Samae inundado. Quarentena revela fragilidade de infraestrutura básica em Gaspar e relegada pela equipe do prefeito Kleber nos mais de três anos de governo - Jornal Cruzeiro do Vale

Samae inundado. Quarentena revela fragilidade de infraestrutura básica em Gaspar e relegada pela equipe do prefeito Kleber nos mais de três anos de governo

23/03/2020

Poderia discorrer aqui sobre fatos que a emergência da Covid-19 deixou a nu o governo do prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB, do vice Luiz Carlos Spengler Filho e do prefeito de fato, o ex-coordenador de campanha, presidente do MDB e secretário de Fazenda e Gestão Administrativa – e que andou de férias nas duas últimas semanas sem que a cidade soubesse onde estava e precisou de padrinhos para voltar -, Carlos Roberto Pereira. Entre esses fatos, estão a Saúde Pública, incluindo o Hospital sob intervenção, a (in)Defesa Civil, a Comunicação e a (des)Assistência Social.

Mas, as observações sobre essas áreas essenciais em tempos de calamidades, crises e catástrofes, ficam para outras oportunidades, e voltarei. É que o foco deste artigo ficaria comprometido.

Eles têm um quê relacionado à situação emergencial bem como à falta de planejamento para as urgências em decorrência delas, apesar de um dos lemas do governo Kleber ter sido até bem pouco tempo atrás um “governo eficiente”, por questões óbvias de resultados, abandonou-o para não comprometer a propaganda eleitoral que montou para este ano.

Vou discorrer sobre o Samae, tocado pelo mais longevo dos vereadores (seis mandatos), José Hilário Melato, PP. Ele voltou à Câmara há poucos dias, mas na condição de testemunha.

É que a autarquia que ele preside, está no centro das dúvidas na implantação da drenagem da Rua Frei Solano, no Gasparinho. Feitas para durarem três meses, as obras se arrastam por 15 e com perspectivas ainda nada animadoras para o seu fim.

Os fatos que mostram ter ela sido projetada, licitada contratada e fiscalizada de uma forma, mas executada e paga de outra maneira, estão sendo desnudados, ou esclarecidos – com algumas dificuldades colocadas pelos próprios representantes governo Kleber - numa Comissão Parlamentar de Inquérito no Legislativo gasparense e que o próprio prefeito e seus “çabios” são responsáveis por ela existir. Esticaram a corda e duvidaram que tal fato aconteceria. Agora, precisam abafá-la e estão em dificuldades.

Tudo que acontece lá, e é público, com transmissão ao vivo e reuniões gravadas, disponíveis aos pagadores de pesados impostos. Estranhamente, os gasparenses só estão sendo informados aqui neste espaço e na rádio comunitária Vila Nova.

Volto ao foco do artigo.

Bastou simplesmente os moradores de Gaspar ficarem em casa, cumprindo uma quarentena compulsória para se protegerem da contaminação do Covid-19, e em tempo de temperatura moderada, para faltar água tratada nas suas casas, e nas regiões mais populosas de Gaspar.

Estou exagerando? Debaixo de críticas e queixas, o próprio Samae teve que vir a público pedir para os gasparenses consumirem menos água, justamente ela que é uma das fontes de proteção contra a Covid-19, a higienização.

O que o Samae postou no seu site e fez divulgar nas rádios locais já na sexta-feira da semana passada?

“O Samae reforça aos seus consumidores a importância do consumo consciente durante o período de quarenta do corona vírus.

Com o aumento do consumo, é necessário que todos utilizem água apenas para ações indispensáveis, como a higienização de pessoas e ambientes.

O Samae segue trabalhando para garantir o pleno abastecimento em toda a cidade e conta com a colaboração de todos nós neste momento de atenção redobrada”.

DINHEIRO DO SAMAE USADO PARA FAZER CAIXA NA PREFEITURA

Onde isso foi mais sensível. Nas duas áreas periféricas mais densamente povoadas como o Bela Vista e o Santa Terezinha. Outras também sentiram o desabastecimento, mesmo em pleno sábado e domingo, onde o comércio e as indústrias estavam paradas, como o Barracão e Bateias.

Quando no final de 2018 o governo Kleber empurrou goela abaixo na Câmara – já com a maioria de volta ao seu dispor - o Projeto de Lei na Câmara, para o Samae de Gaspar fazer o que não sabia fazer e não tinha fontes de recursos para implantar serviços de drenagem pela cidade, argumentou quatro coisas: de que havia “sobras” de caixa no Samae, de que as “sobras” eram em decorrência da competência da gestão do Samae; de que havia urgência diante das temporadas de chuvas que se avizinhavam; e de que os vereadores que pediam explicação técnicas para a aprovação do PL, queriam à desgraça dos moradores e do governo num ambiente político supostamente conflagrado.

Não vou repetir todas as dúvidas que estão expostas na CPI, antecipadas aqui quando não se cogitava a CPI e que foram temas de dezenas de artigos aqui há mais de um ano. Eles já respondem muitas das falsas e demagógicas questões usadas pelo governo Kleber e seus vereadores da base para aprovar, goela abaixo, o referido Projeto Lei na Câmara.

Vou tratar das consequências desse ato inconsequente feito por políticos e não técnicos. Os políticos deveriam ouvi-los e dar importância. E então deveriam se estabelecer nas prioridades que exige o desenvolvimento da cidade incluindo à manutenção e o aperfeiçoamento daquilo que já existe, como o abastecimento de água tratada.

Ficou provado que se as pessoas ficarem em casa em Gaspar, com comércio e indústrias paradas, o sistema de tratamento e distribuição de água não consegue atender a atual demanda. Incrível. Prova dos nove simples. E o gap é assustador. Então, tirar dinheiro dessa prioridade, para colocar na drenagem foi um erro brutal com a cidade e os cidadãos.

E como já expliquei aqui várias vezes sobre este assunto: o Samae, sem experiência foi fazer este serviço, comprometendo o seu caixa e vocação, porque o prefeito quis salvar o caixa da prefeitura, bem como o limite de crédito, para usar ao máximo possível os R$140 milhões de empréstimos aprovados pelos vereadores. Nem mais, nem menos.

A tarefa era da prefeitura. O orçamento originalmente aprovado na Câmara era da prefeitura e não do Samae. Os “çabios” do paço, mais uma vez cobriram um santo, e descobriram outro. E agora estão à espera de um milagre.

As sobras das tarifas de água que deveriam estar na expansão do sistema como captação, tratamento, armazenamento e principalmente distribuição, foram desviadas, com aprovação da Câmara, sob chantagem dos discursos políticos ameaçadores e mobilização de gente que foi manipulada para esta pressão, para fazer valas, comprar e assentar dúvidas em obras recheadas de falhas técnicas.

Então, por essa jogada onde se privilegiou o improviso dos políticos e se relegou mais uma vez o planejamento dos técnicos, o Pocinho continua sendo abastecido por Ilhota, o Barracão e Bateias não estão com a rede interligada ao Centro e dependem de caminhões pipas – além do alto custo da operação, a água que pode se contaminar facilmente na operação –, o Bela Vista, apesar da reforma da Estação de Tratamento de Água, e que originalmente foi doada pela antiga Ceval, está longe de dar autossuficiência àquela região. Já em parte do Santa Terezinha, a força da rede não consegue levar água em situações como a deste final de semana e que nada teve a ver com as obras da Rio Branco.

E se não bastasse isso, passados mais de três anos, nem um centímetro Kleber, Luiz Carlos, Roberto Carlos Pereira, Melato e o Ministério Público Estadual deram para a implantação do sistema de esgoto, cujo projeto está pronto há anos e verbas federais destinadas.

A drenagem que o Samae implanta, na verdade também canaliza o esgoto que polui os mananciais, ribeirões e o Rio Itajaí Açú, além de adoecer os gasparenses, principalmente os mais vulneráveis. Acorda, Gaspar!

Um tempo para que os novos tempos é o que mostra o salto no escuro no abismo da Covid-19.

Ao final, haverá mais falidos e oportunidades do que falecidos

Em Blumenau, a Defesa Civil está estruturando pontos de triagem pela cidade e até “mini-hospitais” de campanha para enfrentar a pandemia

Eu reclamei aqui na área de comentários, de que estava desligando a televisão e o rádio de casa, porque faltavam a eles um olhar para novas pautas no “terremoto” de proporções ainda desconhecidas da pandemia. Tudo era repetido e o mesmo em todos os canais e frequências. Há mais especialistas do que jornalismo e ousadia para encontrar novas pautas e aproveitar os ouvintes e telespectadores do ócio e captar audiência.

As redações estão iguaizinhas entre elas, e unidas pelas plataformas digitais na mesmice dos conteúdos. Antigamente, lá pouco mais de 45 anos atrás, havia os tais “radio-escutas” nas redações para ajudar nas pautas, dar dicas, incentivar à criatividade jornalística e não se perder os “furos” dos outros para “suitar” e encontrar pontos diferentes naquilo que já se tinha perdido. Tudo pelos clientes: os leitores dos jornais e revistas.

Agora, há “escutas” e “olheiros” para quando um concorrente entra com uma informação e então entra a “máquina” de retaguarda para sobrepor à mesma informação. E qual a razão? Para não se perder audiência, num mundo de instantaneidade, ao invés de se ir atrás de novidades, contrapor, ou se confirmar e enriquecer, repete-se o concorrente e se distingue-se apenas com o “especialista” convidado ou de plantão.

Em meio a tantas informações e dúvidas sobre a Covid-19, não serei mais uma. Vou tentar ajudar a pensar na oportunidade, literalmente, que uma desgraça como ela, pode nos oferecer. É incrível, mas o mundo se moveu adiante exatamente no desconforto.

A Covid-19 é mais que uma doença ainda desconhecida na origem, propagação, controle e cura. Não seremos os mesmos, amanhã. Mas, devido a dura realidade econômica, social e tecnológica que virá com a doença, seremos melhores do que os políticos e gestores públicos, A não ser se houver cobrança e expurgos contra eles e por nós mesmos que os escolhemos e os sustentamos.

As greves dos bancários fizeram acelerar à inevitável tecnologia e digitalização dos bancos a favor dos clientes (e da lucratividade dos banqueiros). Imagina-se hoje, se essa tecnologia não tivesse a pleno? O mundo parado, estaria mais parado ainda.

O que a Covid-19 pode estimular o fazer diferente? Os negócios (complexos e simples, como o de comprar um simples bouquet de rosas) on-line, a ampliação do hábito do home-office, a mudança das legislações da era industrial, e criar, infelizmente, milhares de metros quadrados ociosos para vendas físicas em locais valorizados.

Será a era dos aplicativos “by hand”. Eles não valerão, naturalmente, para os cartórios, sindicatos, corporações, e principalmente o poder público. Eles precisarão da presença do cidadão, do carimbo, do carimbador, do conferente, do supervisor, do gerente, do diretor, da “conversinha”, da possibilidade do jeitinho, do emprego dispensável, que se torna indispensável por qualquer motivo, bem remunerado pelos pagadores de pesados impostos.

E precisa ir longe? Olhe para Gaspar e Ilhota e pesquise quantos aplicativos “by hand” estão disponíveis a favor do cidadão? E por que este fastio? Pergunte qual a razão, por exemplo, não se ter a normatização ou a regularização do Uber por aqui, uma das mudanças do século e que resiste ao sistema para perpetuar os pontos de frete das carroças e carros-de-mola?

O que o poder caminha bem on-line no Brasil? É o de arrecadar, mas os serviços, a transparência e o respeito com os pesados impostos do cidadão é algo desastroso, inconveniente, empregador, desperdiçador de dinheiro do pobre contribuinte que estará mais pobre depois da Covid-19, que estará, sabe-se agora, sob ameaça de outras doenças de devastadoras proporções. Acorda, Gaspar!

Para o político, a propaganda é a alma do negócio mesmo na desgraça


As refeições preparadas por voluntárias que, depois de tentar fazer a distribuição aos moradores de ruas de Gaspar via a Defesa Civil ou Assistência Social, preferiram elas mesmas correrem o risco

Como relatei acima, no caos, sempre há gente que se diferencia e gente que se descuida na ação, no exemplo e proteção.

Quinta-feira, diante do isolamento, em Gaspar teve gente que pensou nos moradores de rua. E não foi a prefeitura, a Defesa Civil, a Assistência Social. Pelo contrário. Elas colocaram problemas e viram na ação voluntária um ato político que não podia prosperar, se não fosse pelam mão dos políticos, mesmo que os vulneráveis ficassem ainda mais vulneráveis.

Uma cidadã jovem, gasparense, diante do isolamento e fechamento do comércio, pensou nos moradores de ruas de Gaspar. Eles existem! E não são poucos.

E resolveu fazer quentinhas para eles. Entretanto, foi alertada que o seu ato poderia transmitir o vírus ou ela – e seus parceiros de ação - ser contaminada. Além disso, ela não conhece onde está toda essa gente.

Vou resumir. Ela mesmo distribuiu no final de semana e correu o risco. E por que? Telefonou para a Defesa Civil para ver se eles tinham ação semelhante. Não tinha. Perguntou se a Defesa Civil poderia ajuda-la. Se esquivou e ofereceu o telefone da Defesa Civil. E falou com o secretário Santiago Martin Navia. Surreal.

“Se você preparar a comida, na segunda-feira (hoje) vou eu mesmo com o motorista distribuir”. Como assim? Esse pessoal desassistido todo o final de semana? Na segunda? Para que? Fazer campanha política e imagem de santo para o governo? Não devemos esquecer que Santiago está mapeado para ser candidato a vereador.

Hoje, os andarilhos e moradores de ruas, continuam perambulando e sem uma política de contenção e proteção em Gaspar.

Quais as argumentações do secretário de Assistência? De que esses moradores de rua de Gaspar já estão em pontos estratégicos e já possuem modo próprio de se abastecerem de comida em supermercados, bares e restaurantes. É? Meu Deus! Então fecha a cara, política e ineficiente secretaria de Assistência Social de Gaspar. Economiza sem disfarces. Acorda, Gaspar!

A OPINIÃO DOS MEUS LEITORES

Para um deles, os governantes agem como baratas tontas e diferente de Moisés, não são capazes de guiar seu povo para a terra prometida

Este artigo é do advogado e ex-procurador geral do município de Gaspar, Aurélio Marcos de Souza, e foi publicado originalmente pelo próprio autor, no domingo, na área de comentários da coluna disponível no portal.

Com a pausa forçada no mestrado, nas graduações em administração pública e em educação física, sobrou um tempinho para fazer análises de alguns equívocos praticados e que continuam a ser praticados em todo território nacional.

Primeiramente quem me acompanha em redes sociais, é testemunha viva que semanas antes do carnaval asseverei que não só EUROS e DÓLARES iriam aportar nesta festa tupiniquim. Lembrando sempre que a Itália já começava a sentir os efeitos da endemia (naquele momento) produzidas pelo Covid-19, sendo que o carnaval de Veneza foi suspenso pelo governo central.

Posto isto, contra qualquer perspectiva de nossos governantes quanto à chegada do referido vírus, até porque tinham médicos renomados e autoridades de saúde afirmando que por sermos um país sub-tropical nada poderia acontecer. Pagaram para ver.

Ocorre, por estarmos vivendo em um mundo globalizado, o vírus chegou, causando temor em todo território nacional, e bem como nos governos dos entes federados, face às notícias de um verdadeiro genocídio que poderia ocorrer a curto prazo, tudo isto levando em consideração a procura e oferta de possíveis contaminados por serviços médicos.

Daí para frente se viu uma verdadeira desconstituição da organização político-administrativa da República Federativa do Brasil que compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, eis que cada ente tem praticado sua política sanitária. Nos últimos dias cresceu mais a criação de Comitês de Crises do que o avanço epidemiológico do Covid - 19.

Assim podemos notar que cada município e estado começou a implementar o que achava ser necessário para estancar dentro de seu território o avanço da contaminação. Contudo, sabe-se que muitas decisões adotadas derivam não da realidade da população que se busca a proteger, mais sim do que a estado/cidade vizinha está implementando. Então tais comitês nada mais são do que uns verdadeiros comitês do Ctrl C e Ctrl V.

Após uma avalanche de barricadas feitas sem qualquer critério técnico, o Ministério Público se posicionou contra tais atitudes, haja vista, à falta de qualquer estudo ou critério técnico que a adoção daquela medida tivesse qualquer evidência, salientando que até o ministro da Justiça, Sérgio Moro, também já passou o recado de que quem detêm a competência é a União e não Estados e nem Municípios.

Por fim, leitores, não podem os chefes dos municipais sem qualquer critério técnico adotar a vontade de seus REIS, até porque passado a crise epidêmica, os mesmos iram bater à porta do Governo Central para acabarem com a crise econômica que os mesmos acabaram por instalar em seus municípios e estados, lembrando que o Governo Americano por seu cético presidente Donald Trump, em cadeia nacional, já ventila uma grande recessão globalizada de forma sincronizada.

Assim tenho em minha singela opinião, que temos que unir forças e não dividí-las neste momento, até porque não tem o porquê de querer aparecer neste momento de crise, se sempre estiveram sumidos e as eleições ainda se encontram distantes.

Não tem jeito. Gaspar sempre na contramão da proteção dos seus agentes e cidadãos

Esta reprodução é uma propaganda da boa ação do governo Kleber Edson Wan Dall, MDB. É válida a ação, não o conteúdo em si. É que, ela mostra um erro crucial e contra todas as orientações internacionais, as quais o próprio governo de Gaspar espalha, acertadamente, por aqui: a proteção contra a transmissão da Covid-19, principalmente aos mais vulneráveis, os idosos.

Um grupo de voluntários, a maioria feita de jovens e ligada à Defesa Civil, teve uma boa ideia: fazer comprar para os idosos, isolados. Qual o principal objetivo? Criar uma barreira mínima de exposição dos idosos ao vírus.

Esta reprodução que o prefeito replicou nas suas redes sociais, e certamente, como o crivo de seus “çabios”, incluindo a área de Comunicação, mostra que não é bem assim. Idoso e jovem desprotegidos no contato, ao menos da foto. É o tal, faço o que digo, mas não faça o que eu faço.

Não é a primeira vez que o prefeito é pego na contradição sobre proteção mínima obrigatória em ambiente regulado pela legislação ou uma emergência como agora.

No início de governo, suas reportagens onde ele é o repórter de si mesmo, mostravam ele e operários da prefeitura e das empreiteiras contratadas pela prefeitura, sem EPIs –Equipamentos de Proteção individual – como capacete, camisa, botas, cintos, guarda corpos...

Só depois de denunciado aqui, e várias vezes, e com o Ministério do Trabalho em campo por causa das denúncias, é que o comportamento mudou no ambiente laboral e do prefeito repórter. No caso dessa proteção contra o Covid-19, está mais do que na hora de mudar e seguir os protocolos mundiais. É urgente. O tempo trabalha contra todos nós. Acorda, Gaspar!

TRAPICHE

Não haverá sessão da Câmara amanhã, terça-feira, nem a reunião da CPI das possíveis irregularidades da implantação da drenagem da Rua Frei Solano, no Gasparinho. Aliás, ela já não se reuniu na quinta-feira passada.

O prazo será “esticado”, igual ao tempo em que ela parar.

Incrível o improviso na Defesa Civil de Gaspar em tempos de catástrofe. O setor de Saúde – incluindo o Hospital que está sob intervenção da prefeitura - é outro vulnerável e doente por aqui. E isso tem origem: indicações políticas e desprezo às necessárias nomeações técnicas.

O tempo cobrará o preço aos políticos responsáveis. Estão agora, desprotegidos pelas escolhas erráticas que fizeram com a única intenção de levar vantagens e empregar cabos eleitorais na caça de votos. E os políticos ficarão muito mais quando se lembrará ao povo do que do que foram capazes contra ele.

