Por Herculano Domício - Jornal Cruzeiro do Vale

Por Herculano Domício

21/06/2017

A COMUNICAÇÃO TORTA DO GOVERNO DE KLEBER I
Na coluna desta segunda-feira (agora ela não tem dia e hora para ser publicada, a não ser na sexta-feira quando está incorporada à edição impressa do jornal Cruzeiro do Vale), explicitei o problema de comunicação e imagem do governo do prefeito Kleber Edson Wan Dall, PMDB, de Gaspar. O cerne, desta vez, foi a morte no domingo à noite da professora Círia Cristina Amaro da Rocha e a não inicial liberação pela secretaria de Educação para professores e alunos dispostos a irem ao velório e enterro desta segunda-feira. Pois bem! Diante da repercussão negativa, a secretária, Zilma Mônica Sansão Benevenutti, o prefeito ao invés de corrigirem um problema comportamental e comunicação, erraram mais uma vez. De algo que poderia ser classificado como um incidente, preferiram estabelecer como se fosse uma prática. Optou-se pelo caminho da censura e da intimidação. Pergunto pela enésima vez: quem mesmo cuida da comunicação do prefeito e da atual administração de Gaspar? Néscios, curiosos, irresponsáveis, adversários e inimigos, pois nenhum amigo do prefeito ou do poder faria o que se faz com tanta frequência.

A COMUNICAÇÃO TORTA DO GOVERNO DE KLEBER II
Quem foi ontem na escola Vitório Anacleto Cardoso, na Margem Esquerda, pedir satisfações dos professores e outros trabalhadores da educação de lá? A diretora pedagógica da secretaria de Educação, Cristiane Correa. Não que Cristiane não tenha valor, mas depois de toda a repercussão dos acontecimentos, quem deveria ir lá era a própria secretária de Educação, pivô do problema (aliás que nestes seis meses como secretária não pisou o pé por lá: quantas escolas municipais há em Gaspar?). Cristiane pouco sabia do fato como um todo. Inteirou-se lá. E teve que concordar com os fatos. Viu uma equipe unida, não contra o prefeito, a secretária ou a prefeitura, mas contra a falta de sensibilidade humana, bom senso e ação prática. Mesmo assim Cristiane não desistiu da missão dada pela Semed e o prefeito: queria saber quem na escola Vitório Anacleto Cardoso fez a postagem no facebook da escola e que acabou fundamentando, além dos fatos amplamente debatidos nas redes sociais, o comentário desta coluna, totalmente abafado na imprensa. Estava atrás de culpados para possíveis punições ou futuras perseguições. Nada mais. Meu Deus!

A COMUNICAÇÃO TORTA DO GOVERNO KLEBER III
Primeiro: a decisão de fechar a escola a tarde e ir ao velório e enterro da professora e mãe de um aluno da escola foi colegiada e unânime. Repito: unânime. Uma decisão do óbvio. Segundo: se a secretária de Educação tivesse ouvido a escola não haveria postagem, não haveria ruídos, não haveria união de professores, alunos e comunidades contra os burocratas de plantão da prefeitura, não haveria comentários nesta coluna. Terceiro: se Kleber tivesse intervindo pela sensibilidade e pelo bom senso, deixando de ouvir gente que está colocando-o exposto em coisas simples que estão na cara de todos, nada disso teria acontecido e se propagada contra Kleber, mais uma vez. Ou seja, não é a primeira; pelo jeito, não será a última, diante da atitude que autorizou ontem com os recados de Zilma, levados por Cristiane. Ah, mais foi um fato inesperado a morte da professora! Foi. Mas, mais inesperada, foi a atitude da secretaria de Educação (onde se demonstra e ensina exemplos a crianças), da prefeitura, com aval de Kleber, em deixar os amigos da falecida, isolados, e friamente trabalhando como se ela não representasse nada para o ambiente escolar e de trabalho. São nos momentos inesperados que se revelam os líderes e os estadistas. Sintomático. Quem mesmo cuida da comunicação de Kleber. Acorda, Gaspar!

SAMAE INUNDADO I
Na sessão da Câmara que aprovou o Plano de Saneamento Básico de Gaspar, a toque de caixa, para se ter acesso, como se justificou, à uma possível verba de R$36 milhões para a implantação do esgoto, duas intervenções de quem conhece o Samae, chamaram a atenção: a de Rui Carlos Deschamps, PT, e a de Cícero Giovane Amaro, PSD. Cícero por exemplo, pontuou que esse plano devia primeiro ser debatido não só com a comunidade (não aconteceu) e de conhecimento dos próprios funcionários do Samae. Ele tem razão. Numa empresa séria e engajada hoje em dia, os primeiros que devem saber, acreditar no seu planejamento para propaga-lo é quem vai executá-lo: os empregados. Vergonhoso saber que isso não é feito no Samae e ainda por quem se diz ser um executivo, o mais longevo dos vereadores de Gaspar, José Hilário Melato, PP. A outra preocupação demonstrada por Cícero foi com a falta de opções para o depósito do lixo recolhido em Gaspar. “Estamos na mão do monopólio da Recicle, em Brusque”, ressaltou ele, a “única que tem aterro sanitário na região e faz o preço que quer”, denunciou e reclamou o vereador.

SAMAE INUNDADO II
Concordo e discordo. Concordo que não há opções; que a concorrência é praticamente nula; que isso pode estar inflando os preços e pior de tudo, deixando os gasparenses num beco sem saída. Mas, a pergunta que não quer calar? A Recicle é a culpada? Então aí discordo frontalmente de Cícero e outros. Ouso apontar os culpados: os governos, inclusive o que está aí. Por que não tomaram uma ação para a solução quando surgiu à oportunidade de se associar ao consórcio de municípios que mantém um aterro sanitário em Indaial? Por que não se pensou uma alternativa estatal desde então? Onde estavam os governantes? Onde estavam e estão os gasparenses? Por que não se estimulou aterros sanitários privados na região? E respondo o porquê: primeiro, todos produzem lixo em abundância, mas não querem tê-lo depositado perto de si ou de suas propriedades num aterro sanitário por mais seguro e moderno que seja; segundo: para se conseguir uma licença ambiental é bucha, não apenas na burocracia que leva anos, mas nos sócios informais que são precisos se terem nesse processo que passa por inúmeros carimbos, reuniões nas repartições, audiências públicas e anuência do Ministério Público; terceiro: obtida a tão longínqua, desgastante e onerosa licença de operação, começa outro calvário para se manter vivo, com compensações, exigências extras não previstas no projeto e pedidos para aprovação, além das denúncias e até obrigação de receber resíduos gratuitamente. Acorda, Gaspar!

QUEM CALA CONSENTE I
Há três semanas, rolava uma morna sessão da Câmara. Mas, virava e mexia, a cada pronunciamento, um tema era recorrente. Desnudava-se por vereadores da oposição e da situação, a caótica situação da Saúde Pública de Gaspar. De um lado provava-se que ela estava na UTI, deixando milhares de pobres, doentes e frágeis com dores à míngua. E do outro lado, o médico e vereador Silvio Cleffi, PSC, batia na mesma tecla e defendia o seu sonho, a sua UTI no Hospital de Gaspar; convidava os vereadores para com ele visitarem à recém instalada UTI do Hospital de Timbó. Já escrevi aqui: antes da UTI reivindicada pelo dr. Silvio, necessária e não discordo, é preciso tirar a saúde pública de Gaspar da UTI. Qual a prioridade?

QUEM CALA CONSENTE II
E mais uma vez, quem está numa sinuca de bico é o prefeito Kleber Edson Wan Dall, PMDB. E não é por seus adversários, mas por gente do PMDB ou da base, como o próprio dr. Silvio, que quer o Hospital sob intervenção, funcionando no modelo-armadilha deixado pelo PT e que neste modelo, engole o dinheiro dos postinhos, policlínica e farmácias básicas. O PMDB ao mesmo tempo, está inconformado de que a secretária de Saúde, Dilene Jahn dos Santos, exatamente por ela ser uma técnica, de fora da cidade e não um dos seus, para dar tetas à vontade mesmo num ambiente de caos. Os vereadores de Kleber fizeram escada para as queixas dos vereadores da oposição, incluindo os do PT que colocou o município neste caos. “Não são só vocês que não são atendidos pela secretária”, disse um, como se atender, fazer sala, conversar, se enrolar e agir fora de um plano com pés e cabeça, fosse a solução. “Quem cala, consente”, fechou a sessão o líder do governo, Francisco Hostins Júnior, advogado, que já foi secretário da Saúde do PT enquanto isso era conveniente para o partido, ao responder aos queixosos. Vergonhoso. Como quem cala consente? Pressão ao prefeito em favor do grupo que quer tomar a área da Saúde para gastar mais e atender menos do que já se atende?

QUEM CALA CONSENTE III
Teve gente do governo de Kleber, que após a sessão, jurou que naquela semana Dilene seria defenestrada, como se os problemas da Saúde Pública fossem resolvidos num passe de mágica. Esperei, por isso, para completar o meu comentário. Não veio a demissão. O problema não é a Dilene, mas o PMDB, quem não teve coragem de criar um modelo de solução para a sustentabilidade mínima da saúde pública dos gasparenses, além das coisas pequenas e caseiras de sempre. Dilene, foi a que o PT colocou para fora do Hospital quando interviu lá. Agora, o PT está unido ao PMDB para fazer o serviço pela segunda vez, e comemorar. Dilene foi contratada como administradora do Hospital, sua especialidade, pelo empreendedor Sérgio Roberto Waldrich. Ele com um grupo de doadores e voluntários – entre eles, eu -, reconstruiu fisicamente do Hospital. O PT fez a côrte, tomou o Hospital e enganou Waldrich. Falta de aviso não foi. O PMDB está fazendo a mesma coisa com Waldrich. Teve Waldrich como um dos patrocinadores e padrinho da vitória de Kleber. Pediu para ele indicar gente técnica no governo. Ele indicou Dilene. Agora, PMDB, PP e PSC estão fritando-a, devagarinho e rotulando-a como fez o PT, de incompetente. Não tenho procuração dela para defende-la, mas é vergonhoso.

