Secretário catarinense foi testemunha ocular de um quase golpe do presidente Bolsonaro no seu próprio ministro da justiça e segurança, Sérgio Moro - Jornal Cruzeiro do Vale

Secretário catarinense foi testemunha ocular de um quase golpe do presidente Bolsonaro no seu próprio ministro da justiça e segurança, Sérgio Moro

27/01/2020

O gasparense, experiente delegado Paulo Koerich, e o governador Carlos Moisés, PSL, não pactuaram da armação

Era para ser uma despercebida reunião de trabalho dos secretários estaduais de segurança, em Brasília. Na pauta estavam entre outros temas, o descontigenciamento de verbas federais para a segurança nos estados, aumento dos repasses recursos para a área, além de obrigar as empresas de telefonia a bloquearem o sinal nas regiões de segurança.

Falso. Era uma isca para outra armação, onde o querer do clã Bolsonaro era expresso por outros e lavava as mãos do presidente perante a nação de analfabetos, ignorantes e desinformados.

Na face oculta, estava o enfraquecimento do ministro da Justiça e Segurança, o ex-juiz Federal Sérgio Moro, plano arquitetado dentro do próprio Palácio do Planalto, com ajuda política do seu entorno e de gente do MDB e pasmem, do PT, os quais o governo jura serem seus adversários.

Descoberta a trama, tudo virou um escândalo em pouco tempo.

Ficou claro, mais uma vez, a exposição da contradição de um governante em que ele é o principal adversário dele mesmo. O presidente Jair Messias Bolsonaro, sem partido, armou com os seus palacianos, fritar e enfraquecer o seu ministro mais popular, um dos expoentes da Operação Lava Jato, Sérgio Moro, e que combate a corrupção endêmica no país. Mal sinal: nem da reunião com os secretários de segurança dos estados – que em tese Moro é o “chefe” nacional – o ministro foi convidado ou participou.

Vergonha. Incrível!

Não vou me estender sobre o assunto, até porque o fato já foi notícia e tema para reportagens, inúmeros comentários opinativos e tomou conta do debate nas redes sociais. O próprio presidente Bolsonaro, alertado ou em nova esperteza, voltou momentaneamente atrás na armação que arquitetou ao sentir o bafo da sociedade que não quer políticos e governantes protegendo bandidos e ladrões dos pesados impostos do povo.

A INTERNET DERRUBA OS MUROS E PAREDES DOS PODEROSOS

Tão logo eu soube aqui e a notícia ainda se espalhava no âmbito nacional, questionei o gasparense Paulo Norberto Koerich, em Brasília, onde estava na condição de presidente do Colegiado Superior de Segurança Pública de Santa Catarina. “Fui contra com outros sete secretários de segurança. É polêmico [referindo-se como o fato foi criado e conduzido]. E não comento detalhes do assunto”, que ainda estava “fresco” nas mídias formais, sociais e aplicativos de mensagens.

Com o passar do tempo, várias controvérsias foram sendo esclarecidas na própria quarta e quinta-feira.

Koerich aparece na foto oficial exatamente ao lado do porta-voz “escalado” para a cisão do ministério Moro ao presidente da República, o secretário de Segurança da Bahia, Maurício Teles Barbosa, delegado da Polícia Federal, cedido, e coordenador do Conselho Nacional de Secretários de Segurança Pública (Consesp). O governador Rui Costa, PT, da Bahia, é um dos maiores críticos de Bolsonaro e cabo eleitoral de Luiz Inácio Lula da Silva, para candidato a presidente.

Foi Maurício quem pediu à criação do Ministério da Segurança apartado da Justiça – como na época do ex-presidente Michel Temer, MDB e ex-vice de Dilma Vana Rousseff, PT, retirada do poder pelo impeachment - e sem Moro, que julga incompetente para função, como reforçou publicamente o governador do Distrito Federal Ibaneis Rocha MDB e até pelo presidente da Câmara, o deputado fluminense, Rodrigo Maia, DEM.

E para isso, o secretário baiano e petista, alegou ser uma decisão da maioria dos 20 secretários presentes em Brasília. Oito foram contra. A intenção era a unanimidade.

Quando se revelou mais tarde, que foi uma armação arquitetada pelo próprio Palácio do Planalto horas antes do encontro oficial e que a foto registra, articuladamente transmitido por rede social, com o dedo e a participação do clã Bolsonaro, sem comunicar e pelas costas do próprio ministro Moro, a indignação contra o ato se tornou nacional e inclusive, dos próprios apoiadores de Bolsonaro.

Esclarecido, aqui em Santa Catarina, o governador Carlos Moisés da Silva, PSL, foi ao twitter e endossou à indignação que corria nas redes sociais e disse que apoiava Sérgio Moro com o ministério da Justiça e Segurança, na configuração como está.

SINTOMAS DE QUE BOLSONARO TRAMA CONTRA O DISCURSO OPORTUNISTA QUE MONTOU VENCER. NO PODER, DÁ A ENTENDER QUE PROTEGE POLÍTICOS BANDIDOS E CRIMINOSOS ORGANIZADOS EM FACÇÕES, EXATAMENTE O QUE COMBATE SÉRGIO MORO NO GOVERNO, FATO QUE INCOMODA O PRESIDENTE DA REPÚBLICA

Foi a ação contra a corrupção desenfreada que unia empresários, políticos e gestores públicos se apropriando dos pesados impostos dos cidadãos e simbolizada pela Operação Lava Jato, que uniu a maior parte dos brasileiros nas eleições de outubro de 2018.

Jair Messias Bolsonaro, um obscuro político, num obscuro partido de aluguel, o PSL E onde não está mais, apropriou-se desse tema e venceu as eleições presidenciais, sem debater com os adversários e a sociedade, escudando-se na convalescença de um atentado covarde e criminoso que sofreu em Minas Gerais e ainda não totalmente esclarecido.

Eleito, Bolsonaro convidou o símbolo desse discurso popular, o juiz Federal da Lava Jato, Sérgio Moro, para integrar o seu governo. Ambos fizeram um pacto. Sérgio Moro perdeu a estabilidade, a carreira, 22 anos de magistratura e a capacidade de incomodar os bandidos. A união da Justiça e Segurança fez parte desse pacto, que descaradamente Bolsonaro negou na semana passada. Imagens e áudios recuperados, desmentiram imediatamente, mais uma vez, Bolsonaro.

Com filhos amalucados e metidos em dúvidas, como corrupção e rachadinhas, com a milícia se agigantando como uma facção criminosa, Bolsonaro percebeu que Moro está sendo um problema, exatamente por exercer com integridade, a virtude que o tornou conhecido como juiz implacável contra os desvios dos políticos contra a lei, e a cada dia, mais fragilizada pelos próprios políticos no Congresso e por interpretações particulares e casuais dos ministros do Supremo

E desde que Moro passou a trabalhar e se negar ser uma peça decorativa no governo, Bolsonaro vem testando os limites e enfraquecendo atuação técnica de Moro num conluio, já desmascarado, mas continuado, do presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Dias Toffoli

A lista é longa e começou por testes simples. Bolsonaro fez Moro voltar atrás em indicações para conselho.

UM ENFRAQUECIMENTO CONTINUO CONTRA MORO E A SOCIEDADE QUE NÃO QUER SER GOVERNADA E ROUBADA POR BANDIDOS

Entretanto, a sanha não parou por aí. Bolsonaro foi a público para enquadrar e interferir diretamente nas indicações de delegados na Polícia Federal, para unicamente proteger os interesses do presidente, amigos e familiares como o lambuzado senador fluminense Flávio Bolsonaro; enfraqueceu Moro ao deixa-lo sozinho no Congresso na luta da Lei Anti-Crime; “lavou” as mãos na Lei de Abuso de Autoridade e na busca da prisão em segunda instância, a qual não passou no Congresso e sofreu revés no STF naquilo que já era permitido e prendeu corruptos como Lula.

E para completar o enfraquecimento de Sérgio Moro no ministério da Justiça e Segurança Pública, Bolsonaro cedeu e permitiu que o Congresso retirasse o Coaf da Justiça e ele fosse parar o Banco Central. E se isso não bastasse, contra expressa e pública orientação de Moro, sancionou o juiz de garantias – um jabuti criado pelo socialista Marcelo Freixo, PSOL-RJ, que se enrola na sua aplicabilidade técnica como antecipou Moro ao presidente.

E a última, feita com ardis de sacanagens, todos devidamente desmascarados em tempo recorde: armou a cisão do ministério da Justiça e Segurança, tudo articulado pelo clã e os seus próximos, disfarçado de “atendimento” dos pedidos da maioria dos secretários de segurança estaduais, os quais “atestavam à incapacidade gerencial de Moro no atendimento das demandas dos estados.

Esclarecida a jogada e à falta de caráter, sobraram às redes sociais e aos aplicativos de mensagens – de que tanto usam e se orgulham os governistas – a avalanche de indignação contra o clã Bolsonaro. O tiro saiu pela culatra, mais uma vez.

Resultado? Moro ficou mais forte como vítima de sacaneadores e sacanagens armadas e o presidente República, exposto como um inconfiável.

Então, ao pousar na distante Índia, pela extrema imprensa, a primeira coisa que fez foi a de comunicar que não iria dividir o ministério da Justiça e Segurança. Mas, por enquanto. A fritura de Moro continua.

E Bolsonaro, por enquanto, continuará sendo melhor cabo eleitoral de Moro para 2022, a não ser que resolva isolá-lo como ministro do Supremo Tribunal Federal, vaga que prometeu publicamente a Moro e voltou atrás para dá-la exatamente a quem o ajuda no desgaste do ex-juiz Federal. Afinal, ele é um bom e isento juiz. E isso é um perigo para os bolsonaros, políticos, gestores públicos, facções criminosas e advogados que vivem de gente que tem muito dinheiro para se safar da cadeia. Wake up, Brazil!

Uma sessão extraordinária da Câmara em janeiro? Câmara não funcionou para o executivo em 2019? Funcionou! Então, era preciso esta sessão?

A convocação e o debate revelaram bem a cara, as incoerências e as dificuldades do governo de Kleber em Gaspar. Ele e os resultados vão ser testados em outubro nas urnas.

As incertezas de hoje podem responder em parte as razões pelas quais se precipitou a divulgação da coligação branca com o PSD. Ela contrariou a lógica da aritmética: uma soma que diminuiu e até dividiu


A convocação pelo prefeito Kleber (à esquerda) da sessão extraordinária na Câmara no período de férias da cidade era para evitar a transparência, o debate e a divulgação. A estratégia não deu certo e por isso, o secretário de Fazenda e Gestão Administrativa, Carlos Roberto Pereira, presidente do MDB e prefeito de fato (à direita), foi quem ficou exposto.

Por onde começo leitores e leitoras e para não ser repetitivo? Pelos assuntos levados à sessão do dia 21, terça-feira. A sessão deveria acontecer na segunda-feira 20, se não fosse um ofício incompleto do próprio governo. Esta sim, é uma barbeiragem repetida, dia sim, outro também. Todos os assuntos tratados na terça-feira passada poderiam ter sido tramitados, debatidos e votados antes do recesso de parte dezembro e do janeiro inteiro da Câmara.

Não foram, porque o governo de Kleber Edson Wan Dall, MDB, o vice Luiz Carlos Spengler Filho, PP e principalmente o prefeito de fato, secretário de Fazenda e Gestão Administrativa, Carlos Roberto Pereira, presidente do MDB, ex-coordenador da campanha de Kleber, não quiseram, não se planejaram, ou então, não queriam o debate público de pelo menos dois deles: preferiram o tempo das férias da cidade, dos cidadãos, da imprensa que pouco entende desses assuntos, das redes sociais ausentes, para então passar pelo menos um tema polêmico, dourado por outros.

Quer provas? No paço municipal, a queixa é de que uma sessão que poderia ser vapt vupt e se realizar em menos de meia hora. Levou três vezes mais: uma hora e meia.

Como assim? Só essa queixa mostra como os donos do poder de plantão em Gaspar tratam os vereadores, a Câmara, o debate, à transparência, os gasparenses e o futuro de todos. Jogaram errado e ficaram, mais uma vez, expostos. E naquilo que achavam que não seria percebido.

Na verdade, o que se tinha como difícil e polêmico era o PLC 17/2019. E por isso, ele foi tema principal da minha coluna de segunda-feira passada. O PLC 17, até passou melhor do que uma penimba do PLC 14/2019. Este criou o Centro de Desenvolvimento Infantil Maria Salete Oliveira Pereira, na Coloninha. A penimba mostra como o poder de plantão tem dono – e não é o prefeito eleito -, como é autoritário o governo eleito manobrado por seus donos e como é falso o diálogo com a cidade e os cidadãos como retrata na falha ou falsa comunicação pelas nas redes sociais.

O poder de plantão de Gaspar ainda não percebeu que o mundo mudou – e quando perceber poderá ser tarde; não aprendeu nada das lições das urnas de outubro de 2018.

Pior: censura, constrange ou desmoraliza à discussão e se nega à transparência. Compra ou tenta esconder da imprensa local, assuntos que se espraiam gratuitamente nas redes sociais. Esses temas, silenciosamente, com anexos fotográficos e documentos autênticos – há os fakes -, circulam nos aplicativos de mensagens e minam à imagem de bom moço do prefeito, de governo eficiente do governo da propaganda oficial.

Mais e pior tudo isso, contamina os vereadores da base e enfraquece o poder como um todo.

UM NOME. UM NÓ

Não vou reprisar àquilo que se argumentou e contra-argumentou ou o merecimento da homenageada com o nome do CDI da Coloninha, a mãe do secretário Carlos Roberto Pereira. Segundo Cicero Giovane Amaro, PSD, nascido e morador do bairro, o assunto não foi debatido na comunidade a qual escolhia outros nomes, os de Turca Zimmermann e Zilma Mondini identificadas com o bairro; de que feriu a legislação específica sobre este assunto e de que o mais grave, o abaixo-assinado pedindo o nome da mãe do secretário, foi “montado” com a maioria de pessoas de fora da região, numa ação política de força do secretário.

Ai, ai, ai. Há alguma dúvida de que Carlos Roberto Pereira seja o prefeito de fato? Os argumentos relatados pelo vereador Cícero não deixam, mais uma vez, dúvidas, quanto a isso. E depois sou eu quem exagero?

Cicero, que erroneamente e como protesto votou contra o PL da criação do CDI que está pronto e começa a funcionar até o início de fevereiro, queria aprova-lo sem a denominação de Maria Salete de Oliveira Pereira. Não conseguiu. Nem o companheiro de partido Wilson Lenfers e nem o companheiro de bloco, Silvio Cleffi, PSC, deram votos para o seu requerimento oral.

No jogo democrático essa é a regra: quem tem votos, seja, qual a circunstância, ganha. E quem ganhou foi Carlos Roberto Pereira. Ponto final. Ao Cícero e à Coloninha restou se resignar (e até protestar no voto contra) e calar.

O que ficou dessa discussão lateral que tomou a metade da sessão? Desgastes para o prefeito eleito Kleber no importante e denso bairro de votos da Coloninha. E tudo às vésperas das eleições para a sua reeleição. Tudo e apenas para satisfazer a imposição do seu secretário.

Sobrou também para o líder do governo Francisco Solano Anhaia e Francisco Hostins Júnior, vice-líder do blocão, ambos do MDB, obrigados por ofício à defesa do PLC 14, da escolha do nome, do prefeito eleito e do prefeito de fato.

Os demais, ficaram em prudente silêncio. Sintomático. Apenas a ex-vice-prefeita e berçarista efetiva, Mariluci Deschamps Rosa, PT, saiu em defesa de Cícero. Acorda, Gaspar!

O VALE TUDO

Defensores do governo Kleber desqualificam até as planilhas da controladoria para ver projeto aprovado e combater os questionamentos técnicos


Os argumentos do relator do PLC 17/2019, vereador Cícero Giovane Amaro, PSD, foram insuficientes para convencer os demais vereadores. Prevaleceu a defesa feita pelo líder do governo, Francisco Solano Anhaia e o vice-líder do blocão, Francisco Hostins Júnior, ambos do MDB, em favor de Kleber.

Já escrevi em comentário na semana passada de que o PLC 17/2017, que tinha o funcionário público municipal lotado do Samae, Cícero Giovane Amaro, PSD, como relator, passaria fácil. E a sinalização estava na emenda para não se acumular numa mesma escola cargos em comissão ou gratificados. E assim se deu o desfecho.

Então foram criadas mais 37 vagas comissionadas e gratificadas na secretaria de Educação com despesas que podem criar até 37 novas vagas, gerar mais de R$2 milhões anualmente na folha de pagamento. Isto fará Gaspar superar o limite prudencial. E o que acontecerá? Também já expliquei: conforme os casos e a lei em vigor, Gaspar poderá ter dificuldades no acesso a financiamentos, novas contratações de pessoal e receber transferência de verbas estaduais e federais atreladas à este índice limite. Este assunto, foi motivo de extenso e detalhado artigo explicativo na segunda-feira passada.

Na sessão extraordinária de terça-feira passada, a maioria dos vereadores se restringiu a votá-lo. O único que colocou dúvidas às consequências dos que se aprovava, foi o próprio Cícero. Ele votou contra.

Nas argumentações de defesa do PLC 17/2019, o líder do governo Francisco Solano Anhaia e o líder vice-líder do blocão que reúne MDB, PP, PSDB e PDT, Francisco Hostins Júnior, ambos do MDB – a líder do blocão, Franciele Daiane Back, PSDB, ficou quieta o tempo todo para não se desgastar – não houve questionamentos técnicos e principalmente sobre os compromissos futuros. Foi fácil! Uma facilidade que poderá gerar consequências logo ali na frente para o próprio Kleber se reeleito, ou por quem ganhar a corrida em outubro deste ano.

Mais uma vez, o tempo será o senhor da razão. Então é esperar para ver as consequências, que dependem de vários fatores incontroláveis dos elementos macroeconômicos.

AS DESCULPAS DO AMARELO SÃO OS PÉS DESCOBERTOS AO DORMIR

Entretanto, duas intervenções neste mar de tranquilidade chamaram a atenção. Um pela fragilidade e outro pela incoerência.

A fragilidade veio do líder do governo, Francisco Solano Anhaia. “Um prefeito – referindo-se a Kleber, naturalmente - não ficaria exposto em ano de eleição excedendo o limite prudencial – o que é exigido pela Lei de Responsabilidade Fiscal – inviabilizando a sua candidatura”.

