23/03/2020
Poderia discorrer aqui sobre fatos que a emergência da Covid-19 deixou a nu o governo do prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB, do vice Luiz Carlos Spengler Filho e do prefeito de fato, o ex-coordenador de campanha, presidente do MDB e secretário de Fazenda e Gestão Administrativa – e que andou de férias nas duas últimas semanas sem que a cidade soubesse onde estava e precisou de padrinhos para voltar -, Carlos Roberto Pereira. Entre esses fatos, estão a Saúde Pública, incluindo o Hospital sob intervenção, a (in)Defesa Civil, a Comunicação e a (des)Assistência Social.
Mas, as observações sobre essas áreas essenciais em tempos de calamidades, crises e catástrofes, ficam para outras oportunidades, e voltarei. É que o foco deste artigo ficaria comprometido.
Eles têm um quê relacionado à situação emergencial bem como à falta de planejamento para as urgências em decorrência delas, apesar de um dos lemas do governo Kleber ter sido até bem pouco tempo atrás um “governo eficiente”, por questões óbvias de resultados, abandonou-o para não comprometer a propaganda eleitoral que montou para este ano.
Vou discorrer sobre o Samae, tocado pelo mais longevo dos vereadores (seis mandatos), José Hilário Melato, PP. Ele voltou à Câmara há poucos dias, mas na condição de testemunha.
É que a autarquia que ele preside, está no centro das dúvidas na implantação da drenagem da Rua Frei Solano, no Gasparinho. Feitas para durarem três meses, as obras se arrastam por 15 e com perspectivas ainda nada animadoras para o seu fim.
Os fatos que mostram ter ela sido projetada, licitada contratada e fiscalizada de uma forma, mas executada e paga de outra maneira, estão sendo desnudados, ou esclarecidos – com algumas dificuldades colocadas pelos próprios representantes governo Kleber - numa Comissão Parlamentar de Inquérito no Legislativo gasparense e que o próprio prefeito e seus “çabios” são responsáveis por ela existir. Esticaram a corda e duvidaram que tal fato aconteceria. Agora, precisam abafá-la e estão em dificuldades.
Tudo que acontece lá, e é público, com transmissão ao vivo e reuniões gravadas, disponíveis aos pagadores de pesados impostos. Estranhamente, os gasparenses só estão sendo informados aqui neste espaço e na rádio comunitária Vila Nova.
Volto ao foco do artigo.
Bastou simplesmente os moradores de Gaspar ficarem em casa, cumprindo uma quarentena compulsória para se protegerem da contaminação do Covid-19, e em tempo de temperatura moderada, para faltar água tratada nas suas casas, e nas regiões mais populosas de Gaspar.
Estou exagerando? Debaixo de críticas e queixas, o próprio Samae teve que vir a público pedir para os gasparenses consumirem menos água, justamente ela que é uma das fontes de proteção contra a Covid-19, a higienização.
O que o Samae postou no seu site e fez divulgar nas rádios locais já na sexta-feira da semana passada?
“O Samae reforça aos seus consumidores a importância do consumo consciente durante o período de quarenta do corona vírus.
Com o aumento do consumo, é necessário que todos utilizem água apenas para ações indispensáveis, como a higienização de pessoas e ambientes.
O Samae segue trabalhando para garantir o pleno abastecimento em toda a cidade e conta com a colaboração de todos nós neste momento de atenção redobrada”.
DINHEIRO DO SAMAE USADO PARA FAZER CAIXA NA PREFEITURA
Onde isso foi mais sensível. Nas duas áreas periféricas mais densamente povoadas como o Bela Vista e o Santa Terezinha. Outras também sentiram o desabastecimento, mesmo em pleno sábado e domingo, onde o comércio e as indústrias estavam paradas, como o Barracão e Bateias.
