Por Herculano Domício - Jornal Cruzeiro do Vale

Por Herculano Domício

14/08/2017

PLEBISCITO PARA EXTINGUIR CABIDE DE EMPREGOS?


Para que serve um deputado? Para aparecer às vésperas da campanha e ganhar uma marca pela sua falta de postura e coragem durante o mandato? O deputado Altair Silva, PP, acaba de propor na Assembleia Legislativa catarinense, um Projeto de Decreto Legislativo. É para convocar um plebiscito onde o “povo catarinense”, pagador de pesados impostos, vai dizer se quer ou não, vejam só, a extinção das Agências de Desenvolvimento Regional (ADRs).

E a consulta popular será “sem custo”, segundo ele, pois deverá ser feita em outubro do ano que vem, durante as eleições. Ou seja, na esperteza do deputado, as boquinhas deste santuário de cabos eleitorais que não possuem votos para se elegerem e qualificação competitiva de mercado, estará garantida. E o ralo de dinheiro do contribuinte continuará, assim com a falta de recursos à saúde, segurança, educação e obras, também. Além disso, o plebiscito terceiriza a responsabilidade que é do governo e dos deputados para o povo. Quando criaram tal excrecência, não consultaram os catarinenses. Fizeram tudo entre eles, para benefícios eleitorais para se manter no poder com o dinheiro público.

O que o deputado nos diz nas entrelinhas com a sua proposta de plebiscito, no meio do seu mandato e depois 14 anos de algo ilógico como as ADRs, antigas SDRs? De que ele não dispõe força e voto para barrar isso na Assembleia e de que, o verdadeiro plebiscito, deveria ser se os catarinenses ainda precisam da Assembleia e deputados que representem a população no trato e do melhor cuidado do dinheiro de todos nós. Ora, não é função do deputado, por delegação dos votos que recebeu nas urnas, e constatando o desvio de objetivos das ADRs, propor a extinção delas na própria Assembleia?

O mesmo Altair dá as tintas desse desperdício que a maioria dos deputados “não” consegue enxergá-lo e decidir pelos catarinenses que lhes delegaram um mandato para isso. E sabem por que? Porque é essa maioria de deputados, que se agarraram à uma base governamental, a beneficiada com as indicações políticas de seus cabos eleitorais nas ADRs. “Os custos das ADRs cresceram R$ 40 milhões de 2015 para 2016, somando anualmente aproximadamente R$ 500 milhões em gastos com pessoal, encargos sociais e outras despesas correntes. O valor representa quase um FUNDAM por ano e que neste será R$ 700 milhões proveniente de financiamentos. Esse programa não precisaria ser feito com financiamentos se fosse economizado”, assinalou o deputado Altair. Ai, ai, ai.

E o deputado dá mais um dado estarrecedor do desperdício do dinheiro do povo que está faltando no governo do estado: “as ADRs, segundo o Tribunal de Contas, somente em 2016, geraram um gasto ao equivalente a R$ 5,6 milhões em alugueis. Esse valor representa quase 13% das locações pelo Estado”. Então, o que fazem os deputados? Trabalham contra os pesados impostos dos catarinenses?

Encerro.

Esta é mais uma típica bandeira de campanha política. Até o próprio ex-presidente da Casa, Gelson Merísio, do partido do governador, depois de usufruir por 14 anos dos benefícios do esquema, vem nos dizer, e só agora, que se eleito, terminará com as ADRs. O PSDB e PT, protocolaram uma medida semelhante pelo fim das ADRs. O próprio Raimundo Colombo, quando candidato, antes de se aliar com o criador das ADRs, Luiz Henrique da Silveira, PMDB, prometeu a mesma coisa. Nunca fez nada contra este sumidouro de dinheiro. E o deputado Altair, para se diferenciar nesse mar de mesmices, promessas e circo para analfabetos, ignorantes e desinformados, teve uma ideia menos criativa para aparecer, se diferenciar e estadualizar a sua campanha do ano que vem. Levou-se 14 anos para descobrir o óbvio, mas mesmo assim, estão garantindo, na propaganda contraditória, mais dois aos mamadores de sempre, com o dinheiro que falta à saúde, segurança, educação e obras. Só isso.


COMEÇARAM OS ENSAIOS DAS APROXIMAÇÕES EM SC

No sábado, o PSDB catarinense se encontrou em Florianópolis e lotou o auditório Antonieta de Barros, da Assembleia Legislativa, para recepcionar o governador de São Paulo, o tucano Geraldo Alckmin. De Gaspar foi para a Capital uma comitiva: a presidente Andréia Symone Zimmermann Nagel, com Amadeu Mitterstein, Cleber Deschamps e Adalberto Demmer. A única vereadora do partido, Franciele Daine Back, ficou por aqui mesmo.

O que chamou a atenção foi a presença não só dos tucanos no evento, mas das lideranças catarinenses do PMDB, PSD, PP e DEM.


Quem é leitor desta coluna, já leu aqui que o instinto de salvação dos políticos nesta estranha eleição de 2018, poderá levá-los, em Santa Catarina, ficar num grande blocão, fatiando governo do estado, vice, senado, suplência entre eles próprios, mesmo sendo sapos e cobras convivendo num mesmo balaio, e até mesmo, “construir” um número reduzido de candidatos na corrida legislativa para que os mais famosos não “corram riscos” de serem eleitos.

Neste contexto, Gelson Merísio e o seu PSD não seriam candidatos a governador, nem viável, nem para perder. Muito menos o PSDB encabeçaria qualquer aventura.

Quem dos tradicionais, a princípio, não estaria neste blocão? PP e PT. Mas pelo jeito, o PP já entendeu as regras do jogo do salvem-se todos, explícitas no distritão e no indecoroso e milionário fundo de campanha, o qual tira dinheiro da saúde, segurança, educação, obras... para a farra dos políticos.

Para encerrar e entender. O tal blocão (PMDB, PSDB, PSD, DEM e outros como o PSB, PPS...), a princípio, isolaria (e enfraqueceria sem opção) o PP (leia-se, família Amim) e deixaria sem força, os já desgastados da esquerda do atraso PT, PDT, PCdoB, Psol, Rede, PSTU, PCO entre outros.

TRAPICHE


A semana que passou foi recheada com muitas páginas no Diário Oficial do Município – aquele que se esconde na internet e não tem hora para sair. Foram muitas páginas da lista dos comissionados da tal Reforma Administrativa, de Kleber Edson Wan Dall, PMDB e Luiz Carlos Spengler,PP e do secretário-prefeito, Carlos Roberto Pereira e que assumiu assim, duas ex-secretarias.

Esta Reforma vai custar quase R$600 mil por ano, apesar da crise econômica, a que é sempre alegada pela prefeitura para cortar supostos escassos dos programas, inclusive nos processos da área de educação, assistência social, saúde e obras. Mas esta reforma não é apenas do PMDB, PP, PSC e PSDB que diz que está fora do governo de Kleber.

A Reforma foi aprovada também com votos dos minoritários PT e o PSD, que fingiam combate-la, com voz, silêncio e promessas de votos contra. E as publicações do Diário, como nomes e compadrios, explicam bem a razão disso do comportamento de parte do PT e PSD. E isso que apareceu – e publico abaixo - é apenas uma parte. Ela mostra o quanto é grande a máquina pública municipal de ajeitamentos e empregos em Gaspar.

Todos esses nomes que você vai ler a seguir, a maioria, já pertencia ao governo, todavia, ela passa a ter nova nomenclatura, ou realinhamento, ou lotações ou gratificações para se encaixar na Reforma. Sobre a qualificação dos nomeados. Em alguns casos ela é notória, em outros, sabe-se que estão abaixo da crítica. Mas quem disse que qualificação é algo essencial nos cargos em comissão entre políticos?

Foram renomeados Pedro Inácio Bornhausen Chefe de Gabinete do Prefeito e Vice-Prefeito; Felipe Juliano Braz, Procurador-Geral e interinamente Superintendente da Coordenadoria de Defesa do Consumidor - Procon;. Jean Alexandre dos Santos, Secretário de Obras e Serviços Urbanos; Ernesto Hostin, servidor efetivo, Secretário de Assistência Social; Celso de Oliveira, Secretário de Desenvolvimento, Renda e Turismo; Carlos Roberto Pereira, Secretário da Fazenda e Gestão Administrativa; Alexandre Gevaerd, Secretário de Planejamento Territorial; Zilma Monica Sansão Benevenutti, Secretária de Educação; Maria Bernadete Tomazini, Secretária de Saúde; José Carlos de Carvalho Junior, Diretor-Presidente da Fundação de Esportes e Lazer; José Hilário Melato, Diretor-Presidente do Serviço Autônomo Municipal de Água e Esgoto – Samae; e Valmor Beduschi Neto, Assessor Jurídico do Samae.

Lotados na Procuradoria-Geral do Município: Jean Carlos de Oliveira, servidor efetivo, Consultor Jurídico e Simone Carime Makki Voigt, Coordenadora Municipal de Defesa do Consumidor - Procon.

Lotados na Secretaria da Fazenda e Gestão Administrativa: Artur Renato Millbratz, Coordenador-Geral de Frota; Célia Margarete Da Costa Souza, servidora efetiva, Superintendente do Orçamento; Cirlene Terezinha Schramm Kunel, servidora efetiva, Diretora - Geral de Finanças; Claudionei De Oliveira, Assessor Administrativo; Danieli Gabardo Pedroso, Coordenadora de Atendimento; Eduardo Fernandes da Rocha Santos, servidor efetivo, Assessor de Cobrança; Fernanda Horst Colsani, servidora efetiva, Diretora-Geral de Tributos; Irlan Osni De Oliveira, Diretor de Manutenção; Jean Clovis da Rosa Zen, servidor efetivo, Diretor de Patrimônio; Jorge Luiz Prucinio Pereira, Diretor-Geral de Gestão de Convênios.

Ainda lotados na secretaria de Fazenda e Gestão Administrativa de Carlos Roberto Pereira: José Marildo Azevedo, Superintendente de Trânsito; Marcos Roberto Da Cruz, Diretor de Compras e Licitações; Marcos Ludwig, servidor efetivo, Diretor- Geral de Tecnologia de Informação; Mari Janete Voigt Paim da Silva, servidora efetiva, Diretora de Pessoal; Maria Krummenacker, Coordenadora de Serviços; Raquel Rose Da Cunha, servidora efetiva, Diretora-Geral de Gestão de Pessoas; Samara Aparecida Marcelino, Coordenadora de Serviços; e Susan Tatiana Cavaco Scheidt, Diretora-Geral de Ouvidoria e Atendimento.

Lotados na Secretaria de Saúde: Alfredo Soares, Diretor de Logística; Aurelio Luis Zimmermann, Médico Regulador; Carlos Antônio Schmitz, Coordenador-Geral de Serviços; Dorimar Serafim Stiz, Diretor-Geral de Assistência Farmacêutica; Evandro Schneider Imhof, Coordenador-Geral de Serviços; Luiz Carlos Fernandes, Coordenador-Geral de Serviço de Atendimento Especializado – SAE; Luiz Ricardo Schmitt, Diretor-Geral Administrativo; e Rubiana Azambuja Proença Becker, servidora efetiva, Diretora-Geral de Atenção em Saúde Especial e Programas Estratégicos.

Os “novos” Norberto Mette, Diretor-Geral de Turismo, da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Renda e Turismo; Neida Beduschi Silveira, Diretora de Cultura, da Secretaria de Educação; André Pasqual Waltrick, Secretário de Agricultura e Aquicultura; Andrea Lidia Schramm, Assessora de Assuntos para a Melhor Idade, da Secretaria de Assistência Social; Ana Karina Schramm Matuchaki, Secretária Adjunta; Fernanda Matsukura Lindemeyer, Assessora de Gestão Pública; e Marcelo Luis Colla, Assessor de Gestão Pública, todos na lotados Secretaria da Fazenda e Gestão Administrativa.