Como é que é? Quando se descobrir que o prefeito gastou mais do que a lei manda, ele já terá sido eleito ou rejeitado pelas urnas de quatro de outubro. Trimestralmente, o Tribunal de Contas poderá emitir, no máximo, alertas de adequação. E o prefeito tem até 31 de dezembro de 2020 para acertar o passo. O crime, só ficará configurado depois de 31 de dezembro de 2020 com o balanço entregue no Tribunal de Contas. E a punição – se houver infringência a LRF – será declarada a partir de 2021.

Essa gente ou não sabe o que fala, ou se sabe, mas tratam todos nós como tolos.

E para completar o jogo onde todos são tratados como analfabetos, ignorantes e desinformados, o advogado Francisco Hostins Júnior, MDB, que reputo como bem informado, entrou na dança de desqualificar os que questionaram o PLC 17/2019 ao invés de debater e esclarecer.

Hostins disse estar indignado como nas redes sociais e na imprensa – esta coluna, logicamente, pois ninguém ousou tocar desse tema árido do PLC 17/2019 por desinteresse ou falta de conhecimento – tratou irresponsavelmente o assunto. E para isso, mostrou dois números. No ano de 2019, estes cargos comissionados e em confiança demandaram algo em torno de R$660 mil e que em 2020; segundo as projeções da secretaria de Educação, este número saltaria para no máximo R$812 mil, e não para os R$2 milhões possíveis que a planilha da própria prefeitura levada à Câmara atesta.

Primeiro, Hostins está desqualificando a profissional e controladora geral do município de Gaspar, Juliana Muller Silveira. Foi ela quem fez a planilha para o governo, que a avalizou e a enviou à Câmara. Ora, se não é possível se atingir esses R$2 milhões, qual a razão do governo Kleber fazer prova contra ele mesmo?

Segundo, a planilha foi para a Câmara para o governo constituir álibi e prova no futuro de que avisou os vereadores sobre os possíveis impactos do projeto que enviou e os vereadores aprovaram. Ou seja, o Executivo tornou solidário o Legislativo que poderia ter modificado, colocado travas ou até rejeitado a matéria e não fez. Simples assim.

E por último. Sobre o que circulou nas redes sociais não tenho nada a comentar. É terra de ninguém e o governo a usa a seu favor, mas está fora de controle com os questionamentos cada vez sendo maiores e contundentes contra o governo. O pessoal está perdendo o medo e está sobrando coragem. E isso é sinalizador de que alguma coisa vai mal.

Sobre a tal imprensa, respondo por mim: o que Hostins reclama é da credibilidade da coluna que já lhe serviu e é testemunha. Infelizmente, neste momento, ele está obrigado, por aliança e ofício a servir e defender àquilo que ele próprio se sente constrangido a fazer. Se não fosse assim, não estaria pensando em trocar de partido. Acorda, Gaspar!

Aliança pelo Brasil, PSL e PRTB se estabeleceram em conflito em Gaspar e que vai leva-los ao descrédito


O “Aliança pelo Brasil” foi à praça ´para preencher ficha e colher assinaturas capazes de torna-lo um partido. Essas fichas serão acompanhadas pessoalmente no cartório para não haver o sumiço delas por supostos representantes do partido como já aconteceu na semana passada

Os cachorros novos estão correndo atrás dos próprios rabos. É que os donos da velha da política de Gaspar – e por única diversão - amarraram uma linguiça neles. É a cronologia de uma morte anunciada ou de gente desalmada, para não plagiar o jornalista e escritor colombiano Gabriel José Garcia Marques (1927/2014).

Outubro de 2018: Jair Messias Bolsonaro é eleito presidente da República pelo nanico e alugado PSL. E o partido se torna protagonista como um dos maiores saído das urnas daqueles dias.

Novembro de 2019: Jair Messias Bolsonaro deixa o PSL e promete formar o novo partido com a cara dele, o “Aliança pelo Brasil”. Alegou que o PSL estava lambuzado como os outros. Na verdade, Bolsonaro nunca foi um homem de partido e o clã Bolsonaro não conseguiu fazer do PSL um lugar para ele mandar, desmandar, glorificar e humilhar.

Resultado de tudo isso? Disputas, intrigas, enfraquecimento da base aliada, bem como a divisão da base conservadora (e de direita) que elegeu Bolsonaro, junto com os que votaram nele no segundo turno para não votar no poste do ex-presidiário Luiz Inácio Lula da Silva, o Fernando Haddad, PT.

Em Santa Catarina, essa brigalhada continuou. Vergonheira. Parte do PSL na Assembleia Legislativa isolou o governador Carlos Moisés da Silva. A própria vice, metida em dúvidas no trato da casa oficial onde reside, Daniela Cristina Reinehr é parte da cisão: está, segundo ela no “Aliança”.

E nada disso foi diferente em Gaspar. Na onda vencedora, surgiu o PSL com Marciano Silva. E tão logo as brigas e divisões subiram à cabeça do PSL federal e estadual, dois disputaram o diretório local: o deputado estadual mais votado, Ricardo Alba, de Blumenau, e o deputado Federal Coronel Luiz Armando Schroeder Reis, de Joinville. Alba, que também já passou por vários partidos, estava se alinhando ao grupo do MDB de Gaspar e teve que voltar atrás. O Coronel Armando, quis levar o PSL a ser o Aliança, também não deu certo.

ORDEM NA CASA

A confusão por aqui entre gente desconhecida, apesar dos bons propósitos, sem voto e não testada na estruturação política-partidária é grande. Nas redes sociais está clara esta disputa que se esconde na imprensa, mas reportada aqui, em pequenas notas que alvoraçam todos.

Parte dos que apoiavam o PSL se debandaram.

Os que estão criando o “Aliança”, tiveram até fichas “roubadas” no cartório e vejam bem, por gente que nem é do PSL, nem do “Aliança”, mas do PRTB – partido do vice-presidente da República, Antônio Hamilton Martins Mourão – mas aqui em Gaspar, a serviço do poder de plantão (MDB, PP, PDT, PSDB), que chegou a plantar informação fake na imprensa – não aqui, é claro – de que o mais longevo dos vereadores e presidente do Samae, José Hilário Melato, PP, seria candidato a prefeito num partido que sequer existe de fato. Chantagem logo desmascarada aqui.

O Aliança, no sábado foi à praça preencher fichas e coletar assinaturas para a formação do partido sob a coordenação de Demetrius Wolff. Provavelmente não terá sequer nominata de vereadores. Entretanto, declara que não apoiará o PSL, nem o PT, nem os que estão na prefeitura.

O PSL, por sua vez, começou uma corrida contra o tempo. Primeiro desenterrou a nominata do diretório. Segundo, colocou o candidato dele na praça, o sindicalista, ex-funcionário público municipal, ex-vereador e ex-candidato a vice-prefeito numa coligação com o MDB, o evangélico, Sérgio Luiz Batista de Almeida. E nega que tenha plano B. E para completar, está trazendo nesta quarta-feira, o presidente estadual do partido, o deputado Fábio Schiochet, para dar um gás e diminuir a confusão.

E o PRTB? Depende das orientações do Melato ao seu cabo eleitoral infiltrado. Acorda, Gaspar!

Um exemplo de conhecimento e bom senso pela campeã nestes casos aqui nesta coluna, a Ditran – Diretoria de trânsito de Gaspar. Esta obra é recente, a recuperação da Rua Leopoldo Alberto Schramm. E na ciclovia o que está no meio dela? Uma placa de sinalização.

 

TRAPICHE

Procura-se. Desde novembro quando foi obrigado sair do nanico PSC e foi filiado na marra ao PP para formar o blocão visando unicamente defender o governo na CPI das dúvidas da Rua Frei Solano, o suplente de vereador José Ademir de Moura, não apareceu mais na Câmara.

Moura está escondido por vergonha e mágoa – como já revelei em extensa coluna no dia 10 de janeiro em “Kleber, MDB e PP, ao tentarem fazer da Câmara um puxadinho da prefeitura de Gaspar, criaram a figura do vereador-boneco para inviabilizar a CPI da rua Frei Solano”, no jogo pesado articulado pelo irmão de fé (ambos são evangélicos neopetencostais) Kleber Edson Wan Dall, MDB, o presidente do MDB e secretário de Fazenda e Gestão Administrativa, Carlos Roberto Pereira, e o dono da vaga na Câmara, o mais longevo dos vereadores e presidente do Samae, José Hilário Melato, PP.

Moura, não apareceu na extraordinária da terça-feira passada e nem justificou a ausência. Nem o PP providenciou até agora o preenchimento da vaga. Dia quatro de fevereiro, a Câmara retoma as suas sessões ordinárias. Até lá, Kleber, a igreja e o PP esperam uma solução para o caso Moura.

Duas observações. A sessão extraordinária de terça-feira passada na Câmara de Gaspar já foi realizada sob o manto do novo Regimento Interno. E exigiu consultas. Já no mundo virtual, com caros investimentos para tal na Câmara, a votação de um simples requerimento oral foi na base “os que estão de acordo, permanecem como estão, os demais se levantem”. Ai, ai, ai

A ex-vereadora, ex-secretária de Saúde, a ex-candidata a prefeita, Tereza da Trindade, com passagens pelo PP, PT, PPS e PSB, requereu e está se aposentado como funcionária pública do município de Gaspar e de longa atuação na área da Saúde.

“Este projeto [PLC 17/2019] é no mínimo muito temerário”. Este comentário de um técnico experimentado da Câmara ao analisá-lo para os vereadores e ecoou no plenário da Câmara. Temeridade que não se traduziu em votos.

Uma, das muitas provas do clima quente entre o PSL e o “Aliança pelo Brasil”. O deputado Ricardo Alba, PSL, postou uma foto entregando uma verba de R$250 mil para o hospital veterinário da Furb, em Blumenau.

Demetrius Wolf, que já foi do PSL de Gaspar e eleitor de Alba, não perdeu a oportunidade: “Pô tu conseguiu mais dinheiro pra hospital de animais de Blumenau (250 mil) do que pra pessoas em Gaspar (150 mil)?”

E por falar em Hospital, a anunciada união do PSD para ser vice do blocão MDB, PP, PDT, PSDB e PSC, pois o vereador Silvio Cleffi voltou a ser guiado pelo seu criador Kleber Edson Wan Dall, continua provocando enjoos. Está se procurando o remédio certo para acertar estômago e a cabeça de todos os envolvidos.

Começou a proteção. Em Gaspar nomeou-se uma diretora de CDI que nunca foi professora e é formada recentemente em pedagogia. A queixa é geral.

Não fale sobre o PSDB e a vereadora Franciele Daiane Back perto do ex-vereador, empresário, líder comunitário do Belchior Baixo e tucano histórico, Amadeu Mitterstein. Ele está virado num alho só.

No Conselho Tutelar de Gaspar, recém-empossado, aquele que é político e que se ajeitou tudo para não haver candidatos concorrentes, começou uma guerra interna e política partidária. Só o Ministério Público que não enxerga como tudo se encaminhou e aconteceu. Até a posse, todos ficaram caladinhos, já agora...

Ilhota em chamas I. A praça central de Ilhota e denominada de Charles Maximiliano Luiz Van Lede, virou a semana passada inteira um local de negócios e comércio de carros de uma concessionária de Itajaí, como mostram as fotos abaixo.

Ilhota em chamas II. Os carros expostos em cima de passeios e canteiros, impedindo a passagem da população bem como pelo uso para o lazer. O prefeito Érico de Oliveira, MDB, os fiscais da prefeitura e os políticos de um modo em geral, caladinhos diante das reclamações dos munícipes.

 

Comentários

Herculano
30/01/2020 19:46
A COLUNA OLHANDO A MARÉ ESCRITA ESPECIALMENTE PARA A EDIÇÃO IMPRESSA DESTA SEXTA-FEIRA DO JORNAL CRUZEIRO DO VALE, VAI ABORDAR O DILEMA DO VEREADOR E PRESIDENTE DA CÂMARA, CIRO ANDRÉ QUINTINO, MDB, DIANTE DAS ELEIÇõES DE OUTUBRO.

AQUI NINGUÉM PLANTA NOTAS OU ARMAÇõES. DA A CREDIBILIDADE E AUDIÊNCIA. ACORDA, GASPAR!
Herculano
30/01/2020 15:27
PREFEITO E VICE DE SÃO FRANCISCO DO SULTÊM MANDATO CASSADOS PELO TRE-SC?

Conteúdo e texto de Cláudio Prisco Paraíso. O prefeito e o vice-prefeito de São Francisco do Sul, Renato Gama Lobo (foto) e Walmor Berretta Junior, respectivamente, tiveram seus mandatos cassados pelo Pleno do TRE-SC, nesta quinta-feira (30), por 4 x 3 votos. Os juízes do TRE também determinaram a inelegibilidade de Renato Gama Lobo por oito anos seguintes ao pleito de 2016.

O motivo que levou à cassação dos eleitos foi abuso de poder econômico, comprovado por meio de pedido de voto através de ofertas de vantagens e ameaça velada de perda de emprego.

O relator do processo, juiz Jaime Pedro Bunn, determinou em seu voto a realização de novas eleições para os cargos majoritários no município de São Francisco do Sul, independente do julgamento de eventuais embargos de declaração. A data será definida pelo TRE, de acordo com cronograma aprovado pelo TSE.

Os detalhes do processo podem ser conferidos no Processo Judicial Eletrônico, onde também será publicado o Acórdão com todos os detalhes da decisão.
Miguel José Teixeira
30/01/2020 11:20
Senhores,

"Cérebro de lula é praticamente tão complexo quanto o dos cães"

(Úlimo Segundo do Portal iG)

Vacinemo-nos pois, com a vacina contra a raiva. . .

Será que a vacina anti-rábica nos protegerá da peste vermelhóide esquerdopata?
Herculano
30/01/2020 10:50
GOVERNO SE COMPLICA NO IMPEACHMENT, por Claudio Prisco Paraíso

Quando tudo parecia caminhar quase que naturalmente para o arquivamento do pedido de impeachment de Moisés da Silva, da vice, Daniela Reinehr, e do secretário de Administração, Jorge Tasca, eis que o autor da denúncia apresenta fatos novos. E graves. Ralf Zimmer Júnior, advogado e defensor público, incluiu, via um aditamento já protocolado na Alesc, a Procuradora-Geral do Estado, Célia Irani da Cunha, no pedido de impedimento.

Zimmer apresentou documentos que podem caracterizar fraude no ato administrativo que equiparou os salários dos procuradores do Executivo aos do Legislativo estadual.

A Procuradora-Geral, lá em abril do ano passado, no contexto jurídico, manifestou-se pela prescrição da determinação judicial que embasa a tal equiparação salarial. Ali, então, até com anuência do Ministério Público, a PGE entendia que o assunto estava encerrado.

Só que, no final do ano, ela, sob o viés administrativo, recomendou a Moisés da Silva que assinasse o aumento salarial,  o que ocorreu na prática, aos integrantes da Procuradoria do governo do Estado. Além do claro uso dos dois pesos e duas medidas, conforme a conveniência, Célia Irani advogou em causa própria. Ela faz parte dos quadros da PGE.
TIMING

Ralf Zimmer Júnior esperou a apresentação da defesa, entregue ao Legislativo na segunda-feira à tarde, para só então apresentar o aditamento com estes gravíssimos fatos novos ao pedido de impeachment. Célia Irani da Cunha deixou o governo numa saia justa e sua situação no governo é absolutamente insustentável.

SOLUÇÃO

Agora, o governador só tem uma saída: sustar, anular, canelar o próprio ato administrativo que legalizou o aumento salarial dos procuradores do Estado. Enfraqueceria, do ponto de vista político, o processo de impeachment.

ANDAR DE CIMA

O autor do pedido também solicitou que a Alesc mande ofício ao presidente do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Dias Toffoli, que também preside o STF, já que o Judiciário está no epicentro desta polêmica.

VISITAS

Por fim, ele também pediu que a Assembleia comunique todo o imbróglio ao ministro a Justiça, Sérgio Moro. E assim Moisés da Silva entra nesse novo ano focado em resolver desacertos em vez de administrar, promovendo obras e ações.
Herculano
30/01/2020 10:41
O FANATISMO É UMA DOENÇA, GRAVE. ELE CEGA À MÍNIMA RAZÃO E RETIRA À CAPACIDADE DE DISCERNIMENTO DO SER HUMANO SOBRE FATOS E PROVAS REAIS, PALPÁVEIS...

Impressionante como apoiadores do presidente Jair Messias Bolsonaro, sem partido, reagiram ao tuíte dele hoje cedo, mandando embora de vez, quem ele já tinha demitido, mas horas depois, por pressões dos filhos amalucados, o admitiram em nova função, com salário praticamente idêntico. Para esses apoiadores, só a uma única notícia: a demissão. A renomeação foi uma invenção da "extrema imprensa", a livre, a investigativa, a que não depende de dinheiro público, a que é barrada pelo próprio presidente por não se curvar ao imperialismo do poder....

DIÁRIO FAKE

Conteúdo de O Antagonista. Para os bolsonaristas, até a imprensa oficial publica fake news.

Vicente Santini foi readmitido ontem, como saiu no Diário Oficial da União.

Agora que Jair Bolsonaro resolveu demiti-lo pela segunda vez, os bolsonaristas argumentam que o fato nunca foi verdadeiro.

Independentemente dessa patacoada das redes sociais, é claro que o presidente fez bem em demitir o voador da FAB e o interino que assinou sua readmissão na Casa Civil. É claro também que ele fez bem em transferir para o Ministério da Economia o PPI, cuja secretária viajou com Vicente Santini.
Herculano
30/01/2020 10:12
BOLSONARO NÃO VAI DEMITIR OS FILHOS, MAS PODE SOBRAR PARA ONIX LORENZONI, por Talles Farias, no Uol.

Primeiro o presidente da República anunciou, ontem, que demitiria o ministro-interino da Casa Civil. Tratava-se do secretário-executivo do órgão, Vicente Santini, temporariamente no comando, já que o titular, Onyx Lorenzoni, estava de férias.

Bolsonaro explicou de viva voz que considera imoral o fato de seu auxiliar ter pego um avião da FAB para encontrar a comitiva presidencial na Índia neste final de semana.

