato extraordinário e desestabilizador.

O senhor acha que a reviravolta na delação de Joesley põe em risco todo o processo de delações?

Decerto o instituto de colaboração premiada sofreu um abalo. Mas não acredito que todas serão invalidadas. Contudo, vai ganhar corpo na Justiça a tese de que não é possível pronunciar um a acusado com base exclusivamente na declaração do delator.
Herculano
08/09/2017 07:56
POLÍCIA FEDERAL PRENDE EX-MINISTRO GEDDEL VIEIRA LIMA

Conteúdo do jornal O Estado de S. Paulo. Texto de Renato Onofre de Souza, da sucursal de Brasília. A Polícia Federal prendeu o ex-ministro Geddel Vieira Lima (PMDB) por decisão da 10ª Vara de Brasília, na manhã desta sexta-feira, 8.

A PF chegou ao prédio de Geddel, em Salvador, no bairro Jardim Apipema, por volta de 5h40, em dois carros, com um pedido de prisão preventiva feito pelo Ministério Público Federal. O ex-ministro deixou o prédio, por volta das 7 horas da manhã.

Não há informações se o ex-ministro seguirá para Brasília ou ficará em Salvador.

A Polícia Federal deflagrou, na terça-feira, 5, a Operação Tesouro Perdido, com vistas a cumprir mandado de busca e apreensão emitido pela 10ª Vara Federal de Brasília. Após investigações decorrentes de dados coletados nas últimas fases da Operação Cui Bono, a PF chegou a um endereço em Salvador/BA, que seria, supostamente, utilizado por Geddel Vieira Lima como "bunker" para armazenagem de dinheiro em espécie. Durante as buscas foi encontrada grande quantia de dinheiro em espécie. Os valores apreendidos serão transportados a um banco onde será contabilizado e depositado em conta judicial.

Ao autorizar a operação, o juiz federal Vallisney de Souza Oliveira afirmou que Geddel 'estava fazendo uso velado do aludido apartamento, que não lhe pertence, mas a terceiros, para guardar objetos/documentos (fumus boni iuris), o que, em face das circunstâncias que envolvem os fatos investigados (vultosos valores, delitos de lavagem de dinheiro, corrupção, organização criminosa e participação de agentes públicos influentes e poderosos), precisa ser apurado com urgência'.

Geddel ficou em prisão domiciliar sem tornozeleira eletrônica. O ex-ministro foi preso em 3 de julho e mandado para casa em 12 de julho.

Malas. A Polícia Federal achou impressões digitais do ex-ministro Geddel Vieira Lima no apartamento do bairro da Graça, em Salvador, onde foram encontrados incríveis R$ 51 milhões em dinheiro vivo. As impressões foram identificadas em malas e caixas onde estavam estocadas as cédulas, informou a repórter Camila Bomfim, da TV Globo.

A Polícia Federal terminou na quarta-feira, 6, a contagem dos valores apreendidos no bunker ligado ao ex-ministro Geddel Vieira Lima. Foram apreendidos R$ 51 milhões ?" R$ 42.643.500,00 e US$ 2.688.000,00. O dinheiro será depositado em uma conta judicial
Herculano
08/09/2017 07:50
AS GRAVAÇõES QUE MARCARAM A LAVA JATO E AS SUAS CONSEQUÊNCIAS

Conteúdo da revista Veja. Texto de Por Guilherme. Era o plano quase perfeito. Joesley Batista gravou o presidente da República e um dos mais influentes senadores do país, segundo colocado nas eleições presidenciais de 2014, em diálogos comprometedores. Ele tinha pego "o [poder] Executivo". Mesmo que não pegasse "o [poder] Judiciário", como agora se sabe que era a sua pretensão, já tinha o suficiente para que a Procuradoria-Geral da República (PGR) aceitasse a sua delação e lhe concedesse imunidade total, sem sofrer qualquer tipo de novo processo.

A ironia do destino é que o recurso que garantiu a Joesley benefícios que nenhum delator obteve foi, justamente, o que pode derrubá-lo. Uma gravação, entregue junto com a complementação da sua delação, mostrou ao Brasil o empresário e Ricardo Saud, diretor de Relações Institucionais da JBS, em uma conversa cheia de planos pouco republicanos para se livrar da Justiça. O principal é a insinuação de que Marcelo Miller, ex-procurador e hoje advogado, que atuou no escritório responsável pela leniência da empresa, tenha ajudado os delatores quando ainda estava nas fileiras do Ministério Público, um crime não confessado na delação.

Essa é apenas mais uma vez em que a Operação Lava Jato é revirada do dia para a noite por uma gravação bombástica. Nesta discoteca, hits de sucesso revelam os detalhes sórdidos da vida política do Brasil, extraídos por recursos variados, de grampos até gravadores estrategicamente escondidos. A tecla rec já foi apertada tantas vezes que foi difícil selecionar quais faixas ganharam um espaço no álbum de grandes sucessos dos três anos da maior investigação contra a corrupção da história do país. São áudios que contêm os mais diversos tópicos, de fugas em barcos pela América do Sul até sangrias estancadas, passando por termos de posse enviados e pelo aviso: "Tem que manter isso aí, viu?". A seleção você acompanha ao longo desta reportagem.

Com as últimas flechas do procurador-geral Rodrigo Janot, que pretende levar nomes como o senador Romero Jucá (PMDB-RR) e os ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, ambos do PT, ao banco dos réus mais algumas vezes, o resultado final é que todos os áudios abaixo resultaram em investigações criminais em andamento na Justiça. Como isso vai acabar é difícil prever, mas já é possível dizer que, a partir da Lava Jato, a preocupação dos políticos brasileiros com possíveis áudios indesejados aumentou consideravelmente. O maior exemplo é o próprio presidente Michel Temer (PMDB): em seu escritório, um bloqueador de celular distorce gravações. Tem tudo para virar hit.

Faixa 1 ?" "Tem que ir embora", por Delcídio do Amaral, Bernardo Cerveró & Edson Ribeiro

Em 21 de novembro de 2015, o então senador Delcídio do Amaral, na época filiado ao PT e líder do governo da presidente Dilma Rousseff, acordou com a visita indesejável da Polícia Federal. Uma gravação, feita por Bernardo Cerveró, mostra Delcídio em uma conversa com o advogado Edson Ribeiro e seu chefe de gabinete, Diogo Ferreira. Era uma combinação para evitar a delação premiada do pai de Bernardo, o ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró. O áudio justificou um pedido de prisão em flagrante contra o ex-senador.

Em uma hora e trinta e cinco minutos de conversa, os quatro tratam de diversas formas pelas quais Nestor poderia ser preservado da Justiça, desde fugir em um barco, como é possível ler e ouvir abaixo, até fazer uma delação fake, em que o então senador não fosse citado. Como recompensa, o político garantiria o futuro da família Cerveró: 50.000 reais de mesada, fora um acerto para que o banqueiro André Esteves, do BTG Pactual, desse outros quatro milhões. Esteves também chegou a ser preso por causa da gravação.

No mesmo dia, cumprindo o regimento, a continuação da prisão de Delcídio foi à votação no plenário do Senado, mas ele não contou com a boa vontade dos hoje ex-colegas: ficou preso e, em maio de 2016, teve o mandato cassado. Desprestigiado e sem previsão de deixar a cadeia, o ex-senador fechou um acordo de delação e atribuiu ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva a ordem para mandar calar o ex-diretor da Petrobras. Foi para a prisão domiciliar.

Não colou. Concluídas as investigações, o MPF pediu a absolvição de Lula e de Esteves. O procurador Ivan Cláudio Marx afirma que Delcídio mentiu e pede a anulação da sua delação premiada, o que pode devolvê-lo para o regime fechado em breve. O envolvimento do agora polêmico Marcelo Miller na orientação à Bernardo Cerveró deve ser o recurso para que o ex-senador e o pecuarista José Carlos Bumlai, segundo informa a coluna Radar On-Line, tentem agora anular a validade da gravação

Faixa 2 ?" "Tchau, querida", por Lula & Dilma

Em 16 de março de 2016, a então presidente da República Dilma Rousseff (PT) enfrentava um processo de impeachment e passava a realmente considerar a hipótese de ser cassada. Para se salvar, anunciou uma jogada de mestre: o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) assumiria a Casa Civil. Na função, usaria toda a sua popularidade e trânsito no Congresso para garantir que Dilma continuasse à frente do governo.

No mesmo dia, o juiz Sergio Moro tomou a decisão errada (assumida na sentença em que viria a condenar Lula mais de um ano depois) de divulgar uma polêmica gravação. Dilma telefonara para Lula e informou que o "Bessias", uma referência ao ex-subchefe da Casa Civil Jorge Messias, estava a caminho de seu apartamento, "com um documento, que é o termo de posse". Lula deveria tê-lo "em caso de necessidade".

Os trechos deram margem para que ganhasse força a interpretação de que o ex-presidente teria sido nomeado para ganhar foro privilegiado e ter o processo tirado das mãos de Moro, na primeira instância, passando a tramitar no Supremo Tribunal Federal (STF). A controvérsia em torno da divulgação diz respeito ao fato de ter sido feita após o fim da autorização judicial para a interceptação telefônica, o que a tornava inválida judicialmente. O caso também se tornou uma das principais alegações do petista de que o juiz atua de forma parcial contra ele.

O que Dilma também não esperava era a chuva de liminares concedidas por juízes pelo país impedindo que Lula assumisse o cargo, alegando que os ex-presidentes estariam cometendo o crime de obstrução à Justiça. A confusão jurídica só foi resolvida provisoriamente pelo Supremo, onde o relator, ministro Gilmar Mendes, concedeu uma liminar decidindo que o petista não poderia ser ministro.

Nesta semana, o inquérito que apurava as circunstâncias da nomeação voltou a andar e a notícia foi ruim para Dilma e Lula. O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, decidiu denunciá-los por obstrução de Justiça, entendendo que, de fato, a então presidente agiu de má-fé ao colocar o padrinho político no cargo. O caso agora tramita no mesmo STF, que nunca deu uma sentença definitiva sobre a chegada de Lula ao cargo.

Faixa 3 ?" "Estancar a sangria", por Romero Jucá & Sérgio Machado

Figura de ótimo trânsito entre o PSDB e o PMDB, o ex-senador e ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado mostrou que aprendeu a lição de Bernardo Cerveró: gravar interlocutores em diálogos criminosos é um bom caminho para conseguir um bom acordo com o MPF, a mesma fonte na qual Joesley beberia cerca de um ano depois.

Em uma das gravações que Machado entregou aos procuradores e que lhe renderam uma prisão domiciliar, ele conversa com o senador Romero Jucá (PMDB-RR) sobre uma ajuda para que sobrevivesse às investigações da Justiça. Na conversa, o senador defende o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff "para poder estancar essa sangria". Ao ouvir o ex-presidente da Transpetro falar em "um grande acordo nacional", Jucá se anima e adianta "com o Supremo, com tudo", delimitando as investigações da Lava Jato onde elas estavam.

Quando as gravações vieram a público, o objetivo do peemedebista estava se concretizando: Dilma estava afastada, Michel Temer havia assumido e ele, Jucá, era o ministro do Planejamento. O novo homem-forte do governo. Era. Em uma época em que acusações de corrupção contra ministros ainda causavam constrangimento, caiu do cargo e voltou ao Congresso.

Ele ficou sem a coroa, mas não sem poder: tornou-se líder do governo no Senado e continua como o principal articulador do presidente no Legislativo. É mais um dos alvos das flechas de Janot: mesmo com um relatório da Polícia Federal que não viu indícios concretos de crime por parte do senador, ele foi denunciado por tentativa de obstrução a Justiça.

Faixa 4 ?" "Tem que manter isso aí", por Joesley Batista & Michel Temer

Em 17 de maio de 2017, o jornal O Globo publicou que o presidente Michel Temer (PMDB) tinha sido gravado pelo empresário Joesley Batista consentindo com o pagamento de propinas em troca do silêncio do ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e do doleiro Lúcio Funaro.

O caso gerou a maior crise política do governo de Temer e levou aliados e oposição a cogitarem a renúncia do presidente. Com o passar dos dias e a liberação do áudio, no entanto, Temer foi recuperando força e conseguindo retomar o controle da situação.