O primeiro caso de Covid 19 em Gaspar é de um jovem empresário do ramo de malha e modas, bem conhecido por aqui. Os meios oficiais tentaram esconder a informação, ao invés de propaga – mesmo protegendo a identidade dele - para se proteger os cidadãos. As redes sociais e principalmente os aplicativos de mensagens fizeram o serviço negado irresponsavelmente pelas autoridades.

O doente é culpado de ter sido atingido o vírus? Não! Ele não foi a um lugar de propósito para obter a doença. Foi contaminado, desconhecendo quem transmitiu isso a ele. Assim será com a maioria de todos nós. Quem erra? As autoridades que tentam esconder o fato e deixam mais gente exposta (ou valente como se tivesse uma proteção acima da natureza humana).

O mesmo acontece com o prefeito de fato, Carlos Roberto Pereira, secretário da Fazenda e Gestão Administrativa. Ele estaria cumprindo uma “quarentena” voluntária depois de voltar das duas semanas de férias no exterior. Qual a razão de esconder isso? A luz do sol é o melhor detergente.

Então, as redes sociais e aplicativos de mensagens dão conta daquilo que fez e também, possivelmente, não fez. Gente pública e exposta não tem direito de esconder sequer o que faz em privado, sob pena de não controlar as verdades e o imaginário popular.

O governo de Kleber Edson Wan Dall, MDB, Luiz Carlos Spengler Filho, PP, do prefeito de fato, Carlos Roberto Pereira, MDB e José Hilário Melato, PP, o mais longevo dos vereadores e autla presidente do Samae, sentiu o tiro no pé que teve ao levar dois moradores da Rua Frei Solano, para testemunharem da CPI que apura as supostas irregularidades nas obras de drenagem.

O último a falar na sessão como líder do governo e assim sem possibilidade de ser rebatido, o vereador Francisco Solano Anhaia, MDB, tentou imputar culpa de constrangimento às testemunhas aos vereadores da oposição, Dionísio Luiz Bertoldi, PT e Cícero Giovane Amaro, PL, este funcionário do Samae, respectivamente, presidente e relator da CPI.

É choro de quem errou na estratégia e até na esperteza. Elas não deram certo como o inicialmente previsto. A CPI – abaixo numa foto de uma reunião - não foi armada para provar que a obra não funciona ou que ela não é necessária, mas que foi projetada, licitada, contratada e fiscalizada de uma forma, e foi feita de outro modo bem como supostamente pago contra tudo o que diz a lei. Só isso! Ufa!

Os engenheiros e empreiteiros que foram lá na CPI já confirmaram esse quadro de supostas irregularidades. Os depoimentos estão gravados. E foi até por isso, para não mentir, que o governo Kleber, por maioria de seus vereadores na CPI – Francisco Hostins Júnior, MDB e Roberto Procópio de Souza, PDT -, não permitiu a ida do engenheiro que projetou a obra, Vanderlei Schmidt, à CPI.

Os dois moradores da Rua Frei Solano que foram à CPI – como relatei na coluna se segunda-feira passada, foram exatamente depor sobre o drama pelo qual passaram com as enxurradas em suas casas e negócios, exatamente pela falta de drenagem adequada.

Eles falaram sobre à necessidade da obra, a qual não estava em questionamento na CPI, mas como se usando dessa necessidade urgente, a prefeitura de Gaspar, supostamente, burlou todas as regras de processo e controle administrativo.

Para Anhaia, os vereadores Dionísio e Cícero constrangeram as testemunhas ao explicarem o objetivo da CPI e ao perguntarem se eles foram levados pelo governo ou pediram para espontaneamente nela deporem. Um drama. Acusações em algo simples e óbvio. Palanque político para esconder um erro estratégico do próprio governo ao levar – ou aceitar – os depoimentos, que acabaram incriminando ainda mais governo, diante daquilo que não se consegue esconder.

É que ao serem confrontados com as fotos do que foi contratado, com aquilo que viram sendo aplicado nas obras, como testemunhas do governo Kleber, confirmaram o que já se sabia. Ou seja, o que está documentado e que os engenheiros admitiram ter acontecido lá nos seus depoimentos foi, leigamente, referendado pelos moradores testemunhas: o que foi projetado, licitado, contratado, fiscalizado é uma coisa, o que foi feito e pago é outra.

E para finalizar. Quando mesmo o pessoal do governo vai admitir que tipo de provocações como essas desenterram carniças que já fede por estar em cova rasa? Parece até que o governo de Kleber trabalha em dobradinha com a oposição.

Se foi ágil em enterrar as provas das obras, está ressuscitando morto achando que o corpo fechado do coveiro vai se estender sobre os aparentados do defunto. Acorda, Gaspar!

 

Comentários

Herculano
26/03/2020 15:18
da série: será o fim de uma aberração ligada ao autoritarismo? O que um governo num estado democrático de direito, eleito pelo voto direto, livre e popular tem a esconder de suas atividades aos seus cidadãos?

MORAES, DO STF, SUSPENDE MEDIDA DE BOLSONARO QUE RESTRINGIU ACESSO A INFORMAÇÃO

Estavam suspensos os prazos de atendimento em órgãos cujo pessoal esteja submetido a quarentena

Conteúdo do jornal Folha de S. Paulo. Texto de Bruno Boghossian, da sucursal de Brasília.

O ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), suspendeu nesta quinta-feira (26) os efeitos da medida provisória editada pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) que criava limitações ao acesso a informações em meio às restrições de servidores durante a crise do coronavírus.

Moraes afirma que a norma assinada pelo presidente "não estabelece situações excepcionais e concretas impeditivas de acesso a informação".

"Pelo contrário, transforma a regra constitucional de publicidade e transparência em exceção, invertendo a finalidade da proteção constitucional ao livre acesso de informações a toda sociedade", escreve o ministro.

O ministro atendeu a um pedido da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), que argumentava que a medida "limitaria o direito à informação, à transparência e à publicidade?".

"A Constituição da República Federativa do Brasil, de 5 de outubro de 1988, consagrou expressamente o princípio da publicidade como um dos vetores imprescindíveis à administração pública, conferindo-lhe absoluta prioridade na gestão administrativa e garantindo pleno acesso às informações a toda a sociedade", escreveu o ministro do Supremo.

A medida de Bolsonaro desobrigava temporariamente órgãos da administração pública de responder parte de pedidos feitos por meio da Lei de Acesso à Informação.

O texto havia sido editado na noite de segunda-feira (23) e suspendia prazos de atendimento às solicitações de dados e documentos em órgãos cujo pessoal estivesse submetido a quarentena, teletrabalho ou regimes equivalentes e que, necessariamente, dependessem de acesso presencial do servidor que fosse analisá-las.

A MP de Bolsonaro dizia que os cidadãos que formularam pedidos via lei de acesso teriam de reiterá-los no prazo de dez dias. A nova norma afirmava ainda que "não serão conhecidos", ou seja, nem passariam por análise de mérito recursos contra negativas de resposta baseadas na regra criada pela MP.

O texto, que já estava valendo com força de lei, prevê o atendimento prioritário de pedidos de acesso à informação relacionados às medidas de enfrentamento ao novo coronavírus.

A Lei de Acesso à Informação está em vigor desde 2011. Foi aprovada pelo Congresso a partir de proposta do governo Dilma Rousseff.

A legislação regulamenta dispositivos da Constituição que preveem o acesso da coletividade aos dados e documentos produzidos pela administração pública. A obrigação de transparência consta da LAI como uma regra geral, salvo exceções.

A lei diz que a informação requerida por qualquer cidadão deve ser respondida de imediato ou em no máximo 20 dias, prorrogáveis, justificadamente, por mais dez. Em caso de negativa, cabem recursos ao requerente.

Um dos objetivos da lei é favorecer o controle social sobre os atos dos gestores públicos, prevenindo, por exemplo, a corrupção.

Em um a rede social, o ministro-chefe da Controladoria-Geral da União, Wagner Rosário, defendeu a restrição imposta pela MP. Segundo ele, tratava-se de uma situação temporária. "São situações justificáveis, emergenciais, que vão atrasar um pouco a respostas. O governo continua comprometido com a transparência", declarou.

A MP não foi submetida a análise prévia de conselho criado para funcionar como instância consultiva para questões relacionadas à LAI.

A Transparência Brasil, uma das entidades da sociedade civil que acompanham a aplicação da lei, afirmou, em notas divulgadas no Twitter, que a MP é mal redigida e contraditória. Um dos problemas, segundo a entidade, é que o texto tratava de suspensão de prazos mas autoriza o gestor a não conhecer conhecer recursos.

"O parágrafo 1º [da MP] diz apenas que os prazos estão suspensos, isto é, um pedido que deveria ser aceito pode demorar mais que o prazo legal de 20 dias, prorrogáveis por mais 10. Mas o parágrafo 3º, de forma confusa, fala em não reconhecer recursos de pedidos respondidos negativamente", criticou.
Herculano
26/03/2020 13:02
da Série: na H1N1, Lula tratou-a como uma gripezinha, apesar da pandemia e as mortes. Agora, possui um discurso diferente e oportunista.

LULA DEFENDE PELA PRIMEIRA VEZ IMPEACHMENT DE BOLSONARO

Conteúdo Agência Reuters.Texto de Lisandra Paraguassu, do escritório de Brasília. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que o presidente Jair Bolsonaro não tem "estatura psicológica" para o cargo e deveria renunciar ou passar por um processo de impeachment, uma vez que aposta no caos em meio à pandemia de coronavírus.

"Acho que estamos em uma situação complicada porque acho que Bolsonaro não tem uma estatura psicológica para continuar governando o país. Ou esse cidadão renuncia ou se faz um impeachment, porque não é possível que alguém seja tão irresponsável de brincar com a vida de milhões de pessoas como ele está brincando", disse Lula em vídeo de uma conversa com o ex-candidato a presidente pelo PT Fernando Haddad, na quarta-feira.

Lula criticou duramente o pronunciamento feito por Bolsonaro na terça-feira à noite, em que o presidente reclama das medidas de isolamento social e fechamento de comércio e empresas decretadas por Estados, e disse que Bolsonaro "não se preocupa com a verdade" e quer "criar o caos social".

"Os governadores e a sociedade estão com mais responsabilidade que ele, então ele fica apostando na desgraça para depois dizer: 'Tá vendo eu, não falei?', 'Tá vendo, eu não avisei?'. Nós teremos muito mais problemas, e eles serão muito mais graves quanto menos responsável for o presidente da República", afirmou Lula.

A posição de Lula a favor do impeachment de Bolsonaro é uma mudança no discurso do ex-presidente. Há menos de um mês, durante viagem a Europa, Lula afirmou que havia alertado o PT que era preciso ter paciência.

"Eu tenho alertado o PT a ter paciência, porque nós temos que esperar quatro anos. A não ser que ele (Bolsonaro) cometa um ato de insanidade, cometa um crime de responsabilidade, e a gente então possa fazer o impeachment dele, mas se não fizer isso, nós não podemos achar que nós podemos derrubar um presidente porque não gostamos dele. Não podemos", disse em entrevista ao jornal francês Le Temps.

Desarticulada, a oposição, especialmente o PT, estava evitando entrar no tema do impeachment para não ser acusada de oportunismo político. Sob a liderança de Lula, o partido tem evitado que o "fora Bolsonaro" seja oficialmente incluído entre as bandeiras do partido.

Recentemente, no entanto, o PSOL apresentou um pedido de impeachment de Bolsonaro ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). Outro pedido foi apresentado pelo deputado Alexandre Frota (PSDB-SP), ex-aliado de Bolsonaro.

No vídeo de Lula e Haddad, uma conversa de 40 minutos transmitida ao vivo nas redes sociais do ex-presidente, Lula não trata mais do tema e nem Haddad pergunta. Ao distribuir na sequência o vídeo nas redes, a assessoria de Lula também não destaca a fala do presidente sobre impeachment.

O ex-presidente citou sua experiência na condução do país durante a crise econômica de 2008 ?"ressalvando que são crises diferentes?" para lembrar que o papel de um presidente durante uma crise é unir o país, ouvir especialistas e encontrar as melhores soluções.

"O Bolsonaro não está preparado para tocar esse país. Um presidente não é obrigado a saber de tudo, mas quando você não sabe, você consulta a sociedade, os especialistas, os governadores. Coisa que em nenhum momento ele fez", criticou.

Bolsonaro não comentou a fala do ex-presidente. Procurado, o Palácio do Planalto não respondeu de imediato a um pedido de comentário.
Herculano
26/03/2020 12:51
A DURA REALIDADE

Wilson Witzel, PSC, um ex-juiz, acostumado a mordomias e altos salários inclusive nas crises enquanto a maioria dos pagadores de pesados impostos sãos os sacrificados, a dar sentenças que só podem ser contestadas por quem tem muito dinheiro e férias de 60 dias, impôs a quarentena no falido, bandido e esperto Rio de Janeiro que agora ele governa.

Agora, Witzel, via Globo, ameça recuar, pois não possui dinheiro para bancar a aventura que criou, na verdade, para encurralar o governo Federal numa ação política e eleitoral. E num estado de uma das maiores informalidades, o berreiro do povo sem grana ou montado em esquemas para se aproveitar da crise, já começou.

O deputado Federal Carlos Jordy, PSL, matou a charada, no twitter:

"Se o Governo Federal não me acudir para apagar o incêndio que eu provoquei, a culpa vai ser dele. Manda água e extintores, senão vou falar pra todo mundo que a culpa é sua."
Miguel José Teixeira
26/03/2020 12:20
Senhores,

Na mídia:

"Audiência da Globo dispara, ibope é maior do que todas as emissoras somadas .."

Veja mais em https://tvefamosos.uol.com.br/colunas/flavio-ricco/2020/03/26/audiencia-da-globo-dispara-tem-ibope-maior-que-todas-as-emissoras-somadas.htm?cmpid=copiaecola

Também, a fonte é inesgotável!

Quem sabe, vem aí a mega produção "O capitão zero-zero e suas trapalhadas"

Ao final do JN os 2 (dois) apresentadores estavam visivelmente extenuados. . .haja matéria!
Herculano
26/03/2020 11:57
A PROVA DO CRIME

Fui a uma farmácia comprar remédios para a minha mãe que beira os 90 anos e em quarentena.

Deparei com uma banca mísera de fracos de 100ml de água em gel (ou seria 100gr?): R$19,90. O dono da farmácia colocou ao lado da banca, a nota fiscal do ladrão (devo tratar por outro nome?) fornecedor, para provar que ele estava repassando o produto pelo custo. Este é o Brasil e os brasileiros ou a tal realidade do mercado devido a demanda excepcional ou o pânico que faz as pessoas criarem uma nova percepção de valor para certas coisas essenciais, ou mínimas de proteção à vida?
Herculano
26/03/2020 11:52
"COMO EM UM FILME DE PASOLINI, por Fernando Schüler, filósofo, no site da Gazeta do Povo, Curitiba PR

Bolsonaro dobra a aposta. Não se sabe exatamente baseado em que tipo de evidências, o presidente joga sua autoridade e o que lhe resta de credibilidade na tese de que a pandemia será passageira, no Brasil, e terá menos letalidade do que o quase-consenso da comunidade médica vem apontando.

O recente relatório apresentado pelo Imperial College, em Londres, aponta que, em um quadro em que nada de substancial for feito, a pandemia pode gerar mais de 2 milhões de mortes nos Estados Unidos e pouco mais de meio milhão na Inglaterra. O relatório fez com que o governo britânico adotasse decisões mais duras e incentivou a escalada de medidas de isolamento, no plano global. A Índia, com seu 1,3 bilhão de habitantes, entrou em lockdown nacional por 21 dias, tendo registrado apenas um quarto do número de mortes já identificadas no Brasil em função do Covid-19.

Há uma tendência global nesta direção. O The New York Times, em editorial, fez um apelo ao presidente Trump para que lidere uma reclusão americana por duas semanas, de forma a interromper a espiral de contágio e permitir medidas mais focalizadas, daí para diante.

É uma falsa dicotomia imaginar que exista uma contradição entre "salvar vidas" e "proteger a economia"

O mundo pode estar errado e Bolsonaro pode estar certo. Há uma vaga aposta na transmissão mais lenta, em climas quentes, e na ideia de que gente jovem e saudável dificilmente terá problemas, caso for contaminada. Isto é obviamente equivocado. Bolsonaro não tem base técnica para fazer este tipo de afirmação e não deveria fazê-lo.

Alguém pode chegar à Presidência da República seguindo sua intuição, andando na contramão e agindo de modo errático. Mas nada disso funciona para combater uma pandemia desta gravidade.

Não há qualquer dúvida de que medidas rápidas e duras de isolamento social são necessárias e já deveriam ter sido implementadas em larga escala no país. Afirmar isto não significa que se deve desconsiderar os impactos econômicos da crise. É uma falsa dicotomia, típica de nosso debate político polarizado, imaginar que exista uma contradição entre "salvar vidas" e "proteger a economia".

A dupla face do reacionarismo brasileiro
Thomas Friedman lançou esta discussão em um artigo recente, sugerindo uma abordagem em três etapas: o isolamento total, a realização massiva de testes e mapeamento de riscos, por região e perfis populacionais, e (no prazo que for tecnicamente adequado) o retorno coordenado ao trabalho. Bastou apresentar estas ideias bastante óbvias para que fosse chamado de "darwinista social" e outros impropérios. Sua ideia mais elementar diz simplesmente que, respeitando-se a absoluta prioridade que se deve dar à preservação da vida, "o emprego e o estado geral da economia é também um tema de saúde pública".

Se isto é verdade em uma economia como a americana, que vem de um ciclo de quase pleno emprego, o é ainda mais em um país como o Brasil, que ainda não se recuperou da brutal crise de 2015/2016, que levou (segundo dados do IBGE) mais de 4,5 milhões de pessoas a cruzarem - para baixo - a linha de miséria.

A pergunta óbvia: o que fazer se a taxa de desemprego no país aumentar em 50% e outros 4,5% de cidadãos somarem-se aos atuais 13,5 milhões de brasileiros em condição de miserabilidade? Que danos e quantas mortes isto irá produzir?

O que fazer se a taxa de desemprego no país aumentar em 50%?

É previsível que este tema não interesse e pareça mesmo irritante para a classe média alta que possui poupança ou se sente segura em seus empregos, em particular no setor público. E muito menos aos mais ricos, que irão desestressar em Miami, quando tudo passar. Consequências não intencionais da ação, na expressão há muito consagrada por Robert Merton, nunca parecem interessar para aqueles que não irão pagar a conta depois da tempestade.

A solução para a crise que vivemos começa quando nosso sistema político resolver desligar do "modo internet" e do clima de permanente campanha eleitoral em que se meteu. Ou então terminaremos como naquele filme de Pasolini, com sua estranha mistura de nonsense e divertimento sádico, em meio à tragédia."
Miguel José Teixeira
26/03/2020 09:31
Senhores,

Mais uma morte.

Faleceu ontem, vítima da incompetência do seu presidente, a República Federativa do Brasil.

Desde então, tendo à frente o governador de São Paulo, passou a viger os "Estados Unidos do Brasil"
Alguém me disse
26/03/2020 09:11
Durante três anos e três meses prefeito Kleber E Wandall encheu as secretárias e autarquias de comissionados, criou uma reforma administrativa que custou a mais de 600 mil por mês aos cofres públicos, Funções Gratificadas aos seus queridinhos,agora fala em economizar,pedir dinheiro da câmera para por na saúde?Vc só deve estar de brincadeira mesmo,se vc se importa um pouco com os munícipes vc teria acabado com essa farra de comissionados incompetentes e puxa saco..
Herculano
26/03/2020 07:16
O NOVO DÍZIMO

Conteúdo de O Antgonista. Jair Bolsonaro editou um decreto incluindo as atividades religiosas na lista de serviços essenciais.