"O que ele fez não é ilegal, mas é completamente imoral. Ministros antigos foram de avião comercial, classe econômica", disse.

Até aí, muito bem: o cargo subiu à cabeça do sujeito, ele resolveu fazer uma gastança pessoal com dinheiro público (um voo desses não sai por menos de R$ 700 mil) e está sendo punido.

O presidente telefonou para o ministro de férias e ambos decidiram nomear um novo interino até a volta de Onyx: Fernando Wandscheer de Moura Alves.

Mas eis que ontem mesmo, à noite, o Diário Oficial publicou ato assinado pelo novo secretário-executivo da Casa Civil nomeando Santini para um outro cargo no órgão. E com salário equivalente ao que ele tinha antes.

Decisão de quem? Do presidente da República a pedido de seus filhos. O deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) e o senador Flavio Bolsonaro (PSL-RJ), ambos amigos de Santini.

Pois é. Os filhos, novamente, protagonizando mais uma confusão no governo do pai.

Em nota, a Casa Civil comandada de fato por Onyx Lorenzoni jogou a decisão no colo de Bolsonaro: "O presidente e Vicente Santini conversaram e o presidente entendeu que Santini deve seguir colaborando com o governo".

Aliás, sabe-se agora que o assessor exonerado e readmitido ajudou muito na campanha presidencial. Conseguiu, inclusive, reforçar a segurança da mulher do candidato, a hoje primeira-dama Michelle Bolsonaro.

Ao descobrir que foi descoberta a readmissão de Vicentini, Bolsonaro, então, volta atrás na decisão de voltar atrás quanto ao afastamento do funcionário. E anuncia, nesta manhã de quinta-feira, que o Diário Oficial irá exonerar novamente o ex-secretário-executivo, amigo de seus filhos e colaborador de campanha.

De quebra, no mesmo post no Twitter, o presidente declara que também tirará da Casa Civil -ou seja, do ministro Onyx Lorenzoni?" a coordenação das Parcerias Públicas de Investimentos (PPIs), que voltarão ao Ministério da Economia.

Pois é, Onyx novamente. Mesmo de férias, no meio de mais uma batatada do governo. E sofrendo novo esvaziamento. Vale lembrar que ele já perdeu a função de coordenador político do governo com o Congresso.

O ministro-chefe da Casa Civil, ao que parece, entrou novamente na linha de tiro. Afinal, Bolsonaro não pode demitir os filhos.
Herculano
30/01/2020 07:40
UM PRESIDENTE IOIô. DURMA COM UMA INSTABILIDADE DESSAS.INSEGURANÇA AOS INVESTIDORES AO MENOS AO VOLTAR ATRÁS ELE FOI COERENTE COM A PRIMEIRA ACERTADA DECISÃO. A PRESSÃO POPULAR DOS SEUS PRóPRIOS SEGUIDORES SURTIU EFEITO

ESTE É O TUÍTE DO PRESIDENTE AGORA A POUCO NA SUA CONTA DO TWITTER

- Informo que em Diário Oficial será publicado:

- Tornar sem efeito a admissão do servidor Santini;
- Exonerar o interino da Casa Civil; e
- Passar a PPI da Casa Civil para o Ministério da Economia.
Herculano
30/01/2020 07:36
CARLUXO NEGA

Conteúdo de O Antagonista. Carlos Bolsonaro negou ter pedido um novo cargo para Vicente Santini, comentando educadamente no Twitter:

"Teu cu".

A responsabilidade por recontratar o assessor que voou no jato da FAB foi apenas do presidente da República, portanto.

VOLTO

Está claro, que de "cu", o Carluxo deve entender, pois esta foi a melhor argumentação pública para a grande cagada que os filhos fizeram em favor de amigo de infância e que manchou o governo do seu pai Jair, pela expressa incoerência da ação-resultado. Wake up, Brazil!
Herculano
30/01/2020 07:31
DEMETIDO POR BOLSONARO, EX-NÚMERO DOIS DE ONYX JÁ VOLTOU À CASA CIVIL

Conteúdo de O Antagonista. Demitido ontem do cargo de secretário-executivo de Onyx Lorenzoni, Vicente Santini foi nomeado hoje assessor especial da Secretaria Especial de Relacionamento Externo da Casa Civil.

Amigo de infância de Flávio e Eduardo Bolsonaro, Santini havia sido exonerado por usar avião da FAB em viagens à Suíça e à Índia.

Segundo o Estadão, o ex-número dois da Casa Civil conversou com Jair Bolsonaro nesta tarde - e, de acordo com interlocutores, o presidente foi convencido de que ele poderia continuar colaborando com o governo.

Ontem mesmo, Bolsonaro dizia que a atitude de Santini era "inadmissível" e que outras medidas seriam tomadas contra ele depois de uma conversa com Onyx.
Herculano
30/01/2020 07:18
BOLSONARO ENGORDA ESTATAL DA MARINHA E GASTO MILITAR FICA AINDA MAIOR, por Vinicius Torres Freire, no jornal Folha de S. Paulo

Investimento em Defesa é o maior do governo

O investimento em obras e compras de equipamentos do governo federal aumentou no ano passado.

Por fora, bela viola: foi surpresa grande, pois se esperava queda feia dessas despesas. Por dentro, pão bolorento: o investimento cresceu porque o governo aumentou em mais de R$ 10 bilhões o capital de três estatais: Emgepron, Infraero e Telebras. Em suma, porque os gastos militares cresceram bem.

A Emgepron é uma estatal da Marinha que, basicamente, faz navios. Em 2019, o governo colocou R$ 7,6 bilhões na empresa a fim de construir corvetas (navios de guerra) e um barco para uso na Antártida.

No total, o gasto federal em investimento foi de R$ 57,3 bilhões no ano passado, 2,3% mais do que em 2018, já descontada a inflação.

Desse total, o Ministério da Defesa ficou com 28,7% (R$ 16,5 bilhões, incluídas as "inversões financeiras" do aumento de capital da Emgepron), um aumento de 36% em relação a 2019. Em segundo lugar ficou o Ministério do Desenvolvimento Regional (R$ 10,5 bilhões), seguido pela Infraestrutura (R$ 9,2 bilhões).

Ressalte-se que se trata aqui do gasto em investimento, que equivale a apenas 3,9% do gasto federal total, que foi de R$ 1,47 trilhão (não inclui a despesa com juros, que desde 2014 nem é parcialmente paga, apenas rolada).

Para onde vai o gasto militar? Para a Aeronáutica desenvolver e comprar aviões de caça Gripen (R$ 1,3 bilhão) e o cargueiro da Embraer (R$ 805 milhões). Para a Marinha construir submarinos (R$ 918 milhões) e seus estaleiros (R$ 380 milhões), por exemplo. Para um blindado sobre rodas do Exército, o Guarani (R$ 410 milhões). Para helicópteros (R$ 344 milhões). Etc.

O maior pacote de investimento federal é em manutenção de estradas, R$ 3,6 bilhões (em construção, quase nada). Depois, em programas de construção e financiamento de casas, como o Minha Casa Minha Vida, R$ 3,4 bilhões.

Os gastos militares são pesados quando se leva em conta que as três maiores obras individuais do país são a adutora que leva água da transposição do São Francisco para o interior de Pernambuco (R$ 578 milhões), a Ferrovia de Integração Oeste-Leste, trecho na Bahia (R$ 361 milhões), e a transposição do rio São Francisco para Pernambuco, Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte (R$ 251 milhões).

O restante em geral é de coisas picadas, que dão volume quando juntas. Hospitais, clínicas e laboratórios: R$ 1,8 bilhão. Obras em creches, pré-escola e escolas fundamentais: R$ 1,6 bilhão. Habitação, saneamento, transporte: R$ 2,8 bilhões. Etc.

O dinheiro para expansão, equipamentos e obras das universidades federais dá R$ 893 milhões. Para a melhoria de escolas (Programa Dinheiro Direto na Escola), R$ 529 milhões. Para Unidades Básicas de Saúde, R$ 578 milhões. Para comprar ônibus escolares, R$ 493 milhões.

É preciso notar também que quase todos esses projetos maiores, os militares em particular, vêm de outros governos (PT em especial), embora Jair Bolsonaro tenha colocado dinheirama extra na estatal da Marinha, pois entrou o tutu grosso da venda de campos de petróleo ("cessão onerosa").

Certas despesas são definidas por contratos (caças, por exemplo). Mas há muitas coisas erradas, neste e noutros governos, quando 28% do pífio dinheiro do investimento vai para gasto militar.

Para que ter Forças Armadas sem armas? É uma questão. Mas faltam estrada, esgoto, água, mais energia limpa, cama de hospital, ultrassom, raios-X.
Herculano
30/01/2020 07:12
DEU A LOUCA NO TSE: LICITAÇÃO IGNORA LEI E NORMAS, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

Alguém fumou maconha estragada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a julgar pelo edital da licitação a ser realizada nesta quinta (30) para contratar "serviços especializados" em tecnologia da informação "mediante alocação de postos de trabalho", proibida há 15 anos. A contratação contraria a legislação e acórdãos no Tribunal de Contas da União, além de abrir espaço para criar "cabides de emprego", por meio de servidores terceirizados. Um escândalo. Em pleno ano eleitoral.

LIVRE INCIATIVA, MAS PRESA

O edital do TSE ofende a livre iniciativa, garantida na Constituição, fixando até percentuais de lucro para a vencedora da licitação.

TRIBUNAL NÃO VÊ LEIS

O edital maluquete do TSE também estabelece valor de salários, que a lei proíbe, nº de contratados e até custos internos das concorrentes.

DIFERENÇA NÃO É SUTIL

Normas como a súmula 269 do TCU proíbem contratar pessoas para fazerem o serviço e não "o serviço" que as empresas prestam.

FARRA MILIONÁRIA

Soma R$17 milhões o custo previsto da "viagem" maluca do TSE, a ser iniciada nesta quinta, à conta dos impostos e à margem da legislação.

'CAIXA PRETA' É DO TAMANHO DA SEDE DO BNDES

O BNDES usa suas conexões para manipular a auditoria que avaliou "regulares" seus contratos nos governos petistas, negando a "caixa preta". Mas isso é tão verdadeiro quanto nota falsa. Seus contratos são tão legais quanto todos aqueles firmados pela Odebrecht, por exemplo, após fraudar licitações em governos estaduais e federal. Não há corrupção sem contratos bem feitos, e até mesmo auditados. A "caixa preta" do BNDES é mais ou menos do tamanho de sua sede, no Rio.

TIRANDO O CORPO

O BNDES produziu a falácia de que ali ninguém fez nada de errado, e sim diretores que recebiam ordens para favorecer JBS, Odebrecht etc.

SUPORTE NÃO FALTOU

A cúpula do BNDES, a serviço do Planalto, sempre contou com as áreas jurídica e técnica internas para fazer parecer que era tudo legal.

'EU NÃO SABIA'?

A não ser em razão do aparelhamento partidário, não se entende por que ninguém do BNDES, com tantas evidências, denunciou as tretas.

FÉRIAS DE 48 DIAS

Sessão solene do Congresso Nacional vai marcar o início dos trabalhos legislativos em 2020. Terão sido, na prática, 48 dias de folga para os parlamentares, que estão sem ter o que fazer desde 18 de dezembro.

CENA RARA NO BRASIL

Funcionários de alfândega das áreas internacionais de aeroportos brasileiros do Rio e São Paulo estão finalmente usando máscaras de proteção, em razão do surto de coronavírus na China.

CADA VEZ PIORES

Políticos imundos driblam a lei com faixas para formular votos de Feliz Natal etc. Mas as festas passam e as faixas com a propaganda fora de época continuam expostas, impunes, sujando as cidades.

ESTÍMULO DO BEM

O senador Plínio Valério (PSDB-AM) apresentou emenda constitucional para estender ao resto do país uma lei que garante abatimento do IPTU a quem preservar suas áreas verdes e produzir energia renovável.

IMPEACHMENT PERDE O GÁS

Segundo o Newswhip, que mede engajamento de conteúdo na internet, o impeachment de Donald Trump teve 80 milhões de likes, comentários e compartilhamentos nas redes sociais em 16 de dezembro, quando a Câmara votou a ação. Semana passada, despencou para 22 milhões.

QUEM PAGA?

Como fazer demagogia é livre, o deputado Reginaldo Lopes (PT-MG) propõe reduzir para 36 horas a jornada semanal de trabalho. Ou seja, uma redução de 22% das atuais 44 horas. Mas sem reduzir salários.

MP CARNAVALESCO

O Ministério Público do DF está preocupado com o carnaval de rua em Brasília, principalmente com poluição sonora, desordem, depredação, roubos e furtos, além do consumo de drogas.

ACIDENTES E MORTES

De acordo com a Confederação Nacional dos Transportes, apesar da queda de 2,6% nos acidentes em rodovias federais, o número de mortes aumentou (1,2%) em 2019 pela primeira vez em sete anos.

PENSANDO BEM...

...o Carnaval já está aí e o ano nem começou no Congresso.
Herculano
30/01/2020 06:46
da série: o presidente e o Brasil reféns dos amalucados filhos de Bolsonaro

BOLSONARO CONSEGUIU ERRAR ATÉ NAS DEMISSõES E TROCAS NA EQUIPE, por Bruno Boghossian, no jornal Folha de S. Paulo

Máquina pública continua refém de obsessões ideológicas e desavenças particulares

Dias antes de demitir Ricardo Vélez, o presidente disse achar "bastante claro" que as coisas não estavam dando certo no Ministério da Educação. Em três meses no cargo, o professor colombiano provocou um apagão na pasta e tentou obrigar crianças a recitarem o slogan de campanha do chefe. Até Jair Bolsonaro precisou admitir que faltava ao auxiliar capacidade de gestão.

Nenhuma lição foi aprendida naquele episódio, como se vê. O presidente exaltou a própria coragem ao se livrar de um ministro incapaz, mas decidiu substituí-lo pelo indivíduo que agora pilota o caos do Enem.

As demissões e trocas de comando executadas por Bolsonaro neste seu período inicial no poder foram tão improdutivas quanto muitas de suas nomeações. A máquina pública continua sequestrada pelas obsessões ideológicas e desavenças particulares do presidente.

Abraham Weintraub só está pendurado no posto até agora por ter se provado um antiesquerdista mais malcriado do que o antecessor. Ninguém ligou para o fato de que, num só dia, persistiram as falhas no cálculo das notas do Enem e surgiram novos problemas no sistema de inscrição nas universidades.

Se o departamento de RH do governo funcionasse, Bolsonaro não teria derrubado Joaquim Levy do BNDES. O presidente achava que o economista não queria abrir a caixa-preta do banco. Seu substituto, um amigo da primeira-família, precisou anunciar que uma auditoria milionária no órgão não encontrou nada e não tem "nada mais a esclarecer".

Em junho do ano passado, Bolsonaro cedeu à ala do Planalto que brigava pelo controle da verba oficial de comunicação e demitiu o general Santos Cruz. Sem o militar, quem ganhou poder foi o secretário Fábio Wajngarten, hoje protagonista de um indecente conflito de interesses.

Algo parecido aconteceu na saída de Gustavo Bebianno, chutado quando estourou o escândalo das candidaturas laranjas do PSL. Já o ministro do Turismo, denunciado pelos investigadores, continua na cadeira.
Herculano
29/01/2020 18:04
MESA DIRETORA DA ALESC NO CAMINHO DO IMPEACHMENT, por Cláudio Prisco Paraíso.

Uma nova informação surgiu na Assembleia sobre a tramitação do processo de impeachment de Moisés da Silva.

Antes da formação da comissão especial, que seria o próximo passo após o pedido de informações da Procuradoria da Assembleia, o governo solicitou a apreciação do presidente da Casa, Júlio Garcia; ou da Mesa Diretora.

COLEGIADO

É pouco provável que o deputado delibere sozinho. Ele costuma democratizar e tomar estas decisões de forma colegiada. Contudo, até os pombos da Praça XV sabem da influência que Garcia exerce no Legislativo estadual.

CAMINHO

Se o presidente ou a Mesa Diretora da Casa entenderem que não há elementos suficientes para justificar o pedido de impeachment, o processo vai diretamente ao arquivo. E fim de papo. Caso contrário, a matéria será apreciada na comissão especial e depois em plenário, um trâmite que tende a ser longo e desgastante.

DESGASTE

Não há hoje clima para aprovação do impeachment. Mas essa questão de tramitação, se o processo continuar, vai gerar desgaste desnecessário ao governador em ano eleitoral.

FATURA

Caso o pedido de impeachment vá para o arquivo antes da formação da Comissão Especial, Moisés da Silva ficará devendo uma para Júlio Garcia. Os dois mantém hoje relacionamento absolutamente protocolar.

DATA

Dificilmente Júlio Garcia irá chamar os integrantes da Mesa Diretora da Alesc para tratar de impeachment esta semana.

Eles devem ser convocados pelo presidente na semana que vem, quando acaba o recesso do Legislativo.
Herculano
29/01/2020 18:00
BOLSONARO MANDA RECADO A MILITANTES E DIZ QUE ALIANÇA NÃO TEM DONO EM SC, por Upiara Boschi, no NSC Total, Florianópolis SC

O Aliança pelo Brasil não tem um líder definido em Santa Catarina e os militantes da futura legenda do presidente Jair Bolsonaro devem focar na coleta de assinaturas para criação do partido. O recado direto - amplo, geral e irrestrito - foi dado pelo próprio Bolsonaro, em aúdio de 3min44seg que circula em grupos bolsonaristas no Whatsapp.

- O momento é de colher assinatura, fazer o partido. Lá na frente, abril, maio, junho, escolher a liderança estadual. Essa liderança estadual vai ter autoridade. Botar muita gente diferente na executiva não vai dar certo, cada um puxa para um lado. A liderança vai ter autoridade para cumprir a orientação que vai ser emanada aqui de Brasília de acordo com os nossos princípios - disse Bolsonaro.

No início do áudio, o presidente saúda "Admar e prezados amigos catarinenses". Isso porque a gravação foi encaminhada para o advogado Admar Gonzaga, ex-ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), encarregado pela formação do novo partido no Estado. Foi produzido para ser apresentado na reunião de lideranças do futuro partido em Balneário Camboriú no dia 18 de janeiro. Na ocasião, Gonzaga admitiu que o Aliança não ficará pronto a tempo de disputar as eleições municipais.