A gravação aproximou o presidente do precipício em duas situações: aumentou a pressão para que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) cassasse a chapa eleita em 2014, ele incluso, e gerou uma denúncia, apresentada pelo procurador-geral Rodrigo Janot. Como Temer é presidente da República, só poderia se tornar réu, o que acarretaria seu afastamento do cargo, com autorização da Câmara.

E ela não veio. Em 2 de agosto, deputados votaram e rejeitaram a licença para que o presidente fosse processado, por 263 a 247 votos. Eram necessários 342 para que a denúncia, que trata do trecho em que o presidente supostamente teria indicado o ex-deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR) para intermediar negociações ilícitas, prosseguisse. A denúncia agora fica suspensa e só pode ser retomada quando Temer desocupar o Palácio do Planalto, o que deve acontecer em janeiro de 2019.

A expectativa é que até o final do seu mandato, no próximo dia 17, Janot utilize o trecho que diz respeito a Cunha e Funaro para acusar o presidente de obstrução a Justiça, por supostamente ter tentado atrapalhar o sucesso das investigações. Funaro, é bom lembrar, fechou o acordo de delação que, segundo Joesley Batista, Temer queria evitar.

Faixa 5 ?" "Tem que ser um que a gente mata", por Joesley Batista & Aécio Neves

Michel Temer não foi o único que Joesley Batista gravou. Em um outro áudio que faz parte da sua delação, o empresário conversa com o senador Aécio Neves (PSDB-MG) sobre um repasse de 2 milhões de reais. Segundo Joesley, trata-se de propina. Para Aécio, o pagamento pela compra de um apartamento de sua mãe, no Rio de Janeiro.

Eles combinam sobre o formato da entrega do valor. No final, acertam que Frederico Pacheco de Medeiros, o Fred, primo do tucano, encontrará um "menino" de Joesley para receber o valor. Depois, esse pagamento é filmado em uma ação controlada realizada pela Polícia Federal.

Um dos trechos que mais geraram polêmica do diálogo é aquele em que Aécio ironiza a segurança que tem em colocar o primo para receber o dinheiro: "Tem que ser um que a gente mata antes de fazer delação". No dia seguinte à divulgação da gravação, a Polícia Federal prendeu Fred e a irmã do senador, a jornalista Andrea Neves.

O próprio Aécio escapou da prisão apenas porque o relator da Lava Jato no STF, Edson Fachin, considerou que não se tratava de um flagrante, pré-condição para que um senador em exercício vá para trás das grades, assim como Delcídio. O ministro também determinou a abertura de um inquérito, ainda não concluído.

Se não mandou prender, Fachin, por outro lado, decidiu afastar Aécio Neves do Congresso. No mesmo dia, afastou-se da presidência do PSDB. Com a mudança de relator e o processo nas mãos do ministro Marco Aurélio Mello, ele conseguiu reassumir o mandato. O partido, no entanto, continua sob a condução do senador Tasso Jereissati.

Faixa 6 ?" "Nós não vamos ser presos", por Joesley Batista & Ricardo Saud

A conversa entre Joesley Batista e Ricardo Saud, a gravação mais recente a vir a público, é uma que o empresário provavelmente gostaria de nunca ter ouvido. Entregue para a PGR como um complemento da colaboração anterior, o áudio provocou a abertura de um inquérito de revisão da delação premiada da dupla.

No trecho destacado abaixo, os delatores dão a entender que Marcelo Miller já estava atuando em favor da JBS antes mesmo de deixar o Ministério Público Federal, possivelmente tentando influenciar Rodrigo Janot a buscar uma colaboração da empresa. As suspeitas levantadas pelo procurador-geral em entrevista coletiva causaram alvoroço e tem tudo, como defenderam ministros do STF, para causar ao menos a suspensão temporária dos benefícios obtidos pelos colaboradores.

Sem imunidade, basta que o Ministério Público peça e que o relator, ministro Edson Fachin, autorize, para que eles sejam presos. Se, de fato, Joesley Batista, Ricardo Saud e os demais delatores da JBS omitiram informações na delação é difícil de dizer nesse momento. O que é certo, no entanto, é que a gravação, repleta de palavras de baixo calão, menções sexuais indevidas e arrogância, tem tudo para impedir a profecia do empresário: "Nós vamos sair lá na frente. Nós vamos sair amigos de todo mundo. E nós não vamos ser presos. Pronto. E nós vamos salvar a empresa".
Herculano
08/09/2017 07:36
PLANO DE JOESLEY ERA DELATAR E 'NUNCA MAIS VOLTAR', por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

"Tem que ser 'tchau' e não voltar aqui mais nunca". Com esta frase, durante a conversa gravada com o empregado Ricardo Saud, Joesley Batista confessou seu plano: desestabilizar os Três Poderes, vender tudo, deixar o Brasil e "não voltar aqui mais nunca". A estratégia era garantir blindagem em cinco operações policiais, nas quais era alvo, e passar a viver no Estados Unidos, onde o grupo controla 57 empresas.

PLANO ERA 'VAZAR'
Saud diz na gravação: "Isso (delatar e ir embora ileso) é a única coisa que a gente tem acertar, Joesley, pra poder ir embora com a família".

OVO OU GALINHA?
Investigadores da Lava Jato também suspeitam que Joesley gravou Ricardo Saud como "garantia", em caso de traição do cúmplice.

GRAMPO PARA VAZAR
Joesley achava que era só grampear autoridades, entregar os áudios, e nunca mais voltar ao Brasil: "não vai precisar de nós (sic)".

NÃO FOI ACIDENTE
O áudio não foi enviado "por acidente". A Polícia Federal pediu o gravador para periciar o grampo de Joesley contra Michel Temer.

VENEZUELA DÁ CALOTE DE R$12 BILHõES NO BRASIL
O Brasil já dá como certo um gigantesco calote do governo do ditador venezuelano Nicolas Maduro junto a empresas brasileiras. Da dívida total de US$5 bilhões (R$15,6 bilhões), cerca de US$3,8 bilhões (R$12 bilhões) vencem em outubro e novembro próximos. O Brasil aposta em "beiço" da Venezuela. "A expectativa é de default (calote)", informou à Comissão de Relações Exteriores da Câmara o embaixador Tarcísio Fernandes Costa, do Departamento de América do Sul do Itamaraty.

CREDOR
A dívida do desastroso governo Maduro junto a empresas brasileiras representa mais da metade do total de reservas internacionais.

FALÊNCIA CLARA
As reservas internacionais da Venezuela totalizam, hoje, US$9,8 bilhões. As reservas do Brasil somam R$ 350 bilhões.

DEFAULT SELETIVO
Com a penúria, a Venezuela entrou no chamado "default seletivo", deixando de pagar credores variados e investidores dos seus papéis.

PACTO DIABóLICO
O devastador depoimento de Antonio Palocci deu a certeza nos meios jurídicos de que o Lula vai passar longo período na cadeia. Ele revelou o "pacto de sangue" entre Lula e a Odebrecht: em troca de propina de R$300 milhões, a empreiteira ganharia os contratos que quisesse.

TEMER 'LEVITOU'
Ao receber na China as notícias sobre a reviravolta na delação de Joesley & cúmplices, o presidente Michel Temer "levitou", na definição de um membro da comitiva, "mas foi discreto e comedido".

CHEGADA ESTILOSA
Antes sair do PSB, o senador Fernando Coelho (PE) pediu a bênção aos governadores do partido, ligando para se justificar. "Ele já chegou ao partido traindo", diz um peemedebista histórico de Pernambuco.

ACIONISTAS EXCITADOS
A turma do BNDES tem dado pulos de alegria, com a iminente derrocada de Joesley Batista e seus cúmplices. Como sócio, o banco poderá assumir o controle das operações do grupo J&F/JBS.

BOMBA REDIRECIONADA
Deputado brasileiro que foi a Pequim brinca com a reviravolta na caso JBS: "O presidente Xi Jinping gosta tanto de Temer que fez o gordinho maluco da Coreia do Norte desviar a bomba atômica para o Janot".

GEDDEL EM TODAS
Tem gente que só lembra de Geddel Vieira Lima, homem das mil e uma malas, como ministro de Michel Temer. Não é falta de memória, é falta de vergonha: o baiano foi também ministro do governo Lula.

MELARAM A REFORMA
Não há muito o que celebrar com a PEC da reforma política. O PPS tenta adiar o fim de coligações para 2020; PCdoB e PR tentam manter tudo como está. E o "fim as coligações" é história para boi dormir: criaram uma coligação de 4 anos com a tal "federação partidária".

PASSAGENS CARAS
Sobre os gastos de R$342 mil apenas este ano, o senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) diz que tudo "é feito exclusivamente na atividade parlamentar". E que são caras as passagens entre Macapá e Brasília.

PERGUNTA NA IMOBILIÁRIA
Quantos apartamentos em Salvador seriam necessários para a cúpula do PT guardar os R$6,5 bilhões que Janot exige que sejam devolvidos?
Herculano
08/09/2017 07:28
A ALIADOS, TEMER DIZ QUE AUTOGRAMPO DE JOESLEY É "NOJENTO"; DILMA CHAMA PALOCCI DE "CANALHA"

Conteúdo do jornal Folha de S. Paulo.Texto da Coluna Painel (Daniela Lima e Thais Arbex)

Cada um na sua
Em seu longo almoço neste Sete de Setembro, Michel Temer comentou com aliados a polêmica conversa de Joesley Batista e Ricardo Saud, da J&F. O presidente disse que o diálogo era "nojento". Foi acompanhado na crítica por ministros e parlamentares, que usaram termos como "sórdido" e "desmoralizante" para definir o áudio. A ex-presidente Dilma Rousseff, por sua vez, desabafou com amigos sobre o mais novo algoz do PT: Antonio Palocci. Chamou o ex-ministro de "canalha".

CEP e CPF
Ainda no almoço, aliados do peemedebista atribuíram a estratégia dos delatores de identificar doações eleitorais como propina a Marcello Miller. Eles apontaram ainda o promotor Sérgio Bruno como integrante da força-tarefa na PGR que gosta do termo.

Nada disso
Miller nega ter cometido qualquer crime. Sérgio Bruno, por sua vez, nunca foi alvo de qualquer acusação na Lava Jato.

Ensaia o discurso
Os ministros e parlamentares disseram não ter dúvidas de que Rodrigo Janot apresentará nova denúncia contra Temer e o PMDB. Argumentaram que a Procuradoria precisa de uma "cortina de fumaça" para suplantar a crise que tem em seu quintal.

Coisa nossa
A fotografia dos R$ 51 milhões em dinheiro atribuídos a Geddel Vieira Lima (PMDB-BA) também foi tema no almoço. Aliados disseram que a imagem era "indefensável". Temer calou.

São Judas Tadeu
Integrantes do centrão, grupo que vinha pressionando o Planalto, admitem que o escândalo que abateu a PGR reorganizou a base de Temer. "Janot conseguiu o que parecia impossível ao governo", diz Marcos Montes (MG), líder do PSD na Câmara.

Ajude a te ajudar
Os advogados que atuam em causas vinculadas ao acordo da J&F fizeram reunião na quarta (6). Manifestaram profundo incômodo por terem ficado sabendo pela imprensa da existência de um áudio tão comprometedor.

Túnel do tempo
Dilma Rousseff comparou Antonio Palocci, seu ex-ministro da Casa Civil, com o que chamava de "cachorros" na ditadura: militantes que, presos, entregavam aquilo que os militares queriam ouvir.

Com lupa
Integrantes da cúpula do PT afirmam que Palocci "dificilmente conseguirá provar" o que disse em depoimento a Sergio Moro, na quarta (6). Sustentarão que ele tenta "tapar buracos na narrativa" montada pela força-tarefa da Lava Jato.

Releiam
A defesa do governador Fernando Pimentel (PT-MG) vai questionar elementos das delações da Odebrecht e do empresário Benedito Oliveira, o Bené, que assumiu ser operador do petista. O mineiro é alvo de pelo menos dois inquéritos no STJ.