Quando no final de 2018 o governo Kleber empurrou goela abaixo na Câmara – já com a maioria de volta ao seu dispor - o Projeto de Lei na Câmara, para o Samae de Gaspar fazer o que não sabia fazer e não tinha fontes de recursos para implantar serviços de drenagem pela cidade, argumentou quatro coisas: de que havia “sobras” de caixa no Samae, de que as “sobras” eram em decorrência da competência da gestão do Samae; de que havia urgência diante das temporadas de chuvas que se avizinhavam; e de que os vereadores que pediam explicação técnicas para a aprovação do PL, queriam à desgraça dos moradores e do governo num ambiente político supostamente conflagrado.
Não vou repetir todas as dúvidas que estão expostas na CPI, antecipadas aqui quando não se cogitava a CPI e que foram temas de dezenas de artigos aqui há mais de um ano. Eles já respondem muitas das falsas e demagógicas questões usadas pelo governo Kleber e seus vereadores da base para aprovar, goela abaixo, o referido Projeto Lei na Câmara.
Vou tratar das consequências desse ato inconsequente feito por políticos e não técnicos. Os políticos deveriam ouvi-los e dar importância. E então deveriam se estabelecer nas prioridades que exige o desenvolvimento da cidade incluindo à manutenção e o aperfeiçoamento daquilo que já existe, como o abastecimento de água tratada.
Ficou provado que se as pessoas ficarem em casa em Gaspar, com comércio e indústrias paradas, o sistema de tratamento e distribuição de água não consegue atender a atual demanda. Incrível. Prova dos nove simples. E o gap é assustador. Então, tirar dinheiro dessa prioridade, para colocar na drenagem foi um erro brutal com a cidade e os cidadãos.
E como já expliquei aqui várias vezes sobre este assunto: o Samae, sem experiência foi fazer este serviço, comprometendo o seu caixa e vocação, porque o prefeito quis salvar o caixa da prefeitura, bem como o limite de crédito, para usar ao máximo possível os R$140 milhões de empréstimos aprovados pelos vereadores. Nem mais, nem menos.
A tarefa era da prefeitura. O orçamento originalmente aprovado na Câmara era da prefeitura e não do Samae. Os “çabios” do paço, mais uma vez cobriram um santo, e descobriram outro. E agora estão à espera de um milagre.
As sobras das tarifas de água que deveriam estar na expansão do sistema como captação, tratamento, armazenamento e principalmente distribuição, foram desviadas, com aprovação da Câmara, sob chantagem dos discursos políticos ameaçadores e mobilização de gente que foi manipulada para esta pressão, para fazer valas, comprar e assentar dúvidas em obras recheadas de falhas técnicas.
Então, por essa jogada onde se privilegiou o improviso dos políticos e se relegou mais uma vez o planejamento dos técnicos, o Pocinho continua sendo abastecido por Ilhota, o Barracão e Bateias não estão com a rede interligada ao Centro e dependem de caminhões pipas – além do alto custo da operação, a água que pode se contaminar facilmente na operação –, o Bela Vista, apesar da reforma da Estação de Tratamento de Água, e que originalmente foi doada pela antiga Ceval, está longe de dar autossuficiência àquela região. Já em parte do Santa Terezinha, a força da rede não consegue levar água em situações como a deste final de semana e que nada teve a ver com as obras da Rio Branco.
E se não bastasse isso, passados mais de três anos, nem um centímetro Kleber, Luiz Carlos, Roberto Carlos Pereira, Melato e o Ministério Público Estadual deram para a implantação do sistema de esgoto, cujo projeto está pronto há anos e verbas federais destinadas.
A drenagem que o Samae implanta, na verdade também canaliza o esgoto que polui os mananciais, ribeirões e o Rio Itajaí Açú, além de adoecer os gasparenses, principalmente os mais vulneráveis. Acorda, Gaspar!
Em Blumenau, a Defesa Civil está estruturando pontos de triagem pela cidade e até “mini-hospitais” de campanha para enfrentar a pandemia
Eu reclamei aqui na área de comentários, de que estava desligando a televisão e o rádio de casa, porque faltavam a eles um olhar para novas pautas no “terremoto” de proporções ainda desconhecidas da pandemia. Tudo era repetido e o mesmo em todos os canais e frequências. Há mais especialistas do que jornalismo e ousadia para encontrar novas pautas e aproveitar os ouvintes e telespectadores do ócio e captar audiência.
