Por herculano Domício - Jornal Cruzeiro do Vale

Por herculano Domício

02/01/2009

 

Previsão I

A cada final de ano, os jornais, as revistas, as rádios, as tevês e agora a internet são inundadas por diversas, genéricas (esse é o truque) e bizarras previsões. São sensitivos, ciganos, cartas (de todos os tipos) e os astros a nos predizer ou nos assustar com algo fora do nosso controle. Passa o ano e ninguém confere essas previsões. Assim a crendice, a audiência e a vigarice persistem. Igual as promessas e as mancadas dos políticos. Vive-se e se joga com a nossa "memória curta".

Previsão II

Previdente, fui à internet. Nada sobre Gaspar. Nem do passado, do presente ou do futuro. Nenhum vidente nos advertiu sobre a administração Adilson Schmitt e Clarindo Fantoni, ou da catástrofe ambiental de novembro. Pior do que já se está, penso não poderá ficar. A administração municipal foi renovada. Há esperanças. Nenhuma previsão. Só promessas. E muitas bravatas. Coisas de palanque e vinganças. Mas, não custa repetir o bordão: acorda Gaspar. Vai que os astros e sensitivos se calaram novamente...

Transparência

A recém falecida administração municipal convocou a imprensa e a comunidade para prestar contas. Mostrar veículos, extratos bancários etecétera e tal. Segundo ela, um ato de transparência. O que? Só no penúltimo dia? Fala sério? Quem a orientou nesses quatro anos?

Pergunta

E o PV de Gaspar o que pensa do novo Código Ambiental de Santa Catarina, dessas ocupações de barrancas, encostas e baixios; quantas ações o partido estimulou ou patrocinou para impedir tal desatino contra a vida, a Natureza e o futuro daqui? O quanto ele contribuiu para mitigar os danos causados nas últimas semanas em Gaspar? Qual o projeto que apóia para se evitar as feridas expostas no município?

Proposta

"É preciso que cada um de nós, além das autoridades públicas, empresas e cidadãos, venhamos a pensar nos mortos, nas famílias inteiras soterradas, nas vidas destroçadas debaixo do barro, antes de sermos tolerantes com a ocupação em encostas, com destruição de matas ciliares, com o adensamento de áreas de risco, com mudanças de conveniência nas legislações. Não há mais espaço para empurrar os problemas ambientais com a barriga, como tentam fazer alguns, e deixar para 'o próximo' o ônus de medidas ditas antipáticas. A omissão que ceifa vidas humanas tem que acabar, mesmo à custa de incompreensões". Quem escreveu isto? Não fui eu, não. Foi Marina Silva, PT, senadora e ex-ministra do Meio Ambiente no artigo "A dor que não passa". Acorda Gaspar.

Marolinha I

O ano de 2009 mostra-se desafiador. Há uma recessão mundial em curso e que o alienado presidente de plantão, Luís Inácio Lula da Silva, PT, a classificou de marolinha durante a campanha política, ao invés de tomar medidas preventivas sérias já naquele tempo. Bravatas a parte - e que já consumiram a metade das nossas reservas - este é um ano para se repensar e principalmente para se reconstruir entre nós.

Marolinha II

É hora de lembrar de uma frase do economista, pensador e ex-ministro Roberto Campos (1917-2001), "Há três maneiras de o homem conhecer a ruína: a mais rápida é pelo jogo; a mais agradável é com as mulheres; a mais segura é seguindo os conselhos de um economista". A outra, eu acrescentaria: é dá ouvidos para políticos irresponsáveis, sedentos de poder e votos fáceis.

Sindicato I

É certo que o Brasil transforma-se numa República sindicalista. No discurso, na mobilização, na ocupação e na apropriação dos recursos da massa trabalhadora de carteira assinada. Está em curso no Congresso uma manobra para aumentar os descontos compulsórios dos trabalhadores formais. O assunto veio a público antes das eleições e de forma esperta, saiu de pauta durante a campanha eleitoral do ano passado. Este ano ele voltará via manobras regimentais. O Palácio do Planalto finge, facilita e ao mesmo tempo lava as mãos.

Sindicato II

O anteprojeto que estava sendo discutido pelo governo, sindicatos, Centrais e empresários acabaria com o atual Imposto Sindical. Aparentemente, excelente. Todavia, troca-o por outros tipos de impostos. Hoje esse imposto sindical equivale a 0,33% da folha. Estima-se que outros penduricalhos sindicais tomem disfarçadamente dos trabalhadores algo como 1,1% da folha de pagamento. O presidente do SindLegis, Ezequiel Nascimento, é claro: "Isso é assalto. Querem criar um novo centro de poder. Quem o controla?", indiga.

Sindicato III

Fiscalização é a única coisa que as Centrais e sindicatos não querem. Nem do Tribunal de Contas da União. Pois no apagar de dezembro, o jornal O Estado de S. Paulo fez uma reportagem sobre este assunto e mostrou os horrores.  Estava sob o título "Imposto Sindical financia viagens, prédios e sardinhada contra o aumento dos juros". Foram repassados em 2008, R$ 61 milhões a seis centrais sindicais, ou seja, dez por cento do que foi arrecadado dos trabalhadores brasileiros. A Cut foi o que mais recebeu: R$21,5 milhões; a Força Sindical, a segunda, R$16,5 milhões.

Sindicato IV

Esta notícia percorreu o Brasil na primeira semana de Dezembro. " Na Galeteria Beira Lago - uma das mais concorridas de Brasília -, onde almoçava com a mulher, Elza, e mais 30 companheiros, o deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP) foi informado por um assessor da sua absolvição pelo Conselho de Ética da Câmara. Nesse momento, houve comemoração geral de todos os que o acompanhavam, com gritarias, abraços e discursos. "Se esses caras tentarem me cassar de novo, não vão conseguir, porque 2010 está aí. Se quiserem insistir em me perseguir, vamos buscar os dados sobre a atuação de cada um e pôr todos no poste", discursou Paulinho. Pôr no poste, significa espalhar cartazes com informações comprometedoras, prática bastante usada pela Força Sindical. Ou seja, chantagem.

Pai

No país das Ongs, mensalões e sindicatos que vivem do dinheiro fácil ou compulsório, a crise parece ser realmente uma marolinha. Veja esta. O pacote oferecido pelo presidente Lula a servidores federais, por exemplo, redundará numa despesa adicional e permanente de R$ 31 bilhões por ano. É bilhões mesmo. E estamos em plena crise. Gente perdendo o emprego, negócios, investimentos. Cortando na carne. Com medo. E o presidente em campanha por Dilms. Enquanto isso, o nosso hospital está sem verba Federal, o Cefet enrolado, a ponte do Vale e o Anel de Contorno, um sonho e motivo de reuniões de campanha política e entrevistas as sextas ou segundas-feiras. Acorda Gaspar.

 

 

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