Estão lotados nos gabinetes do prefeito ou do vice-Prefeito: Ademor Luiz Machado, servidor efetivo, para Controlador-Geral do Município; Ana Paula Schure, Assessora Administrativa; Bruna Nagel da Costa, Coordenadora de Gabinete; Cristina Pereira, Coordenadora de Serviços; Diego Becker, Diretor Adjunto de Comunicação; Liliane Da Rosa Machado, Superintendente de Comunicação.

Norberto dos Santos Diretor de Obras do Belchior; Raul Schiller, Superintendente do Belchior; Roni Jean Muller, Superintendente de Gestão Compartilhada; Simone Josiane Pereira Alves de Andrade, Coordenadora de Serviços; Tarcisio José Lanser, Coordenador de Serviços; e Vilmar Florêncio Rosa, Diretor Associação Moradores e Mutirão.

Lotados na Secretaria de Assistência Social estarão Calisto Lopes Cerqueira, servidor efetivo, Coordenador de Administração e Finanças; Maiara Polla Dos Santos, servidora efetiva, Diretora-Geral de Assistência Social; Monica Roeder Medeiros, Coordenadora de Serviços; e Santiago Martin Navia, servidor efetivo, Assessor de Políticas Socioassistenciais. Enquanto isso, Janice Da Rosa, foi exonerada da Diretoria de Proteção Social Especial.

Lotados na Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Renda e Turismo estão Delgio Roncaglio, Diretor Administrativo; Eduardo Schneider Pedrini, Assessor de Desenvolvimento Econômico; Maria Helena Schultz, Coordenadora Geral SINE e Samara Hammes, Assessora de Trabalho e Renda.

Lotados na Fundação Municipal de Esporte e Lazer estão Claudio Roberto Ávila, servidor efetivo, Diretor de Esportes; Ezequiel Hintz, Assessor Administrativo e Welinton Graffunder Lins, Assessor para Assuntos da Juventude.

Lotados na secretaria de Planejamento Territorial estão Elizandro Lourenco Ruivo, Diretor de Habitação; Gelasio Valmor Muller, Diretor de Circulação Viária; Gustavo Lindner Foppa, servidor efetivo, Diretor de Cadastro e Geoprocessamento; Rafael Andrade Weber, Superintendente de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável; Raphael de Gasperi Xavier da Silva, Diretor do Meio Ambiente e Ronald Welter Coordenador-Geral do Meio Ambiente.

Lotados na Secretaria de Obras e Serviços Urbanos estão, Adalberto da Costa Coordenador de Serviços; Amauri Bornhausen, servidor efetivo, Diretor de Obras; Armando Baron Coordenador de Serviços; Joel de Souza, Coordenador de Serviços, Josieli Cristina Casanova, Diretora Administrativa; Júlio Cesar Oliveira de Matos, Coordenador de Serviços; Mauricio Jose De Souza, Coordenador-Geral Oficina; Osnildo Moreira, Diretor de Cemitério; Ozeias Cardoso Moreira, Coordenador- Geral de Almoxarifado, Solano Francisco Pereira, Diretor de Serviços Gerais e Valdemar Cunico, Coordenador de Serviços.

Lotados na Secretaria de Educação, estão Cristiane Luciano Corrêa, servidora efetiva, Diretora-Geral Pedagógica; Lucia Kistner, Diretor Adjunto; Mario Sergio Crespi, servidor efetivo, Diretor de Alimentação Escolar; Marli Iracema Sontag, Diretor Adjunto; Renato da Costa Brambilla, Diretor Administrativo; Sandra Mara Hostins, Assessora Administrativa; Silvia Raquel Schreiber Boniati, servidora efetiva, Diretora de Educação Especial e Valéria Teresinha Schmitt da Cruz, Diretora-Geral administrativa. Tem mais. Fica para mais tarde.

Já na outra ponta... Quem pediu para sair do serviço público foi a professora efetiva Andreia Symone Zimmermann Nagel, ex-vereadora, ex-candidata derrotada a prefeito pelo PSDB. Tinha 23 anos de magistério, dos quais, 17 como ACT.

Derrotada, Andreia não se pendurou em nenhuma teta em Gaspar, Blumenau, outro município, Florianópolis ou Brasília, pagas com os impostos do contribuinte como paga ou necessidade de sobrevivência. Ela tinha profissão, voltou para a sala de aula em escola do município. E quando vereadora, se licenciou para não ganhar duas vezes e se dedicar efetivamente à vereança.

Ela está se desafiando num negócio próprio, dentro da sua área de conhecimento: a educação. Andreia está contrariando o que a maioria dos políticos concorrentes seus fazem por não conseguir se estabelecer competitivamente no mercado e precisam da proteção da máquina estatal.

E a novela da ponte do Vale continua. Foi assinado mais um aditivo, o 14º, com a Artepa Martins. E pelo aditivo, a prefeitura de Gaspar repassou mais outros R$132.040,50 a título de reequilíbrio financeiro.

Ilhota em chamas I. Tudo entupido. A prefeitura está contratando 940 horas para limpeza de bocas de lobo e a retirada de 1.900m3 de dejetos e entulhos.

Ilhota em chamas II. O conserto do caminhão pipa custou R$14.900,00.

Ilhota em chamas III. A prefeitura pretende gastar mais de meio milhão de reais em impressão e locação de máquinas de impressão. O edital já está na rua.

 

Edição 1814

Comentários

Herculano
15/08/2017 17:29
DAQUI A POUCO, COLUNA OLHANDO A MARÉ INÉDITA
Empreendedor ou encostador
15/08/2017 13:59
Herculano, não é só na teta dos cargos comissionados que vivem os sangue sugas encostados na política. Se sabe que o "sistema" que os jovens procuradores e a lava jato tenta desarticular e escancarar a população é uma classe de "empresários" e testas de ferro de velhos caciques que vivem de negócios com órgãos públicos se utilizando de informações privilegiadas e de poder de seus padrinhos. Empreiteiras, empresas de palestras, de assessoria, de transporte coletivo, de coleta de lixo, de terraplanagem, escolas com convênios públicos, Ongs, enfim,..... É preciso se informar e analisar de onde vem o sucesso de algumas empresas.
A lava jato está mostrando o Qi desses empresários. Mas temos muitos exemplos aqui próximo no nível municipal e estadual.
O eleitor está mudando Herculano. E a urna vai mostrar essa mudança mais forte ano que vem.
Aurora do Barracão
15/08/2017 12:41
querido Herculano

O sr. viu a reportagem do Jornal do Almoço de hoje na TV de Blumenau? Essa administração está perdidinha.

Mas, o que me dá náusea mesmo é ler a relação dos pendurados na nossa barrosa e pagos com o nosso IPTU.

É de doer. E o sr diz que tem mais? Santo Deus!

É isso que os vereadores aprovaram? Então eles ganham e nós pagamos a conta? Como diz o Gilberto, ui, ui, ui!
Senhora Dúvida
15/08/2017 12:32
Ilhota em chamas III. A prefeitura pretende gastar mais de meio milhão de reais em impressão e locação de máquinas de impressão. O edital já está na rua.
Não é de hoje que a festa das impressões acontece na Barrosa! Sempre me pergunto: por que ao invés de pagar por aluguéis de impressoras, por impressões;não se faz uma licitação para compras de impressoras e utilitários nessa área? Com outra licitação se contrata uma empresa ou mesma para suporte e manutenção?
Perguntas que não se calam.. talvez porque a população tem pago as impressões.. os xérox..
Sidnei Luis Reinert
15/08/2017 12:25
Artigo no Alerta Total ?" www.alertatotal.net
Por Hélio Duque

A crise política, econômica e social brasileira não fica adstrita aos poderes Executivo e Legislativo, estendendo-se ao poder Judiciário. É fato grave pela objetiva razão de ser o Direito a paz e a disciplina da convivência humana. Ensinada por Emile Durkheim: "A sociedade sem o Direito não resistiria, seria anárquica, teria o seu fim. O Direito é a grande coluna que sustenta a sociedade."
Quando um ministro do Supremo Tribunal Federal acusa a corte de estar "inventando um Direito criado na malandragem, o Supremo está muito concessivo e contribuindo para uma bagunça completa" atinge o Judiciário como um todo. O seu autor é o ministro Gilmar Mendes em entrevista ao "Estado de S.Paulo" (2-8-2017), disse mais: "O Direito Penal foi todo reescrito, nesse período, isso precisa ser arrumado. É preciso voltar a um mínimo de decência, sobriedade e normalidade à Procuradoria Geral da República. Inventando Direito Constitucional criado na malandragem e a reboque de quem? É doutrina de Curitiba, doutrina Janot, não tem nada a ver com Direito, isso é uma loucura completa que se estabeleceu."

O ministro Gilmar Mendes amplia o seu ataque: "As delações todas, essas homologações, o referendo de cláusula, uma bagunça completa e fica a reboque das loucuras do Procurador. Certamente o Tribunal vai ter de se posicionar, até para voltar a um quadro de normalidade e decência." No centro do embate jurídico esta a homologação pelo procurador Rodrigo Janot das delações do Grupo JBS e ratificada pelo ministro Edson Fachin, do STF. É inacreditável que um ministro integrante da Corte, ataque com tamanha veemência os seus colegas do poder judiciário.

Ex-ministro do STF, Francisco Rezek, no "Valor" (3-8-2017), dizendo-se preocupado com a animosidade entre os magistrados, constatou: "O que mais me preocupa na atual composição da Corte é que eles (ministros) se estimam menos do que antes e, portanto, se respeitam menos. Tenho a impressão que os ministros estão brigando, usando uma linguagem que não seria própria para magistrados desse nível. Vai além dos limites da cordialidade que caracterizaram o tribunal antigamente. O que nos tranquiliza é que esse exagero de protagonismo da Corte é um resultado direto da crise."

Leigo em matéria jurídica, como cidadão brasileiro não me omito de opinar, seguindo o ensinamento milenar de Platão: "O Juiz não é nomeado para fazer favores com a justiça, mas para julgar segundo as leis". Recomendo aos atuais 11 ministros do STF que consultem os 4 volumes sobre a "História do Supremo Tribunal Federal", escrito pela advogada Lêda Boechat Rodrigues. Por décadas servidora da Corte, produziu um trabalho de profundidade histórica sobre a importância do Judiciário sensato e equilibrado no desenvolvimento nacional. É encontrável na biblioteca do STF e foi publicado há anos, pela Editora Civilização Brasileira. Guardião da Constituição, o Supremo não pode e não deve se submeter a ditames jurídicos ideológicos momentâneos, conspirando contra o futuro.

O Estado de Direito, na sua integralidade, deve ter o balizamento do STF, como poder moderador da República. Os ministros de tribunais superiores quando extrapolam, em declarações à imprensa, muitas vezes antecipam o seu julgamento, provocando descrédito que atinge a instituição. Cultivar a discrição deve ser uma prerrogativa da função de ser juiz. No caso dos ministros do STF, a paixão política deve ser arquivada e em seu lugar deve prevalecer relações harmoniosas e independentes entre os poderes republicanos. Pela objetiva razão de ao sacralizar os seus votos está definindo rumos jurídicos onde não caberá recursos, mesmo quando for uma decisão errada. Daí a importância de fundamentar o que vai decidir, sabendo das consequências que gerarão ao longo do tempo.

Hoje o STF é uma instituição com plenário dividido, mas cultivando o mote imperial de que "decisão judicial não se discute, cumpre-se". O clima belicoso, com nervos à flor da pele, configura clima de guerra frontal entre vários dos seus ministros. A grande vítima dessa indesejável realidade é o Estado Democrático de Direito.


Hélio Duque é doutor em Ciências, área econômica, pela Universidade Estadual Paulista (UNESP). Foi Deputado Federal (1978-1991). É autor de vários livros sobre a economia brasileira.
Miguel José Teixeira
15/08/2017 10:20
Senhores,

Eis a "Crônica da Cidade", por Severino Francisco, Correio Braziliense, hoje, replicada abaixo e intitulada "Proposta insensata".