No recado, Bolsonaro faz referências aos episódios que levaram ao racha do PSL, com a saída da chamada ala bolsonarista do partido. Ele afirma aos militantes que é preciso "pegar os erros do passado e não cometê-los" e que "não pode, neste momento, querer ser o presidente, comandar o Estado ou região".

- Tivemos problemas em alguns Estados, não vou dizer quais. Grupos locais que cortaram muita gente para eleger sua pessoa, seu amigo. Depois aqui em Brasília houve uma divisão do partido, uns achando que já podiam ser prefeito, "ja sou dono de mim". Muita coisa na cabeça de pessoas. Faltou um mínimo de equilíbrio para a gente permanecer unido ?" disse Bolsonaro.

Embora as citações do presidente aos problemas que levaram à saída do PSL sejam genéricas, militantes avaliam que são referências, entre outros, ao governador Carlos Moisés - que optou por descolar-se do bolsonarismo após as eleições e vai permanecer no PSL. Mas o recado também pode ser estendido às lideranças que vem se anunciando como líderes do futuro Aliança. Bolsonaro foi claro ao dizer que o futuro presidente do partido no Estado será escolhido quando a legenda estiver formalizada e que será uma nome filtrado pelo grupo próximo ao presidente. No áudio, ele manda os militantes evitarem "disputinhas" e que se surpreende de "algumas pessoas se colocarem como dono do partido no Estado".

- Eu não tenho ninguém indicado em cada Estado. Essas indicações por Estado vão passar por um grupo nosso para decidir. Se a pessoa tem mandato ou não, é outra história. Não obrigatoriamente precisa ter mandato. Quero uma pessoa que concilie, que leve o partido a sério.
Herculano
29/01/2020 13:23
COMPLICADORES PARA O GOVERNADOR, por Paulo Alceu, no Notícias do Dia, Florianópolis SC

Não vai ser um ano fácil para o governador Moises. As reivindicações salariais passam a ocupar espaço na agenda e algumas categorias começam a expandir suas insatisfações. Com é o caso da Aprasc que representa os praças de Santa Catarina. Não é de hoje que eles tentam um acordo com o governo na tentativa de repor 37% de perdas inflacionárias nos últimos seis anos, como também 40% do poder aquisitivo dos servidores. Ficaram o ano passado entre reuniões e promessas, e nada. Agora estão promovendo para esta quinta-feira uma grande manifestação em Florianópolis com a presença estimada de mil militares de todo o Estado, onde será promovida uma caminhada até o Centro Administrativo. Na manifestação dos dirigentes da entidade a indignação pela falta de respeito pelo militar, com um detalhe, o governador é militar?

OUTRA CATEGORIAS

A insatisfação salarial não atinge somente os praças, mas outras categorias, entre elas, os servidores da Procuradoria do Estado, bem como os advogados autárquicos. Os professores também reclamam que não receberam no ano passado o repasse de 4,17% do governo federal e que somado a este ano alcança mais de 12%. Vai virar uma massa de pão, crescendo a cada momento.
Herculano
29/01/2020 13:20
da série: a falta de respeito dos políticos com quem os elegem e os sustentam nas suas vaidades, dúvidas e incapacidades

Quem pagou a "reforma" sob suspeitas do cartão postal de Florianópolis e que não melhorou a mobilidade entre a Ilha e o Continente? Os catarinenses que se viram privados de várias pontes em seus municípios.

ESTADO E PREFEITURA QUEREM MOSTRAR QUEM MANDA MAIS NA PONTE HERCÍLIO LUZ, por Ânderson Silva, na NSC Total, Florianópolis.

O episódio da gravação de um comercial sobre a ponte Hercílio Luz, no começo da manhã desta quarta-feira, trouxe desdobramentos que evidenciam um impasse desnecessário: o governo de Santa Catarina e a prefeitura de Florianópolis disputam para ver quem manda mais na estrutura. E quem ganha com isso? Ninguém. Não é a primeira vez que os dois lados divergem sobre posicionamentos de uso da ponte, mas desta vez a briga ficou escancarada.

Depois de autorizar a gravação do comercial de uma marca de veículos, que foi contestada pela prefeitura, responsável por montar uma programação com a passagem dos ônibus pela estrutura a partir das 5h, a secretaria estadual de Infraestrutura divulgou uma nota na manhã desta quarta-feira. E o texto deixa claro que não há diálogo, e sim disputa por espaços.

Segundo a secretaria, a prefeitura alterou o horário da passagem do ônibus sem comunicar o Estado. Em contrapartida, a pasta afirma não ter comunicado o município "pois não iria interferir no tráfego do transporte coletivo, uma vez que seria gravado em
horário que não estava prevista a passagem dos ônibus".

Em trecho do texto, a reafirmação da posição na disputa: "A secretaria de Estado da Infraestrutura e Mobilidade é a autoridade de circunscrição sobre a Ponte Hercílio Luz e a responsável por autorizar eventos e atividades com fins comerciais sobre a estrutura.

Por ser um Patrimônio Cultural, também é necessário obter a autorização dos órgãos responsáveis pelo patrimônio". Por fim, a nota diz que haverá uma reunião com a prefeitura de Florianópolis para discutir o assunto.

Quem perde? A população

Este impasse só prejudica a população e trava os processos. O Estado diz que manda na ponte, enquanto a prefeitura diz que decide quem vai andar sobre ela e no entorno. Mas e a conversa? Não existe? Este processo precisa ser capitaneado tanto pelo governador
Carlos Moisés da Silva como pelo prefeito Gean Loureiro. Os dois chefes do Executivo devem dar o sinal e demonstrar aos seus comissionados e servidores qual é o caminho.

E vou além: por que não criar um grupo de gestão compartilhada? Indica-se uma pessoa da prefeitura e outra do Estado para comandar as ações que envolvem a ponte. E tudo passará por esse grupo. Simples, prático e ágil. Sem ego, firulas e disputas.

Enquanto isso não acontece, nos bastidores fica a velha disputa por quem manda mais.
Herculano
29/01/2020 13:11
O ASPONE QUIS SURFAR NA ONDA DO ERÁRIO. FOI PARA O OLHO DA RUA, por J.R.Guzzo, no site Metrópoles.

Esse assessor é só mais um zé-prequeté dos tantos que povoam os galhos de cima do poder público, e cuja maior qualificação é ter um crachá

De onde menos se espera alguma coisa é justamente de onde não sai nada mesmo, ensina o Barão de Itararé. O que esperar, realmente, de um assessor do assessor que assessora o presidente da República em questões da Casa Civil, Onyx Lorenzoni? Quer dizer: o cidadão não é nem um Onyx, apenas um sub-Onyx, e disso aí, naturalmente, não pode sair nada de bom. O problema, no caso, é que aquilo que saiu foi muito ruim.

Esse assessor é só mais um zé-prequeté dos tantos que povoam os galhos de cima do poder público, e cuja maior qualificação é ter um crachá dizendo que ele trabalha "no palácio". Pois é. No Brasil, isso é profissão: assim como o sujeito é dentista, agrimensor ou corretor de imóveis, também existe o que trabalha "no palácio".

Por conta disso, ele achou muito natural requisitar um jatinho Legacy da FAB para ir não só à Suíça, na reunião de Davos, como também à Índia - nada menos que a Índia, Santo Deus - na visita oficial do presidente Jair Bolsonaro.

Como um homem dessa estatura mínima pode usar a FAB como uma empresa de táxi-aéreo? Ele alegou "problemas de agenda" - teria de chegar a Davos em tal hora, e não haveria voos de carreira nesse horário, etc. E para a Índia? A mesma história. Mas que raio de "agenda" poderia ter um sub do sub do sub? Quais decisões dependiam dele para ser tomadas? Tudo conversa, é claro. Ele viajou no Legacy, em companhia de outras duas funcionárias de funções obscuras, porque quis se aproveitar dos luxos do erário - isso em primeiro lugar. Em segundo lugar, porque a FAB deixa que façam essas coisas com ela.

Seu azar foi que, na mesma ocasião, estava indo para a Suíça o ministro Paulo Guedes, 100 vezes mais importante que ele - e Guedes viajou num voo comercial, na classe turística, pagando do seu próprio bolso a diferença para um assento na executiva.

Nunca antes na história desse país se viu algo parecido. Mais: além de Guedes, viajaram para Davos nas mesmas condições três outros ministros-chave do governo, o da Infraestrutura, o da Agricultura e o da Energia. Só o aspone foi de jatinho. Perguntem se alguém gostou - a começar pelo presidente Bolsonaro.
Herculano
29/01/2020 13:01
SAMAE INUNDADO. ERRO OPERACIONAL DEIXA BAIRROS SEM ÁGUA E A COMUNICAÇÃO VEM QUANDO A SITUAÇÃO FICOU CAóTICA

Inacreditável. Serviços de reurbanização, estourou a rede de água da Rua Rodolfo Vieira Pamplona. Até ai, aceitável, mesmo supondo que não houve ação preventiva para localizar e proteger a rede e ao mesmo tempo deixar o Samae de plantão para eventuais acidente.

Era esperar demais das secretaria de Obras e Serviços Urbanos, Planejamento Territorial, empreiteira e do próprio Samae de Gaspar, seus gestores, engenheiros e fiscais.

E o que aconteceu depois de estourar a rede? Os çabios ( é com ç, mesmo) do Samae fecharam o registro errado para estancar o vazamento e facilitar o seu conserto. Cortaram a água da Rua Brusque (Frei Godofredo via a Parolli) e afetou o bairro Santa Terezinha, o mais populoso de Gaspar.

Isso aconteceu pela manhã cedo. perto do meio-dia, o Samae do mais longevo dos vereadores de Gaspar, José Hilário Melato, PP, diante da gritaria, emitiu uma nota que permeou as redes sociais; "o Samae pede a compreensão e colaboração dos moradores para mais esta melhoria". Como assim, melhoria? Falta é óleo de peróba e depois o governo de Kleber Edson Wan Dall, MDB, diz não compreender à falta de reconhecimento dos eleitores.

Na própria rede social, que se identificou como Reni Dorvalino, foi irônica:

"Deixo aqui meus parabéns prá vocês. Só agora vem comunicação há quatro minutos, se nós estamos estamos desde cedo sem água. Palhaçada!"

Preciso comentar mais? Sou eu quem exagero? Acorda, Gaspar!
Miguel José Teixeira
29/01/2020 10:50
Senhores,

Pergunta sobre a batalha dos jurássicos:

Será que o ex-presidiário(lula)está à serviço do presidiário em potencial(sarney)?

Inescrupulosos ambos o são!
Miguel José Teixeira
29/01/2020 09:16
Senhores,

A batalha do jurássicos:

"Para o PCdoB, o assédio do PT a Flávio Dino visa tirá-lo do jogo em 2022..."

(portal UOL)

"Mas pega fogo cabaré
Hoje eu não arredo o pé". . .

(Alessando Alves Lobo Guerra / Frederico Augusto Silva Nunes)
Herculano
29/01/2020 06:47
SABOTAGEM VIROU MULETA MULTIUSO DA ERA BOLSONARO, por Josias de Souza, no Uol.

Quem não consegue acreditar nas coisas em que Jair Bolsonaro acredita não imagina o que está perdendo com seu ceticismo. A metafísica é sempre mais divertida do que esse materialismo tedioso que inspira enredos factuais, nos quais o pau é sempre pau, a pedra é invariavelmente pedra e o Abraham Weintraub é inapelavelmente um ministro inadequado. Teorias conspiratórias são bem mais criativas. Quem resiste a elas acaba se privando dos prazeres que um bom romance pode proporcionar.

No país que se deixa guiar apenas pelos fatos, o Enem virou uma lambança porque Weintraub fez opção preferencial pela inépcia. No Brasil do romance de Bolsonaro, a coisa é mais emocionante. "Nós sabemos que tudo está na mesa", declarou o capitão nesta terça-feira, após retornar da Índia. Você já tem uma opinião formada. Bolsonaro ainda faz concessões à dúvida.

"Eu não quero me precipitar e dizer o que deve ter acontecido com Enem", afirmou o presidente. Para ele, há um leque de possibilidades. Pode ter sido "falha nossa", "falha humana" ou "sabotagem". É curioso notar a forma como o presidente distingue a "falha nossa" da "falha humana". É como se Bolsonaro acomodasse os membros do seu governo num patamar acima do nível em que se encontram os reles mortais que compõem a clientela do serviço público.

Nesse contexto, a hipótese de "sabotagem" compõe o quadro de alternativas para poupar os semideuses do governo do dissabor de ter que admitir que também estão sujeitos à condição humana. Numa entrevista que concedera na Índia, o capitão já havia declarado que "erros no Enem, sempre há." Afirmara também que Weintraub é um ministro "extremamente competente".

Nesse contexto, a hipótese de "sabotagem" compõe o quadro de alternativas para poupar os semideuses do governo do dissabor de ter que admitir que também estão sujeitos à condição humana. Numa entrevista que concedera na Índia, o capitão já havia declarado que "erros no Enem, sempre há." Afirmara também que Weintraub é um ministro "extremamente competente"

Não é à toa que Bolsonaro implica tanto com a imprensa. São muito chatos os jornalistas que insistem em adequar as aparências do Brasil romanceado à realidade do país sem romance. Uma imprensa que adaptasse a realidade às aparências converteria a ficção em versão oficial.

Nessa versão, Weintraub seria um ministro de mostruário submetido a emboscadas de esquerdistas inescrupulosos. Coisa bem mais divertida do que ter que concluir que o vocábulo "sabotagem" virou uma espécie de muleta multiuso da era Bolsonaro.
Herculano
29/01/2020 06:37
O GESTO DE MORO

Conteúdo de O Antagonista. A melhor saída para Jair Bolsonaro é emplacar Sergio Moro no STF.

Diz Merval Pereira:

"Moro dizer que não se candidatará de jeito nenhum, muito menos contra o presidente, não dissolve a desconfiança de Bolsonaro. Nem que gravasse na testa 'Bolsonaro 2022'. A paranoia dos Bolsonaro é cultivada com dedicação. Mas pela primeira vez admitir que ir para o STF seria 'uma perspectiva interessante' é uma saída boa para todo mundo.

Ao ser convidado, esse era o objetivo final de Moro, depois de dois anos de governo em que esperava consolidar os avanços da Lava Jato. Conseguiu muitos avanços, mas teve que aceitar derrotas.

A essa altura, ser indicado para o STF na próxima vaga do ministro Celso de Mello o deixaria mais contido no Judiciário, e ficaria mais difícil uma aventura política.

Não é garantia de nada, mas expressar o desejo é um gesto de pacificação de Moro."
Herculano
29/01/2020 06:35
DESLUMBRAMENTO DERRUBA SANTINI E FRAGILIZA ONYX, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou nesta quarta-feira nos jornais brasileiros

Vinícius Santini foi demitido do cargo de secretário executivo da Casa Civil em razão do seu deslumbramento, "doença" que acomete novatos na política. Na definição cuidadosa de um general com gabinete no Planalto, Santini andava deslumbrado e "pouco efetivo" na missão. "Ele tinha muita preocupação em viajar e pouca em fazer entregas naturais do cargo", completou. O episódio serviu também como advertência para Onyx Lorenzoni, ministro sem muito o que fazer na Casa Civil.

APOIO DA FAMÍLIA

Lorenzoni ficou espantado com a demissão de Santini, pelas ligações ao deputado Eduardo Bolsonaro - que, aliás, apoiou a decisão do pai.

PPI EM JOGO

Paulo Guedes abre champanhe com o desgaste de Onyx, contra quem luta para comandar o Programa de Parcerias e Investimentos (PPI).

PASSEIO CARO

Antes de requisitar o jato Legacy da FAB que o levou para Nova Deli, Santini foi ao Fórum Econômico de Davos (Suíça) para fazer nada.

CHAMOU ATENÇÃO

Ao chegar na Índia, o presidente Bolsonaro estranhou Santini na fila de cumprimentos. Acabou descobrindo como a figura havia chegado lá.

BILIONÁRIO 'ATIVISTA', SOROS NÃO CITA MULTA AMBIENTAL

O bilionário e ativista "verde" George Soros adora palpitar sobre o meio ambiente e até a Amazônia, mas ainda não explicou a multa ambiental por queimada ilegal, aplicada a uma das suas empresas no Brasil, a Adecoagro. Dona das usinas de Invinhema e Angélica, no Mato Grosso do Sul, perto do Pantanal, a empresa foi responsabilizada pela Polícia Ambiental na queimada ilegal que saiu de controle e devastou mais de 87 hectares da Área Protegida de Preservação Permanente.

DESTRUIÇÃO GRAVE

O incêndio em 2015 destruiu 1,2 mil hectares e o equivalente a 87 campos de futebol de matas ciliares de cursos d'águas e nascentes.

COM GRANA PÚBLICA

Em 2014, a usina Vale do Invinhema, da Adecoagro, recebeu do BNDES R$55 milhões para capital de giro e armazenar etanol.

INCÊNDIO CRIMINOSO

O incêndio que atingiu área de proteção ambiental na região do Pantanal rendeu multa de R$1,71 milhão a Adecoagro, de Soros.

JÁ DEU

A decisão do presidente Jair Bolsonaro de demitir o secretário executivo antes mesmo de ouvir Onyx Lorenzoni, tem sido interpretada em Brasília como um recado para que o ministro peça o boné.

DECISõES LENTAS

O secretário nacional de Previdência, Rogério Marinho, demorou para demitir o presidente do INSS tanto quanto a repartição comeu mosca e não se adaptou às novas regras de aposentadoria fixadas na reforma.

CANTEIRO DE OBRAS

Enquanto os estados reclamam de miserê, no DF o governador Ibaneis Rocha (MDB) se preparou para deflagrar um programa de obras que prevê R$1,5 bilhão em investimentos só este ano, em Brasília.

CONFIANÇA NANICA

Os números foram devastadores, na enquete do site Diário do Poder para aferir o nível de confiança dos leitores na "grande imprensa": dos 17.896 votantes, 17,7 mil afirmaram "não confiar". São quase 99%.

DA SÉRIE: PROJETOS INÚTEIS

Deve faltar trabalho na Câmara: o deputado Luiz Antonio Teixeira (PP-RJ) apresentou projeto para obrigar entidades esportivas a tornar públicos os diálogos de rádio das equipes de arbitragem.