As redações estão iguaizinhas entre elas, e unidas pelas plataformas digitais na mesmice dos conteúdos. Antigamente, lá pouco mais de 45 anos atrás, havia os tais “radio-escutas” nas redações para ajudar nas pautas, dar dicas, incentivar à criatividade jornalística e não se perder os “furos” dos outros para “suitar” e encontrar pontos diferentes naquilo que já se tinha perdido. Tudo pelos clientes: os leitores dos jornais e revistas.
Agora, há “escutas” e “olheiros” para quando um concorrente entra com uma informação e então entra a “máquina” de retaguarda para sobrepor à mesma informação. E qual a razão? Para não se perder audiência, num mundo de instantaneidade, ao invés de se ir atrás de novidades, contrapor, ou se confirmar e enriquecer, repete-se o concorrente e se distingue-se apenas com o “especialista” convidado ou de plantão.
Em meio a tantas informações e dúvidas sobre a Covid-19, não serei mais uma. Vou tentar ajudar a pensar na oportunidade, literalmente, que uma desgraça como ela, pode nos oferecer. É incrível, mas o mundo se moveu adiante exatamente no desconforto.
A Covid-19 é mais que uma doença ainda desconhecida na origem, propagação, controle e cura. Não seremos os mesmos, amanhã. Mas, devido a dura realidade econômica, social e tecnológica que virá com a doença, seremos melhores do que os políticos e gestores públicos, A não ser se houver cobrança e expurgos contra eles e por nós mesmos que os escolhemos e os sustentamos.
As greves dos bancários fizeram acelerar à inevitável tecnologia e digitalização dos bancos a favor dos clientes (e da lucratividade dos banqueiros). Imagina-se hoje, se essa tecnologia não tivesse a pleno? O mundo parado, estaria mais parado ainda.
O que a Covid-19 pode estimular o fazer diferente? Os negócios (complexos e simples, como o de comprar um simples bouquet de rosas) on-line, a ampliação do hábito do home-office, a mudança das legislações da era industrial, e criar, infelizmente, milhares de metros quadrados ociosos para vendas físicas em locais valorizados.
Será a era dos aplicativos “by hand”. Eles não valerão, naturalmente, para os cartórios, sindicatos, corporações, e principalmente o poder público. Eles precisarão da presença do cidadão, do carimbo, do carimbador, do conferente, do supervisor, do gerente, do diretor, da “conversinha”, da possibilidade do jeitinho, do emprego dispensável, que se torna indispensável por qualquer motivo, bem remunerado pelos pagadores de pesados impostos.
E precisa ir longe? Olhe para Gaspar e Ilhota e pesquise quantos aplicativos “by hand” estão disponíveis a favor do cidadão? E por que este fastio? Pergunte qual a razão, por exemplo, não se ter a normatização ou a regularização do Uber por aqui, uma das mudanças do século e que resiste ao sistema para perpetuar os pontos de frete das carroças e carros-de-mola?
O que o poder caminha bem on-line no Brasil? É o de arrecadar, mas os serviços, a transparência e o respeito com os pesados impostos do cidadão é algo desastroso, inconveniente, empregador, desperdiçador de dinheiro do pobre contribuinte que estará mais pobre depois da Covid-19, que estará, sabe-se agora, sob ameaça de outras doenças de devastadoras proporções. Acorda, Gaspar!
As refeições preparadas por voluntárias que, depois de tentar fazer a distribuição aos moradores de ruas de Gaspar via a Defesa Civil ou Assistência Social, preferiram elas mesmas correrem o risco
Como relatei acima, no caos, sempre há gente que se diferencia e gente que se descuida na ação, no exemplo e proteção.
Quinta-feira, diante do isolamento, em Gaspar teve gente que pensou nos moradores de rua. E não foi a prefeitura, a Defesa Civil, a Assistência Social. Pelo contrário. Elas colocaram problemas e viram na ação voluntária um ato político que não podia prosperar, se não fosse pelam mão dos políticos, mesmo que os vulneráveis ficassem ainda mais vulneráveis.