QUEM CALA CONSENTE IV
Volto e encerro. E sobre a UTI para o Hospital? O dr. Silvio Cleffi garantiu que o Hospital de Timbó gastou apenas R$3 milhões para fazê-lo e equipá-lo. Esta conta não fecha com outros orçamentos que tenho com gente que mexe com isso, mas... Fazer uma UTI é muito, mas muito mais fácil do que mantê-la. O próprio "novo" Hospital de Gaspar é a prova viva. Reconstruí-lo foi sacrificoso, mas muito mais fácil do que é mantê-lo funcionando nas necessidade e sonhos. O dr. Silvio também possui a solução para a manutenção da UTI de dez leitos, inicialmente: o estado paga R$400 de diária por leito ocupado, ou o governo Federal, R$800 por leito cadastrado, ocupado ou não, com paciente. Só isso, segundo o dr. Silvio pagaria a manutenção da UTI. Meus especialistas na área contestam em números e experiência. Primeiro é preciso cadastrar e isso leva muito tempo, por vários caminhos tortuosos. Até lá, Gaspar que não tem dinheiro, banca a UTI. Segundo: tudo cadastrado, provado e aprovado, a verba demora ou quando chega, vem picada, e uma UTI, devido contratação de especialistas, ela não pode parar. Ai, as dívidas acumulam e Gaspar banca, diante da chantagem de que não pode pará-la, com interferência inclusive do Ministério Público. Terceiro: as demandas judiciais por internamento, medicamentos e outras querelas extra médicas, tidas como direitos dos doentes, alteram significativamente os custos de manutenção de uma UTI. Que ela seja implantada, mas antes com um bom planejamento, uma boa gordura financeira para as emergências e só depois de tirar a Saúde Pública de Gaspar da própria UTI onde está metida. Acorda Gaspar!

 


ILHOTA EM CHAMAS
O proprietário e editor do jornal Cruzeiro do Vale, Gilberto Schmitt, resolveu vasculhar o arquivo de edições do jornal. E constatou que Ilhota está em chamas há muitos anos. Confira esta manchete de 1990 sobre os rolos do ex-prefeito, José Izidro Vieira. O Tribunal de Contas foi atrás dele depois das notas de nepotismo na coluna Chumbo, do Gilberto, e que foram representadas pelo então vereador de lá, Norival Cezar Floriani. Confira a reprodução.


TRAPICHE


Da ex-vice-prefeita e atual vereadora, Mariluci Deschamps Rosa, PT, ao pedir ao líder do governo de Kleber Edson Wan Dall, Francisco Hostins Júnior, ambos do PMDB, para que não entregue o terreno da Arena Multiuso ao ex-dono: “todas as questões judiciais sobre ela são sobre o valor daquela área”.

Sim. Esta é a questão. O PT desapropriou o que é dos outros e botou o preço dele, que não é o preço do terreno. E agora, está na hora da verdade e precisa pagá-lo. E Gaspar não tem esse dinheiro, a não ser que deixe de pagar os vencimentos dos servidores, deixe a saúde pior do que está, não faça obras.

Se este era um problema menor como faz crer a vereadora petista, por que o governo dela e Pedro Celso Zuchi não o resolveram?

Samae inundado. Desde sexta-feira a comunidade do Macuco ficou sem água do Samae. Os novos técnicos da "nova" administração do Samae estavam procurando vazamentos até em redes já desativadas. Ontem, a tarde, acharam o problema. A bomba, não bombeava do poço por falta de manutenção. A dica foi dos velhos técnicos escanteados. Enquanto isso, a população sofreu. Enquanto isso, o Samae, pedia para os moradores do Macucos economizar água, que não havia nos canos. Acorda, Gaspar!

É uma atrás da outra. A ponte do Vale levou mais de cinco meses nas mãos do governo de Kleber Edson Wan Dall, PMDB, para ficar pronta, depois de ser inaugurada no dia 23 de dezembro pelo governo petista de Pedro Celso Zuchi.

Depois de interditá-la no dia 11 de janeiro, faz dez dias que Kleber a reabriu. O que aconteceu ontem? A ponte do Vale ficou parcialmente fechada das 9h às 16h. Pior: sem nenhum aviso prévio à população. A imprensa local e regional, caladinha.

Quem vinha de Blumenau ou Itajaí pela BR-470 não pode acessar a ponte do Vale. Para que veio de Blumenau, sem a sinalização no trevo tradicional da Hercílio Fides Zimmermann, teve que ir adiante e se arriscar (no perigo e multa) numa meia volta. Quem vinha de Itajaí, teve, pelo menos, a opção da Fides Zimmermann mais adiante. Menos mal.

Quem veio do Centro de Gaspar para a BR-470 pela ponte do Vale, foi desviado pelo pessoal da Ditran para a Rua Pedro Simom, na Margem Esquerda e dali, tentar encontrar um beco com saída para a BR-470, arriscando-se para cruzar a pista, perigosa, de alto movimento, com faixa amarela contínua, se quisesse seguir na direção de Blumenau.

Como se vê, falhou mais uma vez a comunicação da prefeitura, da Ditran de Gaspar. E por que? Tudo para esconder uma possível má informação e a prova de que a obra reaberta não estava totalmente concluída. Preferiu não explorar a boa notícia: a melhoria do acesso e a maior segurança aos usuários.

Houve até buzinaços e o trânsito na região foi complicado durante todo o dia. Foi feito um recapeamento para facilitar o acesso ao estranho entroncamento da ponte do Vale com a BR 470. Mesmo assim, ele continua sendo perigoso e exige cuidados redobrados. Acorda, Gaspar!

Do polêmico e incoerente ministro do STF, Gilmar Mendes: "Agente publico não pode se igualar a bandido". Arremato, depende do agente público e o próprio Gilmar deu mostras disso nos últimos julgamentos.

 

Edição 1806

Comentários

Herculano
23/06/2017 07:40
Sr. Brambilla

1. Os fatos estavam na própria página do facebook da Escola.

2. Não questionei o trabalho e a competência da Cristiane. Ela fez o papel que lhe instruíram.

3. Sobre a competência do prefeito, o chefe de todos, sim.

4. Se houve alguém que fez sensacionalismo, foi a secretaria da Educação e a administração do município, que não agiram num caso muito simples de ser resolvido.

5. Você escreve e concordo: "tenho certeza que a concordância do Sr. jornalista em deixar a escola fechada para os mais de 450 alunos sem o devido comunicado aos pais e familiares, dado aos que muitos já estavam a caminho outros já em pátio da escola outros os pais já trabalhando, vulnerabilizando essas crianças, fosse a decisão mais acertada".

6. Mas, diferente do que você distorce os fatos a seu favor e dos seus, o que professores e trabalhadores da educação daquela escolas negociavam, era exatamente uma saída para esse impasse, principalmente à tarde, quando se daria o enterro e o final do velório, e ninguém estava a caminho da escola pela manhã para ir a aulas à tarde.

7. Copiei apenas a informação pública da própria escola e disponível para todos. Mas, o que incomoda mesmo, é a repercussão e os comentários do processo dialético, que agora querem invalidar. O que você e principalmente os políticos que você protege queriam, é agir e esconder os fatos do debate público. É uma pena...
Renato Brambilla
22/06/2017 20:29
Para quem fala em desencontro de informações ou falta de diálogo o Sr. Herculano não buscou todos os fatos.

Trabalho com a Cristiane e a Secretaria e sei da competência e trabalho, inclusive das inverdades que os últimos textos despejaram sobre elas assim como o atual prefeito. Fazer sencionalismo é fácil, difícil é apurar as verdades dos fatos. Tenho certeza que a concordância do Sr. jornalista em deixar a escola fechada para os mais de 450 alunos sem o devido comunicado aos pais e familiares, dado aos que muitos já estavam a caminho outros já em pátio da escola outros os pais já trabalhando, vulnerabilizando essas crianças, fosse a decisão mais acertada.

Para quem fala em diálogo e não dialoga, para quem fala em conversa mas se esconde em palavras, para quem copia e cola e não vai atrás do que é a verdade, pra quem diz que sabe e nada sabe. Uma pena...
Roberto Sombrio
22/06/2017 08:55
Oi, Herculano.

FUNÇÃO X SENTIMENTO.

Só podia ser de alguém ligado a políticos.
Depois que a política virou vagabundagem como função criou-se também o,

Nós contra Eles,
O Negro contra o Branco,
O Rico contra o Pobre,
O Norte contra o Sul e por aí vai.

O país está ficando um lixo por causa de pessoas como vocês que fugiram da escola, tem preguiça de trabalhar, não leem livros e não pensam no país, estado ou município. A única coisa que sabem é comer palavras no WHATSAPP e mandar mensagens mentindo sobre sua vida. Atrás de uma tela de SMARTFONE qualquer monstro vira DEUS.

A ex-vice prefeita e agora vereadora Mariluci Deschamps Rosa não quer que devolvam o terreno onde está a Arena Multiuso ao antigo e verdadeiro dono. Prefiro que devolvam o terreno com aquela meia dúzia de galpões e que vai custar menos para o meu bolso, do que pagar uma fortuna pelo valor real do imóvel.
Por que não cobram do Pedro Celso Zuchi e da vereadora Mariluci Deschamps Rosa os gastos naquela Arena que não serve para nada? Talvez porque neste país da FUNÇÃO X SENTIMENTO não existem leis contra os políticos.

Se devolverem o terreno ao antigo dono, cavalos e vacas talvez tenham paz e não sejam obrigados a sustentar o recalque a e frustração de alguns que precisam perante a sociedade exibir uma medalha ou troféu de lata.
vlad
22/06/2017 08:47
POLÍTICOS:
Antes da posse:
Nosso partido cumpre o que promete.
Só os tolos podem crer que
não lutaremos contra a corrupção.
Porque, se há algo certo para nós, é que
a honestidade e a transparência são fundamentais.
para alcançar nossos ideais
Mostraremos que é grande estupidez crer que
as máfias continuarão no governo, como sempre.
Asseguramos sem dúvida que
a justiça social será o alvo de nossa ação.
Apesar disso, há idiotas que imaginam que
se possa governar com as manchas da velha política.
Quando assumirmos o poder, faremos tudo para que
se termine com os marajás e as negociatas.
Não permitiremos de nenhum modo que
nossas crianças morram de fome.
Cumpriremos nossos propósitos mesmo que
os recursos econômicos do país se esgotem.
Exerceremos o poder até que
Compreendam que
Somos a nova política.

Depois da posse: Basta ler o texto de baixo para cima?.frase por frase
Roberto Basei
22/06/2017 07:55

Escola é

... o lugar que se faz amigos.


Não se trata só de prédios, salas, quadros,

Programas, horários, conceitos...

Escola é sobretudo, gente

Gente que trabalha, que estuda

Que alegra, se conhece, se estima.

O Diretor é gente,

O coordenador é gente,

O professor é gente,

O aluno é gente,

Cada funcionário é gente.

E a escola será cada vez melhor

Na medida em que cada um se comporte

Como colega, amigo, irmão.

Nada de "ilha cercada de gente por todos os lados"

Nada de conviver com as pessoas e depois,

Descobrir que não tem amizade a ninguém.


Nada de ser como tijolo que forma a parede,Indiferente, frio, só.

Importante na escola não é só estudar, não é só trabalhar,

É também criar laços de amizade,É criar ambiente de camaradagem,

É conviver, é se "amarrar nela"!

Ora é lógico...

Numa escola assim vai ser fácil!Estudar, trabalhar, crescer,

Fazer amigos, educar-se, ser feliz.

