O quinto dos infernos - Jornal Cruzeiro do Vale

O quinto dos infernos

Por Carlos Effori

Durante o Século 18, o Brasil-Colônia pagava um alto tributo para Portugal. Esse tributo incidia sobre tudo o que fosse produzido em nosso País e correspondia a 20% (ou seja, 1/5) da produção. Essa taxação altíssima e absurda era chamada de “O Quinto”. Esse imposto recaía principalmente sobre a nossa produção de ouro. O “Quinto” era tão odiado pelos brasileiros que, quando se referiam a ele, diziam “O Quinto dos Infernos”. E isso virou sinônimo de tudo que é ruim.

A Coroa Portuguesa quis, em determinado momento, cobrar os “quintos atrasados” de uma única vez, no episódio conhecido como “Derrama”. Isso revoltou a população, gerando o incidente chamado de “Inconfidência Mineira”, que teve seu ponto culminante na prisão e julgamento de Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes. De acordo com o Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário IBPT, a carga tributária brasileira está em 36,42% ou praticamente 2/5 (dois quintos) de nossa produção, ou seja, o dobro daquela exigida por Portugal à época da Inconfidência Mineira.

O que significa que pagamos hoje “dois quintos dos infernos” de impostos que aliás, avança a cada ano e nós que pagamos através de impostos para cobrir o rombo nas contas públicas; lembra do governo anterior? A bagunça com o dinheiro público? E hoje continuamos a pagar para sustentar as despesas supérfluas do judiciário,os Planos de Saúde dos Congressistas e seus familiares que subiu 75%, a festa das passagens aéreas, etc. Portanto, nosso dinheiro é confiscado no dobro do valor do “quinto dos infernos” para sustentar essa turma, que nos custa (já feitas as atualizações) o dobro do que custava toda a Corte Portuguesa! E pensar que Tiradentes foi enforcado porque se insurgiu contra a metade dos impostos que pagamos atualmente... Lamentável! Deus salve o Brasil.

 

Edição 1998
 

 

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