27/01/2020
Era para ser uma despercebida reunião de trabalho dos secretários estaduais de segurança, em Brasília. Na pauta estavam entre outros temas, o descontigenciamento de verbas federais para a segurança nos estados, aumento dos repasses recursos para a área, além de obrigar as empresas de telefonia a bloquearem o sinal nas regiões de segurança.
Falso. Era uma isca para outra armação, onde o querer do clã Bolsonaro era expresso por outros e lavava as mãos do presidente perante a nação de analfabetos, ignorantes e desinformados.
Na face oculta, estava o enfraquecimento do ministro da Justiça e Segurança, o ex-juiz Federal Sérgio Moro, plano arquitetado dentro do próprio Palácio do Planalto, com ajuda política do seu entorno e de gente do MDB e pasmem, do PT, os quais o governo jura serem seus adversários.
Descoberta a trama, tudo virou um escândalo em pouco tempo.
Ficou claro, mais uma vez, a exposição da contradição de um governante em que ele é o principal adversário dele mesmo. O presidente Jair Messias Bolsonaro, sem partido, armou com os seus palacianos, fritar e enfraquecer o seu ministro mais popular, um dos expoentes da Operação Lava Jato, Sérgio Moro, e que combate a corrupção endêmica no país. Mal sinal: nem da reunião com os secretários de segurança dos estados – que em tese Moro é o “chefe” nacional – o ministro foi convidado ou participou.
Vergonha. Incrível!
Não vou me estender sobre o assunto, até porque o fato já foi notícia e tema para reportagens, inúmeros comentários opinativos e tomou conta do debate nas redes sociais. O próprio presidente Bolsonaro, alertado ou em nova esperteza, voltou momentaneamente atrás na armação que arquitetou ao sentir o bafo da sociedade que não quer políticos e governantes protegendo bandidos e ladrões dos pesados impostos do povo.
A INTERNET DERRUBA OS MUROS E PAREDES DOS PODEROSOS
Tão logo eu soube aqui e a notícia ainda se espalhava no âmbito nacional, questionei o gasparense Paulo Norberto Koerich, em Brasília, onde estava na condição de presidente do Colegiado Superior de Segurança Pública de Santa Catarina. “Fui contra com outros sete secretários de segurança. É polêmico [referindo-se como o fato foi criado e conduzido]. E não comento detalhes do assunto”, que ainda estava “fresco” nas mídias formais, sociais e aplicativos de mensagens.
Com o passar do tempo, várias controvérsias foram sendo esclarecidas na própria quarta e quinta-feira.
Koerich aparece na foto oficial exatamente ao lado do porta-voz “escalado” para a cisão do ministério Moro ao presidente da República, o secretário de Segurança da Bahia, Maurício Teles Barbosa, delegado da Polícia Federal, cedido, e coordenador do Conselho Nacional de Secretários de Segurança Pública (Consesp). O governador Rui Costa, PT, da Bahia, é um dos maiores críticos de Bolsonaro e cabo eleitoral de Luiz Inácio Lula da Silva, para candidato a presidente.
Foi Maurício quem pediu à criação do Ministério da Segurança apartado da Justiça – como na época do ex-presidente Michel Temer, MDB e ex-vice de Dilma Vana Rousseff, PT, retirada do poder pelo impeachment - e sem Moro, que julga incompetente para função, como reforçou publicamente o governador do Distrito Federal Ibaneis Rocha MDB e até pelo presidente da Câmara, o deputado fluminense, Rodrigo Maia, DEM.
E para isso, o secretário baiano e petista, alegou ser uma decisão da maioria dos 20 secretários presentes em Brasília. Oito foram contra. A intenção era a unanimidade.
Quando se revelou mais tarde, que foi uma armação arquitetada pelo próprio Palácio do Planalto horas antes do encontro oficial e que a foto registra, articuladamente transmitido por rede social, com o dedo e a participação do clã Bolsonaro, sem comunicar e pelas costas do próprio ministro Moro, a indignação contra o ato se tornou nacional e inclusive, dos próprios apoiadores de Bolsonaro.
Esclarecido, aqui em Santa Catarina, o governador Carlos Moisés da Silva, PSL, foi ao twitter e endossou à indignação que corria nas redes sociais e disse que apoiava Sérgio Moro com o ministério da Justiça e Segurança, na configuração como está.