Com isso, seus cabos eleitorais poderão manter seus templos funcionando em meio à epidemia de novo coronavírus.
Herculano
26/03/2020 06:49
ABERTA A CONTAGEM. MORREU O PRIMEIRO PACIENTE CATARINENSE POR COVID-19. UM HOMEM DE 86 ANOS, MORADOR DE SÃO JOSÉ, NA GRANDE FLORIANóPOLIS. AGORA É SABER QUAL SERÁ O NÚMERO FINAL.

O ANÚNCIO FOI FEITO PELO PRóPRIO GOVERNADOR CARLOS MOISÉS DA SILVA, PSL, ADEPTO DA QUARENTENA TOTAL, QUANDO ESTAVA SENDO PRESSIONADO PARA MUDAR DE POSIÇÃO. NO SUL É O SEGUNDO CASO. O PRIMEIRO FOI NO RIO GRANDE DO SUL
Herculano
26/03/2020 06:44
BOLSONARO E MAIA POLITIZAM TEMOR DE EMPRESÁRIOS COM RISCO ECONôMICO DO VÍRUS

Setor privado questionava isolamento total por tempo prolongado; farpas entre Poderes causa desconforto

Conteúdo do jornal Folha de S. Paulo. Ivan Martínez-Vargas, Joana Cunha e Alexa Salomão. A discussão já tem alguns dias. Parte dos empresários começou a questionar a necessidade de um isolamento quase absoluto da população, por tempo prolongado, como melhor estratégia das autoridades de saúde para enfrentar a pandemia do novo coronavírus no Brasil.

As medidas de restrição ao trânsito de pessoas e funcionamento do comércio implementadas pelos estados afetaram por tabela operações industrias e têm efeitos ainda imprevisíveis para o crescimento. Já há economistas projetando recessão em 2020.

Para uma parcela do empresariado, a política de proteção à saúde, se mal calibrada pelos governos brasileiros, pode deixar as pessoas no isolamento por mais tempo do que o necessário para efeito de proteção contra a doença - e prejudicar de forma injustificável a economia.

Nos últimos dois dias, essa discussão, que era de caráter econômico, ganhou contornos políticos, causando enorme desconforto entre empresários de diferentes setores.

Na noite de terça-feira (24), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) defendeu em pronunciamento nacional a retomada das atividades e o isolamento apenas de grupos de risco, contrariando infectologistas, a OMS (Organização Mundial da Saúde) e governadores dos estados.

Na tarde desta quarta-feira (25), foi a vez do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). Em resposta a Bolsonaro, Maia atribuiu a pressões do mercado financeiro os movimentos em defesa do fim de medidas menos rigorosas de enfrentamento à pandemia.

"A gente não pode deixar de cuidar das pessoas porque as pessoas estão perdendo dinheiro na Bolsa de Valores", disse Maia em reunião do fórum de governadores, que reuniu gestores de 26 estados.

Entre os grandes empresários ouvidos pela reportagem, a maioria do setor produtivo, essas trocas de farpas políticas estão atrapalhando, tanto o combate à doença quanto ações em favor da economia.

Para o vice-presidente da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) e presidente da Abiplast (associação da indústria do plástico), José Ricardo Roriz Coelho, "o momento atual exige convergência e união de forças para mitigar o problema humanitário do vírus".

O empresário se disse surpreso com a fala de Bolsonaro. Segundo ele, "deixa a população mais ansiosa e preocupada. De um lado, há empresários com os negócios parando e sem dinheiro para pagar contas. De outro, uma população que não quer correr riscos e tem recomendações para ficar em casa".

"Seria bom que o Executivo se entendesse com o Congresso e com os governadores para ter uma posição única no enfrentamento do problema. Precisamos de um rumo."

O empresário Ricardo Lacerda, sócio-fundador do BR Partners Banco de Investimento, nem discute questões econômicas. Está no grupo que acredita ser melhor seguir a orientação da OMS. "Não é hora de inventar, é hora de proteger vidas. O resto trabalharemos para recuperar depois", afirma o banqueiro.

Alguns, porém, acham que o país precisa encontrar uma forma de atender ao mesmo tempo saúde e economia. Essa é a avaliação do empresário Rubens Menin, fundador da incorporadora MRV e sócio de negócios em vários segmentos, como o Banco Inter e o canal de televisão CNN Brasil.

"O que a gente precisa entender agora é como compatibilizar, com inteligência, a curva de crescimento da doença com a capacidade hospitalar. Feito isso, podemos avançar. Um dia, a economia precisa voltar. E, quanto mais cedo for, sem prejuízo das pessoas, melhor será", afirma.

Menin diz ter agora duas preocupações: não deixar quebrar a rede de distribuição que leva insumos e produtos para manter o abastecimento, e preservar pequenas e médias empresas. Ele afirma, porém, que vai ser difícil fazer isso com a escalada de conflitos políticos.

"A briga entre Poderes atrapalha os negócios, mas atrapalha ainda mais a população, que fica desnorteada. Ela vê uma autoridade falar uma coisa e outra falar outra", diz.

"Precisamos unificar o discurso. O Brasil é o único país em que está acontecendo essa desunião. Isso é ruim. Todos os outros países têm discurso unificado. Até os Estados Unidos, onde o presidente é mais polêmico, está unificado", afirma.

Abilio Diniz, da Península Participações, também pediu união ao participar de evento virtual promovido pela corretora XP nesta quarta.

"O Brasil tem que voltar a crescer. Só precisa de uma solidariedade em todos os Poderes. Mas tem gente consciente que vai fazer o que tem que fazer. O [Paulo] Guedes [ministro da economia] vai botar dinheiro", disse, em referência a medidas anticíclicas do governo federal.

Rubens Ometto, presidente do conselho de administração da Cosan, considera pouco 15 dias de quarentena, embora diga entender as preocupações dos empresários.

"De um lado, você não pode deixar a máquina econômica parar de girar porque senão vai ser muito ruim para todo o mundo. E, ao mesmo tempo, precisa dimensionar com correção quais são os efeitos reais desse vírus", diz o empresário.

Para Luiz Urquiza, diretor-executivo da rede de academias Bodytech, a prioridade deve ser seguir as recomendações da OMS, mas as autoridades devem ter um plano claro de saída da crise. Ele cobra prazos e previsibilidade.

"Temos que ter uma perspectiva sobre como retomar a atividade econômica em um país com proteções sociais tão frágeis", diz. Sua empresa, que emprega 5.000, colocou os funcionários em férias coletivas por 15 dias, prorrogáveis por mais 30.

Tayguara Helou, presidente do Setcesp (sindicato das transportadoras de São Paulo) e diretor da Braspress, é um dos críticos do isolamento de toda a população.

"Não podemos nos dar ao luxo de fazer o isolamento total, tem de ser o parcial [de pessoas de grupos de risco]. Temos uma situação econômico-social muito diferente de países como a Itália, que adotaram a quarentena", afirma.

Para ele, um "lockdown" (bloqueio, em inglês) no país causaria demissões em massa e grande prejuízo econômico.

"Já vimos uma queda na demanda no setor das transportadoras, que é responsável pela logística de matéria-prima, embalagens, insumos e produtos finais. A maioria das empresas não aguenta 30 dias nesse cenário [de isolamento]", afirma ele.

A Braspress, que tem 6.000 funcionários, tem dado férias a parte dos empregados e aumentado a utilização de terceirizados, diz.

Junior Durski, da rede de restaurantes Madero, foi um dos que criticaram publicamente medidas mais restritivas, como a proibição ao funcionamento do comércio, no combate à pandemia.

Durski recebeu críticas por ter publicado um vídeo em redes sociais em que dizia, por exemplo, "não podemos [parar] por conta de 5 ou 7 mil pessoas que vão morrer [em decorrência do coronavírus]." Em seguida, pediu desculpas e disse ter sido mal interpretado.

À Folha o empresário, que declarou o voto em Jair Bolsonaro em 2018 e é sócio de Luciano Huck, reiterou oposição ao isolamento total.

"Essa quarentena horizontal, a cada dia que passa, tem consequências grandes. Eu duvido que o Brasil aguente 15 dias sem que as pessoas se desesperem, vai faltar dinheiro para comprar comida."

No Madero, ele diz que as vendas caíram 88% em relação ao nível pré-isolamento.

"Abrimos apenas para entregas. Temos caixa para manter nossos 8.000 empregados por três meses, mas a maioria dos restaurantes quebra em duas semanas", afirma Durski.

O empresário diz concordar com o pronunciamento de Bolsonaro e que o presidente faz um bom governo. "Eu penso exatamente igual, tem que voltar ao trabalho."

Afranio Barreira, sócio da rede de restaurantes Coco Bambu, também afirma estar preocupado com as consequências econômicas da paralisação das atividades.

"Eu entendo as premissas das organizações de saúde, elas estão corretas, mas, se mantivermos as empresas fechadas para além do fim do mês, muitas delas vão ter de demitir em massa. Eu estou muito preocupado porque a maioria da população recebe de manhã e gasta à tarde, não tem poupança", diz.

Na rede, que fatura R$ 1 bilhão ao ano, segundo o empresário, as vendas caíram em torno de 80%.

"Estamos trabalhando com serviço de delivery e equipe reduzida e temos reserva de caixa, não vamos demitir os funcionários", afirma.

Marcílio Pousada, diretor-executivo da RaiaDrogasil, de farmácias, afirma que mesmo o seu segmento, que sentiu impacto positivo nas vendas com a alta procura por máscaras e álcool em gel, sofre retração de demanda com o isolamento social.

Para ele, é importante manter o isolamento para conter a pandemia, especialmente as do grupo de risco.

"Deveria existir mais colaboração como um todo, mais trabalho em conjunto [das autoridades]."
Herculano
26/03/2020 06:37
BOLSONARO CAI NA ARMADILHA E PÕE DORIA EM 2022, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

Convidado a participar da reunião com o presidente da República por videoconferência, o governador de São Paulo, João Doria, começou sua intervenção tentando crescer para cima de Jair Bolsonaro, criticando seu pronunciamento da véspera. Tinhoso, o governador até fez apelo ao "entendimento", mas tratou de inviabilizá-lo com o discurso político. Sabia que o presidente, pavio curto, não resistiria à provocação. Assim, Dória saiu da reunião como queria: entronizado no posto de "antiBolsonaro".

CEREJA NO BOLO

A "cereja no bolo" do projeto político-eleitoral de Doria, inaugurado pelo bate-boca, foi a adesão do governador goiano Ronaldo Caiado (DEM).

FELIZ DA VIDA

Ao iniciar sua coletiva logo após a polêmica reunião, nesta quarta (25), Doria não escondia sua satisfação com o êxito da ação antibolsonarista.

SEM PALANQUE

Já a reunião com governadores do Nordeste, hostis a Bolsonaro, ocorreu em clima institucional: entre eles não há pretendentes sérios ao Planalto.

AGRESSIVIDADE VIRTUAL

A videoconferência foi essencial. Quem trabalha com Doria duvida que em reunião presencial ele assumisse tom tão agressivo com o anfitrião.

ISOLAMENTO SELETIVO OU 'VERTICAL' TEM DEFENSORES

O presidente Jair Bolsonaro não está sozinho na defesa do "isolamento vertical" para combater o coronavírus sem paralisar a economia e provocar quebradeira e desemprego em massa. Além do seu ex-ministro Osmar Terra, que é médico e coordenou o combate à gripe H1N1, que matou quase 800 brasileiros somente em 2019, surgem vozes como Tallis Gomes, empreendedor brasileiro premiado em todo o mundo, que, criador do transporte por aplicativo, ficou bilionário aos 26 anos.

MANDETTA JÁ APOIA

O ministro Luiz Henrique Mandetta (Saúde), em coletiva nesta quarta, mudou um pouco seu discurso e passou a criticar medidas isolacionistas.

CATÁSTROFE À VISTA

Tallis Gomes adverte que pequenas e médias empresas têm, em média, caixa por 27 dias. Com o isolamento total, todas devem quebrar.

DESEMPREGO EM MASSA

A conta é simples: Tallis lembra que 81% dos empregos no Brasil são gerados por micro, pequenos e médios empresários.

CONVIVÊNCIA LETAL

O isolamento social imposto à população tem sido apontado como responsável pela explosão dos casos de coronavírus em países como Itália e Espanha: proibidos de sair de casa, jovens infectados, mas assintomáticos, acabaram contaminando os próprios pais e avós.

BLOQUEIO QUE FAZ MAL

O bloqueio insano decretado por alguns governadores pode fazer muito mal. A polícia de Goiás chegou a barrar e atrasou o comboio de caminhões a caminho de Brasília com milhares de vacinas contra gripe.

ARGENTINA NUNCA MAIS

Com ajuda da embaixada do Brasil em Buenos Aires, um grupo de dez paulistas, oito em motos, já está em casa. Foram tratados na Argentina como criminosos, feitos prisioneiros por três dias, em nome do Covid-19.

OUTRO TIPO DE VÍRUS

A medida provisória do governo federal que tornava permanente o 13º salário para os beneficiários do Bolsa Família perdeu a validade. Morreu de esperar na gaveta da Câmara, antes de chegar ao Senado.

REDUÇÃO É FORMAL

Apesar de o senador Antonio Anastasia (PSDB-MG) ter dito que "não há nada formal" sobre reduzir salários de servidores e políticos, projeto do seu correligionário Carlos Sampaio (SP) formalizou a proposta.

HOTEL À DISPOSIÇÃO

O empresário e ex-governador do DF Paulo Octávio disponibilizou um hotel inteiro, com 150 apartamentos de 30 metros quadrados, para se tornar "hospital de campanha" no tratamento de pacientes do Covid-19.

BANDIDOS FUNERÁRIOS

O telemarketing da máfia das funerárias tem ligado para famílias com pacientes idosos em hospitais chiques de São Paulo, internados por outras doenças, oferecendo serviços funerários e jazigos. Os bandidos certamente têm conexão com os tais hospitais "de primeira linha".

AH, BOM...

A Latam alega que não suspendeu os voos para Lisboa, mas se viu obrigada a "readequar o planejamento de voos para o destino" porque o aeroporto proibiu as empresas de manterem aeronaves no local.

PENSANDO BEM...

...de repente, tanto quanto treinadores de futebol, todo mundo virou médico especialista em infectologia.
Herculano
26/03/2020 06:30
SURGE A MELHOR IDEIA PARA SALVAR EMPRESAS DA MORTE NA EPIDEMIA, por Vinicius Torres Freire, no jornal Folha de S. Paulo

Plano seria fazer empréstimos a empresas, com dinheiro público, juro quase zero e a perder de vista

Muitas empresas vão faturar pouco ou nada na paralisia causada pela guerra contra o coronavírus. Seja por determinação de governos ou por medo das pessoas de sair às ruas ou gastar, o consumo vai cair. Sem um colchão, essas empresas vão cair e quebrar, óbvio.

Um paliativo é emprestar-lhes dinheiro para que atravessem o deserto da crise catastrófica. Mas bancos não vão dar crédito à multidão de empresas sob risco de quebrar, menos ainda para pequenas. Mesmo que o empréstimo caísse do céu, como empresas frágeis pagariam a conta, multiplicada por juros bancários escorchantes, em uma economia deprimida?

É impossível. Qual a alternativa?

Economistas sortidos sugerem que os fundos venham do Estado, que também assumiria eventuais calotes. É uma ideia apresentada pelos economistas Arminio Fraga, Vinicius Carrasco e José Alexandre Scheinkman, em artigo nesta Folha, e por Nelson Barbosa, em sua coluna neste jornal, por exemplo. Economistas do governo estudam medida assim. Precisam se mexer. LOGO.

No plano de Barbosa, bancos que assim o desejarem podem participar desse programa de empréstimos, em princípio para pequenas e medias empresas. Por que o fariam? Porque o Banco Central obrigatoriamente compraria essas dívidas, tornando-se o credor de fato. Os bancos seriam apenas operadores do negócio, tarefa pela qual seriam remunerados.

Para ser mais preciso, um mecanismo institucional qualquer criaria uma entidade dentro do BC que compraria os empréstimos e administraria essa conta, uma entidade de propósito específico, separada das demais operações do BC. Seria preciso lei para essa novidade, dizem advogados.

O empréstimo seria concedido em condições específicas e padronizadas: o bastante para cobrir a folha de pagamento ou parte do faturamento, por tantos meses, e sob a condição de não haver demissões. Seria um consignado para empresas na situação de calamidade.

Haveria prazo de carência de pelo menos um ano (nos EUA, estuda-se prazo de quatro anos para operação similar), com pagamento parcelado em cinco anos, a juro zero ou quase.

No pacote da coronacrise do governo americano, haverá US$ 350 bilhões de empréstimos do Tesouro para pequenas e médias empresas, dívida que será perdoada caso as firmas não demitam.

Com os empréstimos com fundos públicos, haveria, pois, uma inundação de dinheiro na praça, que teria de ser enxugada pelo mesmo BC, em seu papel tradicional, a fim de manter a taxa básica de juros (Selic) em sua meta. Na prática, se trata, enfim, de uma operação de endividamento público em títulos de curtíssimo prazo. Quanto mais a Selic baixar e ficar por aí, menos problema haverá. Taxa quase zero em breve?

Essa entidade de propósito específico, um fundo ou quase-banco dentro do Banco Central, pode levar calotes. "Pode. Assim como o Tesouro, se recorrer a plano similar. Vamos pensar nisso depois da calamidade. A vantagem é que, com o BC, o sistema funcionaria já, de modo ágil", diz Barbosa, que foi secretário de Política Econômica e ministro da Fazenda nos anos petistas.

Empresas e famílias pagam por mês cerca de R$ 77 bilhões a todos os empregados com carteira assinada (a massa de rendimentos, que soma ainda servidores públicos, informais, por conta própria e empregadores, é de R$ 217 bilhões mensais, na conta do IBGE).

Chutando que metade da folha com CLT esteja sob risco por três meses, seria preciso começar com um fundo de mais de R$ 115 bilhões.
Miguel José Teixeira
25/03/2020 19:17
Senhores,

Cenários da epidemia

Após todas essas trapalhadas do capitão zero-zero, penso qua a sua reeleição já esta comprometida.

O que está em jogo agora é sua permanência até o final do mandato.

E o pior:

o velho PeTralhavírus (atentem para seu silêncio) está se sobrepondo ao novo coronavírus, graças a explícita incompetência do capitão!

Parafraseando o Sérgio Reis:

". . .panela velha é que faz batida boa. . ."
Herculano
25/03/2020 08:49
DINHEIRO NO CARTÃO DOS FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS A PARTIR DE HOJE

O prefeito Kleber anunciou que está depositando e liberando antecipadamente o Vale Alimentação a partir de hoje, dia 25, e com aumento: saiu de R$4,30 para R$4,50, um aumento de 4,65%.

A telefonista e ex-presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Serviço Público Municipal de Gaspar, Lucimara Rosanski Silva, reagiu:

"Prefeito Kleber, deveria pedir desculpas a cada servidor pelo prejuízo que causou desde 2018 quando converteu em cartão o Auxílio Alimentação". Muitos servidores são discriminados por não residirem em Gaspar,e em pandemia de Covid-19 não poderão adquirir alimentos de suas cestas básicas, pois o cartão por decisão exclusiva do Sr. Prefeito, só pode ser gasto em Gaspar. Todos servidores contribuem para o bom andamento das políticas públicas do município, incluindo a da Saúde (que neste momento se destaca mostrando o valor do trabalho realizado pelos servidores desta área).
Herculano
25/03/2020 08:40
PONTO

De Vera Magalhães, do jornal O Estado de S. Paulo e TV Cultura, no twitter:

A partir de hoje, o ministro @lhmandetta terá de escolher entre seu papel técnico e o juramento que fez como médico e o endosso de uma narrativa falsa, irresponsável e que pode levar o país ao colapso social e hospitalar que ele mesmo previu e contra o qual vem trabalhando.

