Rodrigo diz nas entrevistas e aos seus que não vai bater e apontar os erros de Kleber, mas mudar o jeito de governar. Também está resistente nas coligações - Jornal Cruzeiro do Vale

Rodrigo diz nas entrevistas e aos seus que não vai bater e apontar os erros de Kleber, mas mudar o jeito de governar. Também está resistente nas coligações

18/06/2020

Sem sangue nos olhos I

O já declarado candidato a prefeito pelo PL de Gaspar, o engenheiro, professor e ex-vereador Rodrigo Boeing Althoff (foto), surpreendeu no discurso. Ele diz que não quer fazer campanha apontando os erros da gestão dos atuais mandatários eleitos para o poder de plantão, Kleber Edson Wan Dall, MDB e Luiz Carlos Spengler Filho, PP, bem como do prefeito de fato, Carlos Roberto Pereira, secretário da Fazenda e Gestão Administrativa, presidente do MDB e ex-coordenador de campanha de Kleber.

Sem sangue nos olhos II

Rodrigo diz que possui o fundamento da proposta de governo. É com ela que ele quer “vender” e sensibilizar os eleitores e eleitoras de Gaspar. Ponto final. Bom, a única vez que vi isso de alguém que ganhou eleição para prefeito por aqui, foi em 1988 com o professor e já falecido Francisco Hostins (1989/92). Ele se elegeu pelo nanico PDC porque o que era o PDS que veio dar hoje no que é o PP, não o quis como candidato para suceder à administração também já falecido, o contador Tarcísio Deschamps (1983/88), PDS. Ele entregou a cidaderm pandarecos. E Hostins, com a equipe de profissionais que aceitou, em apenas dois anos de governo virou até hoje ícone de administração por aqui. Dispenso-a, por erro do prefeito de fato da época, aninhou-se com o MDB e nunca mais conseguiu uma eleição. Bom, essa é outra história...

Sem sangue nos olhos III

Por que Rodrigo sai logo de cara com um fundamento? Primeiro, porque é parte do perfil dele. Aliás, não só dele, mas de uma geração inteira que prometia renovar a política em Gaspar: Kleber de quem Rodrigo foi vice em 2012 pelo PV; Luiz Carlos que se tornou vice eleito de Kleber e mais tarde, Marcelo de Souza Brick, PSD, que se ensaia ser o novo vice de Kleber na reeleição, depois de quase conseguir batê-lo na eleição de 2016. Rodrigo, Kleber e Luiz Carlos, cada um em seus partidos, foram os vereadores ativos que “infernizaram” a vida do ex-prefeito Pedro Celso Zuchi, PT. Segundo, porque para Rodrigo não adianta bater, é preciso resolver o que está supostamente errado como o alto endividamento da prefeitura, uma arrecadação em queda assustadora, obras por acabar e outras por fazer, isto sem falar nas demandas da saúde, educação e assistência social. Então quem bota sangue nos olhos de Kleber? O prefeito de fato, os históricos do MDB que se escondem, mas realmente interferem na administração de Kleber e fazem dele um mero garoto propaganda. E Kleber está desgastado nos resultados.

Sem sangue nos olhos IV

Rodrigo, dos políticos votados que citei (Kleber, Luiz Carlos e Marcelo) é o único que não depende do poder público para sobreviver. Procurou os caminhos próprios como engenheiro e professor. Articulado, aprendeu a empreender e deixou para trás o serviço público em Gaspar. É o mais culto e realizador de todos. Agora, diz que se eleito, vai governar atento às queixas da comunidade, ou seja, fazer o simples e óbvio, relegados por Kleber; vai enxugar a máquina pública feita atualmente de comissionados cabos-eleitorais; vai modernizar os processos administrativos para diminuir custos em favor do cidadão; reduzir os gastos e valorizar os servidores efetivos. E com essas bandeiras não é preciso brigar com o seu amigo Kleber? Talvez! Elas por si só, denunciam, sem brigas e confronto verbal, tudo o que de errado Kleber faz contra a cidade e os mais simples. O gesto de Rodrigo para mostrar as diferenças, é claro. É ou não é um confronto? É uma briga. Rodrigo, por exemplo, pensa num, uma vice que já possa ser um secretário, tudo para economizar. “Minha equipe será antes de tudo, técnica, de confiança e não apenas partidária”. Exatamente, por isso, Rodrigo ainda resiste a fazer uma coligação com outro partido. Kleber ao contrário, está pendurado com meia dúzia de partidos para se salvar; e está com medo. Rodrigo precisa ir mais além. Precisa dizer a cidade que se eleito não será fantoche de gente que não tem votos. Personalidade, ele tem para isso.

Sem sangue nos olhos V

Por essa, Kleber, Luiz Carlos e Roberto não esperavam. Querem briga. Ela os favorece. Devia a atenção dos erros e os tornam “vítimas” do confronto. E com o PL ao que parece não vai ter. A esperança de Kleber é que a máquina de comissionados cara, cheia de partidos e paga com dinheiro público, funcione mais uma vez. E para piorar: Rodrigo estuda não usar o indecente Fundo Partidário e fazer disso uma bandeira de respeito ao dinheiro público que deveria estar em outras prioridades para a população. E se Golias (MDB, PP, PDT, PSDB, PDC, PSD e outros) perder para o David (PL) será um vexame sem precedentes. Ah, ainda tem o PT que se arma para concorrer por aqui, confiante de que vai ter samba. Por fora, vêm o PSL com Sérgio Almeida e o DEM, com um nome que tem medo das perseguições dos que estão na prefeitura. Acorda, Gaspar!

 

TRAPICHE

Alô classe empresarial. Esta foi a manchete da semana: "em um grande galpão, os policiais encontraram cerca de 30 mil peças de roupas, 473 pares de chinelos, 400 etiquetas e 17.500 tags de marcas como Colcci, John John, Calvin Klein e Tommy Hilfiger. Todos os produtos foram avaliados em um preço de venda que gira em torno de R$6 milhões". Uau.

Por que isso não é bom para a cidade? Exatamente porque Gaspar quer ser reconhecida como a "Capital da Moda Infantil". E o meio empresarial precisa se posicionar firme. Esta não é a primeira vez que a Polícia pega gente daqui nesta situação. E a origem das dúvidas começam na “comercialização” dos fios.

O quase formado em Direito, mas com OAB já garantida e suplente de vereador pelo PT de Gaspar, João Pedro Sansão, fez uma pertinente observação à coluna de oito sextas-feiras atrás. Nela, eu lhes relatei o justo reconhecimento ao visionário, pioneiro e fundador das Linhas Círculo, Leopoldo Jorge Theodoro Schmalz, para nominar o Arquivo Histórico e Documental de Gaspar.

E não me ocorreu lembrar, o que sabia, talvez até pelo restrito espaço daqui na edição impressa, o mesmo que me vez deixá-la na gaveta por esse tempo todo. Escreveu João Pedro:

“Lendo a coluna de sexta sobre a homenagem ao Leopoldo Schmalz e o impacto das Linhas Círculo em Gaspar, lembrei-me de conversas com meus familiares e um assunto que pode ter ficado de fora: o papel da Círculo na integração dos gasparenses. Até então, a rivalidade entre os bairros era muito forte. E as brigas nas festas e jogos entre bairros eram constantes.

Na Círculo, os gasparenses de diversos bairros, começaram a conviver e fazer amizade, o que fez com que esse clima de rivalidade fosse superado. Mais um grande legado!”

Participei esta semana da Live do PSL. Bombou. Para quem diz por aí que sou uma invenção da redação do Cruzeiro do Vale, com 30 anos de circulação e um portal líder de acessos, ofereço o link se tiverem paciência e tempo: ttps://www.facebook.com/sergioalmeida17psl/videos/575318423166757/?t=1

A família Spengler não está nada satisfeita com o tratamento dado pelo MDB, o prefeito eleito e o de fato ao presente e futuro do vice Luiz Carlos Spengler Filho. Uma reunião nesta semana o café foi amargo. Acorda, Gaspar!

Edição 1956
 

Comentários

Miguel José Teixeira
22/06/2020 11:16
Senhores,

"Pra inglês ver" e o apodrecido maduro chorar!

"Por que o Banco da Inglaterra não quer devolver 31 toneladas de ouro da Venezuela?

O motivo?

A atual diretoria do BCV responde ao governo de Maduro, e a instituição britânica expressa dúvidas sobre a autoridade desta diretoria, argumentando que o Reino Unido reconhece como presidente legítimo o líder opositor Juan Guaidó.

(fonte: https://g1.globo.com/economia/noticia/2020/06/21/por-que-o-banco-da-inglaterra-nao-quer-devolver-31-toneladas-de-ouro-da-venezuela.ghtml)

"Não há bem que sempre dure, nem mal que nunca se acabe"...

Exemplo para esse provérbio português:

- lula e sua quadrilha.

Quem deve refletir sobre ele?

- o pentiunvirato bolsonaro, que a cada dia mais se assemelha ao exemplo.

Miguel José Teixeira
21/06/2020 20:16
Senhores,

Buzz Buzzard & o senhor cornucópia

Sempre que eu via o advogado-geral do "pentiunvirato zero-zero" na TV, lembrava-me de certo personagem dos desenhos animados do Pica-Pau, o tal Zeca Urubú.

Antes da prisão do queiroz, aparecia arrogante aos extremos, o legítimo dono da verdade.

Depois, baixou o tom. Agora, aparece mais light, mais abichornado.

Já, já vai alegar, à "la Palocci", que o culpado de tudo é o caseiro!

A Rádio Cercadinho, pergunta:

Será que o(a) seu (ua) sócio(a) Sonnenburg, sabia da existência do escritório naquela casa?

Respostas,via pousada da Alvorada, para a foragida e apavorada esposa do senhor cornucópia. . .
Miguel José Teixeira
21/06/2020 18:37
Senhores,

Tri comemoração do TRI!

Em uma de minhas visitas ao meu saudoso irmão, êle entregou-me vários rabiscos. Eis um deles, que na sua visão, representava a Seleção Canarinho:

"O Selecionado Nacional
em cada partida de futebol
exibe suas táticas e firulas
para manter a posse de bola
do início até o final.
A estratégia de envolvimentos
defesa e ataque empenhados
em levar na dividida
a melhor para atacar.
Tentar na saída
da marcação o gol.
Para vencer cada partida
até o grito dos campeões.
Os craques dominam cada armação
desde a defesa e desta para o ataque
se apresentando para jogar.
Saindo da armação os lançamentos e
auferindo o placar.
Saindo das laterais os cruzamentos
em cada deslocamento
fulmina a goleira.
Jogando o futebol em qualquer estádio
a intimerata camisa
o espetáculo verde-amarelo
o eterno constraste
em todos os escalões."

(José Alissio Teixeira, Ap. 3, UB, ISJ, São José-SC, 14/12/2015)
Herculano
21/06/2020 16:13
ATIVISMO LEGISLATIVO, por Samuel Pessôa, economista e pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia (FGV), no jornal Folha de S. Paulo

Com Executivo sem liderança, Congresso fica sensível a interesses particulares


O Senado, na quinta-feira (18), aprovou o projeto de lei 1.328, que posterga o pagamento das parcelas do crédito consignado por 120 dias.

Segundo o texto, "ficam excepcionalmente suspensos, durante 120 dias, inclusive nos contratos firmados na vigência do estado de calamidade pública, os pagamentos das obrigações de operações de créditos consignados em benefícios previdenciários, bem como para servidores e empregados públicos e do setor privado, ativos e inativos".

O que chama a atenção é a elegibilidade da suspensão a trabalhadores ativos e pensionistas que não tiveram nenhuma perda de renda em razão do estado de calamidade pública.

A justificação da emenda que estabeleceu o texto acima assevera que os pensionistas e os trabalhadores ativos "se transformaram na única fonte de renda e esteio de um número considerável de famílias, sendo os responsáveis por dar apoio financeiro e sustento aos filhos, netos e familiares que tiveram sua renda reduzida ou vieram a perder seus postos de trabalho em razão da crise instalada e do momento caótico vivenciado no país".

Entende-se a preocupação social dos senadores, mas me parece que houve aqui ativismo legislativo. Não houve perda de renda diretamente para o pensionista ou para o trabalhador.

Há a possibilidade de que pessoas próximas a ele tenham perdido renda. Mas há também a possibilidade de que essas pessoas tenham alguma compensação, afinal o governo tem gasto muitos recursos em programas de sustentação de renda das pessoas mais desfavorecidas.

Há inúmeros trabalhos acadêmicos que mostram que a criação do crédito em consignação reduziu muito o risco para a instituição financeira e, consequentemente, reduziu muito a taxa de juros cobrada do tomador de empréstimo.

A decisão do Senado reduz a qualidade da renda do salário como colateral para o empréstimo. Com o tempo, se medidas como essa se tornarem corriqueiras, o custo para o tomador se elevará.

Uma das dificuldades que temos tido no enfrentamento da epidemia e no desenho das políticas públicas é a falta de liderança da Presidência da República.

Ao não exercer essa liderança, o Executivo deixa muita responsabilidade ao Congresso Nacional, que, de forma descentralizada, vai tomando decisões sem olhar as políticas públicas de enfrentamento do estado de calamidade social de forma integrada. Há duplicação de esforços, e o custo para a sociedade do enfrentamento da epidemia pode ser maior.

Os dados indicam que o custo para o Tesouro Nacional com a epidemia tem sido maior do que o gasto de nossos pares latino-americanos. Já éramos o país com a maior dívida pública. A discussão do Orçamento de 2021 não será fácil.

O presidencialismo brasileiro requer que o presidente lidere. Não é do perfil de Bolsonaro exercer essa liderança. Nossa experiência é que, nesses momentos, o Congresso fica muito sensível às pautas que atendem aos interesses de grupos da sociedade, os interesses particulares.

Por exemplo, é de suma importância que o novo marco regulatório do saneamento básico seja aprovado e que haja espaço para a maior participação do setor privado no setor. A pressão dos sindicatos do funcionários das empresas estatais dificulta que essa pauta ande.

Ocorreu assim na Assembleia Constituinte de 1988. Um presidente que era mais fraco do que os governadores ?"que haviam sido eleitos?" acabou por gerar um Constituição Federal fortemente influenciada pelos interesses particulares e corporativistas.

Por caminhos diferentes estamos cometendo o mesmo erro.
Herculano
21/06/2020 16:11
ATIVISMO DOS COMISSIONADOS E GRATIFICADOS

Esta coluna publicada no facebook do jornal Cruzeiro do Vale, mostra o ativismo dos comissionados e gratificados a favor daquilo daquilo está sob forte dúvidas e como isso, na prática faz espuma.

Mostra que os entrantes não estão organizados em claque - ou realmente estão com medo de ficarem expostos e sujeitos a perseguições- nem para expor o que dizem ser necessário. Acorda, Gaspar!
Herculano
21/06/2020 16:06
INPEDIDO DE ENTRAR EM SC POR NÃO ESTAR USANDO MÁSCARA, O INCONFORMADO FOI À JUSTIÇA E PERDEU. ACONTECEU EM ARARANGUÁ, NO SUL DO ESTADO
Miguel José Teixeira
21/06/2020 14:31
Senhores,

Bi-comemoração do TRI!

Em 31/05/20 postei: "Há 50 anos, comemorávamos o histórico TRI, defronte às "Lojas Zadrosny", na XV com a Nammy Deecke!

Parece-me que foi ontem. . ."

Assim, fico devendo a tri-comemoração do TRI!
Miguel José Teixeira
21/06/2020 10:26
Senhores,

Fuga paLa a vitóLia (Escape to Victory)

Parece-me que os atos atabalhoadamente atabalhoados, ficaram no passado. Ou não!