Desde que a Operação Lava-Jato entrou em ação, todo dia passou a ser dia da mentira para a classe política. É que mentira tem perna curta e, ao emitir uma, é preciso inventar milhares de outras para sustentar a farsa e tapar os buracos que se abrem com as versões fantasiosas. Eles vivem tão insulados nos gabinetes refrigerados e nos carrões com cascata artificial e filhote de jacaré que perderam completamente o senso da realidade.

Cada vez mais, seus discursos se impregnam de tom delirante. Falam uma coisa e fazem outra completamente diversa. O Congresso Nacional se transformou em um balcão de negócios sem qualquer recato. Ali, compra-se e vende-se tudo com o maior descaro. E investidos da maior autoridade. Em vez de armar-se de sensatez e tomar as providências necessárias e urgentes para a saída da crise, arvoram-se em salvadores da pátria e se metem a impor decisões temerárias que afetarão muitas gerações de brasileiros.

E com que credibilidade ou legitimidade usam o parlamento para fazer daquela Casa um balcão de negócios? Pesquisa recente do Instituto Ipsos revela que 94% dos entrevistados consideram que os atuais parlamentares não os representam. Claro, suas excelências representam os interesses pessoais e das empresas que financiaram suas respectivas campanhas. Legislam quase sempre em causa própria ou dos patrocinadores.

Com o fim do financiamento empresarial para as campanhas políticas, suas excelências articulam um projeto bilionário de financiamento público a ser pago adivinhem por quem? Pelos cidadãos brasileiros. Quer dizer, eles se locupletaram com o caixa 1, o caixa 2 e o caixa 3, se encrencaram com a Operação Lava-Jato e, agora, querem que os cidadãos paguem a conta da farra.

É uma proposta indecente em um cenário de grave crise econômica, apelos ao sacrifício em favor da nação e ameaças de aumento dos impostos. O fim do financiamento empresarial, fonte de corrupção sistêmica, como mostrou a Operação Lava-Jato, deveria ser substituído pela austeridade e não pela farra com o dinheiro do cidadão.

As campanhas políticas devem ser pautadas pelo valor das ideias e não pelos jingles, as jogadas dos marqueteiros, as mentiras repetidas milhares de vezes. Não tem grana? ?"timo, a política só tem a ganhar com a escassez de aparatos de comunicação e com a ênfase nas propostas.

O poder desmedido do dinheiro corrompeu os candidatos, destruiu a representatividade, degenerou a democracia, solapou a soberania popular e reduziu as eleições à seleção dos piores elementos da sociedade, e não dos melhores. É preciso barrar essa proposta insensata e imoral. Ela representa a perpetuação de todos os vícios que degradam a política brasileira. Espero que a pesquisa do Instituto Ipsos se confirme nas urnas e os 94% de parlamentares que só representam a si mesmos sejam sumariamente eliminados pelo voto nas próximas eleições.
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Lembrem-se que: "a mentira tem pernas curtas, barbas compridas e a ausência de um dedo na mão". . . .
Herculano
15/08/2017 09:38
EM 2018, LIMITE PARA CADA PRESIDENCIÁVEL SERÁ DE R$ 150 MILHõES, porJosias de Souza

O Congresso votará limites de gastos para os candidatos às eleições de 2018, a serem financiadas com verbas públicas. Projeto de lei que complementa a reforma política prevê que cada candidato à Presidência da República poderá gastar no máximo R$ 150 milhões em sua campanha. Se houver segundo turno, os contendores terão direito a despender um valor adicional de até R$ 75 milhões, elevando o teto de cada campanha finalista para R$ 225 milhões.

A cifra é inferior aos valores declarados ao Tribunal Superior Eleitoral por Dilma Rousseff na sucessão de 2014. Mas é praticamente igual ao montante formalmente declarado por Aécio Neves, o tucano que perdeu a disputa no segundo turno para a ex-presidente petista. Noves fora o caixa dois, o comitê de campanha de Dilma contabilizou gastos de R$ 350,5 milhões. O de Aécio Neves, R$ 223,4 milhões. Os gastos foram bancados por empresas privadas.

A proposta a ser votada pelos congressistas prevê que, nas campanhas para governador, o limite de gastos em 2018 levará em conta o número de eleitores de cada colégio eleitoral.

Nos Estados com até 1 milhão de eleitores, cada candidato poderá gastar no máximo R$ 4 milhões. Onde houver até 2 milhões de eleitores, R$ 7 milhões. Para até 4 milhões de eleitores, R$ 8 milhões. Nos Estados com 10 milhões de votantes, o limite será de R$ 13 milhões. Até 20 milhões de eleitores, R$ 20 milhões. Nas unidades da federação com mais de 20 milhões de eleitores, R$ 30 milhões. Onde houver segundo turno, cada candidato a governador poderá gastar no máximo 50% do limite fixado para o primeiro turno.

A disputa pelo Senado seguirá modelo análogo. Nos Estados com até 1 milhão de eleitores, o limite de gasto para cada candidato será de R$ 2,5 milhões. Até 2 milhões de votantes, R$ 3 milhões de teto. Até 4 milhões de eleitores, R$ 3,5 milhões. Nos Estados que tiverem entre 4 milhões e 10 milhões de eleitores, R$ 4,5 milhões. Entre 10 milhões e 20 milhões de eleitores, R$ 6 milhões. Acima de 20 milhões de eleitores, R$ 8 milhões de limite de gasto por candidato ao Senado.

A proposta fixa em R$ 2,5 milhões o limite de despesas para uma campanha a deputado federal. Para deputados estaduais e distrital, R$ 1,5 milhão.

Além dos R$ 3,6 bilhões em verbas públicas que o Congresso planeja despejar no fundo de financiamento eleitoral, os candidatos poderão dispor de doações de pessoas, jamais de empresdas. A proposta prevê que cada doador poderá destinar a campanhas eleitorais no máximo 10% dos seus rendimentos brutos no ano anterior. Com um detalhe: as doações não poderão ultrapassar a cifra de R$ 10 mil para cada cargo que estiver em disputa no pleito de 2018.

A proposta autoriza os candidatos a deputado federal, estadual ou distrital a utilizar recursos próprios em suas campanhas, desde que o montante não ultrapasse a 7% do limite de gastos fixado para respectivo cargo. Candidatos a cargos majoritários (presidente, governador e senador) poderá retirar dos próprios bolsos no máximo R$ 10 mil.
Herculano
15/08/2017 09:34
Ao Sabidão

1. Não retiro uma vírgula do que escrevi no comentário-resposta de ontem as 19.11

2. A sua resposta, ratifica, com todas as letras, o meu comentário. Todos que discordam dos políticos no poder de plantão: relho, humilhação, constrangimento e processos.

3. Os fatos estão ai e contra eles não há melhor constatação e avaliação. Dos candidatos a prefeito de Gaspar no ano passado, o atual Kleber Edson Wan Dall, PMDB, ficou pendurado por anos numa teta da AGR; Marcelo de Souza Brick, PSD, está pendurado numa teta do gabinete do deputado Jean Jackson Kuhlmann e é o porta-voz num jornal local da falida candidatura de Gelson Merísio, também do PSD. Do Lovídio Carlos Bertoldi, PT, ainda nada se sabe, mas do mentor e ex-prefeito por três mandatos, Pedro Celso Zuchi, PT, está pendurado no no gabinete do que manda no partido aqui, deputado Décio Neri de Lima. Acorda, Gaspar!
Herculano Sabidão
15/08/2017 09:07
Primeiramente cuidado com o que diz, se não, realmente terá que provar judicialmente que tal partido "comprou pessoas".
Agora fala sobre a atuação de um certo senador (a) pedindo a clemência para inserir sua protegida(o) no quadro de secretários da educação. Suas fontes são fraquíssimas.

E outra não se preocupe comigo, mas sim com o líder nas pesquisas a presidente.
Herculano
15/08/2017 09:04
A PF MARTELA

Conteúdo de O Antagonista. A PF faz uma grande operação contra lavagem de dinheiro.

Foi batizada de Hammer-on

Segundo a PF, as empresas controladas pela organização criminosa investigada movimentaram mais de 5,7 bilhões de reais no período de 2012 a 2016.

Do total de mandados, dois mandados são de prisão preventiva, 17 de prisão temporária, 53 mandados de condução coercitiva, que é quando a pessoa é levada para prestar depoimento e 82 mandados de busca e apreensão.

A Lava Jato do Rio de Janeiro também está nas ruas.

O juiz Marcelo Bretas expediu dois mandados de busca contra Rodrigo Bethlem, homem de Eduardo Paes.

A PF também está martelando o esquema do governador do Rio Grande do Norte, Robinson Faria.

O STJ expediu 11 mandados, sendo 2 de prisão.

O governador é acusado de obstrução de Justiça
Herculano
15/08/2017 08:58
COMEÇA A DISPUTA BILIONÁRIA DOS PESADOS IMPOSTOS ROUBADOS DOS BRASILEIROS PELOS POLÍTICOS PARA ELES FAZEM CAMPANHA POLÍTICA, QUE FALTARÃO À SAÚDE, SEGURANÇA, EDUCAÇÃO, ASSISTÊNCIA SOCIAL, OBRAS...DISPUTA CERCA REPARTIÇÃO DE FUNDO ELEITORAL DE R$ 3,6 BILHõES.

Conteúdo do jornal Folha de S. Paulo. Texto de Ranier Bragon, da sucursal de Brasília. A Câmara dos Deputados pode começar a votar nesta terça-feira (15) as regras para a distribuição entre partidos e candidatos dos R$ 3,6 bilhões do novo fundo público aprovado na semana passada por uma comissão especial da Casa.

Debatida de forma fatiada, a atual reforma política ainda precisa passar pelos plenários da Câmara e do Senado até o mês que vem para valer nas eleições de 2018.

Na semana passada, comissão da Câmara aprovou algumas regras que dependem de alteração na Constituição, como a criação do fundo (resposta dos políticos à proibição pela Justiça do financiamento empresarial) e um novo modelo para eleição de deputados e vereadores, o chamado distritão.

Nesta semana deve ser concluída essa etapa nas comissões ?"na quinta (17), vota-se relatório que acaba com as coligações e que aumenta a barreira contra as legendas nanicas?" e ser iniciada a votação das alterações que dependem de projeto de lei.

Entre elas as formas de divisão do fundo entre partidos e candidatos.

O relator, deputado Vicente Cândido (PT-SP), estabeleceu como proposta repartir o bolo entre os partidos da seguinte forma: 2% divididos igualitariamente entre todas as 35 siglas existentes hoje, 49% na proporção dos votos obtidos por elas na última eleição para a Câmara, 34% divididos na proporção das atuais bancadas e 15% divididos na proporção das bancadas do Senado.

A regra privilegia os maiores partidos, mas não há consenso, como reconhece o próprio relator.

A segunda etapa será definir como os partidos irão repartir o dinheiro entre os candidatos: Cândido propõe 50% aos postulantes a presidente, governador e senador. A outra metade para os candidatos a deputado federal (30%) e estadual (20%).

Deputados pressionam para aumentar a sua fatia.

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou defender que o novo fundo seja provisório, apenas para a eleição de 2018. E que até 2020 seja definido pela população, em plebiscito, se ela prefere o financiamento público ou a volta das doações empresariais. Ele chegou a dizer que a criação de um fundo de R$ 3,6 bilhões é "muito grave".

PESQUISAS

O relatório do petista estabelece teto para o autofinanciamento e resgata ainda uma antiga polêmica. A de tentar vetar a publicação de pesquisas eleitorais na semana que anteceder as eleições.

A medida é defendida por parte do mundo político sob o argumento de que o eleitor não deveria ser induzido pelas sondagens, muitas delas de pouca confiabilidade, segundo eles.

Representantes dos institutos contra-argumentam dizendo que o eleitor tem direito à informação e que uma vedação desse porte tornaria os políticos detentores de dados privilegiados, já que eles continuariam a poder a contratar levantamentos internos.

O relatório do deputado do PT também pretende manter sob sigilo o nome de doadores que direcionarem valores aos candidatos inferiores a três salários mínimos.