CONTRAPONTO

De Rodrigo Constantino, do site Gazeta do Povo, Curitiba PR e rádio Jovem Pan, no twitter:

A militância quer causar intrigas entre Guedes e Bolsonaro desde o início, entre Moro e o presidente, e agora entre Mandetta e seu chefe. No afã de derrubar Bolsonaro, essa turma quer implodir o país e deseja a queda justamente dos BONS ministros!
Herculano
25/03/2020 08:36
UM GOL

O Cruzeiro do Vale, no seu portal líder de acessos, saiu na frente mais uma vez. Trouxe o relato da primeira gasparense declarada oficialmente ter o Covid 19: A gasparense Johana Ignês Pereira, de 23 anos.

Jornalismo é isso: sem quarentena, muito menos isolamento do mundo e dos leitores e leitoras.
Herculano
25/03/2020 08:32
da série: o futuro "Aliança pelo Brasil" e que está ainda no PSL, o PL e o PP dos Amins, unidos contra o governador, por birra política, em questões essenciais pela sobrevivência e futuro dos catarinenses em tempos de gravíssima crise. Nem o PT se aliou a eles. Impressionante!

A VOTAÇÃO FOI VIRTUAL, A VITóRIA REAL, por Roberto Azevedo, no Makingof

Na primeira utilização do aplicativo Zoom, com os mesmos parâmetros da votação no Senado, a Assembleia aprovou em votação virtual, por 31 votos a 9, a autorização para o governo do Estado contrair um empréstimo de US$ 344,8 milhões de dólares (aproximadamente R$ 1,5 bilhão) junto ao Banco Mundial, que dará um alívio às contas públicas. Um cenário bastante diferente, com o presidente Julio Garcia em um plenário vazio e com telões cheios de imagens de parlamentares a distância.

O assunto virou cavalo de batalha da oposição, entendida pelas posições contrárias dos deputados Ana Caroline Campagnolo (PSL), Felipe Estevão (PSL), Ivan Naatz (PL), Jessé Lopes (PSL), João Amin (PP), Marcius Machado (PL), Maurício Eskudlark (PL), Nilson Berlanda (PL) e Sargento Lima (líder do PSL), porém nem mesmo a bancada do PT (Luciane Carminatti, Neodi Saretta, Carlito Merss e líder Fabiano da Luz) votou contra.

Na tramitação do projeto, que chegou a ser barrado por Ana Caroline, o tratamento era uma forma de pressionar o governador Carlos Moisés, que propôs o projeto no ano passado para fugir de uma alta de juros de 109,36% na variação cambial, agravada pelos juros de 4%, o que transformou a operação feita junto ao Bank of America (feita em 2012, no governo de Raimundo Colombo) em uma bomba relógio, bem longe dos 3,12% da taxa da nova operação.

NÃO ERA O MOMENTO

Aumentar a tensão sobre as contas da administração estadual em meio ao combate ao Coronavírus transformou o ato da oposição em atitude irresponsável.

Uma revolta dissociada da realidade, que não é virtual, é viral. Antes, a maioria dos deputados derrubou um substitutivo apresentado pelo deputado Bruno Souza (NOVO).

COMEMOROU DEMAIS!

A deputada Paulinha Silva (PDT) comemorou o primeiro êxito como líder do governo. E foi interessante ver o encaminhamento do voto pelo sistema virtual. O embate na Assembleia não era dos mais fáceis.

APRENDIZADO

Os deputados baixaram o aplicativo no computador, no tablet ou no smartphone, que ganhou uma adaptação para usar o painel do plenário, com os respectivos votos.

Do presidente Julio Garcia (PSD) ao demais 39 deputados todos estão no processo de aprendizagem.

NO AR

O governador Carlos Moisés soube da aprovação da autorização da contratação do empréstimo enquanto estava na coletiva sobre os números do Coronavírus no Estado, ao vivo, para emissoras de rádio e TV e portais de internet.

Foi a deputada Paulinha de Silva quem avisou o secretário Douglas Borba (Casa Civil) sobre a decisão da maioria dos deputados, que imediatamente passou a informação a Moisés.

CAUSO DO CORONAVÍRUS

Corria a videoconferência dos governadores do Sul com o presidente Jair Bolsonaro, na terça (24) quando o governador Carlos Moisés da Silva fez uma observação deveras interessante. Moisés pediu que o governo federal, não só neste momento de crise da pandemia, tivesse um canal para comunicar, com antecedência, as ações que realiza em Santa Catarina, para o Estado ter um controle sobre a chegada de estrangeiros. E tascou o exemplo: "Na semana passada, durante a quarentena, recebemos uma ligação de um general de que estaria pousando um avião com imigrantes!"

Dois destaques foram dados pelo governador na videoconferência com o presidente Jair Bolsonaro: a possibilidade dos governadores assegurarem recursos, via financiamento, para obras, que evitam a utilização de recursos próprios - Santa Catarina tem nota C, que impedia novas contratações -; e a garantia do ministro Paulo Guedes (Economia), de que não faltará recurso para a saúde.

Para Moisés, a injeção de dinheiro novo também é de ânimo, necessário para olhar para frente, depois do turbilhão do Covid-19 passar, mas dependem da aprovação do Congresso.

NOVA POLÊMICA

O presidente Jair Bolsonaro conseguiu em seu pronunciamento na noite de terça (24) agradar aos seus eleitores e seguidores, parte do segmento do empresariado que teme pela quarentena como elemento de recessão econômica, e desagradar especialistas na área da saúde e os presidentes do Congresso e da Câmara, Davi Alcolumbre (DEM-AP), que está contaminado com o Covid-19, e Cesar Maia (DEM-RJ). Bolsonaro, de 65 anos, que considera o Covid-19 uma "gripizinha" e seu histórico de atleta lhe dá imunidade, segue a cartilha do presidente Donald Trump, que tem contrariado seus assessores da área da saúde, e pede a volta à normalidade econômica, uma aposta que o futuro dirá ser adequada ou arriscada. A cautela deve prevalecer assim como a opinião dos especialistas.

E AGORA?

Preocupado com o Coronavírus e seus efeitos mundiais, pois saiba que a febre amarela, que tem vacina e deveria ser aplicada em qualquer pessoa com mais de nove meses de idade, é mais letal.

A doença, que já provocou uma morte em Santa Catarina, pode ser medida pela mortandade de macacos, que já 36, portadores da endemia como o ser humano e não responsáveis pela transmissão. Segundo a Divisão Epidemiológica, há 163 outras mortes que aguardam resultado dos exames.
Herculano
25/03/2020 08:15
AÉREAS LEVAM TURISTAS A SEREM BARRADOS EM LISBOA, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou nesta quarta-feira, nos jornais brasileiros

Diplomatas da embaixada e do consulado-geral do Brasil, empenhados 100% em garantir o retorno ao Brasil dos retidos em Lisboa, estão perplexos. É que as empresas aéreas continuam levando brasileiros a Lisboa, mesmo sabendo que serão barrados. A leviandade agrava o problema. Até agora, com ajuda dos diplomatas, quase 9 mil brasileiros já retornaram, mas ainda há cerca de 1.600 à espera de viajar de volta. A Azul já não opera, a Latam suspendeu seus voos e a TAP os reduziu.

SEM ASSISTÊNCIA

As empresas aéreas não informam a quem embarca para Lisboa que todos estão sendo barrados. E o ainda lhes nega apoio em Portugal.

FILA DE ESPERA LONGA

Além de continuar levando turistas desavisados a Lisboa, as empresas aéreas têm cancelado voos de regresso. São mais de 2 mil na fila.

PREÇOS ABUSIVOS

Em vídeo aos brasileiros em Portugal, o embaixador Carlos Alberto Simas Magalhães denunciou os preços abusivo das passagens.

HORA DA SOLIDARIEDADE

O embaixador também conclamou os brasileiros residentes a ajudar os compatriotas que se encontram retidos no país em razão do coronavírus.

CORONAVÍRUS "PRENDE" MAIS DE 15 MIL BRASILEIROS

O coronavírus se espalhou pelo mundo todo e "prendeu" dezenas de milhares de brasileiros no exterior sem poder ou conseguir retornar ao país. Apesar das recentes notícias dos milhares de repatriados do Peru e Portugal, apenas uma das grandes agências de turismo do país ainda contabiliza mais de 15 mil passageiros espalhados pelo mundo e tendo que lidar com os problemas decorrentes de uma estadia não planejada.

LONGE DE CASA

Um grupo de 25 brasileiros está preso no Cairo (Egito) sem poder voltar devido ao cancelamento do voo da Alitalia, que faria conexão em Roma.

CENÁRIO INCERTO

A ANAC criou um formulário para identificar os brasileiros no exterior com voos cancelados, mas não informou quantos já foram preenchidos.

COVID-19 FAZ A FESTA

Quem consegue voltar, ou viaja de avião pelo Brasil, se preocupa com a falta de procedimentos para conter a doença. Nem um termômetro há.

MANDOU BEM

Decisão exemplar do desembargador Silvanio Barbosa dos Santos, do Tribunal de Justiça do DF, liquidando a ação oportunista da OAB-DF e de criminalistas arrogantes que pretendia soltar todos os presos retidos no semiaberto, em Brasília. A cidade estava apreensiva com a aventura.

REGRA-TRÊS

O presidente Bolsonaro não cogita realizar o sonho dos seus adversários de ver o ministro Paulo Guedes (Economia) fora do governo. Mas se isso acontecer, o "plano B" é o presidente da Caixa, Pedro Guimarães.

VALE-TUDO NA VACINAÇÃO

O desrespeito à ordem alfabética acabou o estoque de 200 mil vacinas da Secretaria de Saúde do DF. A reposição, prevista para ontem à noite, só chegará às 10h de amanhã de hoje. Vacinação será retomada às 14h.

AVENTURA PERUANA

Quatro motociclistas brasileiros estavam em Ayacucho, a 1.200 km da fronteira Brasil, e conseguiram voltar, com ajuda da nossa embaixada no Peru, atravessando dezenas de barreiras policiais e várias reservas indígenas em estrada acidentada e sinuosa. Levaram numa boa.

ÀS VÉSPERAS DE ALTA

O general Augusto Heleno, ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), será examinado pelos médicos nesta quinta-feira (26). Sob quarentena e sem sintomas, ele poderá receber alta.

ATÉ TU, UIP?

A contaminação até do infectologista Davi Uip levou à quarentena vários jornalistas de São Paulo que há semanas acompanham e entrevistam o especialista que se supunha saber como evitar a infecção.

DEVAGAR, QUASE PARANDO

Na agenda da Câmara desta semana constam duas reuniões, ambas por vídeo conferência para discutir a PEC da 2ª instância: a pedido do PT, o ex-ministro de Lula Nelson Jobim fala nesta quarta-feira (25).

NADA, AINDA

A Receita Federal suspendeu ontem o prazo para atos processuais e procedimentos administrativos. Mas não há definição de mudanças na entrega da declaração do imposto de renda, como revelou esta coluna.

LEVA PRA CASA

"Preocupados" com clientes presidiários, os criminalistas arrogantes que tentaram soltar todos deveriam acolhê-los em suas casas.
Herculano
25/03/2020 08:05
PRÍNCIPE CHARLES, 71 ANOS, ESTÁ COM COVID 19, ISOLADO, E COM SINTOMAS LEVES, INFORMOU A REALEZA
Herculano
25/03/2020 07:59
BOLSONARO SE FASTOU DA POSSIBILIDADE DE BANCAR O ESTADISTA, por Rodrigo Constantino, na Jovem Pan

Davi Alcolumbre cobrou liderança "séria, responsável e comprometida com a vida e saúde"

Presidentes do Senado e da Câmara repudiam discurso de Jair Bolsonaro contra medidas de combate ao novo coronavírus. Davi Alcolumbre cobrou liderança "séria, responsável e comprometida com a vida e saúde". Rodrigo Maia o considerou equivocado e criticou o uso da estrutura para ataques.

"O presidente Bolsonaro dobrou a aposta. Ele se afastou da possibilidade de bancar o estadista. Eu acho que ele errou totalmente na forma, concordo com Maia, não era hora de fazer isso. Não é o que o presidente Donald Trump está fazendo nos EUA. Ele está certo, na minha opinião, em apontar que há um grau de histeria e, acima de tudo, a necessidade de retomar as atividades produtivas. Tenho batido nessa tecla, é inviável essa paralisação.

Os negócios não aguentam mais do que 15 dias parados e podem implodir. Temos que tomar cuidado para que remédio não seja pior do que a doença. É obvio que o panico tem fundamento, o mundo todo está reagindo. Não e fabricação da imprensa brasileira. Parece que tem um dedo do Carlos Bolsonaro nesse texto. Bolsonaro perdeu uma grande oportunidade de passar uma mensagem similar de forma diferente."
Herculano
25/03/2020 07:53
A LIVE DE ONTEM DO PREFEITO DE GASPAR KLEBER EDSON WAN DALL, MDB, FOI O RETRATO PERFEITO DE UM GOVERNO PERDIDO DIANTE DE UMA URGÊNCIA PARA A QUAL NÃO SE PREPAROU NEM PARA A EMERGÊNCIA E NEM PARA A LIVE

É QUE CARGOS TÉCNICOS FORAM PREENCHIDOS PARA RESULTADOS ELEITORAIS. O RESULTADO S?" PODERIA TER SIDO O QUE SE VIU NA LIVE. COMUNICAÇÃO TORTA E FEITA POR CURIOSOS. ACORDA, GASPAR!
Herculano
25/03/2020 07:50
Da série: o Brasil amanheceu com as redações da imprensa de um modo em geral, junto com a esquerda do atraso de onde a maior parte é oriunda, isolando Bolsonaro e ampliando a crise para nos meter em mais um profundo caos econômico.

BOLSONARO E SEUS CÚMPLICES


Conteúdo de O Antagonista. O Ministro Luiz Henrique Mandetta "poderá colocar o cargo à disposição se for pressionado por Jair Bolsonaro a adotar uma postura mais flexível no combate ao coronavírus", diz o Estadão, citando fontes do DEM.

Se não fizer isso, ele será cúmplice da chacina bolsonarista, assim como todos os outros ministros.
Herculano
25/03/2020 07:35
A FIESP EXPôS SUA ALMA EM REUNIÃO COM BOLSONARO, por Elio Gaspari, nos jornais O Globo e Folha de S. Paulo

Na sexta-feira (20) da semana passada Jair Bolsonaro e três ministros participaram de um evento organizado pelo presidente da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp). Numa videoconferência de uma hora, falaram 14 grandes empresários ligados à guilda. É um penoso documento histórico e está na rede.

Dez deles gastaram seu tempo com platitudes ou simples bajulações. Alguns disseram o óbvio: há o problema dos transportes, o mercado se contraiu e as empresas precisam de crédito.

Ofertas concretas e bem-vindas vieram de Jean Jereissati (Ambev) e de David Feffer (Suzano). Um contou que sua fábrica do Rio foi reciclada para produzir álcool que será doado à rede pública. O outro revelou que doará 500 mil máscaras.

A reunião produziu três "Momentos Fiesp". O primeiro aconteceu depois que Eugênio de Zagottis, falando pelas farmácias, pediu o razoável adiamento da remarcação de preços prevista para a semana que vem: "O Brasil não precisa dessa manchete".

Deu-se uma saia justa. Carlos Sanchez, representante da indústria farmacêutica, retomou a palavra, dizendo que os aumentos para remédios relacionados com a Covid-19 poderiam ser adiados. Quanto aos demais só haveria dois caminhos, um dólar de R$ 4 para o seu setor ou uma redução de 5% na margem das farmácias, que deveria ser repassado à sua indústria. A proposta de Zagottis ficou no ar.

Num outro episódio, Rubens Ometto, o maior produtor de álcool neutro do país, trouxe uma agenda filosófica: "A gente precisa tomar muito cuidado com as promessas que têm sido feitas para a população, porque às vezes você pode quebrar uma cadeia dos serviços e dos negócios que são feitos, como a promessa de itens grátis, como água, como luz, como esse negócio todo. Vai se criando uma ideia de que não há necessidade de pagar".

Tudo bem, mas tinha-se acabado de tratar, sem sucesso, da conveniência de se adiar um aumento de preços de remédios.


No terceiro episódio, Edson Queiroz Neto pediu que aviões da FAB fossem à China para buscar suas encomendas relacionadas com a epidemia. Tomou um contravapor do ministro da Casa Civil, Braga Netto, lembrando-lhe que a Vale fretou um avião para buscar o material que doará.

A Vale, que não estava na reunião, fechou na China a compra de 5 milhões de testes rápidos. A primeira remessa, de 1 milhão, deve chegar na próxima sexta-feira (27). Os 4 milhões restantes chegarão em meados de abril. Essa doação equivale à metade das unidades que o Ministério da Saúde estima necessitar. Tudo sem necessidade de pagar.

A Fiesp mostrou um rosto cenográfico e alguns grandes empresários mostraram-se pedestres e pedinchões. (Paulo Skaf, presidente da Fiesp, prometeu 5.000 leitos. Enquanto ele falava, o ministro Luiz Henrique Mandetta tamborilava com os dedos na mesa.)

No dia seguinte a essa cena espetaculosa e irrelevante, uma franquia da Domino's, sem fanfarra, mandou umas 30 pizzas aos profissionais da saúde de um hospital público do centro do Rio, com o seguinte bilhete: "Com um toque de amor, em agradecimento a todos vocês que estão linha de frente, se sacrificando por nós".

De vez em quando, surge a ideia de que o ato de pagar (e de receber) não é tudo na vida de um povo, de uma empresa ou até de uma pessoa.
Herculano
25/03/2020 07:25
A TEMPESTADE EM MACONDO E A QUARENTENA NO BRASIL, por

O Brasil do coronavírus pode reduzir a uma garoa o aguaceiro imaginado por Garcia Márquez, por Augusto Nunes, no portal R7

Fruto da imaginação fantástica do escritor Gabriel Garcia Márquez, a chuva que começou a cair sobre Macondo na página 349 de Cem Anos de Solidão durou quatro anos, 11 meses e 2 dias. Enquanto raios e trovões ecoaram incessantemente o som da fúria, os habitantes não deram as caras nas ruas inundadas. Não houve casamentos nem separações. Todos os compromissos, planos e sonhos foram adiados para depois do aguaceiro. Quando a estiagem chegou, e a vida retomou o seu curso, Macondo era uma cidade em ruínas.

Se os profetas do apocalipse estiverem certos, a tempestade bíblica que destruiu Macondo vai parecer tão inofensiva quanto a velha garoa paulistana se confrontada com a extensão quarentena imposta pelo combate ao coronavírus. Apoiados em estudos produzidos por sumidades científicas que ninguém conhece, eles pregam a imediata suspensão por tempo indeterminado dos campeonatos brasileiros de todas as modalidades esportivas, das festas juninas, das cerimônias religiosas ou civis, das eleições municipais, do desfile de 7 de setembro, dos jantares de Natal e da festa do Réveillon.

Os pessimistas vocacionais tentariam prolongar o soturno feriadão de 2020 pelo restante da década se não houvesse uma pedra intransponível no caminho: o Carnaval chegará em 12 de fevereiro de 2021. Nenhuma pandemia impedirá que o Brasil volte a reunir, ao som de marchinhas e sambas, o maior arquipélago de multidões do planeta. É pouco vírus para tanta gente.
Herculano
25/03/2020 07:07
LIBEREM A HIDROXICLOROQUINA, por Helio Beltrão, engenheiro com especialização em finanças e MBA na universidade Columbia, é presidente do instituto Mises Brasil, no jornal Folha de S. Paulo

Governo será irresponsável se não liberar o uso para todos os casos sintomáticos

O momento da pandemia por Covid-19 no Brasil é dramático. Hospitais estão começando a receber um número crescente de doentes com pneumonia e insuficiência respiratória.

Quem acompanhou as notícias nos últimos dias está familiarizado com o termo "achatamento da curva".

Um gráfico esquemático com duas curvas em formato de sino, que compara duas hipóteses de transmissão da Covid-19, rápida e lenta, demonstra que uma transmissão rápida exaure a capacidade do sistema de saúde. Nesse caso, uma quantidade muito grande de pessoas ficaria sem atendimento e sem acesso aos respiradores. É preciso achatar a curva.