Xadrez
Auxiliares de João Doria têm pesquisas sobre suas viagens. A avaliação positiva caiu. Aliados do governador Geraldo Alckmin, por sua vez, também têm levantamentos. Um deles indaga se o paulistano quer que o prefeito deixe o cargo para concorrer a outro posto. Mais de 70% teria dito que não.

Sem palanque
O clima de animosidade no PSDB é tão grande que João Doria não foi convidado a falar no seminário "Desafios políticos de um mundo em intensa transformação", que o Instituto Teotônio Vilela fará em SP na próxima semana.

Falou demais
A Federação Nacional dos Médicos encaminhou, na terça (5), pedido de abertura de investigação contra o ministro da Saúde, Ricardo Barros, à Comissão de Ética da Presidência.

Falou demais 2
A federação quer que o colegiado apure se o ministro cometeu infração ética ao dizer, em julho, que "vamos parar de fingir que pagamos ao médico e o médico vai parar de fingir que trabalha".
Herculano
08/09/2017 07:19
REAÇÃO POLÍTICA ÀS ACUSAÇÕES DE PALOCCI DEFINIRÁ SE PT VAI SOBREVIVER, por Reinaldo Azevedo, no jornal Folha de S. Paulo

Ou Lula e o PT atingem a terceira margem do rio ou desaparecem. Não há um lugar intermediário. Ambos foram mergulhados no Rio da Morte. Ou sobrevirá o fim, ou está garantida a imortalidade. E quem os colocou nessa situação inédita foi Antonio Palocci. Nunca houve na legenda alguém como ele. O PT não conhecia esse tipo de traição. Volto ao ponto. Antes, algumas considerações.

A reação foi fulminante. Aqueles moços implacáveis, sob a inspiração de Sergio Moro - que veio para julgar os vivos, os mortos e os juízes que os julgam...-, sentiram cheiro de carne queimada. Perceberam que Rodrigo Janot, procurador-geral da República, o grande sacerdote do Comitê de Salvação Pública, havia caído em desgraça. Não há mais salvação para ele.

Fazer o quê? A população já andava desconfiada dos benefícios concedidos a Joesley Batista. Por mais poderosa que seja a fórmula desenvolvida pela Lava Jato - que soma justa indignação a ressentimento e a doses consideráveis de ignorância moralista -, há um limite. E Janot, com o apoio patriótico de Marcello Miller, o ultrapassou. Os benefícios concedidos a bandidos confessos ultrapassaram as fronteiras do aceitável.

Ainda que as pessoas não verbalizem paradoxos e contradições inelutáveis, elas os percebem. Se a vida de um criminoso confesso pode ser ainda melhor do que a daquele que nunca delinquiu, que vantagem objetiva há em ser honesto? Afinal, leitor, todos podemos achar justo que Joesley Batista viva melhor do que nós porque é mais competente, mais sagaz, mais eficiente, mais inteligente...

Podemos até considerar que sua gramática, dados os valores influentes, o torna mais apto a viver neste mundo. À sua maneira, seria um salto evolutivo... Mas uma coisa é certa: ele não pode ter uma vida melhor do que a nossa só porque é mais safado.

E as conversas que vieram a público entre Joesley e Ricardo Saud expõem uma urdidura sórdida, em que o combate à corrupção ?"que mobiliza tão bons sentimentos...?" é o que menos importa. O que se vê ali, e cada um narre a coisa segundo a sua própria experiência no mundo da ficção, são dois larápios a evidenciar como estão manipulando o ente que julga manipulá-los. Joesley deixa claro que é preciso até empregar uma espécie de "TAC" (Termo de Ajuste de Conduta) Vocabular: é para chamar todo mundo de "bandido", de "vagabundo". É o que exige o Ministério Público Federal.

E os "colaboradores" se mostram dispostos a cumprir o seu papel. Joesley, como ficou claro, se dispõe até a fornecer carne humana a seus convivas: mulher, gay, não importa... Ele próprio está de olho em casadinhas de 50 anos, que chama "umas véia"... Certa elite brasileira seria verdadeiramente revolucionária no... século 19.

É mais do que pode suportar, e por bons motivos, a mentalidade média. Moralmente, era a decretação de morte da Lava Jato...

Janot ainda tentou reagir, apresentando duas denúncias contra Lula, Dilma e parte da cúpula petista. Não tem jeito. Ninguém mais o leva a sério. A bomba mesmo veio de Curitiba, na "confissão", que delação ainda não é, de Antonio Palocci.

O esforço conjunto da PGR e da Força Tarefa para derrubar Michel Temer resultou no vexame protagonizado por Joesley Batista e Ricardo Saud. Malsucedido no esforço golpista contra Temer, o grupelho percebeu que "bases populares" bateram em retirada.

Então era chegada a hora de "redemonizar" o PT, depois do esforço bem-sucedido para ressuscitá-lo.

Acredito em tudo o que diz Palocci. Só não entendi por que, até agora, ele não fez o acordo de delação premiada. Não é do tipo que se joga no trapézio, sem rede de proteção.

Os eventuais efeitos, digamos, penais das acusações de Palocci não são imediatos. Os próximos dias vão evidenciar se o PT conseguirá dar uma resposta política ao que está em curso.
Herculano
08/09/2017 07:14
FUNARO: TEMER RECEBEU E INTERMEDIOU PROPINAS, por Josias de Souza

Em delação já homologada pelo ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal, o doleiro e operador de propinas Lúcio Funaro contou que Michel Temer "sempre soube" do esquema de coleta de dinheiro sujo montado por Eduardo Cunha. Mencionou três episódios nos quais Temer atuou como intermediário ou beneficiário de propinas que somam R$ 13,5 milhões.

De acordo notícia veiculada pela revista Veja, Funaro relatou à Procuradoria-Geral da República que Temer recebeu propina de R$ 1,5 milhão proveniente do grupo Bertin. O doleiro afirmou ter intermediado pagamento ilícito de R$ 7 milhões da JBS destinado a Temer, Cunha e o ministro da Agricultura da época: Antônio Andrade, hoje vice-governador de Minas Gerais.

Funaro declarou, de resto, que Temer obteve R$ 5 milhões do empresário Henrique Constantino, do Grupo Constatino. A verba foi borrifada em 2012 na caixa registradora da campanha do então peemedebista Gabriel Chalita à prefeitura de São Paulo.

O doleiro esclareceu que não conversou sobre dinheiro diretamente com Temer. Essa era uma atribuição de Eduardo Cunha. Segundo Funaro, Cunha o mantinha informado sobre a divisão das propinas. "Temer participava do esquema de arrecadações de valores ilícitos dentro do PMDB", disse. "Cunha narrava as tratativas e as divisões [de dinheiro] com Temer."

Funaro também enredou em sua delação três integrantes da patota política de Temer: o ministro palaciano Moreira Franco e os ex-ministros Henrique Eduardo Alves, preso no Rio Grande do Norte, e Geddel Vieira Lima, que a Polícia Federal acusa de esconder os R$ 51 milhões apreendidos num bunker residencial de Salvador.

O operador de propinas vinculou a trinca de amigos de Temer a fraudes em negócios trançados na Caixa Econômica Federal. Numa única operação envolvendo o grupo Bertin, em 2009, o ministro Moreira Franco amealhou R$ 6 milhões, acusou Funaro.

Prestes a perder a imunidade penal obtida em acordo de colaboração judicial, o empresário Joesley Batista, da JBS, foi acusado de oferecer R$ 100 milhões pelo silêncio de Funaro. Segundo o doleiro, só foram efetivamente pagos R$ 4,6 milhões. Os repasses foram interrompidos depois que Joesley tornou-se, ele próprio, um delator.

Funaro forneceu aos procuradores sua versão sobre o misterioso episódio que envolve os R$ 10 milhões que Marcelo Odebrecht, mordido pelo próprio Temer num jantar no Jaburu, entregou a políticos do grupo do presidente. Parte desse valor ?"R$ 4 milhões?" foi repassado para um velho amigo de Temer, o ministro palaciano Eliseu Padilha. Os outros R$ 6 milhões foram para o caixa dois da malograda campanha de Paulo Skaf, presidente da Fiesp, ao governo de São Paulo.

Funaro declarou que, em maio de 2014, foi acionado pelo ex-ministro Geddel Vieira Lima. A pedido dele, retirou R$ 1 milhão no escritório de outro amigão de Temer, o advogado José Yunes. Esse pedaço da verba provida pela Odebrecht foi entregue a Geddel, em dinheiro vivo, na capital baiana.

A delação de Funaro complicou a vida penal do ex-amigo Eduardo Cunha. O doleiro entregou os dados referentes a uma conta de Cunha no exterior ?"mais uma, que os investigadores desconheciam. Batizada de "Glorieta LLP", foi aberta no banco Northern Trust Bank, em Nova York, em nome de uma offshore. Funaro disse ter feito depósitos nesta entre 2003 e 2006.

De acordo com o delator, Cunha comprava com dinheiro de propina o apoio da milícia parlamentar que o apoiava na Câmara. Citou 25 deputados que estavam na caderneta de Cunha.

Funaro também declarou que, no ano passado, durante a tramitação do processo de impeachment contra Dilma, Cunha e Temer "confabulavam diariamente". Na véspera da votação em que os deputados aprovaram a abertura do processo, Cunha procurou Funaro para pedir dinheiro. Queria comprar votos contra Dilma. Funaro diz ter repassado o dinheiro.
Herculano
08/09/2017 07:08
LULA SANGRA, editorial do jornal Folha de S. Paulo

Luiz Inácio Lula da Silva sobreviveu ao escândalo do mensalão. Manteve-se cacique único do PT e conservou apoios na sociedade mesmo depois da ruína provocada pela candidata que afiançou e levou ao Palácio do Planalto.

Alvo de múltiplas investigações de corrupção, liderava com 30% as intenções de voto à Presidência na mais recente pesquisa Datafolha, de junho. Condenado em primeira instância no mês seguinte, manteve-se agarrado ao discurso de perseguido pelas elites nacionais.

Seria prematuro, assim, afirmar que Lula esteja abatido de modo irremediável pelo depoimento em que um ex-ministro da Fazenda de seu governo, Antonio Palocci, confirmou com minúcias o fluxo caudaloso de propinas da construtora Odebrecht para dirigentes petistas, seus aliados e, em particular, seu líder máximo.

Pode-se dizer, isso sim, que até então nenhuma testemunha com tanta familiaridade com as entranhas do partido havia atestado o alcance da corrupção relatada por empreiteiros, funcionários e operadores diversos à Lava Jato.

Ocioso recordar o protagonismo de Palocci no primeiro mandato de Lula, que o alçou à condição de interlocutor preferencial do PT com o mercado financeiro e grandes empresários.

Esteve entre os coordenadores da campanha de Dilma Rousseff, de quem foi o primeiro chefe da Casa Civil. Um de seus papéis ?"no qual fracassou por durar pouco no cargo?"era assegurar que a sucessora de Lula não poria em prática teses econômicas exóticas.

A versão de Palocci para o "pacto de sangue" firmado em 2010 com a Odebrecht ?"envolvendo propinas de R$ 300 milhões, inclusive as benesses imobiliárias para o presidente que saía?" pode, claro, ser mentirosa. Mas não por desconhecimento de causa.

Dizem os petistas que o ex-ministro, também condenado por corrupção, cria um enredo para se tornar delator e ter reduzida sua pena.

Nada disso altera o essencial: a Petrobras e outros setores do governo foram devastados por desvios bilionários e gestões irresponsáveis, e a cada dia é mais inverossímil que tudo tenha se dado sem a anuência, se não a participação interessada, da cúpula do partido.

Alvo da rejeição de quase metade dos eleitores brasileiros, Lula mistura, com retórica agressiva e demagógica, um projeto de candidatura presidencial e uma estratégia de defesa política.

