14/08/2017
Para que serve um deputado? Para aparecer às vésperas da campanha e ganhar uma marca pela sua falta de postura e coragem durante o mandato? O deputado Altair Silva, PP, acaba de propor na Assembleia Legislativa catarinense, um Projeto de Decreto Legislativo. É para convocar um plebiscito onde o “povo catarinense”, pagador de pesados impostos, vai dizer se quer ou não, vejam só, a extinção das Agências de Desenvolvimento Regional (ADRs).
E a consulta popular será “sem custo”, segundo ele, pois deverá ser feita em outubro do ano que vem, durante as eleições. Ou seja, na esperteza do deputado, as boquinhas deste santuário de cabos eleitorais que não possuem votos para se elegerem e qualificação competitiva de mercado, estará garantida. E o ralo de dinheiro do contribuinte continuará, assim com a falta de recursos à saúde, segurança, educação e obras, também. Além disso, o plebiscito terceiriza a responsabilidade que é do governo e dos deputados para o povo. Quando criaram tal excrecência, não consultaram os catarinenses. Fizeram tudo entre eles, para benefícios eleitorais para se manter no poder com o dinheiro público.
O que o deputado nos diz nas entrelinhas com a sua proposta de plebiscito, no meio do seu mandato e depois 14 anos de algo ilógico como as ADRs, antigas SDRs? De que ele não dispõe força e voto para barrar isso na Assembleia e de que, o verdadeiro plebiscito, deveria ser se os catarinenses ainda precisam da Assembleia e deputados que representem a população no trato e do melhor cuidado do dinheiro de todos nós. Ora, não é função do deputado, por delegação dos votos que recebeu nas urnas, e constatando o desvio de objetivos das ADRs, propor a extinção delas na própria Assembleia?
O mesmo Altair dá as tintas desse desperdício que a maioria dos deputados “não” consegue enxergá-lo e decidir pelos catarinenses que lhes delegaram um mandato para isso. E sabem por que? Porque é essa maioria de deputados, que se agarraram à uma base governamental, a beneficiada com as indicações políticas de seus cabos eleitorais nas ADRs. “Os custos das ADRs cresceram R$ 40 milhões de 2015 para 2016, somando anualmente aproximadamente R$ 500 milhões em gastos com pessoal, encargos sociais e outras despesas correntes. O valor representa quase um FUNDAM por ano e que neste será R$ 700 milhões proveniente de financiamentos. Esse programa não precisaria ser feito com financiamentos se fosse economizado”, assinalou o deputado Altair. Ai, ai, ai.
E o deputado dá mais um dado estarrecedor do desperdício do dinheiro do povo que está faltando no governo do estado: “as ADRs, segundo o Tribunal de Contas, somente em 2016, geraram um gasto ao equivalente a R$ 5,6 milhões em alugueis. Esse valor representa quase 13% das locações pelo Estado”. Então, o que fazem os deputados? Trabalham contra os pesados impostos dos catarinenses?
Encerro.
Esta é mais uma típica bandeira de campanha política. Até o próprio ex-presidente da Casa, Gelson Merísio, do partido do governador, depois de usufruir por 14 anos dos benefícios do esquema, vem nos dizer, e só agora, que se eleito, terminará com as ADRs. O PSDB e PT, protocolaram uma medida semelhante pelo fim das ADRs. O próprio Raimundo Colombo, quando candidato, antes de se aliar com o criador das ADRs, Luiz Henrique da Silveira, PMDB, prometeu a mesma coisa. Nunca fez nada contra este sumidouro de dinheiro. E o deputado Altair, para se diferenciar nesse mar de mesmices, promessas e circo para analfabetos, ignorantes e desinformados, teve uma ideia menos criativa para aparecer, se diferenciar e estadualizar a sua campanha do ano que vem. Levou-se 14 anos para descobrir o óbvio, mas mesmo assim, estão garantindo, na propaganda contraditória, mais dois aos mamadores de sempre, com o dinheiro que falta à saúde, segurança, educação e obras. Só isso.
No sábado, o PSDB catarinense se encontrou em Florianópolis e lotou o auditório Antonieta de Barros, da Assembleia Legislativa, para recepcionar o governador de São Paulo, o tucano Geraldo Alckmin. De Gaspar foi para a Capital uma comitiva: a presidente Andréia Symone Zimmermann Nagel, com Amadeu Mitterstein, Cleber Deschamps e Adalberto Demmer. A única vereadora do partido, Franciele Daine Back, ficou por aqui mesmo.