POSIÇÃO DIPLOMÁTICA

Embaixador da Suíça, Andrea Semadeni nega que tenha chamado a polícia para reclamar do barulho perto da sua casa, em Brasília. Ele afirma que não foi detectada poluição sonora na área. Sua assessoria, no entanto, não nega que ele tenha dito que "não há leis neste País".

BURROCRACIA ENGAJADA

O relatório "Panorama Laboral" de 2019 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), aponta crescimento de 0,1% no desemprego na América Latina, em 2019. O Brasil puxou o indicador para cima, mas a OIT preferiu destacar a "desigualdade de gênero" no continente.

ENCHEU O SACO

Segundo a agência Associated Press e o jornal Washington Times, a cobertura do impeachment de Donald Trump derrubou a audiência de canais que transmitem o processo nos EUA. A queda chega a 60%.

PERGUNTA NA FILA

Se com chefe era devagar, sem chefe o INSS vai parar?
Herculano
29/01/2020 06:25
POR ORA, RISCO MAIOR É O VIABRA, VÍRUS DA INCOMPETÊNCIA AGUDA BRASILEIRA, por Vinicius Torres Freire, no jornal Folha de S. Paulo

INSS e Enem são casos evidentes, mas há infecção em outras áreas do governo

O coronavírus pode diminuir de um quinto a um terço do crescimento da China neste trimestre, a gente lê por aí em relatórios financeiros e em textos de consultorias. É uma diferença brutal de estimativa (rir, rir, rir), ainda mais para um PIB grande como o chinês, equivalente a um sexto da economia mundial.

A tolice não para por aí, embora a doença seja séria e possa matar milhares de pessoas. Por ora, no entanto, a gente corre mais risco com o Viabra ("Vírus da Incompetência Aguda Brasileira"), que infecta evidentemente o INSS ou a Educação, para ficar só em dois exemplos, mas pode infectar até a medula da política econômica.

A gente não tem informação confiável nem sobre a doença, que dirá de seus efeitos na economia da China ou do mundo. Não se sabe bem o número de casos chineses, com o que não se conhece a velocidade de expansão da infecção nem quão letal é.

Cientistas de Hong Kong criticam os números da China (pode haver mais infecções). Há dúvidas sobre qualquer contagem porque, afora a confusão que esses surtos provocam, duvida-se que ora existam profissionais e testes em quantidade suficiente para fazer exames.

O coronavírus vai ter efeito pior do que seu primo que causava a Sars (síndrome respiratória aguda grave), epidemia de 2002-2003? Pelo que se tem registro, a Sars matou cerca de 800 pessoas e infectou umas 8 mil, de novembro de 2002 a julho de 2003. Uns estudos do efeito econômico da doença dizem que a epidemia tirou cerca de um décimo do crescimento do PIB chinês, que corria então ao ritmo de 10% ao ano. Além de Hong Kong e Singapura, no restante do mundo, o efeito foi na prática irrelevante, afora para os mortos, suas famílias e seus amigos.

Isto posto, o vírus parece bastante agressivo, escreve gente que estuda o assunto, em revistas científicas. Um baque significativo na economia chinesa pode ter efeitos diretos no Brasil (preços de minério e petróleo) e indiretos. Até a semana passada, o FMI e bancões pareciam animadinhos com alguma retomada da economia mundial. Para o FMI, o crescimento global passaria dos 2,9% estimados para 2019 para 3,3% neste 2020. Se houver desgraça maior na China, não vai rolar.

Enquanto seu vírus não vem, o nosso principal problema somos nós mesmos e o Viabra, o vírus da incompetência. Além de gente desclassificada, há gente desqualificada em postos-chave do governo.

Desgraçar a vida de gente na fila do INSS ou infernizar vestibulandos do Enem, no curto prazo nem causa danos econômicos, pode-se congratular barbaramente o governo. Mas o Viabra está espalhado pela administração federal, um risco enorme para a economia, doente grave que convalesce devagar. Nesse ano, seria preciso haver outra rodada de redução duradoura de gasto, um programa de obras na rua e algum conserto tributário, pelo menos. Se nem ao menos o pacotão rudimentar e antissocial de ajuste econômico for adiante, o caldo azeda.

Exagero? Note como o Ministério da Economia diz "a" e Jair Bolsonaro diz "não a" ou "b" sobre tantos assuntos. O governo cria crises políticas do puro ar, do nada. A maioria delas tem sido espuma tóxica, daninha, mas que se dissipa.

E quando não for? Esperar que Rodrigo Maia governe o grosso da economia com uns economistas de Bolsonaro e controle suas atrocidades maiores pode até ser uma expectativa razoável, mas o mero fato de que as coisas tenham funcionado assim, e olhe lá, não diz boa coisa sobre o nosso arranjo.
Herculano
29/01/2020 06:03
ELEGIA PARA UM MONSTRO INSEPULTO, por Bolivar Lamounier, sociólogo, no jornal O Estado de S. Paulo

Fazemos de tudo para evitar o conceito de patrimonialismo, mas é disso que se trata

Ideologias morrem, mas nem todas são sepultadas. E as insepultas são as mais perigosas.

No Brasil, faz tempo que o "nacional-desenvolvimentismo" está morto, mas, até agora, são poucos os que se preocupam em proporcionar-lhe o merecido sepultamento. A maioria, parece, prefere esperar uma improvável ressurreição.

"Nacional-desenvolvimentismo", como sabemos, é o modo mais sonoro que encontramos para designar um modelo de crescimento baseado em ampla intervenção estatal. Uma aversão a tudo o que saiba a liberalismo ou economia de mercado e, correlativamente, uma quase santificação do Estado. Uma crença virtualmente indestrutível em que os burocratas planaltinos farão o que precisar ser feito com uma diligência a que empresários privados não podem aspirar.

O pilar mais importante da crença nacional-estatizante é a rapidez do crescimento econômico. Uma engrenagem de poder concentrada, unitária, gerida por tecnocratas altruístas e esclarecidos nos livraria (livrará) do subdesenvolvimento num ritmo muito superior ao de qualquer modelo privado de organização econômica.

Justiça seja feita, essa suposição era razoável enquanto estávamos falando da chamada "fase fácil da industrialização". Nos primórdios, o crescimento é movido muito mais pela incorporação de mão de obra (problema que a migração do campo para as cidades resolveu facilmente), num nível técnico extremamente baixo, do que por investimentos de maior porte, pelo avanço tecnológico e pelo aumento da produtividade, o que pressupõe uma acentuada elevação do nível médio de educação na sociedade.

Findo o referido ciclo inicial, todo país tem de se precaver para não ficar com os pés metidos no que se tem chamado de "armadilha do baixo crescimento". Nessa altura, o que se constata é que o buraco é mais embaixo, e nós, brasileiros, teríamos constatado isso mesmo se a dra. Dilma Rousseff não tivesse baixado as suas asas sobre nós. As previsões de crescimento divulgados pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) durante a recente conferência de Davos trouxeram-nos uma fresta de esperança, mas nem de longe um real alívio. O crescimento do PIB brasileiro projetado para 2020 é de 2,2%, bem melhor que o 1.0% de 2019, e melhor até que o 1,6% previsto para a totalidade da América Latina. Mas inferior aos 3,3% projetados para a economia mundial considerada em conjunto e apenas metade dos 4,4% esperados para os países ditos "emergentes".

Outro problema a considerar é que o nacional-estatismo pressupõe, como é óbvio, que o governo arrecadará muito mais do que gasta. Sem um superávit substancial não tem como investir e muito menos como transferir ao florão de grupos de interesse que habitam seu intestino os nacos orçamentários sobre os quais julgam ter "direitos adquiridos". A luta que estamos travando é para repor a máquina de governo num nível em que ela possa pelo menos fechar o orçamento anual. Justiça seja feita à atual equipe econômica, que não tem medido esforços para nos tirar da beira de precipício na qual estamos dependurados há vários anos.

E lamento dizer que ainda não cheguei à questão que considero mais complicada. "D'abord la politique", dizia o marechal De Gaulle. Primeiro, a política. De fato, no Brasil, quando falamos em ajustar as contas públicas, em modernizar o Estado, em submeter a administração pública a um rigoroso sistema de mérito, etc., etc., estamos, na verdade, recorrendo a eufemismos para evitar a expressão que realmente machuca. Fazemos de tudo para evitar o arcaico conceito de patrimonialismo, mas, gostemos ou não, é disso que se trata. Em 1958, quando o mestre Raymundo Faoro martelou esse termo em seu clássico Os Donos do Poder, ainda podíamos imaginar o monstro como o ápice relativamente pequeno da estrutura nacional do poder. Para abreviar a explicação do conceito de patrimonialismo, dizíamos que era um sistema montado para benefício dos "amigos do rei". Para uma pequena oligarquia, em suma. Em comparação com nossa frágil sociedade, ele parecia um Leviatã manso, que cedo ou tarde domaríamos, à medida que a base da democracia se alargasse, que uma elite com real espírito público se constituísse e as grandes máquinas indutoras do crescimento - como o BNDES - se mantivessem estritamente fiéis à sua missão.

O quadro que hoje nos é dado contemplar é bem diferente. O Leviatã se agigantou, isso é óbvio. E ao mesmo tempo se democratizou. Democratizou-se não em benefício dos partidos políticos e dos legislativos, que ele devorou sem a menor cerimônia, mas de uma infinidade de grupos corporativos que de bobos não têm nada; cada um entrincheirou na legislação, nos três níveis da Federação, todos os "direitos adquiridos" que queriam garantir. Democratizou-se - e aqui peço perdão ao leitor por certa ponta de perversidade - em benefício de grandes empreiteiras, grandes frigoríficos e grandes sabe Deus o que mais, que aí estão, mancomunados com grande parte do Congresso e com a cúpula do Judiciário a fim de dar férreo combate ao combate à corrupção.
Herculano
29/01/2020 05:58
HISTóRIA MOSTRA QUE MINISTROS INDEMISSÍVEIS SÃO DISPENSÁVEIS, por Elio Gaspari, nos jornais O Globo e Folha de S. Paulo

O que acontecerá se Moro e Bolsonaro se separarem?

As relações do presidente Bolsonaro com seu ministro da Justiça, Sergio Moro, estão estragadas e não há sinal de que eles voltem a se encantar. Estão afastados pelos projetos e sobretudo pelos temperamentos. O que acontecerá se eles se separarem?

Marco Maciel, o sábio vice-presidente de Fernando Henrique Cardoso, já respondeu a esse tipo de questão. Pode acontecer isso ou aquilo, mas sobretudo pode não acontecer nada.

A ideia de que, como ministro do Supremo ou mesmo como candidato, o xerife da Lava Jato sofreria as inclemências do sol e do sereno pode parecer estranha, mas olhando-se para o outro lado, nenhum presidente pagou caro pela dispensa de um ministro indemissível. Pelo contrário, a conta ficou cara para o presidente que não usou a caneta.

Guardadas todas as diferenças, passaram por Brasília três ministros indispensáveis. O último foi Dilson Funaro, o herói do Plano Cruzado de José Sarney. Sua gestão começava a dar sinais de cansaço e ainda era o ministro mais popular do governo quando um conhecedor do Planalto informou que ele seria docemente asfixiado. Funaro saiu e virou asterisco.

Indispensável mesmo era o general Golbery do Couto e Silva, chefe da Casa Civil do presidente João Figueiredo, que lhe devia a arquitetura da própria nomeação. Em 1981, na crise do atentado do Riocentro, o presidente alinhou-se com a "tigrada", e Golbery foi-se embora. Pensava-se que seria impossível substituí-lo. Esmeralda, a mulher do general, que lhe atribuía poderes paranormais, cravou: ele vai chamar o professor Leitão de Abreu. Não deu outra, e o ex-chefe da Casa Civil do governo Médici manteve a barco à tona. Golbery afundou com a candidatura de Paulo Maluf à Presidência.

Funaro e Golbery foram asfixiados e pediram demissão, já o general Sylvio Frota, ministro do Exército do presidente Ernesto Geisel, foi mandado embora. Frota tinha o peso do cargo, invicto em todos os confrontos com a Presidência. O general supunha-se presidente de um conselho de administração (o Alto Comando do Exército), capaz de emparedar o CEO (Geisel). Quem sabe uma parte dessa história é o ministro Augusto Heleno, ajudante de ordens de Frota. Na tensa jornada de 12 de outubro de 1977, a pedido do chefe, o capitão Heleno fez uma ligação para o general Fernando Bethlem, comandante da tropa do Sul, em quem Frota via um aliado. Se os dois conversaram, é quase certo que Bethlem já soubesse que era seu sucessor. No dia seguinte Frota estava em seu apartamento do Grajaú.

Nesses três casos os indispensáveis foram dispensados. Houve outro, no qual o presidente medrou. Em 1965, Castello Branco manteve o general Costa e Silva no Ministério da Guerra apesar de ele ter estimulado o lançamento de sua candidatura à Presidência da República. Castello cedeu, para contrariedade de seus mais diretos colaboradores. Quando se deu conta de que Costa e Silva levava o país para uma ditadura escancarada, preparou-se para desafiá-lo, mas foi ao Ceará, embarcou num aviãozinho, caiu e morreu.

Os ministros são indispensáveis até a hora em que são dispensados. Afinal, como também ensina Marco Maciel, as consequências geralmente vêm depois.
Herculano
29/01/2020 05:51
A CRISE VIAJOU, MAS JÁ VOLTOU, por Carlos Brickmann

Tudo tranquilo? Espere só: ontem de manhã, o presidente Jair Bolsonaro voltou de viagem à Índia. Já criticou pesado o presidente do BNDES (por ter contratado uma auditoria caríssima que não mostrou irregularidades), tomou um chega-pra-lá de Sergio "o candidato sou eu" Moro, recebeu informações oficiais a respeito de mal-educadíssimos bilhetes que teriam sido redigidos pelo general Santos Cruz. Não são dele, como qualquer pessoa que conheça o general sabia desde o começo; e foram encaminhados a Bolsonaro como verdadeiros pelo trio, unidíssimo, Carluxo, Wajngarten e Olavo de Carvalho.

E agora? Já demitiu faz tempo o general Santos Cruz, amigo de 40 anos, e não tem como levá-lo de volta para seu lado. Carluxo, Wajngarten e Olavo são três, mas não formam mais um trio. No caso do BNDES pode até ter razão, mas a quem responsabilizar pelo gasto de R$ 48 milhões? Quanto a Sergio Moro, Bolsonaro está de novo na fase de elogiá-lo. Mas tinha dito que havia convidado Moro só para a Justiça - logo, se quisesse dividir Justiça e Segurança Pública, o ministro não teria do que reclamar.

Moro pisou nos seus calos: Bolsonaro o havia chamado, sim, para unir Segurança Pública e Justiça, já que ambas as pastas, unidas, ganhariam força. Mas Moro é tão bonzinho que garantiu não só que não há motivo para deixar o Governo como assegurou a Bolsonaro seu apoio na luta pela reeleição. Moro é livre para dizer essas coisas. Basta que Bolsonaro acredite em lealdades eternas.

A ESCALA DE DESEJOS

Moro é um homem simples, de Maringá, não parece sonhar com jatinhos ou limusines. Mas deixa claro que ser nomeado ministro do Supremo, como aliás Bolsonaro havia prometido, o deixará muito feliz (de certa forma, é até melhor do que ser presidente: férias maiores, menos trabalho, salário igual, abundância de funcionários para ajudá-los a vestir a toga, a puxar a cadeira para que eles se sentem). Moro diz que ser ministro do Supremo "é uma perspectiva interessante". Diz também que não há motivo para deixar o Governo - embora não fosse isso o que disse a amigos, há dias, quando Bolsonaro falou em separar Segurança Pública e Justiça, deixando-o apenas com a Justiça e, entre outras coisas, tomando-lhe a Polícia Federal. Por fim, prometeu apoiar o presidente Bolsonaro nas eleições presidenciais de 2022, sem reivindicar nada, nem mesmo o cargo de vice-presidente.

E SE FOR POUCO?

Entre os defensores da separação dos ministérios, há um velho amigo do presidente Bolsonaro: Pancrácio, apelido do deputado federal Alberto Fraga, que o chama de Cavalão e quer ser o ministro da Segurança Pública, entregando o comando da Polícia Federal ao delegado Anderson Gustavo Torres - já sugerido a Moro e vetado por ele. Façamos as contas: Anderson, vetado por Moro, no comando da Polícia Federal (com a queda do preferido de Moro, delegado Maurício Valeixo), um expoente da bancada da bala na Segurança - usufruindo dos bons índices de queda de homicídios, que Moro considera realização de sua equipe.

Feitas as contas, Moro fica ou sai? E, se sair, fica quietinho, cuidando de seu escritório de advocacia, ou se lança candidato à Presidência da República, considerando que sua popularidade é bem maior que a de Bolsonaro?

HISTóRIA ANTIGA

O marechal Eurico Dutra, ministro da Guerra da ditadura Getúlio Vargas, ajudou a depô-lo e, com seu apoio, se elegeu presidente, derrotando um forte adversário, o brigadeiro Eduardo Gomes. Passados mais de dez anos, o marechal Lott, ministro da Guerra de Juscelino, saiu candidato à Presidência, e foi visitar o marechal. Conversaram e Dutra profetizou, com sua péssima dicção: "Oxê num vai ganhá. Oxê num xabe falá". Lott rebateu: "O sr. se elegeu e não sabe falar". Dutra completou: "Xim, xó que eu num falava".

Lott foi derrotado por Jânio Quadros - uma surra histórica.

Admitamos, Bolsonaro não é um grande orador, mas sabe falar e boa parte da população o entende e segue. O que ele não sabe é calar-se.

RISCO DE TRAGÉDIA

O número de vítimas do coronavírus se multiplicou na China, já com centenas de vítimas. E, apesar das rígidas providências do Governo chinês, que cercou os locais onde o vírus foi encontrado e proibiu entrada e saída de pessoas, o que se sabe é que a doença cruzou as fronteiras da China e chegou à Europa. Segundo o ministro da Saúde, há casos suspeitos no Brasil. E pelo menos uma família brasileira foi localizada nas regiões bloqueadas da China. Em princípio, não há o que fazer: retirá-la (e isso se os chineses o permitissem, o que até agora não ocorreu em caso algum) seria enviar a família para local se transformasse em agente de contaminação. Houve queda nas Bolsas, sem perspectiva visível de reversão. Há queda no ritmo da produção e dos negócios. Nos Estados Unidos, para reduzir o risco de contágio, o tratamento vem sendo realizado por nanorrobôs.
Herculano
29/01/2020 05:42
DOENÇAS INFECCIOSAS MOLDARAM A HISTóRIA E A EVOLUÇÃO HUMANA, por Hélio Schwartsman, no jornal Folha de S. Paulo

Sucesso da ciência em controlar moléstias nos fez esquecer quão devastadoras elas podem ser

É preciso que surjam novos agentes patógenos como o coronavírus de Wuhan para que experimentemos uma pequena fração da angústia com doenças infecciosas que sempre acompanhou a humanidade. O sucesso da ciência em controlar as moléstias virais, bacterianas e parasitárias em vastas regiões do globo nos fez esquecer quão devastadoras elas podem ser.