SINTOMAS DE QUE BOLSONARO TRAMA CONTRA O DISCURSO OPORTUNISTA QUE MONTOU VENCER. NO PODER, DÁ A ENTENDER QUE PROTEGE POLÍTICOS BANDIDOS E CRIMINOSOS ORGANIZADOS EM FACÇÕES, EXATAMENTE O QUE COMBATE SÉRGIO MORO NO GOVERNO, FATO QUE INCOMODA O PRESIDENTE DA REPÚBLICA
Foi a ação contra a corrupção desenfreada que unia empresários, políticos e gestores públicos se apropriando dos pesados impostos dos cidadãos e simbolizada pela Operação Lava Jato, que uniu a maior parte dos brasileiros nas eleições de outubro de 2018.
Jair Messias Bolsonaro, um obscuro político, num obscuro partido de aluguel, o PSL E onde não está mais, apropriou-se desse tema e venceu as eleições presidenciais, sem debater com os adversários e a sociedade, escudando-se na convalescença de um atentado covarde e criminoso que sofreu em Minas Gerais e ainda não totalmente esclarecido.
Eleito, Bolsonaro convidou o símbolo desse discurso popular, o juiz Federal da Lava Jato, Sérgio Moro, para integrar o seu governo. Ambos fizeram um pacto. Sérgio Moro perdeu a estabilidade, a carreira, 22 anos de magistratura e a capacidade de incomodar os bandidos. A união da Justiça e Segurança fez parte desse pacto, que descaradamente Bolsonaro negou na semana passada. Imagens e áudios recuperados, desmentiram imediatamente, mais uma vez, Bolsonaro.
Com filhos amalucados e metidos em dúvidas, como corrupção e rachadinhas, com a milícia se agigantando como uma facção criminosa, Bolsonaro percebeu que Moro está sendo um problema, exatamente por exercer com integridade, a virtude que o tornou conhecido como juiz implacável contra os desvios dos políticos contra a lei, e a cada dia, mais fragilizada pelos próprios políticos no Congresso e por interpretações particulares e casuais dos ministros do Supremo
E desde que Moro passou a trabalhar e se negar ser uma peça decorativa no governo, Bolsonaro vem testando os limites e enfraquecendo atuação técnica de Moro num conluio, já desmascarado, mas continuado, do presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Dias Toffoli
A lista é longa e começou por testes simples. Bolsonaro fez Moro voltar atrás em indicações para conselho.
UM ENFRAQUECIMENTO CONTINUO CONTRA MORO E A SOCIEDADE QUE NÃO QUER SER GOVERNADA E ROUBADA POR BANDIDOS
Entretanto, a sanha não parou por aí. Bolsonaro foi a público para enquadrar e interferir diretamente nas indicações de delegados na Polícia Federal, para unicamente proteger os interesses do presidente, amigos e familiares como o lambuzado senador fluminense Flávio Bolsonaro; enfraqueceu Moro ao deixa-lo sozinho no Congresso na luta da Lei Anti-Crime; “lavou” as mãos na Lei de Abuso de Autoridade e na busca da prisão em segunda instância, a qual não passou no Congresso e sofreu revés no STF naquilo que já era permitido e prendeu corruptos como Lula.
E para completar o enfraquecimento de Sérgio Moro no ministério da Justiça e Segurança Pública, Bolsonaro cedeu e permitiu que o Congresso retirasse o Coaf da Justiça e ele fosse parar o Banco Central. E se isso não bastasse, contra expressa e pública orientação de Moro, sancionou o juiz de garantias – um jabuti criado pelo socialista Marcelo Freixo, PSOL-RJ, que se enrola na sua aplicabilidade técnica como antecipou Moro ao presidente.
E a última, feita com ardis de sacanagens, todos devidamente desmascarados em tempo recorde: armou a cisão do ministério da Justiça e Segurança, tudo articulado pelo clã e os seus próximos, disfarçado de “atendimento” dos pedidos da maioria dos secretários de segurança estaduais, os quais “atestavam à incapacidade gerencial de Moro no atendimento das demandas dos estados.