Trata-se de combinação perigosa, ainda mais em um cenário de fragilidade da economia e descrédito das lideranças partidárias. Resta ao país aguardar que a Justiça defina o quanto antes a condição do alquebrado ex-presidente.
Herculano
08/09/2017 07:06
DOENÇA

Elinor mostra-nos que fanatismo é uma doença contra todas as evidências, ou que roubo dos pesados impostos de todos é permitido à gangue da esquerda do atraso e acertadamente tipificada como crime para os adversários
Herculano
08/09/2017 06:56
GEDDEL VIEIRA LIMA, PMDB O HOMEM DE LULA, DILMA, TEMER E DOS 51 MILHÕES ESCONDIDOS EM CASA SAI DA PRISÃO DOMICILIAR EM SALVADOR E VAI PARA A CADEIA NOVAMENTE. POLÍCIA FEDERAL EM AÇÃO. UFA!
Elinor Pomatti
07/09/2017 19:17
Sidnei Luis Reinert
07/09/2017 10:51
Lula já era... Vamos nos livrar dos outros...digo dos tucanos e direita lazarenta.

Repórteres, colunistas, bloguistas, e metidos, todos terão que engulir o sapo barbudo (LULA)como dizia o velho caudilho Brizola.
Herculano
07/09/2017 17:58
A LAVA JATO MATOU O EUFEMISMO, por Felipe Moura Brasil, de O Antagonista

Lula, no Twitter, em 28 de abril:

"Não tenho preocupação com nenhuma delação. Palocci é meu companheiro há 30 anos, é um dos homens mais inteligentes desse país."

Lula, no Facebook, em 6 de setembro:

"Palocci repete o papel de réu que não só desiste de se defender como, sem o compromisso de dizer a verdade, valida as acusações do Ministério Público para obter redução de pena."

Entre uma declaração e outra, claro, o companheiro Antonio Palocci, em depoimento ao juiz Sérgio Moro, entregou Lula e o "pacto de sangue" do petista com a Odebrecht para o pagamento de R$ 300 milhões a si próprio e ao PT.

Como "um dos homens mais inteligentes desse país", o ex-ministro deu uma aula a Cristiano Zanin, advogado do comandante máximo, sobre a relação entre oito contratos da Odebrecht com a Petrobras e a compra de uma sede para o Instituto Lula.

"A empresa trabalha com a Petrobras; a Petrobras dá vantagens para essa empresa; com essas vantagens, cria uma conta para destinar aos políticos que a apoiaram; o presidente mantém lá diretores que apoiam a empresa, para dar a ela contratos; esses contratos geram dinheiro; com esse dinheiro, eles pagam propina aos políticos. A Odebrecht fez um caixa (com os contratos da Petrobras) e desse caixa foi sacado um dinheiro que comprou esse prédio que foi dado ao presidente Lula."

Zanin ainda perguntou "por que a Odebrecht estaria envolvida na compra deste imóvel" na Rua Doutor Haberbeck Brandão, 178, em Vila Clementino, São Paulo.

Palocci respondeu:

"Porque o doutor [José Carlos] Bumlai e o doutor Roberto Teixeira [advogado e também amigo pessoal de Lula] sabiam que a Odebrecht era uma colaboradora..."

O ex-ministro interrompeu a própria frase e se corrigiu:

"Colaboradora talvez seja uma palavra..."

Interrompeu-se de novo e, dirigindo-se a Moro, disse:

"O senhor desculpa, às vezes eu... Eu sou [há] trinta anos treinado para falar dessa forma. Mas..."

Reformulando, então, sua frase com foco no que Bumlai e Teixeira sabiam, Palocci prosseguiu:

"Que a Odebrecht dava PROPINAS frequentes ao presidente Lula e ao PT. Como se tratava de um pagamento de uma propina, ele [Bumlai] achou que a Odebrecht poderia pagar esse terreno", explicou o ex-ministro, considerando que Bumlai lhe pediu para que solicitasse dinheiro a Marcelo Odebrecht justamente porque sabia que Palocci conversava com o então presidente da empreiteira "sobre essas coisas".

A recente entrevista à Veja com o autogrampeador Joesley Batista, que está longe de ser um dos homens mais inteligentes do país, também teve um momento similar.

"Falei de propina com a presidente [Dilma] na sala da presidente da República!", disse o empresário, dono da JBS.

"O senhor falava 'propina'?", perguntou a repórter.

"Não, essa palavra aprendi agora, no Ministério Público. Eu falava 'ajuda'. 'Vou dar uma ajuda, um apoio e tal.'"

A diferença entre Joesley e Palocci, portanto, é que um alegou que dizia "ajuda" por ignorância, o outro admitiu que falava "colaboração/colaboradora" por treinamento ?" até que a Lava Jato matou os eufemismos, restaurando o trânsito normal entre língua, percepção e realidade, sem o qual os atos criminosos soam como caridade exercida.

Curiosamente, o tempo de treino em disfarce verbal admitido por Palocci a Moro é exatamente igual ao tempo admitido por Lula de companheirismo com Palocci: 30 anos.

Graças à Lava Jato - contra a qual Palocci ainda admitiu ter atuado -, também está cada vez mais claro que a palavra "companheiro" usada por Lula e demais petistas é apenas um eufemismo para comparsas ou cúmplices de crimes e de seus acobertamentos.
Maria se.Dores
07/09/2017 14:24
Herculano,

Entre você e José Ilario Melato, fico contigo, você não tem amigos deletados na lava jato, o DERETOR tem o JOÃO PIZOLATTI Filho de foro privilegiado, que bancava a eleição de muitos, inclusive de longevos e deretores. Tem gente com o rabo preso.
Fica tranquilo Herculano, muita sacanagem virá a público macadamemente falando. Aí tá o furo. Satanás.
Herculano
07/09/2017 11:58
"MPF NÃO PODE CAIR NA VALA COMUM", DIZ PROCURADOR DA LAVA JATO SOBRE A JBS, por Josias de Souza

O procurador Regional da República Carlos Fernando dos Santos Lima, membro da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba, defendeu uma investigação "rápida e profunda" sobre as dúvidas que rondam a colaboração judicial da JBS. Em entrevista ao blog, ele declarou: "O Ministério Público Federal ainda é uma instituição respeitada pela população. Não pode cair na vala comum. Não podemos deixar que joguem o Ministério Público na vala comum."

Carlos Fernando comentou a situação do seu ex-colega Marcelo Miller. O áudio que ameaça a colaboração judicial da empresa de Joesley Batista aponta indícios de que Miller pode ter assessorado os delatores da JBS quando ainda trabalhava como procurador do núcleo da Lava Jato em Brasília. "Ele tem que ser rigorosamente investigado", disse. "Nós temos que cortar na própria carne. Sem nenhum tipo de corporativismo."

Os procuradores da Lava Jato estão preocupados também com a preservação do instituto da colaboração premiada. "Temos o receio de que alguns intérpretes espertos, sempre muito rápidos no gatilho, usem esse tipo de situação para tentar acabar com os acordos de colaboração'', declarou Carlos Fernando. Vai abaixo a entrevista:

- Receia que uma reviravolta na delação da JBS prejudique o instituto da colaboração premiada? Temos o receio de que alguns intérpretes espertos, sempre muito rápidos no gatilho, usem esse tipo de situação para tentar acabar com os acordos de colaboração. O Gilmar Mendes [ministro do Supremo Tribunal Federal] já fala nisso abertamente.

- Como isso ocorreria? Podem tentar fazer algum tipo de restrição. Os criminalistas do garantismo penal já falam nisso há algum tempo. Agora, é uma oportunidade que eles têm para fazer uma confusão e tentar emplacar versões prejudiciais ao instituto da colaboração. Isso nos preocupa muito. Esse caso da JBS não é Lava Jato. É outra operação. Não envolve acordos feitos por nós, em Curitiba.

- Não acha que a superpremiação da imunidade penal é um problema que vem desde a origem neste acordo com a JBS? O problema de premiar com a imunidade é que não é fácil fazer com que a população compreenda. Nos nossos acordos, temos um princípio: não concedemos imunidade. É uma regra de ouro nossa. Mas a lei permite. Tecnicamente, é possível. Tanto que o Supremo reconheceu isso, homologando o acordo. Isso ficou, então, a critério da conveniência e da oportunidade do procurador-geral da República.

- Em Curitiba, os senhores não concedem imunidade penal em nenhuma hipótese? Não. Nós entendemos que é muito difícil explicar a imunidade à população. As pessoas não entendem esse tipo de benefício. Nós preferimos negociar redução de pena. E estamos tendendo a negociar penas privativas de liberdade cada vez maiores.

- A dificuldade de aceitação foi acentuada pela comparação que se fez entre o tratamento dado aos delatores da Odebrecht e os da JBS, não acha? Marcelo Odebrecht padece mais do que Joesley Batista, não? É difícil fazer esse tipo de comparação. A Odebrecht resistiu bastante antes de colaborar. Marcelo Odebrecht já estava preso, a companhia passava por dificuldades, as acusações se avolumavam. O Joesley, espertamente, veio antes que a situação deles se deteriorasse completamente. De certa forma, isso deu a ele outra condição para negociar. Mas nós sempre dissemos, aqui em Curitiba, que imunidade não daríamos a ninguém. Podemos conversar sobre quase tudo, menos imunidade.

- A força tarefa de Curitiba cogita alterar o modo como utiliza o instituto da colaboração judicial? Nós entendemos que o instituto é uma ferramenta de sucesso para quebrar organizações criminosas. Isso não ocorre apenas na Lava Jato do Paraná. Temos operação Ararath [que apura desvios no governo do Mato Grosso], com a filmagem da entrega de dinheiro. Temos o caso de Pernambuco e Rio Grande do Norte, envolvendo um desembargador. Temos a Lava Jato no Rio de Janeiro. Temos vários casos de sucesso no uso da colaboração. Não podemos admitir que exista uma contaminação por conta da malandragem de um colaborador específico.

- Como procurador, causou-lhe incomômodo o fato de seu ex-colega Marcelo Miller ter mudado de lado no curso da investigação? É evidente que a situação foi muito estranha para todos nós. Ele era um procurador atuante. Nós realmente achamos muito estranha a situação. Eticamente era questionável. Juridicamente, ele parecia estar amparado. Poderia ter feito o que fez: sair para advogar. O problema foi ter aparecido em seguida num caso como esses. Isso causou, sim, incômodo.

- A nova gravação traz indícios de que Marcelo Miller pode ter orientado os delatores da JBS ainda como procurador. Acha que as providências adotadas são suficientes para lidar o problema? Isso tem que gerar consequências. Não podemos admitir nenhuma dúvida sobre o comportamento de qualquer membro do Ministério Público. Ele tem que ser investigado. Nós temos que cortar na própria carne. Sem nenhum tipo de corporativismo. Membros do Ministério Público têm um dever de lealdade com a instituição e com a própria sociedade. Portanto, é preciso investigar com muita profundidade. A investigação precisa ser rápida e profunda.

- Acha que a eventual rescisão do acordo de colaboração pode resultar na prisão dos delatores da JBS? Temos duas hipóteses: o acordo pode ser rescindido pelo juiz que homologou, a pedido do Ministério Público. Ou a Procuradoria pode renegociar as penas e os benefícios. Tudo vai depender dos fatos. Conheço o caso apenas pelo que foi divulgado na entrevista coletiva do procurador-geral. Não há envolvimento nosso neste caso. Creio que será necessário sopesar todos os fatores. E o procurador-geral terá de se dirigir ao ministro Edson Fachin, relator do caso no Supremo.

- O caso JBS é o primeiro a apresentar um problema de descumprimento de acordo. Não acha que a preservação da ferramenta depende de uma correção de rumos exemplar por parte do Ministério Público? Do ponto de vista funcional, a situação não está vinculada a nós. Difícil, portanto, emitir juízos definitivos. O que desejamos é que todos os fatos sejam revelados e esclarecidos. Inclusive em relação à participação do ex-procurador. Não podemos admitir nenhuma dúvida sobre o comportamento de procuradores da República. O Ministério Público Federal ainda é uma instituição respeitada pela população. Não pode cair na vala comum. Não podemos deixar que joguem o Ministério Público na vala comum.

- O que achou da atuação do procurador-geral Rodrigo Janot neste episódio? Em relação ao doutor Rodrigo Janot, nós vimos que ele convocou uma entrevista coletiva e revelou os fatos. Fez bem. Não poderíamos deixar fatos ocultos de maneira nenhuma. Mas não conheço a extensão do problema. Não posso dizer se um inquérito policial vai bastar, não sei se o acordo terá de ser rescindido ou apenas renegociado.