O que chamou a atenção foi a presença não só dos tucanos no evento, mas das lideranças catarinenses do PMDB, PSD, PP e DEM.
Quem é leitor desta coluna, já leu aqui que o instinto de salvação dos políticos nesta estranha eleição de 2018, poderá levá-los, em Santa Catarina, ficar num grande blocão, fatiando governo do estado, vice, senado, suplência entre eles próprios, mesmo sendo sapos e cobras convivendo num mesmo balaio, e até mesmo, “construir” um número reduzido de candidatos na corrida legislativa para que os mais famosos não “corram riscos” de serem eleitos.
Neste contexto, Gelson Merísio e o seu PSD não seriam candidatos a governador, nem viável, nem para perder. Muito menos o PSDB encabeçaria qualquer aventura.
Quem dos tradicionais, a princípio, não estaria neste blocão? PP e PT. Mas pelo jeito, o PP já entendeu as regras do jogo do salvem-se todos, explícitas no distritão e no indecoroso e milionário fundo de campanha, o qual tira dinheiro da saúde, segurança, educação, obras... para a farra dos políticos.
Para encerrar e entender. O tal blocão (PMDB, PSDB, PSD, DEM e outros como o PSB, PPS...), a princípio, isolaria (e enfraqueceria sem opção) o PP (leia-se, família Amim) e deixaria sem força, os já desgastados da esquerda do atraso PT, PDT, PCdoB, Psol, Rede, PSTU, PCO entre outros.
A semana que passou foi recheada com muitas páginas no Diário Oficial do Município – aquele que se esconde na internet e não tem hora para sair. Foram muitas páginas da lista dos comissionados da tal Reforma Administrativa, de Kleber Edson Wan Dall, PMDB e Luiz Carlos Spengler,PP e do secretário-prefeito, Carlos Roberto Pereira e que assumiu assim, duas ex-secretarias.
Esta Reforma vai custar quase R$600 mil por ano, apesar da crise econômica, a que é sempre alegada pela prefeitura para cortar supostos escassos dos programas, inclusive nos processos da área de educação, assistência social, saúde e obras. Mas esta reforma não é apenas do PMDB, PP, PSC e PSDB que diz que está fora do governo de Kleber.
A Reforma foi aprovada também com votos dos minoritários PT e o PSD, que fingiam combate-la, com voz, silêncio e promessas de votos contra. E as publicações do Diário, como nomes e compadrios, explicam bem a razão disso do comportamento de parte do PT e PSD. E isso que apareceu – e publico abaixo - é apenas uma parte. Ela mostra o quanto é grande a máquina pública municipal de ajeitamentos e empregos em Gaspar.
Todos esses nomes que você vai ler a seguir, a maioria, já pertencia ao governo, todavia, ela passa a ter nova nomenclatura, ou realinhamento, ou lotações ou gratificações para se encaixar na Reforma. Sobre a qualificação dos nomeados. Em alguns casos ela é notória, em outros, sabe-se que estão abaixo da crítica. Mas quem disse que qualificação é algo essencial nos cargos em comissão entre políticos?
Foram renomeados Pedro Inácio Bornhausen Chefe de Gabinete do Prefeito e Vice-Prefeito; Felipe Juliano Braz, Procurador-Geral e interinamente Superintendente da Coordenadoria de Defesa do Consumidor - Procon;. Jean Alexandre dos Santos, Secretário de Obras e Serviços Urbanos; Ernesto Hostin, servidor efetivo, Secretário de Assistência Social; Celso de Oliveira, Secretário de Desenvolvimento, Renda e Turismo; Carlos Roberto Pereira, Secretário da Fazenda e Gestão Administrativa; Alexandre Gevaerd, Secretário de Planejamento Territorial; Zilma Monica Sansão Benevenutti, Secretária de Educação; Maria Bernadete Tomazini, Secretária de Saúde; José Carlos de Carvalho Junior, Diretor-Presidente da Fundação de Esportes e Lazer; José Hilário Melato, Diretor-Presidente do Serviço Autônomo Municipal de Água e Esgoto – Samae; e Valmor Beduschi Neto, Assessor Jurídico do Samae.
