Os políticos de Gaspar e Ilhota torcem para que não haja eleições neste ano. Não querem ser avaliados pelos eleitores depois de quase quatro anos de governo? - Jornal Cruzeiro do Vale

Os políticos de Gaspar e Ilhota torcem para que não haja eleições neste ano. Não querem ser avaliados pelos eleitores depois de quase quatro anos de governo?

25/06/2020


Da esquerda para a direita, estes são os três declarados pré-candidatos a prefeito de Gaspar: Kleber, MDB; Sérgio Almeida, PSL; e Rodrigo Althoff, PL

 

Medo de eleições? I
A reeleição do prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB, de Gaspar, e com qualquer vice que ele escolher está no papo, como se diz por aí. É o que o grupo que lhe cerca espalha e reforça pela cidade, região, Florianópolis e Brasília. E não é de hoje. Não é de se duvidar disso. Afinal, estão com prefeito eleito, quase todos os partidos mais representativos da cidade (PP, PSD, PSDB, além de nanicos que sempre pendem aos com mais chances olhando só as boquinhas). Estão juntos a expressiva parte do empresariado local, empreiteiros e prestadores de serviços. Em oração também, uma bem-orquestrada aliança de lideranças evangélicas das mais diversas denominações pentecostais. Não é pouca coisa! Um massacre!

Medo de eleições? II
E se tudo isso ainda fosse pouco a favor da máquina de poder, ela domina a comunicação na cidade e nas redes sociais. É intencional. É propaganda eleitoral disfarçada de prestação de contas. O garoto propaganda é o próprio Kleber, o porta-voz das versões maquiadas. Apesar de nas eleições só se permitirem recursos públicos vindos dos pesados impostos dos cidadãos, “roubados” das ações em Saúde, Educação, Segurança, Assistência Social e Obras de Infraestrutura, ou dos bolsos dos próprios candidatos, o desiquilíbrio entre Kleber e os seus até aqui declarados oponentes, tem sido usado, com frequência, para a cooptação de adversários e “novos” seguidores, partidos e candidatos parceiros. Então, com uma lista infindável de vantagens a seu favor, qual será mesmo à razão para Kleber e a sua turma no poder de plantão não quererem as eleições deste ano? Por que estão dispostos a trocar quatro anos aparentemente certos de mandato, por apenas dois sem votações?


Medo de eleições? III
E se ainda tudo isso não fosse pouco, a prefeitura de Gaspar se transformou numa máquina de votos ao empregar quase 150 comissionados – onde o que menos importa é a qualificação para a função – e outros 100 servidores efetivos escolhidos a dedo para funções gratificadas. Do outro lado, os funcionários públicos que ainda não se dispuseram a serem cabos eleitorais ou ao menos mansos, reclamam de perseguição, constrangimentos e humilhações sob os mais variados pretextos; culpam o Sindicado pela indesculpável omissão. Então, tudo está perfeito nesse trem embalado para a reeleição? Parece que não. E por que? Porque a princípio quem deveria ter medo de eleições é quem não tem voto ou estrutura azeitada para tal. Contudo, o que se vê, é exatamente quem arrota como vencedor, estar se movimentando nos bastidores em Brasília pedindo para que a eleição não aconteça este ano. Estranho!

Medo de eleições? IV
Nunca antes na história de Gaspar o poder instalado teve tantas vantagens para se reeleger. Em tese, é uma super-máquina de massacrar adversários. Mesmo assim, os que estão no poder de plantão em Gaspar afinam o discurso e espalham falsamente por aí, que é muito perigoso haver eleições este ano. Argumentam que os eleitores correm até risco de morrer pela Covid-19. Se esta desculpa amarela fosse para valer, o comércio, as indústrias e os que estão aí fazendo bico porque perderam o emprego ou seus negócios faliram, deviam estar todos em casa. Ou não? Ou a contaminação só acontecerá no dia das eleições no distante novembro? O que o poder de plantão esconde – com outros políticos matreiros -, é o medo de passar pelo vexame sem precedentes de perder, mesmo com toda essa máquina poderosa de governar, fazer, cooptar e constranger para obter alianças, votos ou perseguir adversários e imprensa livre. E quem sinaliza essa fragilidade para o poder de plantão? As próprias pesquisas internas. Elas teimam em gerar dúvidas aos que se acham donos do destino dos outros. Afinal, que tem medo das eleições deste ano? Acorda, Gaspar!

TRAPICHE

O prefeito Kleber comemorou o novo improviso no transporte coletivo de Gaspar. Depois de exigir mundos e fundos na licitação - proposital ou malfeita pois ninguém apareceu por aqui para encher as burras da prefeitura -, o prefeito acertou, nos bastidores, à vinda da Safira, para substituir a outra improvisada, a Caturani, a que deu no pé.

Qual a propaganda enganosa ao povo em tempo de campanha eleitoral? A passagem daqui que era uma das mais caras para um serviço de quinta, baixou: de R$4,80 para R$4,50 e de R$4,50 para R$4,30. O que Kleber está devendo na verdade? É a explicação do porquê a Caturani cobrava tão caro. Ou a Safira começa à meia boca e depois para cumprir o que é certo, vai apresentar “planilhas” irrefutáveis para justificar os reajustes? Incrível!

Do que Kleber e sua turma mais têm medo? Do discurso simples e único dos adversários até aqui, fácil de ser entendido por qualquer um que está passando perrengues na sua sobrevivência. Temem o descontrole das redes sociais e dos aplicativos de mensagens para aclarar o que a propaganda governamental maquia.

Sérgio Luiz Batista de Almeida, por exemplo, sindicalista, ex-vereador, evangélico como Kleber, que já esteve no PSDB e foi candidato a vice pelo PR na chapa encabeçada por Ivete Mafra Hammes, MDB, é declarado pré-candidato pelo PSL. Ele colocou o dedo na ferida exposta do atual governo. Na entrevista na 89,7FM para Joel Reinert e Paulo Flores, Sérgio repetiu aquilo que está virando um mantra na cidade contra Kleber.

Para o super-salário de R$27.356,69 do prefeito, Sérgio diz que se eleito que vai diminui-lo, incluindo o do vice, além de desinchar a máquina pública por necessidade em tempos de crise e por ser um acinte aos desempregados e falidos da pandemia. A máquina pública, notoriamente, tornou-se um diretório de campanha dentro da prefeitura e sustentada com dinheiro dos pesados impostos.

Ao final da entrevista, Sérgio admitiu que a cidade poderá estar ingovernável diante dos financiamentos que Kleber tomou e os eleitos terão que pagar, mesmo sob forte queda da arrecadação que ainda não ganharam às providências ao reequilíbrio das finanças públicas.

Kleber e os seus, de verdade, estão assustados com o aparecimento do engenheiro, professor e ex-vereador, Rodrigo Boeing Althoff, PL, como declarado pré-candidato a prefeito de Gaspar. Rodrigo foi fundo na mesma ferida apontada por Sérgio. O poder de plantão reagiu. Desqualificou o re-estreante. Ele é bem conhecido de Kleber e Kleber conhece bem o potencial de Rodrigo. Ninguém chuta cachorro morto.

Nos bastidores, todavia, tanto o MDB de Kleber quanto o PT de Pedro Celso Zuchi, por vias diretas e indiretas, estão articulando. Não querem o PL e o Rodrigo na disputa. Temem que ele se torne a tão sonhada terceira via. O PT quer ser a segunda e a terceira vias. O PT antes, precisa recuperar a sua imagem nacional.

Ilhota em chamas I. Começou a dança das cadeiras para empregar os amigos desempregados. Roberto da Silva, o Betinho, PSL, ex-prefeito de Ilhota pelo PP, e que estava encostado no Samae de Gaspar na gestão do mais longevo vereador José Hilário Melato, PP, é o mais novo secretário de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável.

Ilhota em chamas II. Já Paulo Roberto Drun foi exonerado da secretaria de Indústria, Comércio e Gestão de Convênios. O prefeito Érico de Oliveira, MDB, quer se ver livre na campanha do passado de Drun. Depois, tudo volta ao normal.

Teve aparentado de político que pegou, sem precisar e merecer, o tal auxílio emergencial de R$600,00 do governo Federal. Vergonha! E todos quietos como se a cidade inteira não soubesse que foi e como isso se entrelaça no poder de plantão. Os políticos – e seus adoradores - apostam que os eleitores vão esquecer disso até as eleições.