GASTOS

Desde a Constituição de 1988 o Congresso tem patrocinado seguidas tentativas de reforma política.

A atual nasceu da decisão de 2015 dos Supremo Tribunal Federal de barrar doações de empresas, até então as maiores financiadoras do mundo político.

Com isso, aprovou-se o novo fundo, que irá se somar ao já existente fundo partidário, que deve distribuir às legendas cerca de R$ 1 bilhão em 2018. Mantêm-se também a possibilidade de doação de pessoas físicas e o autofinanciamento (quando o próprio candidato banca parte ou a totalidade de sua campanha).

Apesar das sucessivas votações na Câmara, é incerto o que de fato será aprovado, já que há muita divergência entre deputados e senadores.

O distritão, por exemplo, que elege os candidatos a deputado ou vereador mais votados, desprezando os votos nos não eleitos e os dados em excesso aos eleitos (hoje eles entram na contabilização para a divisão das cadeiras entre os partidos), encontra forte resistência na Câmara
Herculano
15/08/2017 08:50
AVIÃO DE EX-SENADOR PODE TER SIDO SABOTADO, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

O avião pilotado pelo ex-senador Roger Pinto Molina pode ter sido alvo de sabotagem, segundo suspeitam seus aliados na Bolívia. A aeronave caiu logo após a decolagem. Fernando Tibúrcio, advogado do ex-senador, afirmou ontem que as autoridades brasileiras deveriam estar atentas à hipótese de sabotagem. São conhecidos os métodos do "serviço secreto" de Evo Morales, e dos aliados de Cuba e Venezuela.

BARRA PESADA
São conhecidos os métodos do "serviços secreto" de Evo Morales, presidente da Bolívia, criado para espionar adversários e até aliados.

MATANÇA EM HOTEL
Para desacreditar a oposição, a polícia política da Bolívia matou em um hotel três pessoas que estariam "planejando matar" Evo Morales.

PERSEGUIÇÃO
Molina é símbolo da resistência a Evo Morales, que o persegue desde quando o então senador denunciou corrupção no governo boliviano.

MOLINA AGONIZA
Roger Molina foi socorrido após o acidente e levado, com diversos traumatismos, entre a vida e a morte, para um hospital de Brasília.

GOVERNO DO DF AVALIA PARCELAMENTO DE SALÁRIOS
O Distrito Federal poderá adotar parcelamento de salários. O modelo ainda será discutido, mas o governo avalia que o parcelamento deve ser adotado antes mesmo do pagamento do 13º. Frustração de receita e endividamento brutal tornam ainda mais dramática a situação das finanças do governo do DF, que gasta com apenas 7% da população (servidores ativos e inativos) mais de 77% de todas as suas receitas.

INSUSTENTÁVEL
O custo dos servidores do DF supera os 80% da orçamento, mas se considerar os 25 mil terceirizados, chega a 92% do total.

FOLHA MONSTRO
Com folha de salários de mais de R$1,7 bilhão, o governo do DF tem dificuldade de manter em dia o pagamento porque a receita não chega.

PIONEIRISMO GAÚCHO
O governo do Rio Grande do Sul foi o primeiro a implantar um sistema de parcelamento de salários, que está em vigor há vinte meses.

ME INCLUAM FORA DESSA
O governo Michel Temer decidiu não gastar munição com a reforma política, para não se desgastar ainda mais. O Congresso decidirá como quiser sobre "fundão", "distritão" e outras presepadas em gestação.

PARLAMENTARISMO, O QUE É?
Levantamento do instituto Paraná Pesquisa mostrou duas dificuldades para o parlamentarismo no Brasil: 59,6% dos brasileiros sequer sabem o que é e, entre os que sabem, apenas 39,4% aprovariam o sistema.

MANDOU BEM
A Polícia Federal dá exemplo de burocracia de primeiro mundo: quem tem passaporte e informou seu e-mail quando o solicitou, agora recebe aviso da data do seu vencimento com meses de antecedência.

ONDE NASCEM OS CONFLITOS
O presidente do Flamengo, que deveria dar exemplo, mostrou como o cartola brasileiro está a anos-luz da civilidade. Na Europa, presidentes assistem aos jogos lado a lado, mas Eduardo Bandeira se esquivou de fazer o mesmo com o do Botafogo. "Não sou torcedor muito educado".

SENADOR CAMPEÃO
Randolfe Rodrigues (Rede-AP) gastou em quatro meses R$531,7 mil de "cota parlamentar". A ONG Operação Política Supervisionada apontou gastos de R$ 897,3 mil do senador, este ano, até 31 de julho.

ASSIM É A VELHA POLÍTICA
Jornalista muito admirado em Brasília, onde formou gerações de jornalistas na UnB, Hélio Doyle lança nesta terça (15) seu livro "Assim é a velha política", no restaurante Carpe Diem (104 Sul), a partir das 19h.

TOMA BANHO, RAPÁ
Aluno foi excluído de uma academia de dança de Brasília em razão da inhaca, do futum, do mau cheiro que exalava. Em vez de pedir desculpas e tomar um banho, ele foi à Justiça e pediu "indenização por dano moral", sabiamente rejeitada pelo 2º Juizado Especial Cível.

NÃO SÃO Só PASSAGENS
A assessoria diz que de Vander Loubet (PT-MS) gastou R$27 mil e não R$309 mil em passagens, até julho. É que R$309 mil (que já subiram para R$321 mil) são do "cotão", que inclui passagens e até assessoria.

REFORMA É PRA VALER?
Os deputados que discutem reforma política vão aprovar alguma mudança que não facilite os próprios projetos políticos?
Herculano
15/08/2017 08:45
CRIMINOSOS INTENCIONAIS E PROFISSIONAIS. AÇOUGUEIROS DISFARÇADOS QUE GANHARAM A SORTE GRANDE DO PT COM OS NOSSOS PESADOS IMPOSTOS. JOESLEY ESCONDEU CRIMES EM DELAÇÃO, DIZ PROCURADOR

Conteúdo do jornal O Estado de S. Paulo. Texto de Fábio Fabrini e Fabio Serapião, da sucursal de Brasília. O procurador Ivan Marx, do Ministério Público Federal (MPF) em Brasília, afirmou que o empresário Joesley Batista e executivos do Grupo J&F esconderam, em suas delações premiadas, crimes praticados no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Apesar da imunidade penal obtida pelos delatores no acordo com o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, Marx disse que pretende apresentar denúncia pelos delitos e cobrar R$ 1 bilhão a mais da companhia por prejuízos ao erário.

Responsável pela Operação Bullish, que mira nos negócios do banco com o grupo, Marx afirmou que as fraudes em aportes bilionários feitos no conglomerado estão demonstradas na investigação. "Onde eu digo que eles estão mentindo é no BNDES. A Bullish apontou mais de R$ 1 bilhão de problemas em contratos. Os executivos vão lá, fazem uma delação, conseguem imunidade e agora não querem responder à investigação", disse ao Estado.

As delações dos executivos da J&F, que controla a JBS, serviram de base da denúncia contra o presidente Michel Temer por corrupção passiva. A Câmara vetou o prosseguimento da acusação. Janot, porém, deverá oferecer uma outra denúncia contra o peemedebista, com as delações como um dos elementos, por obstrução da Justiça e organização criminosa.

Entre 2005 e 2014, o BNDES aportou R$ 10,63 bilhões na J&F para viabilizar a aquisição de outras companhias, o que a transformou em líder mundial no segmento de proteína animal. A política foi amplamente adotada nos governos Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff.

Em delação, homologada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), executivos da J&F disseram ter pago propina ao ex-ministro da Fazenda Guido Mantega para não atrapalhar os trâmites das operações no BNDES. Mantega nega. Porém, alegaram que não houve interferência na análise técnica e na concessão dos aportes. Laudos da Bullish, deflagrada em maio, apontam, porém, fraudes em ao menos seis aportes.

Marx disse que as investigações mostram, no mínimo, a ocorrência de gestão temerária nas operações. Para ele, isso justifica processar tanto os gestores do banco quanto os executivos, na condição de coautores. "O BNDES não fez isso sozinho. Foi sempre por demanda deles (JBS)", afirmou, ressaltando que os crimes estão "muito bem detalhados" no inquérito. "A empresa errou quando se 'esqueceu' que o problema dela é o BNDES." A operação avalia agora se houve outros delitos, além da gestão temerária. Não há prazo para eventual denúncia.

Delação. Marx disse que não é sua tarefa, mas da PGR, tomar medidas para suspender ou anular colaborações. "O que me cabe é dizer que tenho prova dos crimes e processá-los."

O procurador criticou ainda a conduta adotada com delatores, de chamá-los para complementar depoimentos quando se demonstra que ocultaram informações. "Se você provar, eu faço recall", disse.

Marx avalia também ajuizar ação de improbidade administrativa para cobrar da JBS prejuízos causados pelas operações do BNDES, por ora calculados em R$ 1 bilhão. Segundo ele, esse valor não foi compensado pelo acordo de leniência de R$ 10,3 bilhões firmado pelas Operações Greenfield, Sépsis, Cui Bono? e Carne Fraca. O acordo foi divulgado, em nota do MPF, no dia 31 de maio.

A negociação foi conduzida pelos procuradores da Greenfield, que apura desvios em fundos de pensão. Marx disse que não participou da proposta. "Nós (da Bullish) não aderimos a esse acordo", afirmou.

Marx tem feito outras críticas aos delatores da JBS. Como mostrou ontem a Coluna do Estadão, ele alega que a empresa tem sonegado documentos.
Herculano
15/08/2017 08:37
MINISTRO TRAVA HÁ 75 DIAS JULGAMENTO SOBRE FORO, por Josias de Souza

No Brasil das delações, foro privilegiado virou um outro nome para impunidade. Enquanto juízes como Sergio Moro e Marcelo Bretas produzem condenados em série, o Supremo Tribunal Federal vai se transformando num Éden para parlamentares e autoridades processadas por corrupção. Isso poderia mudar. Mas o ministro Alexandre de Moraes, da Suprema Corte, não deixa. Ele está sentado há 75 dias em cima do processo que pode reduzir o alcance do foro privilegiado.

O processo que Alexandre de Moraes retarda foi relatado pelo ministro Luís Roberto Barroso. No seu voto, Barroso sustentou que o Supremo só deve julgar autoridades por crimes cometidos durante e em razão do exercício do cargo público. Prevalecendo esse entendimento, o grosso dos processos criminais que tramitam na última instância desceriam para a primeira instância do Judiciário.

Alexandre de Moraes pediu vista do processo numa sessão em que quatro dos 11 ministros do Supremo votaram a favor da limitação do foro especial. Mais dois votos e os encrencados graúdos serão enviados para a usina de sentenças da primeira instância. Enquanto o processo estiver na gaveta, os investigados não perdem por esperar. Ganham. Entre os beneficiados estão oito ministros de Michel Temer, ex-colegas de Alexandre de Moraes, que serviu ao governo Temer como ministro da Justiça.
Herculano
15/08/2017 08:33
LUCRO DA JBS CAI 80% NO PRIMEIRO BALANÇO APóS DECLARAÇÃO DE JOESLEY

Conteúdo do jornal Folha de S. Paulo. No primeiro resultado após vir a público a delação do empresário Joesley Batista, a JBS anunciou uma queda de 80% no lucro líquido no segundo trimestre, em relação ao mesmo período do ano passado, para R$ 309,8 milhões.

No dia 17 de maio, vazou a informação de que Joesley admitia prática de corrupção e pagamento de propina a políticos. O caso gerou denúncia contra o presidente Michel Temer e provocou uma crise de imagem na empresa ?"suas ações caíram e ativos tiveram de ser vendidos.

A receita líquida da JBS ficou em R$ 41,7 bilhões no período, quase 5% inferior ao registrado no mesmo trimestre do ano passado.