Uma cidadã jovem, gasparense, diante do isolamento e fechamento do comércio, pensou nos moradores de ruas de Gaspar. Eles existem! E não são poucos.
E resolveu fazer quentinhas para eles. Entretanto, foi alertada que o seu ato poderia transmitir o vírus ou ela – e seus parceiros de ação - ser contaminada. Além disso, ela não conhece onde está toda essa gente.
Vou resumir. Ela mesmo distribuiu no final de semana e correu o risco. E por que? Telefonou para a Defesa Civil para ver se eles tinham ação semelhante. Não tinha. Perguntou se a Defesa Civil poderia ajuda-la. Se esquivou e ofereceu o telefone da Defesa Civil. E falou com o secretário Santiago Martin Navia. Surreal.
“Se você preparar a comida, na segunda-feira (hoje) vou eu mesmo com o motorista distribuir”. Como assim? Esse pessoal desassistido todo o final de semana? Na segunda? Para que? Fazer campanha política e imagem de santo para o governo? Não devemos esquecer que Santiago está mapeado para ser candidato a vereador.
Hoje, os andarilhos e moradores de ruas, continuam perambulando e sem uma política de contenção e proteção em Gaspar.
Quais as argumentações do secretário de Assistência? De que esses moradores de rua de Gaspar já estão em pontos estratégicos e já possuem modo próprio de se abastecerem de comida em supermercados, bares e restaurantes. É? Meu Deus! Então fecha a cara, política e ineficiente secretaria de Assistência Social de Gaspar. Economiza sem disfarces. Acorda, Gaspar!
Este artigo é do advogado e ex-procurador geral do município de Gaspar, Aurélio Marcos de Souza, e foi publicado originalmente pelo próprio autor, no domingo, na área de comentários da coluna disponível no portal.
Com a pausa forçada no mestrado, nas graduações em administração pública e em educação física, sobrou um tempinho para fazer análises de alguns equívocos praticados e que continuam a ser praticados em todo território nacional.
Primeiramente quem me acompanha em redes sociais, é testemunha viva que semanas antes do carnaval asseverei que não só EUROS e DÓLARES iriam aportar nesta festa tupiniquim. Lembrando sempre que a Itália já começava a sentir os efeitos da endemia (naquele momento) produzidas pelo Covid-19, sendo que o carnaval de Veneza foi suspenso pelo governo central.
Posto isto, contra qualquer perspectiva de nossos governantes quanto à chegada do referido vírus, até porque tinham médicos renomados e autoridades de saúde afirmando que por sermos um país sub-tropical nada poderia acontecer. Pagaram para ver.
Ocorre, por estarmos vivendo em um mundo globalizado, o vírus chegou, causando temor em todo território nacional, e bem como nos governos dos entes federados, face às notícias de um verdadeiro genocídio que poderia ocorrer a curto prazo, tudo isto levando em consideração a procura e oferta de possíveis contaminados por serviços médicos.
Daí para frente se viu uma verdadeira desconstituição da organização político-administrativa da República Federativa do Brasil que compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, eis que cada ente tem praticado sua política sanitária. Nos últimos dias cresceu mais a criação de Comitês de Crises do que o avanço epidemiológico do Covid - 19.
Assim podemos notar que cada município e estado começou a implementar o que achava ser necessário para estancar dentro de seu território o avanço da contaminação. Contudo, sabe-se que muitas decisões adotadas derivam não da realidade da população que se busca a proteger, mais sim do que a estado/cidade vizinha está implementando. Então tais comitês nada mais são do que uns verdadeiros comitês do Ctrl C e Ctrl V.
Após uma avalanche de barricadas feitas sem qualquer critério técnico, o Ministério Público se posicionou contra tais atitudes, haja vista, à falta de qualquer estudo ou critério técnico que a adoção daquela medida tivesse qualquer evidência, salientando que até o ministro da Justiça, Sérgio Moro, também já passou o recado de que quem detêm a competência é a União e não Estados e nem Municípios.