É por aqui que podemos começar a melhorar o mundo.
(Paulo Freire)
Herculano
22/06/2017 07:34
ILHOTA EM CHAMAS

Bom dia!Hoje é dia de mais uma coluna Olhando a Maré inédita. Aguarde.
Herculano
22/06/2017 07:32
FUNÇÃO X SENSIBILIDADE

O que se escreveu, é, parece pela repetição, o retrato do governo de Kleber Edson Wan Dall, PMDB, um governo de pedra, sem comunicação e com manifestantes que se escondem naquilo que pensam e agem, para não serem questionados ou ficarem expostos.

Eu tenho nome e endereço para as minhas opiniões, que não fazem parte da maioria, do governo, do poder de plantão ou gerem polêmicas.

Nas experiências que tive em veículos de comunicação ou grandes corporações (e não remeto ao que fui testemunha onde não vivi como trabalhador), nenhuma delas, realmente fechou as portas numa morte natural ou acidental de um diretor ou do mais humilde operário.

Todavia, nenhuma delas, repito nenhuma delas, em nenhum momento, impediu que os próximos do morto fossem ao velório ou ao enterro dele, por solidariedade ou simples ato de humanidade.

Para isso, sempre se instalou o diálogo, a organização e o bom senso, para que a humanidade e à sensibilidade de uma perda importante ou próxima, se unisse à necessidade de não parar as atividades e o atendimento às metas produtivas e ao público.

Nunca, repito, nunca, nem mesmo na multinacional que trabalhei, a alma da empresa, por seus valores feitos de humanos, pode-se comparar a uma pedra como você insiste nesta exposição tosca para defender um erro grave e incomparável de gestão e de pura alienação, se não de ditadura.

Sobre as fontes. A primeira foi a rede social enviada como alerta por um leitor desconhecido da coluna. Descoberto o rolo de pedra que você bem retrata, mas não toleraria para um ente seu, é natural que se procure fontes em torno da pedra.

Ou a censura é outra função do governo e dos órgãos públicos municipais no atual governo Gaspar? No governo do PT havia a proibição das escolas homenagearem os pais, apesar do secretário de Educação que assim exigia, ir à escola particular de sua filha para acompanhar e participar desse tipo de homenagem que vetava para os outros.

Como se vê, a vida dos políticos e gestores públicos é feita de incoerências e muitas justificativas para elas. Acorda, Gaspar!
Função x Sentimento
21/06/2017 21:05
Herculano, sobre a falta de sensibilidade da escola vc tenta confundir a função de um órgão público com sentimento humano. Uma escola não pode ter sensibilidade, sua função não é essa. Como uma pedra não tem sensibilidade. As pessoas sim devem ter sensibilidade. E elas tem horários disponíveis para mostrar sua sensibilidade. Um velório não termina em oito horas. Existem leis que definem quem tem direito de faltar ao trabalho por motivo de óbitos de parentes. Alunos tem 4 horas por dia de aula, sobram 20 horas para mostrar sua sensibilidade. Nenhuma empresa fecha quando falece um funcionário, nem mesmo sendo proprietário.
Já pensou se falecer um médico do corpo clínico de um hospital e os funcionários exigirem que o hospital seja fechado para irem ao velório?
Sensibilidade é um sentimento, e portanto inerente a ser racional, e não a ser irracional ou objetos.
Vc tenta induzir a confusão para desgastar a imagem do prefeito e tentar favorecer alquem que deve está na escola lhe passando informações.
Me perdoe discordar, mas escola, hospitais, empresas, enfim, elas tem função e não sentimento. Quem tem sentimento São seres humanos e não dependem de nenhuma instituição para demonstrar. Ponto.
Já que não tem ninguém da prefeitura para esclarecer.
Herculano
21/06/2017 20:06
ISSO NÃO É CRIME?

PESQUISA REVELA QUE OS PAIS NÃO ACOMPANHAM OS ESTUDOS DOS FILHOS, Cleia Farinhas, gerente pedagógica do Sistema Positivo de Ensino

A Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE/2015) feita pelo IBGE mostra dados preocupantes. Grande parte dos pais ou responsáveis não acompanha nem supervisiona adequadamente o desenvolvimento educacional dos filhos com idade entre 13 a 17 anos.

Segundo o levantamento 27,35% dos pais não sabem que os filhos faltaram à escola nos últimos 30 dias. Outros 20,5% desconhecem o que esses jovens fazem durante o tempo livre. Também chama a atenção o fato de que 51,35% dos responsáveis não verificam se as tarefas escolares foram cumpridas. Já 32,9% dos pais não entendem os problemas e as preocupações dos filhos.

A ideia de que escola e família devem caminhar juntas não é novidade, mas sempre causa discussões quando o tema é participação. Isso porque, em muitos casos, a educação dos filhos acaba terceirizada para as escolas.

Segundo a gerente pedagógica do Sistema Positivo de Ensino, Cleia Farinhas, a participação dos pais na vida educacional das crianças e jovens é fundamental e cabe à família introduzir às novas gerações temas como formação moral, educação ética e social. "Escola e família têm diferentes papéis e funções formativas, mas são complementares e essenciais na formação do indivíduo", argumenta.

A pedagoga observa que os jovens aprendem pelo exemplo. Por isso é necessário que os pais ou responsáveis tenham um papel ativo na educação. "Se eu desejar que os filhos leiam mais, preciso ler na frente deles e com eles. Se quiser entender suas dificuldades, preciso estar disposto a ouvi-los de verdade", complementa Cleia.

Pais atuantes, filhos seguros

Muitos pais acham que uma boa escola é suficiente para que os filhos tenham uma formação ideal. Contudo, esquecem de que outros fatores como atenção, participação e envolvimento são necessários para o desenvolvimento das crianças e jovens.

"Em casa, o mais importante é dar suporte emocional para que eles se sintam seguros e valorizados. Jovens pouco estimulados ou fragilizados emocionalmente transformam-se em alunos com problema de autoestima e autonomia - o que, inevitavelmente, vai comprometer o desempenho nos estudos", ressalta a educadora.

As informações completas do PeNSE/2015 estão disponíveis no link http://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv97870.pdf
Violeiro de Codó
21/06/2017 20:04
Às 11:28hs.
CHUPA, LULLA!
CHUPA QUE É DE UVA.
Herculano
21/06/2017 20:01
BANDIDO CONTRA BANDIDO, por Felipe Moura Brasil, no O Antagonista.

Joesley Batista contou em entrevista à Época como comprou o silêncio de Lúcio Funaro e Eduardo Cunha, que reagiu, em texto escrito na cadeia, acusando Joesley de omitir que se encontrou com Lula e o próprio ex-presidente da Câmara durante o processo de impeachment de Dilma Rousseff.

Dá gosto de ver a riqueza de detalhes de ambos os relatos:

JOESLEY: "O Eduardo me pediu R$ 5 milhões. Disse que eu devia a ele. Não devia, mas como ia brigar com ele? Dez dias depois ele foi preso. Eu tinha perguntado para ele: 'Se você for preso, quem é a pessoa que posso considerar seu mensageiro?'. Ele disse: 'O Altair procura vocês. Qualquer outra pessoa não atenda'. Passou um mês, veio o Altair. Meu deus, como vou dar esse dinheiro para o cara que está preso? Aí o Altair disse que a família do Eduardo precisava e que ele estaria solto logo, logo. E que o dinheiro duraria até março deste ano. Fui pagando, em dinheiro vivo, ao longo de 2016. E eu sabia que, quando ele não saísse da cadeia, ia mandar recados."

CUNHA: "Ele [Joesley] fala que só encontrou o ex-presidente Lula por duas vezes, em 2006 e 2013. Mentira. Ele apenas se esqueceu que promoveu (sic) um encontro que durou horas, no dia 26 de março de 2016, Sábado de Aleluia, na sua residência na rua França, 553, em São Paulo, entre eu, ele e Lula, a pedido do Lula, a fim de discutir o processo de impeachment, ocorrido em 17 de abril, onde pude constatar a relação entre eles e os constantes encontros que eles mantinham."

Joesley não negou a reunião: explicou que "destacou dois encontros" com Lula, mas "esteve em outras ocasiões com o ex-presidente".

Uma pena não ter gravado pelo menos esta.

Na data citada por Cunha, Dilma tentava segurar em seu governo o PMDB.

No dia seguinte, Lula se encontrou em São Paulo com o então vice Michel Temer, também presidente nacional do PMDB na ocasião.

Temer disse a Lula que o rompimento com o governo Dilma era inevitável.

A tentativa de acordão de Lula não deu certo. O comandante máximo perdera força de articulação e acesso ao foro privilegiado no dia 18 de março, quando Gilmar Mendes suspendeu sua nomeação como ministro, ocorrida no dia 16, o mesmo em que o juiz Sérgio Moro divulgou a conversa entre Lula e Dilma sobre o envio e o uso do termo de posse "em caso de necessidade".

A delação de Joesley, no entanto ?" que ainda coloca Temer como avalista da compra de silêncio de Cunha ?", levou o atual presidente e principal alvo de denúncias e gravação do empresário a embarcar junto com Aécio Neves no mesmo navio de guerra de Lula contra a Lava Jato, não sem a ajuda conjunta dos ministros timoneiros do TSE e do STF ligados aos três.

Como comentamos em Reunião de Pauta, Temer (com Joesley) e Lula (com Léo Pinheiro e Renato Duque) deixaram os operadores de lado na hora do aperto e apareceram em episódios de aparente obstrução de Justiça; bem como deixaram indícios de uso de dinheiro sujo em reformas de imóveis familiares.

Guardadas as devidas proporções dos crimes supostamente cometidos e as acusações do presidente de que Joesley protege o PT, hoje Temer e Lula estão juntinhos ?" até que um bandido os separe.
Herculano
21/06/2017 19:53
UM ALERTA IMPORTANTE, editorial do jornal O Estado de S. Paulo

A luta contra a corrupção é importante, mas não pode ser uma meta em si mesma nem pode constituir o único norte para a organização institucional do País
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O ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes foi bastante preciso ao dizer, numa palestra feita no Recife, que a luta contra a corrupção não pode ser "uma meta em si mesma" nem pode constituir o único norte para a organização institucional do País. "Nenhum país se organiza social e politicamente com o objetivo de combater a corrupção", afirmou o magistrado. Sem deixar de enfatizar a importância da Lava Jato e de outras operações semelhantes para punir os que se dedicam a pilhar os cofres públicos, a fala do ministro Gilmar Mendes serve como um necessário alerta para os rumos equivocados que a luta contra a corrupção pode eventualmente tomar, especialmente se for mantido o clima de guerra declarada contra os políticos em geral, como se estes fossem, por definição, inimigos da pátria. Nesses termos, em nome de tal combate, muitas vezes se pode ceder à tentação do arbítrio ?" e o resultado não é a regeneração da democracia, como se deseja, mas sua destruição.