Conforme a companhia anunciou na semana passada, por causa da apuração em andamento devido ao acordo de leniência firmado com o Ministério Público, ela divulgaria o resultado sem o relatório de revisão do auditor independente. De acordo com a empresa, a situação será regularizada após a homologação do acordo e o levantamento do sigilo.

Em junho, a empresa anunciou um acordo de leniência de R$ 10,3 bilhões firmado com o Ministério Público.

Os escândalos de corrupção impactaram o negócios da empresa, mas ainda não é possível medir com precisão o tamanho do estrago.

Quando a delação veio à tona, o trimestre já passava da metade, ou seja, ela já tinha boa parte dos estoques e contratos definidos para o período. Mas precisou adaptar-se à nova realidade: a JBS mudou seu modelo de comercialização na compra de gado, restringindo os pagamentos à vista aos produtores.

Por parte dos consumidores, houve campanhas de boicote nas redes sociais aos produtos da holding J&F, a controladora da JBS.

A empresa suspendeu suas tradicionais propagandas com celebridades de altos cachês, como Tony Ramos e Fátima Bernardes, e passou a esconder o nome da Friboi em seus produtos. Também fez promoções agressivas para não perder vendas.

Os resultados mostram queda de 7,5% no custo dos produtos vendidos.

Em sua divulgação de resultados nesta segunda, a empresa ressalta mudanças na presidência do conselho, além de avanços em um programa de compliance.

Em maio, os irmãos Joesley e Wesley Batista renunciaram aos postos de presidente e vice do conselho da JBS, após formalização de acordos de delação premiada.

A JBS também destaca o anúncio do plano de desinvestimentos, que deve gerar entrada de caixa de R$ 6 bilhões, segundo a empresa.

Os ativos incluem a participação de 19,4% na Vigor, Moy Park e Five Rivers.

O desempenho do trimestre embute também os reflexos sentidos pelo setor como um todo após a deflagração da operação Carne Fraca pela Polícia Federal, em 17 de março, que influenciaram nos preços internos e também no volume exportado, com o fechamento de alguns mercado externos.

A crise da pecuária acentuou um processo de perda de renda no setor que teve inicio no ano passado.

O valor bruto da produção da pecuária deve recuar cerca de 6% neste ano em relação a 2016, atingindo o menor patamar em cinco anos, segundo dados do Ministério da Agricultura que incluem os segmentos bovino, suíno, frango, leite e ovos.

SETOR

Também nesta segunda-feira, a Marfrig anunciou prejuízo líquido das operações continuadas de R$ 156,9 milhões, ante resultado também negativo de R$ 200,5 milhões em igual período de 2016. (JOANA CUNHA)

JBS /2° TRI 2017

Receita R$41,7 bilhões
Ebitda R$ 3,8 bilhões
Lucro líquido R$ 309,8 milhões,
Número de funcionários 133 mil
Principais concorrentes BRF, Marfrig, Minerva
Herculano
15/08/2017 08:27
REVISÃO DO DÉFICIT, "O PRÍNCIPE", " O PEQUENO PRÍNCIPE", FRESCURA, ABSTRAÇÃO E MATEMÁTICA, por Reinaldo Azevedo, na Rede TV

Muita gente me pergunta por que não me candidato a um cargo público. Ofertas a sério já me foram feitas por grandes partidos. Se um dia mudar de ideia, aviso. Mas advirto: não há a menor chance de isso acontecer.

Políticos têm de engolir sapos. Não os engulo. Políticos têm de ser flexíveis com a palavra empenhada, a sua e a dos outros ?" eu nunca sou. Políticos, em nome do pragmatismo, não podem guardar mágoas. Posso não ser um exímio colecionador das ditas-cujas, e não sou mesmo!, mas não condescendo com certos traços de caráter, já disse: em especial, deslealdade e covardia, matérias fartas nesse meio, inclusive e muito especialmente de alguns que se dizem partidários da "nova política".

E tenho tolerância zero com demagogia, com a crítica barata, com as saídas simples e impossíveis defendidas por algumas reputações superfaturadas. Então, meus caros!, creio que não vá acontecer. "Nem quando chegar a velhice, Reinaldo, quando as pessoas podem se tornar mais tolerantes porque mais informadas?" Pois é. O tempo passa, e minha impaciência com certas vigarices aumenta.

Por que isso tudo?

O governo vai ter de rever a meta fiscal. O déficit não será de R$ 139 bilhões. Hoje, há uma espécie de confronto entre as áreas política e técnica do governo. A primeira quer que se anuncie, de cara, um rombo de R$ 170 bilhões, que é o mesmo número que estava previsto para o ano passado (R$ 170,5 bilhões). A equipe econômica, liderada por Henrique Meirelles, ministro da Fazenda, fala em R$ 159 bilhões. Uma coisa ou outra? Preciso agora recorrer à matemática e à história recente.

O teto do déficit do ano passado foi estabelecido em R$ 170,5 bilhões, sim, mas ficou abaixo desse limite, ainda que tenha sido estratosférico: R$ 154,255 bilhões. Muito bem! Notem: se a gente aplicasse o mecanismo da lei do teto ao rombo, seria preciso corrigir o buraco real em 6,29%, que é o IPCA do ano passado (ou R$ 9,702 bilhões a mais de rombo), o que perfaria R$ 163,957 bilhões. Calma, senhores economistas! Eu sei que a lei do teto diz respeito a gastos, não ao tamanho do déficit. Mas o raciocínio é importante para que se entenda o tamanho do sacrifício pretendido - ou o tamanho do otimismo ?" numa economia que mal saiu da recessão.

Em relação àquilo que foi praticado, pretendeu-se uma queda nominal do déficit de R$ 15,255 bilhões - ou 9,89% do que foi efetivamente praticado (154,255 bilhões). Caso se acrescente a inflação à conta, a ambição da redução chega R$ 24,957 bilhões: 16,17%. Com a devida vênia, trata-se um número bem além do razoável, especialmente quando se sabe que há as despesas de custeio e salários que não obedecem às leis do teto. Assim, pôs-se uma expectativa no aumento de receita que não tinha como ser cumprida.

Volto ao começo

Por que afirmei aqui que não serviria para ser político? Porque leio que o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), recorreu mais uma vez às redes sociais para dizer que não concorda com a revisão da meta etc. e tal. É mesmo? Há áreas da gestão que já enfrentam dificuldades efetivas. O governo fez um contingenciamento de R$ 44,9 bilhões. Vai ter de recorrer a esse naco para diminuir as expectativas sobre receitas extraordinárias, que viriam de privatizações. Bem, se vierem, tanto melhor. Ruim é o déficit, mas é preferível ao que viu no ano passado ao contrário: esperava-se um rombo de R$ 170,5 bilhões, e ele ficou em R$ 154,255 bilhões. O que não dá é para sustentar uma meta irrealista e ver os fatos superá-la com folga.

Maia, sabemos, é contra aumento de impostos. Eu também sou. O governo não fabrica receita como ato de vontade. Então um ajuste de proporções apocalípticas teria de ser feito nas despesas. Essa é hora em que, se sou o presidente, convido o deputado a fazer uma sugestão: "Quer cortar onde?" Ou estaremos apenas diante de uma embaixadinha para a galera.

"Mas e essa história de que é só o mercado que segura Temer? E esse conversa de que, sem cumprir as metas, o governo pode cair?" Pode? Quem mesmo assumiria no lugar? Com que propósito? E com quais instrumentos? Esse governo tem uma tarefa delicada: fazer a reforma da Previdência para tentar nos dar algum futuro. O presente, meus queridos, é assim mesmo: cheio de dificuldades.

Tenho a certeza de que Temer está disposto a avaliar as restrições técnicas de palpiteiros que dão pitacos em todo canto, incluindo a imprensa. Quem sabe apareça uma boa ideia para fechar de vez os cofres sem que a gestão entre em colapso? A propósito: em casos assim, os ditos "mercados" reagiriam com otimismo ou com pessimismo? Eu não sei se consigo imaginar a personagem de uma certa narrativa a comentar com seu amigo, também um operador: "As pessoas estão se matando nas ruas, mas fique tranquilo. Foi o preço a pagar pela estabilidade. O importante é a meta. Hora de investir no país?"

Como brinco às vezes: já que são reduzidas as chances de a imprensa, em massa, ler "O Príncipe", de Maquiavel, que se tente ao menos "O Pequeno Príncipe": um rei não pede aos súditos que se lancem ao mar - ou eles farão revolução.

Vamos botar a bola no chão e parar com frescuras e abstrações. Chegou a hora de botar matemática nessa história.
Herculano
15/08/2017 08:08
O RATO PARIU UMA MONTANHA (O STREAMING), por Ninzan Guanaes, n publicitário, no jornal Folha de S. Paulo.

Netflix é daquelas empresas que definem uma era ou um movimento. Ela começou enviando DVDs por e-mail aos seus assinantes, o que hoje a colocaria na ponta morta de sua indústria.

Mas o que a movia não era o que ela fazia, e sim a ideia por trás do que ela fazia -enviar aos clientes conteúdos a que eles queriam assistir da forma mais eficiente e barata possível.

O Netflix continua fazendo a mesma coisa hoje, mas, em vez de colocar discos no correio, manda via streaming conteúdos dos mais diversos para mais de 100 milhões de assinantes em quase 200 países.

É a força dessa sua grande e simples ideia que hoje está transformando todo o seu setor.

Na semana passada, a Disney, o maior conglomerado de mídia do mundo, se curvou à ideia de que enviar conteúdo via streaming é o futuro e anunciou seu próprio serviço, fazendo questão de ressaltar que, a partir de 2019, seus filmes não mais estarão na empresa rival.

Não ficou muito claro ainda como a Disney fará essa transição, mas seu anúncio mexeu com todas as empresas da área. A ação da Netflix caiu, e as da Disney também.

Mas os preços das ações flutuam todo dia. O que importa mesmo é como a empresa desenvolverá seu novo modelo de distribuição, inclusive os ultralucrativos torneios esportivos. Como o próprio Walt Disney dizia: "O melhor jeito de começar é parar de falar e fazer".

O Netflix já está fazendo muitas coisas, inclusive invadindo a área de produção de conteúdo tão cara à Disney. A empresa vem faturando prêmios e mais prêmios desde que começou a produzir conteúdo próprio, como sua primeira série original, a espetacular "House of Cards".

Hoje o Netflix chega a valer mais na Bolsa do que companhias gigantescas e tradicionais do setor, como 21st Century Fox e Viacom.

O Netflix já vale tanto que emprestou seu N para criar o acrônimo Fang, que define as gigantes de tecnologia com valorização extraordinária no mercado: Facebook, Amazon, Netflix e Google.

Por isso, hoje, quando se fala de Disney, uma empresa (e um espírito) que admiro desde criancinha, precisamos falar também de Netflix. E de Amazon, Google (dono do YouTube) e Facebook. São gigantes que investem cada vez mais nos canais de distribuição e produção de conteúdo.

E quem ganha com isso? O consumidor, que tem mais opções de assistir a seus vídeos onde e como quiser a preços cada vez mais competitivos.

E também os produtores de conteúdo. Já há uma disputa acirrada na praça pelas melhores ideias, roteiros, diretores, atores e produtores. Gente de enorme talento como Will Smith, Kevin Spacey, Adam Sandler e os irmãos Cohen já estão trabalhando para a Netflix.

E, comprovando a força de uma grande ideia, que sempre se multiplica em outras grandes ideias, a empresa reinventou não só a forma de entrega mas também a forma de consumir seus produtos, oferecendo a oportunidade de ver uma temporada inteira de séries, antes espalhada em meses, numa maratona de poucos dias ?"o "binge".

Novos modelos de negócios sempre trazem desafios. Uma pequena empresa de entrega de DVDs se tornou uma gigante mundial de mídia em cima de sua grande ideia. A Disney, a maior empresa do setor, finalmente reagiu a essa grande ideia de forma incisiva.

O ratinho simpático que pariu montanhas de personagens e histórias fantásticas ao longo de décadas terá agora que entrar num fluxo novo e, como o seu peixinho Nemo, encontrar seu melhor caminho.