Enfim um ato minuciosamente planejado e executado pela Presidência da República: a fuga do valentão "siborrô" para o tio Sam e a perspectiva de um cabidaço no Banco Mundial, se a canoa não virar!

A Rádio Cercadinho pergunta:

1) a passagem aérea foi comprada pelo MEC?

2) foram repassadas pelo MEC diárias de manutenção? Quantas?

3) utilizará ainda o famigerado "cartão corporativo"? Consta que esteve em "miami", sonho de consumo da maioria tupiniquim.

Respostas para Márcia Oliveira de Aguiar, via pousada da Alvorada.

E, quando a Justiça cumpre seu papel, o "capitão zero-zero", assim como todo e qualquer marginal pego com a mão na massa, alega perseguição.
Herculano
21/06/2020 09:55
BATALHA DO NOVO AUXÍLIO EMERGENCIAL, por Vinicius Torres Freira no jornal Folha de S. Paulo

Programa afeta 40% dos adultos e equivale a um quarto dos salários mensais.

A prorrogação do auxílio emergencial chama menos a atenção do que as imundícies do caso Queiroz-Bolsonaro, pelo menos entre os remediados na vida. Deve ser o grande conflito das próximas semanas, com efeitos sociais e econômicos importantes, qualquer que seja o desfecho do confronto, que de resto pode ser decisivo para a popularidade de Jair Bolsonaro.

Antes de mais nada, diga-se que 63,5 milhões de pessoas foram autorizadas a receber o benefício, cerca de 40% da população maior de 18 anos. O gasto estimado até agora é de R$ 154 bilhões. Na média, daria pouco mais de R$ 51 bilhões por mês, o que equivale a um quarto de todos os rendimentos mensais do trabalho do país, segundo o registro do IBGE (Pnad).

A última das três parcelas do auxílio será paga neste junho, diz a lei, embora fiquem restos atrasados a pagar. O governo não queria prorrogação, mas agora aceita até mais duas prestações de R$ 300. Os deputados pensam em até mais duas de R$ 600.

O movimento Renda Básica que Queremos! (RBQQ) quer mais seis parcelas de R$ 600, até o fim do ano.

O RBQQ é uma coalizão de 163 movimentos sociais que fez pressão para o Congresso aprovar mais do que o auxílio de R$ 200 proposto por Paulo Guedes, em março. Grosso modo, é gente de esquerda independente.

Três meses de auxílio emergencial equivalem a uns 2,2% do PIB. Cinco meses, como parece querer o comando da Câmara, a 3,7% do PIB. O plano do RBQQ, a 6,6%. Seriam R$ 463 bilhões, 50% a mais do que o gasto de um ano com o pagamento dos servidores federais. Ou a um terço de TODA a receita líquida do governo federal em 2019.

Dar cabo do auxílio abriria um buraco imenso no consumo, pois na mais otimista das hipóteses os cortes de emprego e salário apenas vão deixar de piorar. A propósito, mais de 10 milhões de trabalhadores com carteira assinada tiveram de aceitar reduções de salário ou suspensão de contratos. É quase um terço dos 32 milhões de celetistas.

O choque social seria óbvio. O político também: com o auxílio, Bolsonaro ganhou algum prestígio entre os mais pobres. O Bolsa Família pagava em média R$ 191 mensais por família, antes do vírus. O auxílio elevou o benefício a R$ 600 por mês ou a R$ 1.200, para mulheres que cuidam sozinhas dos filhos.

O déficit do governo federal será de uns 10,5% do PIB neste ano. Dito de outro modo, o governo vai gastar 67% a mais do que sua receita, isso sem considerar a conta de juros. Se a Câmara aprovar a extensão do auxílio a seu modo, o déficit vai a quase 13% do PIB. Caso passasse o projeto do Renda Básica que Queremos!, a 15% do PIB.

Não é possível agora dar um talho no auxílio, que nem mesmo é emergencial, pois a miséria extra já era grande antes do vírus. A metade mais pobre do país perde renda desde a recessão. Mas aumento de dívida pública não sai de graça, seja lá como se lide com o problema.

Como se lida? Com uma combinação de: 1) mais imposto ou corte de gasto; 2) crescimento econômico acelerado (que reduz o peso relativo da dívida); 3) repressão das taxas de juros da dívida; 4) inflação (a pior).

Afora complicações econômicas, todas as soluções implicam conflito social e político forte, exceto no caso do crescimento acelerado, saída que não é trivial, parece óbvio faz 40 anos.

Apelar a apenas uma dessas soluções tende a dar em besteira social, econômica e política, crise, revolta ou repressão. A gente vai ter de inventar um jeito novo de fazer a coisa.
Herculano
21/06/2020 09:52
PENSANDO BEM...

Como alguém que se elege com a bandeira contra a corrupção, pode quando no poder defender rachadinhas dos filhos políticos, que é o roubo por políticos de dinheiro público disfarçado de salários de assessores?

Como alguém que se elege com discurso da transparência e da mudança, pode mentir tanto, esconder criminosos e se falar de uma rede de milicianos físicos e virtuais virulentos para fazer prevalecer o crime?

Afinal, Deus não pode estar acima de tudo, contra a moral de que roubar é um pecado, de que a legislação vigente não deve ser cumprida e a favor do roubo dos pagadores de pesados impostos.

O novo governo não era para fazer tudo diferente do que estava ai exposto comandado pelo centrão e a esquerda do atraso contra os cidadãos? Wake up, Brazil!
Herculano
21/06/2020 09:45
E AGORA, PAULO? por Vera Magalhães, no jornal O Estado de S. Paulo

Saída de Mansueto abre debate sobre legitimar governo Bolsonaro

E agora, José?

A festa acabou,

a luz apagou,

o povo sumiu,

a noite esfriou,

e agora, José?

e agora, você?


Numa semana pródiga em escândalos até para os aberrantes padrões bolsonaristas, peço licença para não falar de Sara Giromini, Fabrício Queiroz ou Abraham Weintraub, que já foi tarde.

Figura bem menos exótica, o ex-secretário do Tesouro Nacional Mansueto Almeida, economista e pesquisador do Ipea, virou pivô de um debate sobre em que medida, diante dos arreganhos autoritários do presidente e de suas investidas diárias contra a democracia, aqueles que permanecem em cargos de confiança em sua gestão são cúmplices de seus atos.

A discussão sobre Mansueto foi enviesada e serviu de pretexto para fazerem aflorar velhas antipatias contra o economista, um dos idealizadores do teto de gastos. Mas se um assessor do segundo escalão - que, afinal, pediu demissão - gerou tamanha celeuma, isso é sinal de que existe, sim, uma discussão importante a ser feita sobre quem fica neste governo apesar de tudo.

O título desta coluna procura direcionar a discussão a quem de direito. No caso, ao ex-chefe de Mansueto, o ministro da Economia, Paulo Guedes.

O decano dos liberais em atividade no Brasil, filho da escola de Chicago e até 2018 um outsider no debate de política econômica no Brasil, foi o Cavalo de Troia que Bolsonaro - um corporativista praticante de rachadinha e filhotismo político sem a menor noção de quem tenha sido Adam Smith - usou para se apresentar como liberal.

Era um dos disfarces que lhe faltava. Já tinha a fantasia do combatente da corrupção, que também nunca foi, e do renovador das práticas políticas, que Queiroz et caterva mostram que era mais um delírio coletivo.

No primeiro ano de mandato, Guedes viveu a ilusão de que ser liberal bastaria, tomando emprestado, depois dos versões de Drummond, a reflexão de Gil. A aprovação da reforma da Previdência ajudou a embalar este sonho.

Mas veio a pandemia e, tal qual o José do poema, Paulo "está sem discurso, está sem carinho", porque "a noite esfriou, o dia não veio, o bonde não veio, o riso não veio, não veio a utopia, e tudo acabou, e tudo fugiu, e tudo mofou".

A utopia do Bolsonaro liberal ruiu na reunião ministerial, à qual Guedes não só assistiu calado como para qual contribuiu com alguns maus momentos.

O mofo que cobre tudo é o do golpismo barato e da nostalgia da ditadura, reforçado todos os dias pelo clamor dos aliados ao uso indevido das Forças Armadas para se contrapor ao Judiciário e ao fechamento das instituições.

A permanência de Guedes ajuda a legitimar um governo que desmorona sem ministro da Saúde na pandemia, sem titular da Educação quando alunos estão perdidos em casa, povoado de indicados do Centrão para evitar o impeachment e frequentando cada vez mais as páginas policiais ?" não por uma "rachadinha inocente", como dizem os passadores de pano compulsivos, mas por um engenhoso esquema de lavagem de dinheiro público de gabinetes legislativos e ligação comercial e financeira com a milícia do Rio.

O governo Bolsonaro é a negação absoluta da "sociedade aberta" de Karl Popper, o mantra que Guedes segue entoando, alheio ao fato de que sua agenda foi tragada pela pandemia e pelo populismo e que, neste momento, quem faz a cabeça do presidente não é mais o Posto Ipiranga, mas os ideólogos do golpe.

Para ele e os demais ministros "técnicos" ficar é, sim, chancelar. Está claro que não virão "notáveis" para fazer parte dessa gestão que arrasa tudo que toca. O nível daqui para a frente será de Mário Frias para baixo.

"Sozinho no escuro, qual bicho do mato, sem teogonia, sem parede nua para se encostar, sem cavalo preto que fuja a galope, você marcha", Paulo. Paulo, para onde?
Herculano
21/06/2020 09:37
WEINTRAUB ENTROU NOS EUA COMO UM CONTRABANDO, por Josias de Souza

Os detalhes do envio de Abraham Weintraub para um refúgio dourado no exterior provocam no brasileiro que é obrigado a permanecer no país uma sensação insuportável de exílio, uma nostalgia colossal do Brasil. É como se o capitão e seus sequazes arcaicos quisessem impor aos brasileiros um país do qual nem os cegos conseguem se orgulhar.

Weintraub não viajou para os Estados Unidos. Ele foi contrabandeado. Três dias depois do anúncio de sua demissão, apresentou-se aos agentes alfandegários americanos como ministro da Educação do Brasil. Com isso, livrou-se da quarentena que a administração amiga de Donald Trump impõe aos brasileiros por causa da pandemia.

Só depois da consumação do logro Bolsonaro mandou publicar a demissão de Weintraub numa edição extraordinária do Diário Oficial. Se o viajante fosse uma mercadoria, estaria transitando por Miami como muamba. Tratando-se de uma pessoa, percorre a cidade americana na forma de uma caricatura.

O grotesco foi promovido de um contracheque de ministro (R$ 30,9 mil mensais) para um holerite de diretor do Banco Mundial (R$ 115 mil). Extinguiu o direito do brasileiro ao riso. Poucas vezes o sórdido teve uma aparência tão marcadamente sórdida.

Weintraub voou de sua Pasárgada para o estrangeiro com a pressa de um fugitivo. Ele responde a dois inquéritos no Supremo Tribunal Federal. Num, é processado por ofender os ministros do Supremo: "Eu, por mim, botava esses vagabundos todos na cadeia, começando no STF."

Noutro, é investigado pelo crime de racismo. Publicou numa rede social mensagem ironizando o modo como os chineses falam português, trocando a letra R pelo L.

Para virar diretor do Banco Mundial, o vexame brasileiro precisa ser referendado por outros oito países. Um abaixo-assinado subscrito por 15 organizações da sociedade e 250 pessoas, entre economistas, ex-ministros, escritores e artistas, pede que a muamba seja devolvida ao Brasil.
Herculano
21/06/2020 08:31
da série: vergonha, vergonha, vergonha e com o povo calado , e tudo decidido entre poucos contra a Constituição que vai ser retaliada novamente

APOIO DE ALCOLUMBRE AO ADIAMENTO DAS ELEIÇõES ME AFAGO AO STF PARA RECONDUÇÃO, DIZEM SENADORES, de Camila Matoso, na coluna painel, no jornal Folha de S. Paulo

Presidente do Senado avalia recorrer ao Supremo com uma tese para conseguir sua reeleição

Xadrez Principal impulsionador no Congresso do adiamento das eleições, Davi Alcolumbre (DEM-AP) avisou colegas que deve colocar para votar o tema na terça (23) e virou alvo de críticas. Líderes do centrão contrários à iniciativa veem no movimento uma tentativa do senador de cativar o ministro do STF Luís Roberto Barroso, presidente do TSE.

Segundo relatos, Alcolumbre avalia recorrer ao Supremo para conseguir sua reeleição e diz acreditar ser possível conquistar sete votos favoráveis na corte.

Aliados Com a política da boa vizinhança, o presidente do Senado também mira os ministros Alexandre de Moraes e Edson Fachin, que integram o TSE.

Um a um Senadores afirmam que Alcolumbre intensificou a conversa individual com parlamentares nos últimos dias, em busca de apoio à recondução. Ainda assim, mesmo entre aliados, a tramitação de uma emenda constitucional permitindo a reeleição é considerada difícil.


Tentativa Caminho alternativo, a tese no STF é a de que, para equiparar com as condições da Câmara, em que o presidente pode ficar no cargo por dois anos (meio mandato), senadores deveriam ter direito a quatro anos - o mandato no Senado é de oito anos.

Estratégia O DEM quer garantir a presidência de pelo menos uma das duas Casas em 2021. A aposta número um é Davi, mas Elmar Nascimento (DEM-BA) promoveu jantares com setores da esquerda, na última semana em Brasília, para angariar apoio na Câmara.
Herculano
21/06/2020 08:23
MESMO EM CASA, SERVIDOR RECEBE 'PERICULOSIDADE', por Cláudio Humberto, na coluna que publicou neste domingo nos jornais brasileiros

Sem cota de sacrifício na pandemia, ao contrário dos trabalhadores do setor privado com salários reduzidos ou sem empregos, o setor público não abre mão de um só centavo das regalias e privilégios. Agora, obteve sem demora uma decisão do Tribunal Regional Federal da 5ª Região que obriga o governo federal a seguir pagando "adicional noturno" e até "de periculosidade" a servidores que estão em casa, sob quarentena, de modo algum expostos a esses "riscos" próprios da "natureza do cargo".

MEU PIRÃO PRIMEIRO

A mamata foi obtida pela pelegada sindical do serviço público, que foi à Justiça a fim de obrigar o contribuinte otário a bancar mais essa conta.

INCORPOROU GERAL

Na prática, o TRF-5 já considera os adicionais, que são gratificações eventuais, "incorporados" aos salários. Uma beleza, coisa de País rico.

ÀS FAVAS O PAÍS

A decisão manteve suspensa a Instrução Normativa 28, assinada por Jair Bolsonaro em 25 de março, como medida contra crise da pandemia.

MÃO NO SEU BOLSO

Continuarão a ser pagos adicionais noturnos, insalubridade, "irradiação ionizante" e até gratificações por atividade com raio-x... Tudo "remoto".

MULTAS AMBIENTAIS JÁ RENDERAM R$175,3 MILHõES

Prorrogada pelo Conselho Nacional da Amazo?nia, que é coordenado pelo vice-presidente Hamilton Mourão, a Operação Verde Brasil 2 já aplicou multas ambientais no valor de R$175,3 milhões. O combate ao desmatamento e ao garimpo ilegal resultou em 113 prisões em flagrante, na região. Desde 11 de maio, a operação apreendeu 85 caminhões, 27 máquinas pesadas (trator, escavadeira) e quase 20 mil m3 de madeira.

APREENSõES

Balanço da Operação Verde Brasil 2 revela a apreensão de 33 motosserras, usadas em desmatamento ilegal, e 127 embarcac?o?es.

ANIMAIS RESGATADOS

A fauna também esteve na mira da operação, que apreendeu 69 animais silvestres em cativeiro e 1,1 tonelada de pescado ilegal.