A descoberta foi de gente nova na política. Fez o estardalhaço. Fez bem. Mas, quando descobriu que tinha gente sua também enrolada no mesmo assunto, enfiou a viola no saco para protegê-la. Conclusão? Tudo igual. Inacreditável. Acorda, Gaspar!

 

Comentários

Miguel José Teixeira
29/06/2020 10:05
Senhores,

Já que DECOTElli não passou a primeira boa impressão, o Globo mudou seu sobrenome para DECOLETTI:

Extraído agora do portal:
https://oglobo.globo.com/

O Ministro da Educação não tem pós-doutorado na Alemanha, diz Universidade de Wüppertal

Mesmo sem doutorado, currículo de Carlos Decoletti continua exibindo o título; instituição também nega que o titular do MEC esteve na universidade no período informado
Karina Gomes, de Hamburgo, Especial para O GLOBO*

Pensando bem:

Participar de um governo mambembe com esse é melhor proteger-se com um colete do que um decote. . .

Miguel José Teixeira
29/06/2020 09:56
Senhores,

E o General Mourão, hein?

Pedalando, à la dilmaracutaia!

Será que já, já estará louvando a mandioca e estocando ventos?

Bom. . .sem máscara ele estava. . .
Miguel José Teixeira
28/06/2020 10:12
Senhores,

E o DECOTEli, hein?

Quanto mais se abaixa mais aparece "coisas".

Agora suspeitam que seu mestrado também é uma farsa.

Como diria o meu saudoso primo Quincas lá do Baú:

"Vai ver que nem "baxaréu" ele é". . .
Herculano
28/06/2020 10:06
CELSO DE BARROS E O CENTRÃO, por Samuel Pessôa, economista, pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia (FGV), no jornal Folha de S. Paulo

Muitos partidos são anódinos ideologicamente e estão em todas as coalizões

Meu colega Celso de Barros, no caderno Poder, na segunda-feira da semana passada, argumentou, em reposta ao artigo do deputado Arthur Lira nesta Folha, que o centrão tem lado na política. Segundo Celso "os governos de direita sempre conseguiram aprovar medidas razoáveis de caráter liberal, mas os governos de esquerda não conseguiram aprovar um impostinho sobre rico que fosse".

Me parece que Celso erra em avaliar que o centrão tem uma ideologia fechada. No Brasil há diversos partidos de centro ?"liderados pelo MDB?" que são anódinos ideologicamente. São partidos que nunca (ou quase nunca) disputam a presidência da República e participam de todas (ou quase todas) as coalizões governamentais.

O Brasil que temos hoje, após 35 anos de redemocratização, é fruto desse espectro da política. Sem o apoio do centrão não estaríamos onde estamos. Estaríamos em outro lugar. Onde estamos? Somos o país emergente com um dos maiores: gasto primário; carga tributária; gasto social; e gasto com servidores públicos. Caracteriza um país cujo consenso político é de esquerda.

Também não parece que a baixa progressividade de impostos seja culpa do centrão. A evidência é que o centrão e, em geral, o Congresso Nacional aprovam medidas quando a sociedade está convencida delas.


Foi assim com a reforma da Previdência. Um longo debate por mais de década acabou por convencer a sociedade da importância do tema.

Quando a reforma foi aprovada havia elevado consenso.

Assim, se a esquerda considerar que é oportuna a elevação da progressividade dos impostos no Brasil, precisa arregaçar as mangas e convencer a sociedade desse fato. Essa é a discordância básica que tenho com Celso. Se a sociedade se convencer, o centrão aprovará.

De fato, o centrão não impediu a aprovação de alíquota maior da CSLL para o setor financeiro.

Não houve, entretanto, uma única campanha eleitoral do PT em que a progressividade dos impostos no Brasil fosse o tema prioritário. O PT nunca empregou o talento de João Santana para tentar convencer a sociedade da importância do aumento da progressividade de impostos.

Há por parte da esquerda total indigência intelectual e superficialidade com o tema. Me lembro de Luciana Genro, na campanha presidencial de 2014, defendendo tributar lucro de banco ou juro da dívida pública. Evidentemente não havia nenhum estudo cuidadoso do PSOL sobre o assunto.

Não há por parte do PT nenhum estudo rigoroso que investigue em detalhes as possibilidades de arrecadação e os impactos sobre a desigualdade e o crescimento econômico de uma maior progressividade.

A sociedade aparentemente não é favorável à elevação da progressividade e muito menos em repensar os regimes tributários especiais, simples e lucro presumido, e não aparece, portanto, nenhuma força política defendendo essa bandeira.

Não é simples. Por exemplo, estudo de 2016 publicado na prestigiosa revista The Journal of Politics, documenta, a partir de pesquisa de opinião, que a população americana é essencialmente favorável à estrutura de impostos vigente atualmente naquela sociedade. Explica o motivo de, apesar da enorme elevação da desigualdade e da concentração de renda no 1% ou 0,1% mais ricos, não haver força política organizada que tente elevar a progressividade.

A elevação da progressividade de impostos dependerá de forte movimentação política que a defenda e convença a sociedade de sua necessidade. A esquerda, por priorizar a vitória eleitoral, não tem liderado essa campanha
Herculano
28/06/2020 09:54
UM EXEMPLO DAS MUITAS PATIFARIAS QUE PAGAMOS AOS POLÍTICOS, INCLUSIVE AOS DE GASPAR E ILHOTA

de Leandro Narloch, da revista eletrônica Crusoé, resumindo o seu artigo no twitter:

PIB de NY: US$ 1,8 trilhão.
Custo da assembleia de 150 deputados e 63 senadores: R$ 1,2 bilhão.

PIB de RJ: US$ 0.13 trilhão
Custo da assembleia de 70 deputados: R$ 1,3 bilhão.

Chega de aceitarmos essa patifaria.
Herculano
28/06/2020 09:49
da série: o pai da criança não deixa a loucura do poder de plantão colocar sobrenome na iniciativa científica, que vem renegando. Não se pode duvidas, que em retaliação, vingança e intolerância, como fez com tantos que fez correr do governo, os bolsonaristas anulem a parceria com o laboratório britânico que poderá salvar vidas.

TEICH: "FUI EU A PESSOA QUE COMEÇOU ESSA PARCERIA PARA


Conteúdo de O Antagonista. O ex-ministro da Saúde Nelson Teich usou suas redes sociais para comemorar a parceria do Brasil com a Universidade Oxford para a produção de vacina contra a Covid-19.

"Essa parceria foi iniciada no período em que estava no Ministério da Saúde, tendo sido eu a pessoa que começou essa parceria para o Brasil junto com a pesquisadora Sue Ann Costa Clemens, representante de Oxford, que teve um papel fundamental nesse processo", escreveu o ex-ministro.

"Realço o papel fundamental da Anvisa e Conep nesse processo para que a pesquisa com a vacina pudesse ser trazida para o Brasil. Sem a agilidade e eficiência das duas instituições não seria possível ter trazido a pesquisa com a vacina de Oxford para o Brasil no tempo necessário."
Herculano
28/06/2020 08:40
TELHADO DE VIDRO

O deputado estadual Ivan Naatz, PL, de Blumenau, está sentindo na carne o que é ser presidente implacável na CPI que apura as irregularidades de um esquema mal explicado na compra de 100 respiradores por R$33 milhões pagos adiantados e não entregues até agora.

O governo de Carlos Moisés da Silva, PSL, acuado e desgastado, está comemorando a divulgação anonimamente pelas redes sociais, uma conversa telefônica ou por aplicativo de mensagens, onde supostamente em 2018 arma "compra" de votos fora de Blumenau para a reeleição.

Isso não vai terminar bem. A regra é simples: quem atira pedras no telhado dos outros, precisa ter o seu reforçado
Herculano
28/06/2020 08:36
GASTAMOS MUITO, MAS GASTAMOS MAL, por Marcos Lisboa, economista, presidente do Insper, ex-secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda (2003-2005), no jornal Folha de S. Paulo

Debate sobre tamanho do governo ignora a sua ineficácia

O debate econômico usualmente contrapõe desenvolvimentistas, que defendem maior participação do Estado, e liberais, que criticam o tamanho excessivo do setor público e as suas intervenções fracassadas.