Lotados na Procuradoria-Geral do Município: Jean Carlos de Oliveira, servidor efetivo, Consultor Jurídico e Simone Carime Makki Voigt, Coordenadora Municipal de Defesa do Consumidor - Procon.
Lotados na Secretaria da Fazenda e Gestão Administrativa: Artur Renato Millbratz, Coordenador-Geral de Frota; Célia Margarete Da Costa Souza, servidora efetiva, Superintendente do Orçamento; Cirlene Terezinha Schramm Kunel, servidora efetiva, Diretora - Geral de Finanças; Claudionei De Oliveira, Assessor Administrativo; Danieli Gabardo Pedroso, Coordenadora de Atendimento; Eduardo Fernandes da Rocha Santos, servidor efetivo, Assessor de Cobrança; Fernanda Horst Colsani, servidora efetiva, Diretora-Geral de Tributos; Irlan Osni De Oliveira, Diretor de Manutenção; Jean Clovis da Rosa Zen, servidor efetivo, Diretor de Patrimônio; Jorge Luiz Prucinio Pereira, Diretor-Geral de Gestão de Convênios.
Ainda lotados na secretaria de Fazenda e Gestão Administrativa de Carlos Roberto Pereira: José Marildo Azevedo, Superintendente de Trânsito; Marcos Roberto Da Cruz, Diretor de Compras e Licitações; Marcos Ludwig, servidor efetivo, Diretor- Geral de Tecnologia de Informação; Mari Janete Voigt Paim da Silva, servidora efetiva, Diretora de Pessoal; Maria Krummenacker, Coordenadora de Serviços; Raquel Rose Da Cunha, servidora efetiva, Diretora-Geral de Gestão de Pessoas; Samara Aparecida Marcelino, Coordenadora de Serviços; e Susan Tatiana Cavaco Scheidt, Diretora-Geral de Ouvidoria e Atendimento.
Lotados na Secretaria de Saúde: Alfredo Soares, Diretor de Logística; Aurelio Luis Zimmermann, Médico Regulador; Carlos Antônio Schmitz, Coordenador-Geral de Serviços; Dorimar Serafim Stiz, Diretor-Geral de Assistência Farmacêutica; Evandro Schneider Imhof, Coordenador-Geral de Serviços; Luiz Carlos Fernandes, Coordenador-Geral de Serviço de Atendimento Especializado – SAE; Luiz Ricardo Schmitt, Diretor-Geral Administrativo; e Rubiana Azambuja Proença Becker, servidora efetiva, Diretora-Geral de Atenção em Saúde Especial e Programas Estratégicos.
Os “novos” Norberto Mette, Diretor-Geral de Turismo, da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Renda e Turismo; Neida Beduschi Silveira, Diretora de Cultura, da Secretaria de Educação; André Pasqual Waltrick, Secretário de Agricultura e Aquicultura; Andrea Lidia Schramm, Assessora de Assuntos para a Melhor Idade, da Secretaria de Assistência Social; Ana Karina Schramm Matuchaki, Secretária Adjunta; Fernanda Matsukura Lindemeyer, Assessora de Gestão Pública; e Marcelo Luis Colla, Assessor de Gestão Pública, todos na lotados Secretaria da Fazenda e Gestão Administrativa.
Estão lotados nos gabinetes do prefeito ou do vice-Prefeito: Ademor Luiz Machado, servidor efetivo, para Controlador-Geral do Município; Ana Paula Schure, Assessora Administrativa; Bruna Nagel da Costa, Coordenadora de Gabinete; Cristina Pereira, Coordenadora de Serviços; Diego Becker, Diretor Adjunto de Comunicação; Liliane Da Rosa Machado, Superintendente de Comunicação.
Norberto dos Santos Diretor de Obras do Belchior; Raul Schiller, Superintendente do Belchior; Roni Jean Muller, Superintendente de Gestão Compartilhada; Simone Josiane Pereira Alves de Andrade, Coordenadora de Serviços; Tarcisio José Lanser, Coordenador de Serviços; e Vilmar Florêncio Rosa, Diretor Associação Moradores e Mutirão.
