25/06/2020
Da esquerda para a direita, estes são os três declarados pré-candidatos a prefeito de Gaspar: Kleber, MDB; Sérgio Almeida, PSL; e Rodrigo Althoff, PL
Medo de eleições? I
A reeleição do prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB, de Gaspar, e com qualquer vice que ele escolher está no papo, como se diz por aí. É o que o grupo que lhe cerca espalha e reforça pela cidade, região, Florianópolis e Brasília. E não é de hoje. Não é de se duvidar disso. Afinal, estão com prefeito eleito, quase todos os partidos mais representativos da cidade (PP, PSD, PSDB, além de nanicos que sempre pendem aos com mais chances olhando só as boquinhas). Estão juntos a expressiva parte do empresariado local, empreiteiros e prestadores de serviços. Em oração também, uma bem-orquestrada aliança de lideranças evangélicas das mais diversas denominações pentecostais. Não é pouca coisa! Um massacre!
Medo de eleições? II
E se tudo isso ainda fosse pouco a favor da máquina de poder, ela domina a comunicação na cidade e nas redes sociais. É intencional. É propaganda eleitoral disfarçada de prestação de contas. O garoto propaganda é o próprio Kleber, o porta-voz das versões maquiadas. Apesar de nas eleições só se permitirem recursos públicos vindos dos pesados impostos dos cidadãos, “roubados” das ações em Saúde, Educação, Segurança, Assistência Social e Obras de Infraestrutura, ou dos bolsos dos próprios candidatos, o desiquilíbrio entre Kleber e os seus até aqui declarados oponentes, tem sido usado, com frequência, para a cooptação de adversários e “novos” seguidores, partidos e candidatos parceiros. Então, com uma lista infindável de vantagens a seu favor, qual será mesmo à razão para Kleber e a sua turma no poder de plantão não quererem as eleições deste ano? Por que estão dispostos a trocar quatro anos aparentemente certos de mandato, por apenas dois sem votações?
Medo de eleições? III
E se ainda tudo isso não fosse pouco, a prefeitura de Gaspar se transformou numa máquina de votos ao empregar quase 150 comissionados – onde o que menos importa é a qualificação para a função – e outros 100 servidores efetivos escolhidos a dedo para funções gratificadas. Do outro lado, os funcionários públicos que ainda não se dispuseram a serem cabos eleitorais ou ao menos mansos, reclamam de perseguição, constrangimentos e humilhações sob os mais variados pretextos; culpam o Sindicado pela indesculpável omissão. Então, tudo está perfeito nesse trem embalado para a reeleição? Parece que não. E por que? Porque a princípio quem deveria ter medo de eleições é quem não tem voto ou estrutura azeitada para tal. Contudo, o que se vê, é exatamente quem arrota como vencedor, estar se movimentando nos bastidores em Brasília pedindo para que a eleição não aconteça este ano. Estranho!
Medo de eleições? IV
Nunca antes na história de Gaspar o poder instalado teve tantas vantagens para se reeleger. Em tese, é uma super-máquina de massacrar adversários. Mesmo assim, os que estão no poder de plantão em Gaspar afinam o discurso e espalham falsamente por aí, que é muito perigoso haver eleições este ano. Argumentam que os eleitores correm até risco de morrer pela Covid-19. Se esta desculpa amarela fosse para valer, o comércio, as indústrias e os que estão aí fazendo bico porque perderam o emprego ou seus negócios faliram, deviam estar todos em casa. Ou não? Ou a contaminação só acontecerá no dia das eleições no distante novembro? O que o poder de plantão esconde – com outros políticos matreiros -, é o medo de passar pelo vexame sem precedentes de perder, mesmo com toda essa máquina poderosa de governar, fazer, cooptar e constranger para obter alianças, votos ou perseguir adversários e imprensa livre. E quem sinaliza essa fragilidade para o poder de plantão? As próprias pesquisas internas. Elas teimam em gerar dúvidas aos que se acham donos do destino dos outros. Afinal, que tem medo das eleições deste ano? Acorda, Gaspar!
