Vazamentos nos banheiros, falta de materiais de limpeza, grades de segurança enferrujadas, pintura atrasada, infestação de aranhas, bebedouros estragados, falta de bancos adequados e pisos quebrados. A lista de carências do terminal de ônibus de Gaspar é longa e a precariedade reflete diretamente nos funcionários, que passam boa parte do seu dia no local; nos passageiros, que utilizam os serviços de ônibus diariamente; e nos turistas, que têm seu primeiro contato com a cidade através da rodoviária.
A insatisfação com a situação do terminal chegou à redação do Cruzeiro do Vale na manhã desta terça-feira, 27 de setembro, por meio das redes sociais. Bernadete Bernarski, moradora do bairro Bela Vista, utiliza o transporte coletivo diariamente para ir ao trabalho e, esta semana, um vazamento saindo do banheiro feminino chamou a sua atenção. “Você desce do ônibus e pisa direto no esgoto”, afirma Bernadete, avaliando de forma negativa a situação do terminal.
Um funcionário da área da limpeza, que prefere não se identificar, afirma que já teve que comprar produtos com o próprio dinheiro para que pudesse trabalhar. “Faz um mês que eu trabalho aqui. Cheguei com vontade de trabalhar e querendo dar uma geral em tudo, mas às vezes não dá, faltam os produtos de limpeza. Esses dias, eu fui lá e comprei com o meu dinheiro, para não ficar sem fazer nada. O mesmo aconteceu com a tinta que pedi para pintar os muros. Quero deixar o terminal mais apresentável e limpo, mas assim fica difícil”, conta o trabalhador.
Carla Benevenutti, funcionária da lanchonete situada no terminal, afirma que a reclamação por parte dos usuários do terminal é frequente e embaraçosa. “Todo dia reclamam da sujeira e mau cheiro dos banheiros, que vivem com problemas. Pra mim é complicado, pois já levei essas questões até o órgão público, mas ninguém dá um jeito nisso de uma vez. Trabalho com comida aqui, mantenho tudo limpo, mas como a lanchonete é próxima do banheiro, muitas vezes perco clientes. Passo nove horas do meu dia aqui e muitas vezes não consigo utilizar o banheiro”.
De acordo com o fiscal da Auto Viação do Vale, Adilson José Krauss, a responsabilidade pela manutenção e compra de materiais de limpeza é da Prefeitura de Gaspar. Ele afirma que as autoridades conhecem a realidade do terminal e que pouca coisa é feita. “Por aqui passam ônibus que trazem pessoas de várias cidades, é a nossa porta de entrada. Os turistas chegam aqui e se deparam com problemas até vergonhosos, como a falta de papel higiênico nos banheiros, por exemplo”, destaca.
Adilson ainda grifa a falta de comprometimento da prefeitura com a manutenção básica do terminal, como a limpeza geral da estação. “Uma empresa terceirizada vence a licitação e vem limpar, mas não tem produtos de limpeza para exercer o serviço. Têm funcionários tirando do próprio bolso o dinheiro para comprar produtos. Esses dias, estávamos com uma infestação de aranhas aqui. Pedi para que solucionassem o problema, mas como ninguém fez, fui lá e fiz”, relata.
A equipe do Cruzeiro do Vale entrou em contato com Heriberto Frena, responsável pela mediação entre Prefeitura e terminal, que ficou surpreso com a afirmação da falta de produtos de limpeza. “Nunca faltaram produtos para limpeza e sempre que recebemos uma reclamação, vamos até o local para solucionar o problema. Quanto ao vazamento, já arrumamos essa semana. Atualmente, não temos nenhum problema lá.”.
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