MULTILATERAL

A operação conta com a participação do Ibama, ICMBio, Ministério do Meio Ambiente, PF, PRF, e os ministérios da Justiça e Defesa.

AFINIDADE NECESSÁRIA

Os líderes do centrão foram avisados de que não podem pretender a vaga aberta no Ministério da Educação. A menos que tenham um nome comprometido com a pregação de Bolsonaro para o setor, na campanha.

PACO SE RECUPERA

O vice-governador do DF, Paco Brito, que testou positivo para covid-19 e se internou no Hospital DF Star, em Brasília, recebeu boas notícias: os exames melhoraram e a tomografia mostrou o pulmão estável.

ADIAMENTO CONSENSUAL

Presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP) marcou para terça (23) a votação do projeto que adia as eleições municipais, objeto de obsessão dos parlamentares. É pauta de raro consenso no Congresso.

O PIOR CEGO

Chega a ser constrangedor o alheamento do deputado João Campos (PSB), candidato chapa-branca à prefeitura do Recife. Sobre operações da Polícia Federal na prefeitura do aliado Geraldo Júlio, o jovem político prefere o velho estilo "não vejo, não ouço, não falo".

À DISTÂNCIA E INTENSO
21/06/2020
A senadora Soraya Thronicke (PSL-MS) pega o caminho de volta a Brasília neste domingo (21), após três meses trabalhando à distância. Ela se impressionou com a intensidade do trabalho em home office.

BRASIL DE VOLTA

Após ser deixado de fora em 2019, o Brasil retornou à lista de 25 países para se investir, da gigante mundial de consultoria Kearney. O país é o 22º no Índice de Confiança de Investimento Direto Estrangeiro.

DESANUVIOU

A saída de Abraham Weintraub mudou o clima no Palácio do Planalto. Assessores dizem que até o presidente mudou de atitude, ficou mais tranquilo, na quinta-feira complicada pela prisão de Fabrício Queiroz.

NEM DISFARÇAM

Os coleguinhas estão precisando se controlar. Sexta, ao falar sobre o substituto de Weintraub na Educação, teve âncora dizendo que Antonio Paulo Vogel é "tão técnico que já trabalhou inclusive em governo do PT".

PENSANDO BEM...
21/06/2020
...com o futebol de volta, se Bolsonaro baixar o imposto da cerveja, vira rei.
Herculano
21/06/2020 08:17
CRÍTICA DESCABIDA, por Marcos Lisboa, Marcos Lisboa, presidente do Insper, ex-secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda (2003-2005) e doutor em economia, no jornal Folha de S. Paulo.

Em 1999, o prefeito de Nova York tentou impedir o Museu do Brooklyn de realizar exposição com obras polêmicas, incluindo uma que ofendia a sensibilidade religiosa de cristãos.

O museu não cedeu, e o prefeito cortou as verbas concedidas pelo município. Floyd Abrams liderou a defesa do museu perante a corte federal. O resultado foi uma vitória acachapante.

O governo não tem o direito de censurar trabalhos que considere moralmente impróprios ou que agridam à religiosidade. Nenhuma autoridade pode determinar o que seria aceitável em temas de opinião. As verbas para o museu deveriam ser integralmente preservadas.

Tão importante quanto a defesa feita por Abrams foi o que ele se recusou a fazer. Antes do julgamento, ele tomou conhecimento de um trecho do diário de Goebbels, que assumira a gestão da cultura em razão de uma exposição que desagradara a Hitler:

"Caso os vienenses contestem, todos os subsídios do Reich serão cortados. Isso, claro, significa a morte da vida cultural de Viena".

Abrams pensou mencioná-lo como exemplo de censura exercida pelo autoritário de plantão. Concluiu, porém, que a analogia com o prefeito seria obviamente falsa em razão das circunstâncias e prejudicaria a defesa do museu.

Na última semana, Mansueto Almeida anunciou sua saída da Secretaria do Tesouro. Alguns aproveitaram para criticá-lo por ter aceitado trabalhar neste governo e resgataram uma expressão de Hannah Arendt: a banalidade do mal.

Arendt, porém, utilizou-a ao escrever sobre o julgamento de Eichmann, o burocrata anódino que organizara o transporte de judeus para campos de concentração.

Podemos repudiar as manifestações do presidente, mas não a democracia que o elegeu. Muitos de nós jamais cogitariam trabalhar neste governo. Outros agem de forma diferente para cuidar da coisa pública. Tema de opinião, não de legalidade.

Mansueto é um servidor público cioso do seu ofício e aberto ao contraditório. Sua serenidade e meticulosidade têm sido essenciais para o debate sobre os dilemas da economia.

Impecavelmente, ele consegue relevar as críticas virulentas e sempre convida ao diálogo, explicando com cuidado os dados e as opções de política pública, mesmo que na contramão do discurso oficial.

O Tesouro Nacional tem alertado sobre problemas que outros prefeririam ignorar. Não há notícia de artifícios contábeis que escondam da sociedade a gravidade das contas públicas, ao contrário do que ocorreu em gestão passada. A cada um o seu quinhão pelos atos que pratica.

A liberdade de expressão deve proteger até mesmo a crítica descabida. O único risco é tornar seus porta-vozes comparáveis ao governo que desprezam.
Herculano
21/06/2020 08:12
OS NOTÁVEIS JÁ COMANDAM, por Carlos Brickmann

Há um importante grupo no Governo Federal (chamado genericamente de área militar, embora nem todos os militares que estão no Governo pertençam ao grupo, embora nem todos no grupo sejam militares) que se preocupa com o desgaste político do presidente. Quando até Olavo de Carvalho ameaça derrubar o Governo, quando a prisão de um tal Queiroz, confesso adepto de práticas pouco ortodoxas de arrecadação ameaça atingir a própria família do presidente, o grupo quer reverter a situação com um Ministério de Notáveis.

O nome foi criado no Governo Fernando Collor, com o mesmo objetivo, e houve a ocupação de ministérios por pessoas notáveis. Não adiantou: Collor sofreu impeachment (e mais tarde acusou os notáveis de traição).

Acontece que o presidente Bolsonaro já formou um Governo de notáveis. O ministro do Meio Ambiente assistiu a uma bela afrouxada na fiscalização ambiental, os dois ministros da Educação que se sucederam foram notáveis pela despreocupação com problemas educacionais, o ministro da Saúde não tem experiência no assunto - mas tudo bem, ele aprende, basta esperar algum tempo e assistir a mais alguns milhares de mortes na pandemia - e até agora só se cercou de militares, sem se contaminar com a presença de especialistas em saúde pública. E há a ministra Damares - querem figura mais notável?

O chanceler pediu o apoio dos EUA ao candidato brasileiro ao BID, para derrotar a Argentina. Trump não deu apoio e ainda lançou candidato próprio. O Itamaraty agradeceu. Perdoa-me por me traíres, diria Nelson Rodrigues.

POSTO NOTÁVEL

Há Paulo Guedes, o Posto Ipiranga. Das três reformas que achava essenciais e urgentes, uma, a da Previdência, foi aprovada graças a Rodrigo Maia, e era diferente da que propôs. A administrativa está passando numa boa - uma boa temporada nas gavetas de Bolsonaro, onde estão há um ano. A tributária será proposta algum dia.

O TEMPO PASSA

A propósito, não botemos a culpa da pandemia: de janeiro de 2019 a março de 2020, houve tempo. Mas Bolsonaro preferiu, entre outras coisas, analisar esteticamente a esposa do presidente francês. E o Posto Ipiranga se calou, posto em sossego.

AS NOTÁVEIS CONSEQUÊNCIAS

As ações do notável Ministério provocam problemas também notáveis: um dos mais graves é dificultar o acordo Mercosul-União Europeia e colocar em risco o comércio já existente entre europeus e o Brasil. Menos pelas queimadas na Amazônia e mais pelas declarações de que isso não tinha importância, o Brasil sofreu bloqueio de recursos europeus destinados à preservação. Some-se a isso frases de Bolsonaro sobre reservas indígenas e o afrouxamento da fiscalização ao desmate ilegal (antes, equipamentos usados em desmatamento ilegal eram incendiados. Agora, são devolvidos), e há restrições de parlamentos de países europeus ao acordo. A Europa se beneficiaria com ele - estima-se que suas empresas poupariam ? 4 bilhões ao ano.

Mas é fácil boicotar o acordo: a imagem internacional de Bolsonaro é ruim (basta ver como é tratado pela imprensa europeia), e o lobby dos agricultores europeus contra o agronegócio brasileiro, com o qual não conseguem competir, usa isso contra o Brasil. Tirando a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, ninguém dialoga com os clientes.

DUVIDAR É PRECISO

Fabricio Queiroz, amigo de Bolsonaro, assessor de seu filho Flávio, foi preso na casa de Atibaia de um advogado de Flávio. Não estava escondido, mas hospedado: não havia nenhuma ação legal contra ele. Mas o advogado, em várias entrevistas, disse não saber onde ele estava. Aliás, se é do Rio e se tratava de câncer em São Paulo (onde Veja o entrevistou, no Hospital Albert Einstein), por que foi morar em Atibaia, a 60 km de distância? O presidente Bolsonaro disse que é porque a casa do advogado ficava perto do hospital onde se tratava. Enganou-se: o Hospital Nova Atibaia, onde ele disse fazer o tratamento, negou a informação. E o Einstein fica longe: dá uns 80 km, com o trânsito paulistano no caminho.

Outra dúvida: se Bolsonaro e Flávio não tinham contato com Queiroz, como o presidente sabia do hospital de Atibaia? E por que surgiriam a respeito dele tantas invenções? Questão de hábito?

OUTRO TAMBÉM

Boa parte da argumentação bolsonarista nas redes sociais se refere ao caso Queiroz como perseguição política. Havia 20 gabinetes parlamentares que, segundo o Coaf, tinham movimentação financeira atípica. Flávio Bolsonaro era o 19º da lista, com R$ 1,3 milhão (Queiroz era o operador). A lista era encabeçada pelo gabinete de um deputado petista, André Ceciliano, com 49,3 milhões. É natural que um assessor do filho do presidente eleito fosse mais citado que os demais. Mas o justo é que contra todos os envolvidos na lista haja um inquérito semelhante. Justiça é Justiça, sem perseguir ninguém.
Herculano
21/06/2020 07:59
A BLINDAGEM TABAJAR DE QUEIROZ NO SÍTIO DE ATIBAIA, por Elio Gaspari, nos jornais O Globo e Folha de S. P

Pior, só se o ex-assessor de Flávio Bolsonaro estivesse escondido no Alvorada.

A blindagem que protegia Fabrício Queiroz foi coordenada por Asmodeu. Em 2018, quando um passarinho da Polícia Federal fez chegar aos Bolsonaro a informação de que havia gente de olho no chevalier servant do capitão, ele foi protegido pelo sete lados.

De saída, Queiroz e sua filha foram demitidos dos gabinetes da família em que estavam lotados. Em seguida, tratou-se da sua defesa. O primeiro nome que entrou na roda foi o do advogado Antônio Pitombo. Não era conveniente, porque ele defendia Jair Bolsonaro. Numa segunda hipótese o caso iria para Christiano Fragoso. Profissional renomado, estaria acima das posses de Queiroz. Tratava-se de arrumar um advogado que não desse na vista. Nessa altura, Queiroz sumiu das vistas do público e Jair Bolsonaro paralisou toda a operação, chamando-a a si.

Na quinta-feira (18), o vexame: Fabrício Queiroz estava guardado no sítio de Atibaia do doutor Frederick Wassef, o "Anjo", da família Bolsonaro.

Wassef gosta de holofotes, fez fama e tornou-se figurinha carimbada em Brasília e vistosa presença em eventos oficiais. O que foi uma operação para afastar Queiroz da família virou uma pajelança tabajara que resultou no oposto. Pior, só se ele estivesse no Alvorada.

Queiroz estava sem advogado desde dezembro do ano passado. Seu novo defensor é Paulo Emílio Catta Preta. Até fevereiro ele cuidava dos interesses do miliciano Adriano da Nóbrega, que estava foragido e foi morto pela polícia no interior da Bahia, num sítio do vereador Gilsinho da Dedé, eleito pelo PSL, partido a que pertenceu Jair Bolsonaro. A mãe e a mulher de Adriano estiveram lotadas no gabinete de Flávio Bolsonaro, sob o patrocínio de Fabrício Queiroz.

Preso, Queiroz vê a realização de suas premonições. Em 2018, ele perguntou a um advogado quantos anos ia pegar. Meses depois, assustado, dizia que "o Ministério Público está com uma pica do tamanho de um cometa para enterrar na gente e não vem ninguém agindo".

Pelo visto, o "Anjo" Wassef agia. Passaram-se dois anos do aviso dado pelo passarinho da Polícia Federal, a questão, piorada, voltou ao ponto de partida: o Ministério Público não tem pressa, só tem perguntas.

TORMENTAS À VISTA

A família Bolsonaro tem quatro tormentas pela frente:

A Câmara do Tribunal de Justiça do Rio onde cairá um pedido de revogação da prisão preventiva de Fabrício Queiroz é severa.

O senador Flávio Bolsonaro não tem foro privilegiado no caso das "rachadinhas", pois a trama ocorreu quando ele era deputado estadual.

O Ministério Público do Rio está com a faca nos dentes.

Qualquer recurso que vá ao Superior Tribunal de Justiça cairá na relatoria do ministro Felix Fischer, que come abelha.

PAZUELLO POVOOU MINISTÉRIO COM MILITARES E NIOVOU METENDO PAISANO NA ADMINISTRAÇÃO

'Parceiro de missão' do general-ministro, 'Cascavel' não é médico, nem servidor público

O general Eduardo Pazuello povoou o Ministério da Saúde com militares. Direito dele. A repórter Camila Mattoso revelou que ele está inovando os métodos de gestão pública. O empresário Airton Soligo, ex-deputado federal por Roraima, é conhecido como "Cascavel". Ele se intitulou "parceiro de missão" do general, assumiu poderes de facilitador no ministério. Reuniu-se com governadores e tratou de assuntos oficiais com secretários de Saúde.

"Cascavel" não é médico, nem servidor público.

Para quem acha que militares levam critérios de racionalidade e disciplina para a administração civil, a memória ensina que jamais na história das Forças Armadas um paisano meteu-se na administração de um quartel. Na burocracia civil, quando um transeunte se mete na administração, isso é sinal de que algo de ruim pode acontecer.

ONDE FICA A SAÍDA?

As Forças Armadas levaram 25 anos para se afastarem da administração civil. De uma hora para outra, o capitão e alguns generais levaram-nas de novo para o meio de redemoinho.

Começou-se a pensar como sair dessa.

BOLSONARO É DIFERENTE DE TEMER, LULA, FHC E DILMA: ELE FABRICA CRISE

O presidente vai para o cercadinho do Alvorada e cria a encrenca

De quem já viu de tudo no Palácio do Planalto:

Houve presidentes em cujos mandatos a crise entrava no palácio e saía menor: Michel Temer, Lula e Fernando Henrique Cardoso. Com a Dilma, ela entrava pequena e saia maior.

Com o Bolsonaro ela não precisa nem entrar. Ele vai para o cercadinho do Alvorada e fabrica a encrenca.
Herculano
21/06/2020 07:38
E em Washington o Weintraub vai ser analfabeto em dois idiomas! (José Simão)
Miguel José Teixeira
20/06/2020 12:52
Senhores,

A fuga do valentão "siborrô" sob os auspícios da Presidência da República?

"Após Weintraub chegar aos EUA, governo publica exoneração do ministro

Decisão foi assinada pelo presidente Jair Bolsonaro; no cargo, o agora ex-dirigente da pasta tinha direito ao passaporte diplomático"

(Fonte: O Globo)
Miguel José Teixeira
20/06/2020 12:48
Senhores,

Relevância definhando

O Ministério da Educação foi criado em 1930, logo após a chegada de Getúlio Vargas ao poder. Com o nome de Ministério da Educação e Saúde Pública, a instituição desenvolvia atividades pertinentes a vários ministérios, como saúde, esporte, educação e meio ambiente.