Por fim, leitores, não podem os chefes dos municipais sem qualquer critério técnico adotar a vontade de seus REIS, até porque passado a crise epidêmica, os mesmos iram bater à porta do Governo Central para acabarem com a crise econômica que os mesmos acabaram por instalar em seus municípios e estados, lembrando que o Governo Americano por seu cético presidente Donald Trump, em cadeia nacional, já ventila uma grande recessão globalizada de forma sincronizada.
Assim tenho em minha singela opinião, que temos que unir forças e não dividí-las neste momento, até porque não tem o porquê de querer aparecer neste momento de crise, se sempre estiveram sumidos e as eleições ainda se encontram distantes.
Esta reprodução é uma propaganda da boa ação do governo Kleber Edson Wan Dall, MDB. É válida a ação, não o conteúdo em si. É que, ela mostra um erro crucial e contra todas as orientações internacionais, as quais o próprio governo de Gaspar espalha, acertadamente, por aqui: a proteção contra a transmissão da Covid-19, principalmente aos mais vulneráveis, os idosos.
Um grupo de voluntários, a maioria feita de jovens e ligada à Defesa Civil, teve uma boa ideia: fazer comprar para os idosos, isolados. Qual o principal objetivo? Criar uma barreira mínima de exposição dos idosos ao vírus.
Esta reprodução que o prefeito replicou nas suas redes sociais, e certamente, como o crivo de seus “çabios”, incluindo a área de Comunicação, mostra que não é bem assim. Idoso e jovem desprotegidos no contato, ao menos da foto. É o tal, faço o que digo, mas não faça o que eu faço.
Não é a primeira vez que o prefeito é pego na contradição sobre proteção mínima obrigatória em ambiente regulado pela legislação ou uma emergência como agora.
No início de governo, suas reportagens onde ele é o repórter de si mesmo, mostravam ele e operários da prefeitura e das empreiteiras contratadas pela prefeitura, sem EPIs –Equipamentos de Proteção individual – como capacete, camisa, botas, cintos, guarda corpos...
Só depois de denunciado aqui, e várias vezes, e com o Ministério do Trabalho em campo por causa das denúncias, é que o comportamento mudou no ambiente laboral e do prefeito repórter. No caso dessa proteção contra o Covid-19, está mais do que na hora de mudar e seguir os protocolos mundiais. É urgente. O tempo trabalha contra todos nós. Acorda, Gaspar!
Não haverá sessão da Câmara amanhã, terça-feira, nem a reunião da CPI das possíveis irregularidades da implantação da drenagem da Rua Frei Solano, no Gasparinho. Aliás, ela já não se reuniu na quinta-feira passada.
O prazo será “esticado”, igual ao tempo em que ela parar.
Incrível o improviso na Defesa Civil de Gaspar em tempos de catástrofe. O setor de Saúde – incluindo o Hospital que está sob intervenção da prefeitura - é outro vulnerável e doente por aqui. E isso tem origem: indicações políticas e desprezo às necessárias nomeações técnicas.
O tempo cobrará o preço aos políticos responsáveis. Estão agora, desprotegidos pelas escolhas erráticas que fizeram com a única intenção de levar vantagens e empregar cabos eleitorais na caça de votos. E os políticos ficarão muito mais quando se lembrará ao povo do que do que foram capazes contra ele.
O primeiro caso de Covid 19 em Gaspar é de um jovem empresário do ramo de malha e modas, bem conhecido por aqui. Os meios oficiais tentaram esconder a informação, ao invés de propaga – mesmo protegendo a identidade dele - para se proteger os cidadãos. As redes sociais e principalmente os aplicativos de mensagens fizeram o serviço negado irresponsavelmente pelas autoridades.
O doente é culpado de ter sido atingido o vírus? Não! Ele não foi a um lugar de propósito para obter a doença. Foi contaminado, desconhecendo quem transmitiu isso a ele. Assim será com a maioria de todos nós. Quem erra? As autoridades que tentam esconder o fato e deixam mais gente exposta (ou valente como se tivesse uma proteção acima da natureza humana).
