Dezessete anos depois da falência da empresa, ex-funcionários da Malhas Émerson ainda lutam na Justiça para conseguir receber pagamentos devidos pela empresa têxtil. Após uma longa batalha jurídica, advogados e ex-funcionários tiveram a esperança de reaver os valores quando da venda dos imóveis da massa falida, em 2007, e também quando foi feito um acordo entre os credores em 2010. No entanto, até agora o processo ainda percorre etapas como a definição da nominata de credores, o que deixa apenas na expectativa os trabalhadores.
Muitos que tinham valores para receber da empresa já morreram e outros passam dificuldades, como mostra a reportagem desta edição do Cruzeiro do Vale. Para tentar cobrar mais agilidade no andamento do processo na Justiça, ex-funcionários preparam uma manifestação para o próximo dia 20 de novembro, às 14h30, em frente ao Fórum de Gaspar. A organização começou essa semana e conta com participação do sindicato dos trabalhadores da área têxtil na região.
Garantir o direito de defesa de todos é essencial em qualquer regime humano e democrático. Buscar informações corretas e fidedignas antes de tomar qualquer decisão também é louvável, faz parte das premissas do Judiciário. No entanto, levar quase duas décadas para conseguir pôr fim a uma questão trabalhista que envolve em torno de 300 funcionários é algo que não pode ser visto com tanta naturalidade. Bem fazem os trabalhadores, que voltam a se mobilizar para defender seus direitos. A situação também deveria levantar uma polêmica sobre a demanda de casos e processos na fila à espera de uma decisão da Justiça e a estrutura que o Judiciário dispõe para analisar com sobriedade cada caso. Em épocas em que se fala em reformas econômicas e políticas, fortalecer a estrutura do Judiciário também precisaria estar entre as prioridades do país, como forma de garantir os direitos básicos de absolutamente todos nós.
Edição 1539
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