Um bebê recém-nascido foi encontrado na madrugada desta quarta-feira na lixeira de uma casa do bairro Marajoara, em Botucatu, interior de São Paulo. A dona da residência, Jocelene Schott, percebeu ao chegar em casa que alguma coisa se mexia na lixeira. Ao verificar, encontrou um bebê enrolado num lençol, embalado por um saco de lixo, e ainda com o cordão umbilical solto. O menino poderia ter morrido devido à baixa temperatura da madrugada.
Soldados do Corpo de Bombeiros levaram a criança para o Hospital das Clínicas (HC) da Faculdade de Medicina de Botucatu. Em nota, a assessoria do HC informou que o bebê chegou ao pronto-socorro da instituição por volta das 2h30 com quadro grave de hipotermia devido a longa exposição à baixa temperatura e com frequência cardíaca reduzida. Por isso, foi internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) neonatal, onde se recupera.
"Seu quadro inicial era de hipotermia grave, ou seja, temperatura corporal abaixo de 34ºC e frequência cardíaca abaixo de 100 batimentos/minuto. A conduta foi encaminhá-lo à UTI neonatal para monitorização em ambiente aquecido, onde encontra-se internado e aguarda a realização de exames de rotina. Seu quadro é estável", afirmou a nota divulgada pelo hospital.
"O telefone 197 recebeu duas ligações informando que uma garota de programa, que faz ponto num local prostituição, seria a mãe desta criança. A pessoa que telefonou disse que a mulher media aproximadamente 1,90 m, que estava com barriga de gravidez até ontem e apareceu hoje sem barriga", afirmou a delegada da Mulher de Botucatu, Simone Alves Firmino Sampaio.
De acordo com a delegada, a mãe da criança, caso seja encontrada, deverá ser indiciada por abandono e exposição de recém-nascido, crime previsto no artigo 134 do Código Penal, cuja pena é de seis meses a dois anos de detenção. "Em caso de morte, essa pena pode ser aumentada para até seis anos, embora possa não ser este o caso, porque, segundo informações que recebemos, a criança não corre risco de vida", disse a delegada.
Segundo Simone, o Conselho Tutelar foi comunicado e a criança deverá ficar mais alguns dias no hospital até se recuperar e depois poderá ser enviada para a Casa Transitória, local onde são abrigadas crianças de até 12 anos abandonadas pelos pais, ou ser levada para um Lar Substituto, que é a guarda provisória por uma família da cidade, até o julgamento final do processo pelo Juizado da Infância e da Juventude.
Fonte: terra.com.br
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