Atraso de R$ 50 milhões para Hemosc e Cepon suspende serviços - Jornal Cruzeiro do Vale

Atraso de R$ 50 milhões para Hemosc e Cepon suspende serviços

22/07/2016
Atraso de R$ 50 milhões para Hemosc e Cepon suspende serviços

O atraso no repasse de recursos do governo de Santa Catarina para o Centro de Pesquisas Oncológicas (Cepon) e o Centro de Hematologia e Hemoterapia de Santa Catarina (Hemosc) provocou a suspensão do atendimento de novos pacientes com câncer e outras doenças graves. A dívida em 2016 chega a R$ 50 milhões.

Lentidão

A professora Míriam Marques Pereira fez tratamento contra um câncer de mama em 2016. Ela continua tendo acompanhamento de rotina, para ter certeza de que a doença não voltou, mas está cada vez mais difícil conseguir autorização para os exames.

Segundo Miriam, a opção acaba sendo por medicação, para ganhar tempo enquanto não há outros recursos. "Mas o exame mesmo, para fazer aquela investigação, está bem mais complicado”, lamentou.

O Cepon, considerado uma referência no tratamento contra o câncer em Santa Catarina, deveria receber R$ 6 milhões por mês do governo do estado, mas os repasses estão atrasados.

Sem alternativa

“Estamos a beira de uma catástrofe, porque é um hospital de referência, o maior do estado, e me preocupa que na Grande Florianópolis esses pacientes não possam ser encaminhados a outros hospitais que tenham a capacidade de fazer o tratamento do câncer”, disse a diretora do Cepon Maria Tereza Schoeller.

De acordo com a RBS TV, o Cepon precisou suspender exames como o que rastreia células de câncer no organismo, além da colocação de próteses em mulheres que perderam a mama. Pacientes em tratamento continuarão sendo atendidos, mas quem estiver chegando agora terá que esperar.

Hemosc

O Hemosc enfrenta dificuldades semelhantes. Se a dívida não for paga até agosto, alguns tipos de coleta de sangue e de medula serão cancelados, o que ameaça a vida de milhares de pacientes.

“Qualquer pessoa internada em hospital com qualquer doença ou cirurgia que precisaria de sangue será afetada. Esses serviços vão ter que ser suspensos”, disse a diretora-geral do Hemosc Denise Linhares Gerent.

Dívida milionária

A Fundação de Apoio ao Hemosc e ao Cepon (Fahece), que administra os dois órgãos declarou à RBS TV que a dívida em 2016 chega a R$ 50 milhões. Os pacientes que dependem do tratamento estão preocupados com o futuro.

“Tem muita gente na fila e pra isso precisa de dinheiro. Cadê o nosso dinheiro? Cadê o nosso imposto?”, questiona a paciente Vera Lúcia Rangel.

Em nota, a Secretaria Estadual de Saúde contestou o valor da dívida e disse que só em 2016 repassou R$ 68 milhões para o Hemosc e o Cepon. Além disso, informou que até agosto pretende regularizar todos os pagamentos.

 

Fonte: G1 Santa Catarina

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