Gaspar foi destaque na noite do último domingo, 24, com a reportagem do programa Fantástico, da TV Globo, sobre destituições familiares feitas nos últimos anos pela comarca de Gaspar. O material foi ao ar citando dois casos em que as famílias teriam sido preteridas no processo de definição de guarda de crianças.
Delicado é pouco para definir o caso. As intervenções feitas por quem acompanha os casos de crianças e adolescentes em famílias com vulnerabilidade social sempre dividem opiniões e despertam polêmica. Em função disso, alguns cuidados são necessários e essenciais ao tratar o tema.
O primeiro deles é afastar toda e qualquer tentativa de transformar o caso em uma discussão política ou partidária, entre grupo X ou grupo Y. A situação das famílias e, sobretudo, das crianças inspira bom senso e está muito acima de qualquer proselitismo a qualquer partido.
Dito isso, é preciso reconhecer que mesmo famílias em processos de destituição devem ter direito a visitas, ainda que pontuais, aos filhos. Romper todo e qualquer vínculo afetivo com familiares só faz aumentar ainda mais o sofrimento das duas partes envolvidas. No entanto, os casos em que houve intervenção registravam, de fato, no momento da decisão, ambientes ao menos questionáveis para a formação infantil e justificam, ainda que em parte, as ações tomadas. Por outro lado, o direito das famílias de se adequarem às exigências e de requererem a guarda em curto período de tempo não pode ser ignorado.
O assunto é polêmico e complexo e, em todos os lados, reúne pontos de vista pertinentes. A receita, por ora, é acompanhar o desenrolar dos fatos e torcer para que a repercussão não afete o atendimento a outras crianças em situações de risco, que seguem necessitando de amparo e proteção.
Edição 1474
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