A situação dramática na Itália e em outros países contaminou o imaginário da população, que espera o caos.

Contribui com o medo generalizado o artigo acadêmico "Impacto de Intervenções Não Farmacêuticas para Reduzir a Mortalidade da Covid-19 e a Demanda do Sistema de Saúde", publicado pelo Imperial College, que prevê a morte de 500 mil britânicos e 2 milhões de americanos caso não seja implementado o confinamento total, ou lockdown, durante muitos meses.

O estudo é deficiente e irrealista: não faz análise do balanço de benefícios e custos (queda do PIB, empregos, fechamento de empresas), presume capacidade estática do sistema de saúde, não incorpora o uso de máscaras e não decompõe por fronteiras geográficas de transmissão, mas por países.

Desgraçadamente, formadores de políticas de saúde pública no mundo têm se baseado em estudos como esse. Cálculos similares para o Brasil têm projetado 1 milhão de mortes!

Em tais cálculos absurdos não estão computados os efeitos benignos de eventuais tratamentos eficazes. E aí reside a maior esperança: a hidroxicloroquina (HCQ).

É um medicamento dos anos 1940, recomendado pela OMS, seguro sob recomendação médica e cujos efeitos colaterais são conhecidos. Na semana passada, foram publicados dois estudos: um na revista Nature e outro capitaneado pelo dr. Didier Raoult, do IHU Méditerranée.

Os resultados são promissores. No estudo do dr Raoult, 20 pacientes foram tratados com HCQ, e em 14 deles não foi detectado o vírus após seis dias. Em conjunto com o antibiótico azitromicina, a HCQ também demonstrou êxito.

A comprovação científica definitiva só virá depois de realizados estudos de melhores práticas, que são randomizados e "double blind", porém meses podem passar antes de sua publicação em periódico de primeira linha com revisão por seus pares.

Por enquanto, a OMS, governos, agências reguladoras como a Anvisa e até parte da comunidade médica estão rechaçando o uso em tratamento acompanhado. Na quinta-feira passada (19), o Ministério da Saúde confiscou e recolheu a HCQ de todas as farmácias, distribuidores e laboratórios do país, deixando na mão os doentes de lúpus e artrite.

Porém, desde a semana passada, há um crescente e impressionante conjunto de evidências anedóticas de êxitos do tratamento "off-label" da HCQ. Apesar da OMS, os melhores hospitais do mundo já inseriram a HCQ em seu protocolo para tratamento de casos avançados, com resultados excelentes. No Brasil, é o caso da Rede D'Or, da Albert Einstein e da Prevent Senior.

Tenho informações de que inúmeros profissionais de saúde da linha de frente também estão tomando a HCQ em dosagem profilática, preventiva. Ações falam mais alto que palavras. "É perigoso para você, mas bom para mim."

Com o esmagador conjunto de evidências e o baixo risco, a Anvisa e o Ministério da Saúde serão irresponsáveis se não liberarem o uso para todos os casos sintomáticos, não apenas os graves. Quando isso ocorrer, a curva será achatada, e muitas mortes serão evitadas, precipitando o fim da pandemia.
Herculano
25/03/2020 07:02
VÍRUS PERDE, VÍRUS GANHA, por Carlos Brickmann

O presidente americano Donald Trump informou que, após 15 dias de quarentena, o país vai se abrir e a população voltar a trabalhar. "Não estou pensando em meses", disse Trump. "Nosso país não foi erguido para fechar. Logo estará aberto aos negócios. Se perguntarmos aos médicos, eles fecharão tudo, o mundo inteiro, e isso pode criar um problema maior que o de hoje". Trump disse que a baixa letalidade do coronavírus, a seu ver, que seria de um terço da prevista, influenciou sua decisão. Enfim, ir em frente antes mesmo que haja um decréscimo significativo na força da pandemia.

Horas antes da declaração de Trump, a porta-voz da Organização Mundial da Saúde, Margaret Harris, disse que 85% de todos os novos casos surgem nos Estados Unidos e na Europa, e que "rapidamente a situação americana está se deteriorando, com 40% de todos os novos casos". Para a OMS, os EUA podem se transformar no novo centro da pandemia no mundo. "Há um surto enorme e está aumentando", completou. "Estamos vendo uma progressão muito rápida no número de casos dos Estados Unidos".

Enfim, os EUA estão à beira da normalização, como sugere Trump, ou de enorme avanço do coronavírus? A OMS tem os números; e Trump, como presidente, provavelmente tem conhecimento de fatos ainda desconhecidos por nós. Foi ele que antecipou o uso de um remédio contra a malária para o coronavírus, e o remédio está sendo testado.

É torcer, rezar, aguardar.

O VAI-VEM

Preocupado com o vai-vem do presidente Bolsonaro, que culminou com a edição de medida provisória que permite zerar salários por quatro meses e sua retirada logo em seguida? Continue a preocupar-se: Bolsonaro está cada vez mais voltado para sua candidatura à reeleição, oscilando de acordo com as pesquisas e as redes sociais. E sabe que seu desempenho no caso atual não foi bem aceito: Mandetta, o ministro da Saúde, tem maior aprovação que os governadores, e os governadores vão melhor que o próprio Bolsonaro.

Pela análise das pesquisas Ibope e Datafolha, que saíram nesta semana, o presidente continua forte, mas se restringe a pouco mais de um terço do eleitorado. É uma parcela considerável, mas bem menor do que já foi.

OS NÚMEROS

No caso coronavírus (pesquisa do Datafolha), a atuação de Bolsonaro é aprovada por 35% e reprovada por 33%. Os governadores tiveram 54% de ótimo e bom, em média. O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, teve 55%. A participação de Bolsonaro no ato do dia 15 foi rejeitada por 68%.

O FATO

Bolsonaro chamou a pandemia de "gripinha", rompeu a quarentena para abraçar participantes da passeata do dia 15, mas o ministro Mandetta não mudou de posição: manteve-se firme na tese da quarentena. E, ignorando o ódio presidencial a alguns governadores, é com eles e com o Congresso que vem articulando a estrutura da saúde pública para enfrentar o pico da doença. Mandetta e Bolsonaro são amigos há muitos anos, mas há quem aposte que os elogios públicos ao trabalho do ministro foram o fim de uma bela amizade.

ELEIÇõES

O senador paulista Major Olímpio estuda a apresentação de uma proposta de emenda constitucional para suspender as eleições municipais deste ano e realizá-las em conjunto com as eleições de 2022. Desta forma, haveria, de quatro em quatro anos, eleições gerais para todos os cargos, do Executivo e Legislativo. A causa próxima seria a dificuldade de realizar as eleições deste ano, devido à pandemia. E há, desde sempre, grupos favoráveis a realizar eleições em conjunto, por economia e para evitar que o país pense o tempo todo em termos eleitorais. Há ainda quem pense em fazer a eleição neste ano, por mais difícil que seja organizá-la (por exemplo, Rodrigo Maia), ou adiá-la para o ano que vem.

De qualquer forma, é complicado mexer no tema: é necessária a emenda constitucional, deve-se decidir quem ocupa o cargo a partir do fim do mandato dos atuais prefeitos e vereadores - ou, o que pode provocar longa discussão constitucional, a prorrogação dos mandatos. Mas o tema está em discussão. E tem logo de ser resolvido. Outubro está aí.

BOA ISCA

Um dos argumentos mais fortes que o pessoal da unificação eleitoral deve usar é, além da dificuldade de organizar a votação deste ano, a possibilidade de utilizar os R$ 2 bilhões que seriam gastos nas campanhas, mais o custo da eleição, e entregar tudo à Saúde, para a luta contra os coronavírus.

JON-Y-SAAD

A história de que a Rede Bandeirantes tem sócio chinês é besteira. Tem parceria de conteúdo com uma TV chinesa (e também com a TV do New York Times). Para quem gosta de fofocas falsas, mais uma: Lula teria ido visitar o papa para pegar dinheiro no Banco do Vaticano e comprar a Bandeirantes, para enfrentar os evangélicos, hoje com Bolsonaro. Que tal?
Herculano
25/03/2020 06:53
da série: nos Estados Unidos, a imprensa pensa diferente da brasileira e se aproxima do que pensa Bolsonaro. Leia pelo menos o último parágrafo do artigo, se você não gosta e principalmente não é capaz de ler textos longos com capacidade reflexiva, pois prefere pílulas de enganação ditas ou escritas no whatsapp, redes sociais ou colunas superficiais de gente sem conhecimento e animadoras da ignorância.

REPENSANDO O ISOLAMENTO DO CORONAVÍRUS, opinião do Conselho Editorial do Wall Street Journal, um jornal de economia editado em Nova Iorque. Tradução de Luiz Roberto Mendes Gonçalves para o jornal Folha de S. Paulo

O custo humano das perdas de emprego e falências será superior ao que a maioria dos americanos imagina

Os mercados financeiros interromperam sua queda na quinta-feira (19), mas ninguém deve pensar que a calamidade econômica terminou. Se esse isolamento ordenado pelo governo continuar por muito mais que uma semana ou duas, o custo humano das perdas de emprego e falências será superior ao que a maioria dos americanos imagina. Isto não será muito apreciado em alguns setores, mas as autoridades federais e estaduais precisam começar a adaptar sua estratégia antivírus agora para evitar uma recessão econômica que superará em muito os prejuízos de 2008-2009.

O enorme projeto de afastamento social dos últimos dez dias foi necessário e fez muito bem. Advertências sobre reuniões de mais de dez pessoas e limitar o acesso a lares de velhos salvarão vidas. O público recebeu uma educação crucial em higiene e prevenção de doenças, e até mesmo os jovens podem entender a mensagem. Com alguma sorte, essa mudança de comportamento vai reduzir a disseminação do coronavírus o suficiente para nossos hospitais não ficarem saturados de pacientes.

Anthony Fauci, Scott Gottlieb e outros especialistas em doenças estão ganhando um tempo crucial para que o governo e a indústria privada organizem recursos contra o vírus.

Mas os custos desse isolamento nacional estão crescendo hora a hora, e não estamos falando de gastos federais. Falamos em um tsunami de destruição econômica que fará dezenas de milhões de pessoas perderem o emprego enquanto o comércio e a produção simplesmente param. Muitas grandes empresas podem suportar algumas semanas sem receitas, mas isso não vale para milhões de pequenas e médias empresas.

Até empresas ricas em caixa operam com uma fina margem e podem sangrar suas reservas em um mês. Primeiro elas demitirão empregados e depois fecharão, por necessidade. Mais um mês como esta semana e as demissões serão medidas em milhões de pessoas.

O prejuízo na produção será profundo e levará anos para se reconstruir. Em uma recessão normal, os Estados Unidos perdem cerca de 5% da produção nacional ao longo de mais ou menos um ano. Neste caso, poderemos perder esse tanto, ou o dobro, em um mês.

Nosso amigo Ed Hyman, economista de Wall Street, ajustou na quinta-feira sua estimativa para o segundo trimestre para uma queda anual do PIB de -20%. O secretário do Tesouro, Steven Mnuchin, afirmou na Fox Business na quinta que a economia suportará tudo isso, mas será excesso de otimismo se continuar por muito tempo.

Se o PIB parece abstrato, considere o custo humano. Pense no empresário que investiu sua vida em um restaurante em Memphis para ver seus clientes desaparecerem em uma semana. Ou na rede de 30 lojas que emprega centenas de pessoas, mas não tem vendas e precisa fechar as portas.

Ou na recém-formada com US$ 20 mil em dívidas estudantis - feitas por encorajamento dos políticos- que se vê demitida do primeiro emprego. Talvez ela possa voltar para casa e morar com os pais, mas e se eles também forem demitidos? Como se mede o custo humano desses sonhos despedaçados, vidas viradas do avesso ou danos à saúde mental resultantes das ordens dos governos federal e estaduais?

Alguns na mídia que não entendem a economia americana dizem que a China administrou um choque comparável à sua economia e agora começa a sair do outro lado. Por que os EUA não podem fazer o mesmo? Isto ignora que o Estado chinês possui uma enorme participação na economia e decidiu absorver os prejuízos. Nos EUA esses prejuízos serão suportados por proprietários privados e trabalhadores que dependem de uma economia privada funcional. Eles não têm uma folha de pagamentos do Estado a que recorrer.

Os políticos em Washington dizem aos americanos, como sempre, que virão em seu socorro, preenchendo cheques para indivíduos e oferecendo empréstimos às empresas. Mas não há volume de dinheiro capaz de compensar os prejuízos da magnitude que estamos enfrentando se isto durar mais várias semanas. Depois do primeiro trilhão de dólares neste mês, teremos de gastar mais US$ 1 trilhão em abril, e mais um em maio?

Quando o programa do Tesouro de empréstimos a pequenas empresas passar pelos detalhes burocráticos --completos, com ordens aos proprietários de que não podem demitir ninguém como preço para obter o empréstimo--, milhões de empresas estarão falidas e dezenas de milhões de pessoas, sem emprego.

Talvez tenhamos sorte, e o gênio humano e capitalista para inovação produzam uma vacina mais depressa do que se espera - ou pelo menos tratamentos que reduzam os sintomas do Covid-19. Mas do contrário nossos líderes e nossa sociedade muito em breve precisarão mudar sua estratégia de combate ao vírus para algo que seja sustentável.

O doutor Fauci explicou essa severa política de isolamento como durando 14 dias em seu prazo inicial. A orientação nacional seria então reconsiderada dependendo da disseminação da doença. Esse deverá ser o momento, senão antes, de oferecer novas orientações sobre o que poderá se chamar a fase 2 da campanha da pandemia do coronavírus. Esta certamente incluirá medidas rígidas para isolar e proteger os mais vulneráveis --os idosos e os que têm problemas médicos crônicos. Isso não deverá se tornar uma discussão sobre quantas vidas sacrificar contra quantos empregos perdidos podemos tolerar. O afastamento social substancial e outras medidas terão de continuar durante algum tempo de alguma forma, dependendo de como evoluirá nosso conhecimento do vírus e seus efeitos.

Mas nenhuma sociedade pode proteger a saúde pública durante muito tempo ao custo de sua saúde econômica geral. Até os recursos americanos para combater uma praga viral não são ilimitados - e se tornarão mais limitados dia a dia conforme os indivíduos perderem os empregos, as empresas fecharem e a prosperidade americana der lugar à pobreza. Os EUA precisam urgentemente de uma estratégia pandêmica que seja mais sustentável econômica e socialmente do que o isolamento nacional atual.
Miguel José Teixeira
24/03/2020 10:00
Senhores,

O artigo do Jovem, Corajoso e Competente Doutor Deltan Dallagnol aliado à "pergunta que não quer calar" da coluna do CH abaixo replicada, explicita:

Vivemos a DITADURA DA TOGA, supremas lagostas chapadas de vinhos tetra-premiados internacionalmente, apoiada por parlamentares corruPTos!

Embora na palavra "corruPTos" acima, destaca-se a sigla dos PeTralhas (maior quadrilha que já agiu e continua agindo no País), infelizmente eles existem em quase todas agremiações partidárias.

Algumas delas, ainda não os tem. Mas, aguardam na fila. . .basta dar-lhes o poder!

"A corrupção, em certo sentido, é produto da forma de vida de uma sociedade aquisitiva, onde domina o dinheiro e onde as pessoas são julgadas pelo que possuem e não pelo que são (autor desconhecido, SoFrases.com).
Herculano
24/03/2020 09:14
A DISFUNCIONALIDADE DO FORO PRIVILEGIADO NA LAVA JATO, por Deltan Dallagnol, do Ministério Público Federal de Curitiba, no site da Gazeta do Povo, Curitiba PR

Vivemos um sistema de Justiça disfuncional e altamente discriminatório, com pobres inundando o sistema carcerário por crimes menores, enquanto privilegiados políticos dificilmente chegam a ser efetivamente processados, quanto mais condenados e presos. Tomemos, como exemplo dos problemas, a atuação do Supremo Tribunal Federal em casos criminais, inclusive na Lava Jato.

Fora o processo do mensalão, conduzido com mãos de ferro pelo ex-ministro Joaquim Barbosa, contam-se nos dedos os políticos que foram presos por condenação definitiva do STF. Alguns ministros, inclusive os três mais antigos da casa, aparentemente jamais expediram mandados de prisão por condenação, mesmo tendo dezenas de anos de atuação no Supremo. Ou todos os parlamentares investigados nos gabinetes desses ministros eram inocentes, o que parece pouco provável diante do que revelou a Lava Jato, ou algo está muito errado no sistema de foro privilegiado.

Um levantamento do site Congresso em Foco em 2015 apontou que 500 parlamentares haviam sido investigados desde a Constituição de 1988. Cerca de 45 para cada ministro do STF, em média, antes de empreiteiras na Lava Jato implicarem centenas de políticos. Parece improvável que tantas investigações fossem infundadas. Uma das dificuldades para a responsabilização de políticos no Supremo é o rigorismo excessivo em decisões iniciais nas apurações e processos. Ainda que ministros afirmem estar seguindo a lei, na prática acabam exigindo mais do que a lei prevê e, com isso, impedem precocemente o desenvolvimento dos processos. Essa postura é ilustrada por três casos da Lava Jato.

Uma das dificuldades para a responsabilização de políticos no Supremo é o rigorismo excessivo em decisões iniciais nas apurações e processos

O primeiro é a acusação apresentada para o STF em junho de 2016 contra o deputado Eduardo da Fonte. Segundo o Ministério Público Federal (MPF), o parlamentar e o falecido senador Sérgio Guerra teriam ajustado R$ 10 milhões em propinas com a empresa Queiroz Galvão para que a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras de 2009, de que o senador fazia parte, não alcançasse resultados efetivos.

Após a investigação, quando o MPF apresenta uma acusação formal, a Justiça precisa decidir se o acusado deve ou não ser processado. Essa decisão é chamada de "recebimento" da denúncia e só deve acontecer quando existe a chamada "justa causa", que consiste em "elementos probatórios mínimos" ?" para usar a linguagem do próprio STF - que apontem a existência de um crime e quem é o responsável por ele. Nesse momento inicial do processo, se houver dúvidas sobre a responsabilidade do acusado, a denúncia deve ser "recebida" ?" a dúvida favorece a sociedade ("in dubio pro societate"). Isso porque ao longo do processo o MPF poderá apresentar provas adicionais. No julgamento final, a lógica é a contrária: só se condena o réu quando há provas para além de qualquer dúvida razoável ?" a dúvida favorece o réu ("in dubio pro reo").

Em novembro de 2016, chegou o momento de a Segunda Turma do STF decidir se a denúncia contra Eduardo da Fonte seria recebida. O ministro relator, o saudoso Teori Zavascki, votou pelo seu recebimento. No entanto, Dias Toffoli pediu vista. Em dezembro de 2017, apresentou seu voto, argumentando que não havia prova suficiente para dar início ao processo porque a acusação de corrupção tinha por base, supostamente, apenas a palavra de delatores.

Como um precedente do STF derrubou o processo da refinaria que deu um prejuízo bilionário
Lava Jato: Um quebra-cabeça sendo desmontado

Havia duas posições divergentes disputando espaço. A acusação tinha por base, de fato, depoimentos prestados por Paulo Roberto Costa e, posteriormente, Fernando Soares, ambos colaboradores, que declararam ter havido contatos entre eles, os dois parlamentares e a Queiroz Galvão, ajustando-se o suborno para que a CPI não prosperasse. Entretanto, o voto de Zavascki mostra que havia muito mais que isso. Existiam comprovantes de passagens aéreas que demonstram as viagens dos parlamentares em datas coincidentes para as reuniões, assim como de hospedagem em hotel na data em que uma reunião ocorreu.