Esclarecida a jogada e à falta de caráter, sobraram às redes sociais e aos aplicativos de mensagens – de que tanto usam e se orgulham os governistas – a avalanche de indignação contra o clã Bolsonaro. O tiro saiu pela culatra, mais uma vez.
Resultado? Moro ficou mais forte como vítima de sacaneadores e sacanagens armadas e o presidente República, exposto como um inconfiável.
Então, ao pousar na distante Índia, pela extrema imprensa, a primeira coisa que fez foi a de comunicar que não iria dividir o ministério da Justiça e Segurança. Mas, por enquanto. A fritura de Moro continua.
E Bolsonaro, por enquanto, continuará sendo melhor cabo eleitoral de Moro para 2022, a não ser que resolva isolá-lo como ministro do Supremo Tribunal Federal, vaga que prometeu publicamente a Moro e voltou atrás para dá-la exatamente a quem o ajuda no desgaste do ex-juiz Federal. Afinal, ele é um bom e isento juiz. E isso é um perigo para os bolsonaros, políticos, gestores públicos, facções criminosas e advogados que vivem de gente que tem muito dinheiro para se safar da cadeia. Wake up, Brazil!
As incertezas de hoje podem responder em parte as razões pelas quais se precipitou a divulgação da coligação branca com o PSD. Ela contrariou a lógica da aritmética: uma soma que diminuiu e até dividiu
A convocação pelo prefeito Kleber (à esquerda) da sessão extraordinária na Câmara no período de férias da cidade era para evitar a transparência, o debate e a divulgação. A estratégia não deu certo e por isso, o secretário de Fazenda e Gestão Administrativa, Carlos Roberto Pereira, presidente do MDB e prefeito de fato (à direita), foi quem ficou exposto.
Por onde começo leitores e leitoras e para não ser repetitivo? Pelos assuntos levados à sessão do dia 21, terça-feira. A sessão deveria acontecer na segunda-feira 20, se não fosse um ofício incompleto do próprio governo. Esta sim, é uma barbeiragem repetida, dia sim, outro também. Todos os assuntos tratados na terça-feira passada poderiam ter sido tramitados, debatidos e votados antes do recesso de parte dezembro e do janeiro inteiro da Câmara.
Não foram, porque o governo de Kleber Edson Wan Dall, MDB, o vice Luiz Carlos Spengler Filho, PP e principalmente o prefeito de fato, secretário de Fazenda e Gestão Administrativa, Carlos Roberto Pereira, presidente do MDB, ex-coordenador da campanha de Kleber, não quiseram, não se planejaram, ou então, não queriam o debate público de pelo menos dois deles: preferiram o tempo das férias da cidade, dos cidadãos, da imprensa que pouco entende desses assuntos, das redes sociais ausentes, para então passar pelo menos um tema polêmico, dourado por outros.
Quer provas? No paço municipal, a queixa é de que uma sessão que poderia ser vapt vupt e se realizar em menos de meia hora. Levou três vezes mais: uma hora e meia.
Como assim? Só essa queixa mostra como os donos do poder de plantão em Gaspar tratam os vereadores, a Câmara, o debate, à transparência, os gasparenses e o futuro de todos. Jogaram errado e ficaram, mais uma vez, expostos. E naquilo que achavam que não seria percebido.
Na verdade, o que se tinha como difícil e polêmico era o PLC 17/2019. E por isso, ele foi tema principal da minha coluna de segunda-feira passada. O PLC 17, até passou melhor do que uma penimba do PLC 14/2019. Este criou o Centro de Desenvolvimento Infantil Maria Salete Oliveira Pereira, na Coloninha. A penimba mostra como o poder de plantão tem dono – e não é o prefeito eleito -, como é autoritário o governo eleito manobrado por seus donos e como é falso o diálogo com a cidade e os cidadãos como retrata na falha ou falsa comunicação pelas nas redes sociais.
O poder de plantão de Gaspar ainda não percebeu que o mundo mudou – e quando perceber poderá ser tarde; não aprendeu nada das lições das urnas de outubro de 2018.
Pior: censura, constrange ou desmoraliza à discussão e se nega à transparência. Compra ou tenta esconder da imprensa local, assuntos que se espraiam gratuitamente nas redes sociais. Esses temas, silenciosamente, com anexos fotográficos e documentos autênticos – há os fakes -, circulam nos aplicativos de mensagens e minam à imagem de bom moço do prefeito, de governo eficiente do governo da propaganda oficial.
