Túmulos abandonados nos Cemitérios Municipais de Gaspar são reutilizados - Jornal Cruzeiro do Vale

Túmulos abandonados nos Cemitérios Municipais de Gaspar são reutilizados

18/11/2017
Túmulos abandonados nos Cemitérios Municipais de Gaspar são reutilizados

Os cemitérios de modo geral tem suas maiores movimentações na semana do Dia de Finados. É aí que as famílias que desejam visitar os entes queridos que já se foram aproveitam para limpar e enfeitar os jazigos, além de fazerem suas orações. Neste ano, os familiares de Nercia Maria de Souza e Silva, falecida em agosto de 2008, tiveram uma surpresa ao chegar no Cemitério Municipal de Gaspar. O túmulo da mulher estava vazio.

Inconformada, a família procurou pela administração do cemitério para tirar satisfação. De acordo com Vilmar Schramm, sobrinho de Nercia, não houve nenhuma justificativa plausível para o que aconteceu. “Nos disseram que os ossos foram ensacados e colocados em um outro local, junto de outros mortos. Mas não explicaram o porquê de terem feito isso. Também não quiseram mostrar para onde o corpo da minha tia foi levado”, disse.

Ainda segundo Vilmar, a família fazia poucas visitas ao túmulo e, por esse motivo, ele não recebia manutenções frequente. “Não colocamos granito e nem levávamos flores de tempos em tempos. Acredito que eles acharam que a família abandonou o local e aproveitaram para esvaziar. Mas ninguém foi consultado ou permitiu legalmente que isso fosse feito”.

O sobrinho relata que, na época do falecimento da tia, o espaço em questão foi comprado por R$1,8 mil. “Acho que nem podiam vender, né? Mas pra gente foi feito assim... Coisa da antiga administração”, conta Vilmar.

O túmulo em que estavam os restos mortais de Nercia já foi utilizado para sepultar outra pessoa. Por este motivo, após contatar os responsáveis pelo Cemitério de Gaspar, Vilmar conseguiu fazer com que a tia fosse enterrada separadamente novamente, mas, dessa vez, em outra sepultura.

Resposta

Conforme afirma Osnildo Moreira, diretor dos cemitérios municipais de Gaspar, localizados nos bairros Santa Terezinha e Barracão, os restos mortais de Nercia Maria de Souza e Silva realmente foram retirados do túmulo e levados ao ossuário, ação que, por sinal, é permitida por lei. “Veja bem, o ossário existe por algum motivo. Quando o jazigo está em estado de abandono e já se passaram mais de cinco anos do falecimento, temos permissão para realocar os ossos”, afirma.

Ele explica que esse não foi o único túmulo a ser liberado nos últimos meses. “Não sei o número exato, mas havia mais jazigos abandonados e todos passaram por esse processo. Fizemos o possível para avisar as famílias, porém, em alguns casos, assim como o de dona Nercia, não havia informação nenhuma que nos levasse ao contato de um familiar”.

 

Edição 1827
 

Comentários

Odir Barni
17/11/2017 11:14
Amigos leitores;

Sobre a ocupação dos túmulos sem identificação gostaria de externar meu pensamento: sou a favor da cremação, assim como cremados muitos gasparenses, como os saudosos amigos: Dr. Valmor Beduschi e seu filho Valmir. Acompanhei muitos velórios em Balneário Camboriú e vi como uma forma de acabar com estes problemas que existem em Gaspar e em todas as cidades brasileiras.Quando foi sepultado nosso saudoso amigo, Orlando José da Costa, o Paraguaio, percebi muita água correndo dos túmulos trazendo problemas à população, além do mau cheiro. Eu pergunto, alguém sabe de dizer onde está sepultado o nosso saudoso, Cegonha, que não tinha parentes em Gaspar, só apareceu um irmão quando faleceu para recolher suas correntes de ouro, que na verdade eram falsas; onde está sepultado o Negro Abrão Benjamim, que trabalhou por muitos anos no município quebrando pedras atrás da máquina;cito estes para não citar outros mais conhecidos e filhos de Gaspar cujas famílias estão ausentes.Conversei com muitas pessoas no dia de finados, fui ao cemitério de Barra em Camboriú e depois em Ribeirão do Ouro, lá ainda há muitas visitas , familiares que vem de outras cidades, porque existe uma preocupação com os túmulos, mas ninguém sabe onde está enterrado, o saudoso , João Lamim e tantos outros que os mais conhecidos da localidade. Em Balneário fui levar um vaso de flor para meu saudoso amigo, Cezão, não tinha nem a lápide. Meu irmão Ivo Barni diz que depois de morto eu não mando mais nada, que eu pela minha história tenho que ser sepultado no Ribeirão do Ouro num túmulo especial; eu pergunto e quando vcs da velha guarda morrerem quem vai ao cemitério.. ninguém! Façam festa e brinquem enquanto temos vivos e saudáveis,

Deixe seu comentário


Seu e-mail não será divulgado.

Seu telefone não será divulgado.