Frequência mínima escolar, questão de qualidade - Jornal Cruzeiro do Vale

Frequência mínima escolar, questão de qualidade

14/06/2011 08:09

O debate em torno da frequência mínima do aluno em sala de aula, em nosso país, tem sido polêmica. Nas últimas décadas, tem assumido um aspecto assistencialista em função de medidas governamentais, mas que não deixam de alimentar um debate constante sobre a qualidade da educação nacional. É extremamente importante esse diálogo, já que perseguimos a melhoria da qualidade dos serviços educacionais.

A aprovação pela Comissão de Educação do Senado, no dia 4 de maio, da frequência mínima do aluno em sala de aula - que passará dos atuais 75% para 80% de exigência ? vem, de certa forma, ao encontro das metas do novo Plano Nacional de Educação, que se encontra em tramitação no Congresso. Ele determina, em sua meta número 6: oferecer educação em tempo integral em 50% das escolas públicas de educação básica.
Observa-se que há uma tentativa gradual de aproximar-se da meta proposta, já que o debate sobre o aumento da frequência na sala de aula caminha paralelamente ao projeto de ampliação da carga horária mínima anual. Atualmente, a carga horária é de 800 horas por ano e, de acordo com o projeto aprovado, passará para 960 horas. Essa proposta de alteração significa, na prática, aumentar a permanência do aluno na escola, que poderá ser revertida em aumento diário do tempo na escola ou expansão dos dias letivos previstos anualmente.

Mesmo sabendo que o Brasil, em comparação com outras nações da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), possui uma carga horária reduzida, existem divergências entre os especialistas quanto ao tema. Provavelmente, isso é devido à questão estrutural e sistêmica da educação nacional, como infraestrutura, política de financiamento, gestão e valorização dos profissionais da educação, entre outros.
É importante destacar que qualquer proposta de alteração na forma de atendimento da escola deve passar por uma ampla análise da conjuntura escolar, desde a infraestrutura do colégio, o currículo, a gestão, a formação e a qualificação de todos os profissionais da educação que atuam no espaço escolar.

Não podemos tratar da qualidade do ensino somente na perspectiva de aumento do tempo de permanência dos alunos na escola, mas enfrentar antigos dilemas da educação nacional. Muitos especialistas advertem que o tempo de permanência do aluno na escola não necessariamente contribui para o seu aprimoramento, que há necessidade de utilizar esse ?novo tempo? de forma criteriosa, definindo diretrizes escolares por meio de um currículo que contemple essa nova realidade e o contexto social de cada comunidade escolar.

As propostas apresentadas pela Comissão de Educação do Senado não são uma novidade: há muitas décadas, especialistas, docentes, órgãos de representação de classe, conselhos municipais de educação e representantes do poder público debatem o assunto. Mas, quem sabe, chegou a hora de nos debruçar sobre essa questão, de relevância para as nossas crianças e jovens, inclusive considerando-se as metas do novo Plano Nacional de Educação a ser aprovado.

Do outro lado da moeda, a ampliação do tempo de permanência do aluno na escola pode denunciar uma preocupação do governo com seu programa de transferência de renda, no que se refere ao excesso de absenteísmo nas escolas.

Dados de 2009 demonstram que o estado de São Paulo concentra mais da metade dos municípios do país onde há maior descumprimento da exigência para recebimento do benefício. No Paraná, mais de 13 mil beneficiários podem ter o pagamento do Bolsa Família suspenso pela falta de frequência escolar ou desatualização dos dados cadastrais do programa. Pela exigência do programa, os estudantes com idade entre 6 e 15 anos precisam cumprir o mínimo de 85% da carga horária mensal.

De qualquer forma, os projetos apresentados pela Comissão de Educação do Senado são pertinentes porque abrem espaço para o debate e podem se revelar grandes aliados na tarefa de todos nós: garantir, de forma efetiva, um amplo debate nacional sobre a qualidade da educação nacional.


Adriana de Bortoli Gentil

Comentários

amarildo manoel vieira
16/06/2011 22:39
O tumor maligno tem cura ! O câncer não.