Mais e pior tudo isso, contamina os vereadores da base e enfraquece o poder como um todo.
UM NOME. UM NÓ
Não vou reprisar àquilo que se argumentou e contra-argumentou ou o merecimento da homenageada com o nome do CDI da Coloninha, a mãe do secretário Carlos Roberto Pereira. Segundo Cicero Giovane Amaro, PSD, nascido e morador do bairro, o assunto não foi debatido na comunidade a qual escolhia outros nomes, os de Turca Zimmermann e Zilma Mondini identificadas com o bairro; de que feriu a legislação específica sobre este assunto e de que o mais grave, o abaixo-assinado pedindo o nome da mãe do secretário, foi “montado” com a maioria de pessoas de fora da região, numa ação política de força do secretário.
Ai, ai, ai. Há alguma dúvida de que Carlos Roberto Pereira seja o prefeito de fato? Os argumentos relatados pelo vereador Cícero não deixam, mais uma vez, dúvidas, quanto a isso. E depois sou eu quem exagero?
Cicero, que erroneamente e como protesto votou contra o PL da criação do CDI que está pronto e começa a funcionar até o início de fevereiro, queria aprova-lo sem a denominação de Maria Salete de Oliveira Pereira. Não conseguiu. Nem o companheiro de partido Wilson Lenfers e nem o companheiro de bloco, Silvio Cleffi, PSC, deram votos para o seu requerimento oral.
No jogo democrático essa é a regra: quem tem votos, seja, qual a circunstância, ganha. E quem ganhou foi Carlos Roberto Pereira. Ponto final. Ao Cícero e à Coloninha restou se resignar (e até protestar no voto contra) e calar.
O que ficou dessa discussão lateral que tomou a metade da sessão? Desgastes para o prefeito eleito Kleber no importante e denso bairro de votos da Coloninha. E tudo às vésperas das eleições para a sua reeleição. Tudo e apenas para satisfazer a imposição do seu secretário.
Sobrou também para o líder do governo Francisco Solano Anhaia e Francisco Hostins Júnior, vice-líder do blocão, ambos do MDB, obrigados por ofício à defesa do PLC 14, da escolha do nome, do prefeito eleito e do prefeito de fato.
Os demais, ficaram em prudente silêncio. Sintomático. Apenas a ex-vice-prefeita e berçarista efetiva, Mariluci Deschamps Rosa, PT, saiu em defesa de Cícero. Acorda, Gaspar!
O VALE TUDO
Os argumentos do relator do PLC 17/2019, vereador Cícero Giovane Amaro, PSD, foram insuficientes para convencer os demais vereadores. Prevaleceu a defesa feita pelo líder do governo, Francisco Solano Anhaia e o vice-líder do blocão, Francisco Hostins Júnior, ambos do MDB, em favor de Kleber.
Já escrevi em comentário na semana passada de que o PLC 17/2017, que tinha o funcionário público municipal lotado do Samae, Cícero Giovane Amaro, PSD, como relator, passaria fácil. E a sinalização estava na emenda para não se acumular numa mesma escola cargos em comissão ou gratificados. E assim se deu o desfecho.
Então foram criadas mais 37 vagas comissionadas e gratificadas na secretaria de Educação com despesas que podem criar até 37 novas vagas, gerar mais de R$2 milhões anualmente na folha de pagamento. Isto fará Gaspar superar o limite prudencial. E o que acontecerá? Também já expliquei: conforme os casos e a lei em vigor, Gaspar poderá ter dificuldades no acesso a financiamentos, novas contratações de pessoal e receber transferência de verbas estaduais e federais atreladas à este índice limite. Este assunto, foi motivo de extenso e detalhado artigo explicativo na segunda-feira passada.
Na sessão extraordinária de terça-feira passada, a maioria dos vereadores se restringiu a votá-lo. O único que colocou dúvidas às consequências dos que se aprovava, foi o próprio Cícero. Ele votou contra.
