No início de 2024, o Japão, no centro-oeste do país, foi abalado por um terremoto de magnitude 7,6 na escala Richter no primeiro dia do ano. Até o momento, 202 pessoas perderam a vida, enquanto centenas permanecem desaparecidas.
A recuperação dos danos causados pelo terremoto foi interrompida por um segundo tremor no dia 9, desta vez com magnitude 6, evidenciando a ocorrência frequente desses fenômenos na região.
A lembrança do devastador terremoto de 2011, de magnitude 9, o maior na história do Japão e um dos cinco maiores globalmente, permanece viva. Esse abalo sísmico resultou em um acidente nuclear na usina de Fukushima e tsunamis com ondas superiores a 10 metros.
Vale destacar que a escala Richter é logarítmica, significando que um terremoto de magnitude 6 é dez vezes mais intenso do que um de magnitude 7, e assim por diante. Teoricamente, não há limites na escala.
O Japão enfrenta anualmente cerca de 1.500 tremores, para os quais os japoneses, habituados a esses eventos, têm protocolos de segurança. Contudo, tais medidas muitas vezes não são suficientes para evitar tragédias como a ocorrida neste mês. Mas por que os terremotos são tão frequentes no Japão?
A resposta reside em fatores geográficos. A movimentação e colisão das placas tectônicas da litosfera, a "casca" da Terra, composta pela crosta terrestre e parte do manto superior, são responsáveis pelos tremores de terra. Sob o Japão, quatro placas tectônicas interagem, formando a conhecida "Círculo de Fogo", uma área notória por sua intensa atividade sísmica, sendo palco de 90% dos terremotos mundiais.
O Japão está localizado no encontro das placas das Filipinas, da Eurasiática, da Norte-americana e da do Pacífico, sendo esta última a principal responsável pelos desastres. O termo técnico para o choque entre placas é "subducção", ocorrendo quando a borda de uma placa menos densa desliza sob outra. Esse movimento libera energia, gerando os terremotos.
A subducção pode ocorrer de maneira suave, resultando em terremotos de baixa intensidade, ou, quando ocorre no assoalho oceânico, pode deslocar grandes volumes de água, originando tsunamis. A própria palavra "tsunami" tem origem no japonês e significa "onda do porto" (tsu = porto, nami = onda).
No caso do Japão, as ilhas do arquipélago estão sobre a placa mais densa (Eurasiática), enquanto a placa do Pacífico, menos densa, desliza para baixo.
Com informações de: Revista Superinteressante
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