A varíola, provavelmente a maior assassina da história, matou, só no século 20, entre 300 milhões e 500 milhões de humanos. A peste bubônica dizimou até um terço da população europeia no século 14. Uma parcela ainda maior dos grupos ameríndios sucumbiu ao blend de doenças infecciosas trazidas pelos europeus.

Aos que gostam de pintar as guerras como um flagelo comparável vale lembrar que, até a 1ª Guerra Mundial, a grande maioria dos soldados abatidos em conflitos morria por causa das doenças que acompanhavam as tropas e não devido à carga dos exércitos inimigos. Na Guerra Civil americana, dois terços dos 500 mil mortos foram vítimas primárias de patógenos. A situação só mudou depois que os militares incorporaram brigadas sanitárias, que, com barbeiros e serviços de lavanderia, limaram os ectoparasitas que transmitiam tifo e outras moléstias.

Doenças infecciosas moldaram a história e a evolução humanas. O vazio populacional deixado pela peste jogou o preço do trabalho nas alturas, desestabilizando o sistema feudal e abrindo caminho para o capitalismo. Ectoparasitas são a melhor hipótese para explicar a redução de pelos nos humanos. Isso para não mencionar a invenção do sexo, que também parece ser uma resposta a patógenos.

O curto e precário controle que conseguimos exercer sobre as moléstias infecciosas a partir do século 19 se deve exclusivamente à ciência - a mesma ciência que governos populistas ignoram quando desdenham especialistas e estudos técnicos. A população não faz melhor quando rejeita vacinas.
Miguel José Teixeira
28/01/2020 16:23
Senhores,

"Dívida pública fecha 2019 em R$ 4,249 trilhões, diz Secretaria do Tesouro Nacional"

(fonte: https://diariodopoder.com.br/divida-publica-fecha-2019-em-r-4249-trilhoes-diz-secretaria-do-tesouro-nacional/)

E hajam burros-de-cargas para bancar jatinhos, diárias, lagostas, vinhos tetra-premiados internacionalmente e outras benesses pois certos servidores públicos não são de ferro!
Cristina Pandoville
28/01/2020 16:18
Avanca Gaspar


Parte do asfalto da rua Rodolfo Vieira Pamplona, será removido para construção de uma grande galeria no Rio Gaspar Mirim.
De 30 a 45 dias de interdição. Será que não tiveram a competência de ver, que antes asfaltar seria necessário construir a tal galeria??

Isto é falta de planejamento e dinheiro publico jogado fora.
É o tal "avança" Gaspar.
Herculano
28/01/2020 16:11
BOLSONARO VAI ACABAR MESMO COM A FARRA DOS VOOS DA FAB?
SALVAR, por Diego Amorim, de O Antagonista.

Há pouco, registramos aqui que, no ano passado, Davi Alcolumbre solicitou um avião da FAB para levar senadores a um evento beneficente.

O Antagonista também recorda que, no fim de 2018, a então advogada-geral da União, Grace Mendonça, viajou para Itália, Alemanha e França, em "missão oficial", usando avião da Força Aérea Brasileira (FAB).

À época, ela alegou que a aeronave militar foi solicitada porque não haveria tempo para cumprir todas as agendas, considerando o deslocamento pelos três países. Ao analisar o caso, a Comissão de Ética Pública da Presidência não viu nada demais.

No comando do STF, Dias Toffoli recorreu à FAB mais de 70 vezes: por exemplo, para voar a Israel e Fernando de Noronha.

São apenas alguns exemplos. A verdade é que a farra dos voos da FAB sempre foi amenizada em Brasília.

Ao demitir rapidamente o secretário-executivo da Casa Civil, Vicente Santini, que usou o avião especial para ir a Davos e à Índia, e classificar o episódio de "inadmissível", Jair Bolsonaro pode dar início a um novo entendimento.

Na volta do recesso parlamentar, lideranças do governo poderiam se empenhar em aprovar o projeto que prevê regras muito mais rígidas para uso de aviões da FAB.
Herculano
28/01/2020 16:04
da série: quanto mais bagrinho, mais a petulância nos privilégios.

da série: é fácil ao presidente demitir bagrinhos, o povo gostaria de ver a mesma dosagem para com os poderosos do governo e das instituições como o Senado, Câmara e Judiciário que fazem da FAB um quintal de suas locomoções sem justificativas, todas pagas pelos pesados impostos do povo.

SUB DE ONYX ACIONA FAB COMO QUEM PEDE UBER, por Josias de Souza, no portal Uol.

Muita gente confunde verba pública com dinheiro grátis. Esse tipo de confusão deve ter acometido o cérebro de Vicente Santini, secretário-executivo da Casa Civil da Presidência, quando requisitou um jato da Força Aérea Brasileira para transportá-lo em seu mais recente deslocamento internacional.

Santini esteve no Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça. Depois, integrou-se à comitiva de Jair Bolsonaro em Nova Dhéli, na Índia. Ao saber que o personagem voara nas asas da FAB acompanhado de duas assessoras, Bolsonaro abespinhou-se com o privilégio.

A intolerância de Santini a saguão de aeroporto tornou-se ainda mais inusitada quando o capitão se deu conta de que outros auxiliares deslocaram-se de Davos para a capital da Índia em aviões de carreira. Entre eles o superministro Paulo Guedes (Economia) e a prestigiada ministra Tereza Cristina (Agricultura).

Noticiada no site do Globo, a irritação de Bolsonaro foi seguida de uma tentativa de esclarecimento. A Casa Civil informou que tudo ocorreu dentro da normalidade. Santini ocupa interinamente a cadeira do ministro Onyx Lorenzoni, em férias. A requisição do jato "cumpriu todos os requisitos previstos na legislação vigente".

Muita gente confunde verba pública com dinheiro grátis. Esse tipo de confusão deve ter acometido o cérebro de Vicente Santini, secretário-executivo da Casa Civil da Presidência, quando requisitou um jato da Força Aérea Brasileira para transportá-lo em seu mais recente deslocamento internacional.

Santini esteve no Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça. Depois, integrou-se à comitiva de Jair Bolsonaro em Nova Dhéli, na Índia. Ao saber que o personagem voara nas asas da FAB acompanhado de duas assessoras, Bolsonaro abespinhou-se com o privilégio.

A intolerância de Santini a saguão de aeroporto tornou-se ainda mais inusitada quando o capitão se deu conta de que outros auxiliares deslocaram-se de Davos para a capital da Índia em aviões de carreira. Entre eles o superministro Paulo Guedes (Economia) e a prestigiada ministra Tereza Cristina (Agricultura).

Noticiada no site do Globo, a irritação de Bolsonaro foi seguida de uma tentativa de esclarecimento. A Casa Civil informou que tudo ocorreu dentro da normalidade. Santini ocupa interinamente a cadeira do ministro Onyx Lorenzoni, em férias. A requisição do jato "cumpriu todos os requisitos previstos na legislação vigente".

Confundir desfaçatez com normalidade é um velho hábito de pessoas que se julgam no direito de usufruir do delicioso privilégio de torrar o dinheiro alheio. Num governo em que o sub de Onyx requisita jato da FAB como quem pede um Uber, o privilégio, por institucionalizado, tende a virar religião, se é que já não virou.

Santini desfruta da amizade do Zero Três Eduardo Bolsonaro. Ocupa na Casa Civil a poltrona que era de Abraham Weintraub antes de ser promovido a ministro da Educação. Quer dizer: pertence à patota.

De volta da Índia nesta terça-feira, Bolsonaro precisaria transformar sua alegada irritação em ação. Sob pena de flertar com a avacalhação. Nessa hipótese, quem ficará irritado é o brasileiro, que paga a conta do querosene da FAB. Convém não esquecer que essa mesma gente irá às urnas em 2022.

Atualização feita às 13h51 desta terça-feira (28/01): Ao chegar da viagem à Índia, Bolsonaro informou que decidiu afastar Vicente Santini do cargo de secretário-geral da Casa Civil. Alvíssaras!
Herculano
28/01/2020 15:49
COISA PARA INGLÊS VER

A Federação Catarinense dos Municípios faz esta manchete

Prefeitos recebem orientações sobre encerramento de mandato em ano eleitoral

Bobagem. Todos estão com os mesmos defeitos. Todos estão tentando burlar a lei. E muito deles, sempre quando pegos, dizem que não foram devidamente instruídos ou então, foram perseguidos, não pelos adversários, teimosias, assessoramento duvidoso ou intencional, mas pela má sorte.
Herculano
28/01/2020 15:44
NO TOPO, por Cláudio Prisco Paraíso.

O Portal de Notícias G1 elaborou um ranking acerca do desempenho dos mandatários estaduais. Depois de um ano de mandato, os governadores brasileiros cumpriram, em média, 18% de suas promessas de campanha, apresentadas em 2018.

São consideradas promessas de campanha o plano de governo registrado no TSE e compromissos feitos em debates e entrevistas no período eleitoral.

Os governadores que mais cumpriram suas promessas foram Renato Casagrande, do Espírito Santo, e Wilson Lima, do Amazonas.

O governador de Santa Catarina, Carlos Moisés, está entre os cinco melhores governadores. Ele entra no ranking como "Governadores com desempenho acima da média" com 30,76% aparece na 4º posição no ranking. O catarinense ficou atrás também de Camilo Santana, do Ceará.

COMPROMISSOS

Este tipo de ranking vai produzindo aceitação popular para o governador catarinense. Na campanha, ele surfou a onda Bolsonaro, mas também assumiu compromissos como gestor.

SINAL

Sem sombra de dúvidas, trata-se de uma boa sinalização para Moisés da Silva aparecer no topo deste ranking de cumprimento de promessas eleitorais.

Ainda mais se considerarmos que ele enfrenta uma série de dificuldades neste início do seu segundo ano de mandato, como o distanciamento da vice, a mobilização dos praças da PMSC, o pedido de impeachment que tramita na Alesc e a própria causa do pedido do impedimento ?" a equiparação do salário dos procuradores do Executivo aos vencimentos do Legislativo ?" requer solução administrativa.

CRUZAMENTO

Já em relação ao presidente da República, foi realizada uma pesquisa de popularidade. Jair Bolsonaro é aprovado por quase 48% dos entrevistados. Em agosto, este índice era de 41%. Na outra ponta, os que desaprovam a gestão federal caíram de 53% para 47%. As curvas se cruzam, sinalizando uma melhora consistente na aprovação do governo.

PILARES

Evidentemente que os resultados da atual administração federal na Economia e na Segurança Pública, áreas pilotadas por Paulo Guedes e Sérgio Moro, começam a produzir reflexos positivos na imagem de Jair Bolsonaro. São os dois grandes pilares da administração.

FALATóRIO

A grande verdade é que Jair Bolsonaro fala muita bobagem. Se ficasse mais quieto, muito provavelmente seu desempenho perante a opinião a pública seria melhor. De qualquer forma, o trabalho dos dois super-ministros se mostra cada vez mais fundamental para o presidente e o seu projeto de reeleição.

VOTO

A mesma pesquisa de popularidade do governo aferiu as intenções de votos dos brasileiros. Embora a eleição seja em 2022, Bolsonaro lidera com 29,1% das intenções de votos. Lula da Silva tem 17%. Ciro Gomes, eterno presidenciável, é apontado como o candidato preferido de 3,5% dos eleitores. Sérgio Moro, embora não seja candidato, foi lembrado por 2,4% dos entrevistados e Fernando Haddad, o poste petista da eleição passada, tem 2,3% da preferência.

SEM VIOLÊNCIA

Foi concluído, após investigações e depoimentos de todos os envolvidos, que não houve qualquer caracterização de violência doméstica, no caso envolvendo o deputado federal Daniel Freitas.

No inquérito da Polícia Civil, a Delegada aponta para o não indiciamento e pelo arquivamento do processo, que agora segue para o Ministério Público. Procurado pela coluna, o deputado disse que prefere não se manifestar sobre o assunto antes do MP.
Miguel José Teixeira
28/01/2020 10:46
Senhores,

Após a extinção do DINOssauro, o ex-presidiário lula pretende criar o DINOesquerdopata, predador dos cofres públicos:

"Lula sonda Dino para encabeçar chapa em 2022"
(portal UOL)

Vade retro desprezíveis jurrássicos!
Herculano
28/01/2020 09:00
da série: político é sempre assim. Ao invés de assumir os seus erros com gente incompetente que nomeou, prefere difundir a dúvida e até colocar a culpa em outros

BOLSONARO MANDA APURAR SE ERRO NO ENEM FOI "FALHA NOSSA OU SABOTAGEM"

Conteúdo de O Antagonista.Jair Bolsonaro mandou apurar se os erros no Enem foram causados por falha do governo ou sabotagem:

"Enem: está complicado. Eu estou conversando com Abraham Weintraub, para ver se foi alguma falha nossa, falha humana, sabotagem, seja lá o que for. Temos que chegar no final da linha e apurar isso. Não pode acontecer isso. E nós sabemos que tudo está na mesa. Eu não quero me precipitar dizendo o que deve ter acontecido com o Enem. Acho que todas as cartas estão na mesa. Não quero dizer que é isso, está certo, para querer se eximir, talvez, de responsabilidade que seja nossa. Não sou dessa linha. Eu quero realmente é apurar e chegar no final da linha para falar com propriedade. Se for nossa, assume. Se for de outros, mostrar com provas o que houve."
Herculano
28/01/2020 06:45
CRITICADO POR BOLSONARO, AUXILIO-RECLUSÃO É PAGO AO MENOR NÚMERO DE FAMÍLIAS DESDE 2010

Instituto diz que medida que endureceu regras terá efeito social negativo e pouco impacto nas contas públicas

Conteúdo do jornal Folha de S. Paulo, Texto de Thiago Resende, da sucursal de Brasília. Criticada pelo presidente Jair Bolsonaro, a ajuda para que familiares de presos não fiquem desemparados sofreu uma queda significativa. O auxílio-reclusão recuou para o atendimento de 31,7 mil famílias no ano passado, menor cobertura desde 2010 (29,5 mil benefícios).

Desde a campanha, a equipe de Bolsonaro ataca essa ajuda paga a dependentes, como esposas e filhos, de presidiários.

Esse auxílio tem o objetivo de proteger parentes que, com a prisão, podem ficar sem renda e, no caso de jovens, abandonar a escola para trabalhar. O dinheiro é repassado apenas quando a família é de baixa renda e o preso contribuía para a Previdência Social, o que, geralmente, ocorre com trabalhadores formais.

Numa das primeiras medidas do governo, o presidente endureceu as regras para ter acesso a esse benefício.

Com isso, a quantidade de auxílios caiu de 45,4 mil, em 2018, para 31,7 mil no primeiro ano da gestão Bolsonaro.

No período, o número de detentos no Brasil vem crescendo e ultrapassa a marca de 800 mil, segundo o CNJ (Conselho Nacional de Justiça).

O IBDP (Instituto Brasileiro de Direito Previdenciário) avalia que a redução dos auxílios terá efeito social negativo e pouco impacto nas contas públicas.

"É uma perfumaria, na verdade. O gasto com auxílio-reclusão é muito baixo e, com as novas exigências, familiares podem ficar desamparados e sem proteção", afirmou a presidente do IBDP, Adriane Bramante.
Segundo dados do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), a despesa mensal com auxílio-reclusão caiu de R$ 46,7 milhões para R$ 34,3 milhões entre 2018 e o ano passado.

Esses valores são pouco significativos para o rombo de aproximadamente R$ 240 bilhões para o regime previdenciários dos trabalhadores da iniciativa privada em 2020.

Atualmente, o valor médio do auxílio-reclusão é de R$ 1.079,74 ?"pouco acima do salário mínimo, que subirá para R$ 1.045,00.

Desde janeiro do ano passado, passou a ser exigido um período de 24 meses de contribuições ao INSS para que os familiares do presidiário recebam o dinheiro. Antes não havia carência. Bastava ter contribuído uma vez.
Herculano
28/01/2020 06:40
da série: o impeachment do governador cheira peça de pressão política para abrir espaços para os grupos e políticos experimentados no poder e que sempre mamaram nele e hoje estariam de fora.

MOISÉS PODE QUE ASSEMBLEIA NÃO ACEITE A DENÚNICA, por Roberto Azevedo, no Makingof

O secretário Douglas Borba (Casa Civil), manteve a fama de chegar mais cedo aos encontros oficiais e rapidamente, antes das 17h30min, horário da audiência marcada, entregou ao presidente da Assembleia Julio Garcia (PSD) o documento de 41 páginas onde o governador Carlos Moisés sustenta que cumpriu uma decisão judicial e não cometeu crime de responsabilidade.

O objeto do pedido feito pelo defensor público Ralf Zimmer Júnior é questionado no mesmo documento e o governador, mais a vice Daniela Reinehr e o secretário Jorge Eduardo Tasca (Administração), também integrantes da denúncia, pedem que o presidente do Legislativo não aceite o questionamento, mesmo antes de criar a comissão especial de nove deputados, ato que poderia ser tomado a partir da convocação extraordinária da mesa diretora da casa.

Julio não deu entrevista, mas à saída da Assembleia, já no carro com o motorista, em frente ao Palácio Barriga Verde, disse à coluna que analisaria a defesa entregue por Borba com muito cuidado e toda a atenção possíveis, e com a sua tradicional picardia declarou: "Muita calma nesta hora!"

OS FATOS

Julio pode arquivar a denúncia de Zimmer Júnior se a argumentação jurídica de Moisés for vencedora, a de que há inépcia na petição inicial por não cumprimento dos requisitos legais que fundamentam o crime de responsabilidade bem como a documentação necessária, conforme o artigo 342, do Regimento Interno da Assembleia, pois consideração que a alegação foi "genérica".