Por um lado, o Estado tem o papel de garantir a igualdade de oportunidades e promover o bem comum. Por outro, as tentativas de o governo estimular o desenvolvimento, por meio de estatais ou de subsídios ao setor privado, foram malsucedidas na última década.

Esse debate, no entanto, ignora um aspecto essencial: a ineficácia do setor público no Brasil.
O governo gasta mais do que outros países emergentes, mas os resultados decepcionam. Apesar de a despesa com educação ter aumentado de 3,9% do PIB em 2000 para 6,2% em 2015, continuamos com baixos indicadores de aprendizado no ensino médio.

Algo similar ocorreu com o percentual de pessoas abaixo da linha da pobreza, que caiu menos do que na maioria dos países com índices similares em 1995.

Não é por falta de dinheiro.

A carga tributária passou de 24% do PIB em 1991 para 33% em 2018, tornando-se uma das maiores entre os emergentes. A despeito disso, temos a maior dívida pública, resultado do expressivo crescimento da despesa.

No caso dos estados, essa expansão contínua é causada, principalmente, pelos benefícios por tempo de serviço e aposentadorias precoces, que inflam a folha de pagamentos.

A sua despesa com pessoal subiu de 50% da receita corrente líquida em 2008 para 63% em 2017, com salários em média 31% maiores do que recebem pessoas com formação semelhante no setor privado, sem contar a aposentadoria mais benevolente.

A reforma da Previdência ?permitiu que os estados elevassem o tempo mínimo de serviço e a alíquota de contribuição dos servidores.

Dos 26 estados, porém, 23 postergaram aumentar o tempo de atividade de militares, alguns fizeram mudanças tímidas, outros nada aprovaram depois da reforma. Entre eles estão Minas Gerais, que atrasa o pagamento de salários, e o Rio de Janeiro, que não tem recursos para cuidar da saúde e tampouco cumpriu o plano de recuperação acordado com a União em troca da suspensão do pagamento de dívidas.

Governadores com dificuldade para pagar suas obrigações concederam recentemente reajustes salariais. Tribunais de Justiça se valem de auxílios e indenizações para garantir contracheques bem acima do teto constitucional.

Nesta crise, em que lucros desabam e trabalhadores perdem emprego, o Supremo determinou que salários de servidores não podem ser reduzidos.

O tema não deveria ser mais ou menos Estado, mas sim por que o governo, que custa muito para o cidadão, falha tanto ao servir à sociedade.
Herculano
28/06/2020 08:33
MAIORIA É CONTRA 'BANDIDO BOM E? BANDIDO MORTO', por Cláudio Humberto, na coluna que publicou neste domingo nos jornais brasileiros

Levantamento exclusivo do instituto Paraná Pesquisa para esta coluna e o Diário do Poder revela que 48,3% dos brasileiros discordam da frase "bandido bom, é bandido morto". Ainda assim, 43,9% dizem concordar com a afirmação e 7,8% não opinaram. Entre aqueles com escolaridade até o ensino fundamental, a afirmação é sucesso: 53,9% concordam que "bandido bom, é bandido morto". Só 37,3% discordam.

FAIXA ETÁRIA ESSENCIAL

As faixas etárias acima de 35 anos concordam com a afirmação da pesquisa. Entre 16 e 34 anos, no entanto, quem discorda é maioria.

PAÍS DIVIDIDO

No Norte/Centro Oeste, a afirmação provocou um empate técnico, com vantagem para aqueles que concordam: 45,4% x 45,1%.

NORDESTE TAMBÉM

No Nordeste, também há empate técnico: 45,7% concordam que "bandido bom, é bandido morto", mas 46,1% discordam.

DADOS DA PESQUISA

O Paraná Pesquisas entrevistou 2.258 pessoas de 194 municípios nos 26 estados e no DF, entre 23 e 26 de junho. A margem de erro é 2%.

DEPUTADO DA TAPIOCA AGORA É O PREFERIDO DE MAIA

Figura menor, que virou ministro do Esporte porque Lula quis agradar ao PCdoB, Orlando Silva (SP) agora é homem da confiança do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, para tarefas que garantem holofotes, como relatar projetos de visibilidade. É uma jogada de Maia para "prender o rabo" de partidos de oposição mais à esquerda e, ao mesmo tempo, alfinetar o Palácio do Planalto. Nem que para isso prestigie o deputado que usava cartão corporativo do governo para se lambuzar na tapioca.

CURIOSA PARCERIA

O ex-ministro da tapioca se prestará ao papel de chancelar o "projeto alternativo" de Rodrigo Maia de uma "lei das fake news". Vai dar ibope.

TRAQUINAGENS

Orlando não se notabilizou só pelas tapiocas malandras. O escândalo que o derrubou foi inaceitável até para o padrão Lula de ladroagem.

FAMOSO QUEM?

Como ministro, Orlando era tão inexpressivo que até foi barrado ao tentar visitar a Seleção no hotel em Königstein (Alemanha), na Copa de 2006.

A HORA VAI CHEGAR

Até a Segunda Turma do STF, em geral boazinha com essa gente, condenou à prisão Aníbal Gomes (DEM-CE) por corrupção. Isso deixou figurões do MDB quietos como meninos mijados. Porque chegará neles.

DEPUTADA SEM MEDO

A deputada Bia Kicis (PSL-DF) criticou o ministro Edson Fachin (STF) pela defesa da cassação de mandatos por "abuso de poder religioso". Em meio a inquéritos abertos contra críticos do STF, é um ato corajoso.

SOMOS MAIS FORTES

A "imprensa de funerária" não divulga, mas, se o covid-19 infectou 10 milhões em todo o mundo, 6 milhões estão curados, incluindo Reino Unido, Espanha, Suécia e Holanda, segundo o Worldometer. Dos 4 milhões ainda doentes, 99% (3,975 milhões) têm sintomas leves.

SE FOSSE OUTRO ALVO...

Na quinta, um homem foi preso após atear fogo em um ônibus, aos gritos de "Fora, Bolsonaro!". Se o alvo tivesse sido o STF, no outro lado da praça, seria um "terrorista". Como foi na porta do Planalto, era "maluco".

MAU AGOURO NÃO FUNCIONOU

Dia 18, a notícia era como o deputado Sóstenes Cavalcante (DEM-RJ), crítico do isolamento generalizado, foi internado com coronavírus, quase como falando "bem feito". Após alguns dias na UTI, teve alta na sexta.

MEDIDA ANTI-COVID

A CNI oferece a partir desta segunda-feira (29) uma série de cursos on-line para ajudar empresas a internacionalizar a operação como estratégia de diversificação. "Quero Exportar", no exportaflixcni.com.br.

MIDIAMAX, 18

O jornal Midiamax, de Carlos Eduardo Naegele, comemora 18 anos no Mato Grosso do Sul, superando a marca dos 50 milhões de pageviews mensais e consolidado como o jornal de maior audiência no Estado.

EMPREGOS BEM-VINDOS

A alta demanda por acrílico para equipamentos de proteção à covid-19 levou à reativação de uma fábrica da Unigel no interior da Bahia. Serão 1.440 empregos e R$ 10 milhões injetados na economia local por ano.

PENSANDO BEM...

...só pode estar doente uma sociedade cuja Justiça prende blogueiros, apesar da pandemia, e solta bandidos, até do PCC, a pretexto do covid.
Herculano
28/06/2020 08:25
DEMOCRACIA, NUNCA MENOS, editorial do jornal Folha de S. Paulo

Debate sobre sistema de governo deveria estar superado, mas urge voltar ao tema

É sólido o edifício da jovem democracia brasileira. Vultosa maioria, de 75%, hoje considera essa a melhor forma de governo. Trata-se de recorde desde que o Datafolha começou a pesquisar o tema, em 1989.

É sólido e, ainda assim, vem sofrendo ataques sistemáticos de extremistas identificados com o presidente Jair Bolsonaro, no maior teste de estresse desde a volta de um civil à Presidência, há 35 anos.

Muitos o fazem por má-fé; outros, por não terem vivido os horrores da máquina cruel que se instalou com a ditadura militar em 1964. Este último grupo faz parte dos 54,2% de jovens nascidos após 1985.