O mesmo acontece com o prefeito de fato, Carlos Roberto Pereira, secretário da Fazenda e Gestão Administrativa. Ele estaria cumprindo uma “quarentena” voluntária depois de voltar das duas semanas de férias no exterior. Qual a razão de esconder isso? A luz do sol é o melhor detergente.
Então, as redes sociais e aplicativos de mensagens dão conta daquilo que fez e também, possivelmente, não fez. Gente pública e exposta não tem direito de esconder sequer o que faz em privado, sob pena de não controlar as verdades e o imaginário popular.
O governo de Kleber Edson Wan Dall, MDB, Luiz Carlos Spengler Filho, PP, do prefeito de fato, Carlos Roberto Pereira, MDB e José Hilário Melato, PP, o mais longevo dos vereadores e autla presidente do Samae, sentiu o tiro no pé que teve ao levar dois moradores da Rua Frei Solano, para testemunharem da CPI que apura as supostas irregularidades nas obras de drenagem.
O último a falar na sessão como líder do governo e assim sem possibilidade de ser rebatido, o vereador Francisco Solano Anhaia, MDB, tentou imputar culpa de constrangimento às testemunhas aos vereadores da oposição, Dionísio Luiz Bertoldi, PT e Cícero Giovane Amaro, PL, este funcionário do Samae, respectivamente, presidente e relator da CPI.
É choro de quem errou na estratégia e até na esperteza. Elas não deram certo como o inicialmente previsto. A CPI – abaixo numa foto de uma reunião - não foi armada para provar que a obra não funciona ou que ela não é necessária, mas que foi projetada, licitada, contratada e fiscalizada de uma forma, e foi feita de outro modo bem como supostamente pago contra tudo o que diz a lei. Só isso! Ufa!
Os engenheiros e empreiteiros que foram lá na CPI já confirmaram esse quadro de supostas irregularidades. Os depoimentos estão gravados. E foi até por isso, para não mentir, que o governo Kleber, por maioria de seus vereadores na CPI – Francisco Hostins Júnior, MDB e Roberto Procópio de Souza, PDT -, não permitiu a ida do engenheiro que projetou a obra, Vanderlei Schmidt, à CPI.
Os dois moradores da Rua Frei Solano que foram à CPI – como relatei na coluna se segunda-feira passada, foram exatamente depor sobre o drama pelo qual passaram com as enxurradas em suas casas e negócios, exatamente pela falta de drenagem adequada.
Eles falaram sobre à necessidade da obra, a qual não estava em questionamento na CPI, mas como se usando dessa necessidade urgente, a prefeitura de Gaspar, supostamente, burlou todas as regras de processo e controle administrativo.
Para Anhaia, os vereadores Dionísio e Cícero constrangeram as testemunhas ao explicarem o objetivo da CPI e ao perguntarem se eles foram levados pelo governo ou pediram para espontaneamente nela deporem. Um drama. Acusações em algo simples e óbvio. Palanque político para esconder um erro estratégico do próprio governo ao levar – ou aceitar – os depoimentos, que acabaram incriminando ainda mais governo, diante daquilo que não se consegue esconder.
É que ao serem confrontados com as fotos do que foi contratado, com aquilo que viram sendo aplicado nas obras, como testemunhas do governo Kleber, confirmaram o que já se sabia. Ou seja, o que está documentado e que os engenheiros admitiram ter acontecido lá nos seus depoimentos foi, leigamente, referendado pelos moradores testemunhas: o que foi projetado, licitado, contratado, fiscalizado é uma coisa, o que foi feito e pago é outra.
E para finalizar. Quando mesmo o pessoal do governo vai admitir que tipo de provocações como essas desenterram carniças que já fede por estar em cova rasa? Parece até que o governo de Kleber trabalha em dobradinha com a oposição.
Se foi ágil em enterrar as provas das obras, está ressuscitando morto achando que o corpo fechado do coveiro vai se estender sobre os aparentados do defunto. Acorda, Gaspar!
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