Hoje temos:

a) a Educação, à deriva! Menos mal. Até ontem esteve nas mãos de um energúmeno.

b) a Saúde Pública, à espera de um milagre! Pois seu comandante não entende de saúde e sim de logística militar.

c) o Esporte, centrado no futebol, sob constante $uspeita!

d) O Meio Ambiente, querendo passar a "boiada" por meio de "baciadas" de normativos autoritários, sob o comando de alguém cuja coleira esta presa as guias de grandes extrativistas.

E a Cultura? Parece-nos que em 1930 não despertava muito interesse nas "otoridades". Mas agora, sim! Tanto que já estamos no 5º Secretário, o Mário, que a julgar pelos seus antecessores, também entrará em várias "frias".
Herculano
20/06/2020 11:39
MARAVILHAS E ESTRANHEZAS

Há dias voltou o competitivo, tático e disciplinado campeonato alemão. Em seguida, retornou o campeonato de dois times, talvez três a cada temporada, o Espanhol. Agora, chega a vez do Inglês, o referência mundial, todos eles em suas retas finais, depois de três meses parados por causa do isolamento provocado pela pandemia

Alívio às repetidas, e bota repetida nisso, reprises e nostalgias.

Os atletas estão fora de forma e bem longe da aplicação próprias das restas finais das competições da temporada. Mas, aos de quarentena obrigados assistir os precários estúdios via internet das lives das grandes tevês, o fora de forma dos atletas ainda é melhor opção do que reassistir, repetidamente, aquilo que já se sabe dos resultados, continua antigo histórico e já nos emocionou ou decepcionou em outros tempos.

Museu não é um programa de cotidiano, mas de revisão e reavivamento de memórias, emoções, sentimentos e fatos históricos.

O passado, é algo, muitas vezes deprimente. Deixa-nos presos e algemados para os desafios e novas sensações. A vida, só vale a pena se corajosamente mergulhamos no desconhecido, novas expectativas, resultados e decepções.

E as estranhezas do título? A falta de público para esta volta, um protocolo necessário para salvar vidas e o próprio espetáculo ao vivo.

Futebol sem torcida e aquele sussurro da arquibancada, é treino fechado. Frio, sem graça. Pior mesmo, são os efeitos especiais que tentam enganar os telespectadores com áudios mágicos de palmas, xingamentos, hinos e outras manhas das partidas ao vivo, no engana que eu gosto.

É a tecnologia substituindo à espontânea realidade e imitando os games. Triste tudo isso. Mas, são os tempos de Covid-19 e à criatividade substituindo os sentimentos.

Herculano
20/06/2020 09:18
Da série, o choro teatral para sensibilizar analfabetos, ignorantes e desinformados. Tudo tinha risco muito alto embutido. E todos sabia. Agora, é um salve quem puder. E o primeiro a ser preservado é o bem maior na hierarquia do jogo mal enjambrado. Ou o advogado desconhece isso? Ou chantageia para levar mais vantagens e se livrar de ser partícipe fundamental da trama que tem cara de crime?

COM RAIVA E SE SENTIDO HUMILHADO, WASSEF RECLAMA DE BOLSONARO, por Lauro Jardim, em O Globo

Jair e Flavio Bolsonaro têm mais um problema pela frente. E não é pequeno. É um problema de quase dois metros de altura, que está se sentindo humilhado e com raiva: Frederick Wassef, o advogado de Flavio Bolsonaro e ex-hospedeiro de Fabrício Queiroz, está possesso.

Sente-se abandonado. De acordo com relatos de pessoas próximas, sentiu-se traído e achincalhado com a nota oficial assinada pela advogada de Bolsonaro, Karina Kufa. O texto desmentia que ele algum dia tenha sido advogado do presidente - algo que ele repetiu (e Bolsonaro também) inúmeras vezes nos últimos meses.

Com interlocutores próximos, Wassef tem reclamado de modo acerbo e raivoso de Bolsonaro. Detestou também que fatos do seu passado e velhas histórias de Cristina Boner, sua ex-mulher, mas de quem ainda é muito próximo, terem sido remexidos em meio ao furacão da prisão de Queiroz.
Herculano
20/06/2020 09:03
CAPITÃO PERDE SEU MELHOR PAPEL:CULPAR OS OUTROS, por Josias de Souza

A teatralidade radical de Jair Bolsonaro começou a perder o nexo na manhã da última quinta-feira. A prisão do amigo Fabrício Queiroz num imóvel pertencente ao advogado da família Bolsonaro expôs o capitão a um revés que lhe sonega o papel que melhor desempenha. Pela primeira vez, não pode culpar os outros - a menos que queira apertar o nó que adorna o pescoço do primogênito Flávio.

A conjuntura impôs a Bolsonaro uma encenação para a qual ele não estava ensaiado. Ficou momentaneamente proibido de ser o brigão que aprecia. Obrigou-se a parecer o conciliador que nunca foi. Na quinta-feira, horas depois da cana de Queiroz, serviu na bandeja aos "vagabundos" do Supremo a cabeça de Abraham o mastim ideológico que mantinha na pasta da Educação.

Na sexta, Bolsonaro enviou ao apartamento do desafeto Alexandre de Moraes, em São Paulo, uma missão de paz composta de três membros do seu staff jurídico: os ministros André Mendonça (Justiça) e Jorge Oliveira (Secretaria-Geral), e o advogado-geral da União José Levi Mello do Amaral Júnior.

Suprema ironia: apenas 48 horas antes, Bolsonaro ainda estava sob a influência dos auxiliares que aguçam os seus maus bofes, reivindicando o sangue dos rivais. Ralhava com o mesmo Alexandre de Moraes, que jogara o peso de sua caneta de ministro do Supremo em despachos que enviaram os rapazes da Polícia Federal a 21 endereços de bolsonaristas e invadiram as contas bancárias de 11 parlamentares governistas.

"Estão abusando. Isso está a olhos vistos", dissera o Bolsonaro irascível de sexta-feira. "Está chegando a hora de tudo ser colocado no devido lugar." Os próximos lances de Bolsonaro serão complicados. A maneira como o capitão lidará com as adversidades haverá de marcar a história do seu governo. Além do enrosco chamado Queiroz, há os três inquéritos que correm no Supremo.

Num dos inquéritos, apura-se a denúncia de Sergio Moro de que Bolsonaro tramou a conversão da Polícia Federal num aparato político. Noutros dois, investiga-se a indústria de notícias falsas e de ódio antidemocrático que o bolsonarismo mantém nas redes sociais e nas manifestações de rua.

No momento, pode parecer exagerada a afirmação de que o governo Bolsonaro flerta com o impedimento ou a cassação. Mas com o número de infectados do coronavírus ultrapassando a casa de 1 milhão de pessoas e a pilha de mortos ainda na ascendente, o brasileiro tem dificuldade de enxergar a serventia de um presidente que arrasta na conjuntura a bola de ferro de um amigo tóxico e uma agenda penal.

As palavras que Bolsonaro jogou ao vento premonitórias. Está mesmo "chegando a hora de tudo ser colocado no devido lugar.
Herculano
20/06/2020 08:52
CADA COISA E QUE Só OS DIAS ESCLARECEM

O presidente do DEM de Gaspar, o ferrenho ex-ativista do MBL e que chegou a fazer caminhadas e acampamentos em Brasília e hoje bolsonarista de carteirinha e presidente do DEM de Gaspar, o suplente de vereador Paulo Filippus, continua defendo causas nacionais. Mas quer com elas, ser candidato a vereador por aqui.

Esta semana, tratou de confrontar seus ex-companheiros de acampamentos. Foi bloqueado no twitter. Achou isso, "anti-democrático". Relativo.

Entre os que cortaram relações com Filippus, está o vereador paulistano pelo DEM, Fernando Holiday, jovem, negro, gay, católico e resiliente a transparência e coerência de seus discursos.

Fernando escreveu no mesmo twitter:

Apoio João Doria? Não!
Apoio Bruno Covas? Não!
Apoio Rodrigo Maia? Não!
Apoio Jair Bolsonaro? Não também!

Para o gado é difícil entender que algumas pessoas são norteadas por princípios e rejeitam a idolatria, ele mede os outros pela própria régua.

Outra de Fernando

Na tentativa de me descredibilizar a galera da direita gadista fica fazendo comparações totalmente descabidas entre mim e o PSOL.

Ignoram por conveniência que Bolsonaro sancionou a emenda do Freixo que cria o juiz de garantias, o projeto dos sonhos dos criminosos no Brasil.

VOLTO

É preciso explicar mais alguma coisa?
Herculano
20/06/2020 08:39
A HERMENÊUTICA DA MINISTRA - E DO STF

De Roberto Guzzo, no Twitter:

A ministra Carmen Lucia é muito valente no combate ao extremismo de direita: negou o habeas corpus pedido pela" ativista" cujos amigos foram soltar rojão na frente do STF. Quando o extremismo é de esquerda ela some. Não deu um pio quando picharam de vermelho o seu prédio em BH.
Herculano
20/06/2020 08:33
INSTITUIÇõES DEVEM EVITAR JOGO BRUTO DE AGENTES PÚBLICOS QUE TESTAM LIMITES DA LEGALIDADE, por Celso Campilongo,professor titular do Departamento de Filosofia e Teoria do Direito da Faculdade de Direito da USP; José Eduardo Faria, professor titular do Departamento de Filosofia e Teoria do Direito da Faculdade de Direito da USP; José Reinaldo de L. Lopes
Professor titular do Departamento de Filosofia e Teoria do Direito da Faculdade de Direito da USP; e Ronaldo Porto Macedo Jr, professor titular do Departamento de Filosofia e Teoria do Direito da Faculdade de Direito da USP

O direito controla o poder, e quem dá a última palavra sobre o direito válido no Brasil é o Supremo Tribunal Federal

As últimas semanas colocaram na ordem do dia o problema do poder: quem controla os controladores?

O direito, na busca de justificativas para a obediência, ou legitimidade, desenvolveu mecanismos que permitem enfrentá-lo: divisão de poderes, controle judicial da administração e da constitucionalidade das leis, eleições periódicas, impeachment, liberdade de expressão, enfim, Poderes que controlem Poderes.

Autoridades constituídas precisam seguir as regras do jogo. Não faz sentido jogá-lo como se fossem passíveis de um teste de resistência de materiais. O que deveria ser critério de prudência, moderação e diálogo respeitoso - jogar conforme as regras, inclusive da cortesia -, transforma-se na mescla monstruosa de boçalidade, excesso e arbítrio.

Estadistas, legisladores e magistrados verdadeiros atuam diferentemente. Dão o exemplo de que as bases das nações civilizadas, da democracia e do Estado de Direito existem para ser respeitadas por todos.

Infelizmente, tem sido a sina das últimas semanas o desafio a essas regras. Não bastasse o coronavírus, viralizaram radicalismo, insensatez e irracionalidade.

Alguns acenam irresponsavelmente com a saída ilícita: as Forças Armadas. Interpretações delirantes e mal-intencionadas do artigo 142 da Constituição - descabidas e insustentáveis -, são ventiladas como se houvesse intervenção militar "constitucional". Isso teria outros nomes: golpe de Estado e instalação de ditadura. As Forças Armadas são instituições a serviço dos Poderes, não o inverso.

O direito controla o poder, e quem dá a última palavra sobre o direito válido no Brasil é o Supremo Tribunal Federal. Isto é o básico do próprio conceito de Estado de Direito. Onde fenecem os Parlamentos e o Poder Judiciário perde independência, proliferam as autocracias.

Tramita pelo STF "inquérito guarda-chuva" sobre ofensas ao STF e seus membros que deve preservar a obediência aos princípios elementares da justiça imparcial, tantas vezes desprezados no Brasil dos últimos anos em nome da eficácia de apurações.

A regularidade desse procedimento, por sua relevância e interesse, não pode ser maculada. Os fatos investigados são gravíssimos: formação de organização criminosa, atentados contra a ordem política e social, disseminação maciça de fake news com potencial ameaça à democracia, utilização irregular de fundos e equipamentos para violar direitos e ameaçar ministros do STF.

Essas práticas são intoleráveis e implicam severas penalidades. Tudo a ser apurado nos limites do direito à ampla defesa, ao julgamento imparcial e ao devido processo legal.

O momento exige que as instituições da República evitem o jogo bruto que ocorre quando agentes públicos testam os limites da legalidade para subverter a ordem jurídica. Tal prática é ameaça à democracia e estímulo à violência.

A intimidação de ministros e do Supremo é inadmissível. Mina a segurança e a certeza do direito de qualquer um. Ameaçar não cumprir suas decisões é afrontoso. Tipifica crime de responsabilidade e estimula o perigoso jogo bruto que se deve evitar.

A reação da sociedade foi imediata: manifestos, de variados setores, seguiram-se à perigosa bravata. As praças só não estão lotadas pelas restrições impostas pela pandemia. O momento pede que o jogo da política seja praticado em sua esfera própria e que o Estado de Direito seja respeitado.
Herculano
20/06/2020 08:26
PM PODE SER PUNIDA POR IMPEDIR FESTA DE TRAFICANTE, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou neste sábado nos jornais brasileiros

O "principado" do tráfico de drogas, estabelecido no Rio de Janeiro por decisão judicial que proíbe operações policiais contra os bandidos nas favelas, durante a pandemia, atingiu seu momento mais baixo com a reclamação do Partido Socialista Brasileiro (PSB), Defensoria Pública e ONGs contra o governador e o procurador-geral de Justiça, pelo fato de policiais terem atrapalhado e impedido uma grande festa de aniversário de um chefe do tráfico, onde criminosos exibem armas e vendem drogas.

QUEIXA VERGONHOSA

A queixa do PSB et caterva, vergonhosa, foi ao ministro Edson Fachin, autor da liminar que proíbe a polícia agir contra bandidos nas favelas.

TEATRO DOS ABSURDOS

O promotor Bruno Carpes, conhecido por sua atuação corajosa contra o crime, classificou essa situação como "teatro dos absurdos".

ABANDONADOS PELO ESTADO

Para Bruno Carpes, o Estado optou por deixar as populações dessas favelas dominadas por traficantes, "agentes do mal e do terror".

UNIVERSO ALTERNATIVO

Parece realidade paralela: as autoridades agora precisam explicar os motivos para combater o tráfico. Já traficantes, não podem ser presos.

COVID NO BRASIL: 94,3% ESTÃO CURADOS OU BEM

A maior parte da imprensa estava salivando para anunciar o milionésimo caso de covid-19 no Brasil e elevar o pânico. Por lapso ou conveniência, não explicaram que 520 mil pessoas, mais da metade do total, já estão curadas e 432 mil dos que ainda estão doentes apresentam infecções leves. Também foi ignorado que a média móvel de casos e mortes, sugere que o pico da doença no país foi entre os dias 4 e 10 de junho.

MENOS VIDAS EM RISCO

Segundo o Worldometer, a média de casos diários dos últimos sete dias em 10 de junho foi de 27.315. Ontem eram 25.387, queda de 7,6%.

MENOS VIDAS PERDIDAS

Em relação às mortes, onde subnotificação é mais difícil, a média diária chegou a 1.040 casos no dia 4 de junho e caiu para 973 (-6,9%) ontem.

NÚMEROS NÃO MENTEM

A letalidade da covid-19 no Brasil é de 4,8% contra 5,3% dos EUA, 9,3% da Espanha, 14% do Reino Unido, 14,5% na Itália e 18,5% na França.