Mais ainda: foi possível recuperar um vídeo gravado de uma das reuniões, em que estão presentes Paulo Roberto Costa, Fernando Soares, Idelfonso Colares (alto executivo da Queiroz Galvão) e os parlamentares. O vídeo conflitava com depoimento do deputado Eduardo da Fonte, que, segundo Zavascki ressaltou, havia negado "conhecer Fernando Soares ou ter participado de encontros nesse período para tratar da CPI da Petrobras".

O áudio da reunião deixou claro que os presentes trataram, sim, da CPI da Petrobras, cujo abafamento era do interesse do diretor da Petrobras e da empreiteira, potenciais investigados que tinham razões para temer a revelação de seus ilícitos. Embora a conversa gravada não tenha revelado o acerto explícito de propinas, os colaboradores esclareceram que isso jamais acontecia nas reuniões, onde o ajuste era mais sutil, cifrado. Eles apontaram um trecho do vídeo em que, segundo afirmaram, ficava claro o combinado. Nele, Idelfonso Colares lá pelas tantas comenta: "dando suporte aí ao senador". E o senador respondeu: "isso... conversa aí entre vocês".

Não se pode esperar, em situações de corrupção, que o corrupto passe recibo. Normalmente a prova do crime é indireta e não direta

Para além de tudo isso, a CPI da Petrobras foi encerrada em 2009 apontando a "inexistência de indícios de irregularidades", de modo contrário ao que tinha demonstrado o Tribunal de Contas da União. Hoje as fraudes nas contratações e a corrupção foram trazidos à luz do dia. Naquela época, possivelmente ocultados.

Além disso, Zavascki assinalou que o Ministério Público apresentou indícios do pagamento das propinas, embora não fosse necessário, já que a corrupção se consuma com o ajuste do suborno. Foram apresentados, para isso, depoimentos de Alberto Youssef, Carlos Rocha, Delcídio do Amaral e Pedro Correa.

Na sessão de julgamento, estavam ausentes Ricardo Lewandowski e Celso de Mello. Coube a Gilmar Mendes desempatar e este acompanhou Toffoli, rejeitando a acusação. O processo criminal, assim, nem sequer iniciou. Desse modo, os ministros vencedores negaram valor probatório para uma série de indícios relevantes, um tipo de prova que tem seu valor reconhecido pela lei.

Não se pode esperar, em situações de corrupção, que o corrupto passe recibo. Normalmente a prova do crime é indireta e não direta. No contexto de crimes graves de difícil prova, tribunais internacionais, inclusive de direitos humanos, reconhecem que a prova indireta, indiciária, é apta até mesmo para proferir condenações, quanto mais para meramente dar início ao processo.

Dentre 18 denúncias oferecidas pelo MPF perante o STF na Lava Jato, sete foram rejeitadas na Segunda Turma

Como explicar que os parlamentares, dentre os quais um membro da CPI, reuniram-se com potenciais investigados de modo oculto para tratar desse assunto? Como explicar a frase do senador incentivando que os potenciais investigados lhe dessem um "suporte"? Tais fatos, somados aos comprovantes de viagens e indícios de pagamentos de subornos, são provas independentes que corroboram os relatos detalhados dos colaboradores. Isso aponta que a rejeição da denúncia por suposta falta de provas que corroborassem a palavra dos delatores foi equivocada, ainda mais diante da regra de que, na dúvida, dá-se início ao processo criminal.

Apresentei o acórdão que registra os votos antagônicos de Zavascki e Toffoli para oito juízes federais de diferentes perfis e com experiência na área criminal, perguntando o que fariam se fossem seus julgadores. Sete deles, ou 87,5%, afirmaram que receberiam a denúncia ?" um deles ainda disse que condenaria com base nessas provas se fossem aquelas disponíveis no momento da sentença.

A decisão ilustra uma das maiores dificuldades para o avanço de casos criminais de foro privilegiado, especialmente no Supremo, que é o rigorismo excessivo de alguns ministros e que impede o início do processo penal. Na primeira instância, o caso provavelmente teria se desenvolvido, abrindo a oportunidade, inclusive, para que o MPF apresentasse provas adicionais.

Sintoma desse rigorismo de alguns ministros é o fato de que, dentre 18 denúncias oferecidas pelo MPF perante o STF na Lava Jato, sete foram rejeitadas na Segunda Turma. No relatório divulgado por Edson Fachin, ministro relator dos casos, no fim de 2019, ele registrou que ficou vencido em 5 dos 7 julgamentos, por entender que as acusações deveriam ter sido recebidas.

Alguns ministros, para autorizar medidas investigativas, exigem um nível de robustez de prova que só poderia ser atingido exatamente se as investigações fossem autorizadas

De modo similar, num segundo caso, uma acusação de corrupção contra o senador Ciro Nogueira foi rejeitada com base em voto de Toffoli, acompanhado por Gilmar Mendes e Ricardo Lewandowski, sob o argumento de que não havia provas que corroborassem a palavra dos colaboradores. Fachin ficou vencido e, em seu voto, apontou várias evidências que confirmavam os depoimentos dos delatores. Dentre elas, estão as entradas do senador na sede da empreiteira, nove visitas suas a Paulo Roberto Costa, anotações com o endereço do senador onde as entregas de dinheiro teriam ocorrido, a contabilidade informal de Alberto Youssef, registros de voos para as entregas de valores, uma descrição acurada da parte interna da residência do parlamentar pelo entregador do dinheiro e um depoimento de um ex-assessor do político, não colaborador, que apontou movimentações em dinheiro vultosas pelo preposto do parlamentar que seria o receptor das propinas.

Num terceiro caso, Fachin novamente ficou vencido ao decidir sobre o recebimento da acusação por corrupção e lavagem de dinheiro proposta contra o deputado José Nobre Guimarães. Segundo a denúncia, o colaborador Alexandre Romano teria pago R$ 97.761 ao parlamentar para que intermediasse junto ao seu apadrinhado, o presidente do Banco do Nordeste do Brasil, um financiamento em favor da empresa Engevix no valor de R$ 260 milhões. Pela concessão do financiamento, conforme a acusação, o colaborador teria recebido R$ 1 milhão e repassou cerca de 10% para o deputado mediante cheques usados para quitar dívidas do parlamentar junto a pessoas jurídicas. Os pagamentos foram feitos por meio de contratos fictícios e pelo custeio de despesas pessoais.

Entretanto, para Toffoli, que foi acompanhado por Gilmar Mendes, não houve prova de que o deputado tenha vendido a função parlamentar, questão que para Fachin deveria ser debatida no processo e julgada ao seu fim. Foi outro caso encerrado precocemente.

Seria possível detalhar outras decisões na Lava Jato. O mesmo rigorismo é verificado na concessão de medidas investigativas por alguns ministros, como quebras de sigilos bancários ou buscas e apreensões.

O foro privilegiado de políticos é disfuncional e antirrepublicano, e a não investigação e o não processamento dos poderosos no Supremo atenta contra nossa Constituição

O contrassenso nessas situações de medidas investigativas é maior porque alguns ministros, para autorizá-las, exigem um nível de robustez de prova que só poderia ser atingido exatamente se as investigações fossem autorizadas; afinal, seu objetivo é justamente obter provas. Isso impede o aprofundamento das apurações.

O emprego por alguns ministros de rigor excessivo nas decisões iniciais, de recebimento da denúncia ou de investigação, mesmo diante de provas consistentes, contribui para fazer do Supremo um terreno árido para investigações e processos criminais se desenvolverem ?" inclusive na Lava Jato. Além do excessivo rigor em decisões iniciais de certos julgadores, há uma morosidade crônica dos casos criminais no STF, que frequentemente conduz à prescrição e consequente impunidade, o que abordarei no próximo artigo.

Algo realmente parece errado: o foro privilegiado de políticos é disfuncional e antirrepublicano, e a não investigação e o não processamento dos poderosos no Supremo atenta contra nossa Constituição. Isso é extremamente preocupante diante da importância do papel do STF na defesa dos princípios e valores fundantes de nossa democracia. Tal papel inclui o poder-dever de responsabilizar e afastar da vida pública, de modo tempestivo, nossos principais governantes quando traem a confiança depositada nas urnas pela sociedade e praticam atos que se afastam do melhor interesse da população com o objetivo de desviar recursos ou arrecadar propinas que influenciam fraudulentamente eleições.

Isso jamais acontecerá se os casos forem encerrados precocemente ou forem excessivamente demorados. A sociedade brasileira espera e merece mais de sua corte máxima nos casos envolvendo políticos com foro privilegiado.
Herculano
24/03/2020 08:43
VAI RECOMEÇAR O FEDOR DO LIXO EM GASPAR? POR QUE ELE SE ACUMULA NAS RUAS? UMA CIDADE SEM SANEAMENTO, COM DÚVIDAS NAS OBRAS DE DRENAGENS, COM ABASTECIMENTO DE ÁGUA COMPROMETIDO E AGORA COM O LIXO NÃO RECOLHIDO E ACUMULADO COMPROMETENDO AINDA MAIS A SAÚDE EM TEMPO DE COVID 19?

TUDO COM UM ÚNICO ENDEREÇO DE EFICIÊNCIA NO PLANEJAMENTO E EXECUÇÃO: O SAMAE DO MAIS LONGEVO DOS VEREADORES, JOSÉ HILÁRIO MELATO, PP
Herculano
24/03/2020 07:25
MEDIDAS DO BANCO CENTRAL APONTAM PARA A GRAVIDADE DA CRISE DO CORONAVÍRUS, por Ivanir José Bortot, em Os Divergentes

Depois de ações ainda pouco efetivas do Ministério da Fazenda, foi a vez do Banco Central entrar com seu arsenal para tentar reduzir os efeitos negativos da crise econômica gerada pela paralisia provocada pelo coronavírus

O conjunto de medidas anunciados hoje pelo Banco Central (BC) para dar um colchão de liquidez aos bancos, somado à decisão do BNDES de prorrogar o pagamento da empréstimos e à suspensão da jornada de trabalho por medida provisória, parcialmente revogada, indica a dimensão do tsunami que vem aí na área econômica e social.

Ao anunciar hoje pela manhã a disponibilização de R$ 1,216 trilhão, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, sinalizou que o pior dos efeitos de combate ao coronavírus sobre a economia deverão ocorrer nos próximos meses. Os valores equivalem a 16,7% do Produto Interno Bruto (PIB) e quatro vezes mais do que os 3,5% do PIB usados pelo BC para enfrentar a crise da economia mundial de 2008.

A natureza da crise atual é diferente, envolve fortemente o setor de serviço, o setor produtivo e financeiro de todo o mundo, sem falar nas incertezas quanto ao tempo de duração da doença. O processo de interrupção de produção das empresas em qualquer canto do mundo pode ter reflexos na economia local. A inevitável falência de milhares de pequenas, médias empresas de nosso país.

Campos Neto disse que as reações dos governos de todo o mundo ao ambiente de incerteza tem indicado um cenário de elevada gravidade, com turbulência financeira que supera a crise mundial de 2008. A China teria passado pelo pior no enfrentamento da doença, mas os Estados Unidos, maior economia do planeta, se prepara para uma quadro de recessão forte no próximo trimestre. O Brasil terá que lidar além dos impactos que o coronavírus provoca na economia local com os efeitos da economia mundial, que ocorrem com as oscilações do câmbio, preços das commodities e as exportações.

O arsenal das medidas anunciadas pelo BC equivalem a 16,7% do Produto Interno Bruto(PIB). Em 2008 o BC liberou o equivalente a 3,5% do PIB. Ainda é difícil estimar se as medidas adotas até agora serão suficientes para amenizar os efeitos da crise e manter os setores produtivos essenciais operando.

As informações da autoridade monetária pelo menos indicam que a quarentena e outras medidas de restrição ao trânsito terão um forte impacto sobre o setor de serviços , que representa 63% na formação do Produto Interno Bruto (PIB). O BC alerta para perda de renda das pessoas e de valores financeiros. Apenas neste início da crise foi estimado uma perda de R$ 1,6 trilhão pela desvalorização das ações na Bolsa de Valores.

Para fazer frente aos reflexos ainda mais danosos da tendência de paralisia do setor produtivo, a autoridade monetária está liberando os compulsórios e pretende conceder empréstimos aos bancos lastreados em debêntures de empresas e comprar Letras Financeiras dos bancos com garantia dos créditos concedidos.

Em uma hora como essa o dinheiro ajuda, mas não resolve um conjunto de outras dúvidas que estão na cabeça dos investidores e daqueles que vivem da "mão-pra-boca", que dependem de seu trabalho para se alimentar e pagar as contas. O governo dos Estados Unidos pretende liberar U$ 2,5 mil por família, especialmente para uma população de 34 milhões de pessoas de trabalhadores informais.

Aqui, com exceção do BC, que está cuidando de dar liquidez e confiança ao sistema financeiro, falta coordenação na área econômica para medidas que efetivamente possam amenizar os efeitos do desemprego e perda de milhares de pequenos empreendedores que estão com negócios fechados e certamente vão quebrar.
Herculano
24/03/2020 07:06
APóS CORONAVÍRUS, CHINA ACELERA COMPRAS DE ALIMENTOS, MAS TEME GARGALOS NO BRASIL, por Mauro Zafalon, no jornal Folha de S. Paulo

Além da chuvas nos portos, preocupam eventuais bloqueios na logística em razão da epidemia

O descompasso de ritmo entre a economia da China e a do resto do mundo preocupa os asiáticos.

Passado o momento pior da presença do coronavírus no país asiático, é hora de recompor importações, afetadas pelo vírus nos primeiros meses do ano.

Os chineses temem, porém, por dificuldades nas importações nos próximos meses.

Neste período do ano, o Brasil é o grande fornecedor de soja para a China. A saída de mercadorias em fevereiro, contudo, foi afetada por chuva nos portos, sobrecarregando os embarques de março.

Neste mês, contudo, notícias de eventuais greves nos portos deixam os chineses apreensivos, uma vez que eles necessitam de muita soja para recompor estoques de farelo, utilizado nas rações.

Uma das preocupações é que, exatamente no período de pico das exportações brasileiras de soja para a China -abril e maio -, o Brasil poderá viver o pico da incidência do coronavírus no país, segundo Daniele Siqueira, analista da AgRural.

Preocupados com possíveis problemas nas importações de commodities, os chineses, embora o Brasil esteja em plena safra, começam a importar soja também dos Estados Unidos.

O Usda (Departamento de Agricultura dos EUA) informou que o país vendeu 120 mil toneladas de soja na semana passada. Embora o órgão não tenha informado o destino dessa soja, o mercado aposta que ela foi para portos chineses.

Com as perspectivas de uma melhora no ritmo econômico interno, a China está elevando também os estoques de outros produtos, tais como sorgo, milho, trigo e carnes.

Comprou próximo de 700 mil toneladas de milho dos Estados Unidos e 340 mil de trigo. As maiores compras são de sorgo, uma vez que as importações chinesas já atingiram, em março, o volume de vendas projetado pelo Usda para toda a safra.

Os chineses vão continuar comprando muita soja do Brasil, mas há um nervosismo deles com os sinais desencontrados no país.

Além da colheita tardia e das chuvas que atrapalharam as exportações, agora o país vive momentos de incertezas devido às medidas isoladas tomadas por municípios e estados na logística, muitas delas contrariando as normas federais, segundo Siqueira.

As exportações brasileiras de soja deste mês deverão atingir um patamar recorde para o período. No ritmo das três primeiras semanas, sairão mais de 10 milhões de toneladas do produto pelos portos brasileiros neste mês.

Ao contrário da soja, porém, boa parte das demais commodities exportadas pelo Brasil perdeu ritmo neste mês, tanto em relação a fevereiro como em comparação a março de 2019.

A carne suína foi uma exceção. O país deverá exportar 70 mil toneladas de produto "in natura" neste mês, mantendo o patamar médio diário de fevereiro, mas superando os de dezembro e de março do ano passado.

O setor sucroalcooleiro, o quinto maior em importância para a balança comercial brasileira no ano passado, é um dos mais afetados no momento.

As vendas externas de açúcar em bruto recuaram 13% neste mês. Além das dificuldades externas com a açúcar, o setor deverá ter problemas internos no setor de etanol.

O preço baixo do petróleo afetará a rentabilidade das usinas. Além disso, o isolamento social da população afetará o ritmo de transportes, e a demanda por etanol será menor.

A demanda por alimentos continua, mas a recessão mundial deve derrubar os preços externos das commodities, o que já vem ocorrendo com alguns itens como soja, milho e carnes bovina e de frango.

O patamar de US$ 102 bilhões em receitas com exportações de produtos do agronegócio, atingido em 2018, fica um pouco distante em 2020.
Herculano
24/03/2020 07:00
RECEITA AINDA AVALIA PRORROGAR PRAZO DA DECLARAÇÃO, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

A Receita Federal do Brasil ainda não se mostrou sensível às dificuldades geradas pela pandemia do coronavírus, em relação ao adiamento ou suspensão dos prazos para entrega das declarações de Imposto de Renda deste ano. Ainda está matutando, enquanto os prazos correm. Questionada nesta segunda-feira, a confirmou apenas que "está avaliando". Lacônica, sua assessoria informa: "Não há definição".

IR EM MAIO

O secretário da Receita, José Tostes, recebeu no dia 20 um pedido do Sindicato dos Auditores Fiscais para ampliar o prazo para 31 de maio.

CORONAVÍRUS DIFICULTA

Segundo o Sindifisco, a pandemia do vírus e as medidas impostas para combate-lo podem dificultar o recolhimento de documentos do IR.

VAI-E-VEM

O secretário José Tostes teve de desmentir informações de que o prazo foi prorrogado. A negativa foi interpretada como definitiva. Só que não.

6 MILHõES JÁ DECLARARAM

Apesar das dificuldades, a Receita já recebeu cerca de 6 milhões de declarações e deve receber mais 26 milhões até o fim do prazo.

PRORROGAÇÃO EXPõE INUTILIDADE DA JUSTIÇA ELEITORAL

Uma das maiores vantagens da "coincidência de mandatos", a partir de 2022, com eleições somente a cada quatro anos, é reabrir o debate sobre a extinção da Justiça Eleitoral, jabuticaba brasileira que nos custa R$6 bilhões por ano. Já se conversa no Congresso sobre o adiamento das eleições de outubro, em razão do coronavírus, e a prorrogação de mandatos por alguns meses, até que a pandemia desapareça. Ou até 2022, como pretende proposta de emenda que tramita no Congresso.

CAMPANHA NÃO DÁ

A alegação pelo adiamento das eleições é a impossibilidade de fazer campanha, comício, corpo-a-corpo, beijar criancinhas etc.

SEM HORÁRIO GRATUITO

Bolsonaro defende a coincidência de mandatos de presidente a vereador a cada 4 anos. O cancelamento do horário gratuito é outra vantagem.

FUNDÃO DE MENOS

O fim de eleições a cada 2 anos faria o País economizar, começando pelos R$2,7 bilhões do indecoroso fundão eleitoral.

NÃO É NENHUMA SUÍÇA

Quem imagina que a Suíça é uma Suíça, lá os supermercados só admitem 50 clientes por vez e apenas um comprador para cada corredor de gôndolas. E ainda há limite no número de produtos, na compra.

QUE VERGONHA

Causou indignação em Brasília uma ação oportunista da OAB-DF, junto a criminalistas milionários, para beneficiar a clientela soltando todos os presos do semiabertos no DF. Para essa gente, a população tem mais é que ficar "presa", em recolhimento domiciliar, e os bandidos soltos.

DIA DE SHOW

Funcionários da área pública de saúde deram um show de competência, no primeiro dia de vacinação. Em Brasília, postos de vacinação drive thru foram um sucesso.

ORDEM DE CIMA

Em tempo de coronavírus, a "agência reguladora" Aneel se finge de morta, à espera de quem manda, as empresas, mas segue inflexível na intolerância a atrasos no pagamento da conta de luz. Não pagou cortou.