Lotados na Secretaria de Assistência Social estarão Calisto Lopes Cerqueira, servidor efetivo, Coordenador de Administração e Finanças; Maiara Polla Dos Santos, servidora efetiva, Diretora-Geral de Assistência Social; Monica Roeder Medeiros, Coordenadora de Serviços; e Santiago Martin Navia, servidor efetivo, Assessor de Políticas Socioassistenciais. Enquanto isso, Janice Da Rosa, foi exonerada da Diretoria de Proteção Social Especial.
Lotados na Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Renda e Turismo estão Delgio Roncaglio, Diretor Administrativo; Eduardo Schneider Pedrini, Assessor de Desenvolvimento Econômico; Maria Helena Schultz, Coordenadora Geral SINE e Samara Hammes, Assessora de Trabalho e Renda.
Lotados na Fundação Municipal de Esporte e Lazer estão Claudio Roberto Ávila, servidor efetivo, Diretor de Esportes; Ezequiel Hintz, Assessor Administrativo e Welinton Graffunder Lins, Assessor para Assuntos da Juventude.
Lotados na secretaria de Planejamento Territorial estão Elizandro Lourenco Ruivo, Diretor de Habitação; Gelasio Valmor Muller, Diretor de Circulação Viária; Gustavo Lindner Foppa, servidor efetivo, Diretor de Cadastro e Geoprocessamento; Rafael Andrade Weber, Superintendente de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável; Raphael de Gasperi Xavier da Silva, Diretor do Meio Ambiente e Ronald Welter Coordenador-Geral do Meio Ambiente.
Lotados na Secretaria de Obras e Serviços Urbanos estão, Adalberto da Costa Coordenador de Serviços; Amauri Bornhausen, servidor efetivo, Diretor de Obras; Armando Baron Coordenador de Serviços; Joel de Souza, Coordenador de Serviços, Josieli Cristina Casanova, Diretora Administrativa; Júlio Cesar Oliveira de Matos, Coordenador de Serviços; Mauricio Jose De Souza, Coordenador-Geral Oficina; Osnildo Moreira, Diretor de Cemitério; Ozeias Cardoso Moreira, Coordenador- Geral de Almoxarifado, Solano Francisco Pereira, Diretor de Serviços Gerais e Valdemar Cunico, Coordenador de Serviços.
Lotados na Secretaria de Educação, estão Cristiane Luciano Corrêa, servidora efetiva, Diretora-Geral Pedagógica; Lucia Kistner, Diretor Adjunto; Mario Sergio Crespi, servidor efetivo, Diretor de Alimentação Escolar; Marli Iracema Sontag, Diretor Adjunto; Renato da Costa Brambilla, Diretor Administrativo; Sandra Mara Hostins, Assessora Administrativa; Silvia Raquel Schreiber Boniati, servidora efetiva, Diretora de Educação Especial e Valéria Teresinha Schmitt da Cruz, Diretora-Geral administrativa. Tem mais. Fica para mais tarde.
Já na outra ponta... Quem pediu para sair do serviço público foi a professora efetiva Andreia Symone Zimmermann Nagel, ex-vereadora, ex-candidata derrotada a prefeito pelo PSDB. Tinha 23 anos de magistério, dos quais, 17 como ACT.
Derrotada, Andreia não se pendurou em nenhuma teta em Gaspar, Blumenau, outro município, Florianópolis ou Brasília, pagas com os impostos do contribuinte como paga ou necessidade de sobrevivência. Ela tinha profissão, voltou para a sala de aula em escola do município. E quando vereadora, se licenciou para não ganhar duas vezes e se dedicar efetivamente à vereança.
Ela está se desafiando num negócio próprio, dentro da sua área de conhecimento: a educação. Andreia está contrariando o que a maioria dos políticos concorrentes seus fazem por não conseguir se estabelecer competitivamente no mercado e precisam da proteção da máquina estatal.
E a novela da ponte do Vale continua. Foi assinado mais um aditivo, o 14º, com a Artepa Martins. E pelo aditivo, a prefeitura de Gaspar repassou mais outros R$132.040,50 a título de reequilíbrio financeiro.
Ilhota em chamas I. Tudo entupido. A prefeitura está contratando 940 horas para limpeza de bocas de lobo e a retirada de 1.900m3 de dejetos e entulhos.
Ilhota em chamas II. O conserto do caminhão pipa custou R$14.900,00.
Ilhota em chamas III. A prefeitura pretende gastar mais de meio milhão de reais em impressão e locação de máquinas de impressão. O edital já está na rua.
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