A esse propósito, o ministro Gilmar Mendes disse que há risco de o País "despencar para um modelo de Estado policial", numa referência a certos métodos empregados por procuradores e investigadores. O magistrado citou os "arranjos" e as "ações controladas" ?" caso da armação de flagrante que o empresário Joesley Batista fez contra o presidente Michel Temer e o senador Aécio Neves, para basear sua delação premiada ao Ministério Público ?" como exemplos de "investigações feitas na calada da noite", isto é, sem respeitar a lei. Para Gilmar Mendes, está claro que, quando isso acontece, "as investigações devem ser questionadas e devem ter limites".

A advertência do ministro do Supremo deveria servir como um chamamento à prudência, artigo um tanto raro em meio à crispação generalizada que causa toda e qualquer crítica ao comportamento de certos procuradores e juízes, inclusive de tribunais superiores, que se deixam entusiasmar excessivamente pela missão de combater a corrupção.

Tome-se o exemplo do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, que, no mesmo dia da palestra do ministro Gilmar Mendes, disse a seus pares num seminário do Conselho Nacional do Ministério Público que os críticos dos eventuais abusos da Lava Jato ou "militam na ignorância" ou "não têm compromisso verdadeiro com o País".

Rodrigo Janot, portanto, recorreu ao lamentável expediente de dividir o Brasil entre "nós" (os bons que aplaudem tudo o que se fizer em nome da luta contra a corrupção) e "eles" (os que só podem ter más intenções quando fazem reparos a alguns métodos empregados pelos procuradores). Para deixar claro esse embate, o procurador-geral bradou: "Basta de hipocrisia! Não há mais espaço para a apatia. Ou caminhamos juntos contra essa vilania que abastarda a política ou estaremos condenados a uma eterna cidadania de segunda classe, servil e impotente contra aqueles que deveriam nos representar com lealdade".

Por "caminhar juntos" entenda-se jamais discordar das atitudes de Rodrigo Janot, mesmo que, em nome do combate à corrupção, o procurador-geral da República tenha concedido perdão ao empresário Joesley Batista depois que este confessou mais de duas centenas de crimes, um recorde que deveria ser suficiente para fazê-lo enfrentar a Justiça.

A intenção declarada de Rodrigo Janot e de outros procuradores e juízes é purgar o mundo político daqueles que, segundo seu entendimento, não são puros o bastante para o exercício de mandato eletivo. Ora, essa é, ou deveria ser, uma prerrogativa exclusiva do eleitor. Mas, como lembrou o ministro Gilmar Mendes, alguns promotores "expandiram as investigações para situações talvez até de mera irregularidade" ?" isto é, tudo o que envolve algum político se tornou automaticamente sintoma de corrupção ?", pois a intenção é "mostrar que não há salvação no sistema político".

Ao agirem dessa maneira, os cruzados anticorrupção estão a fazer política, e da pior espécie - Gilmar Mendes chegou a dizer que o resultado disso pode ser "uma ditadura de promotores ou de juízes". E ele arrematou: "Vão confiar a essa gente, que viola o princípio da legalidade, a ideia de gerir o País?".
Herculano
21/06/2017 19:48
MAS ESSA NÃO É A REGRA DO JOGO POLÍTICO NO BRASIL? O SENADOR QUER SER OPOSIÇÃO E AO MESMO TEMPO TER AS BENESSES DA SITUAÇÃO? DEVE PEDIR AGORA RECOMPENSA AO SEU ORIENTADOR, AO SEU LÍDER RENAN CALHEIROS. SENADOR ACUSA MICHEL TEMER DE CHANTAGEM E COBRA RENÚNCIA DO PRESIDENTE

Conteúdo do jornal O Estado de S. Paulo. Texto de Thiago Faria e Isabela Bonfim, da sucursal de Brasília. Um dos três votos da base aliada que ajudaram a derrotar a reforma trabalhista em comissão do Senado, o senador Hélio José (PMDB-DF) afirmou nesta quarta-feira, 21, ter sido alvo de retaliação do governo com a demissão de dois indicados seus em órgãos do Executivo. Em um discurso de oposição, acusou o presidente Michel Temer de chantagem e cobrou sua renúncia.

"Nós não podemos permitir que o governo transforme votações em balcão de negócios. Esse governo está podre. Esse governo corrupto tinha que ter vergonha na cara e renunciar", afirmou Hélio José.

O peemedebista surpreendeu ontem o governo ao votar contra o relatório do senador Ricardo Ferraço (PSDB-ES) sobre a reforma trabalhista na Comissão de Assuntos Sociais (CAS). Um texto alternativo, contra a reforma, foi aprovado por 10 votos a 9.

"A reforma trabalhista é equivocada. Vem precarizar ainda mais as relações de trabalho. É inadmissível, um governo mergulhado nesse emaranhado de corrupção, tome esse tipo de atitude de retaliação de quem quer fazer as coisas de forma adequada. É uma falta de consideração", afirmou Hélio José. "Não dá para ser coagido, chantageado, por causa de posto no governo."

Os indicados de Hélio José exonerados hoje foram Vicente Ferreira, que deixou a Diretoria Planejamento e Avaliação da Superintendência do Desenvolvimento do Centro-Oeste (Sudeco), e Nilo Gonsalves, exonerado do cargo de superintendente do Patrimônio da União no Distrito Federal (SPU-DF).

"Acho que o governo está para o que der e vier. Eles enlouqueceram. Pegar um senador da República e retaliar com duas indicaçõezinhas não é justo. Não é um governo correto."

Posição. Segundo Hélio José, sua posição contrária à reforma já havia sido externada a parlamentares do seu partido. Ele admite a influência do líder do PMDB, Renan Calheiros (AL), em seu voto. O ex-presidente do Senado tema adotado posições críticas às reformas propostas pelo governo.

Questionado se houve alguma ameaça de que poderia perder cargos antes da votação na CAS, o senador afirmou que o líder do governo, Romero Jucá (PMDB-RR), havia o alertado para não votar contra a proposta. Ele disse, no entanto, que não havia conversado com o correligionário após a votação de ontem.
Herculano
21/06/2017 19:32
GOLPE DE CANETA NOCAUTEIA JOESLEY E DEIXA LULA GROGUE, por Augusto Nunes de Veja

Ao resumir numa carta manuscrita o encontro com Lula na casa de Joesley Batista, ocorrido em 26 de março de 2016, e revelar que o trio se reuniu para confabular sobre o impeachment de Dilma Rousseff, o prisioneiro Eduardo Cunha desferiu um golpe de caneta que deixou grogue um esquartejador da verdade e levou novamente às cordas a alma viva mais cínica do Brasil.

No fim de semana, na entrevista a Diego Escosteguy, Joesley repetira que só viu Lula a um metro de distância duas vezes - em 2006 e 2013, quando se limitaram a trocar ideias exemplarmente republicanas. Nesta segunda-feira, foi obrigado pelo ex-presidente da Câmara a confessar que esteve com o chefão "em outras ocasiões" - certamente para tratar de negócios nada republicanos.

É o começo do fim da farsa encenada pelo açougueiro predileto de Lula e do BNDES. É o que faltava para o sepultamento da meia delação premiadíssima. Ou Janot rasga a fantasia e admite que não pretende investigar a organização criminosa que patrocinou a entrada de Joesley no clube dos bilionários ou reduz a farrapos as fantasias do dono da JBS com a convocação para uma nova série de depoimentos. É hora de forçá-lo a abrir o bico sobre o bando que, nas palavras do próprio depoente, institucionalizou a corrupção no país. Se insistir em vender Lula e seus comparsas como exemplos de honradez, estará implorando pela pronta interdição do direito de ir e vir.

No texto escrito de próprio punho na cadeia em Curitiba, Cunha tornou a exibir a vocação para arquivista. "Ele fala que só encontrou o ex-presidente Lula por duas vezes, em 2006 e 2013", lembra o signatário. "Mentira. Ele apenas se esqueceu que promoveu (sic) um encontro que durou horas, no dia 26 de março de 2016, Sábado de Aleluia, na sua residência na rua França, 553, em São Paulo, entre eu, ele e Lula, a pedido do Lula, a fim de discutir o processo de impeachment, ocorrido em 17 de abril, onde pude constatar a relação entre eles e os constantes encontros que eles mantinham".

A profusão de minúcias deixa claro qual dos dois está mentindo. Para facilitar o trabalho de jornalistas e policiais incumbidos de checar as informações contidas na carta, o ex-deputado oferece meia dúzia de testemunhas. Que tal ouvir os seguranças da Câmara que o escoltaram na incursão por São Paulo? Que tal uma visita à locadora do veículo usado por Cunha para deslocar-se pela capital paulista? O Brasil decente torce para que seja longa e reveladora a briga de foice entre integrantes de duas organizações criminosas - ORCRINS, prefere Joesley - que roubaram em perfeita harmonia até o divórcio consumado pelo despejo de Dilma Rousseff.

Tomara que todos os bandidos contem tudo o que sabem uns dos outros. E que o bate-boca continue nas cadeias onde estarão alojados os corruptos, hoje desavindos, que a partir de 2003 produziram juntos a maior sequência de assaltos aos cofres do Brasil registrada desde o Descobrimento.
Herculano
21/06/2017 19:29
STF SINALIZA QUE VAI PRESERVAR DELAÇÕES DA JBS, por Josias de Souza

O julgamento do recurso que questiona a homologação da colaboração judicial do grupo JBS foi interrompido. Mas os dois votos já proferidos e as opiniões manifestadas durante o debate inicial permitem supor que o Supremo Tribunal Federal deve tomar, por maioria de votos, duas decisões: 1) O ministro Edson Fachin será mantido como relator do processo que envolve Michel Temer; 2) O acordo de delação premiada homologado por Fachin será avalizado pelo plenário da Suprema Corte.
Herculano
21/06/2017 19:27
FACHIN MANTERÁ RELATORIA DA HOMOLOGAÇÃO; A VER O QUE DIRÁ O STF SOBRE O CONTEÚDO DA DELAÇÃO, por Reinaldo Azevedo, na Rede TV

A simples manutenção da relatoria da homologação já é uma licença e tanto, já viola a Constituição; garantir-lhe o poder monocrático no caso é uma segunda agressão

Eu não tenho dúvida de que a maioria do Supremo, talvez a unanimidade, há de confirmar, na sessão de hoje, Edson Fachin relator da delação dos diretores da J&F. E a maioria dos ministros, se não a totalidade, o fará por espírito de corpo, por coleguismo. O lado virtuoso de tal decisão aponta para a preservação da instituição. Vá lá? Já a homologação da delação, aí, meus caros, não! Se o Supremo confirmar seus termos, entendo que estará agredindo a Constituição duplamente. E fazê-lo uma vez já é de lascar!

A questão está no centro da articulação golpista que tenta depor o presidente da República.

É preciso que fique claro que, quando o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, recorreu a Edson Fachin para obter licenças especiais para investigar, inclusive, o presidente da República, ele violava, com a concordância do ministro, o princípio do juiz natural, triplamente assegurado no artigo 5º da Constituição, a saber: incisos XXXVII ("Não haverá juízo ou tribunal de exceção"), LIII ("Ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente") e LIV ("Ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal").