DADOS EM PERSPECTIVA

São Paulo e Rio concentram quase metade dos óbitos por covid no Brasil, mas o pior quadro está no Amazonas e Ceará. Ainda assim, a letalidade nesses estados é menor que na Bélgica e Reino Unido.

ACERTOU NA VEIA

Após anunciar nesta sexta-feira (19) um acordo de patrocínio do Flamengo e para um pacote de soluções financeiras, incluindo um banco digital, o Banco de Brasília (BRB) viu o valor das ações disparar 25%.

Só QUE NÃO

Apesar das juras dos ministros do STF de respeitar o "devido processo legal" e de acesso dos acusados aos respectivos inquéritos, a defesa da ativista maluquete Sara "Winter" Giromini ainda não foi autorizada a isso.

CLAMOR POR CPI

Eleitores pressionam o vereador Jaime Asfora, ex-presidente da OAB-PE, para propor CPI na Câmara Municipal que investigue as suspeitas de corrupção na prefeitura do Recife, alvo de duas investigações da Polícia Federal nas compras sem licitação para combate ao covid-19.

QUANTO INTERESSE!

Presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP) marcou para terça (23) a votação do projeto que adia as eleições municipais, objeto de obsessão dos parlamentares. É pauta de raro consenso no Congresso.

A TABUADA DA PELEGADA

A Contag não gostou do Pronaf 2020/21 (agricultura familiar). Segundo a confederação, os R$36 bilhões com juros de no máximo 4% são ruins. A pelegada não reclamava dos R$26 bilhões a 5,5% no governo do PT.

DECISÃO CONTESTADA

Continua sem explicação a decisão de impedir a presença de Fabrício Queiroz em presídio de ex-policiais, no Rio, expondo-o a penitenciária comum, onde estará sujeito a se deparar que bandidos que prendeu.

EXPLORAÇÃO MÁXIMA

Lojas online não se contentam com o aumento no número de vendas de produtos relativos à proteção contra pandemia como máscaras e álcool gel. Termômetros sem contato também sofreram aumento de até 235%.

PENSANDO BEM...

...e teve gente que achou que o PSDB era mau perdedor.
Herculano
20/06/2020 08:18
SABUJO EXPELIDO editorial do jornal Folha de S. Paulo

Na ânsia por demonstrar servilismo, Weintraub enfraqueceu Bolsonaro

Embora inexistam motivos para esperar uma substituição virtuosa no Ministério da Educação sob Jair Bolsonaro, a saída forçada de Abraham Weintraub não deixa de proporcionar algum alento ao país.

Num primeiro escalão em que nomes como Ernesto Araújo (Relações Exteriores) e Ricardo Salles (Meio Ambiente) desmoralizam suas pastas e mancham a imagem do país, Weintraub conseguiu sobressair em inépcia e indignidade.

O anúncio de sua demissão, após ataques reiterados a ministros do Supremo Tribunal Federal, mostra um governo compelido a reconhecer limites, mesmo que apenas circunstanciais, para o comportamento indecoroso. É o que transparece na imagem de um constrangido Bolsonaro a receber o abraço sôfrego do subalterno expelido.

Na ânsia de demonstrar seu servilismo, o agora ex-ministro contribuiu para o enfraquecimento de um governo rodeado por inquéritos judiciais ?"um deles, relativo a esquemas de disseminação de notícias infundadas, envolvendo o próprio Abraham Weintraub.

A tagarelice golpista pôs fim à sua curta e vexatória passagem pelo MEC, que só não foi mais danosa porque o provimento prioritário de ensino básico está a cargo dos governos estaduais e municipais.

Ainda assim, a política educacional perdeu tempo precioso com a omissão da pasta nas negociações legislativas para a renovação do Fundeb (o fundo de financiamento dos ensinos fundamental e médio), na implementação da base curricular nacional e, por fim, nos esforços para a retomada das aulas durante a pandemia.

A ladainha contra o espantalho da doutrinação esquerdista nas escolas e universidades não mais esconde a indigência das ideias do bolsonarismo e de seus gurus para o setor. O fanatismo ideológico e a incapacidade para o diálogo inviabilizaram até debates pertinentes, como o da captação de recursos privados na educação superior.

Weintraub agora intenta envergonhar o Brasil aceitando um posto no Banco Mundial ?"ironicamente, uma das instituições de um tal globalismo satanizado pela direita populista. A valentia de arruaceiro das redes sociais se compatibiliza, de súbito, com o conforto de uma sinecura bem remunerada e distante da Justiça brasileira.

Lá, não terá ou não saberá o que fazer, mas isso nunca foi empecilho para o bravo sabujo de Bolsonaro.
Herculano
20/06/2020 08:03
UM PRESIDENTE MILICIANO?

Se olhar bem como tudo se passa no entorno da família Bolsonaro e que começa a ser desvendado com provas contundentes, o presidente Jair Messias Bolsonaro, sem partido, não passa de um irresponsável miliciano.

As mentiras construídas são tão fúteis, parecem coisas de crianças, as ações tão tocas e os resultados tão escancarados de falta de articulação e inteligência para proteger não a nação, mas amigos com manchas de banditismo. Meu Deus! Wake up, Brazil!
Miguel José Teixeira
19/06/2020 17:03
Senhores,

Balões de ensaio?

1) Izalci volta ao tabuleiro

A saída de Abraham Weintraub fez crescer os olhos dos aliados do presidente Jair Bolsonaro. Na área, entram os nomes do senador Izalci Lucas (PSDB-DF) e do presidente da Comissão de Educação do Senado, Dario Berger (MDB-SC). Os senadores ainda não têm um ministério para chamar de seu.

2) Tem um senão

O primeiro suplente de Izalci, Luiz Felipe Belmonte, é aliado do presidente, vice-presidente do Aliança pelo Brasil, e, no início da semana, passou pelo constrangimento de ser alvo da operação Lume, destinada a investigar o financiamento de manifestações que pregaram o fechamento do Congresso e do Supremo Tribunal Federal com ameaças aos ministros. O segundo suplente, André Felipe, também viu seu nome envolvido numa operação da Polícia Federal no Pará, sobre a compra de respiradores.

fonte: CB, hoje, em Brasília-DF
Herculano
19/06/2020 16:11
AVôS, FILHOS E NETOS, por Nelson Mota, no jornal O Globo

Chávez também odiava a imprensa

Perguntei a meu neto de 24 anos o que ele contará ao neto dele sobre o que foi viver, e sobreviver à pandemia. Por pior que seja, é antes de tudo uma história extraordinária, maior e mais surpreendente do que qualquer ficção, cheia de emoção, heroísmo, mortes em massa, bandidos que roubam respiradores de moribundos, guerra do Executivo contra o Legislativo e o Judiciário, milícias digitais manipulando notícias e um presidente da Republica ensandecido, irresponsável e incontrolável. Certamente meu tataraneto vai achar que o avô dele está exagerando, aumentando, ou até mentindo só para diverti-lo, como muitas vezes fiz com meus netos.

Depois conversamos sobre golpes, porque vi vários, e ele, futuro advogado, está preocupado com as ameaças do Bozo, e pediu que eu escrevesse sobre o que falamos: o Brasil, irônica e tragicamente, está começando a viver um "chavismo de direita", unindo a pior parte da direita e a pior do chavismo. Por que arriscar a aventura de um autogolpe, que a maioria do Exército não apoia, e 70% da população são contra? O melhor é o "golpe gradual" inventado por Chávez, tudo na lei, usando a democracia para corroê-la por dentro, militarizando o governo, e dominando o Congresso porque a oposição burra não quis concorrer.

Chávez odiava a imprensa, e com a ajuda da Suprema Corte e dos tribunais, já cheios de juízes terrivelmente chavistas, foi fechando jornais e redes de televisão independentes, até a maior delas, a RCTV, e só restaram emissoras chavistas, cevadas por verbas públicas. É como se Bolsonaro fechasse a TV Globo.

Coronel do Exército, Chávez adorava armas e acreditava nelas como o melhor argumento, criou e armou milícias populares "para defender a pátria do Império", aparelhou toda a administração e os serviços de inteligência, ninguém ousava contestá-lo. Qualquer opinião contrária virou traição.

É o sonho em progresso de Bolsonaro, só que Chávez, embora meio amalucado, era muito inteligente. E não tinha filhos. Nem era amigo do Queiroz.
Miguel José Teixeira
19/06/2020 15:56
Senhores,

Tempos & Movimentos

"Weintraub diz no Twitter que está saindo do Brasil "o mais rápido possível" (Valor Econômico)

Hummm. .nem tão rápido que pareça uma fuga, nem tão devagar que pareça uma provocação.
Miguel José Teixeira
19/06/2020 14:32
Senhores,

Frase surrada

"Bolsonaro sobre Queiroz: Parecia que estavam prendendo o maior bandido da face da Terra".

Quando o ex e futuro presidiário lula foi preso, os defensores do indefensável pronunciaram a mesma frase. Lembram?
Miguel José Teixeira
19/06/2020 13:45
Senhores,

No Diário do Poder:

"Bolsonaro avisou em 2019: se ficar provado, ele lamenta, mas Flávio "terá que pagar".

Todos nós vimos e ouvimos o "capitão zero-zero" dizer que quer controlar a PF para proteger seus familiares e amigos, portanto. . .

Huuummm. . .revisitando o "Maluco Beleza":

"Eu quero dizer agora o oposto do que eu disse antes
Eu prefiro ser essa metamorfose ambulante".

O "capitão zero-zero" já roubou a quadrilha do lula, o tal do centrão, e agora quer assumir a sua "metamorfose ambulante".
Herculano
19/06/2020 10:26
A PREFEITURA DE GASPAR NÃO QUER QUE SEUS FUNCIONÁRIOS LEIAM O CRUZEIRO DO VALE NO PORTAL.

POR ISSO, A LEITURA AUMENTO VIA O 4G. COMO AINDA NÃO BONDE CONTROLAR A BANDA LARGA DOS SEUS SERVIDORES, ELES CONTINUAM BEM INFORMADOS SOBRE A CIDADE. ACORDA, GASPAR!
Herculano
19/06/2020 10:24
INSTITUIÇõES FUNCIONAM NA PRISÃO DE QUEIROZ, editorial do jornal O Globo

Em vez de enxergar conspirações, o clã Bolsonaro deveria perceber que organismos de Estado trabalham.

A prisão do PM aposentado Fabrício Queiroz, escondido numa casa do advogado do presidente em Atibaia, próximo a São Paulo, não deixou que Bolsonaro desse a clássica parada na saída do Alvorada, para confraternizar com sua claque.

É mais um baque para o presidente, pois Queiroz, com mandado de prisão expedido pela Justiça do Rio a pedido do Ministério Público estadual, ser encontrado sob a proteção de Frederick Wassef coloca um novo entulho no Planalto.

O PM aposentado, amigo do chefe do clã Bolsonaro, ficou muito próximo do filho Flávio, a quem assessorou na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) até o deputado estadual ser eleito senador em 2018, no vácuo do salto que o pai deu do baixo clero da Câmara dos Deputados para o Planalto. Até lá, comprova o MP fluminense, Queiroz operou um esquema de "rachadinha", desvio de parte de salários de assessores de deputados que teria sido lavada em operações com imóveis e outras feitas por Flávio e seu entorno. Nada que atinja diretamente o presidente, salvo cheques que esbarram nele, por terem sido depositados por Queiroz na conta da primeira-dama Michelle, justificados por Bolsonaro como pagamento de dívida. Pode ser.

As dimensões do estrago político ainda precisam ser inventariadas. Flávio, em sua primeira reação, vitimizou o pai, ao declarar que é tudo para atacá-lo. Já o presidente, no cacoete persecutório, teria enxergado uma estranha coincidência. Entre os mandados de busca e apreensão despachados pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo, contra 11 parlamentares bolsonaristas, no inquérito das manifestações antidemocráticas, e a operação de Atibaia, determinada pela Justiça do Rio, acionada pelo MP estadual. Uma articulação tão intrincada deveria levar o presidente a desconfiar deste pensamento impulsivo.

Se puxado o fio a que está ligado Fabrício Queiroz, podem aparecer coisas desagradáveis ao clã Bolsonaro, não só na esfera financeira, mas no universo miliciano carioca. Porém, o presidente, caso não desse vazão aos impulsos de ver em tudo uma emboscada contra ele, constataria que este acúmulo de dissabores existe porque as instituições estão funcionando.

Os inquéritos no Supremo que atormentam o clã Bolsonaro ?" sobre fake news/agressões a ministros e à Corte no meio digital, e acerca da organização de manifestações antidemocráticas - surgiram de fatos objetivos. Este último foi aberto a pedido do procurador-geral da República; e o primeiro, por determinação do presidente do STF, Dias Toffoli, foi contestado, mas teve a constitucionalidade garantida pelo plenário do Tribunal.

O resto é consequência de investigações em curso dentro da lei. O presidente e família têm acumulado problemas nos últimos dias por uma razão: a Justiça, o MP e os organismos policiais, que atuam sob supervisão, atendendo a determinações do MP/Judiciário, estão trabalhando.
Herculano
19/06/2020 10:22
O PADRÃO CATARINENSE CHEGA AOS RESPIRADORES, por Roberto Azevedo, no Making of

O governador Carlos Moisés da Silva se emocionou ao discursar durante a visita à WEG, em Jaraguá do Sul, enquanto conhecia de perto a produção de respiradores da empresa de excelência catarinense que virou uma solução e capítulo à parte em um dos mais delicados problemas no combate à pandemia [ leia o meu comentário abaixo a respeito desta "emoção"].

O elogio direto à qualidade do povo catarinense se aplica e está longe de ser um ato de xenofobia.

A demonstração eloquente de respeito contrasta com o que se ouviu na CPI dos Respiradores, na Assembleia, quase que ao mesmo tempo, o empresário Rafael Wekerlin, da empresa Brazilian International Bussiness, de Joinville, confirmava um fato nada abonador, umaprática nefasta.

WEkerlin explicou aos deputados que, ao ser contatado por seu representante, Cauê Martins, de que a empresa Cima pretendia fornecer os ventiladores pulmonares, adiantou uma proposta, depois copiada pela Veigamed, mas retirou-se da negociação ao ouvir que, para garantir a participação, teria que pensar "na comissão de R$ 3 milhões dela", segundo Samuel de Brito Rodovalho. A conversa terminou por aí.

O FATO

De acordo com Wekerlin, que desistiu da negociação após ouvir a provocação, debatida em um grupo de WhatsApp, ele já havia informado que os R$ 33 milhões não seriam suficientes para fechar a operação de importação e pagamento dos impostos que seriam gerados pelo ato jurídico, além disso, poque pagar comissão em um negócio onde a Brazilian International Bussiness nada levaria de lucro ou vantagem financeira.

A figura que personifica "dela" deveria ser esclarecida por Rodovalho, que foi dispensado do depoimentos minutos antes porque estava em Florianópolis, via aplicativo Zoom, mas no escritório dos seus advogados e poderia ter se deslocado à Assembleia, na opinião do relator Ivan Naatz (PL), o que foi confirmado pelos demais integrantes da CPI. Agora, seu depoimento tornou-se essencial.

DEU DE TUDO

Da desistência da testemunha, que ficou evidente desagradou os deputados por não gostarem de um pedido em função da gravidez da esposa e da idade da mãe de Rodovalho, à queda de energia elétrica, que interrompeu por alguns minutos, o depoimento desta quinta teve de tudo.

A CPI começa a entrar na fase de reuniões para início da confecção do relatório, mas antes terá que ouvir Rodovalho, de novo o controlador-geral do Estado Luiz Felipe Ferreira, o advogado Leandro de Barros e as duas novas figuras, Cauê Martins que avisou Wekerlin da pressa do Estado e seu amigo identificado apenas por Germano, que alertou sobre a pressa na compra.