Por isso, a Folha lança ação em três frentes: campanha publicitária e especial jornalístico neste domingo (28), quando começa um curso gratuito para interessados em conhecer a história para não repeti-la.

A iniciativa serve também para acordar os saudosistas de um mundo de fantasia, em que não haveria corrupção nem escândalos, a segurança pública seria grande, e a economia, milagrosa.

Na vida real, o arbítrio sufocava as instituições, o pensamento livre e o direito de expressá-lo. A tortura era política de Estado, os adversários desapareciam, os desmandos ficavam ocultos pela mordaça nos outros Poderes e o crescimento econômico da década de 1970 acabou em inflação descontrolada e dívida.

A censura calava a imprensa, que apoiou o novo regime num primeiro momento, caso desta Folha, que errou. Este jornal viu-se rapidamente engalfinhado pelo novo sistema de poder, perdendo a capacidade de reagir antes mesmo de percebê-lo.

Só na década seguinte achou meios de empreender um combate, mesmo que velado e sutil, à ditadura. E, nos anos 1980, liderou na imprensa o movimento das Diretas Já, firmando-se como defensor intransigente da democracia e das liberdades individuais.

Os homens não são sempre virtuosos; pensando nisso, os reformadores do Ocidente moderno construíram um sistema de Poderes autônomos e harmônicos, que funcionam como freios ao autoritarismo.

Um sistema em que o poder popular se faz representar por eleições livres e é exercido dentro dos parâmetros da lei máxima. A Constituição de 1988, não isenta de defeitos, teve o grande mérito de reunir a sociedade em torno desse consenso iluminista.

Com ela, a discussão sobre o melhor sistema de governo parecia relegada a segundo plano. A agenda pública deveria estar ocupada por redução da desigualdade, crescimento econômico e educação.

No entanto, urge voltar ao tema, e a Folha busca inspiração no seu papel histórico nas Diretas Já para resgatar a cor amarela como símbolo da democracia.

Assim, as vitrines das edições dominicais trarão uma faixa dessa cor com os dizeres #UseAmarelo pela Democracia, e o slogan da Folha desde 1961, UM JORNAL A SERVIÇO DO BRASIL, passa temporariamente para UM JORNAL A SERVIÇO DA DEMOCRACIA até as próximas eleições presidenciais
Herculano
28/06/2020 08:22
FILHUXOS, ENCOLHI AS AMEAÇAS!, por Carlos Brickmann

Talvez sejam os problemas judiciais, talvez a prisão de alguns dos devotos mais radicais, talvez a apreensão de arquivos virtuais - mas, seja qual for o motivo, o presidente Bolsonaro está em nova fase: a de Mito Paz e Amor. O novo ministro da Educação que escolheu pode ser bom ou ruim, mas é uma pessoa normal, que jamais chamaria a mãe de um crítico de "égua sarnenta". Ministros seus fizeram gestos de paz a Supremo e Congresso, e - surpresa! - Bolsonaro até se mostrou solidário com os 50 mil mortos do coronavírus, e pediu ao presidente da Embratur, Gilson Machado, que tocasse na sanfona a belíssima Ave Maria, de Gounod. Está bem, Machado está longe de ser um Dominguinhos, não tem a voz de um Caruso, mas valeu pela homenagem.

Com Bolsonaro nunca se sabe, mas aparentemente optou pela suspensão das ameaças. Aproximou-se do Centrão, que prefere um ótimo acordo a uma boa briga, mantém-se mais afastado dos devotos do cercadinho, onde costumava fazer declarações explosivas. E, vários dias depois da prisão de Fabrício Queiroz, nada comentou ?" nem sobre o preso, nem sobre Frederick Wassef, ao mesmo tempo advogado de Flávio Bolsonaro, de Queiroz e do próprio Bolsonaro. Carluxo, o mais belicoso dos filhos, retornou às atividades na Câmara Municipal do Rio, longe do Planalto.

Os devotos continuam ferozes, pedindo briga, mas, sem apoio presidencial, até quando?

CONCILIAÇÃO

Os novos ministros são mais conciliadores que os anteriores. Fábio Farias, das Comunicações, tem ótimo relacionamento no Congresso. Carlos Alberto Decotelli, da Educação, deixou boa impressão no meio político, dos tempos em que esteve na presidência do FNDE, Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação ?" embora ainda não tenha explicado quem foi o responsável por uma concorrência que o Tribunal de Contas anulou, na qual seriam comprados vários computadores para cada aluno.

E, além de ter deixado boa impressão, tem outras vantagens: não é Weintraub nem olavista.

UM BOM MOMENTO

A corda foi muito esticada, mas talvez ainda seja possível o retorno - se os filhos colaborarem, se o próprio presidente se contiver, se os inquéritos e ações judiciais não puserem seu mandato em risco. E há alguns pontos, neste momento, em favor de Bolsonaro: embora a pesquisa Datafolha indique que ampla maioria acha que ele sabia onde Queiroz estava, isso não abalou sua popularidade. Houve uma ligeira queda, de um ponto percentual, dentro da margem de erro. E, por esses dias, o presidente inaugurou o primeiro reservatório no Ceará que recebe água da transposição do rio São Francisco ?" obra que se arrastava desde D. Pedro 2º. Justo no Ceará, comandado pela família do adversário Ciro Gomes. Isso deve elevar seu índice nas pesquisas.

UMA VITóRIA

O senador Flávio Bolsonaro ganhou no Tribunal de Justiça do Rio e terá direito a foro privilegiado, por ser deputado estadual na época do episódio das rachadinhas. A decisão permite que o julgamento ocorra em segunda instância, pulando a etapa do juiz único. Talvez essa vitória, que o afasta do juiz Flávio Itabaiana, leve também à anulação da prisão preventiva, ordenada pelo juiz, no mesmo processo, de Fabrício Queiroz. Mas a questão deve ser observada com cautela: o Supremo já decidiu várias vezes que, ao deixar o cargo que lhe dá direito ao foro especial, o cidadão passa a ser julgado em primeira instância (o que acontece, por exemplo, com o ex-presidente Michel Temer). Há uma diferença entre ambos: Temer não mais ocupa cargo público e Flávio passou de deputado estadual a senador, sendo que senador também tem foro especial. Mas o foro vale para problemas ocorridos em função do mandato. O caso de Flávio ocorreu em outro mandato. Que dirá o STF?

A MARCHA DA GRIPIZINHA

Em Brasília, no dia 25 de maio, com tudo fechado, houve 6.930 casos de Covid, com 114 mortes. No dia 26 houve o afrouxamento das restrições, com abertura do comércio. Um mês depois, 24 de junho, houve 37.254 casos, com 495 mortes. As associações de comerciantes haviam prometido erguer um hospital de campanha com 300 leitos de UTI, o impacto previsível. O impacto foi pouco maior, porém os lojistas não cumpriram a promessa. No dia 25 de junho, havia 95 pessoas esperando lugar na UTI. Mas o problema não é apenas de promessas descumpridas: Israel, que havia levantado boa parte das restrições, fechou-se de novo; Portugal também; e, nos EUA, o número de casos e de mortes bateu recordes neste fim de semana.

O GRANDE REINÍCIO

Se a questão do emprego é difícil para todos, imagine quem tem mais de 50 anos e já era discriminado antes da pandemia. Pois é: um grande evento de trabalho e reinvenção profissional para os maiores de 50 anos vai-se realizar de 6 a 9 de julho. São mais de 50 palestras ao vivo pelo Instagram, na Kaleydos.

Endereço https://bit.ly/MaturiFest2020. Tudo de graça.
Herculano
28/06/2020 08:18
DECOTELLI PODE EXPLICAR EDITAL DO FNDE, por Elio Gaspari, nos jornais O Globo e Folha de S. Paulo

Licitação de R$ 3 bi para compra de computadores era um imenso jabuti
Como ministro da Educação o doutor (?) Carlos Alberto Decotelli poderá contar como foi concebido o edital 13/2019 que licitava a compra de 1,3 milhão de computadores, laptops e notebooks para a rede pública de ensino, coisa de R$ 3 bilhões. Afinal, ele presidia o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) no dia 21 de agosto de 2019, quando o edital foi publicado.

