Conformismo ou Resistência? - Jornal Cruzeiro do Vale

Thiago Burckhart

Estudante de Direito

Diante da perplexa realidade pela qual nos encontramos hoje, para não se enxergar tal desprezível realidade que se pauta na exploração de uns e no proveito de outros, na negação do outro ser humano, de suas necessidades e lutas, um mundo imaginário nos é criado e taxado de real, o mundo dos que mandam e nos governam, o mundo da dominação.

Pela primeira vez na história da humanidade vemos o Poder desassociado do Governo, onde o Poder Político se torna uma máquina a ser manipulado e regido por um outro poder bem mais grande e forte que toda a conjuntura política: o Poder Econômico. Poder, este, que governa sem que nós efetivamente percebamos, que decide sem nos ouvir, que age arbitrariamente sem que se consulte a população e que realiza suas ações sem a real legitimidade do povo.

Infelizmente ainda vivemos na época em que quem tem dinheiro tem direito ao voto, só que isso se dá de uma forma diferente, há de se dizer: quem tem ?ações? tem direito ao voto, mas não àquele voto periódico a cada 4 anos, mas o voto, a decisão em que cabe a determinado Poder de perpetuar a dominação e exploração neste contexto social.

Pela primeira vez na história da humanidade vemos corporações que são maiores que Estados, que possuem sua produção maior que muitos PIBs em todo o Planeta, isso explica a subordinação do Poder Político pelo Poder Econômico, mas não o justifica! No entanto, nesse momento adentramos numa crise do sistema democrático e legitimador, onde não há como se falar de democracia em frente a um perverso autoritarismo e manipulação social!

O que uns chamam de globalização, não é nada mais que a reinvenção do mundo diante de um paradigma a favor daquilo que todos querem ver. E, nesse sentido, esquece-se do mundo subdesenvolvido, esquece-se da África, esquece-se da pobreza e da desnutrição, esquece-se da fome, esquece-se da angústia e da depressão, esquece-se dos reais problemas, esquece-se da vida, esquece-se o ser humano, esquece-se a si próprio!

A decisão está nas mãos da população. O conformismo é típico das sociedades hodiernas, vivendo num mundo não-real, onde se imprime uma máscara que mostra a feição estética que todos querem enxergar, mas não se mostram as feições do que não querem ver. A resistência é o caminho mais árduo, porém mais gratificante e mais justo, que visa à construção de um novo mundo pautado na justiça e na igualdade, uma mundo humanizado! Cabe somente a nós escolhermos, será o conformismo ou a resistência?

Edição 1475