O defensor público contesta o pagamento, a partir de setembro do ano passado, da equiparação salarial entre procuradores da PGE com os da Assembleia, em função de uma emenda, aprovada meses antes, durante a Reforma Administrativa, ter sido vetada por Moisés pela falta de recursos na dotação orçamentária.

DO JUDICIÁRIO

Como atendeu decisão Tribunal de Justiça, em mandado de segurança coletivo transitado em julgado, ou seja, sem a possibilidade de recurso para contestar, Moisés não teria outra saída senão pagar a equiparação.

Se Julio Garcia, que prometeu ler com a atenção o documento e se cercar de pareceres jurídicos da casa, definir pelo arquivamento, o governador, que já havia afastado a adesão popular e de setores da imprensa ao pedido de Zimmer, visto como exagerado e precipitado pelos juristas e grande parte dos deputados, sai melhor do que entrou na mira do impeachment, fortalece-se.

CONTRADIÇÃO?

Se a defesa de Moisés estiver correta, a Procuradoria da Assembleia, que aceitou o pedido de impeachment por Zimmer Júnior ter apresentado toda documentação necessária à propositura, estaria em xeque.

Os procuradores do Legislativo não emitiram nenhum juízo de valor sobre a investigação sugerida pelo defensor público estadual, mesmo que sejam parte integrante da mesma, pois seus vencimentos servem de base para a equiparação que gerou o imbróglio.
Herculano
28/01/2020 06:33
GRITARIA ELITISTA, por Pablo Ortellado,rofessor do curso de gestão de políticas públicas da USP, é doutor em filosofia, para o jornal Folha de S. Paulo.

Crítica agressiva contra neutralidade de artistas populares apenas confirma pecha de elitista que é atribuída à esquerda sua coluna na Folha, na semana passada, Anderson França criticou de maneira contundente artistas populares que não tomaram posição contra o ex-secretário da Cultura Roberto Alvim.

O artigo ressalvava que artistas como Zélia Duncan, Marcelo D2 e Pedro Cardoso tinham corajosamente marcado posição, mas artistas de origem pobre, como Anitta, Maiara e Maraisa e Whindersson Nunes, tinham se calado, talvez com medo de perder contratos de publicidade. França foi ainda mais longe e incluiu uma ilustração de Maiara e Maraisa com uma braçadeira nazista, sugerindo que esses artistas não eram apenas inconsequentes como tinham efetivamente aderido à barbárie. Como diz o ditado, quem se cala contra o nazismo também é nazista.

O artigo teve enorme repercussão, com mais de 16 mil interações no Facebook. Fãs dos artistas criticados reagiram indignados. A ilustração de Maiara e Maraisa foi retirada do site da Folha, acompanhada de um pedido de desculpas do jornal.

Nos círculos de esquerda, porém, o artigo foi celebrado e amplamente compartilhado. Essa reação merece ser analisada porque embora os progressistas reconheçam a gravidade do momento, parecem desconhecer o processo que levou até ele.

Bolsonaro não foi eleito porque compartilhou notícias falsas nem porque teve o apoio de empresários do varejo. Bolsonaro foi eleito porque sua candidatura articulou dois movimentos da sociedade brasileira, a grande insatisfação anticorrupção, originalmente voltada contra a esquerda, e o conservadorismo religioso que via no feminismo e no movimento LGBT uma ameaça à família tradicional.

Essa articulação só foi possível porque esses dois discursos têm em comum um caráter anti-elitista: contra uma elite política que estaria saqueando o Estado e contra uma elite cultural arrogante e perversa que tentaria destruir a família tradicional.

O artigo de França parece movido pela justa indignação contra o silêncio conveniente de grandes artistas que não querem tomar partido porque têm medo de perder audiência num país polarizado. Mas ao traçar uma distinção entre os artistas engajados e politizados da classe média e um suposto protofascismo dos artistas populares, o discurso involuntariamente confirma a pecha de elitista que Bolsonaro vem tentando colar na esquerda progressista.

Quando mais urgentemente necessitamos convocar os artistas populares para se unirem numa cruzada contra esse governo autoritário e conservador, tudo o que conseguimos fazer é agredi-los e empurrá-los com força para o campo do adversário.
Herculano
28/01/2020 06:23
da série: e pensar que Witzel foi um juiz, pensa como juiz, e vive sentenciado na política e gestão pública como tal, nomeado seus réus para satisfação do poder que acha ser o correto. Quantos Witzels há na magistratura em que torna vontades em sentenças sem leis que as fundamentem?

WITZEL PODE SER PROCESSADO POR GRAVAR MOURÃO

O governador do Rio, Wilson Witzel, está sujeito a processo civil e até a impeachment, caso a maioria da Assembleia Legislativa (Alerj) entenda que ele agiu ofendeu a dignidade ou decoro do cargo, como prevê a Lei 1.079/50, ao gravar e divulgar telefonema ao vice-presidente Hamilton Mourão. Especialista em direito constitucional, o advogado Jean Raphael garante diz que gravar a própria conversa não viola a lei. Mas pode ser classificada de antiética. Para além de erro político.

PROCESSO

"Fica o desvio no campo de mera conduta antiética", diz o especialista. Politicamente, Witzel pode ter aberto caminho para uma ação na Alerj.

AÇÃO PESSOAL

Se Mourão se sentir prejudicado, ele também pode representar contra Witzel na esfera civil pela violação da intimidade.

INTIMIDADE QUEBRADA

"O fato de o governador ser ex-juiz, conhecedor da lei e do tolerável, agrava bastante o nível da falta de zelo com a intimidade", diz Raphael.

CAMINHO LONGO

A situação de Wilson Witzel na Alerj não é confortável. Sua bancada soma de 30 a 35 dos 70 votos. O impeachment requer 2/3 dos votos.

EMBAIXADOR SUÍÇO DIZ QUE 'NÃO HÁ LEIS' NO BRASIL

O Ministério das Relações Exteriores precisa sugerir ao embaixador da Suíça, Andrea Semadeni, que modere as manifestações de desagrado por estar no Brasil. Domingo (26) pela manhã, ele chamou a polícia contra o ruído de poda de árvores nas proximidades de sua casa, em Brasília. Quando policiais explicaram ao irritadiço diplomata que não dá para prender quem nada faz de ilegal, sua excelência perdeu a linha: "Neste País não há leis!".

LEI É O QUE NÃO FALTA

A Lei do Silêncio que vigora em Brasília fixa os horários em que não se pode produzir ruídos. Após as 9h de domingo, pode.

ARTIGO 41º É CLARO

Faria bem ao suíço ler sobre as regras da diplomacia, na Convenção de Viena. E descobrir que falar mal do Brasil é privativo de brasileiros.

INCONTINÊNCIA

Tentamos ouvir o embaixador sobre sua incontinência verbal, mas a assessoria negou que o fato, com várias testemunhas, tenha ocorrido.

REGALIA BANDIDA

A Rádio Bandeirantes de São Paulo apurou que, em média, mais de 5.000 criminosos não voltam à cadeia, após usufruírem de "saidinhas" ou "saidões". Nos últimos quatro anos, foram mais de 21 mil bandidos. E ainda tem gente que defende a manutenção dessa regalia absurda.

ÚLTIMA PONTE QUEIMADA

Wilson Witzel queimou uma das últimas pontes que restavam com o governo federal ao gravar o general Hamilton Mourão e ainda colocar a conversa no viva-voz sem avisar o interlocutor.

TE CUIDA, ÍNDIA

A brasileira Taurus, cujas armas disparam acidentalmente, matando ou ferindo pessoas, acertou com um grupo indiano uma joint venture para fabricação e comercialização de armas na Índia. Que Deus os proteja.

ESQUERDOPATIA FAZ MAL

Ao elogiar Jair Bolsonaro, o senador Arolde de Oliveira (PSD-RJ), desabafou, através das redes, a frustração com os governos do PT: "Quanto tempo perdido por miopia política e má fé de esquerdopatas".

EDUCAÇÃO NO NORDESTE

De acordo com o Ministério da Educação, a região Nordeste foi a que registrou o maior número de inscrições para o Sistema de Seleção Unificada (Sisu), em 2020: 1,37 milhão do total nacional de 3,5 milhões.

MENOS TRABALHO ESCRAVO

Segundo a Polícia Federal, é prática diária o combate ao trabalho escravo. Em 2018 foram 1.745 casos de pessoas submetidas a situação análoga à escravidão. Em 2019, caiu para 1.000.

PROCESSO DAQUELES

Filha bilionária do ex-presidente de Angola José Eduardo dos Santos, um dos líderes do levante comunista que acabou o domínio português, contratou a banca Schillings Partners para processar o consórcio de jornalistas investigativos que a acusaram de desviar R$500 milhões.

CAMPANHA NAS REDES SOCIAIS

Quatorze especialistas de diferentes ideologias e partidos produziram o livro "Campanhas políticas nas redes sociais", que já é referência na área. Será lançado dia 4 na Livraria da Via, na Lorena, em São Paulo.

PENSANDO BEM...

...as coisas melhoraram no Brasil: até há pouco tempo, antiético era roubar o governo, agora é gravar autoridades sem que elas saibam.
Herculano
28/01/2020 06:15
da série: político não muda o discurso, a desculpa e a culpa: a imprensa livre que não os deixa no comando pleno das sacanagens. Por isso, a chapa branca e as dos amigos de oportunidade que fazem do jornalismo um negócio contra a sociedade e o mau uso dos pesados impostos de todos, é fator de vingança ou então adulado pelos poderosos. Ou é diferente nos grotões, como aqui?

LULA SINCERÃO, editorial do jornal Folha de S. Paulo

Em entrevista, ex-mandatário petista revela também o que o aproxima de Bolsonaro

Governantes não gostam de imprensa livre. Ter a administração constantemente exposta a reportagens que iluminam aspectos inconvenientes ao grupo no poder não é algo que lhes dê prazer. É um fator de incômodo que, nas democracias, são obrigados a tolerar.

Luiz Inácio Lula da Silva não foi exceção à regra enquanto ocupou o Palácio do Planalto. Restringiu entrevistas coletivas, deu preferência, inclusive financeira, ao espectro de veículos chapa-branca em torno do petismo e flertou com dispositivos para controlar a mídia.

O curioso foi ter embarcado agora, na oposição, numa espécie de flashback aos tempos em que chefiava o Executivo. Em entrevista ao UOL, endossou parte da ofensiva que o presidente Jair Bolsonaro tem capitaneado contra a imprensa.

Lula não apenas deu razão ao atual mandatário como agiu à maneira dele ao atropelar os fatos e acusar a TV Globo de não ter dado cobertura às mensagens obtidas pelo The Intercept Brasil que questionam a parcialidade da Lava Jato.

Trata-se de erro crasso de informação, pois a emissora veiculou reportagens sobre o tema. Também ao contrário do que disse Lula, a Globo noticiou a denúncia estapafúrdia de um procurador contra o fundador do site, Glenn Greenwald ?"acusação ofensiva ao exercício do jornalismo que deveria ser de pronto rejeitada pelo Judiciário.

A verborragia fora de órbita e de lugar histórico do ex-presidente prosseguiu com comparações entre a atitude da emissora e o nazismo e com mais elogios a Bolsonaro por supostamente estar, com o emprego das redes sociais, "provando que é possível fazer notícia sem precisar dos jornais".

"Fazer notícia", nas palavras confusas de Lula, equivale a transmitir a visão adocicada e autoindulgente do situacionismo sobre a realidade sem o crivo crítico do jornalismo profissional. Não difere da propaganda, mas é o sonho acalentado por todo governante, de falar sem ser contraditado.

A sensação que fica é a de que Lula gostaria de voltar ao cargo e valer-se de ferramentas de comunicação direta, ataque e boicote à imprensa desenvolvidas por Bolsonaro. A intenção de alvejar uma rede de TV também é compartilhada.

Num rompante de sinceridade, o principal líder da oposição revela não apenas o que o distancia, mas também o que o aproxima do atual presidente. Lula sincerão, para usar a gíria dos jovens, não deixa de esclarecer o debate público.
Herculano
27/01/2020 18:40
PF INDICIA QUATRO PESSOAS NA OPERAÇÃO ALCATRAZ EM INVESTIGAÇÃO DA VENDA DE PRÉDIO, por Ânderson Silva, no NSC Total, Florianópolis SC

Quatro pessoas foram indiciadas nesta segunda-feira (27) pela Polícia Federal (PF) por supostas irregularidades na venda de um prédio da antiga Fundação Estadual do Meio Ambiente de Santa Catarina (Fatma), em 2018. O prédio fica localizado na Rua Felipe Schmidt, no Centro de Florianópolis. A investigação faz parte da operação Alcatraz, que apura esquema criminoso que teria se instalado principalmente dentro da secretaria de Administração do Estado. A pasta, inclusive, foi a responsável pela venda do prédio.

Os indiciados são Nelson Nappi Castello Branco Junior, ex-secretário adjunto de Administração do Estado, os empresários Luiz Ermes Bordin (pai) e Luiz Andrey Bordin (filho) e Lúcia de Fátima Garcia, ex-servidora da secretaria da Administração e irmã do presidente da Assembleia Legislativa, Julio Garcia.

INVESTIGAÇÃO

PF indicia mais 25 pessoas dentro da operação Alcatraz

Segundo a PF, eles montaram um esquema criminoso para favorecer a venda do prédio à empresa Montesinos, pertencente ao grupo Ondrepsb, que presta serviços terceirizados com contratos junto ao governo do Estado. Luiz Ermes e Luiz Andrey são os proprietários da Ondrepsb. Um dos braços da Alcatraz, deflagrada em 30 de maio, foca justamente nos contratos de terceirização de mão de obra do governo catarinense.

Conforme o relatório final encaminhado ao Judiciário, o prédio foi vendido por R$ 9.827.000,00. O valor, porém, foi R$ R$ 4.328.242,021 (com correção monetária), abaixo do que um conselheiro e avaliador havia indicado para a estrutura. Segundo a PF, o montante apontado seria de R$ 13.981.500,00.

Para que a Montesinos fosse privilegiada, aponta o relatório, se montou o grupo composto por Nappi, que tinha cargo importante dentro da secretaria, Lucia, secretária de Nappi no governo, e os dois empresários interessados na compra. Por conta disso, a PF pede a devolução de R$ 9.975.621,63 aos cofres públicos por conta da irregularidade na venda do antigo prédio da Fatma.

De acordo com o relatório assinado pelo delegado Igor Gervini, Nappi e Luiz Andrey vão responder por fraude em licitação, organização criminosa com concurso de funcionário público e violação de sigilo funcional. Luiz Ermes responderá pode fraude em licitação e organização criminosa, enquanto Lúcia foi indiciada por organização criminosa.

Como tem feito nos outros relatórios, a PF também pediu a prorrogação da Alcatraz por mais 60 dias. A decisão será da juíza responsável pelo caso, Janaína Cassol Machado.

Contraponto

O que diz a defesa de Nelson Nappi Castello Branco Junior

O advogado Leonardo Pereima afirma que a defesa vai avaliar o relatório e esperar eventual denúncia do Ministério Público Federal (MPF) antes de qualquer ação.

O que diz a defesa de Luiz Ermes Bordin e Luiz Andrey Bordin

A assessoria de imprensa da Ondrepsb foi procurada e a posição da empresa será atualizada assim que houve retorno.

O que diz a defesa de Lúcia de Fátima Garcia
A advogada de Lúcia, Lis Bedin, diz que ela "não tem relação com os fatos narrados no inquérito, pois sempre pautou sua vida pela ética e honestidade; e que qualquer questionamento levantado, se necessário, será devidamente esclarecido, da forma oportuna".
Herculano
27/01/2020 18:36
da série: gigolôs especialistas em chantagear o governo dos outros enquanto os seus são desastrosos, os emedebistas apenas estão lembrando ao governador que ele está isolado, e que o MDB pode ser o amalgama.


PREFEITOS DO MDB FAZEM DURAS CRÍTICAS AO GOVERNADOR MOISES, por Moacir Pereira, no NSC Total

Dois prefeitos de Santa Catarina manifestaram-se no fim de semana com declarações críticas ao governador Carlos Moisés da Silva e a sua gestão de um ano em Santa Catarina.

O primeiro foi o prefeito de Iraceminha, Jean Carlos Nyland, do MDB, que publicou um texto nas redes sociais, dizendo "cansei do governador Moisés." E acrescenta: "Equipe fraca e sem talento. Governador não sabe o rumo de nosso Estado. Não é estadista. É só um bombeiro aposentado e acredita ser cantor".

Lamenta a ausenta do poder público estadual enfatizando: Não temos um governo que se preocupe com as pessoas. Está faltando saúde, asfalto, cultura, esporte, cultura educação e, especialmente, planejamento no atual governo. Está sobrando discurso e conversa fiada".

Em Itajaí, o prefeito Volnei Morastoni, também do MDB, também fez críticas a gestão Moisés da Silva pelo isolamento e falta de diálogo com os prefeitos de Santa Catarina.

Refere-se a falta de atenção e de canal de comunicação do governo estadual com os prefeitos na análise e solução de seus mais graves problemas municipais.
O deputado Ivan Naatz, do PL, repercutiu a manifestação de Morastoni, dizendo que Volnei Morastoni dirige uma das maiores cidades de Santa Catarina e encontra as portas fechadas do governo estadual.

E arrematou afirmando que o governador está aquartelado na Casa da Agronômica.

O ano de 2020 começou com cenário negativo para o governador. Nada aconteceu na administração estadual, sofreu críticas pelo acumula salarial de dezembro, está respondendo a pedido de impeachment na Assembleia Legislativa, enfrenta uma crise na Secretaria da Fazenda com pedido de exoneração de 32 dos 36 coordenadores e distanciou-se da vice-governadora Daniela Reinehr, que caminha para liderar o partido do presidente Bolsonaro, o Aliança pelo Brasil, enquanto o governador permanece isolado do Planalto, no PSL.