Será uma temporada inédita e muito interessante.
Herculano
14/08/2017 19:11
Ao Sabidão, que de tão sabido se esconde, o que revela o seu caráter

Realmente você tem razão. Todos possuem um preço. E a maioria por migalhas. Foi assim que o PT fez aqui e em outros locais. E quando não pode comprar, processou os que não se vergaram ou até tentou surrupiar propriedades.

Como não conseguiu assim mesmo calar pelo medo, ameaça e dano real, faz o que sempre fez: constrange e coloca nos outros, o seu próprio rótulo e prática.

Enquanto os cães vira-latas ladram, a caravana passa. Acorda, Gaspar!
Herculano Sabidao
14/08/2017 18:50
Essa sua coluna é cada vez mais financiada. Eu que não sou jornalista, mas tenho mais fontes que você, sei que teve um senador(a) pedindo clemência a um certo prefeito, para colocar um candidato(a) na secretária de educação. Tu tá muito mal assessorado Herculano ou muito bem pago. No pior dos casos, está ficando preguiçoso e não consegue mais levantar da cadeira.

Mas estes, não me preocupam, aliás, a viagem até Floripa não vai adiantar de nada, em 2018 o melhor presidente do Brasil estará de volta, e se contenham se não em 2022 vai ter mais.
Herculano
14/08/2017 17:42
DORIA BATE OU NÃO EM LULA E NO PT?

João Doria está sendo aconselhado a pegar mais leve com Lula e o PT.

O receio é de que, caso a venha a ser candidato, não importa o partido, ele repita Geraldo Alckmin em 2006.
Naquele ano, no debate do 2º turno, Alckmin bateu tanto em Lula que o petista acabou vitimizado, especialmente no Nordeste.

Só que, em 2006, o mensalão não havia sido julgado, não havia petista preso por corrupção, o petrolão não havia sido descoberto, um presidente petista não tinha sofrido impeachment, Lula não era réu em processo nenhum e o Brasil não tinha passado pela pior recessão da sua história recente por causa do PT.
Herculano
14/08/2017 17:38
QUE TAL TRANCAR NUMA MALOCA O ATIRADOR DE FLECHAS, por Augusto Nunes, de Veja.

Para que a maior ofensiva anticorrupção da história do Brasil possa avançar sem sobressaltos provocados por um marmanjo resolvido a brincar de índio, tomara que tenha chegado ao fim o estoque de bambu armazenado por Rodrigo Janot. Seja quem for o alvo, todas as setas disparada na filial de Brasília pelo ainda procurador-geral da República só serviram para atrapalhar os trabalhos na sede da Lava Jato em Curitiba, que abriga profissionais sem tempo a perder com arcos e flechas.

Neste fim de semana, por exemplo, um punhado de contradições entre o que anda dizendo a mulher de Joesley Batista, Ticiana Villas Boas, e o que disseram o dono da J&F e seu parceiro de delação Ricardo Saud confirmaram que o acordo que pariu a meia delação premiadíssima foi mais uma flechada bêbada da versão brasileira do Inspetor Clouseau, o detetive trapalhão de A Pantera Cor-de-Rosa. Está claro que o Inspetor Janot foi tapeado (ou deixou tapear-se, o que dá na mesma) pelo empresário presenteado com um habeas corpus vitalício.

O Brasil decente exige que 1) o acordo seja anulado, 2) que os depoimentos recomecem do zero e 3) que o amigão de Lula pare imediatamente de fingir que mal conhece o ex-presidente que o ajudou a arrombar os cofres do BNDES. A prudência também recomenda que o atirador de flechas seja trancado numa maloca até que o surto passe ou seu mandato termine. A Lava Jato é coisa séria. Não tem vagas para um Rodrigo Janot.
Herculano
14/08/2017 11:28
da série: dar mais poderes aos parlamentares que já inviabilizam o presidencialismo com suas negociatas,chantagens, corrupção continuada e o dinheiro que jogam fora dos pesados impostos do povo?

A VEZ DO PARLAMENTARISMO, editorial do jornal O Estado de S. Paulo

Trata-se de recolocar na mesa uma mudança de modelo que enseja a possibilidade de superação das sucessivas crises de governabilidade

Está ganhando corpo o debate sobre a eventual adoção do parlamentarismo como sistema de governo. Antes que se venha com o argumento de que o parlamentarismo já foi rejeitado duas vezes em plebiscito, em 1963 e 1993, e portanto o presidencialismo já estaria definitivamente consagrado em nosso País, é forçoso reconhecer que o Brasil já vive, há muito tempo, mas especialmente hoje, uma forma improvisada de parlamentarismo.

O espírito parlamentarista parece se impor, na prática, porque o sistema presidencialista ora em vigor atrela o presidente ao Congresso e à geralmente instável base de apoio. Por essa razão, não se pode falar que vigora no País a plena separação dos Poderes Executivo e Legislativo que caracteriza o presidencialismo. A experiência do presidencialismo brasileiro tem sido enviesada, no sentido de que o Executivo governa e, ao mesmo tempo, legisla. No Brasil, o presidente, como se fosse um primeiro-ministro, tem meios de interferir no processo legislativo ?" as medidas provisórias, que podem ser reeditadas enquanto não forem votadas, são a essência desse poder de legislar.

Enquanto o presidente legisla, o Congresso governa ?" é assim que funciona o chamado "presidencialismo de coalizão". Nesse sistema bem brasileiro, o chefe de governo é obrigado a lotear o Executivo entre os partidos cujo apoio pretende obter. Só isso explica a existência de mais de 20 mil cargos comissionados na administração pública do País, ocupados por indicação política. Na Grã-Bretanha são 300. Esse número simboliza uma estrutura viciada em troca de favores para a manutenção do poder.

Não é preciso muito esforço para perceber que um Ministério formado nessas bases dificilmente será um gabinete de notáveis. Resta ao presidente, em tal cenário, preservar como sua "cota pessoal" cargos fundamentais, como os da equipe econômica, deixando esses postos estratégicos a salvo do feirão de cargos e prebendas.

É ocioso enfatizar que esse sistema perpetua o fisiologismo, abastardando a atividade política. Mais do que isso: os muitos partidos que nada representam podem sabotar o governo se este não lhes satisfizer o apetite. Como nenhum partido sozinho, nem mesmo aquele vitorioso na eleição presidencial, consegue mais do que 20% dos deputados, o presidente é natural refém desses arranjos nem sempre (quase nunca, dirão os mais céticos) voltados para o interesse dos eleitores. Se o presidente for habilidoso o bastante para administrar tanta voracidade, sobrevive e até consegue governar, construindo sua maioria a cada votação; se não for, corre o risco de perder o cargo.

Enquanto o parlamentarismo prevê a substituição do primeiro-ministro quando este não consegue apoio do Parlamento para governar, o presidencialismo pressupõe que o presidente governe até o final do mandato, pois sua legitimidade não deriva do Legislativo, e sim do voto popular. Por esse motivo, a substituição do presidente, por meio de impeachment, é medida extrema. Os Estados Unidos, que criaram o impeachment, jamais afastaram um presidente. Já o Brasil, como a comprovar seu parlamentarismo disfarçado, trocou duas vezes de presidente desde 1992.

O atual debate sobre a adoção do parlamentarismo, que necessariamente deve vir acompanhada de ampla reforma no sistema de representação partidária, não se presta a tumultuar o ambiente político ?" como aconteceu em 1996, quando o PT do sr. Lula da Silva, depois de ter feito campanha pelo presidencialismo no plebiscito de 1993, apoiou uma emenda parlamentarista só para tentar impedir a reeleição de Fernando Henrique Cardoso. Tampouco se trata de desrespeitar a voz dos eleitores nos plebiscitos que decidiram manter o presidencialismo ?" embora se deva enfatizar que a consulta de 1963 foi fruto de uma situação especialíssima, na qual o presidente João Goulart rejeitou a solução da crise resultante da renúncia do presidente Jânio Quadros, criando, assim, outra crise que desembocaria em sua deposição. Já a votação de 1993 foi marcada pela desinformação em que o eleitorado foi mantido por líderes políticos como o presidente Itamar Franco, que queriam manter a situação como estava. Trata-se, sim, de recolocar na mesa uma mudança de modelo que enseja a possibilidade de superação das sucessivas crises de governabilidade, que tanto mal causam ao País.
Herculano
14/08/2017 11:20
DISTRITÃO PRIVILEGIA POLÍTICOS PROFISSIONAIS OU CELEBRIDADES, por Ronaldo Lemos, advogado, diretor do Instituto de Tecnologia e Sociedade do Rio de Janeiro, para o jornal Folha de S. Paulo.

Dá para concordar que, quanto mais pluralidade nas profissões dos deputados e senadores que integram o Congresso Nacional, maior será sua representatividade.

Todos nós gostaríamos de ver mais professores, engenheiros, enfermeiros, cientistas e outros profissionais da sociedade em Brasília.

O caso da ciência é especialmente importante. Sua representatividade política hoje é praticamente nula.

Isso passa a infeliz ideia de que ciência e tecnologia não têm nenhuma importância, podendo viver muito bem sem nenhuma voz. Essa ideia é equivocada por vários motivos.

Primeiro porque no mundo de hoje nenhum país conseguirá se desenvolver sem colocar ciência e tecnologia no rol de prioridades.

Segundo porque cientistas, diferentemente de políticos profissionais, são especialistas em estabelecer a verdade (graças ao método científico). Mercadoria que anda em falta no mundo e na política brasileira.

Há várias ações em curso para tentar melhorar a representatividade da ciência na política. Nos Estados Unidos, foi lançado o movimento da sociedade civil chamado "314 Action", que tem por missão apoiar e eleger cientistas para o Congresso, Assembleias Estaduais e Câmaras Municipais daquele país.

Seu objetivo é "defender agressivamente uma agenda em favor da ciência, da tecnologia, da engenharia e da matemática".

Já no Brasil, a reunião anual da SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência), ocorrida há algumas semanas, discutiu ideias como a criação de um partido para representar a ciência no país, ou, ainda, estratégias para que todo partido possa ter um número mínimo de cientistas candidatos.

Afinal, qualquer país se beneficia ao ter a ciência representada.

Todas essas ideias são interessantes. Só que nenhuma terá nenhum efeito se o Brasil aprovar o chamado distritão como sistema eleitoral.

O distritão é, por excelência, o inimigo de todo e qualquer candidato que venha da sociedade.

Ele privilegia apenas políticos profissionais que controlam currais eleitorais ou celebridades, únicos capazes de angariar sozinhos volumes avassaladores de votos.

Assim, a eleição se torna uma disputa de popularidade, e não de representatividade. Nenhum profissional oriundo da sociedade, incluindo cientistas, terá chance nesse sistema.

Se o Brasil depende de múltiplas capacidades para construir um novo modelo de desenvolvimento, o distritão corta tudo pela raiz. Ele privilegia um governo de manipuladores, afastando ainda mais o Estado da sociedade.

Como diz uma antiga frase da política norte-americana: "Se você não tem lugar à mesa, é porque será servido de jantar".

O distritão torna a mesa da política brasileira inacessível. E, por consequência, transforma a sociedade em jantar.
Herculano
14/08/2017 11:16
BANCAR TERMOELÉTRICAS A óLEO PREJUDICA O BRASIL, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros.

Usinas termoelétricas gerando energia é invenção do governo FHC, para evitar apagão como o de 2001, mas tinha data para acabar: 2011. Poluidoras e de custo operacional elevado, são a forma mais antiquada de geração. A "bandeira vermelha", que entrou em vigor este mês, é imposta aos brasileiros, com aumento da conta de luz, para sustentá-las. Faturam R$15,4 bilhões ao ano e, com tanto dinheiro, adquiriram sobrevida. E "conquistam" ministros de Minas e Energia para a causa.

NADA SOBRA
Gastando tanto em termoelétricas, não sobra dinheiro e nem interesse do governo para investir em energia limpa e renovável, eólica, solar etc.

