Por Gilberto Schmitt - Jornal Cruzeiro do Vale

Por Gilberto Schmitt

29/04/2016

Descanse em paz, meu velho pai

 


Em 26 anos de jornal, nunca levei tanto tempo para escrever a coluna. E poucas foram as vezes em que deixei o foco da coluna de lado para dedicar o espaço a uma única pessoa.

Escrever hoje me deixou com as mãos trêmulas e os olhos cheios de lágrimas. O homenageado da edição é José Francisco Schmitt, mais conhecido como Juca. O homem que eu me orgulho em chamar de pai. O herói que partiu para a vida eterna na tarde desta quinta-feira, 28 de abril, e deixou muitos corações cheios de saudades.

A despedida não é fácil. Aperta o coração saber que quando eu atravessar a rua para ir à casa dos meus pais ele não vai estar lá, sentado na varanda, pronto para conversar. Dói demais saber que não poderei dar um abraço apertado e dizer o quanto o amo. Machuca pensar que os natais, aniversários e demais datas comemorativas serão sem sua presença.

Os 21 dias que o pai passou no hospital foram difíceis. Filhos, genros, noras e netos revezaram fielmente para que ele não ficasse sozinho. Conversávamos com ele. Falávamos da vó Mônica e de como todos estavam contando os dias para que ele voltasse para casa. Apesar de não falar, ele apertava nossas mãos e mexia os pés, como sinal de que estava entendendo. Não era fácil vê-lo naquele estado, mas sabíamos que ele estava lá, nos esperando em cada visita.

E agora, chegou a hora da partida. Sei que ele está ao lado de Deus. O que conforta nossos corações é a certeza de que seu legado será sempre lembrado. Seu Juca sempre foi um homem sério e honesto. Grande pai de família. Excelente avô e bisavô. Era muito querido na comunidade do Poço Grande. Ao lado da mãe, Mônica, construiu a grande família Schmitt, com 10 filhos, 26 netos, sete bisnetos e agregados.

Sua história foi construída no bairro Poço Grande, onde tem suas raízes até hoje. O pai sempre foi agricultor, trabalhava na roça, moía cana, fazia cachaça, farinha, capinava e cuidava das criações. Junto com a mãe, deu uma boa educação e estudos para todos os filhos. Ele sempre foi muito religioso, e essa é uma das maiores virtudes que deixou para a família.

O pai, marido, sogro, avô e amigo Juca agora é mais uma estrela brilhando no céu. É nosso anjo da guarda e nosso protetor. E estará eternamente em nossas memórias e corações.

Meu velho pai, descanse em paz depois de passar 91 anos conosco.


Um abraço de seu filho Gilberto Schmitt.

 


Edição 1747

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