PERGUNTA QUE NÃO CALA

Em relação à decisão do STF de que "a Bolsa Família não sofrerá cortes durante pandemia", o senador Arolde de Oliveira pergunta: "o que é que o STF tem a ver com Bolsa Família?" lembra que o presidente Jair Bolsonaro liberou mais de um milhão de novas bolsas".

ESFORÇO BINACIONAL

As diretorias brasileira e paraguaia de Itaipu tomaram medidas para combater o coronavírus, incluindo a suspensão de visitas e a liberação do trabalho de aprendizes e pessoas com mais de 60 anos.

EMPRESA TIPO GOLEIRO BRUNO

Após matar o rio Doce e reincidir em Brumadinho, causando a morte de quase 300 pessoas com barragens malcuidadas, a mineradora Vale tenta se fazer de simpática, doando kits de testes para o coronavírus.

VÍRUS E ELEIÇÃO, TUDO A VER

Os efeitos do coronavírus nas eleições já aparecem: em Teotônio Vilela (AL), a Justiça decretou a indisponibilidade de bens do prefeito Joãozinho Pereira (MDB) por fazer promoção pessoal com coronavírus.

PERGUNTA NA TRINCHEIRA

No "orçamento de guerra" que imaginou, Rodrigo Maia vai abrir mão da mordomia do jatinho da FAB no qual já fez mais de 700 viagens?
Herculano
24/03/2020 06:53
O HOMEM DO SÉCULO 21 ENTRA EM COLAPSO POR TER DE RESPONDER A EMAILS E MUDAR AS FRALDAS DOS FILHOS, por João Pereira Coutinho, escritor e sociólogo português

Pandemia terá como mérito mostrar a eles como é a vida normal das mulheres

A cabeça está em crise, dizem os jornais. Com o corona à solta e o pessoal em quarentena, há sinais de loucura aqui e ali.

Leio, por exemplo, que os homens da classe média ou média alta são os mais afetados. Um deles confessa: não é fácil continuar trabalhando (em casa), cuidar dos filhos (em casa) e manter a relação conjugal nos mínimos olímpicos (em casa).

Pois é. Parece que a pandemia terá como principal mérito mostrar aos homens - o sexo forte, certo? - como é a vida normal das mulheres, obrigadas a fazer tudo isso sem reclamar.

Pessoalmente, relatos desse tipo provocam-me uma certa náusea. O problema é ter lido história, sobretudo as cartas que os rapazes escreviam nas trincheiras da Primeira Guerra Mundial (1914-1918) com as balas do inimigo voando sobre a cabeça.

O homem do século 21 entra em colapso porque tem de responder a emails e mudar as fraldas dos filhos. É impossível não verter uma lágrima pelos infelizes.

Mas o problema não é apenas pessoal. É civilizacional. O sociólogo Frank Furedi, que tem escrito na virtual Spiked os melhores textos sobre a pandemia em curso, há vários anos que se debruça sobre a forma como a cultura do medo passou a dominar os espíritos ocidentais.

Em "How Fear Works: Culture of Fear in the 21st Century", um trabalho de 2018 que merece ser lido para entendermos melhor a desgraça humana em que nos tornamos, Furedi não se ocupa apenas dos grandes medos ?"guerras, pandemias, terrorismos etc.

Essa cultura de temor e tremor começa nas pequenas coisas: na dieta (tudo é cancerígeno), nos estilos de vida (não fazer jogging é fatal), na educação das crianças (há pedófilos em todas as esquinas), na relação entre os sexos (todos os homens são predadores).

Por outras palavras: nos últimos 40 anos, o Ocidente foi alargando cada vez mais os objetos que nos provocam pavor. Até chegarmos, sem surpresas, a alunos universitários que temem certas matérias "desconfortáveis", exigem "safe spaces" e batalham contra "microagressões".

Os nossos antepassados temiam os Quatro Cavaleiros do Apocalipse?" a guerra, a peste, a fome e a morte.

Hoje, existem milhares de cavaleiros do apocalipse, sempre prontos para nos atacarem.

Isso tem um preço, avisa Frank Furedi: uma mudança no próprio estatuto de pessoa. Deixamos de ser agentes de resiliência, prontos a enfrentar os desafios como parte da experiência humana, e nos perspetivamos como seres desprotegidos, em risco, emocionalmente frágeis ?"vítimas eternas de um mundo que conspira para nos destruir.

Se a cultura do medo fosse apenas um problema psicológico, isso já seria lamentável. Mas o que começa por ser um problema psicológico acaba por se metastizar em problema político crucial: quem acredita viver no estado da natureza, onde a vida é "solitária, pobre, sórdida, brutal e curta" (Thomas Hobbes dixit), anseia sempre por um novo Leviatã.

E não faltam tiranos, ou candidatos a tiranos, dispostos a embalar o nosso medo com doses cada vez mais crescentes de segurança e vigilância.

Na Hungria, por exemplo, o governo de Viktor Orbán prepara-se para aprovar um "estado de emergência" na luta contra o vírus por prazo ilimitado - uma aberração constitucional e antidemocrática.

Não será caso único: o patrimônio moral que permitiu a emergência do liberalismo político - autonomia, liberdade, antiautoritarismo, limitação do poder - já estava em erosão. A crise do novo coronavírus pode ser apenas o golpe de misericórdia que faltava.

E quem lutará contra isso? O homem aterrorizado do século 21?

Não me matem de riso. Se, por hipótese fantasiosa, alguém dissesse que tinha a cura milagrosa para a Covid-19, exigindo apenas em troca algumas liberdades "menores" (como a liberdade de expressão ou de associação), não faltariam candidatos para o negócio.

Sim, a pandemia é séria. E, na ausência de uma vacina, o distanciamento social é a única solução empiricamente comprovada para evitar o colapso dos sistemas de saúde. E as mortes, é claro.

De igual forma, "estados de emergência" podem ser necessários para evitar males maiores. As democracias liberais, às vezes, são obrigadas a esses regimes de exceção, desde que limitados no tempo e enquadrados pela lei.

Mas o trabalho de Frank Furedi é precioso ao mostrar-nos como o medo de agora foi alimentado durante anos pelo culto sadomasoquista da nossa própria fraqueza.

Alguém se espanta que, na hora da verdade, o homem do século 21 entre em depressão porque tem simplesmente de ficar em casa?
Herculano
24/03/2020 06:45
BANDIDOS EM MEDO DO CORONA, DA POLÍCIA E DA JUSTIÇA

Do noticiário da CBN, no twitter, nesta manhã

A polícia do RJ desarticulou quadrilha que estava se organizando para saquear supermercados e lojas de departamento. O grupo foi criado por meio de um aplicativo de mensagens. Um ambulante suspeito de fazer parte do esquema foi preso.
Herculano
24/03/2020 06:43
O PRIMEIRO FRIO DO OUTONO EM SC

Nesta terça-feira, dia 24, fez 4,2 de madrugada na estação meteorológica de São Joaquim
Herculano
24/03/2020 06:41
EMPREGO E O FUTURO

Do presidente Jair Messias Bolsonaro, sem partido, no twitter

- A epidemia afeta diretamente a todos, mas medidas extremas sem planejamento e racionalidade podem ser ainda mais nocivas do que a própria doença no longo prazo. Quando falamos em proteger empregos, também estamos falando de preservar a vida das pessoas. É isso que faremos!
Herculano
24/03/2020 06:39
DUAS PALAVRAS DA MODA QUE ESTÃO SENDO USADAS ERRADAMENTE

QUARENTENA É O ISOLAMENTO DE PESSOAS SADIAS

ISOLAMENTO É A SEGREGAÇÃO DE PESSOAS DOENTES
Herculano
24/03/2020 06:37
da série: as redes sociais chegaram ao descrédito e servem apenas como panfleto e que faz efeito em tempos de ódio. E o que dizer dos aplicativos de mensagens, mesmo que o conteúdo seja passado para nós por um conhecido ou amigo com crédito? Está cada vez mais claro, que é preciso se ter fonte com crédito e saber o matiz da fonte com crédito para confiar. O resto são dúvidas permanentes.Aqui, você sempre encontra a fonte origem do que se reproduz. Daí a credibilidade.

TVs E JORNAIS LIDERAM ÍNDICE DE CONFIANÇA EM INFORMAÇõES SOBRE CORONA VÍRUS, DIZ DATAFOLHA

Por outro lado, só 12% das pessoas dizem confiar no que é compartilhado por WhatsApp ou Facebook

Conteúdo do jornal Folha de S. Paulo. Texto de José Marques. Com TVs e jornais à frente, os meios de comunicação da imprensa profissional são vistos pela população como os mais confiáveis na divulgação de informações sobre a crise do novo coronavírus, segundo pesquisa do Datafolha.

Enquanto isso, redes sociais e aplicativos de mensagens são vistos como pouco confiáveis em meio à pandemia.

Segundo o levantamento, programas jornalísticos da TV (61%) e jornais impressos (56%) lideram no índice de confiança sobre o tema, seguidos por programas jornalísticos de rádio (50%) e sites de notícias (38%).

Em posição oposta à imprensa profissional estão os conteúdos que vêm de WhatsApp e Facebook. Nas duas plataformas, apenas 12% dizem confiar em informações sobre o coronavírus. Nelas, o índice dos que dizem não confiar nas informações atinge 58% (WhatsApp) e 50% (Facebook).

Por outro lado, o índice dos que dizem não confiar nas informações sobre a pandemia é de 11% nos jornais e de 12% nos telejornais. Os sites de notícias têm a desconfiança de 22%.

O levantamento do Datafolha foi realizado de quarta (18) a sexta-feira (20). A pesquisa foi feita por telefone, e não presencialmente, devido à pandemia. Foram ouvidas 1.558 pessoas, e a margem de erro é de três pontos percentuais, para mais ou menos.?

As pessoas foram questionadas se confiam ou não confiam nas informações sobre o coronavírus divulgadas nos jornais impressos, nos programas jornalísticos de TV e rádio, nos sites de notícias, no WhatsApp e no Facebook.

Elas podiam responder ainda se confiavam apenas em parte nas informações ou se não utilizavam os meios.

Acreditam mais nas redes sociais pessoas com mais de 60 anos e menos escolarizadas - do total de entrevistados que têm até o ensino fundamental, 18% dizem confiar nas informações sobre a pandemia recebidas pelo WhatsApp e 17% pelo Facebook. Esses segmentos, porém, também confiam mais nos meios de comunicação profissionais.

Como a Folha mostrou neste domingo (22), a população brasileira está assustada com a emergência sanitária causada pela pandemia. Para 88%, segundo o Datafolha, trata-se de uma questão séria.

Além dos 36% que se dizem com muito medo, há outros 38% que relatam ter um pouco de temor. A chance de ser infectado pelo patógeno é estimada como possível por 83% (20% alta, 33% média e 30%, baixa).

Hábitos diversos foram mudados e, para 73%, medidas mais duras como a quarentena que foi anunciada por São Paulo no sábado (21) são necessárias e desejáveis.

O comportamento do presidente continua sendo um fator de divisão. Para 20%, ele se comporta de maneira adequada ao cargo sempre, e 27% acham que ele o faz na maioria das vezes.

Na outra metade, 26% creem que Bolsonaro não se porta como um presidente, e 20%, que ele é assim na maior parte das vezes.

As ações oficiais para tentar conter o vírus têm alta aceitação: 92% concordam com a suspensão de aulas, 94% aprovam a proibição de viagens internacionais e 91% são favoráveis à interrupção nos campeonatos de futebol do país, por exemplo.?

Já nesta segunda-feira, a Folha mostrou que a avaliação de Bolsonaro na gestão da crise é muito pior que a de governadores e ministério, também de acordo com o Datafolha.

Bolsonaro tem sua gestão da pandemia aprovada por 35%, enquanto governadores são vistos como ótimos ou bons em seu trabalho por 54%. Mesmo o Ministério da Saúde é mais bem avaliado que o presidente: 55% aprovam o trabalho da pasta de Luiz Henrique Mandetta.
Miguel José Teixeira
23/03/2020 19:44
Senhores,

A pergunta da coluna do CH, replicada abaixo:

"Por onde anda o ex-presidiário Lula? Que outro dia estava passeando na Itália, França, Alemanha..."

Bom. . .está aguardando resposta à carta que "iscreveo" ao presidente da China, tratando-o de "cumpanhêru jipinho" em que gabou-se de que quando mandava no Brasil, o coronavírus não entrava só os PeTralhavírus. . .
Herculano
23/03/2020 16:20
da série: efeitos do ócio além de panelaços e das mesmices nas tevês abertas e pagas, e a inexistência de esportes ao vivo.

INDÚSTRIA PORNô AUMENTA AUDIÊNCIA COM QUARENTENA PELO CORONAVÍRUS

Conteúdo do portal G1

Além de cursos online e aulas no Instagram, os brasileiros estão ocupando o seu tempo de quarentena em sites pornôs. A prova disso é que os canais estão registrando um aumento no número de acessos e assinaturas.

O número de visitas do Sexy Hot aumentou 31% no período de 14 a 19 de março, se comparado aos dias 7 e 12 do mesmo mês. O número de usuários também subiu 25% no período acima e a quantidade de vídeo views aumentou 15%.

A plataforma decidiu disponibilizar 10 filmes nacionais e internacionais no site e nos canais por assinatura.

"Queremos colaborar com a permanência das pessoas em casa, oferecendo mais opções de entretenimento e conteúdo de qualidade", explica a diretora-geral do Grupo Playboy do Brasil, Cinthia Fajardo.

Mais assinaturas - Nesta semana, a produtora de vídeo Brasileirinhas chegou a duplicar o número de assinaturas por dia. "Nossa média sempre foi de 300 assinaturas por dia, mas desde terça está chegando a 600", afirmou Clayton Nunes, CEO da produtora, ao G1. Quando perguntado se pretende disponibilizar filmes gratuitos ou fazer alguma ação para este período de coronavírus, Nunes é categórico.

"Sou contra pornografia gratuita, porque acho que isto é para quem tem renda. Disponibilizando gratuitamente crianças e adolescentes irão ter acesso", explica.

Nunes explica que o consumo de conteúdo adulto se concentra nas horas vagas, por isso é o normal que o consumo aumente na quarentena. "Como as pessoas estão de quarentena é natural que o consumo aumente. O tempo livre causa esse comportamento", afirma.

Aumento global - Não é só no Brasil que as pessoas têm procurado mais esses sites. O Porn Hub, um dos mais famosos sites do entretenimento adulto do mundo, registrou um aumento global de acessos. A empresa até disponibilizou um especial de dados sobre consumo na época de coronavírus em seu site de resultados.

No nível global, o número de acessos tem aumentado diariamente. Na terça-feira (17), o gráfico registrava o aumento de 11,6% em comparação a um dia médio, segundo o Porn Hub. Desde o dia 12 de março, o gráfico que mostra os acessos no Brasil também aumentam. Na última terça, o tráfego no site era 13,1% maior que um dia normal.
Herculano
23/03/2020 16:15
EMPRESAS DE TECNOLOGIA TÊM DE AGIR NA COVID-19, por Ronaldo Lemos, advogado, diretor do Instituto de Tecnologia e Sociedade do Rio de Janeiro, no jornal Folha de S. Paulo

Liberar o acesso universal e gratuito ao WhatsApp durante a crise é medida essencial que deveria ser tomada já

Um dos poucos aspectos positivos da crise atual é que ela precipita a colaboração entre pessoas comprometidas a trabalhar em soluções emergenciais. Isso aconteceu, por exemplo, no setor de tecnologia.

Boa parte das lideranças do setor no Brasil está desde meados da semana passada unida em grupos formados na internet, debatendo ações que podem ser tomadas para que a tecnologia ajude neste momento difícil.

Listo abaixo algumas das propostas que emergiram dessa conversa até agora. Todos os pontos estão em aberto para sugestões e aperfeiçoamento. Para lidar com uma crise dessa magnitude, é preciso dados.

Nesse sentido, vale lembrar que as teles e outras empresas de tecnologia têm hoje condições de estabelecer a localização precisa de cada pessoa que possui um aparelho de celular e seus deslocamentos.

É possível usar essa informação - respeitando a privacidade - para tomar medidas que auxiliem o isolamento social e também para garantir o funcionamento sem interrupções de serviços essenciais
que não devem parar.

As teles e todas as empresas que possuem dados como esse precisam desde já criar protocolos imediatos para dar acesso a essas informações diretamente aos governos estaduais e municipais, que são quem têm a responsabilidade de coordenar esse esforço ao nível local.

Outro ponto essencial é a questão do fluxo de pagamentos, assegurando que as pessoas mais pobres tenham acesso a auxílio de renda emergencial. Nesse contexto, vale lembrar que um em cada três brasileiros não tem conta bancária. São justamente os mais vulneráveis.

Para eles, é preciso soluções imediatas. Por exemplo, acelerar o processo de implementação de pagamentos digitais via redes sociais e WhatsApp, que estavam em curso. E também utilizar a estrutura de créditos de celular - hoje onipresente para quem tem conta de celular pré-paga- para transferir dinheiro. Isso já acontece há anos no Quênia e em outros países. Pode ser implementado em caráter de urgência no Brasil com grande efetividade.

Outra questão é garantir à população mais carente o acesso básico a comunicação. A maioria das pessoas, apesar de ter celular, não tem internet assegurada.

Nesse sentido, liberar o acesso universal e gratuito ao WhatsApp durante o período da crise (e outras redes sociais amplamente usadas) - mesmo que de forma básica, permitindo acessar só texto e áudio - é medida essencial que as empresas de tecnologia, ao lado das teles, podem e deveriam fazer imediatamente. Ou ainda assegurar cobertura 3G universal e aberta neste período. São medidas essenciais.

Outro desafio - como apontado por Armínio Fraga e Marcos Lisboa - é garantir o lado da oferta. De nada adianta ter R$ 200 a mais por mês se não há o que comprar com esse dinheiro.

As empresas de tecnologia atuando em logística reversa podem contribuir nisso, como Eu Entrego, sem falar no Rappi, na Loggi, na CargoX e em todas as empresas de online to offline (O2O) do Brasil.

Felizmente, essa conversa já começou. Uma das medidas será criar pontos de armazenamento e coleta auto-organizados para facilitar a distribuição, como aconteceu na China. E também, como a China demonstrou, contar com as empresas locais de tecnologia é fundamental para sair
desse desafio enorme.

READER
Já era?
Viajar de avião sem fazer processo de segurança


Já é?
Processo de segurança nos aeroportos ampliado desde o 11 de Setembro


Já vem?
Processo de segurança biológica de saúde obrigatório universalmente a partir da Covid-19 nos aeroportos
Herculano
23/03/2020 16:10
da série: agora sim, a quarentena vai funcionar.

TRÁFICO E MILÍCIA IMPõEM TOQUE DE RECOLHER NO RIO

Conteúdo de O Antagonista.Moradores de diferentes comunidades do Rio, informa o G1, relatam mensagens de traficantes e milicianos impondo toque de recolher à população em razão da pandemia do novo coronavírus.

Uma das mensagens replicadas pela reportagem do site diz o seguinte:

"Queremos o melhor para população. Se o governo não tem capacidade de dar um jeito, o crime organizado resolve."
Herculano
23/03/2020 16:06
UMA QUESTÃO ELEMENTAR; NóS SOMOS OS BURROS DE CARGA DO ESTADO DOENTE, VICIADO E CORRUPTO

Se a atividade econômica vai diminuir significativamente, vão se ter menos impostos para sustentar o estado.

Se muitas empresas e empreendimentos vão quebrar, vão se ter menos impostos para sustentar o estado.

Ora, se os servidores, cheios de privilégios e alguns deles, estabelecidos em castas muito bem pagas continuarem com os privilégios e ninguém perder o emprego porque são estáveis e nem houver a redução de jornada com a respectiva redução de vencimentos porque os deputados eleitos pelo povo para defender o povo, vão defender 5% da população ativa, de onde virão os recursos para sustentar essa mamata em tempos de crise?

- Do dinheiro que já está faltando para saúde, educação, segurança e obras básica de infraestrutura.