INIMIGA Nº 1
Dona de metade das termoelétricas a óleo, a Petrobras inviabiliza as demais opções de geração de energia, mantendo o Brasil no atraso.

EXEMPLO CHINÊS
O Brasil, de sol abundante, gera 100 megawatts em energia solar, enquanto a China, onde quase o sol não aparece, produz 80 gigawatts.

MANOBRA ESPERTA
Além de encher as burras do setor privado, termoelétricas financiam o rombo na Petrobras, que com elas fatura R$8 bilhões por ano.

EX-DIRETOR DA ANCINE É DENUNCIADO POR PREVARICAÇÃO
O ex-diretor da Ancine Manoel Rangel foi denunciado por prevaricação pelo ex-ministro da Cultura Roberto Freire, por se negar a agir contra fraude em edital levada a seu conhecimento. Como a Ancine é vinculada e não subordinada ao ministério da Cultura, Freire levou o caso à Casa Civil da Presidência pedindo medidas administrativas, além de também acionar o Ministério Público e Polícia Federal para que fosse iniciada uma investigação criminal contra Rangel, do PCdoB.

O CASO
A denúncia é que um servidor da Fundação Joaquim Nabuco, da Ancine, recebeu ilegalmente R$ 1,7 milhão para financiar um filme.

FRAUDE
Além de ser proibido de captar recursos públicos, por ser servidor, o beneficiado ultrapassou limite de R$ 1,3 milhão para o tipo de projeto.

VIAJANDO RANGEL
Rangel ficou conhecido por "estar em viagem" durante mais de 50% do mandato na Ancine, onde levou R$ 800 mil em diárias, em 738 viagens.

MORDE E ASSOPRA
Projeto relatado por Lasier Martins (PSD-RS) prevê a demissão de funcionários públicos incompetentes. Mas "só em casos extremos", diz o senador. Para perder o cargo o servidor precisará tirar nota inferior a 30 pontos, em escala de 100, por 3 anos seguidos ou 5 anos variados.

OUTRO PREJUÍZO
A Câmara ouve nesta quarta (16) representantes da Pampa Energia para que expliquem a jogada que lhes permitiu comprar a Petrobras Argentina a preço de banana. E no último dia do governo Dilma.

ISSO TEM QUE ACABAR
O ministro Gilmar Mendes, do STF, considera inconcebível que no Rio de Janeiro magistrados e promotores continuem ganhando R$70 mil ou R$80 mil por mês, enquanto policiais e professores, além de mal pagos, ainda ficam sem receber seus salários.

BOBOS SOMOS NóS
Sobre o aumento dos procuradores negado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro Gilmar Mendes disse que "os bobos somos nós" se fosse autorizado o reajuste para quase R$ 40 mil mensais.

CONDENADO VIAJANTE
Assim como o tucano João Dória, nesta quarta (17) Lula dá início ao seu périplo pré-eleitoral por Salvador, oficialmente bancado pelo PT. O condenado por corrupção começa o seu "Projeto Lula pelo Brasil".

CONTRA O TEMPO
Com medidas provisórias no caminho da aprovação da reforma política a tempo de valer em 2018, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), convocou duas sessões extraordinárias para esta semana.

ABRINDO O BICO
O relatório da ouvidoria da Petrobras identificou aumento de 91,5% de denúncias, entre 2015 e 2016. A impressão na empresa é que, livres da patrulha da pelegada, funcionários resolveram apontar os erros.

ESQUELETO NO ARMÁRIO
O prefeito de São Bernardo (SP), Orlando Morato (PSDB), recebeu proposta do fornecedor de merenda escolar para reduzir em R$500 mil o contrato de R$2,2 milhões mensais. Suspeita-se que corresponde ao valor superfaturado na gestão do antecessor Luiz Marinho (PT).

PENSANDO BEM...
...enquanto o governo comemora juros de um dígito, o consumidor ainda sofre com taxas de três dígitos do cheque especial e do cartão.
Herculano
14/08/2017 11:10
NÃO HÁ MEIO QUE DÊ CONTA DE UMA "NARRATIVA" TÃO VASTA COMO A HUMANA, por Luiz Felipe Pondé, filósofo, no jornal Folha de S. Paulo

Dito de forma direta: não temos a mínima ideia de como a ordem social se dá. Uma das maiores falácias do nosso debate é a tentativa de dar uma fundamentação à ordem social que seja "clara e evidente". Quantas horas perdidas dos alunos fazendo com que eles acreditem em ideias cozidas nos gabinetes dos intelectuais, fruto de teorias tão "metafísicas" (ou mais, até) do que a do pecado original.

Alguns dizem que foi a corrupção de uma natureza humana que vivia em eterno equilíbrio no campo. Outros dizem que foi uma guerra geral de todos contra todos. Outros ainda que são os afetos que fundamentam a sociedade. Tampouco foi uma luta de classes, nem os desígnios de um Deus misericordioso (todas hipóteses metafísicas, igualmente).

Pode-se dizer o que quiser: a verdade é que numa sociedade distante dos bandos paleolíticos (nos quais a solidariedade interna ao bando parecia ser o modo de vida na época) como a nossa, gigantesca e permeada por "parcerias sem empatias pessoais", complexa e caótica, nada se sabe sobre um "fundamento" a ser descoberto que iluminaria o modo de criar uma "engenharia social ou política" capaz de mudar tudo. Não temos aparelho cognitivo que dê conta de uma tão vasta "narrativa".

Ninguém sabe como se organiza a sociedade de modo profundo. Nosso modo de viver evoluiu de forma espontânea até chegarmos a essa "ordem expandida" que é a sociedade histórica humana. Por espontânea aqui não quero dizer que não existiram modos de constrangimento, violência, parcerias não conscientes, medos, crenças espirituais e avanços técnicos racionais. Quero dizer que a soma total desses tópicos não produz um mapa suficiente para entendermos o que se passou ou o que se passa na humanidade. Não há uma chave mestra que abra essa caixa de Pandora.

É aqui que se encontra a pedra de toque daqueles que, como eu, entendem a noção de mercado como essencial para nos ajudar a entender essa ordem espontânea, justamente porque ela é dispersa, concreta, ambivalente, imprecisa, sem ter sido criada de modo "racional" por ninguém especificamente, mas empiricamente compreensível na prática cotidiana de todos nós, mesmo daqueles que mentem sobre isso.

O comércio parece ser uma rota rica para entendermos o modo das pessoas de se relacionarem de forma espontânea e generalizada. O mercado é um conceito moral, além de político ou econômico. Cheio de sombras, fantasmas e riscos ?"só mal informados acham o mercado um papai bondoso?", ninguém "criou o mercado", como pensa a nossa vã filosofia. Ele brotou do comportamento caótico humano, buscando estabelecer relações de sobrevivência, e, portanto, morais.

O erro crasso da ignorância sobre esse assunto é facilmente detectável: quem pensa que o mercado é um conceito prioritariamente econômico erra. O mercado é, antes de tudo, uma realidade moral: o modo com que os seres humanos, sem saber precisamente como, chegaram a viver e colaborar de forma não consciente, mas razoavelmente eficaz.

O mercado é, também, uma estrutura de coleta e disponibilização de informação. As mídias sociais representam essa realidade no plano imediato da acessibilidade da informação, por isso estão nos ensinando mais sobre nós do que anos de especulação das ciências humanas engajadas.

Uma das marcas essenciais desse mercado é o modo como a informação dispersa se organiza para produzir riqueza, regras, instituições. Gera com isso, também, sofrimentos de todos os tipos, devido a ambivalências dos atores envolvidos. Num certo sentido, somos incapazes de saber exatamente como tudo isso funciona porque não temos recursos cognitivos ou epistêmicos (isto é, recursos imediatos ou organizados de conhecimento) para mapear esse gigantesco processo que nos une e, ao mesmo tempo, nos afasta, mas que garante o funcionamento de um nível de riqueza e liberdade individual jamais visto no mundo.

Para saber mais sobre isso, leia "Os Erros Fatais do Socialismo" (Faro Editorial, 2017) de F.A. Hayek (1899-1992). Segundo Roger Scruton, um dos maiores pensadores da nossa época
Herculano
14/08/2017 11:06
PROJETO PRESIDENCIAL DE MEIRELLES FOI CARBONIZADO, por Josias de Souza

Agora é o Henrique Meirelles quem diz que também não conseguirá cumprir a meta fiscal que jurava ser "exequível". Prometera fechar as contas de 2017 com um rombo de R$ 139 bilhões. E admitirá diante das câmeras que a cratera será ainda maior. Pobres mães e pais do Brasil. Já não dispõem de exemplos para dar aos filhos. Resta-lhes dizer: "Não minta, meu filho. Olha que você acaba virando consultor do Joesley Batista na J&F ou ministro da Fazenda do governo de Michel Temer!"

Há dez meses, em 6 de outubro, Meirelles exibiu-se numa rede nacional de rádio e televisão como garoto-propaganda de um ajuste fiscal que, nas suas palavras, abriria "o caminho para a volta do crescimento da nossa economia e para a criação de empregos que tanto precisamos para o nosso povo." Bastava que o Congresso enfiasse dentro da Constituição um teto para os gastos públicos. Nessa ocasião, Meirelles assumia um protagonismo típico de presidenciável.

O Congresso deu a Meirelles o teto de gastos. Mas o crescimento e os empregos não vieram com a pujança insinuada. Em fevereiro passado, Meirelles tocou trombone sob o telhado de vidro: "A mensagem importante é que essa recessão já terminou." Os fatos não ornam com a fanfarra. No início do ano, o governo previa que a economia fecharia 2017 com alta de 1,6%. Chegou-se a falar em mais de 2%. Hoje, os otimistas agarram-se aos 0,3% prognosticados pelo FMI. Os pessimistas falam em zero a zero.

No pronunciamento do ano passado, aquele transmitido em cadeia nacional, Meirelles ecoava Temer ao realçar a herança ruinosa deixada por Dilma Rousseff. Sem mencionar o nome da presidente deposta, ele dizia ter assumido a pasta da Fazenda sob a pior recessão da história do país. Lembrava que o buraco de 2016 seria de R$ 170 bilhões. E acenava com a arrumação da casa.

O lero-lero do ministro era contraditório em relação à saraivada de reajustes salariais que o governo concedia na mesma época a várias corporações de servidores públicos. O noticiário alardeava o impacto bilionário. Mas todas as autoridades, incluindo Temer e Meirelles, diziam que os aumentos, negociados ainda no governo Dilma, já estavam computados nas projeções de déficit. Era magia negra.

Os economistas do governo atravessaram agulhas nos bonecos de 2016 e os efeitos estão sendo sentidos agora, na pessoa errada: você. No momento, além de preparar o anúncio da suspensão daqueles aumentos que assegurava ter contabilizado, o governo ameaça a plateia com a elevação de impostos.

Tudo isso num instante em que os partidos do centrão, grupo organizado pelo presidiário Eduardo Cunha, levam a faca à jugular de Temer. Exigem que o presidente abra os cofres para pagar a segunda parcela da fatura da salvação do seu mandato. Ironicamente, o grampo de Joesley Batista, ex-empregador de Meirelles, ajuda a carbonizar o projeto presidencial do ministro para 2018.

Mas nem tudo está perdido. O governo ainda pode tentar manter de pé a previsão segundo a qual o equilíbrio fiscal será alcançado em 2020, quando o país celebrará um superávit nas contas públicas de R$ 10 bilhões. Esse número certamente está errado. Mas até 2020 Henrique Meirelles estará fora do governo.

Meirelles não será presidente. Porém, os economistas sempre encontram soluções para os problemas do país quando deixam o governo e se transformam em consultores privados. Ou seja: Meirelles ainda dará lições ao Brasil sobre como consertar a economia. Assim, os pais e as mães logo terão um exemplo para dar aos filhos.
Herculano
14/08/2017 11:03
FRUTO DE EQUÍVOCOS, MUDANÇA NA META É ESPETÁCULO DE MAQUIAGEM, por Leandro Colon, diretor da sucursal de Brasília do jornal Folha de S. Paulo

O presidente Michel Temer teve significativo apoio da Câmara para se livrar da denúncia por corrupção e agora pagará alta fatura para aprovar medidas que o ajudem a terminar o mandato com certa dignidade econômica - sendo que a política tornou-se irrecuperável.