- Em 18 de setembro, Raquel Dodge assumirá a Procuradoria-Geral da República. A força-tarefa de Curitiba já teve contato com ela? Acha que mudará algo? Ela fez uma visita à força-tarefa ainda na época em que era candidata, na nossa eleição interna. Manifestou-se sempre a favor da continuidade. Fizemos uma exposição sobre o funcionamento da força-tarefa. Depois de mais de três anos, não há uma rusga. Ela reagiu sempre positivamente. Ela tem um grupo de trabalho. Esse grupo vai assessorá-la no caso da Lava Jato, em Brasília. Reconhecemos que o grupo escolhido por ela é da mais alta qualidade. São pessoas que têm um histórico irrepreensível na instituição.
Herculano
07/09/2017 11:53
COM DECISÃO DO STF, MUNICÍPIOS PODEM RECEBER R$90 BILHÕES

Conteúdo do jornal O Estado de S. Paulo. Texto de Breno Pires, da sucursal de Brasília. Para além do julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF), municípios têm obtido decisões favoráveis em instâncias inferiores desde o início da disputa em torno dos recursos do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério (Fundef) a partir de 1999.

Algumas execuções ainda estão sendo determinadas. Pelos cálculos da Confederação Nacional de Municípios (CNM), a soma de recursos que municípios e Estados teriam de receber chegaria a R$ 130 bilhões.

Em uma ação civil pública que transitou em julgado em 2015, a Justiça Federal de São Paulo proferiu uma decisão que obriga o governo a pagar uma compensação a municípios. Dezenas de municípios, inclusive de fora do Estado de São Paulo, buscam aderir a essa ação. Com base nela, já houve mais de 600 execuções individuais determinadas por Tribunais Regionais Federais, segundo a Advocacia-Geral da União (AGU), que não confirmou o valor total que a União foi obrigada a desembolsar.

A jurisprudência a favor dos municípios e contra a União foi confirmada em julgamento de recurso repetitivo no Superior Tribunal de Justiça (STJ), reconhecendo que a lei fala em valor mínimo nacional e não valor mínimo estadual e a União vinha fazendo o repasse de maneira equivocada.

A AGU busca no Tribunal Regional Federal da 3.ª Região, que engloba o Estado de São Paulo, desfazer a decisão da Justiça Federal de São Paulo na qual vários municípios têm buscado pegar carona com novos pedidos de execução. A ação rescisória apresentada pela AGU data de maio e o pedido de liminar para impedir as execuções ainda não foi respondido. A União tinha a esperança de uma decisão favorável no Supremo abrir caminho para uma decisão positiva nesse caso.

Derrotada no Supremo, perde força a argumentação da AGU de que não haveria ilegalidade na metodologia utilizada pelo governo federal entre 1996 e 2007.

Apesar de a AGU não confirmar, existe uma estimativa de que, nas ações apenas relacionadas aos municípios, estaria em jogo um débito total entre R$ 80 bilhões e R$ 90 bilhões aos cofres da União. Considerando que a própria AGU estima R$ 50 bilhões em relação aos Estados, esses números somados ficam próximo do que é projetado pela Confederação Nacional de Municípios.

"A União desviou R$ 130 bilhões da Educação", afirmou o presidente da CNM, Paulo Ziulkoski, que tem incentivado desde 1999 municípios a entrarem na Justiça pedindo o reembolso dos valores. "Para nós, o tema já é pacificado. A União já está pagando precatórios. O que está havendo agora é que foram ver o tamanho do buraco que criaram. E onde é que está a educação brasileira no meio disso tudo?", questionou o presidente da CNM, antes do julgamento no Supremo.
Herculano
07/09/2017 11:45
PARA O PT E OS PARTIDOS DA ESQUERDA DO ATRASO, A VERDADE SEMPRE Só TERÁ UM LADO E VERSÃO. TESTEMUNHAS CONTRA ELES, MESMO SENDO UM DELES, SEMPRE SERÁ FALSO OU COM SEGUNDA INTENÇÕES. JÁ O ROUBO DOS PESADOS IMPOSTOS DOS BRASILEIROS E QUE FALTA À SAÚDE, EDUCAÇÃO, SEGURANÇA... Só O QUE FOI FEITO PELOS OUTROS

O PT E A ESQUERDA DO ATRASO PRECISAM MAIS DO QUE ANTES DOS ANALFABETOS, IGNORANTES, DESINFORMADOS, FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS DE ALTOS VENCIMENTOS E APOSENTADORIAS PRECOCES, SINDICATOS E FANÁTICOS PARA A SOBREVIDA MÍNIMA

Nota: Perseguição ao PT fica cada vez mais clara
Em nota oficial, partido rechaça informações prestadas por Antonio Palocci à 13ª Vara da Justiça de Curitiba, e reforça sua solidariedade a Lula

O Partido dos Trabalhadores divulga nota em que rechaça as informações prestadas por Antonio Palocci. Para o partido, é mais uma tentativa de incriminar o ex-presidente Lula sem apresentação de provas. "O PT se solidariza com o ex-presidente Lula, que nos últimos anos teve sua vida devassada sem que houvesse sido encontrado qualquer vestígio de enriquecimento pessoal que manchasse sua biografia", diz o texto.

Leia a nota:
O Partido dos Trabalhadores rechaça as informações prestadas pelo ex-ministro Antonio Palocci à 13ª Vara Federal de Curitiba nesta quarta-feira (6). O depoimento se soma a outras tentativas da Força Tarefa da Lava Jato de tentar incriminar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, sem apresentação de provas, baseadas apenas em delações sem valor legal. Fica cada vez mais claro o caráter de perseguição política movida por setores da Justiça contra o PT.

Palocci já havia prestado depoimento, em maio desse ano, e negado todas as acusações, repetindo a estratégia de outros acusadores como Delcídio do Amaral e Léo Pinheiro, que voltaram atrás em seus depoimentos buscando a diminuição de suas penas, depois de permanecerem presos por um longo tempo.

Mais uma vez, chama a atenção que essas acusações sejam feitas às vésperas de um novo depoimento de Lula ao juízo da 13ª Vara Federal de Curitiba. O PT se solidariza com o ex-presidente Lula, que nos últimos anos teve sua vida devassada sem que houvesse sido encontrado qualquer vestígio de enriquecimento pessoal que manchasse sua biografia. O cerco a Lula se dá em um momento em que ele lidera todas as pesquisas de opinião para as eleições de 2018 e após o êxito de sua caravana pelo Nordeste.

Comissão Executiva Nacional do Partido dos Trabalhadores
Herculano
07/09/2017 11:36
da série: todos trucando com as cartas erradas e o povo pagando a conta cara dessa jogatina de bandidos

JOESLEY BATISTA ENTREGOU A FITA, HOJE CENTRO DE NOVO ESCÂNDALO, INTENCIONALMENTE, por Sonia Racy, no jornal O Estado de S. Paulo

No depoimento nesta quinta-feira à PGR, Joesley Batista vai declarar que o material com a "conversa de botequim" entre ele e Ricardo Saudi foi entregue intencionalmente entre os anexos, segundo se apurou. A avaliação feita pelos delatores foi a de que não haveria razão para omiti-la e correr o risco de ser acusado de fraude no processo da delação premiada. Mesmo diante da consideração de que não havia nada alí que incriminasse ministros do STF ou mesmo o ex-ministro José Eduardo Cardoso.

A conversa é continuação desastrada de uma gravação intencional, feita pelos delatores, realizada com o senador Ciro Nogueira.

Pergunta no ar: por que Janot envolveu os ministros do STF em suas declarações públicas?
Herculano
07/09/2017 11:28
O PETISTA DE TOGA TENTANDO DAR FôLEGO À ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA DESCARTADO PROVAS

Conteúdo da Coluna do Estadão, do jornal O Estado de S. Paulo; Texto de Andreza Matais e Marcelo de Moraes

Fachin pode descartar áudio recuperado pela PF

O ministro Edson Fachin, do Supremo, avalia pedir o descarte de áudios recuperados pela PF em gravadores do delator Joesley Batista. No material, há conversas entre Joesley e advogados nas quais discutem a defesa e chances de sucesso da delação ainda na fase de negociação com a PGR. A lei garante inviolabilidade dos diálogos entre advogados e clientes no que diz respeito ao exercício da profissão, o que justificaria a medida. Os trechos recuperados pela PF, que foram apagados pelo delator, são diferentes dos áudios entregues por Joesley à PGR por livre e espontânea vontade e que podem anular a colaboração. Esses serão mantidos.

No cofre.
Enquanto não houver decisão, os áudios resgatados pela PF continuam sob sigilo e vão tramitar em inquérito separado do que investiga Michel Temer e Rocha Loures. Quem ouviu diz que não há nele menções a ministros do Supremo.

Tô chegando.
Investigadores identificaram impressões digitais de pessoa ligadíssima a Geddel Vieira Lima na maçaneta da porta do apartamento usado por ele para guardar R$ 51 milhões. Teriam achado rastros do próprio nas malas com dinheiro.

O troco.
O infortúnio de Rodrigo Janot motivou alguma comemoração na PF, com quem viveu às turras durante sua gestão. Delegados contam com gosto que o procurador deve a eles a única parte da delação de Joesley Batista que se salva.

Missão dada?
Foi a PF quem fez a ação controlada que gravou o ex-deputado Rodrigo Rocha Loures recebendo uma mala com R$ 500 mil de Ricardo Saud, delator da J&F.

Show do milhão.
Se o acerto da J&F com Rocha Loures não fosse descoberto, a fortuna de Geddel seria troco comparada à dele. O acordo era R$ 500 mil por semana, em 25 anos, o que daria R$ 652 milhões ante os R$ 51 milhões do ex-ministro.

Pede pro Geddel.
O Planalto tentou fazer um evento grandioso no 7 de Setembro. Queria pôr à disposição passeio nos aviões da Esquadrilha da Fumaça para quem fosse ao desfile. Esbarrou na licitação e na falta de dinheiro para isso.

Me chama.
O deputado Carlos Marun (PMDB) avisou que topa relatar a CPI mista da JBS. Mas há resistência ao seu nome.

Calma, gente.
Depois de se filiar ao PMDB, o senador Fernando Bezerra marcou conversa com Jarbas Vasconcellos para acertar a vida interna do partido em Pernambuco. Já sabe que vai precisar de muito diálogo para serenar os ânimos.

Todos juntos.
Bezerra, que deve disputar o governo, celebrou a presença, na sua filiação, do ministro de Cidades, Bruno Araújo (PSDB), e do senador Armando Monteiro (PTB). Ambos podem integrar a aliança contra a reeleição de Paulo Câmara (PSB).

CLICK ?"
O governador Geraldo Alckmin se reuniu com o ministro de Cidades, Bruno Araújo (PSDB). O ministro ainda não decidiu qual tucano apoiará para o Planalto.

Livre.
O Ministério Público Federal pediu ao Supremo arquivamento da investigação contra o senador Gladson Cameli. Ele foi citado pelo doleiro Alberto Youssef na Lava Jato. O MP alegou falta de provas.

Amarras.
Asfixiado por cortes no orçamento, o setor de Ciência, Tecnologia e Inovação pode ter garantido na Constituição um porcentual mínimo de recursos. O deputado Roberto Freire (PPS-SP) protocolou PEC obrigando a União a destinar 5% de suas receitas correntes ao CNPq e à Finep para uso exclusivo nessas áreas

PRONTO, FALEI!

"Quem com áudio fere com áudio será ferido", DO SENADOR ROMERO JUCÁ, LÍDER DO GOVERNO, sobre a reviravolta envolvendo a delação dos executivos da J&F para o procurador-geral da República, Rodrigo Janot.
Herculano
07/09/2017 11:19
TEMER TROCA COMANDO DA PF

Conteúdo de O Antagonista.Torquato Jardim [ministro da Justiça] disse à CBN que o governo está trocando o comando da PF.