Ou não será o próprio Fachin a reconhecer que o caso não lhe cabe quando declina da relatoria no que diz respeito ao senador Aécio Neves? Ora, se admite que o que ali se investiga nada tem a ver com a Petrobras, e não tem, por que o resto teria?

Tal agressão a um fundamento constitucional acabou contando com o beneplácito da presidente da Casa, Cármen Lúcia. A partir dessa violação primeira, outras tantas houve, como a admissão em juízo de uma prova ilícita ?" refiro-me à gravação feita por Joesley Batista ?", o que agride outro Inciso do mesmo Artigo 5º, o LVI. Ora, minhas caras, meus caros, estou aqui a falar do título da Constituição que trata dos direitos fundamentais, que não podem ser mudados nem por emenda constitucional. Vale dizer: só uma nova Constituinte pode promover alterações.

Assim, manter o sr. Edson Fachin como relator já consiste numa concessão e tanto.

O foro do presidente
Na defesa que faz de seu direito de homologar a delação de Joesley Batista e sua quadrilha, o Sr. Fachin lembra que a simples homologação nada significa; que delação não é prova; que os benefícios decorrentes da dita-cuja podem ser revertidos; que se trata de um procedimento, como diz o nome, meramente homologatório para que tenha curso, então, a investigação.

Ora, assim seria se assim fosse, mas não é.

Não se dedicou a Polícia Federal, por acaso, em tempo recorde, a publicar o seu relatório prévio, com uma penca de acusações contra o presidente, que se baseia unicamente nas delações? Não tornou públicos os termos da delação o próprio Fachin, de sorte que o que ele diz ser ainda uma acusação já se torna, aos olhos da opinião pública, uma antecipação de sentença? Não se fala abertamente da deposição do presidente, tendo como elemento central, a delação de Joesley?

Então vamos ver. Qual é o polo, digamos, passivo da delação do açougueiro de casaca? Ora, ninguém menos do que o presidente da República! Se basta, senhor ministro, que um acusado ou réu sem foro especial passem a ter direito ao tribunal diferencioado, pergunta-se: quando uma delação atinge em cheio o presidente, não fica, então, também o acusado sujeito ao crivo a que se submete o presidente? E o crivo, para qualquer assunto que diga respeito, no Supremo, aos respectivos presidentes dos Três Poderes é o pleno da Casa.

E notem que nem tratei ainda da questão política. Atenho-me às técnicas, sintetizando:
a: Fachin não era o juiz natural da causa; portanto, houve um ato original de usurpação de competência;
b: ainda que relator fosse, não lhe cabe a decisão monocrática porque questões relativas ao presidente dizem respeito ao pleno do Supremo.

Mas há também a questão política. O sr. Edson Fachin ainda não explicou as suas relações com o grupo J&F, certo? Ele ainda não nos explicou por que desfilou por gabinetes de senadores em companhia de Ricardo Saud, o homem da mala presta de Joesley, aquele que efetivamente comprava e vendia políticos e políticas. Também não explicou um estranho e longo jantar com Joesley quando já ministro.

A 12.850, de 2 de agosto de 2013, é uma lei que chamo porca porque cheia de furos, improvisos e imprecisões. Sempre que se legisla de afogadilho, para responder a uma pressão, faz-se bobagem. Não foi diferente nesse caso.

Sim, a leitura da lei nos leva à conclusão de que o Ministério Público é o Poder dos Poderes e, em parceria com um juiz, faz o que bem entender. Mas é uma lei. Acima dela está a Constituição. E esta assegura o princípio do juiz natural, que foi violado, e a prerrogativa que tem o presidente da República de ter os casos que lhe dizem respeito avaliados pelos 11 ministros.

A menos que a tal lei e o MPF sejam o AI-5 dos dias presentes.
Herculano
21/06/2017 11:37
A TENTATIVA DE INTIMIDAR O DENUNCIANTE NÃO DEU CERTO, POR ENQUANTO. OS PODEROSOS DE PLANTÃO TEM MUITOS AMIGOS, CRITIVIDADE E SEDE DE VINGANÇA PARA ESCONDER OS SEUS PECADOS CONTRA O POVO...

JUIZ REJEITA QUEIXA-CRIME DE TEMER CONTRA JOESLEY POR ENTREVISTA

Conteúdo do jornal Folha de S. Paulo. Texto de Rubens Valente, da sucursal de Brasília. O juiz federal Marcus Vinicius Reis Bastos, da 12ª Vara Federal de Brasília, rejeitou nesta terça-feira (20) a queixa-crime apresentada um dia antes pelo presidente Michel Temer por supostas calúnia, difamação e injúria contra um dos donos da empresa de carnes JBS, Joesley Batista.

Os advogados de Temer foram à Justiça para buscar uma condenação criminal de Joesley após uma entrevista que o empresário concedeu à revista "Época" no último final de semana. Cabe recurso à decisão do juiz.

Em sua decisão, o juiz federal afirmou não ter identificado um "ânimo de difamar" do empresário Joesley, ou seja, não encontrou "a vontade específica de macular a imagem de alguém", e que manifestação "eventualmente ofensiva feita com o propósito de informar, debater ou criticar, desiderato particularmente amplo em matéria política, não configura injúria".

Segundo o magistrado, o acordo de delação fechado por Joesley "vem sendo seguidamente contestado pelo conteúdo que encerra" e por isso "constitui direito" do empresário "a reiteração de fatos afirmados em acordo de colaboração premiada".

O juiz observou que as afirmações feitas por Joesley "se deram em contexto determinado, qual seja, no âmbito dos fatos que culminaram com o acordo de colaboração premiada que celebrou com o Ministério Público Federal, ato já devidamente homologado pelo Supremo Tribunal Federal".

"O inequívoco intento do querelado [Joesley] é o de corroborar as declarações que prestou ao Ministério Público Federal, as quais, se confirmadas, indicam o cometimento de crimes pelo ora querelante [Temer]."

"Não diviso o cometimento do crime de injúria, tendo o querelante [Joesley] feito asserções que, em seu sentir, justificam o comportamento que adotou (refiro-me ao fatos que indicou no acordo de colaboração premiada). Na malsinada entrevista, narrou fatos e forneceu o entendimento que tem sobre eles, ação que se mantém nos limites de seu direito constitucional de liberdade de expressão", escreveu o juiz.

O magistrado decidiu rejeitar a queixa-crime também por considerar "a atipicidade das condutas narradas (calúnia, difamação e injúria) e a ausência de justa causa para se instaurar a ação criminal".
Herculano
21/06/2017 11:33
ALDO SCHNEIDER, PMDB, É OPERADO

O Vice-presidente da Assembléia Legislativa de Santa Catarina, Aldo Schneider,PMDB, e que no ano que vem está mapeado para ser presidente da Casa, está sendo operado na coluna. Depois, este procedimento deve ser seguido por tratamento.

A assessoria não precisou uma data para o retorno do parlamentar da região do Vale do Itajaí para voltar às atividades políticas
Herculano
21/06/2017 11:28
A TENTATIVA CONTINUADA DOS PODEROSOS DE CALAR A IMPRENSA LIVRE E PROFISSIONAL. JUSTIÇA REJEITA A AÇÃO DE LULA CONTRA MERVAL PEREIRA

O juiz Mauricio Tini Garcia, de São Bernardo do Campo, rejeitou uma ação de danos morais que Lula moveu contra Merval Pereira e O Globo, por ter sido citado em duas colunas sobre o petrolão.

Escreveu o juiz:
"O direito à honra é contrabalançado pela responsabilidade nas esferas cível e criminal daquele que supostamente afronte o ordenamento jurídico pátrio. Significa dizer que aqueles que optam pela vida política, muito mais que o cidadão comum, sujeitos estão ao escrutínio popular sobre seus atos, além de submetidos a imputações acerca da probidade e honestidade de suas ações. Bem por isso, não emerge adequado que, por meio de fixação de indenizações protetivas da moral, o Poder Judiciário interfira para desestimular a publicidade de atos de interesse público, mormente quando o ordenamento jurídico vigente disponibiliza ao imputado amplo direito de defesa na esfera criminal e administrativa, com várias instâncias recursais, onde a idoneidade de suas ações políticas, a legitimidade do patrimônio amealhado durante sua vida pública e os sinais externos de sua riqueza e de seus parentes próximos sempre poderão ser objeto de justificativa ou questionamento."
Herculano
21/06/2017 11:23
da série: em defesa dos seus. Sintomático

NO BRASIL, XENOFOBIA PREEXISTENTE SE JUNTOU À ISLAMOFOBIA, DIZ A ALZEERA, por Nelson Sá, na coluna "Toda Mídia", no jornal Folha de S. Paulo

Artigo no "Miami Herald" saudou a nova legislação brasileira de imigração, em contraste com o que acontece nos Estados Unidos, sob o título "É a lei no Brasil: os imigrantes são bem-vindos".

Com relato extenso de ações contra muçulmanos no país, reportagem do canal Al Jazeera [com sede no Catar, país que foi isolado pelos próprios países árabes por proteger, difundir e sustentar o terrorismo internacional] vai na direção oposta, sob o título "Como o projeto progressista de imigração do Brasil foi sabotado".

Questiona as duas dezenas de vetos presidenciais, que levaram os imigrantes a perder, por exemplo, acesso a saúde e emprego públicos.

E ressalta as manifestações de extrema direita contra imigrantes, inclusive do presidenciável Jair Bolsonaro, para concluir que "a xenofobia preexistente se encontrou com a islamofobia"
Herculano
21/06/2017 11:16
SITUAÇÃO ATUAL DA CATÁSTROFE, por Vinicius Torres Freire, no jornal Folha de S. Paulo

DESDE O NOVO surto de crise política, o caso Temer, trata-se de saber se a economia vai voltar a encolher.

Para surpresa quase geral, não houve sinais de catástrofe renovada desde o "evento do dia 17 de maio", como gente das finanças se refere de modo formal ao dia do escândalo do grampo Joesley-Temer. O processo de necrose do governo, no entanto, continua.

A Procuradoria-Geral insinua que vai lançar ataques, denúncias em série, contra Temer, talvez até setembro. Continua a escorrer sujeira do governo, como na entrevista de Joesley Batista.

A reforma trabalhista tropeçou no Senado. Embora não tenha dado com a cara no chão, pegou mal, de resto com sinais menores de debandada tucana e mesmo peemedebista. Atribuiu-se a baixa dos preços desta terça-feira (20) no mercado a esses encontrões, mas o fato é que a coisa azedou mais por causa de fatores externos, como queda do preço de commodities, por exemplo.

Ainda assim: é possível que os ânimos de consumidores e empresas resistam a um trimestre de tumulto sórdido?