- A ex-primeira ministra Conservadora [e liberal] da Grã Bretanha, Margareth Tatcher, enunciou o seguinte na briga feroz e vencida por ela contra os sindicatos, dominado pelos Trabalhistas:

Não existe essa coisa de dinheiro público.Existe apenas o dinheiro dos pagadores de impostos"
Herculano
23/03/2020 15:57
REVOGAR O CORONAVÍRUS

Do editor da revista eletrônica Crusoé, no twitter:

Bolsonaro revogou a suspensão dos contratos de trabalho. Não resistiu às pressões. Os brasileiros realmente não entenderam que o mundo está quebrando, e daqui a pouco não haverá contrato porque não haverá trabalho. Vão ter mesmo de revogar o novo coronavírus.
Herculano
23/03/2020 15:55
NÃO TEM MÁGICA, Só CIÊNCIA E SOLIDARIEDADE EM TEMPOS DE CORONAVÍRUS, por Luiz Felipe Pondé, filósofo e ensaísta, no jornal Folha de S. Paulo

Pessoas se dividem entre heróis e bandidos em momentos trágicos como esse que passamos

Como fazer o discernimento entre a paranoia, a responsabilidade e a irresponsabilidade nos dias que nos esperam?

Essa pergunta marcará a diferença entre adultos e imaturos nos próximos meses. Estamos vivendo a maior catástrofe global desde a Segunda Guerra Mundial. Mas o coronavírus tem, até então, letalidade limitada. Idosos e pacientes com doenças crônicas são grupo de risco. Isso todo mundo já deve saber.

O risco está, acima de tudo, no campo do sistema social de saúde, que corre o risco de ficar sobrecarregado, dos impactos econômicos e das consequências políticas. Tudo isso junto matará mais gente ainda. Do ponto de vista da sua vida, isso tem um significado: cancele tudo. Faça tudo que der a distância. E saiba que todos estamos com medo juntos.

O objetivo global é atrasar o avanço do vírus. É uma corrida contra a velocidade do contágio. Não tem mágica, só ciência e solidariedade. São as ferramentas que temos nas mãos. Nada além disso. Silenciem os que odeiam tudo e todos, e deixem os outros falarem.

O paranoico compra todo o álcool em gel dos supermercados. O responsável compra o suficiente, sabendo que o futuro é um tanto incerto, mas parte dele está aberto a nossas pequenas ações invisíveis.

Como diziam Adam Smith no século 18 e Thomas Sowell mais recentemente, há um conhecimento disperso pela população que ninguém consegue sistematizar, mas que organiza todas as decisões no front da vida real.

E esse front é, no final do dia, sempre moral. E não há múltiplas narrativas nesse caso.

Alias, quando dramas morais de fato se impõem, nunca há múltiplas narrativas. Só covardia ou coragem, egoísmo ou solidariedade, ignorância ou conhecimento, incompetência ou competência. Estamos no terreno da moral das virtudes. E a moral nunca é original.

Que os paranoicos nos ouçam: ninguém no Brasil (e no mundo) vai poder se salvar sozinho. Desta vez não existem carros blindados nem muros. A epidemia tem a violência do destino trágico dos gregos
- é cega, "escolhe" suas vítimas ao acaso e é implacável em sua crueldade.

Há líderes religiosos dos três tipos. O paranoico fala em pragas bíblicas. O responsável faz culto a distância e conclama "suas ovelhas" ao cuidado, à ciência e à solidariedade. O irresponsável sai em manifestações políticas contra a democracia, dizendo que Jesus ama o presidente da República.

Esta última questão merece um comentário pontual a ser feito. O presidente Bolsonaro (este resto que o PT nos deixou como herança) deu sua maior demonstração, até o momento, de delinquência.

Aqueles que no último domingo, dia 15 de março, ainda diziam que o vírus é coisa de comunista ou fake news são exemplos crassos de irresponsabilidade. Bolsonaro não parece capaz de reunir as condições mínimas para liderar o país através dessa crise. É irresponsável, pouco inteligente e cheio de ódio.

Que os outros líderes políticos deste país se mostrem superiores a esse incapaz. E lembrem que, em momentos trágicos como o que passamos (e aqui digo trágico no sentido grego citado acima, e não como algo banal), as pessoas se dividem em heróis e bandidos.

Que mesmo o crime organizado, neste momento, se una, em silêncio, à população e aos agentes responsáveis dos governos para salvar o maior número possível de vidas. Líderes políticos marcam a sua carreira em momentos como estes. Os medíocres, os covardes e os irresponsáveis pagarão o preço de seus vícios.

A tragédia grega nos ensina que a virtude brota do solo do desespero. Estamos atravessando um daqueles momentos históricos em que a vida é mais social do que nunca.

Como foi dito recentemente no parlamento português, "cancelem tudo e fiquem em casa". Cancelem festas, casamentos, batizados, enterros. Cancelem viagens, reuniões presenciais. Que fechem os bares (não seja um bêbado idiota), as baladas (não seja um jovem idiota) os restaurantes, as escolas.

Que as redes sociais mostrem que elas não dão voz somente aos imbecis, como disse Umberto Eco, em um momento de raiva. Que elas sirvam como ferramenta para a vida continuar no limite do possível. Que a solidão, a tristeza, as perdas econômicas e o tédio sejam minimizados. Porque essa epidemia vai passar.
Herculano
23/03/2020 15:51
CAMPANHA PEDE QUE POLÍTICO ABRA MÃO DO SALÁRIO, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

Viraliza a campanha para que parlamentares, sobretudo do Congresso, abram mão dos seus privilégios e regalias, a fim de que esses recursos sejam aplicados no combate ao coronavírus. Afinal, enquanto a crise ameaça salários, empregos e empresários já não sabem se continuarão sua atividade, deputados federais e senadores seguem custando quase R$200 mil por mês, cada, e ainda têm plano de saúde único no mundo, ao contrário do povão, que paga essa conta e tem que enfrentar o SUS.

HORA DE RETRIBUIR

A campanha nas redes sociais inclui, além de parlamentares, todos os ocupantes de cargos bem remunerados na administração pública.

GRANDE IDEIA

O empresário José Luís Leite, cujo vídeo viralizou, pede que políticos "cortem na própria carne" e doem seus salários. Foi um sucesso.

NISSO ELES SÃO RÁPIDOS

Com a crise do coronavírus, em poucos dias Câmara e Senado criaram um sistema de votação remoto que os dispensam de ir ao trabalho.

AO MENOS REDUZIR

Se o Congresso não abre mão de privilégios, ao menos poderia reduzi-los, já que a pretexto do coronavírus vai trabalhar só um dia por semana.

CONGRESSO VIRTUAL TEM TUDO PARA SER ESQUECIDO

Em meio à crise provocada pelo coronavírus, deputados e senadores nunca trabalharam tão rápido para resolver seus problemas e criaram em tempo recorde sistemas para realizar sessões virtuais sem sequer ir a Brasília. Isso só está funcionando devido ao tema único e votações de consenso, mas os próprios servidores do Congresso preveem um caos com projetos polêmicos e acreditam que, para o desgosto dos parlamentares, a ideia deve ser esquecida assim que a crise passar.

DOIS LADOS DA MOEDA

A realização de sessões remotas seria útil em projetos insignificantes, pois liberaria a pauta, mas pode ser a desculpa para folgas maiores.

KIT OBSTRUÇÃO

A falta da possibilidade de um debate livre é tida como prato cheio para questionamento judicial de deliberações polêmicas do "plenário virtual".

SONHO DE CARREIRA

A realização permanente de sessões remotas é o sonho de deputados e senadores, que adoram os salários e regalias, mas odeiam o trabalho.

PRORROGAÇÃO DE 2 ANOS

Ganha força no Congresso a ideia de cancelar as eleições e prorrogar os mandatos de prefeitos e vereadores, em razão do coronavírus, como esta coluna revelou ontem. Jair Bolsonaro defende "coincidência de todos os mandatos eletivos. Seria o fim de eleição a cada dois anos.

PRINCIPADO AMEAÇADO

Já é visível a mudança no comportamento do novo líder do PSB na Câmara, Alessandro Molon (RJ), independente em relação à república de Pernambuco comandando o partido com trejeitos coronelistas.

ALô, MAIA E ALCOLUMBRE

Segundo pesquisa XP/Ipespe, a avaliação negativa (ruim ou muito ruim) do presidente Jair Bolsonaro de 36% só perde para a avaliação negativa do Congresso Nacional, que soma 44%.

SEM QUARENTENA NOS GASTOS

O Congresso tirou recesso de 48 dias. Voltou em 4 de fevereiro, depois teve Carnaval e coronavírus. Mesmo assim, deputados e senadores gastaram mais de R$6 milhões só em 2020, em "ressarcimentos".

DIAS DE TERROR

Sem ter a quem pedir esmolas, com as ruas desertas, moradores de rua do Rio de Janeiro passaram a atacar raros transeuntes em gangues, tirando-lhes o que podem, à força.

Só PENSAM NAQUILO

A deputada Perpétua Almeida (PCdoB-AC) continua sendo quem mais gasta dinheiro público por meio de ressarcimento de despesas, no Congresso. Desde fevereiro de 2019, já foram R$ 600 mil.

NÃO HOUVE RISCO

O deputado Cezinha (PSD-SP) disse não ter exposto qualquer pessoa ao risco quando presidiu sessão do Conselho de Ética, terça (10). Ele disse que, segundo seu médico, o coronavírus deve ter sido contraído após um contato com o senador Nelsinho Trad (MS) na quarta (11).

GUERRA DE COMUNICAÇÃO

A FGV/DAPP diz que desde o início de março, grupos antibolsonaristas têm se mantido com maior volume de engajamento que bases pró-Bolsonaro no Twitter, com 21% dos engajamentos.

PERGUNTA NO DIRETóRIO

Por onde anda o ex-presidiário Lula? Que outro dia estava passeando na Itália, França, Alemanha...
Herculano
23/03/2020 15:42
QUARENTENA NÃO EVITA TRAGÉDIA, por Vinicius Mota, secretário de Redação do jornal Folha de S. Paulo

Transmissão familiar em regiões populares desassistidas pode levar a desastre

O Brasil dificilmente conseguirá aplicar quarentena rígida contra a Covid-19. Uma espécie de toque de recolher prolongado prevalece em países ricos europeus, mas não parece ter sido capaz de evitar matanças na Itália e na Espanha.

Ainda subindo, a taxa italiana de mortes por 100 mil habitantes pela epidemia é mais de 30 vezes a sul-coreana, já estável. A espanhola, também em alta, corresponde a quase 20 vezes a do tigre da Ásia. Algo deu bastante errado na forma como Itália e Espanha lidaram com a doença.

As pessoas ficam em casa, mas em até 85% dos casos, segundo dados da China, o contágio ocorre no próprio ambiente familiar. Ter dado atenção a esse fato talvez explique parte da eficácia da estratégia asiática.

Além de decretarem restrições à mobilidade, lá as autoridades localizaram depressa as regiões quentes do espalhamento da epidemia e, dentro delas, os indivíduos infectados, que foram isolados inclusive, notadamente na experiência da China, de outros familiares saudáveis.

No caso brasileiro, confinamentos tendem a funcionar melhor no setor minoritário da população de renda mais alta, onde há menos pessoas por metro quadrado sob um mesmo teto, além de gordura financeira e proteção legal para atravessar um período estendido sem trabalho.

Fora dessa ilha, o bicho vai pegar. Fechar escola de rico faz sentido, mas despejar milhões de crianças, sem acesso à educação a distância nem à alimentação que recebiam nas escolas, em bairros populares densamente povoados e débeis em saneamento arrisca aumentar o caldo de transmissão imediata do vírus e da ignorância a longo prazo.

Outra atitude recomendada, inspirada em iniciativas asiáticas, é fazer busca ativa de infectados nas comunidades e isolá-los de lá. Cruzar os braços enquanto a doença se espalha nas áreas populosas desprotegidas vai produzir um grande desastre.

O Brasil tem alguns dias para tentar evitar a repetição, aqui, de um cenário italiano, só que desproporcionalmente penoso para os pobres.
Ahmed Kalil
23/03/2020 15:26
Boa tarde Herculano, presta atenção na secretaria adjunta da Fazenda, a tal de Rachel Marshal, só viaja, díarias,puxa saco do prefeito vaidoso, só faz de conta e emcabelando todo mundo, trabalho que é bom nada, presta atenção. Lugar tenente do prefeito de verdade - Robertinho só bondades, o maior falso do mundo.
SAMAE
23/03/2020 14:46
Samae está a beira de um colapso.vamos aos fatos não fornece uniforme aos servidores a mais de três anos,não compra material de proteção (bota,sapatão,luvas,bonés, protetor solar) a tempo,seus hidros (Bombas pressurizadoras de bairro) não funcionam dispositivos de segurança,servidor semana passada teve que fechar o registro antes do hidro para fazer uma na rua Barão do Rio Branco,o hidro não desligou e quase pegou foto teve que ser trocado veio técnicos de Blumenau,por isso a demora do retorno da água, somente trocaram a bomba ficou tudo com estava,fios e inversor jogado isso mesmo ligado e jogado no chão, macro medidores e telemetria gasto mais de um milhão,para beneficiar alguém,não funciona nada o painel no SAMAE acusa tudo zerado e pior o sobrinho do Melado ganha FG de mais de 1.200,00 para cuidar e não fazer nada só receber salário,BR 470 é só mangueira espalhada redes todas arrancadas e não retornaram mais, estação do Bela vista trata 24 horas por dia e não dá conta de abastecer o bairro,pior a do Bateias que nem água mais para tratar tem, e o que nosso excelentíssimo diretor presidente pensa em por direito no caixa, ainda bem que está de saída e se Deus e Kleber quiser nunca mais volte,já vai tarde..
Herculano
23/03/2020 13:31
BOLSONARO MINIMIZA POPULARIDADE NA CRISE E CHAMA DE IMPATRIóTICA PERGUNTA SOBRE DATAFOLHA

Avaliação do presidente na gestão da crise é muito pior que a de governadores e ministério, segundo pesquisa

Conteúdo do jornal Folha de S. Paulo. Texto de Julia Chaib, da sucursal de Brasília.

O presidente Jair Bolsonaro minimizou nesta segunda-feira (23) o resultado da pesquisa Datafollha segundo a qual governadores e o Ministério da Saúde têm avaliação bem melhor que a dele em relação à condução da crise do coronavírus.

As declarações foram dadas em entrevista na porta do Palácio da Alvorada. O presidente ainda criticou e chamou de "impatriótica" a pergunta sobre o levantamento, publicado pela Folha nesta segunda-feira.

Em meio aos dados da pesquisa e de embates públicos com governadores, Bolsonaro disse que fará reuniões por videoconferência com gestores do Norte e do Nordeste nesta segunda-feira.

A pesquisa do Datafolha mostra que Bolsonaro tem sua gestão da pandemia aprovada por 35%, enquanto governadores são vistos como ótimos ou bons em seu trabalho por 54%. Mesmo o Ministério da Saúde é mais bem avaliado que o presidente: 55% aprovam o trabalho da pasta de Luiz Henrique Mandetta.

O instituto ouviu 1.558 pessoas de 18 a 20 de março. Feita por telefone para evitar contato com o público, ela tem margem de erro de três pontos para mais ou para menos.

"Você está preocupada com popularidade minha e do Mandetta? Se você acredita no Datafolha. O presidente da República e seus ministros estão trabalhando há semanas para minimizar os efeitos do coronavírus. As vidas das pessoas estão em primeiro lugar", disse, após ser questionado sobre os resultados do levantamento.


Bolsonaro ainda chamou de infame a pergunta sobre os dados da pesquisa.

"A imprensa é importantíssima para divulgar a verdade, mas não é com pergunta como essa, feita por essa senhora [repórter] aqui do meu lado. É uma pergunta impatriótica, que vai na contramão do interesse do Brasil, que leva ao descrédito da imprensa brasileira. É uma pergunta, me desculpe, infame até."

"Vão dizer que estou agredindo a imprensa, se estou agredindo, saiam da frente do Alvorada", completou, em referência aos jornalistas que fazem plantão em frente à residência oficial da Presidência.

Em referência a atitudes que já classificou como exageradas por parte de governadores, Bolsonaro disse que a "dose do remédio não pode ser excessiva de modo que o efeito colateral seja mais danoso".

O presidente voltou a dizer que não pode haver pânico na população e que o governo busca evitar alongar a curva de contaminação já que não há como evitar o vírus.

"Aí vem uma pergunta de que a popularidade do Mandetta está melhor do que a minha. Vá às favas. Será que não tem mais inteligência na imprensa brasileira para fazer uma pergunta à altura do Brasil?"

Ainda em entrevista na frente do Palácio da Alvorada, Bolsonaro disse que, apesar do avanço do coronavírus, não é hora de se discutir o adiamento das eleições municipais, como defendeu o ministro da Saúde neste domingo (22).

"Não entro nessa seara. [...] Mas está muito longe eu acredito que nas próximas semanas o Brasil terá um novo horizonte para a questão do vírus", disse o presidente.

As eleições estão marcadas para outubro.

Bolsonaro tem protagonizado episódios polêmicos desde que o novo coronavírus tornou-se o tema central de governos de todo o mundo, nas últimas semanas.

Primeiro, o presidente minimizou o perigo, dizendo que se tratava de "histeria" propalada pela mídia.
Depois, insuflou manifestações públicas em seu favor e contra outros Poderes.

No dia 15, participou de ato e abraçou pessoas mesmo estando sob recomendação de isolamento devido aos casos de contaminação na comitiva de sua viagem aos EUA.

A esses episódios se colocaram em oposição governadores como João Doria (PSDB-SP) e Wilson Witzel (PSC-RJ), que têm enfrentado com graus draconianos diferentes a crise, mas adotando atitudes proativas enquanto criticam o Planalto.

O paulista, particularmente, tem buscado apresentar-se como um líder mais responsável e com apelo nacional ?"no sábado (21), sugeriu que moradores do estado colocassem bandeiras do Brasil em suas janelas como forma de união na crise.

Mesmo Mandetta acabou na linha de tiro de Bolsonaro, já que desobedeceu o chefe e apoiou pessoalmente os esforços de Doria, que governa o estado mais afetado do país.

A situação aparentemente se acalmou quando o ministro participou de entrevista coletiva com Bolsonaro na quarta (18), na qual teceu vários elogios ao presidente.

Como a Folha mostrou neste domingo (22), a população brasileira está assustada com a emergência sanitária causada pela pandemia. Para 88%, trata-se de uma questão séria.

Além dos 36% que se dizem com muito medo, há outros 38% que relatam ter um pouco de temor. A chance de ser infectado pelo patógeno é estimada como possível por 83% (20% alta, 33% média e 30%, baixa).

Hábitos diversos foram mudados e, para 73%, medidas mais duras como a quarentena que foi anunciada por São Paulo no sábado (21) são necessárias e desejáveis.

O comportamento do presidente continua sendo um fator de divisão. Para 20%, ele se comporta de maneira adequada ao cargo sempre, e 27% acham que ele o faz na maioria das vezes.

Na outra metade, 26% creem que Bolsonaro não se porta como um presidente, e 20%, que ele é assim na maior parte das vezes.

O grupo que rejeita totalmente a forma com que Bolsonaro se comporta salta para 34% entre aqueles com nível superior, grupo que usualmente dá mais apoio a ele.

A pesquisa apresenta um quadro desafiador e nuançado para o presidente, que vinha perdendo apoio político de forma acelerada devido à crise com o Congresso acerca do manejo de R$ 30 bilhões do Orçamento.

A questão esteve no cerne dos atos contra o Legislativo e o Supremo Tribunal Federal no dia 15, que não foram maciços, mas reverberaram pela presença de Bolsonaro.

A crise agora ganhou o componente imprevisível do coronavírus, que exigirá respostas políticas responsáveis, mas que serão consideradas ativos eleitorais em 2022.

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