Já há uma lista com 3 candidatos na mesa de Michel Temer:

"A troca das pessoas será irrelevante, seja no Ministério da Justiça, seja na Polícia Federal, seja onde for. São três nomes, não posso divulgar. Um deles obviamente é o delegado Galloro, que é o diretor executivo, tem viajado bastante comigo, que tem ajudado muito na concepção desse plano. Ele e Daiello são os dois mais próximos e mais importantes com os quais eu trabalho na Polícia Federal".
Herculano
07/09/2017 11:16
"É DEVASTADOR PARA A DEFESA, A IMAGEM E O FUTURO DE LULA"

Conteúdo de O Antagonista. Até os petistas da Folha de S. Paulo entregaram os pontos.

Leia a coluna de Bernardo Mello Franco:

"O depoimento de Antonio Palocci é devastador para a defesa, a imagem e o futuro de Lula.

Desta vez, o ex-presidente não pode alegar que foi fritado por um empresário aflito para sair da cadeia. Quem o jogou na fogueira foi um velho companheiro, que atuou como figura-chave nos governos do PT.

Palocci afirmou à Justiça que Lula fechou um 'pacto de sangue' com Emílio Odebrecht, dono da maior empreiteira do país. Ele afirmou que o 'pacote de propinas' incluiria um terreno para o instituto do ex-presidente, as reformas no sítio de Atibaia e a reserva de R$ 300 milhões (?).

A paulada de Palocci atinge o ex-presidente num momento em que ele tentava trocar o papel de investigado pelo de candidato. O ensaio durou pouco. Um dia depois de encerrar a caravana pelo Nordeste, Lula volta a ser bombardeado pela Lava Jato."
Herculano
07/09/2017 11:14
É JUSTO QUE UM GRUPO DECIDA QUEM PODE OU NÃO TRABALHAR?, por Adolfo Sachsida, publicado pelo Instituto Liberal

Na Idade Média ficou famosa a existência de guildas (grêmios) de profissionais. Do padeiro ao ferreiro, todos precisavam da aprovação de sua guilda para ter direito a exercer seu ofício. O tempo passou, mas no Brasil essa realidade permanece. De engenheiros a médicos, de economistas a advogados, se você quer exercer seu ofício é obrigado a se associar, e pagar, a sua respectiva guilda.

Nós economistas ensinamos que competição favorece o consumidor, favorece a sociedade. Contudo, o que a guilda de economistas faz é impedir a livre competição no mercado, chegando ao cúmulo de impedir que profissionais altamente qualificados possam exercer o ofício de economista. Nos referimos especificamente aos Conselhos Regionais de Economia.

Os Conselhos Regionais de Economia funcionam como um grande monopólio, decidindo quem pode e quem não pode exercer a profissão. O Conselho argumenta defender a profissão, mas defende apenas sua reserva de mercado. O Conselho deveria aplicar o que qualquer economista sabe, isto é, que o resultado de livre mercado é superior ao resultado de monopólio. Ao se recusar em permitir a livre competição no mercado, os Conselhos Regionais de Economia vão contra aquilo que os manuais básicos da profissão pregam.

Esta carta pede que o direito básico a exercer sua profissão seja respeitado. Por que devo pagar a um Conselho para ter direito a trabalhar? De maneira alguma somos contrários a que indivíduos se reúnam e criem suas próprias associações e conselhos, mas tais associações não podem ter o poder de dizer quem pode e quem não pode trabalhar em determinado ofício.

Em resumo, as pessoas que assinam essa carta defendem o fim da obrigatoriedade de associação a guilda popularmente conhecida por Conselho Regional de Economia. Se indivíduos quiserem voluntariamente continuar a pagar pelo Conselho isso é direito deles. Contudo, é inaceitável que a recusa em pagar o Conselho Regional de Economia implique na proibição ao exercício da profissão.
Sidnei Luis Reinert
07/09/2017 10:51
Lula já era... Vamos nos livrar dos outros...


Edição do Alerta Total ?" www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net
Luiz Inácio Lula da Silva já estava acabado moralmente e politicamente. Faltava apenas uma pá de cal jogada ontem pelo ex-ministro e sempre coordenador financeiro do partido, Antônio Palocci Filho, em depoimento histórico ao juiz Sérgio Moro. A defesa de Lula não tem mais como pregar que não havia provas para condenar o mito decadente da petelândia. Palocci confirmou e contou detalhes do que chamou de "pacto de sangue" entre Lula e a Odebrecht.
Não vai adiantar Lula mentir, como é seu vício, diante do juiz Moro, em depoimento agendado para Curitiba, na próxima quarta-feira, 13 de setembro. Além dos R$ 300 milhões que o PT recebeu, Palocci testemunhou a veracidade de presentinhos dados pela Odebrecht a Lula: o sítio, o prédio novo para o Instituto e as palestras de araque que rendiam, cada uma, R$ 200 mil livres de tributação. Depois que Palocci soltou sua língua presa, agora quem deve acabar condenado é Lula. Presidente novamente? Só se for da associação de presidiários...
O fim anunciado de Lula é um presente dos 195 anos de nossa declaração de independência (mesmo que ainda não seja plenamente exercida por um povo e uma zelite com mentalidade colonial, capimunista, rentista e corrupta). Dom Pedro I proclamou a "independência" em 7 de setembro de 1822. Agora, os brasileiros de bem, que rejeitam e combatem o Crime Institucionalizado, precisam promover a Intervenção Institucional que mudará, de verdade, o Brasil.
7 de setembro é dia de ser curto e grosso no texto, para lembrar que ainda temos muito trabalho a fazer. A prioridade agora é a pressão total para anular a estratégia de impunidade de nossos poderosos "caras-de-pau". Temos de ficar livres da bandidagem! O bonito é que o PT já começou a demolir o PT. No entanto, ainda tem muito delinqüente político para ser detonado em outras agremiações criminosas.
Herculano
07/09/2017 09:33
DELATORES DA JBS PRESTAM DEPOIMENTO NA PGR NESTA QUINTA-FEIRA

Conteúdo do jornal O Estado de S. Paulo. O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pretende ouvir nesta quinta-feira, 7, os três delatores da JBS cujo acordo de colaboração premiada deve ser revisto. O empresário Joesley Batista, o diretor da empresa Ricardo Saud e o advogado Francisco Assis devem prestar esclarecimento a partir das 10h, na sede da Procuradoria-Geral da República, em Brasília

Na segunda-feira, 4, o procurador-geral abriu o procedimento de revisão do acordo após analisar uma gravação em que Joesley fala sobre a orientação de Marcelo Miller, ex-procurador que atuou na Operação Lava Jato, para que fosse celebrado o acordo com a Procuradoria-Geral da República. Miller deve ser ouvido por Janot na sexta-feira, 8.

Janot irá ouvir os três delatores que aparecem na conversa gravada, o próprio Miller e analisar informações do escritório Trech, Rossi e Watanabe - onde o procurador chegou a trabalhar após ser exonerado do Ministério Público. Janot concedeu inicialmente até sexta-feira (8) para que todos os esclarecimentos sejam prestados. A intenção é resolver a situação o quanto antes, para solucionar o problema dentro dos 10 dias que ainda possui à frente do cargo de procurador-geral.

Depois que a PGR encaminhar ao Supremo sua avaliação sobre o que deve ser feito com o acordo, o ministro Edson Fachin terá que decidir se analisa o caso sozinho ou leva para debate em plenário. No caso JBS e em outras polêmicas no curso da Lava Jato, a opção do ministro tem sido por compartilhar com o colegiado o tema para que o plenário dê a palavra final. A avaliação do ministro é de que uma decisão do plenário confere maior segurança jurídica à discussão, considerando que é recente o uso de delações premiadas e o debate sobre o instrumento no Supremo.

Por isso, integrantes do Tribunal avaliam que Fachin deve levar o caso ao STF.
Herculano
07/09/2017 09:32
MUITO DISSO QUE VOCÊ SE ESCANDALIZA COM O QUE ACONTECE EM BRASÍLIA, NÃO SE PREOCUPE TANTO. AQUI AS COISAS TAMBÉM SÃO ASSIM. MAS ESCONDIDAS. QUANDO O MINISTÉRIO PÚBLICO BOTA A MÃO, POUCOS ESCAPAM
Herculano
07/09/2017 09:32
DO MATRIMôNIO DO PT-PMDB RETA MUITO PATRIMôNIO,por
Josias de Souza

Quando o brasileiro acha que já viu tudo, a Polícia Federal apreende R$ 51 milhões entesourados num apartamento, convertido em caverna de Ali-Babá, em Salvador. Normalmente, a diferença entre o dinheiro miúdo e o dinheiro graúdo é que o segundo fala mais alto. Mas a fortuna atribuída a Geddel Vieira Lima permanece, por enquanto, muda. Ninguém se animou a reivindicar a propriedade da dinheirama.

Michel Temer é um azarado. Num instante em que o presidente aproveita a erosão da delação da JBS para fazer pose de limpinho, seu ex-ministro, correligionário de três décadas, é acusado pela força-tarefa da Lava Jato de plantar bananeira dentro do cofre da Caixa Econômica Federal.

É natural essa timidez em assumir o butim, o maior já apreendido no Brasil. Trata-se de uma conquista coletiva. Suspeita-se que o grosso tenha sido amelhado em trambiques na Caixa. Geddel foi vice presidente da instituição no governo de Dilma. Indicou-o o então vice-presidente Temer.

PT e PMDB tocam o Brasil há 14 anos. O matrimônio acabou. Mas ficou o patrimônio. Se há dúvidas quanto à quantidade e à identidade dos assaltantes, há uma sólida certeza sobre o assaltado. Nesse roubo, você, caro contribuinte, entrou novamente com o bolso
Herculano
07/09/2017 09:31
JOESLEY PODE TER GRAVADO SEM O LOBISTA SAUD SABER, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

A suspeita de investigadores da Lava Jato é que Joesley Batista, a quem o presidente Michel Temer apelidou de "grampeador-geral da República", gravou o cúmplice, Ricardo Saud, lobista da J&F/JBS, sem que ele soubesse, para arrancar informações adicionais à própria delação. O objetivo de Joesley seria encantar o procurador-geral Rodrigo Janot municiando-o contra ministros do Supremo Tribunal Federal, transformando-se em "credor", na sua relação com o MPF.

ARQUIVO PODEROSO
Policiais experientes acham que Joesley pode ter gravado o lobista para mantê-lo sob controle: o testemunho de Saud poderia destruí-lo.

HISTóRIAS DE 'SURUBA' ETC
Na gravação, Joesley instiga Saud a contar o que sabe do submundo da corrupção e até sobre a vida íntima de autoridades.

LOBISTA INTERROGADO
Durante a maior parte da gravação não parece conversa entre cúmplices, parece mais Joesley interrogando o lobista da J&F/JBS.

IN VINO VERITAS
A conversa se alongou, regada a uísque, e Joesley falou demais, até de infidelidade conjugal, e fez referencias indelicadas à própria mulher.

PT VOLTA A DISCUTIR OPÇõES A LULA, COM SUA PRISÃO
O PT retomou as discussões internas para definir opção à pretendida candidatura presidencial de Lula, em 2018. É que juristas ligados ao partido têm sido unânimes na advertência de que o ex-presidente deve cumprir pena de prisão em regime fechado, sendo "questão de tempo" a confirmação e até ampliação da sua sentença de 9 anos e meio de cadeia. "Seremos sempre solidários ao companheiro Lula", diz um dirigente, "mas precisamos nos preocupar com a sobrevivência do PT".

PRAGMATISMO
Os dirigentes do PT avaliam que Lula é a melhor opção. Mas o partido não pode ser surpreendido com a inviabilização da candidatura.

HADDAD É OPÇÃO
Lula não se opõe ao debate sobre quem pode substituí-lo na disputa presidencial. E não esconde o seu preferido: Fernando Haddad.

TÁ FEIA A COISA
No Nordeste, seu "reduto", Lula só viu bom público onde prefeitos e governadores aliados pagaram por isso, com ônibus, lanche e cachê.

NUNCA NA HISTóRIA
O "italiano" Antonio Palocci, com autoridade de quem foi ministro da Fazenda e coordenador de campanhas do PT, é a primeira testemunha que confirma propina em dinheiro vivo para Lula, de R$4 milhões. É o primeiro presidente do Brasil acusado de embolsar dinheiro roubado.