Até o início da semana, o pessoal da finança ainda parecia convencido da história que vinha contando até o início desta semana para a explicar a reação muito tênue dos preços (juros, dólar, ações) à perspectiva de fim do programa reformista temeriano.

Ao contrário do que alardeavam, pregavam ou estimavam, não houve um estouro de manada em fuga quando as "reformas" subiram no telhado e de lá começaram a despencar.

Os dados até abril e os primeiros indícios e indicadores de maio mostram que a economia parou de fato de afundar. Vegeta no fundo escuro e úmido do poço.

O emprego formal por ora parara de diminuir, soube-se nesta terça-feira pelos dados do Ministério do Trabalho (Caged) para maio. No entanto, o número de carteiras assinadas baixou 3 milhões em relação àqueles 41,4 milhões de maio de 2014, quando a recessão começava.

O ritmo da arrecadação de impostos indica que o governo terá de fazer mágicas e milagres a fim de fechar as contas. No entanto, a receita deixou de cair em relação a 2016, embora frustre as expectativas de início do ano da equipe econômica, de um otimismo equivocado.

A economia cresceu, de janeiro a abril, um quase nada, que talvez mereça o nome de estagnação, mas se arrastou do buraco do quadrimestre anterior. Observadores da atividade econômica em lojas maiores e fábricas não haviam notado indícios de que o novo surto de sujeira política houvesse balançado os negócios, até a primeira dezena de junho.

Até a semana passada, o pessoal do mercado financeiro explicava a reação amena à provável morte da reforma da Previdência com os seguintes argumentos.

Primeiro, o teto de gastos vai dar conta de segurar o estouro das contas federais pelo menos até 2019 ou 2020. Segundo, a situação das contas externas, do câmbio e do mercado internacional é relativamente tranquila. Terceiro, é muito improvável que o arroz com feijão da política econômica mude até o final de 2018. Quarto e, portanto, é provável que os juros de curto prazo continuem a cair, com inflação baixa e economia estagnada.

Vamos ver se os ânimos de consumidores, empresas e mercado vão aguentar outro inverno escuro, talvez com tempestade
Herculano
21/06/2017 11:14
ACUSAÇÕES DE FUNARO PROVAM QUE 82 PERGUNTAS DA PF A TEMER ERAM Só UMA ARMADILHA, por Reinaldo Azevedo, na Rede TV

É, meus caros, o jogo é pesado. No dia em que vem a público o relatório preliminar da Polícia Federal a sustentar que há evidências de que o presidente Michel Temer cometeu crime de corrupção passiva - e o texto da PF tem lá suas marotices -, outra granada é jogada do quintal do presidente. Só que não estourou porque o pino está enroscado e não tem como desenroscar.
Explico.

Lúcio Bolonha Funaro, mais um notável bandido que parece estar disposto a seguir a trilha do herói Joesley Batista, afirmou, informa reportagem da Folha, que Michel Temer fez "orientação/pedido" para operações de crédito junto ao Fundo de Investimentos do FGTS em benefício de duas empresas privadas. A ação teria gerado comissões de R$ 20 milhões, que teriam sido destinados às campanhas de Gabriel Chalita à Prefeitura de São Paulo, em 2012, e também à presidencial de 2014.

Funaro está preso na Papuda, em Brasília. Foi um dos operadores do mensalão. E foi flagrado também no petrolão e seus derivados. Agora, buscando o berço do herói, ele diz ainda que Temer tinha conhecimento do pagamento de propina sobre o contrato entre a Petrobras Internacional e a Odebrecht para a construção das plataformas.

Não é mesmo fabuloso? Notaram como uma nova - e, ao mesmo tempo, muito velha - narrativa está em curso. E ela assevera, vejam que coisa!, que o grande bandido do Brasil é justamente aquele que Rodrigo Janot, o procurador-geral da República, decidiu derrubar: Michel Temer! Quem diria! O homem que não conseguiu manter a coordenação política do governo Dilma quando ministro - embora tenha sido eficiente nos poucos meses que lá ficou - porque foi derrubado pelos petistas se revela, agora, o verdadeiro Senhor das Sombras.

Que PT que nada!

Que Lula que nada!

São Joesley já disse: "O Número Um é Temer, e o Número Dois é Aécio. Trata-se de uma patuscada que só pode beneficiar, vamos convir, o número 13, não é mesmo?

O relatório prévio da PF, especialmente porque elaborado sem nem mesmo as perícias necessárias, não tem importância nenhuma. É jogo de cena. Como diria a filósofa Gaby Amarantos, se botar o dito-cujo na vitrine, ele nem vai valer 1,99. E o mesmo se diga do que Funaro afirmou até aqui. Vamos ver o que vai rolar na sua possível delação. Joesley, o mestre dos mestres na área, já evidenciou que a Procuradoria Geral da República gosta de história pesada, com muito sangue institucional correndo na praça.

Observem que as acusações do criminoso dizem respeito ao período em que Temer era vice-presidente da República. Assim, cumpre lembrar o "Parágrafo 4º do Artigo 86 da Constituição: "O Presidente da República, na vigência de seu mandato, não pode ser responsabilizado por atos estranhos ao exercício de suas funções".

Funaro acusou ainda Moreira Franco, hoje na Secretaria Geral da Presidência, de ter recebido comissão em razão da liberação de recursos do FI-FGTS, em 2009. Geddel Vieira Lima, por sua vez, teria recebido R$ 20 milhões quando vice-presidente de Pessoa Jurídica da CEF por liberação de recursos para o grupo J&F. Os dois peemedebistas rechaçaram as acusações.

Mas como era o relacionamento de Funaro com Temer, a ponto de ele saber que o vice "orientava ou pedia" ações irregulares que rendiam benefícios ao PMDB? A Folha informa: "O corretor disse que não tinha 'relacionamento próximo' com o presidente, mas que com ele esteve em três oportunidades: na base aérea de São Paulo, juntamente com o deputado Eduardo Cunha; em um comício para as eleições municipais em Uberaba (MG), no ano de 2012, também com Cunha e com [o executivo da JBS] Ricardo Saud, e em uma reunião de apoio à candidatura de Gabriel Chalita à Prefeitura".

Três encontros, e ele já está pronto para denunciar o presidente! E que se lembre no arremate: Funaro era uma das personagens daquelas 82 perguntas da PF, em tom acusatório, enviadas a Temer e que o presidente preferiu não responder. Fez muito bem! A armadilha resta evidente: tivesse respondido, levaria agora na testa as acusações de Funaro.

Não sei se os senhores ouvintes entenderam: não se trata mais de uma investigação, mas de um conjunto de armadilhas para tentar derrubar o presidente.
Herculano
21/06/2017 11:06
ENGANA-SE QUEM CRÊ QUE REFORMA POSSA SER POSTERGADA ATÉ O PRóXIMO GOVERNO, por Alexandre Schwartsman, economista, ex-diretor do Banco Central, para o jornal Folha de S. Paulo

Estou convencido de que brincamos com fogo.

Desde que foram divulgadas as gravações revelando facetas "pouco republicanas" (para usar a hipocrisia da moda) da administração Temer, a chance de levar adiante as reformas necessárias, principalmente no que se refere ao lado fiscal, se reduziu extraordinariamente. Ainda assim, a reação do mercado financeiro (não necessariamente da economia) tem sido quase nula.

O dólar se estabilizou ao redor de R$ 3,30 (comparado a R$ 3,10 em meados de maio), e a Bolsa tem ficado mais perto dos 60 mil pontos do que dos 70 mil que estavam ao alcance quando a atual crise política eclodiu.

Por outro lado, a taxa de juros para um ano retornou aos patamares pré-crise, enquanto as taxas mais longas se encontram cerca de meio ponto percentual acima do registrado logo antes do episódio Joesley.

Um observador que houvesse dormido durante as últimas quatro semanas teria dificuldade para inferir os percalços da atual administração apenas a partir dos preços de mercado.

No entanto, o problema é bem mais sério do que os preços sugerem. Apesar da histeria sobre o teto de gastos (o "fim do mundo" ), a verdade é que o ajuste fiscal que deriva de sua aplicação é muito gradual.

Não se vislumbram, por exemplo, saldos positivos nas contas públicas até o início da próxima década (sem aumento de impostos), e a dívida só pararia de crescer mais rápido do que o PIB em horizonte ainda mais largo.
Essenciais, contudo, para essa estratégia são a aprovação da reforma previdenciária e a continuidade dos esforços na área fiscal.

Em trabalho recente, a Instituição Fiscal Independente (que vem produzindo pesquisa de excelente qualidade) indica que, sem a reforma da Previdência, a margem fiscal (o que sobra depois das despesas obrigatórias) desapareceria por volta de 2022. Deve ser óbvio, contudo, que bem antes disso (2019? 2020?) o governo federal deixaria de ser operacional.

Engana-se, portanto, quem acredita que a reforma possa ser postergada até a posse do próximo governo.

Essa posição supõe em primeiro lugar que a nova administração seja simpática às reformas, o que está longe de ser óbvio. No entanto, mesmo que isso seja verdadeiro, o tempo entre assumir e aprovar as reformas provavelmente não será suficiente para evitar que o setor público se torne inviável.

Não se conclui daí que cessarão os serviços federais: o elo mais fraco da corrente é o teto para o gasto, que em tal cenário não sobreviveria, independentemente de estar inscrito na Constituição. O mesmo Congresso que o aprovou cuidará de revogá-lo, e a estratégia de ajuste fiscal de longo prazo será irremediavelmente comprometida.

Assim, tal como no fim do governo Dilma, teríamos uma administração incapaz de lidar com o endividamento crescente, e as preocupações com a sustentabilidade da dívida retornariam ainda maiores.

Segundo Jared Diamond, sociedades entram em colapso quando não conseguem identificar um problema a tempo, ou, mesmo identificando-o, não dispõem dos meios para lidar com ele, ou ainda quando não conseguem se organizar politicamente para resolvê-lo, embora conseguindo identificá-lo e dispondo de meios para tanto.

O Brasil se parece cada vez mais com o terceiro caso, mas poucos parecem se preocupar com isso.
Herculano
21/06/2017 11:03
LULA É O 'MAIS NOCIVO' DA LAVA JATO, DIZ PESQUISA, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

Levantamento do Instituto Paraná Pesquisa no DF avaliou o impacto da Lava Jato nos enrolados na operação: 87,1% dos entrevistados avisaram que não votarão em candidato "que tem o nome envolvido em denúncias da operação". Entre os enrolados, entrevistados classificam Lula como o "mais nocivo para o Brasil", com 37%. Aécio é o segundo (14,5%), seguido por Eduardo Cunha (12,7%) e Sérgio Cabral (4,6%).

NOCIVOS
A pesquisa aponta entre os empresários mais "nocivos" Marcelo Odebrecht (4,3%), Joesley Batista (4,1%) e Eike Batista (2,4%).