Ele está respondendo a Assembleia sobre o pedido de impeachment, processo que começa a ganhar maior repercussão na próxima semana, com o reinicio dos trabalhos legislativos.
Herculano
27/01/2020 18:32
E O BAIRRO BELA VISTA, EM GASPAR, ESTÁ NOVAMENTE SEM ÁGUA. E O CALOR? 33 GRAUS
Herculano
27/01/2020 18:14
MAIA JÁ FEZ 11 VIAGENS DE JATO DA FAB NO RECESSO, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou esta segunda-feira nos jornais brasileiros

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, não é só recordista em uso e abuso de jatinhos da Força Aérea Brasileira (FAB) apenas em 2019. Também é a autoridade que mais viajou nos jatos da FAB durante o recesso parlamentar: foram 11 vezes. Em dezembro, só entre os dias 22 e 25, três viagens. A última de 2019, em jatinho oficial, foi para Campinas (SP). Em 2020, pleno recesso, já são 8 passeios pela FAB.

RODRIGO MILHAS

Rodrigo Maia viajou 238 vezes em jatinhos da FAB, durante o ano de 2019. Número superior ao total de dias de trabalho no parlamento.

REINCIDÊNCIA?

No recesso de julho do ano passado, o presidente da Câmara foi para Campinas, onde pegou um avião com a família para os EUA.

DESTINOS PREFERIDOS

Maia realizou três viagens para Brasília, três para o Rio de Janeiro, onde reside, e outras duas para São Paulo.

ANO NOVO ESTRELADO

O viajante-mor da República passou ano novo em Miami, com a família e amigos. Ao menos abriu mão do desconforto do jatinho da FAB.

DISTRIBUIDORAS TENTAM GOLPE CONTRA VENDA DIRETA

Perto de perder o "cartório" que as tornou bilionárias, as distribuidores de combustíveis armaram um novo golpe, tentando "melar" a decisão do presidente Jair Bolsonaro de implantar no País a venda direta de etanol, pelos produtores, aos postos. O golpe é criar "distribuidoras somente de etanol", com o objetivo malandro de perpetuar esse negócio oportunista, que prospera na exploração dos consumidores.

MAIA PROMETEU

Bolsonaro obteve do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, a promessa de votar projetos que autorizem imediatamente a venda direta.

LOBBY PODEROSO

Há projetos autorizando a venda direta, tanto na Câmara quanto no Senado, mas o lobby das distribuidoras tem dificultado a votação.

CARTóRIO VERGONHOSO

As distribuidoras também encarecem o preço final da gasolina e do diesel: como usinas, as refinarias são proibidas de vender aos postos.

VAI LÁ, WITZEL

O governador do Rio de Janeiro deveria aprender em uma ex-colônia inglesa nos cafundós da América Central chamada Belize. Lá, a água da torneira é tratada, própria para consumo, limpíssima e saudável.

LEI DO CÃO

No DF, há uma Lei do Carnaval que parece brincadeira: obriga o governo a distribuir dinheiro público com blocos carnavalescos e escolas de samba, algumas risíveis. São 51 blocos e 21 escolas na fila.

PROJETOS DO ATRASO

Deputados do Psol apresentaram um projeto-sanguessuga para tentar retirar os Correios da lista de estatais a serem privatizadas. Eles insistem que a estatal "não dá prejuízo", apesar do buraco bilionário.

FALTA POSIÇÃO

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre, disse que "decisão judicial não se contesta" e vai esperar a o plenário do STF para se posicionar sobre o juiz das garantias. O Congresso que ele preside aprovou a lei.

MAIS GOLPE NO BRASIL

A Polícia Federal foi às redes esclarecer que a emissão de passaportes é feita exclusivamente pelo site da PF. A denúncia é que outros sites prometem "assessoria", mas buscam só os documentos do cidadão.

MORDOMIAS CAPIXADAS

O deputado estadual Dr. Hércules (MDB) acionou o Ministério Público Federal para mandar fiscalizar a utilização de veículos oficiais por parte de órgãos federais no Espírito Santo e em outros estados.

SEM PROPóSITO

A Organização Mundial da Saúde já descartou qualquer tipo de pandemia em relação ao coronavírus. Mas o Senado, de férias ainda por duas semanas, vai realizar em fevereiro audiência pública do tema.

VIETNÃ, 47

Há 47 anos, os Acordos de Paz de Paris eram assinados pelo governo dos Estados Unidos, e os governos do Vietnã do Sul e do Norte, além do governo revolucionário provisório, os vietcongs. Foi o fim da guerra.

FOLGA DE FOLGADOS

O mês de fevereiro já começa esta semana, mas o Congresso só volta ao batente na semana que vem.
Herculano
27/01/2020 18:07
O GARROTE IDEOLóGICO DESGRAÇA O DEBATE PÚBLICO HÁ ANOS, por Luiz Felipe Pondé, filósofo e ensaísta, no jornal Folha de S.Paulo

Discussão sobre Oriente Médio segue a agenda de preferências ideológicas

Quase um mês após o ataque americano que matou o todo-poderoso Qasem Soleimani do Irã, podemos ver como muito da discussão especializada sobre Oriente Médio segue a agenda de preferências ideológicas.

O Oriente Médio vive uma guerra fria entre a sunita Arábia Saudita e o xiita Irã. Mas o número de absurdos que foram ditos sobre esse conflito deixa claro que o debate público presta um enorme desserviço a quem recorre à mídia para se informar sobre o tema.

Muita gente boa fez do Irã quase um regime democrático, doce e tolerante, um coitadinho, vítima do mal americano e israelense.

Que peninha dele, que teria sido monstruosamente atacado pelo império do mal - os Estados Unidos, que servem à cruel ditadura saudita e aos sionistas.

Não me preocupa aqui defender os Estados Unidos nem seus aliados. Não existem santinhos em geopolítica. Um dos danos da contaminação ideológica do pensamento público é a tentativa de continuar afirmando que inimigos dos americanos são santinhos.

O Irã é um regime que alimenta grupos terroristas e guerrilheiros que matam sistematicamente civis e que arma grupos que visam solapar a soberania dos países à sua volta - e, assim, construir uma rede capaz de realizar guerras por procuração, a favor dos interesses do Irã. No Líbano, na Síria, no Iraque, em Gaza, no Iêmen...

Se é uma ingenuidade ou um mau-caratismo achar que sauditas e israelenses são anjinhos, não é menos ingenuidade ou mau-caratismo achar que os iranianos são os representantes dos oprimidos na região. Essa tentativa de fazer da ditadura teocrática iraniana um governo bondoso, vítima da violência de sauditas e americanos, toca as raias do ridículo.

Só existem três razões para alguém bem formado ir a público defender essa ideia ridícula: 1) por vínculos afetivos com o Irã; 2) por obsessões ideológicas, como a descrita antes aqui, daqueles que insistem em dizer que os EUA são agressivos e que omitem a violência do regime iraniano, uma democracia fake; 3) por grana.

O ódio ideológico aos EUA é óbvio. Só podemos supor, a menos que existam vínculos familiares com algum dos países em conflitos ou vínculos financeiros, que seja a cegueira ideológica que move esse ridículo.

Uma coisa que sempre me chamou a atenção nesse clube dos alienados (os ideológicos amantes do regime do Irã) é a ambivalência das intelectuais nesse campo. Escondidas atrás de um relativismo de butique, elas se esquivam do fato que as mulheres no Irã, muitas vezes, são tratadas como brinquedos domésticos em seu país.

A crítica dura à condição da mulher do Ocidente, crítica que faz grande parte da mídia, do cinema, do teatro e da literatura, um pé no saco de tão repetitiva e entediante pela sua obsessão em demonizar tudo que não for violentamente feminista, contrasta com a suavidade com que a condição da mulher (muito pior na maioria dos países do Oriente Médio, menos em Israel) é tratada pelo exército de simpatizantes do Irã.

Esse mesmo exército de simpatizantes trata os homens ocidentais, a priori, como opressores evidentes das mulheres. Bem ridícula essa contradição.

Como se os aiatolás fossem uns anjinhos a favor do empoderamento feminino. O garrote ideológico desgraça o debate público há anos. Os regimes que esses bobos babam para defender fariam deles mingau de farinha se quisessem.

Com relação a Israel (que tampouco é santinho), outro odiado pela trupe ideológica mentirosa, grupo que domina a ONU, a coisa é bem clara.

A revolução fanática que administra o Irã desde 1979 tem como uma das suas pautas pétreas a destruição do Estado de Israel. Essa mesma trupe gosta de afirmar que o risco de destruição de Israel passou.

Risadas? Se Israel hoje tem uma condição de segurança um pouco melhor, é porque os países ao redor perderam todas as guerras que visavam destruir israelenses.

Além disso, o país é uma economia que cresce vertiginosamente, inclusive em áreas de tecnologia da informação e de inteligência, além de ser, obviamente, uma potência nuclear que arrasaria o Irã em seis dias. O resto é pura bravata.
Herculano
27/01/2020 18:01
TATUE MESMO "BOLSONARO 2022" NA SUA TESTA, MORRO, por Diogo Mainardi, de O Antagonista.

No programa da Jovem Pan, Sergio Moro disse que apoiará a reeleição de Jair Bolsonaro:

"Já falei um milhão de vezes. Daqui a pouco, vou tatuar na testa. O presidente já apontou que pretende disputar a reeleição. Sou ministro do governo, vou apoiar o presidente Bolsonaro."

Tatue mesmo "Bolsonaro 2022" na testa, Moro. Assim você evitará desgastes para um monte de gente, não apenas para você.
Herculano
27/01/2020 17:58
"COM ABUSO DE AUTORIDADE NÃO PODE MAIS PRENDER JORNALISTA", BRINCA MORO

Conteúdo do Congresso Em Foco. Durante uma brincadeira com o jornalista André Marinho, o ministro da Justiça Sérgio Moro disse que com Abuso de Autoridade, não pode mais prender jornalista, se referindo a lei de abuso de autoridade sancionada pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) no ano passado. A frase foi dita nesta segunda-feira (27) quando Moro participou como entrevistado no programa Pânico, da rádio Jovem Pan.

Durante o programa, o jornalista, André Marinho imitou Moro e fez uma pergunta direcionada ao ministro. Moro, então, respondeu: "Eu não falo assim não. Tem como recorrer?", em meio a brincadeira, os integrantes falaram que o ex-juiz poderia prender o jornalista e Moro respondeu ironicamente que "agora tem a Lei de Abuso de Autoridade, não pode mais prender jornalista, né?".

A lei que reforça a punição aos casos de abuso de autoridade gerou polêmica desde sua concepção, em 2017, depois de aprovada pelo Congresso, e sancionada com vetos por Bolsonaro.

Entre os pontos mais polêmicos está a decretação de medida de privação de liberdade em manifesta desconformidade com a lei.

Estes pontos tinham sido vetados pelo presidente Jair Bolsonaro, mas o Congresso devolveu.

O abuso de autoridade também prevê que deixar de relaxar a prisão manifestamente ou não deferir liminar ou habeas corpus quando cabíveis pode resultar em pena de detenção de um a quatro anos, e multa.

Na entrevista o ministro também descartou a possibilidade de concorrer às próximas eleições presidenciais."Eu não tenho essa perspectiva de ir para a política partidária, ou concorrer à eleições. Não é o meu perfil", afirmou.
Herculano
27/01/2020 17:52
da série: quando um não quer, dois não brigam, desde que um deles não seja Bolsonaro. E o ex-juiz Sérgio Moro, seu ministro, entendeu isso perfeitamente. Sabe que Bolsonaro quer uma briga a qualquer preço para ter discursos. Moro sabe o que está por detrás de tudo isso...

"TEM MUITA GENTE QUERENDO ENFRAQUECER O GOVERNO, ME TIRANDO"

Conteúdo de O Antagonista. Sergio Moro, durante a entrevista ao Pânico, disse que há pessoas interessadas em enfraquecer o governo e tirá-lo do Ministério da Justiça e da Segurança Pública.

"Tem muita gente querendo enfraquecer o governo, me tirando fora do governo. E, às vezes, gerando essas intrigas", afirmou.

Ele disse também:

"Primeiro, a gente tem que discutir o país aqui e agora. Temos uma agenda a ser realizada no governo de Jair Bolsonaro até 2022."
Herculano
27/01/2020 17:46
da série: se houvesse meritocracia na gestão pública, o desemprego de servidores e políticos seriam espantoso no Brasil, a começar pelas cidades - e não precisa ir longe. Ou alguém possui defesa para esta dúvida? ah, mas há exceções. Certo! Exceções - e também não precisa ir longe daqui.

WEINTRAUB JÁ ESTARIA FORA DO MEC SE HOUVESSE MERITOCRACIA NO GOVERNO, por Leandro Colon, diretor da sucursal de Brasília, do jornal Folha de S. Paulo

O ministro mais falastrão é o que transformou a pasta em palco de ineficiência

O discurso de que a meritocracia seria um pilar do governo Bolsonaro tem falhado no Ministério da Educação, uma das pastas mais importantes da Esplanada.

Faltam argumentos defensáveis em relação à gestão de Abraham Weintraub. Se o critério de meritocracia fosse sério, ele já teria sido demitido do cargo. O ministro mais falastrão é também o que transformou o MEC em um palco de ineficiência.

Os graves erros na correção das notas do Enem e as falhas no Sisu mancham um exame nacional que se consolidou, ao longo dos anos, como a ferramenta de ingresso de jovens nas universidades federais.

No ano passado, foram 5,1 milhões de inscritos na prova. Apenas 11,5% deles tinham acima de 30 anos. Dos participantes, 2,8 milhões foram isentos de pagar a taxa de inscrição devido a critérios de baixa renda.

O Enem é realizado, portanto, por uma maioria de jovens de famílias pobres que encontram no exame uma chance de ascensão profissional e, sobretudo, social. O governo não tem o direito de falhar com eles.

Ações judiciais foram protocoladas em resposta aos problemas. Além do susto e da frustração em receber notas erradas, o estudante se deparou com o acesso ineficaz ao Sisu.

Algumas liminares obrigaram o governo a revisar notas de inscritos. Decisão da Justiça Federal barrou a divulgação do resultado da seleção.

No dia 18, após surgirem as primeiras inconsistências no Enem, Weintraub publicou um vídeo tocando gaita ao lado do irmão Arthur, assessor especial do Palácio do Planalto.

Enquanto sua gestão é um vexame, o ministro da Educação gasta tempo com gaita, stand-up comedy de guarda-chuva, ataques à imprensa e retóricas ideológicas nas redes.

Jair Bolsonaro até agora não se manifestou sobre a bagunça no MEC. A crise não é sobre uma declaração polêmica ou um gesto de viés autoritário, episódios comuns no governo.

Desta vez, trata-se de algo que mexe com os sonhos de milhões de pessoas que apostam no Enem como a maior oportunidade de realizá-los.
Herculano
27/01/2020 17:38
da série: os burocratas atrapalham, mas em alguns lugares, eles ao menos reconhecem os erros e as consequências.

OMS ADMITE ERRO E ELEVA AVALIAÇÃO DE RISCO DE CORONAVÍRUS

Até está segunda (27), mais de 2.700 pessoas foram infectadas e 81 morreram

Conteúdo da Agência Reuters, de Genebra, Suíça. Texto final do jornal Folha de S. Paulo. A OMS (Organização Mundial da Saúde) corrigiu nesta segunda-feira (27) sua avaliação do risco do coronavírus chinês, considerando elevado para o nível internacional, depois de tê-lo descrito como moderado por "erro de formulação".

Em seu relatório sobre a situação, publicado nas primeiras horas desta segunda, a OMS indica que sua "avaliação de risco (...) não mudou desde a última atualização em 22 de janeiro: muito alto na China, alto no nível regional e em todo o mundo".

Em relatórios anteriores, a agência especializada das Nações Unidas apontou que o risco global era "moderado".

"Foi um erro de formulação nos relatórios de 23, 24 e 25 de janeiro, e nós o corrigimos", explicou à AFP uma porta-voz da instituição com sede em Genebra.

Na última quinta-feira, a OMS considerou "muito cedo para falar de uma emergência de saúde pública de alcance internacional".

"Ainda não é uma emergência de saúde global, mas pode vir a ser", declarou o diretor da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, que viajou para a China.

A OMS só utiliza esse termo para epidemias que exigem certa reação global, como a gripe suína H1N1 em 2009, o vírus zika em 2016 e a febre ebola, que atingiu parte da África Ocidental entre 2014 e 2016 e República Democrática do Congo desde 2018.

Da família dos coronavírus, como o Sars (síndrome respiratória aguda grave), o vírus 2019-nCoV causa sintomas gripais em pessoas que o contraíram e pode levar à síndrome respiratória grave.

Até esta segunda (27), pelo menos 81 pessoas morreram e mais de 2.700 foram infectadas na China desde o seu surgimento no final de dezembro.

Desde então, se espalhou pela Ásia, Europa, Estados Unidos e Austrália.

Com o surto de Sars (2002 - 2003), a OMS criticou Pequim por ter demorado a alertar e tentar esconder a verdadeira extensão da epidemia.

A OMS também foi criticada nos últimos anos. Considerada alarmista por alguns durante a epidemia do vírus H1N1 em 2009, foi acusada, durante a epidemia de ebola na África Ocidental (2014), de não ter calibrado a verdadeira extensão da crise.
Miguel José Teixeira
27/01/2020 16:53
Senhores,

Nós tupiniquins, temos a péssima hábito de trazer para o Brasil, algo novo visto lá fora.

Foi assim com:
- os pombos, que hoje são considerados ratos voadores, praga urbana, etc...
- os pardais que são verdadeiras pragas, símbolo dos PeTralhas. . .
- os javalis, que transformaram-se em problemas sérios em várias regiões do país. . .
- os caramujos que transmitem doenças. .
- e mais uma gama de importações que deram resultados negativos.

Agora vem o Deputado Vinícius Poit (Novo-SP), com projeto que revoga lei que proíbe postos sem frentistas (fonte: https://diariodopoder.com.br/em-nova-iorque-deputado-defende-lei-que-libera-abastecimentos-self-service-no-brasil/).

Porque será que não importam bons exemplos, tais como:

- o do "Prefeito chinês que admite demora para responder a surto e se demite" (fonte: https://oglobo.globo.com/sociedade/saude/prefeito-de-wuhan-admite-ter-omitido-informacoes-sobre-coronavirus-oferece-renuncia-24213420)

- O de construir um hospital com mil (1000) leitos em dez (10) dias?

Em dez (10) dias, nossas "otoridades" não conseguem nem acertar o rateio dos valores superfaturados da obra!

E o quase-golpe do capitão zero-zero, hein?
Só não obteve êxito porque foi apoiado pelos PeTralhas que onde botam as mãos, vira cocô. . .

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