'ALô, PF, AQUI É ACM...'
Antônio Carlos Magalhães, o ACM, em vida, elegeu Geddel como arqui-inimigo. ACM faria 99 anos na mesma terça (5) em que foram apreendidas as malas com os R$51 milhões roubados. Tem gente achando que foi do Além o telefonema à PF, entregando o "bunker"...

SEM OFENSAS
Ao afirmar que "a verdade dói, mas não ofende", Joesley Batista cita a delação do ex-senador Sérgio Machado e afirma: "o Renan [Calheiros] esbraveja, todo mundo esbraveja, mas no final ninguém fica com raiva".

ELE NÃO GOSTA DO STF
Na gravação com o lobista Ricardo Saud, Joesley Batista confessa o sonho de atrair o ex-ministro José Eduardo Cardozo ao plano de gravar conversas comprometedoras de ministros do STF. Cardozo recusou.

MARUN TOPA RELATORIA
Cotadíssimo para assumir a relatoria da CPI da JBS, Carlos Marun (PMDB-MS) topa o desafio, mas não luta por isso, como afirmou ontem. O Planalto não abre mão de deputado de confiança no posto.

CADA VEZ MAIS DINHEIRO
Após construírem suntuosos palácios como sedes, os tribunais agora partem para imensos prédios de estacionamento. O Tribunal de Justiça de Goiás vai construir um edifício de 750 vagas para suas excelências.

MAIS DO MESMO
Bastou o feriadão, a ausência do presidente Rodrigo Maia (DEM- RJ) e o comando de André Fufuca (PP-MA), para os deputados voltarem a receber sem trabalhar. No apagar das luzes de terça à noite, a sessão de quarta foi cancelada, o ponto liberado e os deputados "vazaram".

ERA Só LOROTA
Em artigo na Folha de S.Paulo, em julho, onde relata o "sofrimento" dos filhos após grampear Michel Temer, Joesley disse que sentiu "medo" e "angústia". Mentira. Na gravação, ele admite que a situação era "fácil".

PENSANDO BEM...
...para o bem geral da Nação, de presa a língua de Palocci não tem nada
Herculano
07/09/2017 09:31
UMA MEDALHA PAA NUZMAN, por Juca Kfouri, para o jornal Folha de S. Paulo

Carlos Nuzman é um exemplo de resistência, além de ter sido o responsável por fazer do vôlei o segundo esporte do país.

Assim pavimentou o caminho para presidir o COB e nunca mais sair até atingir a glória de abrir a Olimpíada-16, num discurso insosso e interminável no qual, sempre que percebia um começo de vaias, mencionava o Rio de Janeiro como o melhor lugar do mundo, para ser aplaudido pelos incautos no Maracanã.

A rara leitora e o raro leitor desta coluna não se surpreenderam ao saber que, acionadas pela Justiça francesa, nossas autoridades enfim deram a ele o tratamento merecido.

Porque vinham lendo há anos, aqui, sobre as façanhas do cartola, capaz de fazer do Rio sede também do Pan-2007, a um custo dez vezes maior do orçado.

Verdade que a coluna errou ao subestimar suas artes e duvidar que a Cidade Maravilhosa superasse a Chicago de Barack Obama, Madri e Tóquio na corrida por 2016.

Ou ao prever que a Polícia Federal chegaria antes de ele abrir os Jogos em agosto do ano passado.

O que valeu para Ricardo Teixeira, destronado antes da Copa de 2014, não pegou para Nuzman.

Mas os leitores sabiam que o primeiro abraço de João Havelange, o então chefão do esporte brasileiro, no dia do anúncio da vitória carioca não foi nem em Lula, nem em Pelé, nem em Paulo Coelho ou no ex-governador Sérgio Cabral, muito menos no ex-prefeito Eduardo Paes, todos presentes em Copenhague, na Dinamarca, em outubro de 2009: Havelange abraçou Jean-Marie Weber, o "Homem da Mala", que lá estava credenciado pelo COI, embora banido do esporte mundial depois da falência fraudulenta da ISL, a gigante do marketing esportivo, na qual era alto dirigente.

Quem quisesse ver veria quanto simbolismo tinha o gesto. Quanto!

Jean-Marie Weber fez o trabalho prévio para Nuzman poder seguir depois e depois.

Ainda em 2012, aqui se contou como foram roubadas informações sigilosas da Olimpíada de Londres.

Ou por que Nuzman, pela primeira vez em mais de cem anos das Olimpíadas modernas, acumulou os cargos no COB e no CoRIO-16.

Seus métodos para angariar patrocínios casados para ambos os organismos também foram minuciosamente descritos -e não poucas vezes valeram ações dele na Justiça contra o colunista, todas devidamente derrotadas, porque há limites para a desfaçatez.

Nisso, nem Nuzman nem Teixeira aprenderam com Havelange, incapaz de processar jornalistas, para não correr o risco de ser desmascarado nos tribunais.

Felizmente esta Folha tem ótimos advogados.

E por que tamanho pró-memória, se não passa de obrigação do jornalismo informar aos leitores?

Apenas para não ser cúmplice dos que, agora, na mídia, simulam surpresa e até tristeza diante do sempre sabido. Não era complexo de vira-latas nem coisa de fracassomaníaco.

A única surpresa nisso tudo foi a de saber que Nuzman guardava em casa R$ 480 mil em cinco moedas, pois nem mesmo o passaporte russo foi novidade. Supunha-se que Nuzman conhecesse o sistema bancário e o uso de cartões de crédito.

Certo de que ganhara a medalha da impunidade, Nuzman recebeu a da humilhação.
Herculano
07/09/2017 09:30
'NóS NÃO VAI SER PRESO", editorial do jornal O Estado de S. Paulo

Diálogo entre Joesley Batista e Ricardo Saud revelou ao País de que maneira criminosos confessos souberam explorar a sofreguidão de Rodrigo Janot em sua cruzada irresponsável para derrubar o presidente Temer
1.2k

A divulgação da íntegra de um diálogo gravado entre Joesley Batista, dono da JBS, e um dos diretores de sua empresa, Ricardo Saud, revelou ao País, com toda a clareza, de que maneira criminosos confessos souberam explorar a sofreguidão do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, em sua cruzada irresponsável para derrubar o presidente Michel Temer.

A gravação do diálogo foi feita pelo próprio Joesley, supostamente sem querer, quando este e Saud preparavam o gravador para ser usado em uma das tantas armações que o empresário estava urdindo contra diversos políticos, entre os quais, como se sabe, o próprio Temer. Joesley repassou esse e outros áudios à Procuradoria-Geral no dia 31 passado, no momento em que circulavam informações segundo as quais a Polícia Federal havia encontrado sinais de diálogos apagados no gravador que o empresário entregou para perícia. Caso ficasse constatado que Joesley omitira algo da Procuradoria-Geral, o acordo de colaboração premiada que celebrou com Rodrigo Janot e que lhe valeu um inacreditável perdão judicial poderia ser rescindido.

A versão corrente é que Joesley não sabia que entre os arquivos que entregou no dia 31 estava a espantosa conversa com Ricardo Saud, seu subordinado, participante ativo das mutretas engendradas pelo empresário. Como tudo nesse escandaloso episódio, porém, não é possível acreditar nas aparências. Só o que ficou absolutamente claro para todos nessa gravação é que Joesley pretendia fazer o País inteiro de bobo para escapar da Justiça e usou para isso o procurador-geral da República ?" resta saber se com a anuência deliberada deste ou apenas contando com a imprudência que não tem faltado a Janot.

A segurança de Joesley sobre o sucesso de sua tramoia era tanta que, no diálogo, ele garantiu, como falso matuto: "A realidade é: nós não vai ser preso. Vamos fazer tudo, mas nós não vai ser preso".

Entre um drinque e outro, Joesley e Saud, como camaradas em um botequim, falaram de mulheres, de corrupção e de como era fácil entregar o que os procuradores da República queriam para, em troca, ganhar a doce liberdade. A chave era tratar todos os políticos como criminosos, exatamente como pretendem certos paladinos do Ministério Público. "É só começar a chamar esse povo (os políticos) de bandido. Esses vagabundo bandido, assim", explica Joesley, de maneira didática. A isso, o empresário chamou de "falar a língua" dos procuradores.

Não é de hoje que parte dos procuradores da República envolvidos na luta contra a corrupção, especialmente Rodrigo Janot, parece ter entendido que seu trabalho é realizar o saneamento da vida política nacional, razão pela qual quem quer que lhes ofereça qualquer fiapo de denúncia contra qualquer político, de preferência as mais graúdas autoridades da República, será considerado confiável e terá tratamento de colaborador. Joesley percebeu isso e tratou de bolar um plano para entregar o prêmio máximo: o presidente da República.

O estratagema incluía, segundo se confirma pelos diálogos, a ajuda de pelo menos um auxiliar direto de Rodrigo Janot, o procurador Marcelo Miller, que mais tarde deixaria a Procuradoria-Geral e seria contratado pelo escritório de advocacia que fez o acordo de leniência da JBS. "Nós somos do serviço, né? (A gente) vai acabar virando amigo desse Ministério Público, você vai ver", disse Joesley ao subordinado. "Nós vai virar amigo desse Janot. Nós vai virar funcionário desse Janot", prosseguiu, dando gostosas gargalhadas.

Há trechos nos diálogos que indicam a suposta participação de outros procuradores na articulação de Joesley para obter o acordo de delação premiada, que incluiu o grampo por meio do qual o empresário tentou incriminar o presidente Michel Temer. E há uma perturbadora menção ao próprio procurador-geral: "O Janot está sabendo", diz Joesley.

Para coroar a desfaçatez, Joesley divulgou nota em que diz que tudo o que falou naquela gravação "não é verdade" e pede "as mais sinceras desculpas por esse ato vergonhoso e desrespeitoso". Escarnecendo do País, Joesley tenta assim salvar o generoso acordo que Janot lhe deu de presente. Já o procurador-geral terá de se esforçar bem mais para salvar o que resta de dignidade em sua biografia.
Herculano
07/09/2017 09:29
REPÚBLICA DO SOTAQUE DE PATO BRANCO REAGE E FAZ DE PALOCCI A BOMBA PRONTA PARA DESTRUIR O PT, por Reinaldo Azevedo, na Rede TV

No momento, o PT enfrenta dois adversários conjunturais: um se chama Rodrigo Janot. O outro, Antonio Palocci ?" em associação com a força tarefa de Curitiba e com Sérgio Moro. Janot é brincadeira de criança. De tal sorte sua atuação está se mostrando patética que não há muito a temer. Já a coisa com Antonio Palocci é complicada. Aí o bicho pode pegar. Ou por outra: as denúncias de Janot são pó de traque, biribinha, aquelas bolotas de areia e pólvora que a gente gosta de ver estalar no chão. Sempre penso no procurador-geral no papel de noivo da quadrilha. Mas Palocci, não! A República do Sotaque de Pato Branco lhe amarrou à cintura bananas de dinamite. Ele é agora o homem-bomba do ponto de vista político. A questão jurídica pode ir longe. Explico.

Vamos ao que é pura firula e ao que é politicamente muito grave para o PT. E, por óbvio, destaque-se que as ações estão articuladas, o que indica também a disposição da Lava Jato de sobreviver ao tsunami provocado pelas conversas entre Joesley Batista e Ricardo Saud.

O front de Brasília do Ministério Púbico Federal, aquele sob o comando de Rodrigo Janot, fez tanta bobagem que quase põe tudo a perder. A conversa entre Joesley e Saud indicam um ambiente de lassidão moral, de vale-tudo, de estímulo ao comportamento bucaneiro e abusado. Mais: visivelmente, as ações ligadas à investigação não se distinguem muito da pura e simples pistolagem ?" e a vantagem é sempre do pistoleiro. Algo precisava ser feito.

E Janot fez duas coisas que estavam a seu alcance para, ora vejam, devolver ao PT o papel de protagonista do petrolão. Isso é importante para não perder as ruas. O procurador-geral, então, resolveu denunciar Lula, Dilma e mais uma tropa de elite de integrar a grande organização criminosa. Para que a ação ficasse no Supremo, sob a égide da primeira instância do MPF, meteu uma petista com foro especial na turma: a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR). Não parou por aí. Janot também resolveu oferecer denúncia contra os ex-presidentes petistas por obstrução da investigação, naquele caso em que Dilma tentou fazer de Lula seu ministro da Casa Civil.

