Delator diz que senador Dário Berger recebeu R$ 1 milhão para votar em Renan Calheiros - Jornal Cruzeiro do Vale

Delator diz que senador Dário Berger recebeu R$ 1 milhão para votar em Renan Calheiros

23/05/2017
Delator diz que senador Dário Berger recebeu R$ 1 milhão para votar em Renan Calheiros

O diretor do frigorífico JBS Ricardo Saud afirmou, em delação, que senador catarinense Dário Berger (PMDB) teria recebido R$ 1 milhão para votar no senador Renan Calheiros (PMDB-AL) para a presidência do Senado (veja a partir de 13 minutos segundos e 20 segundos no vídeo acima). A eleição, que é secreta, ocorreu em fevereiro de 2015, quando ele venceu por 49 votos de 81 o colega de partido Luiz Henrique (PMDB-SC), que se lançou na disputa sem apoio do PMDB.

"O Dário Berger era candidato a senador por Santa Catarina, do PMDB, com chances reais de ganhar. Então, o Renan investiu nele R$ 1 milhão para comprometer o voto. Até foi um desgaste porque o falecido senador Luiz Henrique era o candidato do PMDB de Santa Catarina à presidência do Senado com o Renan. Houve um desgaste. E o Dário acabou votando no Renan por causa desse comprometimento", disse Saud, em vídeo.

A assessoria de imprensa de Dário Berger informou que o senador vai analisar detalhadamente a delação antes de se posicionar. A assessoria confirmou que o político recebeu uma doação da JBS durante a campanha para senador, em 2014, mas que foi devidamente registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O valor não foi informado pelo assessor do senador.

Já Renan Calheiros diz que a citação do delator "é fantasiosa. O fato dele ter ido a minha casa não significa que tenho qualquer relação com seus atos criminosos. Ele ou qualquer outro delator jamais falaria comigo sobre propina ou caixa 2. Se fizesse isso, eu teria mandado prendê-lo", afirmou.

A delação de Ricardo Saud faz parte de um conjunto de delações que inclui as dos empresários Joesley e Wesley Batista, donos da JBS. O Supremo Tribunal Federal (STF) liberou na sexta-feira (19) o conteúdo das delações premiadas, que foram homologadas pelo ministro Luiz Edson Fachin, relator da Lava Jato na Corte.

Neste trecho, o delator diz que Renan Calheiros recebeu cerca de R$ 10 milhões, e que usou parte do dinheiro para a eleição à presidência do Senado, parte para eleger seu filho em Alagoas. Também cita outros pagamentos menores por ordem de Renan a partidos e campanhas.

Saud também afirmou à Procuradoria-Geral da República que pagou R$ 35 milhões em propina a cinco atuais e ex-senadores do PMDB para garantir o apoio de todo o partido à reeleição de Dilma Rousseff nas eleições de 2014, entre eles Calheiros. O senador disse em nota nunca tratou ou presenciou qualquer conversa sobre recursos ilícitos.

 

Fonte G1

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