LANTERNAS
José Dirceu e Antonio Palocci, ex-ministros de Lula, são "os mais nocivos" dos enrolados para 2,4% e 1,3% dos entrevistados.

DADOS DA PESQUISA
A pesquisa de opinião foi realizada em todo o Distrito Federal com 1.516 eleitores a partir dos 16 anos entre os dias 14 e 18 de junho.

DESAPROVA GERAL
O Paraná Pesquisa verificou que hoje 83,2% desaprovam o governo Temer. Há dez meses, em agosto, a desaprovação era de 50,3%.

PLANALTO VÊ JANOT COMO MAIOR ADVERSÁRIO DE TEMER
O Planalto trabalha com a certeza de que o principal adversário do presidente Michel Temer não está no Congresso e sim na Procuradoria-Geral da República, e atende pelo nome de Rodrigo Janot. Nas articulações contra a aceitação da denúncia da PGR contra Temer, governistas alegam que a Câmara terá de optar entre dar força ao PGR em fim de mandato ou ao presidente com 18 meses à frente.

BANCADA DA CULPA
O governo conta com a solidariedade de grande parte de parlamentares que são alvos de casos chefiados pelo procurador-geral.

CANDIDATO?
A determinação de Janot impressiona e assusta assessores de Michel Temer. Todos apostam que ele até poderia ser candidato a presidente.

NEM PENSAR
Rodrigo Janot já descartou qualquer candidatura, inclusive para governador de Minas, como chegou a ser especulado no ano passado.

TRAIR E COÇAR...
Dois votos determinaram a rejeição do parecer à reforma trabalhista na Comissão de Assuntos Sociais do Senado: Hélio José (PMDB-DF), que presta obediência a Renan Calheiros, e Eduardo Amorim (PSDB-SE).

PLENÁRIO É O QUE IMPORTA
A oposição fez festa, com a derrota imposta ao governo na votação do parecer da reforma trabalhista, mas, além de aprovação folgada na comissão de Constituição e Justiça, o governo prevê vitória no plenário.

FACHIN FEZ LULA SORRIR
O relator da Lava Jato no STF fez Lula exultar, ontem. O ex-presidente celebrou com amigos, sob muitos brindes, a decisão do ministro Fachin de retirar três processos contra ele das mãos do juiz Sérgio Moro.

INTERESSE RUSSO
Mais de cem empresários russos compareceram ao encontro com o presidente Michel Temer, ontem, no Hotel Ritz-Carlton, em Moscou, interessados em oportunidades de investimento no Brasil.

SAUDÁVEL É A DROGA?
As folhas de louro, muito usadas no preparo de pratos saborosos, devem dar barato. A PSP, polícia de Portugal, distribui cartaz avisando que traficantes fazem passar louro por droga. O cartaz camarada com viciados esclarece: em Portugal, consumir não é crime. Comprar, sim.

CONTAS LIMPAS
Cassado pelo Tribunal Superior Eleitoral por compra de votos na eleição de 2014, José Melo (Pros) teve suas contas de 2016 aprovadas por unanimidade pelo Tribunal de Contas do Amazonas.

JACARÉS & COBRAS D'ÁGUA
Os tucanos Eduardo Jorge, Roberto Brant e Pimenta da Veiga se reuniram no restaurante Santa Colomba, em São Paulo, com os deputados Benito Gama (PTB-BA) e Heráclito Fortes (PSB-PI). Não estavam lá para discutir as receitas do chef Alencar, certamente.

SACOLAS SUPREMAS
Em mais um desses casos que consomem tempo precioso do Supremo Tribunal Federal, o ministro Dias Toffoli restabeleceu uma lei municipal de Rio Claro (SP), que obriga uso de sacola biodegradáveis.

PENSANDO BEM...
...nem precisava de festas juninas para certos políticos caírem na quadrilha.
Herculano
21/06/2017 10:59
RENAN LIDERA DERROTA DO GOVERNO EM VOTAÇÃO DA REFORMA TRABALHISTA, por Mônica Bérgamo, no jornal Folha de S. Paulo

O senador Renan Calheiros (PMDB-AL) foi um dos líderes da derrota do governo nesta terça (20) no Senado. Além de criticar abertamente a reforma trabalhista, ele convenceu parlamentares a votarem contra a proposta na CAS (Comissão de Assuntos Sociais).

PRESENTE
O governo esperava que o senador Hélio José (PMDB-DF), por exemplo, se ausentasse da votação para não ter nem que se alinhar à proposta nem votar contra Temer. Acabou convencido por Renan a comparecer e ajudar a derrotar a reforma.

MINERVA
Numa votação apertada, Hélio José acabou sendo fundamental na derrota do governo, que perdeu por 10 votos a nove.

ZORRA TOTAL
"A situação é de vaca não reconhecer bezerro no curral pequeno", dizia logo depois da votação o senador Ricardo Ferraço (PSDB-ES), relator da reforma trabalhista, ao comentar o fato de Calheiros, que é líder do PMDB, partido de Michel Temer, ser um dos articuladores da derrota do presidente. "Não tem cabimento um negócio desses."

LINHA
Ferraço defende a saída do PSDB do governo mas o apoio às reformas, "fundamentais para o país".

CAIADO SUMIU
Outra ausência notada na votação da CAS: a do senador Ronaldo Caiado (DEM-GO). Em tese, ele é a favor da reforma trabalhista.
Herculano
21/06/2017 10:55
JANOT, O HOMEM MAIS PODEROSO (E PERIGOSO) DO BRASIL, por Rodrigo Constantino, no jornal Gazeta do Povo, de Curitiba, PR.

Uma ala da direita preferiu fingir que Rodrigo Janot não dava todos os sinais de parcialidade em sua cruzada contra a corrupção só para poder atacar "todos que estão aí", o sistema como um todo, sem distinções. E a bola da vez era Temer com seu PMDB e o apoio do PSDB.

É compreensível a revolta contra todos os principais partidos, todos eles de esquerda, diga-se, ainda que seja cegueira ou burrice não perceber que o PT é mil vezes pior, por não ser "apenas" corrupto, e sim totalitário e bolchevique. Saber quem atacar primeiro não é ter bandido preferido; é questão de prioridade.

Mas, no afã de posar de purista jacobino contra todas as forças do mal, eis que uma turma à direita fechou os olhos e "casou" com Janot. Com Janot! O mesmo que hibernou em cima dos processos contra os petistas graúdos. Fazer pacto com o diabo pensando no curto prazo é sempre muito perigoso.

Carlos Andreazza, em corajoso artigo, mostra como esse apoio a Janot serve apenas aos interesses dos próprios petistas. Não dá para ser inocente útil da extrema-esquerda, que já deu todas as provas de jogar sujo, de não medir esforços e não ter escrúpulo algum em sua busca pelo poder. Diz Andreazza, expondo o duplo padrão do procurador-geral da República:

Note o leitor que, na investida de Janot, muito mais que um movimento contra Aécio Neves, vai explícita a criminalização da atividade política. É da ordem da barbárie difundir uma reunião entre políticos como conspiração contra a democracia. Mas essa generalização ?" que a todos iguala por baixo ?" serve a um projeto. A reabilitação do PT, especificamente a de Lula, só está em curso porque se enterrou a política na lama.

Escolhido por Dilma Rousseff e reconduzido ao cargo por ela, Janot é hoje ?" mérito consequente de muita determinação ?" o homem mais poderoso do Brasil, trabalhador incansável por fazer justiça, guerreiro cujo entusiasmo por acusar poderosos é outro desde que o PT saiu do Planalto.

Está aí um patriota a quem o impeachment liberou.

Senhor da agenda que pauta ?" e paralisa ?" a vida pública no país, há semanas tem o presidente sob a ameaça de uma denúncia ao Supremo, com cujo ritmo brinca como se fosse João Gilberto com o tempo de uma canção. Nesse período, diariamente, vaza-se à imprensa que talvez a cousa seja formalizada amanhã, mas que, bem, pode ser na semana que vem. Depende. Depende ?" digo eu ?" do momento. Do momento político. De um em que Michel Temer se encontre vulnerável.

Andreazza chama a atenção para o arbítrio do procurador-geral, do uso seletivo de seus poderes, do uso abusivo de seus poderes, resumindo ser ele hoje "a única autoridade que faz o que quer neste país". E como a alvo é Temer ou Aécio, que ninguém quer defender, que não contarão jamais com um exército paralelo para gritar nas ruas "heróis do povo brasileiro", como fazem os petistas com seus bandidos, então a turma faz vista grossa aos abusos.

Mas isso é extremamente perigoso. Afinal, se o arbítrio é tolerado hoje, ele poderá ser usado amanhã também. "Até o dia em que esses métodos se voltarem contra um dos nossos. Aí, será o quê? Estado policial?", pergunta o autor. Andreazza conclui lembrando das possíveis intenções políticas de Janot:

Não sem aviso, chegamos ao momento em que um tipo como Joesley Batista diz que Temer é líder da "maior e mais perigosa organização criminosa deste país" ?" e fica tudo por isso mesmo. Ai, ai?

Os desconfiados ?" teóricos da conspiração ?" atrapalham o Brasil. Essa é a verdade.

Dificilmente, contudo, atrapalharão o movimento orgânico dos que militam para que Janot se candidate a senador em 2018, pelo Estado de Minas Gerais, na vaga a ser aberta por Aécio Neves. Mas pode ser a governador. Será pelo PT? Ou disfarçaremos numa linha auxiliar? Rede?

Ninguém, repito, quer defender Temer, até porque sua figura inspira poucas paixões e nenhuma credibilidade. Mas as reformas que ele liderava são fundamentais, e afetam diretamente o establishment político, o "deep state", aquele que gosta de casar com o PT, defensor das mamatas e privilégios. E as reformas subiram no telhado. A quem isso interessa?

E a narrativa também misturou tudo e todos, como se o PT fosse igual ao PMDB e ao PSDB, e não uma máfia socialista disfarçada de partido, que defende ditaduras e criminosos abertamente. Novamente: a quem isso interessa?

Não podemos ser tão ingênuos assim. O Brasil não é para amadores. A "direita" que se vestiu de janotista está dando bobeira. Confiar na dupla Joesley Batista e Rodrigo Janot para executar a limpeza ética na política nacional é piada de mau gosto. E, enquanto isso, por onde anda Lula, de quem ninguém mais fala na imprensa?
Herculano
21/06/2017 10:53
DANIEL BARROS, FELIPE ORIÁ E JOSÉ FREDERICO LYRA NETTO
PARA ALÉM DA ESQUERDA E DIREITA, por Daniel Barros, Felipe Oriá e José Frederico Lyra Netto (veja a identificação dos autores ao final do artigo), para o jornal Folha de S. Paulo

A França acaba de redesenhar seu quadro político. Finalizadas as eleições legislativas, o país confirma a preferência pelo movimento que levou Emmanuel Macron à Presidência. Sua aliança conquistou uma maioria impressionante, mesmo em meio à alta abstenção.

