Cadastro Positivo é uma arma contra a \"bolha\" do crédito, diz presidente - Jornal Cruzeiro do Vale

Cadastro Positivo é uma arma contra a "bolha" do crédito, diz presidente da FCDL

A criação do Cadastro Positivo, um banco de dados que dará condições diferenciadas para o bom pagador comprar e obter financiamentos, pode ajudar o Brasil a manter a economia e o comércio aquecidos com a concessão de crédito qualificado, evitando uma ?bolha? especulativa como a que levou à recessão mundial em 2008.

A avaliação é do presidente da Federação das CDLs de Santa Catarina, Sergio Medeiros, que apresentou em detalhes o Cadastro Positivo a mais de 400 gestores do comércio estadual, durante o 47º Seminário de SPC, que encerrou neste domingo, em Gaspar. ?A concessão de crédito é uma das principais alavancas da economia brasileira e há muito espaço para o crescimento, desde que de forma segura, sem grandes riscos de inadimplência?, pondera Medeiros.

Segundo dados do Banco Central, o volume de crédito concedido no Brasil equivale a 48% do Produto Interno Bruto, metade do percentual liberado ao consumidor no Chile (98% do PIB) e quatro vezes menor do que na Inglaterra (211%). Uma das formas de aumentar esta relação, lembra o dirigente, é conceder tarifas menores e mais prazo aos bons pagadores, que é o objetivo principal do Cadastro Positivo. ?Com esta diferenciação, a tendência é termos um consumidor ainda mais consciente do seu potencial de pagamento e um ambiente de mais e melhores negócios, com menos inadimplência e taxas de juro ajustadas ao risco de cada operação?, explica.

Vários países já contam com uma legislação semelhante à do Cadastro Positivo e muitos souberam tirar proveito da situação. ?No México, por exemplo, aumentou muito o crédito para a população de baixa renda e, no Chile, permitiu a expansão do poder de compra das mulheres?, comenta Medeiros.

Mas o sucesso do Cadastro Positivo também depende do interesse dos consumidores em disponibilizar seu histórico de compras. De acordo com a lei, estas informações ficam registradas por 15 anos, mas o cliente terá acesso irrestrito a seus dados e pode solicitar a retirada do banco de dados a qualquer momento.

fonte Adjori/SC