Nas argumentações de defesa do PLC 17/2019, o líder do governo Francisco Solano Anhaia e o líder vice-líder do blocão que reúne MDB, PP, PSDB e PDT, Francisco Hostins Júnior, ambos do MDB – a líder do blocão, Franciele Daiane Back, PSDB, ficou quieta o tempo todo para não se desgastar – não houve questionamentos técnicos e principalmente sobre os compromissos futuros. Foi fácil! Uma facilidade que poderá gerar consequências logo ali na frente para o próprio Kleber se reeleito, ou por quem ganhar a corrida em outubro deste ano.
Mais uma vez, o tempo será o senhor da razão. Então é esperar para ver as consequências, que dependem de vários fatores incontroláveis dos elementos macroeconômicos.
AS DESCULPAS DO AMARELO SÃO OS PÉS DESCOBERTOS AO DORMIR
Entretanto, duas intervenções neste mar de tranquilidade chamaram a atenção. Um pela fragilidade e outro pela incoerência.
A fragilidade veio do líder do governo, Francisco Solano Anhaia. “Um prefeito – referindo-se a Kleber, naturalmente - não ficaria exposto em ano de eleição excedendo o limite prudencial – o que é exigido pela Lei de Responsabilidade Fiscal – inviabilizando a sua candidatura”.
Como é que é? Quando se descobrir que o prefeito gastou mais do que a lei manda, ele já terá sido eleito ou rejeitado pelas urnas de quatro de outubro. Trimestralmente, o Tribunal de Contas poderá emitir, no máximo, alertas de adequação. E o prefeito tem até 31 de dezembro de 2020 para acertar o passo. O crime, só ficará configurado depois de 31 de dezembro de 2020 com o balanço entregue no Tribunal de Contas. E a punição – se houver infringência a LRF – será declarada a partir de 2021.
Essa gente ou não sabe o que fala, ou se sabe, mas tratam todos nós como tolos.
E para completar o jogo onde todos são tratados como analfabetos, ignorantes e desinformados, o advogado Francisco Hostins Júnior, MDB, que reputo como bem informado, entrou na dança de desqualificar os que questionaram o PLC 17/2019 ao invés de debater e esclarecer.
Hostins disse estar indignado como nas redes sociais e na imprensa – esta coluna, logicamente, pois ninguém ousou tocar desse tema árido do PLC 17/2019 por desinteresse ou falta de conhecimento – tratou irresponsavelmente o assunto. E para isso, mostrou dois números. No ano de 2019, estes cargos comissionados e em confiança demandaram algo em torno de R$660 mil e que em 2020; segundo as projeções da secretaria de Educação, este número saltaria para no máximo R$812 mil, e não para os R$2 milhões possíveis que a planilha da própria prefeitura levada à Câmara atesta.
Primeiro, Hostins está desqualificando a profissional e controladora geral do município de Gaspar, Juliana Muller Silveira. Foi ela quem fez a planilha para o governo, que a avalizou e a enviou à Câmara. Ora, se não é possível se atingir esses R$2 milhões, qual a razão do governo Kleber fazer prova contra ele mesmo?
Segundo, a planilha foi para a Câmara para o governo constituir álibi e prova no futuro de que avisou os vereadores sobre os possíveis impactos do projeto que enviou e os vereadores aprovaram. Ou seja, o Executivo tornou solidário o Legislativo que poderia ter modificado, colocado travas ou até rejeitado a matéria e não fez. Simples assim.
E por último. Sobre o que circulou nas redes sociais não tenho nada a comentar. É terra de ninguém e o governo a usa a seu favor, mas está fora de controle com os questionamentos cada vez sendo maiores e contundentes contra o governo. O pessoal está perdendo o medo e está sobrando coragem. E isso é sinalizador de que alguma coisa vai mal.
Sobre a tal imprensa, respondo por mim: o que Hostins reclama é da credibilidade da coluna que já lhe serviu e é testemunha. Infelizmente, neste momento, ele está obrigado, por aliança e ofício a servir e defender àquilo que ele próprio se sente constrangido a fazer. Se não fosse assim, não estaria pensando em trocar de partido. Acorda, Gaspar!
O “Aliança pelo Brasil” foi à praça ´para preencher ficha e colher assinaturas capazes de torna-lo um partido. Essas fichas serão acompanhadas pessoalmente no cartório para não haver o sumiço delas por supostos representantes do partido como já aconteceu na semana passada
Os cachorros novos estão correndo atrás dos próprios rabos. É que os donos da velha da política de Gaspar – e por única diversão - amarraram uma linguiça neles. É a cronologia de uma morte anunciada ou de gente desalmada, para não plagiar o jornalista e escritor colombiano Gabriel José Garcia Marques (1927/2014).
