13/10/2017
As mensagens de adeus tomaram conta das redes sociais já na madrugada de domingo, dia 8 de outubro. Todos estavam noticiando e lamentando a morte de Jean Marcel da Silva. Um jovem gasparense de 31 anos, casado com Patrícia e pai de um menininho de sete anos, o Gustavo. Ninguém queria acreditar no que havia acontecido. As informações ainda eram desencontradas. Vinham de muito longe. Queríamos que tudo fosse um pesadelo. Mas não era.
Tudo aconteceu quando Jean estava em Palmas, no Tocantins, a trabalho. Um acidente de percurso lhe tirou a vida. Ele trafegava com o carro no deserto e atolou o veículo num banco de areias. Sem conseguir tirar o carro de lá, saiu em busca de socorro. Nenhum veículo passava. Nenhuma casa era encontrada. A única presença era do sol, que estava escaldante.
Passo a passo, Jean caminhou por 22 quilômetros. Essa distância equivale a mais de seis horas de caminhada. Mas ele não encontrou ninguém. Cansado, sem água, com fome, suas forças foram enfraquecendo. Talvez pela inexperiência de caminhar num deserto com o calor que ultrapassava os 45 graus. Quando já estava caído em um canto da estrada, um motociclista o encontrou. Jean já estava com a respiração ofegante. O motociclista tentou colocá-lo na garupa da moto. Mas não conseguiu. Então, foi em busca de socorro. Como lá tudo é muito longe, o homem voltou com ajuda depois de duas horas. Mas já era tarde. O pior tinha acontecido. Aquele moço jovem e desconhecido já estava sem vida.
As reais causas da morte de Jean ainda são investigadas pela perícia. Porém, a família acredita que ele morreu de insolação. Isso porque ele foi encontrado com todos os pertences pessoais. E seu carro foi encontrado trancado, do jeito que ele deixou.
Com a notícia da morte confirmada, o traslado do corpo de Tocantins para Gaspar se tornou uma angústia. O sogro Flávio Poffo e a esposa Patrícia foram reconhecer o corpo em terras distantes. A burocracia foi enorme e, em Gaspar, o desespero tomava conta de todos. O corpo levou três dias para chegar aqui. Quando finalmente Jean chegou para ter um velório digno, seu caixão estava lacrado. Familiares e amigos deram o último adeus abraçados em uma foto colocada em cima do caixão. A Capela Mortuária de Gaspar ficou pequena para receber tantos amigos. As coroas de flores em nome de patotas mostrava como Jean era querido.
O choro dos familiares emocionava a todos. Os amigos queriam contar histórias e recordações que ficaram marcadas para sempre no coração de quem teve o prazer de conviver com Jean. Ele tinha muitos grupos de amigos: de pescaria, de jogos, de lazer, de festa. Era um jovem sempre animado, alegre, trabalhador, dedicado à família e aos amigos.
Ele tinha um futuro brilhante e seus planos foram interrompidos por uma fatalidade. Neste sábado, ele iria com a esposa e amigos para a Oktoberfest. No final do mês, iria para o Mato Grosso pescar com um grupo de amigos organizado por mim. Ele foi um dos primeiros a confirmar presença. Adorava pescar e já tinha todos os apetrechos preparados. Agora, não vai mais estar conosco. E ninguém do grupo vai conseguir substituir seu jeito alegre e extrovertido.
Jean partiu sem dar um adeus. Sem dar um último beijo, um último abraço ou um último até logo. Suas cinzas serão lançadas no mar, como ele queria. Mas, sua lembrança ficará para sempre em nossos corações.
O homem somente morre quando ninguém mais lembrar dele. E tenho certeza que a vida de Jean será eterna entre nós.
Descanse em paz, meu amigo. Fique com Deus. Muita força para seu pai José Henrique (Zezinho), sua mãe Zenita, sua esposa Patrícia, seu filho Gustavo e sua irmã Gabriela. E paz no coração aos familiares e amigos.
Uma homenagem de seu amigo, Gilberto Schmitt
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