Tratava-se de um imenso e silencioso jabuti. O próprio FNDE havia anunciado no dia 8 de agosto que Decotelli deixaria o cargo. Ele saiu semanas depois e o novo presidente suspendeu o edital.

A Controladoria-Geral da União havia estudado o jabuti e descobriu o seguinte:

1) Armava-se uma despesa de R$ 3 bilhões sem que o Ministério da Economia tivesse sido ouvido.

2) 355 colégios receberiam mais de um laptop por aluno. A Escola Municipal Laura de Queiroz, de Minas Gerais, receberia 30.030 laptops para seus 255 estudantes. Na Chiquita Mendes, de Santa Bárbara do Tugúrio (MG), cada aluno ganharia cinco laptops.

3) Duas das empresas que mandaram orçamentos ao FNDE enviaram cartas com o mesmo erro de português: "Sem mais, para o momento, colocamo-nos à disposição para quaisquer esclarecimentos que se façam necessária". Noutra coincidência, as duas empresas pertenciam à mesma família.

A CGU interpelou o FNDE e recebeu respostas pífias, até que em novembro ela emitiu um relatório de 66 páginas. Como o jabuti andava sem fazer barulho, o caso ficou no escurinho da burocracia e o edital foi cancelado. Em dezembro o repórter Aguirre Talento expôs o caso.

Seria natural que viesse alguma explicação do governo. Passaram-se sete meses e nada. Abraham Weintraub, aquele que propôs botar os "vagabundos" do Supremo Tribunal Federal na cadeia, trocou mais três vezes o presidente do FNDE, mas nunca tocou no assunto.

Decotelli tem uma peculiaridade no ministério de Bolsonaro, ele ri. Empossado, poderá acabar com o silêncio oficial, desvendando o mistério do edital 13/2019. Um governo que se diz comprometido com o combate à corrupção deveria se orgulhar do que aconteceu, pois a CGU viu o jabuti, alertou a administração, detonou a compra e poupou a Viúva de uma facada.

Falta responder a mais elementar das perguntas: Como esse edital foi montado? À época, Decotelli estava na presidência do Fundo. Fica combinado que é falta de educação perguntar porque o governo nunca tocou nesse assunto.

AVISO

Se o Planalto e os agrotrogloditas pressionarem a ministra da Agricultura para que ela se empenhe na aprovação do projeto de lei da grilagem, Tereza Cristina coloca o segundo pé fora do governo.

WEINTRAUB CONTRARIOU A BUROCRACIA DO BANCO MUNDIAL

O governo buscava uma saída honrosa para o ex-ministro da Educação e conseguiu um episódio desonroso

O governo buscava uma saída honrosa para Abraham Weintraub e conseguiu um episódio desonroso com um ministro escafedendo-se. Em condições normais ele assumiria seu cargo no Banco Mundial, mas quando a burocracia da instituição mostra-se contrariada com sua presença, é bom que se preste atenção.

Em 2007 os burocratas derrubaram o presidente do banco. Paul Wolfowitz era uma espécie de Weintraub de luxo do governo de George W. Bush. Como subsecretário da Defesa, foi um dos ideólogos da desastrada ocupação do Iraque.

Premiado com a presidência do banco, arrumou uma boquinha para sua parceira. Um protesto interno detonou-o em apenas três meses. (O doutor lambia o pente antes de passá-lo no cabelo)


NOVEMBRO VEM AÍ

Jair Bolsonaro deveria conversar com veteranos do Itamaraty para decidir como conduzirá as relações com os Estados Unidos caso Joe Biden vença a eleição presidencial de novembro.

Se a diplomacia brasileira persistir na sua postura aloprada, consolidará sua posição de saco de pancadas do mundo.

Em 1976, quando o democrata Jimmy Carter ganhou a eleição, a ditadura brasileira passou pelo mesmo constrangimento. O novo presidente tinha uma agenda de defesa dos direitos humanos e pretendia sedar o acordo nuclear que o Brasil havia assinado com a Alemanha. Houve tensão e momentos de crise, mas profissionais dos dois lados impediram que a emoção agravasse as divergências. (O presidente Ernesto Geisel detestava Carter. Anos depois, quando os dois estavam fora do poder e o americano visitou o Brasil, recusou-se a recebê-lo. Carter ligou para sua casa e ele não atendeu)

QUITANDA CAóTICA

Se um general no comando de uma brigada fizesse as trapalhadas que o palácio do capitão faz com atos administrativos elementares, perderia o comando. A saber:

O ato de demissão do diretor da Polícia Federal tinha a assinatura do ministro Sergio Moro, mas ele não havia tocado no papel.

No dia 20, uma edição extra do Diário Oficial informou que o ministro da Educassão Abraham Weintraub havia sido demitido. No dia 23, em outra edição, disse que ele deixou o governo no dia 19.

Na quinta-feira (25), o ministro Luiz Eduardo Ramos anunciou novas parcelas do benefício emergencial para os invisíveis e pouco depois apagou a mensagem.

BOLSONARO É INOCENTE

Defensor da cloroquina e inimigo do isolamento, Jair Bolsonaro já tem o lugar assegurado na história da pandemia da "gripezinha". Mesmo assim, ele nada tem a ver com os repiques da Covid-19 que estão acontecendo em diversos estados. Eles são da responsabilidade de governadores e prefeitos oportunistas e fracos que cederam diante da impopularidade da medida e da pressão de comerciantes e empresários.

Na semana passada, o Ministério da Saúde admitiu que o tal "platô" de contágios não aconteceu e que a curva continua subindo. Em nove estados a rede pública tem 80% dos leitos de UTIs ocupados.

Cidades que relaxaram a quarentena estão pagando o preço, em vidas.

ESTÁTUAS

Em vez de se sair por aí destruindo estátuas pode-se lidar com o passado de forma mais civilizada.


É sabido que os russos resolveram a questão colocando os monumentos dos comunistas num parque de Moscou. (Stalin, com o nariz arrebentado)

A universidade Harvard mostrou outro caminho, menos destrutivo e mais edificante. Puseram uma placa na porta da casa dos presidentes da instituição homenageando os escravos Titus, Venus, Bilhah e Juba, que lá trabalharam no século 17.

Tomara que a estátua de Theodore Roosevelt que está na entrada do Museu de História

Natural de Nova York seja colocada num lugar onde possa ser observada. O branco, poderoso, está num cavalo, embaixo dele, um índio e o negro, dominados, ficam a pé. Ela foi um monumento à supremacia branca e a ideia tornou-se uma caricatura, como a dos heróicos arianos do escultor Arno Breker, o queridinho de Hitler.

OS DIAS FUTUROS

Bolsonaro teria entrado num modo conciliador. Resta saber qual é a carga dessa bateria. Isso é vital, porque o pacificador referiu-se a dias melhores que vêm pela frente. O que vem pela frente são dias piores.
Miguel José Teixeira
27/06/2020 21:42
Senhores,

Quase Doutor

Depois do fracasso no Ministério da Educação, cujo estafeta fugiu para o Tio Sam, o "capitão zero-zero" inova com a indicação de Oficial Reformado da Marinha, "casi doctor".

Los hermanos estão relinchando de faceiros!

Pensando bem:

Se "La Mano de Dios", o gol histórico marcado pelo drogado Maradona no jogo contra a Inglaterra, foi validado, porque o título do novo ministro não pode ser? Trapaça por trapaça. . .
Herculano
27/06/2020 09:53
da série: o poder é transformador, inclusive entre os que pregam o cristo humilde e libertador das vaidades.

'VEDE COMO ELES SE AMAM'
Conteúdo de O Antagonista. O deputado Silas Câmara (Republicanos) tem trabalhado nos bastidores para continuar no comando da Frente Parlamentar Evangélica do Congresso por mais dois anos.

O Antagonista apurou que, quando foi escolhido líder da bancada, no início de 2019, Silas fez um acordo para que o deputado Sóstenes Cavalcante (DEM) o sucedesse no biênio 2021-2022.

O deputado do Republicanos, porém, tem procurado colegas da frente parlamentar para tentar convencê-los a continuar na função até o fim desta legislatura.