Outubro de 2018: Jair Messias Bolsonaro é eleito presidente da República pelo nanico e alugado PSL. E o partido se torna protagonista como um dos maiores saído das urnas daqueles dias.
Novembro de 2019: Jair Messias Bolsonaro deixa o PSL e promete formar o novo partido com a cara dele, o “Aliança pelo Brasil”. Alegou que o PSL estava lambuzado como os outros. Na verdade, Bolsonaro nunca foi um homem de partido e o clã Bolsonaro não conseguiu fazer do PSL um lugar para ele mandar, desmandar, glorificar e humilhar.
Resultado de tudo isso? Disputas, intrigas, enfraquecimento da base aliada, bem como a divisão da base conservadora (e de direita) que elegeu Bolsonaro, junto com os que votaram nele no segundo turno para não votar no poste do ex-presidiário Luiz Inácio Lula da Silva, o Fernando Haddad, PT.
Em Santa Catarina, essa brigalhada continuou. Vergonheira. Parte do PSL na Assembleia Legislativa isolou o governador Carlos Moisés da Silva. A própria vice, metida em dúvidas no trato da casa oficial onde reside, Daniela Cristina Reinehr é parte da cisão: está, segundo ela no “Aliança”.
E nada disso foi diferente em Gaspar. Na onda vencedora, surgiu o PSL com Marciano Silva. E tão logo as brigas e divisões subiram à cabeça do PSL federal e estadual, dois disputaram o diretório local: o deputado estadual mais votado, Ricardo Alba, de Blumenau, e o deputado Federal Coronel Luiz Armando Schroeder Reis, de Joinville. Alba, que também já passou por vários partidos, estava se alinhando ao grupo do MDB de Gaspar e teve que voltar atrás. O Coronel Armando, quis levar o PSL a ser o Aliança, também não deu certo.
ORDEM NA CASA
A confusão por aqui entre gente desconhecida, apesar dos bons propósitos, sem voto e não testada na estruturação política-partidária é grande. Nas redes sociais está clara esta disputa que se esconde na imprensa, mas reportada aqui, em pequenas notas que alvoraçam todos.
Parte dos que apoiavam o PSL se debandaram.
Os que estão criando o “Aliança”, tiveram até fichas “roubadas” no cartório e vejam bem, por gente que nem é do PSL, nem do “Aliança”, mas do PRTB – partido do vice-presidente da República, Antônio Hamilton Martins Mourão – mas aqui em Gaspar, a serviço do poder de plantão (MDB, PP, PDT, PSDB), que chegou a plantar informação fake na imprensa – não aqui, é claro – de que o mais longevo dos vereadores e presidente do Samae, José Hilário Melato, PP, seria candidato a prefeito num partido que sequer existe de fato. Chantagem logo desmascarada aqui.
O Aliança, no sábado foi à praça preencher fichas e coletar assinaturas para a formação do partido sob a coordenação de Demetrius Wolff. Provavelmente não terá sequer nominata de vereadores. Entretanto, declara que não apoiará o PSL, nem o PT, nem os que estão na prefeitura.
O PSL, por sua vez, começou uma corrida contra o tempo. Primeiro desenterrou a nominata do diretório. Segundo, colocou o candidato dele na praça, o sindicalista, ex-funcionário público municipal, ex-vereador e ex-candidato a vice-prefeito numa coligação com o MDB, o evangélico, Sérgio Luiz Batista de Almeida. E nega que tenha plano B. E para completar, está trazendo nesta quarta-feira, o presidente estadual do partido, o deputado Fábio Schiochet, para dar um gás e diminuir a confusão.
E o PRTB? Depende das orientações do Melato ao seu cabo eleitoral infiltrado. Acorda, Gaspar!