O prefeito Kleber comemorou o novo improviso no transporte coletivo de Gaspar. Depois de exigir mundos e fundos na licitação - proposital ou malfeita pois ninguém apareceu por aqui para encher as burras da prefeitura -, o prefeito acertou, nos bastidores, à vinda da Safira, para substituir a outra improvisada, a Caturani, a que deu no pé.
Qual a propaganda enganosa ao povo em tempo de campanha eleitoral? A passagem daqui que era uma das mais caras para um serviço de quinta, baixou: de R$4,80 para R$4,50 e de R$4,50 para R$4,30. O que Kleber está devendo na verdade? É a explicação do porquê a Caturani cobrava tão caro. Ou a Safira começa à meia boca e depois para cumprir o que é certo, vai apresentar “planilhas” irrefutáveis para justificar os reajustes? Incrível!
Do que Kleber e sua turma mais têm medo? Do discurso simples e único dos adversários até aqui, fácil de ser entendido por qualquer um que está passando perrengues na sua sobrevivência. Temem o descontrole das redes sociais e dos aplicativos de mensagens para aclarar o que a propaganda governamental maquia.
Sérgio Luiz Batista de Almeida, por exemplo, sindicalista, ex-vereador, evangélico como Kleber, que já esteve no PSDB e foi candidato a vice pelo PR na chapa encabeçada por Ivete Mafra Hammes, MDB, é declarado pré-candidato pelo PSL. Ele colocou o dedo na ferida exposta do atual governo. Na entrevista na 89,7FM para Joel Reinert e Paulo Flores, Sérgio repetiu aquilo que está virando um mantra na cidade contra Kleber.
Para o super-salário de R$27.356,69 do prefeito, Sérgio diz que se eleito que vai diminui-lo, incluindo o do vice, além de desinchar a máquina pública por necessidade em tempos de crise e por ser um acinte aos desempregados e falidos da pandemia. A máquina pública, notoriamente, tornou-se um diretório de campanha dentro da prefeitura e sustentada com dinheiro dos pesados impostos.
Ao final da entrevista, Sérgio admitiu que a cidade poderá estar ingovernável diante dos financiamentos que Kleber tomou e os eleitos terão que pagar, mesmo sob forte queda da arrecadação que ainda não ganharam às providências ao reequilíbrio das finanças públicas.
Kleber e os seus, de verdade, estão assustados com o aparecimento do engenheiro, professor e ex-vereador, Rodrigo Boeing Althoff, PL, como declarado pré-candidato a prefeito de Gaspar. Rodrigo foi fundo na mesma ferida apontada por Sérgio. O poder de plantão reagiu. Desqualificou o re-estreante. Ele é bem conhecido de Kleber e Kleber conhece bem o potencial de Rodrigo. Ninguém chuta cachorro morto.
Nos bastidores, todavia, tanto o MDB de Kleber quanto o PT de Pedro Celso Zuchi, por vias diretas e indiretas, estão articulando. Não querem o PL e o Rodrigo na disputa. Temem que ele se torne a tão sonhada terceira via. O PT quer ser a segunda e a terceira vias. O PT antes, precisa recuperar a sua imagem nacional.
Ilhota em chamas I. Começou a dança das cadeiras para empregar os amigos desempregados. Roberto da Silva, o Betinho, PSL, ex-prefeito de Ilhota pelo PP, e que estava encostado no Samae de Gaspar na gestão do mais longevo vereador José Hilário Melato, PP, é o mais novo secretário de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável.
Ilhota em chamas II. Já Paulo Roberto Drun foi exonerado da secretaria de Indústria, Comércio e Gestão de Convênios. O prefeito Érico de Oliveira, MDB, quer se ver livre na campanha do passado de Drun. Depois, tudo volta ao normal.
Teve aparentado de político que pegou, sem precisar e merecer, o tal auxílio emergencial de R$600,00 do governo Federal. Vergonha! E todos quietos como se a cidade inteira não soubesse que foi e como isso se entrelaça no poder de plantão. Os políticos – e seus adoradores - apostam que os eleitores vão esquecer disso até as eleições.
A descoberta foi de gente nova na política. Fez o estardalhaço. Fez bem. Mas, quando descobriu que tinha gente sua também enrolada no mesmo assunto, enfiou a viola no saco para protegê-la. Conclusão? Tudo igual. Inacreditável. Acorda, Gaspar!
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