O sofrimento de Adriana de Fátima do Nascimento já dura cerca de 10 anos e agora a mãe que perdeu a filha em um acidente na rodovia Ivo Silveira decidiu se juntar à outras pessoas que também já tiveram perdas pela falta de segurança no local. Adriana e Andréia Veitz estão organizando a quarta manifestação do ano na SC-411, que deve acontecer na tarde desta sexta-feira, 4, no bairro Barracão, próximo ao km12. O manifesto deve iniciar às 16h e seguir por cerca de uma hora. Adriana e Andréia contam apenas com o apoio da comunidade. ?Vamos colocar paus na rodovia e já confeccionamos faixas. Queremos rezar e mostrar para todos o nosso sofrimento?, diz Adriana.
A organizadora da manifestação perdeu a filha de apenas 2 anos e 10 meses, Andreza da Silva, em 2002, quando a menina caminhava pelo acostamento da rodovia com seu irmão, e até hoje o sofrimento e a dor não a deixa ter uma vida normal. ?Eu vi a minha filha morta e isso mudou a minha vida completamente. Eu abandonei meu marido, saí da cidade e comecei a usar drogas. Eu era feliz e tinha uma vida estável, e depois desse acidente eu nunca mais voltei a ser como eu era?, relata. Para Adriana, a imprudência dos motoristas que não respeitam limites de velocidade é o que causa tantas mortes no local. ?Não importa se vamos ser presas ou se a polícia não vai gostar. Queremos expressar a nossa dor de alguma forma?, destaca Adriana.
Andréia foi atropelada há um mês na rodovia Ivo Silveira e isso a motivou a organizar o protesto. ?A rodovia é muito insegura. Não tem sinalização, e os motoristas vivem ultrapassando?, fala. A moradora do bairro Barracão tem dois filhos de 13 anos, que precisam atravessar a rodovia todos os dias para ir à escola. ?Essa manifestação é necessária. Algo que nos traga segurança tem que ser feito aqui?.
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A Rodovia Ivo Silveira foi novamente fechada na tarde desta quarta-feira, 2, no acesso ao bairro Bateias, próximo ao km8. A comunidade dos bairros Bateias e Barracão, e os alunos da Escola Básica Municipal Luiz Franzói iniciaram o protesto por mais segurança no local às 15h30, com a duração de 30 minutos.
Eles pedem pela instalação de lombadas físicas ou eletrônicas no local. Odete Fantoni, integrante da APP da Escola Luiz Franzói, conta que o maior medo de toda a comunidade dos dois bairros são as crianças que precisam atravessar a rodovia todos os dias para ir à escola. ?Parece que o pessoal do Deinfra, responsável pela instalação das lombadas, não nos enxerga, e estamos nos sentindo abandonados. Estamos cansados de chorar os nossos filhos?, destaca.
O presidente da Associação de Moradores, Bernardo Souza, lembra que no mês de março ele e o vereador Antônio Dalsochio foram até Florianópolis pedir pela instalação das lombadas. ?A comunidade está sofrendo e eles não estão enxergando isso. Já pedimos a instalação das lombadas, e já fizemos diversas manifestações, o que mais falta??, questiona. A morte de um menino de oito anos, no mês passado, motivou ainda mais a paralisação da rodovia, explica Bernardo. ?Se já tivessem instalado alguma lombada, a morte dele poderia ter sido evitada?.
O vereador Antônio Dalsochio apoia os manifestos feitos no local, e esteve presente no local na tarde desta quarta-feira. Segundo o vereador, o projeto para a instalação de duas lombadas físicas já foi encaminhado ao Deinfra, e agora a comunidade aguarda a aprovação. A manifestação contou com o apoio da Associação de Pais e Professores da Escola Luiz Franzói, Associação de Moradores do Residencial Vila Isabel e Associação de Moradores do Bairro Bateias. Esta foi a terceira vez que a Rodovia Ivo Silveira foi fechada apenas neste ano.
Edição 1384
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