Um exemplo de conhecimento e bom senso pela campeã nestes casos aqui nesta coluna, a Ditran – Diretoria de trânsito de Gaspar. Esta obra é recente, a recuperação da Rua Leopoldo Alberto Schramm. E na ciclovia o que está no meio dela? Uma placa de sinalização. |
Procura-se. Desde novembro quando foi obrigado sair do nanico PSC e foi filiado na marra ao PP para formar o blocão visando unicamente defender o governo na CPI das dúvidas da Rua Frei Solano, o suplente de vereador José Ademir de Moura, não apareceu mais na Câmara.
Moura está escondido por vergonha e mágoa – como já revelei em extensa coluna no dia 10 de janeiro em “Kleber, MDB e PP, ao tentarem fazer da Câmara um puxadinho da prefeitura de Gaspar, criaram a figura do vereador-boneco para inviabilizar a CPI da rua Frei Solano”, no jogo pesado articulado pelo irmão de fé (ambos são evangélicos neopetencostais) Kleber Edson Wan Dall, MDB, o presidente do MDB e secretário de Fazenda e Gestão Administrativa, Carlos Roberto Pereira, e o dono da vaga na Câmara, o mais longevo dos vereadores e presidente do Samae, José Hilário Melato, PP.
Moura, não apareceu na extraordinária da terça-feira passada e nem justificou a ausência. Nem o PP providenciou até agora o preenchimento da vaga. Dia quatro de fevereiro, a Câmara retoma as suas sessões ordinárias. Até lá, Kleber, a igreja e o PP esperam uma solução para o caso Moura.
Duas observações. A sessão extraordinária de terça-feira passada na Câmara de Gaspar já foi realizada sob o manto do novo Regimento Interno. E exigiu consultas. Já no mundo virtual, com caros investimentos para tal na Câmara, a votação de um simples requerimento oral foi na base “os que estão de acordo, permanecem como estão, os demais se levantem”. Ai, ai, ai
A ex-vereadora, ex-secretária de Saúde, a ex-candidata a prefeita, Tereza da Trindade, com passagens pelo PP, PT, PPS e PSB, requereu e está se aposentado como funcionária pública do município de Gaspar e de longa atuação na área da Saúde.
“Este projeto [PLC 17/2019] é no mínimo muito temerário”. Este comentário de um técnico experimentado da Câmara ao analisá-lo para os vereadores e ecoou no plenário da Câmara. Temeridade que não se traduziu em votos.
Uma, das muitas provas do clima quente entre o PSL e o “Aliança pelo Brasil”. O deputado Ricardo Alba, PSL, postou uma foto entregando uma verba de R$250 mil para o hospital veterinário da Furb, em Blumenau.
Demetrius Wolf, que já foi do PSL de Gaspar e eleitor de Alba, não perdeu a oportunidade: “Pô tu conseguiu mais dinheiro pra hospital de animais de Blumenau (250 mil) do que pra pessoas em Gaspar (150 mil)?”
E por falar em Hospital, a anunciada união do PSD para ser vice do blocão MDB, PP, PDT, PSDB e PSC, pois o vereador Silvio Cleffi voltou a ser guiado pelo seu criador Kleber Edson Wan Dall, continua provocando enjoos. Está se procurando o remédio certo para acertar estômago e a cabeça de todos os envolvidos.
Começou a proteção. Em Gaspar nomeou-se uma diretora de CDI que nunca foi professora e é formada recentemente em pedagogia. A queixa é geral.
Não fale sobre o PSDB e a vereadora Franciele Daiane Back perto do ex-vereador, empresário, líder comunitário do Belchior Baixo e tucano histórico, Amadeu Mitterstein. Ele está virado num alho só.
No Conselho Tutelar de Gaspar, recém-empossado, aquele que é político e que se ajeitou tudo para não haver candidatos concorrentes, começou uma guerra interna e política partidária. Só o Ministério Público que não enxerga como tudo se encaminhou e aconteceu. Até a posse, todos ficaram caladinhos, já agora...
Ilhota em chamas I. A praça central de Ilhota e denominada de Charles Maximiliano Luiz Van Lede, virou a semana passada inteira um local de negócios e comércio de carros de uma concessionária de Itajaí, como mostram as fotos abaixo.
Ilhota em chamas II. Os carros expostos em cima de passeios e canteiros, impedindo a passagem da população bem como pelo uso para o lazer. O prefeito Érico de Oliveira, MDB, os fiscais da prefeitura e os políticos de um modo em geral, caladinhos diante das reclamações dos munícipes.
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