Atualmente, a bancada evangélica é formada por 195 deputados e 8 senadores.
Herculano
27/06/2020 09:34
da série: em plena crise econômica, em plena crise das empresas de jornalismo impresso que as pegou na mudança tecnológica e de hábito de consumo, em plena guerra institucional patrocinada pela direita para desacreditar os veículos de comunicação tradicionais substituindo milícias digitais a soldo de dinheiro público ou de gente que sustenta ideologias, houve aumento de assinaturas dos jornais. E por que? Porque são fontes acreditadas, fizeram investimentos em pautas investigativas e principalmente formaram times de gente com opinião plural. No novo modelo competitivo e que exala credibilidade não há espaço para jornalismo chapa branca.

MAIOR JORNAL DO BRASIL, FOLHA CONSOLIDA CRESCIMENTO DIGITAL

Aumento de assinaturas durante a crise do coronavírus amplia liderança de circulação entre os veículos brasileiros.

A Folha é o jornal de maior circulação do Brasil. Pioneiro no modelo de assinatura digital no país, o veículo obteve nos últimos meses crescimento expressivo da audiência paga de sua versão online, consolidando sua liderança também nesse segmento.

Em maio, a Folha vendeu em média 338.675 exemplares diários, na soma de suas versões digital e impressa. O segundo lugar do ranking coube ao Globo, com 333.653. Em terceiro aparece O Estado de S. Paulo, com 240.093. Os dados são do IVC Brasil (Instituto Verificador de Comunicação).

Os números do IVC mostram que em maio a Folha cresceu 0,69% na comparação com o mês anterior. O Estado subiu 0,66%, enquanto O Globo caiu 0,54%.

A Folha lidera o ranking digital com 268.557 assinantes digitais. O Globo tem 245.440, e o Estado, 150.852.

O crescimento das vendas de assinaturas digitais foi de 200% durante a cobertura da pandemia. No período, o jornal lançou uma oferta de seis meses de assinatura gratuita para profissionais da área da saúde.

Ainda em abril, a Folha registrou seu recorde de audiência, com 73,8 milhões de visitantes únicos, segundo dados do Google Analytics. Esses internautas realizaram 176,9 milhões de visitas e clicaram em 428,4 milhões de páginas.

Com a cobertura da crise do coronavírus e da crise política do governo Bolsonaro, o jornal registrou ainda acessos recordes em seus aplicativos da Folha Impressa.

Disponíveis da Apple Store e Play Store, os apps oferecem a réplica da edição em papel para assinantes. Só em maio, foram mais de 520 mil sessões, marca que será batida em junho.

Isso ocorre em cenário de restrição de circulação terrestre e voos pelo país, devido ao agravamento da pandemia. O transporte aéreo é um dos meios pelo qual grande parte dos exemplares do jornal é distribuído pelo Brasil.

A Folha é o único jornal presente em todas as regiões, sendo assim, um dos mais impactados em sua logística de distribuição.

"O momento só reforça a importância da Folha para o leitor. A relevância do noticiário que produzimos é maior que nunca, e como nossa oferta de produtos é ampla. A Folha não deixa de chegar a quem precisa e quer informação de qualidade", afirma Anderson Demian, gerente geral de mercado leitor.?
Herculano
27/06/2020 09:17
FUNDAÇÃO DE SC FINANCIARÁ PROJETO DE TECIDO PULMONAR PARA TESTAR MEDICAMENTO CONTRA COVID-19, por Mônica Bérgamo, no jornal Folha de S. Paulo

Material terá três dimensões, o que permite maior semelhança com o pulmão humano

A Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação de Santa Catarina (Fapesc) financiará um projeto que desenvolverá tecido pulmonar a partir de bactérias. O objetivo é analisar a ação do novo coronavírus no pulmão e testar medicamentos contra a Covid-19.

LABORATóRIO
O projeto da startup Biocelltis, que conta com aporte de R$ 95 mil de Fapesc, dispensa estudos em humanos nas fases iniciais de análise. O tecido será produzido em três dimensões (3D), o que permite maior semelhança com o pulmão humano.
Herculano
27/06/2020 09:12
RUMO A DOIS RECORDES

A Covid 19 deve superar hoje a 500 mil (meio milhão) mortes no mundo. Mas, deve ter muita coisa escondida por ai, a começar na própria China.

Aqui a gripizinha definida pelo governo de Jair Messias Bolsonaro, sem partido, e que afundou a economia, ruma para os 60 mil mortos entre domingo e segunda.
Herculano
27/06/2020 09:07
da série: é uma atrás da outra. Quando gente esclarecida frauda o próprio currículo para levar vantagem competitiva naquilo que não conhece...

MINISTRO DA EDUCAÇÃO EDITA CURRÍCULO APóS REITOR NÃO RECONHECER DOUTORADO

Conteúdo de O Antagonista. Carlos Alberto Decotelli editou o seu currículo Lattes após o reitor da Universidade de Rosario, Franco Bartolacci, revelar a O Antagonista que ele foi reprovado no exame de qualificação pela banca de doutorado em administração.

Na mudança, Decotelli retirou o título de sua tese "Gestão de Riscos na Modelagem dos Preços da Soja" e o nome do orientador, Antonio de Araujo Freitas Jr.

No lugar, o novo ministro da Educação deixou apenas "créditos concluídos" e "ano de obtenção: 2009". Sobre o orientador, Decotelli informa agora: "Sem defesa de tese".
Herculano
27/06/2020 08:43
da série: a criminosa forma de higienizar ao gosto do poder de plantão a história da humanidade, civilizações, povos, etnias e estado. Daqui a pouco as disciplinas de História e Antropologia terão que ser eliminadas por falta de conteúdo.

DERRUBADA DE ESTÁTUAS É A IMPOSIÇÃO DO ESQUECIMENTO, por Demétrio Magnoli, geógrafo e sociólogo, no jornal Folha de S. Paulo

Uma estátua erguida no passado não representa uma celebração presente.

A Oxford Union, representação dos estudantes da Universidade de Oxford, votou a favor da campanha "Rhodes deve cair", iniciada numa universidade sul-africana com o objetivo de remover a estátua de Cecil Rhodes da fachada de um dos edifícios da universidade britânica.

No fim, a estátua fica, graças à pressão exercida por grandes doadores de Oxford. O dinheiro dobrou os intelectuais, impedindo-os de agir como vândalos, coisa que gostariam de fazer.

Rhodes é o maior ícone do imperialismo britânico na África. A sua figura personifica a ideia racista da "missão civilizatória do homem branco" que impulsionou o empreendimento colonial do outono do século 19. As sementes do apartheid na África do Sul e na Rodésia do Sul (atual Zimbábue) foram plantadas no solo que ele arou.

Os vândalos do bem escolheram o alvo certo. Assim como os intelectuais de ontem, que ergueram estátuas para celebrar as ideias hegemônicas da época, os de hoje estão dispostos a derrubá-las em nome do mesmo princípio covarde.

Uma estátua é uma cicatriz da história, uma marca inscrita pelo passado no corpo paisagístico da sociedade. Nas praças, nos parques ou nas ruas, as estátuas alertam-nos sobre o passado - ou melhor, sobre incontáveis camadas de passados. A derrubada desses símbolos revela o desejo tirânico de exterminar a memória social.

Uma estátua erguida no passado não representa uma celebração presente de um personagem ou de uma ideologia, mas apenas a prova material de que, um dia, em outra época, isso foi celebrado.

Sua derrubada não é um chamado à reflexão sobre os erros, os crimes, a tragédia e a dor, mas a imposição do esquecimento.

A transferência das estátuas malditas para museus ou parques temáticos, retirando-as de seus contextos, tem efeito similar. Num caso, como no outro, trata-se de higienizar os lugares de circulação cotidiana, reservando o exercício da memória a uma elite de especialistas da memória.

Rhodes, o pecador, não está só. De Pedro, o Grande, a Thomas Jefferson, de Marx a Churchill, de Machado de Assis a Monteiro Lobato, ninguém passa no teste contemporâneo dos valores.

A lógica férrea do vandalismo do bem conduz a um programa de terra arrasada. O rastilho de fogueiras purificadoras nada poupará, a não ser as novas estátuas esculpidas pelos próprios vândalos do bem, que virão a ser derrubadas por seus futuros seguidores. O presente perpétuo ?"eis a perigosa ambição dessa seita de iconoclastas.

Lenin caiu, às centenas, por toda a antiga Alemanha Oriental, nos meses loucos que se seguiram à queda do Muro de Berlim. Aquilo foi uma revolução popular. As estátuas derrubadas eram a representação pública de um poder real, opressivo e totalitário.