Em março do ano de 2008, fui diagnosticado como portador de adenocarcinoma de estômago, porém não foi surpresa pra mim, pois meu pai e outros irmãos que tenho também foram acometidos pela mesma, o tumor tinha em sua medida exatos 12 mm na boca do estômago.
Que patologicamente subiria para o esôfago e possivelmente viveriam alguns meses. Com a ajuda do médico especialista da nossa querida Gaspar, fui encaminhado para Blumenau em 2009 via SUS, fui operado e retirado o estômago, a vesícula e o baço ficando ligado o intestino no esôfago, 63 dias de hospital, 50 de UTI, morre não morre, não morri tanto que estou aqui contando essa história real.
Pra finalizar e tranquilizar quem não tem conhecimento chama-se Y de ROUX, (o nome dessa ligação) por isso como e bebo de tudo e vivo como antes.
Dito isto posso afirmar categoricamente que o tumor tem cura sim. Ah... Mas somente quando ainda estiver começando porque se for descoberto muito tarde é mais difícil a cura. Agora o câncer que tem vários tipos e sintomas esse não tem cura porque é como o dólar que é flutuante, ninguém, mas ninguém mesmo nesse mundo poderá saber com certeza quanto valerá amanhã.
Igualmente na política a pessoa é bem intencionada cheia de planos e projetos para sua comunidade até que se candidata, por exemplo, para vereador e se elege. Nas primeiras sessões, ele traz seus projetos e apresenta aos já escaldados, calejados, ardilosos, colegas que vão fingir pra ele que é isso ai, vamos botar em prática junto ao executivo.
É ai que ele acaba descobrindo que foi contaminado pelo câncer político. Mas se arrasta chega a secretário; prefeito; deputado; senador; diplomata; presidente do país.
Porém durante o tratamento que é caríssimo e pago por milhares de pessoas comuns o referido aqui não se da conta de tudo que não fez; mesmo porque o político em qualquer escala não tem mais noção do que deve ou o que pode fazer, pois um depende do outro que depende dos partidos.
Por isso estamos vivendo a era do rouba que eu te protejo desde que o seu interesse seja igual ao meu. E o ex-político que critica o atual; ele se curou? Claro que não. Do contrário teria descoberto um remédio ainda que paliativo através de uma medida mesmo que provisória para amenizar a dor da sacanagem; da promessa mentirosa que fez durante o tempo que lá esteve e teve a oportunidade de fazê-lo.
Se não vejamos algumas bravatas:
1. Rota das águas estão todas pavimentadas
2. Está no orçamento de 2010 verbas para a ponte e anel viário de Gaspar.
3. Comitiva visita a obra de reconstrução que (não foi seriamente construída).
Veio outra enxurrada e destruiu mais uma vez, dinheiro do povo rio abaixo...
4. DNIT promete executar melhorias no trevo da 470 ainda em maio.
5. Hospital abrirá com 12 especialidades médicas juntamente com tomografia, ressonância magnética e com capital de giro; moderna tecnologia de ponta (eu vi chover dentro dele e passei por dentro da água em outubro 2010). Completamente com leitos vazios e a população implorando por atendimento digno.
6. Reforma da ponte começa este ano. Qual ano?
7. Obra no coloninha vai sair do papel; e entrar no ralo do entupimento. Façam um passeio pela bela praça que foi feita na Rua Frei Canísio, é a cara do PT.
8. Dilma vem ao vale para entrega de casas, e volta rapidamente antes que a casa caia.
9. Acesso entre bairros vai receber asfalto. Venham testemunhar o tipo de serviço é uma lástima.
10. ?A duplicação da 470 é uma questão de honra?. Mentira! Não tem dinheiro nem pra copa do mundo nem para as olimpíadas que são fiscalizadas pela FIFA e pelo COI.
11. Ordem e economizar água para não faltar. ?EIS QUE TE DOU VIDA; E TE DOU COM ABUNDÂNCIA, DISSE O DEUS TODO PODEROSO?. Por isso garanto que não faltará água, vai faltar sim, ar que vem pelo cano d água toda vez que eles querem aumentar nossas contas. Por isso repito o câncer "político" não tem cura.
Gostaria de fazer mais algumas ponderações, mas sei que o espaço é curto deixo para uma outra ocasião,gostaria também que fosse publicado,pois este sim é o jornal no qual confio por ser transparente e imparcial. Um grande abraço. E obrigado pela atenção dispensada.

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