Banqueiro em um governo socialista, Macron já desdenhava velhos estereótipos com sua história pessoal. Assim continuou fazendo ao longo da campanha. Ao tomar posições tidas ora como de esquerda, ora como de direita, acabou sendo classificado como "centrista".

No entanto, logo se viu que seu "centrismo" era, na verdade, radical, na forma e no conteúdo. O berço da Revolução Francesa mostrou que as centenárias classificações políticas já não dão conta dos desafios do presente.

Longe de acidental, essa nova combinação esteve na base do movimento República em Frente!, lançado há pouco mais de um ano. Nele, Macron dedicou-se a um debate centrado em ideias, franco.
Recusou-se insistentemente a qualquer "alinhamento automático" a um dos lados do velho espectro político. Diante de um sistema desgastado, buscou a renovação não "contra" a política, como propunha Marine Le Pen, mas essencialmente "por meio" dela.

Fez bom uso do corpo a corpo dos voluntários, em um esforço para reconectar-se às pessoas. As aparentes contradições, ao longo do tempo, tornaram-se força, não fraqueza. A população topou ir além das antigas dicotomias.

Esse tipo de mobilização transcende a experiência francesa. Seu DNA é o mesmo de vários movimentos ao redor do globo que teimam em ser algo verdadeiramente novo.

O Brasil está entrando nesse mapa com movimentos como o Acredito, que -em um momento de exaustão e falência da política convencional- buscam fazer com que novas gerações, desvinculadas de clãs tradicionais, tenham vez. E voz.

Os céticos insistirão: mas o movimento Acredito é de esquerda ou de direita? Defender que o combate ativo às desigualdades deve ser a prioridade absoluta para um país injusto como o Brasil é ser de esquerda?

E fazer isso de forma direcionada, incorporando mecanismos de mercado e incentivos bem desenhados, é ser de direita? Propor progressividade fiscal e taxação de heranças é coisa de esquerdista? E só direitistas podem achar que faltam mercado, competição e livre iniciativa no país?

Buscar que o Estado repasse algumas de suas atribuições à iniciativa privada, oferecendo métricas claras sobre como regular a qualidade dos serviços, é sintoma de direitismo. Recusar a flexibilização dos gastos mínimos em educação e saúde, hoje garantidos na nossa Constituição, é sinal de esquerdismo.

Essa renovação, estranha à velha classificação entre polos ideológicos, coloca a própria linguagem no centro da reflexão política. A categorização, afinal, é uma forma intuitiva de aprender, de entender a realidade ao nosso redor. Não se trata de abandonar tudo que aprendemos até hoje, mas de atualizar nossas referências, de evitar respostas simplistas e reducionismo.

A França dá ao mundo razões para acreditar. Acreditar que podemos ir além da polarização para construir algo novo. Que nossa democracia amadureceu para exigir mais complexidade, não verdades fáceis. Que é possível, em um ano, construir um movimento que rejeite radicalismos e redesenhe nosso quadro político. Faltando 16 meses para as eleições de 2018, é hora da marcha começar aqui no Brasil também.

DANIEL BARROS, jornalista, é mestre em administração pública pela Universidade Columbia (EUA) e colaborador do movimento Acredito

FELIPE ORIÁ é cofundador do Acredito. Cientista político, é mestre em políticas públicas pela Universidade Harvard (EUA)

JOSÉ FREDERICO LYRA NETTO é é cofundador e diretor do Acredito. É engenheiro pela Unicamp e mestre em políticas públicas pela Universidade Harvard (EUA)
Herculano
21/06/2017 10:49
STF DIRÁ AO PAÍS DE QUE LADO ESTÁ NA LAVA JATO, por Josias de Souza

O plenário do Supremo Tribunal Federal marcou para esta quarta-feira o julgamento de um recurso vital para o futuro da Lava Jato e de outras operações anticorrupção em curso no país. Os ministros da Corte decidirão se a delação premiada dos executivos do grupo JBS pode ou não ser revista. Dirão também se Edson Fachin, relator da Lava Jato, agiu corretamente ao homologar um acordo de colaboração judicial que os delatados sustentam não ter vinculação com o petrolão.

No fundo, o Supremo informará ao Brasil de que lado está no combate à roubalheira. Deve-se o sucesso do esforço que amedronta a oligarquia político-empresarial a três fatores: 1) o assalto aos cofres públicos passou a dar cadeia; 2) o pavor de ir em cana potencializou as delações; 3) as colaborações judiciais vitaminaram as investigações. Dependendo das decisões que tomar, o Supremo pode fortalecer o círculo virtuoso ou ressuscitar a roda da impunidade.

Na pior das hipóteses, o plenário do Supremo endossa a tese de que os crimes da JBS não têm nada a ver com a Petrobras e retiram o processo das mãos de Fachin, anulando os atos praticados por ele. Iriam para o beleléu as delações e todas as suas consequências. Michel Temer e Aécio Neves levantariam um brinde e a investigação recuaria à estaca zero.

Numa hipótese intermediária, a conexão com a Lava Jato é reconhecida e Fachin permanece na relatoria. Entretanto, a maioria dos seus colegas consagra o entendimento segundo o qual o plenário do Supremo pode, sim, rever acordos de delação. Sobretudo num caso como o da JBS, em que a Procuradoria-Geral da República concedeu a Joesley Batista e Cia. o prêmio máximo: a imunidade penal.

Se isso acontecer, delações que esperam na fila para acontecer, como a do ex-ministro petista Antonio Palocci e a do ex-presidente da OAS Leo Pinheiro, podem subir no telhado. Novos delatores talvez concluam que os negociadores da Procuradoria, enfraquecidos, não terão mais como assegurar o cumprimento dos termos dos acordos.

Numa terceira hipótese, aparentemente improvável, o Supremo dá uma banana para os investigados e prestigia a relatoria de Fachin. De quebra, avaliza as delações superpremiadas no pressuposto de que a emenda pioraria o soneto. Melhor apanhar os delatores na próxima esquina, quando vierem à luz os resultados da investigação sobre o uso da informação privilegiada da delação para lucrar nos mercados de câmbio e de ações.

Em maio de 2015, quando a Lava Jato tinha pouco mais de um ano, Emílio Odebrecht espetou no noticiário uma nora com o seguinte teor: ''A corrupção é problema grave e deve ser tratado com respeito à lei e aos princípios do Estado democrático de Direito, mas é fundamental que a energia da nação, particularmente das lideranças, das autoridades e dos meios de comunicação, seja canalizada para o debate do que precisamos fazer para mudar o país. Quem aqui vive quer olhar com otimismo para o futuro -que não podemos esquecer-, sem ficar digerindo o passado e o presente.''

Meses depois, a Odebrecht oferecia à força-tarefa da Lava Jato aquela que entraria para a história como delação do fim do mundo. O Apocalipse remexeu o passado e convulsionou o presente. Se transformar a delação da JBS em algo parecido com aquele que Romero Jucá chamava de "estancar a sangria", o Supremo consolidará a vocação do Brasil para o papel de mais antigo país do futuro do mundo.
Herculano
21/06/2017 10:48
UMA PERGUNTA QUE NÃO QUER CALAR. COMO UM PARTIDO COMO O PMDB PODE TER UM LÍDER NO SENADO COM O PASSADO, COM A FALTA DE CARÁTER, ÉTICA E O DESPREZO PELA ESTABILIDADE DO SEU PRóPRIO GOVERNO, COMO O ALAGOANO RENAN CALHEIROS?
Herculano
21/06/2017 10:45
IDENTIDADE DO CHEFE DA ESPIONAGEM AMERICANA É SEGREDO DE POLICHINELO, por Elio Gaspari, nos jornais O Globo e Folha de S. Paulo

Coisa jamais vista. Sem o menor motivo, o Gabinete de Segurança Institucional do presidente Temer revelou em sua agenda pública que o general Sérgio Etchegoyen recebeu a visita de Duayne Norman, "chefe do posto da Central Intelligence Agency em Brasília".

No melhor estilo tabajara, veio a explicação de que fizeram isso em nome do que seria uma "transparência ativa", de acordo com a Lei de Acesso à Informação, que determina o registro dos nomes e cargos de quem é recebido em audiências por hierarcas.

Antes fosse. O doutor Duayne Norman, bem como todos os seus antecessores e sucessores, não se apresenta como chefe do posto da CIA, mas como funcionário do setor político da embaixada.

Em relação ao governo americano houve uma desagradável trapalhada. Em relação aos contribuintes brasileiros, mais uma tentativa de explicar o inexplicável recorrendo-se à mistificação. Afinal, Temer nunca entrou no jatinho da JBS e, pela Lei de Acesso à Informação, Joesley Batista nunca foi ao Jaburu com seu gravador.

Explicou-se também que Duayne Norman foi ao Planalto para despedir-se, pois deixará o posto. Outra justificativa tabajara, pois ele continuará na ativa e foi exposto. Quando o doutor estava na Geórgia e se exibia escalando montanhas, era qualificado como funcionário do setor político.

Excluídas as mistificações, vale a pena registrar que no meio diplomático de Brasília, a identidade do homem da CIA é um segredo de polichinelo. Só a paranoia joga sobre qualquer funcionário da embaixada e, às vezes, sobre qualquer cidadão americano a suspeita de que ele seja da CIA.

A lenda assegura que o general Vernon Walters, adido militar no Rio em 1964, era da agência. Amigo de dezenas de generais, inclusive o marechal Castello Branco, tinha que ser da CIA.

O chefe da base da "Companhia" chamava-se Vernet Gresham, listado pela embaixada como "primeiro secretário". Depois de Gresham o cargo foi ocupado por Stephen Creane e Wilfred (Bill) Koplowitz, sucedido por Joseph Kyionaga. O chefe da estação de Brasília que foi mais longe na carreira foi George Kalaris, que nos anos 70 saneou o seu setor de contraespionagem, envenenado por um chefe paranoico.

Como todo americano deve ser da CIA, para o Centro de Informações do Exercito, um missionário americano que vivia entre os mendigos do Recife seria um agente infiltrado e, preso, foi maltratado.

Na outra ponta, em 1970 a VAR-Palmares redigiu um manifesto informando que sequestrara Curtis Cutter, cônsul americano em Porto Alegre, e ele confessara "suas ligações com a CIA". Cutler não fora sequestrado nem confessara coisa alguma, pois escapara da cena passando com seu carro por cima do pé de "Jorge", o atual governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel. O manifesto com a notícia da confissão foi achado no "aparelho" para onde ele deveria ser levado.

A exposição de Duayne Norman foi uma trapalhada e a explicação dada aos brasileiros mais um momento ridículo do bunker de Temer. É sempre bom lembrar que o governo americano xereta as telecomunicações de Pindorama de forma prepotente e não consegue preservar o sigilo de seus documentos. Eles acabam no site WikiLeaks, levando autoridades de outros países a situações constrangedoras e até mesmo ridículas.

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