"Borba Gato, matador de índios e proprietário de escravos, deve cair." Os alemães que limpavam as ruas do Lenin onipresente estavam mudando o presente. Os vândalos do bem investem contra sombras do passado. Mascarados de radicais, eles ajudam a desviar os olhares das iniquidades do presente.

Quem tem o direito moral de suprimir os lugares da memória? Se concedermos esse direito aos vândalos do bem, como negá-lo a governos eleitos democraticamente? E, se é assim, como criticar a remoção da estátua de Imre Nagy, líder da revolução democrática húngara de 1956, pelo primeiro-ministro Viktor Orbán, um nacionalista de direita aliado de Vladimir Putin? Ou como impedir que Jair Bolsonaro ou algum assecla eleito derrube a escultura "Vlado Vitorioso", homenagem a Vladimir Herzog implantada numa rua do centro de São Paulo?

A Universidade de Oxford tem quase mil anos. Há pouco mais de um século ela cantou as glórias do imperialismo britânico. O registro esculpido na sua fachada será preservado e cercado por texto de contextualização histórica. Os vândalos do bem perderam essa ?"mas não desistirão de acender fogueiras.
Herculano
27/06/2020 08:33
PESQUISA: 56% NÃO CONSIDERAM A PM VIOLENTA, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou neste sábado nos jornais brasileiros

Levantamento exclusivo Paraná Pesquisas/Diário do Poder mostra que a percepção da população brasileira sobre o trabalho das polícias militares em todo o Brasil não é a tragédia que o noticiário habitual deixa entender: para 55,9% dos entrevistados, a Polícia Militar não é violenta. Segundo 38,1% a PM é violenta e 6% não sabe/não opinou. A PM só é considerada mais violenta que não-violenta entre os jovens.

HISTóRIA É OUTRA

A maior percepção positiva da PM está entre os entrevistados com educação até o ensino fundamental: para 62% a PM não é violenta.

RELAÇÃO INVERSA

A relação com a PM é inversa à escolaridade: para 55,1% de quem estudou ensino médio, a PM não é violenta. Com ensino superior, 48%.

UM RECORTE

Apenas para jovens de 16 a 24 anos, a PM é mais violenta (52,7%) que não-violenta (41,9%). Jovens representam 14,8% dos entrevistados.

DADOS DA PESQUISA

O Paraná Pesquisas entrevistou 2.258 pessoas de 194 municípios nos 26 estados e no DF, entre 23 e 26 de junho. A margem de erro é 2%.

PROMOTOR CRITICA 'ZONA DE SEGURANÇA' PARA O TRÁFICO

O procurador Marcelo Rocha Monteiro criticou duramente, nesta sexta (26), a liminar do ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), proibindo a polícia de agir contra os traficantes nas favelas do Rio de Janeiro, durante a pandemia. Para ele, a liminar criou uma "zona de segurança" para atuação dos bandidos "Enquanto os traficantes agem livremente, um jornalista foi preso em razão das posições políticas que defende", disse ele, referindo-se a Oswaldo Eustáquio, mais um 'ativista bolsonarista' que o ministro Alexandre de Moraes mandou prender.

O QUE ESTÁ POR TRÁS

Marcelo Rocha Monteiro desconfia das intenções dos autores da ação, o PSB e ONGs. "Duas delas são velhas conhecidas minhas", ironizou.

PELO FIM DAS PRISõES

Ele citou as ONGs Conecta e Justiça Global, que há anos se dedicam à curiosa campanha de "desencarceramento" principalmente de traficantes.

INACREDITÁVEL

A polícia está proibida de subir o morro, por exemplo, para fazer perícia do caso Cauã, um menino de 11 anos morto por traficantes.

BARBAS DE MOLHO

Recentes movimentos da Polícia Federal no Amapá têm preocupado a turma do presidente do Senado, Davi Alcolumbre. Sua aliada, Maria Orlanda, prefeita de Oiapoque, foi afastada por suspeita de corrupção.

METAS DE DECOTELLI

O novo ministro da Educação, Carlos Decotelli, disse que ao final da "entrevista desemprego", perguntou a Bolsonaro qual a orientação. O presidente respondeu: "Gestão, integração e diálogo, talquei?"

VAI QUE É TUA, STF

Fake news do jornal espanhol El País indignou o governo português: "Portugal ordena o confinamento de três milhões de lisboetas", disse em manchete, ontem. Mas mentira de jornalão é apenas "erro de apuração".

CEM LEILõES

Bolsonaro quer fazer este ano 100 leilões de bens apreendidos de traficantes, dez vezes mais que em 2019, segundo revelou nesta sexta o ministro André Mendonça (Justiça). Até Ferraris vão a leilão, disse ele.

QUEDA DE BRAÇO

Levando pancada todo dia do deputado Hildo Rocha (MDB-MA), o governador do Maranhão, Flávio Dino, já percebeu que o MDB estadual tem outros planos e trabalha forte no interior para conquistar prefeituras.

ESQUECERAM DE MIM

O governo esqueceu Robson Santos da Silva como secretário Especial de Saúde Indígena. Indicado por Luiz Henrique Mandetta, ele acumula diversos tropeções no cargo em desfavor da comunidade indígena.

BOMBANDO

Entrevista do senador e ex-presidente Fernando Collor bateu recorde de audiência, nesta sexta (26), do programa Capital Meio Dia, da rádio Capital FM de Campo Grande (MS), apresentado por Joel Silva.

PERDA DE TEMPO

Virou objeto de deliberação do Conselho Nacional do Ministério Público a participação de membros do MP de Sergipe em grupos de WhatsApp. O que devia facilitar o trabalho na pandemia, virou motivo de "mimimi".

PENSANDO BEM...

...os 'gafanhotos' da Praça dos Três Poderes provocam muito mais danos à sociedade que a tal nuvem.
Herculano
27/06/2020 08:25
da série: o que os sindicalistas, jornalistas, socialistas, políticos e servidores públicos com estabilidade chamam de emprego precário do setor privado que lhes sustenta é o que se pratica nos países desenvolvidos. Eles preferem que nem haja essa precariedade, mas o desemprego, a humilhação psicológica, a submissão pelo bico ou a miséria e a dependência das migalhas do estado, cada vez mais empobrecido pelas obrigações com as fantasias, altos salários, privilégios e penduricalhos na ativa e nos aposentados do serviço público, para gente produtiva, jovem com ou sem formação. Nem a perspectiva do primeiro ou do simples emprego que lhe restabeleça a dignidade de sobrevivência, essa gente quer para os brasileiros que verdadeiramente sustentam o Brasil. Hipocrisia abunda.

RENDA BRASIL ABRIRÁ PORTA AO EMPREGO PRECÁRIO, por Julianna Sofia, secretária de Redação da sucursal de Brasília do jornal Folha de S. Paulo

Haverá poucos direitos e encargos trabalhistas reduzidos

Nas palavras do ministro Paulo Guedes (Economia) foi uma ideia "espetacular" do presidente Jair Bolsonaro a proposta de estender o auxílio emergencial por três meses em parcelas de R$ 500, R$ 400 e R$ 300. De tão estupenda, Luiz Eduardo Ramos (Secretaria de Governo) não se conteve. Num - improvável - lapso, antecipou nas redes sociais medida que horas mais tarde coube ao chefe anunciar, sem oficializar.


Decerto, Ramos não é um tolo a atropelar por descuido a hierarquia do Palácio do Planalto. Assim como Guedes não acha a proposta lá essas coisas - há algumas semanas defendia apenas R$ 200 por um, dois meses. E Bolsonaro está longe de ser uma mente privilegiada, segundo avaliam 54% dos eleitores no Datafolha. Recentemente chegou a dizer que vetaria qualquer valor aprovado pelo Congresso que superasse duas parcelas de R$ 300.

Diante do abismo da desigualdade social, que se acentua com os efeitos da pandemia, o governo revela inabilidade em lidar com o tema. Pressionado a prorrogar o auxílio emergencial e vendo avançar o debate na sociedade e no Legislativo pela criação de um programa de renda mínima permanente, passa a agitar canhestramente bandeira que nunca empunhou.


