À beira do caminho - Jornal Cruzeiro do Vale

À beira do caminho

22/08/2014 11:15

Do Centro aos bairros mais distantes, em praticamente toda a cidade as calçadas são sinônimos de trechos irregulares e inseguros para pedestres e ciclistas que precisam se deslocar pela ruas do município. A situação se complica ainda mais quando envolve idosos, mães com bebês ou deficientes físicos, que precisam driblar os obstáculos e os terrenos irregulares ou então dividir espaço com os carros, num verdadeiro risco à segurança.

Não é de hoje que o problema afeta a população e é acompanhado pela imprensa. Recentemente, um projeto de lei apresentado na Câmara sugeriu padronizar as calçadas e aumentar a responsabilidade do poder público sobre o assunto - hoje, a incumbência da criação e manutenção de calçadas é rapidamente atribuída pelo município aos proprietários dos terrenos.

A lógica urbana dos últimos tempos é a de pensar a cidade apenas para os automóveis. Prova disso está até mesmo na reforma da Ponte Hercílio Deeke, onde um dos lados foi projetado com espaço reduzido para pedestres e ciclistas. É preciso subverter essa realidade e, dentro da própria política de mobilidade, um dos temas preferidos dos políticos atuais, buscar alternativas para pedestres, ciclistas, portadores de necessidades especiais. São pessoas que também fazem parte do trânsito e que, por estarem no lado mais frágil desta relação, precisam ser pensados como preocupação extra. Caso contrário, continuaremos a assistir investimentos milionários em infraestrutura com a comunidade dos bairros tendo dificuldade para se deslocar dentro de sua própria localidade.


Edição 1616
 

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