DE GOLEADA

Pela segunda vez foi negado um habeas corpus para soltar o ex-secretário Douglas Borba (Casa Civil).

Ele está detido no Centro de Ensino da PM, depois de ter sido preventivamente por supostamente estar destruindo provas, de acordo com o Gaeco.

DEVE AJUDAR

A defesa de uma investigação feita pelo Tribunal de Contas da União sobre as denúncias de corrupção na compra de respiradores e outros equipamentos no combate à pandemia foi feita pela deputada federal catarinense Carmen Zanotto, do Cidadania, relatora da Comissão Mista Externa do Congresso, que analisa os gastos e ações contra a Covid-19. Para Carmen, estamos diante de um momento ímpar no país, onde o pior erro está em favorecer o enriquecimento ilícito em contraponto à necessidade de salvar vidas. O fato está entre os preços superfaturados e os que agiram de má-fé, verdadeiros criminosos diante de uma crise se precedentes na história recente da humanidade.

ESPERANÇOSO

O senador Dário Berger (MDB) comemorou a aprovação pelo Senado do projeto de suspender temporariamente o pagamento das prestações de crédito consignado durante a pandemia, que deve beneficiar aposentados e pensionistas.

Dário havia apresentado um projeto semelhante e conseguiu que o presidente do Senado Davi Alcolumbre (DEM-AP) retornasse com a matéria à pauta. Agora, falta a votação na Câmara.

VITóRIA MAIÚSCULA

Daquelas para emoldurar e pôr na parede foi a do prefeito Gean Loureiro (DEM), que, depois de um ano, viu a turma criminal do TRF-4, com sede em Porto Alegre, não aceitar a denúncia contra elena Operação Chabu.

O que era uma suposta ação para atrapalhar investigações e vazar fatos investigados pela Polícia Federal, morreu na casca e triou a retórica dos adversários de Gean, que, se antes apelavam para São Chabu, agora terão que trabalhar em outras frentes para desestabilizar o prefeito candidato à reeleição.

REAÇÃO

Do escritório do advogado Diogo Pítsica e Mauricio Natal Espilera, Gean disparou agradecimentos aos que entenderam o momento que viveu há um ano, as denúncias de uma suposta sala secreta, que impedia a interceptação de escutas pela PF, que nunca se comprovou, e o desgaste ao ser detido, convidado a depor e ter que adiar um compromisso com um ministro d e Estado, que daria o start para a triplicação da Via Expressa, a BR-282.

Gean foi afastado do cargo, foi condenado pelas redes sociais, em minutos, sentença "transitada em julgado", e agora, passada a grande cobrança, promete dar uma cópia da decisão a cada uma das quatro filhas em um envelope e pedir desculpas pelo que elas passaram.

MAIS INEDITISMO

Não é pouca a comemoração a que Gean, seus correligionários e advogados têm direito, já que quebraram uma tradição, a do desembargador federal Leandro Pausen, que jamais deixou de aceitar uma denúncia contra um detentor de mandatou ou servidor público acusado de qualquer crime, vide as diversas condenações da Lava Jato.

E o que era uma mancha para as eleições, agora virou redenção e um troféu para o prefeito.
Herculano
19/06/2020 10:10
CASO DE POLÍCIA, editorial do jornal O Estado de S. Paulo

O Brasil deveria aproveitar para refletir por que razão, desde a eclosão do escândalo do mensalão, a política se tornou um permanente caso de polícia.

A prisão de Fabrício Queiroz, ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro e amigo há décadas do presidente Jair Bolsonaro, suscita muitas perguntas incômodas que devem ser respondidas o quanto antes, para tranquilidade da Nação.

Queiroz foi preso sob acusação de interferir na coleta de provas no caso em que é investigado por suspeita de participação em esquema de "rachadinha" na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro. No esquema, funcionários de Flávio Bolsonaro, então deputado estadual, devolviam parte do salário que recebiam. O dinheiro era depositado numa conta de Queiroz, que fez movimentações bancárias consideradas suspeitas em fiscalização federal - inclusive um depósito de R$ 24 mil na conta da hoje primeira-dama, Michelle Bolsonaro. Para o Ministério Público, trata-se de uma organização criminosa montada no gabinete de Flávio Bolsonaro.

Desde que o escândalo emergiu, em dezembro de 2018, o presidente e Flávio Bolsonaro, seu filho, dizem que se trata de perseguição política. A reação de Flávio Bolsonaro à prisão de seu antigo assessor segue nessa linha: "Mais uma peça foi movimentada no tabuleiro para atacar Bolsonaro. Em 16 anos como deputado no Rio nunca houve nenhuma vírgula contra mim. Bastou o presidente Bolsonaro se eleger para mudar tudo! O jogo é bruto!", escreveu o senador numa rede social.

A tese da "perseguição política" pode ser boa para animar os camisas pardas bolsonaristas, assim como até hoje anima a tigrada petista na defesa do chefão Lula da Silva, mas, tanto em um caso como em outro, tem pouca serventia jurídica. É preciso ser um pouco mais objetivo em relação às muitas questões que requerem esclarecimento.

Em primeiro lugar, por que Queiroz estava numa casa do advogado Frederick Wassef, que tem Flávio e Jair Bolsonaro como clientes e grandes amigos? Por que Frederick Wassef disse duas vezes em 2019 que não sabia onde estava Queiroz, embora funcionários da casa onde ele foi encontrado, em Atibaia (SP), tenham informado que o ex-assessor de Flávio Bolsonaro estava lá havia cerca de um ano?

Por que Fabrício Queiroz, malgrado sua extensa folha de serviços prestados aos Bolsonaros e sua canina fidelidade à família, foi exonerado por Flávio Bolsonaro entre o primeiro e o segundo turno das eleições presidenciais de 2018? Segundo o empresário Paulo Marinho, bolsonarista de primeira hora e que hoje é desafeto do presidente, os Bolsonaros ficaram sabendo na época, por intermédio de um informante na Polícia Federal, que as autoridades já estavam cientes das negociatas envolvendo Queiroz.

Também é lícito perguntar por que Queiroz intermediou a contratação, para o gabinete de Flávio Bolsonaro, da mulher e da mãe de um conhecido líder de milícia no Rio, que estava na cadeia. A explicação de que Queiroz o fez em "solidariedade" à família do amigo, "injustamente preso", é ofensiva à inteligência alheia.

Por fim, mas não menos importante, por que razão, em meio a essas grossas suspeitas, o presidente Bolsonaro se esforçou tanto para trocar a chefia da Polícia Federal no Rio de Janeiro, atropelando até mesmo um de seus mais populares ministros, o ex-juiz Sérgio Moro? Na infame reunião ministerial de 22 de abril, convém lembrar, o presidente, exaltado, informou aos presentes que queria fazer a troca porque não iria esperar que sua família ou amigos fossem prejudicados "de sacanagem", o que configura indisfarçável interferência política para fins pessoais.

Em resumo, estamos diante de um emaranhado de suspeitas sombrias envolvendo a família do presidente da República e, talvez, o próprio mandatário. Sendo o sr. Jair Bolsonaro um presidente que foi eleito com a retumbante promessa de acabar com a corrupção e a desfaçatez no País, é lícito esperar que ele e seu filho tenham boas explicações para todas essas dúvidas que ora inquietam os brasileiros de bem.

Enquanto aguarda ansioso por esses esclarecimentos, o Brasil deveria aproveitar para refletir por que razão, desde pelo menos 2005, com a eclosão do escândalo do mensalão, a política se tornou um permanente caso de polícia, a despeito de todas as promessas de saneamento. Está mais do que na hora de mudar ?" sem esperar a vinda de outro messias de quermesse, que anuncia milagres enquanto arruína o País.
Herculano
19/06/2020 10:09
Ao Miguel:

Político pensa que todo mundo é incompetente como eles.

Quem paga o político? O povo com os pesados impostos

Quem paga o empregado da iniciativa privada? O risco e o lucro do empreendedor, investidor e gestor obrigado a resultados diferenciais num mundo de competição que não se tem no serviço público e no mundo político, a não ser na busca do voto.

Empregar só por ser de baixa renda, e não por competência e responsabilidade com o resultado econômico, produtivo, social e profissional é algo próprios dos governos socialistas, comunistas onde o estado é o gerente de gente e produção descomprometida com resultado individual.

E dizer que o PSL se diz liberal. Meu Deus!
Miguel José Teixeira
19/06/2020 09:57
Senhores,

A pandemia do coronavírus no Brasil, realmente ressuscitou o "Festival de Besteiras que Assola o País - Febeapá, do saudoso e genial ?Stanislaw Ponte Preta (?Sérgio Porto?).

Atentem para esta pérola, oriunda dos que vivem como MARAJÁS e pensam e agem como se o dinheiro caísse do céu.

"?Projeto prevê reserva de 20% de vagas em empresas para população de baixa renda

O Projeto de Lei 3233/20 obriga empresas públicas e privadas com mais de 20 empregados a destinar, no mínimo, 20% de suas vagas de emprego à população de baixa renda.

Em análise na Câmara dos Deputados, o texto considera pessoas de baixa renda aquelas cujas famílias tenham renda total de até três salários mínimos ou que cada membro possua renda de até meio salário mínimo. Segundo a proposta, os responsáveis legais serão punidos, judicialmente ou administrativamente, por descumprimento da medida.

Apresentado pelo deputado Delegado Antônio Furtado (PSL-RJ), o projeto também prevê que as empresas afixem, em suas entradas, placas ou painéis eletrônicos com a seguinte mensagem: "É proibido qualquer ato de discriminação ou preconceito por conta de aspectos sociais, de raça, cor, etnia, origem, idade ou opção sexual, no mercado de trabalho formal e informal, sujeitando os infratores às responsabilidades penal, civil e administrativa."

De acordo com o parlamentar, "o mercado de trabalho brasileiro está marcado por significativas e persistentes desigualdades, que devem ser levadas em conta nos processos de formulação, implementação e avaliação das políticas públicas em geral e, em particular, das políticas de emprego, inclusão social e redução da pobreza".?

Fonte: Agência Câmara de Notícias


É muito fácil fazer cortesia com o chapéu alheio!
Herculano
19/06/2020 06:52
FINALMENTE O GOVERNADOR CARLOS MOISÉS DA SILVA, PSL, SAI DO SEU CASULO E CONHECEU A FORÇA EMPREENDEDORA E DE RESULTADO DOS CATARINENSES QUE GERAM RIQUEZAS E IMPOSTOS PARA SUSTENTAR O ESTADO QUE ELE GOVERNA

Este são o título e o texto da Coluna Painel, editada por Camila Matoso, do jornal Folha de S. Paulo. Retomo depois.

GOVERNADOR DE SC CHORA EM FÁBRICA DE VENTILADORES PULMONARES

Carlos Moisés visitou fábrica da WEG, que mudou produção durante a pandemia

O governador de Santa Catarina, Carlos Moisés (PSL), chorou ao visitar uma fábrica que produz ventiladores pulmonares nesta quinta (18).

A WEG é uma fabricante de motores e, em razão da pandemia, alterou a produção, reduzida em razão da recessão econômica, e passou a fazer ventiladores pulmonares - equipamentos indispensáveis no tratamento de casos graves de covid. A empresa tem encomenda para entregar 950 aparelhos para o Ministério da Saúde.

?"Vocês se reinventaram, a empresa se reinventou e mostrou para os catarinenses que é possível fazermos diferente. Vocês aqui não estão trabalhando, estão salvando vidas", disse Moisés, embargando a voz. "Obrigado e desculpe a minha emoção".

Nesta semana, como revelou o Painel, Carlos Moisés disse no grupo de WhatsApp que reúne gestores de todos os estados que teme ser alvo da Polícia Federal por compra de respiradores para combater o coronavírus.

Ele também questionou um suposto uso político da PF por Jair Bolsonaro, de quem não é mais aliado.

RETOMO

O discurso do governador é representativo. O gesto também é um reconhecimento público. Mas, tardia. Entretanto, mais tarde, do que nunca.

O governador Carlos Moisés não conhece Santa Catarina dos pioneiros e empreendedores.

A história da WEG é impressionante. Ela se tornou uma multinacional brasileira referência mundial naquilo que faz: transformadores e motores, principalmente. Desde que nasceu quase como uma oficina de três sócios (origem do nome), ela se reinventou permanente. Este, talvez seja o seu maior segredo de sobrevivência.

Ela representa a alma de pioneiros como os da Hering, da Tupy, da Sadia, da Perdigão, da Seara, do cooperativismo da Aurora, da Malwee, da Cecrisa, da Consul, da Colcci e outras centenas de marcas e indústrias catarinenses consolidadas no mercado nacional e até mundial no passado e no presente.

Muitas delas não possuem mais sede em Santa Catarina, nem são mais catarinenses. Mas foi a saga barriga-verde de catarinenses, imigrantes e migrantes, principalmente os vindos do Rio Grande do Sul que deixaram a cultura produtiva, desafiadora, resiliente e adaptativo às mudanças e exigências mercadológicas e sociais.

Foi importante o governador ir a WEG. É importante ele sair de Florianópolis e colocar o pé na estrada e conhecer porquê Santa Catarina é um estado diferenciado na federação, a começar pela sua gente e seus sonhadores do passado e do presente.
Herculano
19/06/2020 06:17
da série: esticando a corda ainda mais

MILITARES DA RESERVAR DIVULGAM MANIFESTO INDICANDO "ENÉRGICO REPÚDIO AO STF

Conteúdo da CNN Brasil. Texto de Renata Agostini. No dia que o Supremo Tribunal Federal decidiu manter a validade do inquérito das fake news, um grupo de militares da reserva divulgou um manifesto indicando "enérgico repúdio" aos ministros da corte.

O documento, intitulado "504 Guardiões da Nação", é subscrito por centenas de militares de alta patente do Exército, da Aeronáutica e da Marinha. Na lista, há generais, brigadeiros e coronéis.

"Ombreamos com o Presidente da República, Chefe-de-Estado e Comandante Supremo das Forças Armadas, eleito democraticamente por 57 milhões de brasileiros, para expressar, por intermédio do único meio gratuito e democrático de que dispomos, as redes sociais, as quais Vossas Excelências tentam criminalizar, um enérgico repúdio por sermos governados dissimuladamente por grupos inescrupulosos, formados por cidadãos eleitos com um único voto, concedido por conveniência ou nepotismo, em cumplicidade com parlamentares que não honram os diplomas conferidos por seus eleitores", diz trecho do manifesto.

Dentre os signatários, está o general da reserva Aléssio Ribeiro Souto, que compôs o núcleo duro da campanha de Jair Bolsonaro e o conhece há mais de 20 anos. Ao lado do general Oswaldo Ferreira e do general Augusto Heleno, que hoje é ministro do Gabinete de Segurança Institucional, Souto ajudou a formular o programa de governo.

À CNN, o general Souto afirmou que a coleta de assinaturas começou nos últimos dias pelo major-brigadeiro Jaime Sanchez.

"Acho que está na hora de os integrantes dos três Poderes terem juízo e comprometimento para evitar que sejamos uma República de banana. Eu achava que já tínhamos ultrapassado esse patamar. Temos dívida com aqueles que nos substituirão. Temos que entregar uma herança razoável", afirmou Souto.

Leia a íntegra do manifesto:

"Nós, militares e civis representantes da sociedade brasileira, verdadeiros destinatários e guardiões da Constituição Federal, indignados com os rumos ameaçadores que se descortinam para a Nação, fruto da escalada irracional de manobras pouco republicanas, a exemplo da tentativa que se desenvolve neste momento para a cassação da chapa presidencial vencedora, produzidas por casuísmos e entendimentos contraditórios à segurança das garantias institucionais e dos direitos humanos, unimo- nos aos brados dos diversos grupos de cidadãos patriotas que decidiram identificar-se e passar a externar sua repulsa, utilizando-se de manifestos endereçados à cúpula dos poderes Legislativo e Judiciário, indignados com as recorrentes atitudes lesivas aos interesses do País.

