A mãe do menino de 3 anos que ficou trancado dentro da sala de aula de uma creche em Vinhedo, a 79 km de São Paulo, na quarta-feira (3), registrou um boletim de ocorrência sobre o caso - segundo ela, para que o mesmo não aconteça com outras crianças. Ela precisou pular dois muros e quebrar uma janela para resgatar o filho depois que uma funcionária disse que não havia mais ninguém no local.
"Uma funcionária falou que não tinha nenhuma criança, que todas foram embora", contou a auxiliar de produção Liliane dos Santos. "Fiz o BO para isso não acontecer com outras crianças. O desespero que eu passei não quero que ninguém passe".
Após receber a informação de que seu filho não estava no local, Liliane o procurou na casa de parentes. Sem sucesso, ela voltou à creche. Foi quando percebeu que o filho ainda estava no local. "Na hora que eu cheguei no portão eu escutei o choro dele", afirmou.
"Depois que ele viu que eu estava lá ele ficou mais calmo. A Guarda Municipal chegou e pouco depois a funcionária chegou e abriu", disse Liliane.
A prefeitura de Vinhedo abriu uma sindicância para investigar o que aconteceu. Os funcionários da creche começarão a ser ouvidos ainda nesta quinta-feira (4). "Essas monitoras de creche, a responsabilidade delas é cuidar das crianças, fehcar a sala e vistoriar, ver se alguém não estava lá dentro. Falharam, e vamos tomar medidas enérgicas", explicou Jaime Cruz, secretário de educação da cidade.
Na manhã desta quinta, ainda assustado, o menino não quis voltar para a creche. Preocupada com a reação do filho, a mãe faltou do trabalho para ficar ao lado dele. "Fui levantar ele para ele ir para a creche e ele falou que não ia. Que ele ia ficar trancado", disse Liliane.
Para os psicólogos, ficar desprotegido e sozinho provoca uma reação natural de medo. Um sentimento que deixa o organismo em estado de alerta, como se tudo fosse acontecer outra vez. Por isso, a partir daí é comum a criança apresentar mudanças de comportamento.
A psicóloga Patrícia Piazzon Queiroz explica que o sentimento de medo excessivo pode durar de um a seis meses. Se passar disso, é preciso procurar ajuda médica. E diz que numa situação assim, os pais precisam demonstrar que estão ainda mais próximos dos filhos.
Fonte Portal G1
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