Votar aumento de imposto em ano pré-eleitoral? Se depender dos deputados, nem pensar. E é missão árdua achar alguém no Congresso que aposte na aprovação da reforma da Previdência por completo. Já tem ministro admitindo que, mesmo que a proposta não avance como quer o Planalto, vale manter para o mercado o discurso em sua defesa. A intenção em mexer na aposentadoria já ajudaria no cenário pós-2018.

Em julho do ano passado, Temer engatinhava com dois meses de interinidade quando anunciou a proposta de meta fiscal para 2017 de um deficit de R$ 139 bilhões. O rombo anunciado na ocasião fora uma vitória do ministro Henrique Meirelles (Fazenda), que venceu a queda de braço com a ala política, defensora de uma margem bem maior.

Pouco mais de um ano se passou. O governo pretende divulgar hoje uma revisão da meta. Os R$ 139 bilhões podem virar até R$ 159 bilhões, segundo projeções oficiais. A estimativa para 2018 também deve ficar em torno desse valor ?"talvez em um patamar menor, de qualquer modo acima dos R$ 129 bilhões previstos.

Ao mesmo tempo, o Planalto prepara medidas para elevar receitas e cortar gastos. Prevê congelar salários de servidores e reduzir os de novos concursados. Trabalha pela reviravolta na proposta do novo Refis, desconfigurada pelos deputados.

As contas fazem sentido, embora sejam virtuais, em cima de cortes no longo prazo e de receita que não tem 100% de garantia. Se o anúncio das medidas se confirmar hoje, assistiremos a projeções que lá na frente têm chances de emperrarem, serem alteradas ou se mostrarem inócuas. Assistiremos a mais um espetáculo de maquiagem, fruto de equívocos.
Herculano
14/08/2017 11:00
QUE BOLSONARO E FLEISI OLHEM CHARLOTTESVILLE: O óDIO NÃO PRECISA SER MAJORITÁRIO PARA MATAR, por Reinaldo Azevedo, na Rede TV

Querem saber? É grande a possibilidade de Donald Trump ter ficado sabendo agora que existiu um tal general Robert Lee. E creio mesmo estar fora do seu registro a determinação de algum de matar ou morrer por alguma causa. Talvez seja sua única qualidade intelectual?

Lembram-se de Gary Johnson, o candidato dito libertário, quando lhe fizeram uma pergunta sobre o massacre da população civil de Aleppo, na Síria? Indagou: "Mas o que é Aleppo?" Trump já perguntou "o que é Aleppo?" algumas dezenas de vezes desde que é presidente: e o fez na economia, na política interna, na política externa, no comércio internacional?

O fato de ser essa figura, digamos, singular, não justifica a baixa temperatura de sua reação. Pensemos.

Há formas violentas - e erradas - de reivindicar direitos, melhoria de vida, mudanças da legislação etc. Têm de ser condenadas, e seus promotores, punidos. Aqui, nos EUA ou em qualquer lugar. O fato de os meios estarem errados não implica que os fins sejam condenáveis.

Acho, por exemplo, que o lugar de Guilherme Boulos, do MTST, é a cadeia não porque ele lute por moradia, mas porque apela a esse propósito, bom em si, para naturalizar a truculência; porque faz do crime um instrumento de luta política.

E há violências, meus caros, que não precisam de tiros, incêndios, atropelamentos, confrontos de rua. É o caso do discurso dos supremacistas, dos neonazistas, dos xenófobos, dos homofóbicos, dos, como poderemos chamar?, "alterfóbicos". E o mesmo se diga dos esquerdopatas. As suas convicções já são, por si, uma agressão à civilização, que se faz, necessariamente, da diversidade.

Como não olhar, com asco e horror, para o apoio que o PT e outros partidos de esquerda empenham hoje a Nicolás Maduro, na Venezuela? É como se James Alex Fields Jr., o atropelador de Charlottesville, estivesse no comando do país. Emir Sáder, intelectual petista, escreveu dia desses no Twitter que até pode haver alguns problemas naquele país, mas que é preciso apoiar o tirano para evitar a ascensão da direita. Para ele, os meios não importam.

É claro que essa extrema-direita boçal se sente representada por Donald Trump, que exercitou, durante a campanha eleitoral, um discurso rancoroso, preconceituoso, xenófobo, localista? E insisto: não estou certo de que soubesse ou saiba a extensão de algumas patacoadas que disse. Ele não é o representante de uma cultura política. Percebeu que dizia as suas barbaridades e que as redes sociais reagiam a contento - a contento, bem entendido, para as suas hostes e os seus propósitos.

Que os acontecimentos de Charlottesville sirvam de advertência ao deputado Jair Bolsonaro, aos extremistas de esquerda e às respectivas tropas da Internet sob o comando de cada ala. A pregação do ódio, da discriminação, da eliminação da divergência, do ataque às diferenças, da, em suma, intolerância não precisa ser majoritária para fazer cadáveres. Basta que alguém dotado de alguma autoridade pública resolva vocalizar as catacumbas do ressentimento, e as forças da destruição e da morte podem vir à flor da terra.

Entendeu, senadora Gleisi Hoffmann? Quando Vossa Excelência empresta seu apoio incondicional a Maduro, não está se alinhando com um aliado de esquerda contra a direita adversária apenas. A presidente de um partido está dando, na prática, apoio a um tirano e as suas milícias quando tratam seus adversários a bala.

Charlottesville não é regra nem nos EUA. Como exemplo do poder mobilizador do discurso do ódio, serve de advertência para todo o mundo. Inclusive para o Brasil
Herculano
14/08/2017 10:50
NOVA TAXA DO BNDES PODE REDUZIR DÍVIDA DE R$ 100 BILHÕES

Conteúdo do jornal Folha de S. Paulo. Texto de Mariana Carneiro da sucursal de Brasília em colaboração com Marina Dias. A mudança da taxa de juros do BNDES produzirá uma economia de quase R$ 100 bilhões aos cofres públicos, se aprovada como quer a equipe econômica do governo.

A estimativa de economia foi calculada pelo coordenador do Centro de Finanças do Insper, Marco Bonomo, em estudo com Luis Bento e Paulo Ribeiro, e representa quanto o Tesouro Nacional e o FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador) deixariam de pagar em subsídios quando fornecem crédito a taxas mais baixas que as de mercado para empresas que acessam empréstimos no banco de fomento.

A medida é tratada pelo Ministério da Fazenda e pelo Banco Central como uma ação de longo prazo no esforço de contenção de despesas e redução da taxa de juros.

O Congresso discute neste momento se aprova a mudança. A ideia é extinguir a atual taxa do banco, a TJLP (taxa de juros de longo prazo), hoje em 7% ao ano.

Como ela é menor do que os juros que o governo paga ao tomar dinheiro emprestado (9,25% ao ano), a diferença é bancada pelo Tesouro e pelo FAT, usuais repassadores de recursos ao BNDES.

Em seu lugar, seria implantada ao longo de cinco anos uma nova taxa, a TLP (taxa de longo prazo), equivalente ao custo de captação do governo, eliminando subsídios.

A economia -que no caso do Tesouro ocorreria durante todo o prazo dos empréstimos, até 2060 -, diz Bonomo, poderia contribuir na redução da dívida pública, atenuando a escalada do endividamento do país.

O ritmo acelerado da dívida preocupa economistas e empurrou o governo ao atual ajuste fiscal.

Entre analistas do setor privado e investidores, a mudança é considerada uma das mais relevantes medidas no controle de gastos no longo prazo, junto com a reforma da Previdência.

Isso porque a previsão é que a dívida bruta supere 90% do PIB na próxima década, patamar considerado extremamente elevado e acima do de países semelhantes ao Brasil.

Sem a mudança, a dívida aumentará em R$ 278 bilhões, diz o estudo dos economistas do Insper, o equivalente a 6,37% do passivo público ou quase 5% do PIB.

O cálculo considera os subsídios nos empréstimos do BNDES com dinheiro enviado pelo Tesouro no passado.

Adicionalmente, prevê quanto será gasto em benefícios às empresas se o banco seguir liberando crédito ao mesmo ritmo com dinheiro do FAT.

A economia também seria menor se, em vez de cinco anos, a transição se estendesse por 10 ou 20 anos, porque os subsídios durariam mais tempo.

As projeções apontam ainda que o impacto da TLP seria mais relevante se comparado com a redução da Selic. Um corte de um ponto percentual na taxa básica de juros geraria um ganho de R$ 9 bilhões nos subsídios.

Uma terceira saída, o aumento da TJLP em um ponto percentual, teria mais efeito, de R$ 57 bilhões, porém ainda abaixo do ganho esperado com a nova taxa.

RESISTÊNCIA

A extinção da TJLP, no entanto, enfrenta resistência do setor industrial, uma vez que a TLP aumentará o custo dos empréstimos do BNDES.

O argumento é que isso poderá fazer com que as empresas desistam de comprar de máquinas e equipamentos ou ainda empurre potenciais compradores a fornecedores estrangeiros, com linhas de crédito mais vantajosas.

O diretor de competitividade da Fiesp (Federação das Indústrias de São Paulo), José Ricardo Roriz, afirma que taxa mais baixa no BNDES é necessária porque os juros no Brasil são excessivamente elevados, o que ele classificou de "bolsa banqueiro".

Estudo da Fiesp aponta que a taxa brasileira ficou acima do que seria o esperado -juros americanos mais o risco brasileiro- na maior parte do tempo desde 1996, o que significou custo de R$ 2,9 trilhões ao país e contribuiu para elevar a dívida pública.

Bonomo, por sua vez, diz que o fim dos subsídios elevará o poder de fogo da política do BC, o que terá como efeito juros mais baixos para todos os setores da economia.

NO CONGRESSO

O impasse em torno da TLP atrasou a tramitação da medida provisória que cria a nova taxa no Congresso.
A comissão que analisa a MP adiou na semana passada a leitura do relatório.

Na sexta (11), o presidente da comissão, o senador Lindberg Farias (PT-RJ), cancelou nova reunião, marcada para esta terça (15).

Se não for votada até 6 de setembro nos plenários da Câmara e do Senado, a MP perderá a validade.
Irritado, o líder do governo na Câmara, André Moura (PSC-SE), afirmou que Lindberg quebrou acordo e, "de maneira isolada, cancelou a leitura do relatório".

"Lindberg está jogando para tentar atrapalhar a votação, mas acreditamos que haverá tempo para votar", disse o relator, deputado Betinho Gomes (PSDB-PE), favorável à mudança da taxa.

O que é o subsídio implícito nos empréstimos do BNDES?

> O governo toma dinheiro emprestado a 9,25% ao ano
> E repassa ao BNDES, que empresta a empresas por 7% ao ano

A diferença é o subsidio implícito na operação de crédito

Principais pontos do impasse

Problemas apontados pelo governo

SUBSÍDIO IMPLÍCITO
Problemas apontados pelo governo
> Custa caro: de 2007 a 2016, contando os recursos do FAT, a soma chega a R$ 222 bilhões
> Beneficia grandes empresas
> Por serem embutidos em operações de crédito, esses subsídios não ficam explícitos no Orçamento e estão fora do controle das metas fiscais

Vantagens apontadas pela indústria

SUBSÍDIO IMPLÍCITO
Vantagens apontadas pela indústria
> Crédito do BNDES financia investimentos de longo prazo, raro no mercado privado
> Taxas mais baixas tendem a baratear os investimentos
> Com financiamento, empresas se animam a comprar máquinas e investir

No futuro, peso continua...

R$ 278,6 bilhões
é o quanto aumentará o gasto, segundo cálculos do Insper, se for mantida a atual taxa do BNDES

R$ 182,3 bilhões
é o quanto se reduziria o gasto com subsídios com a transição para a nova taxa de juros em cinco anos

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