Essa segunda ação não vai dar em nada. É espuma rarefeita. A outra, a da organização criminosa, vai longe, leitores, muito longe. Por enquanto, Janot tem em mãos apenas alguns testemunhos. É óbvio que se trata de uma precipitação. Janot tenta se livrar da má fama. E uma boa maneira de fazê-lo, hoje em dia, é malhando petistas.

O PT não tem com o que se preocupar no curto prazo nem com uma coisa nem com outra.

O homem-bomba
Já Palocci é o homem-bomba. Este, sim, assombra o partido. A Turma do Sotaque de Pato Branco resolveu mostrar a Janot como se faz. O ex-ministro, sabidamente da confiança de Lula; que sempre cuidou da despensa do PT; que tinha os arcanos que conduziam aos cofres; que falava com o mundo empresarial e financeiro? Bem, este senhor decidiu, em tese ao menos, contar tudo.

Notem que há algo de incomum no comportamento de Palocci. Ele ainda não fez delação premiada, mas já confessou mais do que se esperava em processos dessa natureza. O que a turma do Sotaque de Pato Branco quer ouvir? Que a Odebrecht criou um fundo de R$ 300 milhões para o PT (e Lula)? Palocci conta. Que dinheiro de propina estava destinado a comprar o terreno do Instituto Lula? Ele conta. Que a reforma do sítio era parte do pacote de benefícios? Ele conta.

O que mais a turma de Curitiba quer que ele conte? Bem, ele conta.

Efeito político
É claro que o efeito político dessas confissões ?" QUE AINDA NÃO SÃO DELAÇÃO ?" tem ao menos um potencial devastador. Num primeiro momento, não se cuida aqui da questão penal. Isso ainda vai longe. Testemunhas serão ouvidas. O próprio Lula está para depor. Sim, Sérgio Moro, um dia, vai condenar todo mundo. Mas isso ainda leva tempo e não terá desfecho nenhum antes de ficar claro se Lula será ou não candidato. Essa decisão depende exclusivamente da decisão do TRF4 no caso do tal tríplex de Guarujá.

A questão é mesmo política. O PT nunca teve contra si um testemunho como o de Palocci. Nunca ninguém do seu tamanho se voltou contra o próprio partido. Nunca uma figura tão próxima do chefão resolveu "entregar" tudo, como ele fez. Está claro! Não é da têmpera de um Delúbio Soares. Não á da têmpera de um João Vaccari Neto. Não é da têmpera de um José Dirceu. Palocci é da têmpera de um Palocci. E o homem evidencia estar cansado da cadeia.

Reitero que há algo de inusitado ?" também a indicar uma mudança de método da facção paranaense da Lava-Jato: Palocci entregou certamente muito mais do que esperava que entregasse. E o fez fora, reitere-se, do ambiente de qualquer delação. Notem que nada do que disse precisa passar por processo de homologação. Observem que ele não está obrigado nem mesmo a fornecer provas ou indícios daquilo que disse. Estamos diante, em princípio, da famosa "confissão", em sentido clássico.

É claro que a delação virá. É claro que ele obterá os benefícios dela decorrentes; é claro que isso tudo será convertido em "colaboração premiada" ?" e, pois, alívio da pena.

Acontece que era preciso criar, antes da questão jurídica, o fato político. E ele está criado. Como o PT vai lidar com a coisa? Vamos ver. A situação é inédita: pela primeira vez, alguém da cozinha de Lula, que privou de sua intimidade, que era de sua mais estrita e absoluta confiança, a quem o líder confidenciava segredos e operações de controle restrito? Pela primeira vez, em suma, alguém com esse perfil acusa o Demiurgo, na prática, de ser corrupto, de estimular a corrupção e de fazer dela um método político.

E, junto com o petista, está ninguém menos do que a outra presidente eleita pelo partido: Dilma Rousseff.

A República do Sotaque de Pato Branco impôs a Palocci aquele que é o mais alto preço definido até agora: destruir o PT. E Palocci aceitou detonar o cinto de explosivos. Sim, politicamente, ele já está morto. Passará os anos vindouros escondido em algum lugar, cuidando dos netinhos. Ele só não suportava mais a cadeia.

Em síntese: as ações circenses de Janot não têm importância no curto prazo. O PT não está nem aí para elas. As consequências penais do que disse Palocci também têm um horizonte relativamente longo à frente. A questão, agora, é como o petismo vai reagir à devastação imediata, que é a política.

Eis o pior momento da história do partido
Herculano
07/09/2017 09:29
A PAULADA DE PALOCCI, por Bernardo Mello Franco, no jornal Folha de S. Paulo

O depoimento de Antonio Palocci é devastador para a defesa, a imagem e o futuro de Lula. Desta vez, o ex-presidente não pode alegar que foi fritado por um empresário aflito para sair da cadeia. Quem o jogou na fogueira foi um velho companheiro, que atuou como figura-chave nos governos do PT.

Palocci afirmou à Justiça que Lula fechou um "pacto de sangue" com Emílio Odebrecht, dono da maior empreiteira do país. Ele afirmou que o "pacote de propinas" incluiria um terreno para o instituto do ex-presidente, as reformas no sítio de Atibaia e a reserva de R$ 300 milhões.

De acordo com o ex-ministro, a relação "bastante intensa" da construtora com os governos petistas teve um preço. A empresa teria recebido vantagens em troca de "benefícios pessoais" e doações de campanha, via "caixa um e caixa dois".

Preso há quase um ano, o petista já foi condenado a outros 12 por corrupção e lavagem de dinheiro. Ele negocia um acordo de delação e decidiu antecipar informações ao depor em um dos processos contra Lula.

A paulada de Palocci atinge o ex-presidente num momento em que ele tentava trocar o papel de investigado pelo de candidato. O ensaio durou pouco. Um dia depois de encerrar a caravana pelo Nordeste, Lula volta a ser bombardeado pela Lava Jato.

As novas acusações ainda precisam ser comprovadas, mas já instalaram um clima de desânimo no petismo. O ex-ministro é um dos políticos mais importantes da história do partido. Idealizou a "Carta ao Povo Brasileiro", que embalou a campanha vitoriosa de 2002, e pontificou como ministro da Fazenda (governo Lula) e da Casa Civil (governo Dilma).

Em abril, Lula disse à Rádio Guaíba que não se preocupava com uma possível delação do aliado. "Palocci é meu companheiro há 30 anos. É um dos homens mais inteligentes deste país. E se ele resolver falar tudo o que sabe pode, sim, prejudicar muita gente. Mas não a mim", afirmou.
Herculano
07/09/2017 09:28
BYE, BYE, BYE, LULA!, por Ricardo Noblat, de O Globo

Este dia, 6 de setembro de 2017, parece destinado a passar à História como o que selou o destino do mais popular e carismático líder político brasileiro desde Getúlio Vargas, o presidente que se matou com um tiro no peito para não ser derrubado.

Em menos de duas horas, ficou-se sabendo que o poderoso ministro dos governos Lula e Dilma, Antonio Palocci, entregou o "pacto de sangue" firmado pelo PT e a construtora Odebrecht. E que Lula e Dilma foram denunciados outra vez, desta por obstrução de Justiça.

Ao PT, segundo Palocci, a Odebrecht pagou propinas num valor de R$ 300 milhões ?" parte para financiar campanhas do partido, parte para a compra de uma nova sede do Instituto Lula, e R$ 4 milhões, "uma merreca", diria Lula, para o ex-presidente.

Depois de ter disparado uma flecha contra o próprio pé no caso da delação do Grupo JBS, Rodrigo Janot, Procurador Geral da República, disparou outra em Lula e Dilma ?" essa por conta da manobra que tornaria Lula chefe da Casa Civil do governo Dilma.

A manobra tinha como objetivo proteger Lula, que fora conduzido coercitivamente para depor à Lava Jato e que corria o risco de ser preso a qualquer momento. Como ministro, Lula só poderia ser processado pelo Supremo Tribunal Federal. Escaparia de Curitiba.

Preso em Curitiba, à espera de ser condenado por corrupção, Palocci finalmente cedeu às pressões dos seus advogados e contou ao juiz Sérgio Moro o que sabe. Se não contou tudo, contou o suficiente para que Lula, em breve, venha a ser condenado pela segunda vez.

Revelou que Lula acompanhou cada passo do andamento das operações de repasses ilícitos que culminaram com a compra de um novo imóvel para o Instituto Lula. E que Lula em pessoa, acertou com a Odebrecht o pacote de propinas no valor de R$ 300 milhões.

Destaque-se que o depoimento de Palocci a Moro não fez parte de nenhuma delação premiada, porque delação ainda não há. Certamente Palocci guardou revelações inéditas para oferecer mais tarde em troca do prêmio por delatar.

O que disse a Moro, porém, já é suficiente para que seja apontado no futuro como o maior algoz de Lula, aquele que rompeu o pacto de silêncio dos principais líderes do PT para impedir que o demiurgo da esquerda acabasse punido.

A Lula e aos seus advogados, resta esgrimir com o falso argumento de que Palocci mentiu para livrar-se de muitos anos de cadeia. Ao PT, procurar outro candidato para disputar a vaga de Michel Temer no próximo ano. Game over. Fim de jogo.
Herculano
07/09/2017 09:27
NUNCA PENSE QUE ESTE JOGO DE MENTIRAS DOS POLÍTICOS E SEUS SóCIOS, INCLUSIVE NA INICIATIVA PRIVA, ACONTECE APENAS EM BRASÍLIA.

É QUE EM BRASÍLIA A IMPRENSA POSSUI CONCORRENTES QUE INVESTIGAM E OPINAM E QUE AQUI EM GASPAR E ILHOTA É LIMITADÍSSIMO

É POR ISSO ESTA COLUNA É PRAGUEJADA POR POLÍTICOS E PODEROSOS HÁ ANOS
Herculano
07/09/2017 09:26
O BRASIL É UM PAÍS DE MALAS E PROFISSIONAIS, por José Henrique Mariante, secretário assistente do jornal Folha de S. Paulol

Houve tempo que homem da mala era apenas o sujeito que aparecia no vestiário para sensibilizar os jogadores em direção a um resultado. O país da Lava Jato mostra que temos muita valise solta por aí e gente disposta a carregá-las. Rodrigo Rocha Loures, filho de família rica, achou que valia carregar R$ 500 mil de Joesley. Geddel Vieira Lima, político tradicional, emprestou apartamento para guardar uma mega-sena acumulada.

Busca e apreensão na casa de Carlos Arthur Nuzman encontrou cerca de R$ 500 mil em moedas variadas. O presidente do Comitê Olímpico Brasileiro é acusado pelo Ministério Público Federal e o da França de ser o homem da mala na votação que escolheu, em 2009, o Rio como sede olímpica. Por indicação sua, diz o MPF, Arthur Soares, empresário próximo ao então governador Sérgio Cabral, comprou o voto de um dirigente africano por US$ 2 milhões.

Comprar voto para receber eventos esportivos é modalidade antiga. Salt Lake City-2002 derrubou dez membros do Comitê Olímpico Internacional. Outros tantos irão agora. A escolha de Rússia e Qatar para as duas próximas Copas desarranjou a Fifa. País do futebol, o Brasil frequentou ativamente esse maleiro: João Havelange, Ricardo Teixeira, José Maria Marin e Marco Polo Del Nero foram ou estão sendo processados nas Justiças americana e europeia.

Eventos esportivos são caros, geram contratos, e malas brotam do chão por eles. Ingênuo ou pilantra quem imaginou que Copa e Olimpíada consecutivas aqui teriam destino diferente. Como explicou Lula em discurso em 2010, "pela primeira vez, nós fomos disputar uma Olimpíada de forma profissional, arquitetada antes, planejada antes. Alguns falavam: 'Nossa, mas o Brasil está gastando dinheiro'. Quem quiser fazer de graça, vá disputar para ver se ganha. Tem que contratar profissionais. Eu ganhei a eleição para presidente assim, meu filho..."

Somos um país de profissionais.

Deixe seu comentário


Seu e-mail não será divulgado.

Seu telefone não será divulgado.