A sociedade já não suporta assistir diariamente a divulgação de atos do Legislativo e do Judiciário para inviabilizar os planos do Poder Executivo destinados à recuperação econômica e moral do Brasil.

Investidos da autoridade outorgada pelo Parágrafo Único do Art. 1o da Constituição Federal, segundo o qual "todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição", cláusula pétrea da Carta Magna, ombreamos com o Presidente da República, Chefe-de-Estado e Comandante Supremo das Forças Armadas, eleito democraticamente por 57 milhões de brasileiros, para expressar, por intermédio do único meio gratuito e democrático de que dispomos, as redes sociais, as quais Vossas Excelências tentam criminalizar, um enérgico repúdio por sermos governados dissimuladamente por grupos inescrupulosos, formados por cidadãos eleitos com um único voto, concedido por conveniência ou nepotismo, em cumplicidade com parlamentares que não honram os diplomas conferidos por seus eleitores.

Brasil acima de tudo, Deus acima de todos".
Herculano
19/06/2020 06:13
NÃO QUEBROU, DIZ WEINTRAUB AO ANTAGONISTA

O ex-ministro da Educação, Abraham Weintraub, que já foi economista chefe do Banco Votorantim, correu ao twitter para esclarecer que não quebrou o Banco em sua administração na observação feita ontem em um dos comentários de O Antagonista, e reproduzido abaixo:

Trabalhei no Votorantim por 18 anos. O Banco existe até hoje. NUNCA QUEBROU! Atualmente invisto em títulos da dívida dessa instituição por acreditar em sua solidez e seriedade. Espalhar Fakenews sobre a solvência de uma instituição financeira é muito grave.
Herculano
19/06/2020 06:08
PRISÃO DE QUEIROZ COMPETA A TEMPESTADE PERFEITA PARA BOLSONARO, por Igor Gielow, no jornal Folha de S. Paulo

Fantasma do braço direito surge em meio a cerco judicial e à crise tríplice do governo

O fantasma de Fabrício Queiroz, vivíssimo num imóvel do advogado da família Bolsonaro em Atibaia (SP), ressurgiu para assombrar o presidente da República numa semana em que o chão sob seus pés foi bastante reduzido pelo Judiciário.

Até as emas do Palácio do Alvorada sabiam que esse dia chegaria, pelos relatos de aliados do presidente. Queiroz é um nome que acompanha o noticiário desde o começo do governo, pelo explosivo elo que é entre Bolsonaro e o submundo das milícias do Rio.

O presidente é amigo de Queiroz desde 1984 e terceirizou o antigo faz-tudo para o gabinete do filho Flávio, quando o atual senador pelo Rio era um deputado estadual. O resto é história: a rachadinha, os pagamentos envolvendo a família, os movimentações suspeitas e o contato com milicianos.

Bolsonaro e Flávio se alternaram entre lavar as mãos e defender Queiroz. A natureza da operação desta quinta (18) indica que eles sabiam bem mais sobre a proteção dada ao aliado.

Queiroz estava escondido numa casa do advogado Frederick Wassef, frequentador dos palácios de Brasília - ontem [quinta-feira] mesmo estava na posse de Fábio Faria (Comunicações) no Planalto. E houve batida em um escritório politico do clã em Bento Ribeiro, no Rio.

A ação coroa uma tempestade perfeita para o presidente, que vive uma crise entre Poderes desde o começo do ano, agravada pela desorientação no combate à pandemia do novo coronavírus e a bomba recessiva que se arma na economia do país.

Após um fim de semana marcado por desafios enormes do bolsonarismo aos Poderes, com a nota ameaçadora do presidente sugerindo desobediência das Forças Armadas ao Judiciário e o ataque de radicais ao prédio do Supremo, Bolsonaro colecionou reveses.

No âmbito do inquérito sobre atos antidemocráticos, foram presos radicais bolsonaristas em Brasília na segunda (15), e houve operação e quebra de sigilo bancário contra parlamentares aliados e apoiadores do presidente, na terça.

Na quarta, foi a vez de o Supremo confirmar a validade do inquérito das fake news, que mira o coração da comunicação bolsonarista. Enquanto isso, o governo discutia entregar uma cabeça estrelada do radicalismo, Abraham Weintraub (Educação), que está sob risco de ser preso após pedir o mesmo para ministros da corte.

Ambas as investigações desaguam, em termos de protagonistas e objetivos, na ação que analisa a cassação da chapa presidencial no Tribunal Superior Eleitoral - que já compartilha dados com o inquérito das fake news, atrás de provas de financiamento ilegal da campanha de 2018.
Herculano
19/06/2020 06:01
PARA BOLSONARO, 'RACHADINHA' É PROBLEMA DE FLÁVIO, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

Jair Bolsonaro percebeu logo cedo, nesta quinta (18), que fechar a boca era a melhor maneira de enfrentar o desgaste da prisão do vigarista Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio Bolsonaro, a quem pertence o problema. O próprio presidente deixou claro em 23 de janeiro do ano passado, durante entrevista no Fórum Econômico de Davos. "Se, por acaso, ele (Flávio) errou e isso ficar provado, eu lamento como pai, mas ele vai ter que pagar o preço por essas ações que não podemos aceitar".

DIVIDINDO ESPAÇO

A novidade da demissão de Abraham Weintraub do Ministério da Educação acabou ajudando a dividir as manchetes com o caso Queiroz.

FALOU E DISSE

Aquela declaração de Bolsonaro à Bloomberg, em Davos, foi citada pelos próprios auxiliares para convencer o presidente a evitar polêmica.

RACHADINHA CRIMINOSA

Queiroz é acusado de recolher parte dos salários dos assessores do gabinete então deputado Flávio Bolsonaro em esquema de "rachadinha".

CULPA QUASE FORMADA

Ninguém parece ter muitas dúvidas de que Queiroz agiu a mando ou sob autorização do chefe deputado, na prática do crime de peculato.

PF APURA CORRUPÇÃO NO RECIFE, JÁ OS VEREADORES?

As suspeitas de corrupção na compra de respiradores e materiais contra covid-19 no Rio de Janeiro, de fato graves, parecem coisa para Juizado de Pequenas Causas quando comparadas à prefeitura do Recife, do PSB. Apesar disso, o governador fluminense Wilson Witzel enfrenta processo de impeachment, enquanto o prefeito Geraldo Júlio, que manda em 30 dos 44 vereadores do Recife, nem sequer é incomodado com uma simples fiscalização pela Câmara Municipal. CPI, então, nem pensar.

DUAS OPERAÇõES

O Recife é única capital a receber duas operações da Polícia Federal em menos de um mês, contra corrupção em compras para combate à covid.

COMPRAS SUSPEITAS

Em 28 de maio, a PF, investigou no Recife compras sem licitação de R$ 11 milhões em respiradores que seriam usados em porcos.

ATITUDE REPETIDA

Terça (17), a PF voltou ao Recife investigando empresa suspeita à qual a prefeitura do Recife deu 14 contratos sem licitação de R$81 milhões.

TERTÚLIA EM DóLARES

Morar em Washington, sede do Banco Mundial, e ganhando em dólares o equivalente a R$112 mil mensais, Abraham Weintraub terá a chance de manter intermináveis tertúlias com Olavo de Carvalho, que vive perto.

QUARENTENA LUCRATIVA

Sérgio Moro e Abraham Weintraub têm algo em comum: a quarentena. Nada com a pandemia, mas com a regra que lhes garante por alguns meses, sem trabalhar, os salários de ministro até assumir outro emprego.

DOM DA PREMONIÇÃO

Criticados por Ibaneis Rocha, ministros caem. Foi assim com Mandetta, demitido após o governador do DF destacar que ele falava muito e fazia pouco contra o covid-19. Acusou Moro de nada entender de segurança pública e deu o peteleco final multando Weintraub por não usar máscara.

PRIMEIRO AQUI

Nesta quinta, foram audíveis os suspiros e expressões de alívio, no Planalto, em razão da saída de Abraham Weintraub do governo. A demissão do ministro foi adiantada nesta coluna na terça (16).

INIMIGO DO MEU AMIGO

Bolsonaro editou MP que fere de morte o monopólio da Globo de transmitir jogos de futebol. A pedido do Flamengo, times agora poderão negociar direitos de transmissão dos jogos de que são mandantes. Inclusive com a Amazon, suposta nova patrocinadora do rubro-negro.

MUDANÇA NO ITAMARATY

O diplomata Flávio Sapha, querido entre os colegas, é o novo diretor de Comunicação Social do Itamaraty. É filho e neto de embaixadores. O ex, João Alfredo dos Anjos Junior, assumiu a Secretaria de Ásia e Pacífico.

SAI, ENCOSTO

A presença de Abraham Weintraub tinha o significado ruim para o governo Bolsonaro. Era uma espécie de midas às avessas: tudo o que tocava, mesmo teses valiosas, acabava virando imprestável.

DECISÃO CONTESTADA

A estranha decisão de proibir que Fabrício Queiroz fosse levado para um presídio de ex-policiais, no Rio, acabou expondo o preso a penitenciária intolerante com os ex-integrantes das forças de segurança.

PENSANDO BEM...

... o olhar aéreo de Bolsonaro no vídeo com Weintraub mostra que, para o presidente, o ex-ministro era um problema que ficava para trás.
Herculano
19/06/2020 05:50
BOLSONARO JÁ TEM SEU "TCHAU QUERIDA!", por Reinaldo Azevedo, no jornal Folha de S. Paulo

A partir de agora, não há mais como o presidente se ocupar do governo

O governo Bolsonaro acabou. A reforma da Previdência, único marco que ficará destes dias, durem quanto durar, é, na verdade, herança do governo Temer, que só não conseguiu aprovar o texto porque teve de enfrentar o lavajatismo golpista e de porre de Rodrigo Janot. Isso à parte, sobra pregação golpista. E só.

Quanto tempo o "mito" ainda fica por aí? Não sei. Mas é "um cadáver adiado que procria", para lembrar verso de Fernando Pessoa em caso bem mais nobre. E qualquer coisa que venha à luz, nessas circunstâncias, será necessariamente ruim.

Não temos mais um presidente, mas um refém do fundão do centrão. À medida que a sociedade vai saindo da clausura a que a condenou o coronavírus, cresce o preço político para manter o corpo na sala. Até a hora em que os próprios apoiadores resolvem enterrar o malcheiroso.

Lembram-se do "tchau, querida" de Lula, ao se despedir de Dilma, naquela gravação feita e divulgada ilegalmente por Sergio Moro? Esqueçam o mérito. Fixo-me nas palavras. Elas se transformaram numa espécie de emblema da derrocada do governo. Era também uma senha entre os que defendiam o impeachment.

Bolsonaro já tem os dois vocábulos imortais que servem para carimbar seu fim. E saíram de sua própria boca, em um dos habituais acessos de fúria. Falando a seguidores no Alvorada, deu a entender que, a partir daquele momento, passava a ter o comando das vontades do STF. Vociferou para o TIH (Tribunal da Ironia da História): "Acabou, porra!".

Pois é... Acabou, porra!

A partir de agora, não há mais como o presidente se ocupar do governo. Enquanto estiver por aí, vai ter de pagar, às custas do futuro do Brasil, o preço para que não se formem os 342 votos na Câmara que o empurrariam para julgamento, e condenação certa!, no Senado por crime de responsabilidade.

Aqui e ali, as pessoas se espantam: "Caramba! O Fabrício Queiroz foi se homiziar justamente no sítio de Frederick Wassef, advogado dos Bolsonaros, que tinha estado no Palácio do Planalto no dia anterior, a convite do presidente, na posse de Fábio Faria, o ministro que simbolizaria a disposição para o diálogo?".

Meus caros, vocês queriam o quê? De Goethe a Max Weber, estamos diante de uma derivação das chamadas "afinidades eletivas". A Operação Anjo, no âmbito da qual Fabrício foi garfado, é uma referência ao apelido de Wassef entre os Bolsonaros: anjo. Eles todos devem saber por quê.

Queiroz foi preso no dia seguinte àquele em que Bolsonaro negou a democracia três vezes. O dia 17 de junho entrará para a história. Logo de manhã, o presidente anunciou às portas do Alvorada, referindo-se a magistrados de tribunais superiores: "Eles estão abusando. Está chegando a hora de tudo ser colocado no devido lugar". À noite, foi ainda mais sombrio: "É igual uma emboscada. Você tem de esperar o cara se aproximar".

Na sequência, foi arriar a bandeira em companhia do comandante do Exército, Edson Leal Pujol, que caía, ele sim, numa emboscada. Entre uma ameaça e outra, fez a mais grave de todas as afirmações desde que assumiu. E justamente na posse do novo ministro.

Nas barbas de Rodrigo Maia e Dias Toffoli, presidentes, respectivamente, da Câmara e do STF, o mandatário evocou as forças do caos: "Não são as instituições que dizem o que o povo deve fazer. É o povo que diz o que as instituições devem fazer". Essa é a divisa dos tiranos, não dos democratas. "Povo", para Bolsonaro, ele já deixou claro, se resume às suas milícias digitais e àqueles que comungam de seus, vá lá, valores, que ele chama "conservadores", numa distorção miserável do sentido da palavra.

É o passado policial de Bolsonaro que põe fim a seu governo, ainda que o cadáver fique por aí. Mas o que já o impedia de governar é a sua absoluta incompreensão do que é a democracia. Sim, novas ameaças de autogolpe virão nos próximos dias. É de sua natureza.

Bolsonaro quer que acreditemos que os generais podem botar os tanques nas ruas para unir a história das Forças Armadas à de patriotas como Fabrício Queiroz.
Herculano
19/06/2020 05:42
WEINTRAUB PASSARÁ A GANHAR R$115 MIL POR MÊS, por Josias de Souza, no UOL

Abraham Weintraub entrará para a crônica do serviço público como um dos mais bem-acabados exemplos de meritocracia às avessas. Após exercitar sua inépcia no cargo de ministro da Educação por um ano e dois meses, o personagem foi guindado ao posto de diretor-executivo do conselho de administração do Banco Mundial, em Washington. Trocará um salário de R$ 30,9 mil por um contracheque quase quatro vezes maior: R$ 115 mil por mês.

Para merecer a promoção, Weintraub precisou apenas chamar de "vagabundos" os ministros do Supremo Tribunal Federal. Foi enviado para o exílio dourado sob o pretexto de que precisa de um refúgio: "O presidente já referendou", disse num vídeo, ao lado de um constrangido Bolsonaro. "Obrigado, presidente. E com isso, eu, a minha esposa, os nossos filhos e até a nossa cachorrinha Capitu, a gente vai poder ter a segurança que hoje me está deixando muito preocupado."

Se a passagem de Weintraub pelo Ministério da Educação serviu para alguma coisa foi para demonstrar que o grande erro da natureza é a incompetência não doer. Espera-se que o inglês de Weintraub seja melhor do que o seu português. Do contrário, a estadia da cachorrinha Capitu em Washington será ainda mais imprecionante, com "C", como prefere o agora ex-ministro.
Herculano
19/06/2020 05:32
COM PRISÃO DE QUEIROZ, FANTASMA ASSOMBRA BOLSONARO, por Bruno Boghossian, no jornal Folha de S. Paulo

Ex-assessor ressurge e revira métodos típicos dos políticos do baixo clero

Por algum tempo, Jair Bolsonaro tentou se distanciar dos rolos de Fabrício Queiroz. Quando foi revelado o esquema de confisco de salários num dos gabinetes do clã, o presidente disse que o fiel aliado era quem deveria responder. "Não tenho nada a ver com essa história", afirmou, assim que assumiu o cargo.

Não deu para disfarçar. A prisão do ex-policial numa casa ligada ao advogado Frederick Wassef sugere que o amigo de Bolsonaro estava sob a guarda da família. O doutor não era apenas um representante legal de Flávio. Ele frequentava o Palácio da Alvorada e circulava como homem de confiança do presidente.

Já Bolsonaro e Queiroz se conhecem há mais de 30 anos. Embora o clã tenha negado contatos com o ex-assessor, os acontecimentos mais recentes oferecem indícios de que essa conexão jamais foi desfeita. Nessas circunstâncias, o avanço das investigações se torna uma ameaça.

O Planalto anda acuado por apurações sobre o financiamento de uma rede de informações falsas e pelo cerco a alguns de seus apoiadores mais radicais, mas o fantasma do caso Queiroz representa uma assombração política especial.

A exploração de fake news e os ataques às instituições democráticas podem complicar Bolsonaro juridicamente, mas ainda servem como ferramentas para energizar e aglutinar sua base mais leal. As suspeitas de desvio de dinheiro público no esquema da rachadinha, por outro lado, pode ter força para desgastá-lo também dentro desse grupo.

Para um presidente que pegou carona na irritação generalizada com a classe política, o espectro da roubalheira tem potencial para provocar danos cruéis. Antes de tomar posse, o próprio Bolsonaro desenhou: "Se algo estiver errado comigo, com meu filho, com o Queiroz, que paguemos a conta. Dói no coração da gente? Dói, porque nossa maior bandeira é o combate à corrupção".

Queiroz ressurge e revira métodos típicos dos políticos do baixo clero. Resta saber se o caso também atingirá o gabinete presidencial.?
Herculano
18/06/2020 20:24
AS DIGITAIS APARECEM, por Cláudio Prisco Paraíso

Os depoimentos de dois novos servidores da Saúde à CPI dos Respiradores, Débora Brum e José Florêncio, contradisseram, em pontos cruciais, aquilo que falaram o ex-secretário Helton Zeferino e a ex-superintendente de Administração da Pasta, Márcia Pauli. E convergiram num ponto: de que ele tinha conhecimento de todo o processo.

Florêncio descaracterizou a afirmativa de Zeferino, que sempre alegou que não sabia do pagamento antecipado e sem garantias dos 200 respiradores chineses que jamais chegarão a Santa Catarina. O que, convenhamos, é muito pouco provável. O titular de uma pasta é o ordenador primário das despesas.

E não foi uma compra de R$ 300,00 ou R$ 300 mil. Foram R$ 33 milhões. É muito dinheiro.

É uma situação que deixa Helton Zeferino vulnerável. Outro ponto crucial: Débora Brum negou peremptoriamente que tenha usado a senha de Márcia Pauli para autorizar a compra e o pagamento dos equipamentos, frisando que a senha é pessoal e intransferível. Ou seja, a versão é oposta ao que afirmou Márcia anteriormente.

SE COMPLICAM

Só que Florêncio foi muito claro: quem autorizou o pagamento, certificando mesmo sem a chegada dos respiradores, foi Márcia Pauli. Então, vemos novas versões que podem complicar tanto Zeferino como Márcia Pauli.

TIROTEIO

A servidora Débora também declarou que muita coisa teria sido apagada do sistema da Saúde logo após a exoneração de Márcia. Ontem pela manhã, o advogado Nelson Scheffer Martins divulgou nota informando que a ex-superintendente de compras da Saúde irá ao Gaeco para depor novamente. E que não apagou absolutamente nada dos arquivos da Saúde estadual.

APOSTA

A CPI prossegue, assim como o Gaeco que, por ser técnico, vai dar os encaminhamentos mais confiáveis a partir de seu próprio trabalho, e informações complementares que a comissão de deputados possa oferecer.

DIA D

Desembargador Leandro Paulsen, do TRF-4, de Porto Alegre, acatou a decisão do STJ de suspender a sessão virtual que avaliaria o caso de um empresário. A defesa dele argumentou da necessidade de reunião presencial para dar os encaminhamentos. Paulsen, no entanto, deixou muito claro que o adiamento só vale para este denunciado e os outros cinco que não têm foro privilegiado. No caso do prefeito da Capital, a denúncia do MP será analisada nesta quinta-feira, 18. Se os desembargadores aceitarem, Gean Loureiro vira réu. Caso contrário, a peça vai para o arquivo. Tanto uma situação como outra podem influenciar diretamente nas eleições de novembro.

EXEMPLO

Apresentado pela Mesa Diretora, a Câmara de Lages aprovou o projeto de lei 052/2020, que prevê que o subsídio mensal dos vereadores não terá aumento na próxima legislatura. Isto significa que a partir de 1º de janeiro de 2021, o salário bruto continua a ser R$ 9.2 mil para os parlamentares e R$ 13.8 mil para o presidente do Legislativo Lageano. Além disso, a proposta permite aos próximos vereadores renunciarem ao direito de receber o subsídio, uma iniciativa pioneira em Santa Catarina. E que deveria servir de exemplo para nortear a conduta das demais Câmaras, prefeituras, estados, Poder Judiciário, União, enfim, do poder público em geral neste país.
Herculano
18/06/2020 20:19
MOACIR E O GRUPO ND, UM ACERTO BOM PARA OS DOIS, por Claiton Selistre, no Making of

Deu a lógica: Moacir Pereira contratado pelo grupo ND.

Para o perfil do jornalista, depois de deixar a NSC - onde era subaproveitado - restava essa opção de grande porte na mídia catarinense. E para a ND, é uma atitude de ocupar espaços de análise política que estão vagos atualmente, em especial no Notícias do Dia - online e único jornal impresso da região.

Moacir tem como característica a presença forte entre os formadores de opinião e fontes, com seu implacável caderno de anotações. Resta ver qual a postura editorial quando ocupar os novos espaços a partir de primeiro de julho. Desde a posse de Carlos Moisés tem sido um crítico contumaz do governo.

BALANÇO

Uma das tarefas do comentarista político será participar do Balanço Geral, ao meio-dia. Como ali já está Cacau Menezes, sem maiores repercussões de audiência, a ND TV poderia aproveitar o momento e redesenhar o espaço para ser mais combativa no horário.
Herculano
18/06/2020 20:15
POLÍTICA NA POLÍCIA

A campanha política nem começou por aqui e os defensores do poder de plantão estão ameaçando adversários com processos e polícia com fatos onde são os próprios personagens. Acorda, Gaspar!
Herculano
18/06/2020 20:13
EM NOTA, GOVERNO OFICIALIZA INDICAÇÃO DE WEINTRAUB PARA BANCO MUNDIAL

Conteúdo de O Antagonista. O governo brasileiro confirmou, em nota, que já indicou Abraham Weintraub para o cargo de diretor-executivo do grupo de países que o Brasil lidera no Banco Mundial.

Além do Brasil, o grupo de países é composto por Colômbia, Equador, Trinidad e Tobago, Filipinas, Suriname, Haiti, República Dominicana e Panamá.

Economista, o ex-ministro da Educação já foi economista-chefe e diretor do Banco Votorantim ?"que quebrou em 2009, como lembrou Rodrigo Maia.
Herculano
18/06/2020 20:07
SOZINHO

Desde que iniciou esta prática as quintas-feiras, nesta, o presidente da República Jair Messias Bolsonaro, sem partido, fê-la sem assessores. Estava acompanhado apenas da tradutora das linguagem em libras.

Na semana passada, a audiência foi a mais baixa até então.
Herculano
18/06/2020 20:02
A COMEMORAÇÃO DOS BOLSONARISTAS RAIZ NO TWITTER

Abraham Ventraub entrou pequeno e sai como gigante para ocupar cargo de diretor do banco Mundial.

Sérgio Moro entrou gigante e sai pequeno para ocupar o cargo de fofoqueiro da Crusoé [revista eletrônica]
Herculano
18/06/2020 20:00
FOIU UMA "PRISÃO ESPETACULOSA" E QUEIROZ NÃO ESTAVA FORAGIDO, DIZ PRESIDENTE

Conteúdo e texto do portal UOL. O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) acusou autoridades de terem feito uma "prisão espetaculosa" de Fabrício Queiroz, ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ).

"Não havia nenhum mandado de prisão contra ele [Queiroz]. Foi feita uma prisão espetaculosa. Pareciam que estavam prendendo o maior bandido da face da terra", reclamou Bolsonaro, durante transmissão de live realizada pelas redes sociais, na noite de hoje [quinta-feira].

"Ele não estava foragido e não tinha mandado expedido contra ele. Fui avisado de manhã pelo sistema de inteligência particular meu, amigos que eu tenho pelo Brasil todo, e que trocam informações comigo, em especial o que interessa ao nosso Brasil", completou.

Fabrício Queiroz, foi preso, na manhã desta quinta (18), em Atibaia (SP), em um imóvel de Frederick Wassef, advogado do presidente da República. Ele estava lá hospedado há um ano, segundo o delegado responsável pela ação, enquanto a família Bolsonaro afirmava não saber seu paradeiro.

"Por que ele estava naquela região de São Paulo? Porque é perto do hospital onde ele faz tratamento de câncer. Da minha parte, está encerrada o caso Queiroz", acrescentou Bolsonaro.

Queiroz é o grande calcanhar de Aquiles da família, acusado de ser o responsável por gerenciar as "rachadinhas" dos salários de servidores de seus gabinetes e de ser uma de suas conexões com milicianos e com o Escritório do Crime, no Rio.

O Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) identificou "movimentações atípicas" na conta do ex-assessor, no total de R$ 1,2 milhão. Queiroz deixou o gabinete de Flávio Bolsonaro em outubro de 2018.

Para completar, a ação do Ministério Público do Rio de Janeiro que contou com o apoio do Ministério Público de São Paulo e da Polícia Civil também cumpriu mandado de busca e apreensão em um imóvel que era ocupado por uma assessora de Flávio Bolsonaro. O local, em Bento Ribeiro, Zona Norte do Rio, fica na mesma rua de um imóvel de Jair Bolsonaro que já foi escritório político e comitê eleitoral.
Herculano
18/06/2020 19:55
RUMO A SEMANA DOS 50 MIL MORTOS PELA GRIPEZINHA

Manchete desta quinta-feira a noite. Brasil tem 3º dia consecutivo com mais de 1.200 mortes por Covid em 24h
Herculano
18/06/2020 19:53
QUEIROZ ADICIONA IMPODERÁVEL NO FUNDO DO POÇO, por Josias de Souza, no UOL

Jair Bolsonaro percorre um cenário de fundo do poço. Nele, a pandemia e a ruína econômica misturam-se a uma agenda explosiva, que tem três itens: um inquérito criminal em que o presidente é acusado de intervir politicamente na Polícia Federal, dois inquéritos que varejam o aparato político-militante-empresarial do bolsonarismo e meia dúzia de pedidos de cassação da chapa presidencial na Justiça Eleitoral. A prisão de Fabrício Queiroz adicionou nessa conjuntura abismal um elemento explosivo: o imponderável.

Fabrício Queiroz está pendurado nas manchetes de ponta-cabeça há um ano e meio. Nesse período, Bolsonaro e o primogênito Flávio poderiam ter providenciado uma explicação para suas relações com o personagem. Mas forneceram apenas desconversa e manobras diversionistas. Consolidou-se a impressão de que a parceria com Queiroz, por inexplicável, tornou os Bolsonaro personagens indefesos. As circunstâncias da prisão colocam o amigo de três décadas do presidente e ex-assessor do filho dentro dos palácios de Brasília.

No enredo ficcional que os Bolsonaro construíram para tentar se distanciar da encrenca, pai e filho comportavam-se como se não devessem nada a ninguém, muito menos explicações. O Queiroz tem que explicar isso daí, dava de ombros o presidente. Quem tem que dar explicação é o senhor Queiroz, ecoava o Zero Um. Nessa versão, a primeira-família não mantinha mais contato com o investigado. Súbito, descobriu-se que Queiroz estava escondido num imóvel do advogado de Jair e Flávio, o doutor Frederick Wassef.

O advogado é frequentador assíduo dos palácios do Planalto e do Alvorada. Na véspera da prisão de Queiroz, o doutor esteve na posse do novo ministro das Comunicações, Fábio Faria. O lero-lero que tentava fazer crer que Queiroz era um personagem do passado, com o qual o presidente e seu filho não mantinham nenhum contato, tornou-se um atentado à inteligência alheia.


Josias de Souza
Colunista do UOL

18/06/2020 15h23

Jair Bolsonaro percorre um cenário de fundo do poço. Nele, a pandemia e a ruína econômica misturam-se a uma agenda explosiva, que tem três itens: um inquérito criminal em que o presidente é acusado de intervir politicamente na Polícia Federal, dois inquéritos que varejam o aparato político-militante-empresarial do bolsonarismo e meia dúzia de pedidos de cassação da chapa presidencial na Justiça Eleitoral. A prisão de Fabrício Queiroz adicionou nessa conjuntura abismal um elemento explosivo: o imponderável.

Fabrício Queiroz está pendurado nas manchetes de ponta-cabeça há um ano e meio. Nesse período, Bolsonaro e o primogênito Flávio poderiam ter providenciado uma explicação para suas relações com o personagem. Mas forneceram apenas desconversa e manobras diversionistas. Consolidou-se a impressão de que a parceria com Queiroz, por inexplicável, tornou os Bolsonaro personagens indefesos. As circunstâncias da prisão colocam o amigo de três décadas do presidente e ex-assessor do filho dentro dos palácios de Brasília.

No enredo ficcional que os Bolsonaro construíram para tentar se distanciar da encrenca, pai e filho comportavam-se como se não devessem nada a ninguém, muito menos explicações. O Queiroz tem que explicar isso daí, dava de ombros o presidente. Quem tem que dar explicação é o senhor Queiroz, ecoava o Zero Um. Nessa versão, a primeira-família não mantinha mais contato com o investigado. Súbito, descobriu-se que Queiroz estava escondido num imóvel do advogado de Jair e Flávio, o doutor Frederick Wassef.

O advogado é frequentador assíduo dos palácios do Planalto e do Alvorada. Na véspera da prisão de Queiroz, o doutor esteve na posse do novo ministro das Comunicações, Fábio Faria. O lero-lero que tentava fazer crer que Queiroz era um personagem do passado, com o qual o presidente e seu filho não mantinham nenhum contato, tornou-se um atentado à inteligência alheia.

Até a manhã desta quinta-feira, Bolsonaro governava contra um pano de fundo em que piscava o letreiro luminoso com a pergunta incômoda: Onde está o Queiroz? Agora já se sabe onde estava e para onde foi levado o ex-faz tudo dos Bolsonaro. Com Queiroz na prisão, há uma nova pergunta na praça: onde está o Bolsonaro? O presidente não se animou a conversar com seus devotos no cercadinho do Alvorada. Logo terá que dizer meia dúzia de palavras sobre o ex-amigo. Se continuar soando incompreensível, aprofundará o poço sem se livrar do imponderável.

Preso preventivamente, sem prazo para sair, Queiroz tentará obter na Justiça um habeas corpus. O personagem pode percorrer agora um de dois cenários: pode se imolar, ateando fogo às próprias vestes. Também pode tocar fogo no circo. A lealdade aos Bolsonaro é desafiada por um detalhe: a prisão da mulher de Queiroz, Maria Oliveira de Aguiar.
Herculano
18/06/2020 19:45
CORPORATIVO

Do ministro chefe da Secretaria de Governo da presidência da República, no twitter:

TCU vai contar quantos militares compõem o Governo Bolsonaro.

- Respeito a decisão da maioria do Tribunal.
- Mas também não seria importante saber quantos médicos e engenheiros tem no governo? Quantos homens e mulheres? Quantos indígenas, negros, pardos e brancos?

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