Em ritmo acelerado, prepara o Renda Brasil a reboque da visibilidade conquistada com o auxílio de R$ 600. O programa se propõe ambicioso na sucessão do Bolsa Família, via extinção de iniciativas sociais, como o seguro-defeso e o abono salarial.

Por descrer em políticas de transferência de renda como solução, receberá de braços abertos os beneficiários do Renda Brasil, mas já com o dedo a lhes indicar a porta da rua. Num eufemismo guediano, a saída do novo programa ganha nome de "rampa de acesso". Quem por ela passar, estará habilitado a um plano de empregos para pessoas de baixa renda e sem qualificação. Será possível ao empregado manter o benefício assistencial, com valor menor.

Haverá poucos direitos e encargos trabalhistas reduzidos
Herculano
27/06/2020 08:02
da série: os recados dos bandidos acuados para seus parças para que não os deixem no a pé no caminho do inferno. Queiroz diz que vai negociar uma "delação premiada" e Wassef diz que aliados estabelecidos em quadrilhas não dão as costa um para o outro. Ai, ai, ai. O bolsonarismo repete o PT, a esquerda do atraso e o centrão naquilo que tinham de pior e se prometeu combater ou pelo menos não repeti-lo?

WASSEFF: "NÃO SE DEVE PASSAR AS COSTAS PARA ALIADOS", por Josias de Souza

Quando Fabrício Queiroz foi preso num simulacro de escritório de Frederick Wasseff em Atibaia, confesso que tive má impressão do então advogado da família Bolsonaro. O doutor parecia ter violado a ética da advocacia e a própria legislação. Mas depois de ler as manifestações mais recentes de Wasseff fiquei me sentindo culpado por desconfiar dele. Estamos diante de uma alma superior.

Wasseff contou à revista Veja que soube que Fabrício Queiroz estava às voltas com um câncer. Ficou sensibilizado. O amigo Jair Bolsonaro tinha cortado contato com Queiroz. O ex-chefe Flávio Bolsonaro se distanciou completamente do operador da rachadinha. E Wasseff decidiu ajudar. Fez isso não porque era advogado de Flávio, mas por razão "100% humanitária", como declarou este ser humano especial.

Depois, Wasseff descobriu que havia uma trama para matar Queiroz e colocar a culpa na família Bolsonaro, acusando o presidente e seu filho de queima de arquivo para evitar uma delação. O que seria, naturalmente, uma fraude. A partir desse momento, além de proteger a vida de Queiroz, Wasseff passou a favorecer o presidente e seu filho, evitando que um cadáver lhes caísse no colo. Fez isso sem avisar aos Bolsonaro. O presidente poderia ter acionado a Polícia Federal. Mas por que preocupá-lo com algo tão trivial? O doutor revelou-se um sublime cultor da amizade.

Tratado como criminoso, Wasseff diz que o Judiciário e o Ministério Público do Rio deveriam lhe agradecer. Não fosse por suas iniciativas, Queiroz não estaria vivo. Bolsonaro e sua família estariam sendo investigados por um suposto assassinato. O advogado disse ter pedido desculpas ao presidente pelos dissabores que possa ter causado. Mas não receia ser esquecido pela primeira-família. Além de todas as qualidades que fazem dele um ser notável, Wasseff realça sua lealdade. "Não traio ninguém nunca."

Wassef pronunciou uma frase simbólica: "Não se deveria virar as costas para antigos aliados." Um observador maldoso poderia interpretar como um recado. Mas Wasseff se declara apaixonado por Bolsonaro: "Amo o presidente", disse ele. Confesso que fiquei decepcionado comigo mesmo por ter pensado mal de alguém como o doutor Wasseff. Se alguém tem culpa nessa história, sou eu.
Miguel José Teixeira
27/06/2020 07:58
Senhores,

Edição das 7, URGENTE!

A corruPTa, obsoleta, repugnante e inútil ALERJ - Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro saiu do noticiário policial e entrou na faixa comercial, a nível nacional.

Acabei de assistir no Globo News, Edição das 7, matéria paga da ALERJ, tentando limpar sua imagem com o dinheiro público.

Interessa a algum cidadão, de outra Unidade da Federação, o que a ALERJ faz, alegando ser em benefício dos cariocas?

Já engolimos comerciais na TV paga. Um absurdo!

Agora, engolir matéria paga com dinheiro público de um Estado como o Rio, que se encontra naquele estado, é dose cavalar.

Com a palavra o Ministério Público.
Herculano
27/06/2020 07:56
BANDEIRAS ESMIGALHADAS, por Helio Schwartsman, no jornal Folha de S. Paulo

É difícil vislumbrar um futuro tranquilo para o governo Jair Bolsonaro

O governo Bolsonaro é tão "sui generis" que deu férias para a oposição. Ele mesmo se encarrega de sabotar a si próprio. Mas, se tivéssemos uma oposição atuante, ela estaria agora empenhada em explorar ao máximo a notícia, divulgada pelo Ministério Público do Rio de Janeiro, de que Flávio Bolsonaro usou dinheiro vivo supostamente recolhido por Fabrício Queiroz em gastos pessoais.

É uma situação de puro simbolismo. Verbas públicas desviadas para o pagamento de despesas indisfarçavelmente pessoais como a escola das filhas e o plano de saúde da família são, no imaginário popular, a definição mesma de corrupção.

A confirmar-se uma denúncia sólida de envolvimento do filho número um num caso de desvio de dinheiro público, vai-se uma das últimas racionalizações ainda usadas pelo eleitor não arrependido de Bolsonaro: "pelo menos é honesto". A honestidade, afinal, exigiria do primeiro mandatário, senão que denunciasse o próprio rebento, ao menos que não violasse princípios republicanos para protegê-lo.

No mais, embora a claque finja não ver, até as pedras sabem que Queiroz é muito mais um homem de Jair do que de Flávio e que existe um cheque suspeitíssimo depositado na conta da mulher do presidente.

Uma a uma, estão caindo todas as bandeiras defendidas por Bolsonaro durante a campanha eleitoral. A retórica antissistema se foi com a aliança com o centrão. O discurso liberal é cada vez mais escanteado, em parte porque a epidemia exige mesmo maior atuação do Estado, em parte porque a conversão de Jair nunca foi autêntica. A promessa de combater a corrupção, que já sofrera abalo com a demissão de Sergio Moro, vira agora migalhas.

É difícil vislumbrar um futuro tranquilo para o governo. Hoje, só temos duas certezas: a economia ainda vai piorar bastante e a epidemia vai fazer muito mais vítimas antes de refluir. Nenhuma delas sugere dias fáceis para Jair Bolsonaro.
Herculano
26/06/2020 19:55
da série: o caráter é preciosidade necessária que falta para a maioria dos brasileiros que pedem dos outros correção, postura e ética.

47% DOS MILITARES QUE RECEBERAM CORONAVOUCHER DEVOLVERAM DINHEIRO, DIZ DEFESA, por César Feitoza, em O Antagonsita.

Levantamento feito pelo Ministério da Defesa mostra que 47% dos militares que receberam os R$ 600 do coronavoucher devolveram o dinheiro.

Segundo a pasta, 53.459 pessoas receberam o auxílio emergencial, incluindo pensionistas e anistiados. Antes, a pasta estimava em mais de 700 mil o número de militares beneficiados irregularmente.

"No curto prazo de menos de um mês, como resultado do esforço, até 12 de junho, 25.299 pessoas já haviam restituído os valores recebidos. O processo de restituição continua em andamento. Os valores que eventualmente não forem restituídos no decorrer deste mês serão descontados mediante glosa, em folha de pagamento", informou a Defesa, em nota.

A Defesa também comunicou que eventuais questões disciplinares que possam ter ocorrido serão "apuradas no âmbito de cada Força Armada, de acordo com a legislação vigente".

VOLTO

Mas, os membros das Forças Armadas não eram os guardiões da honestidade neste país e livres de atos corruptos? Ai, ai, ai.
Herculano
26/06/2020 18:40
FABRÍCIO QUEIROZ NEGOCIA DELAÇÃO PREMIADA COM O MINISTÉRIO PÚBLICO DO RIO DE JANEIRO POR PROTEÇÃO A SUA FAMÍLIA?

HUM. É RECADO PARA OS MILICIANOS IREM ATRÁS E PRESSIONAR O CLÃ BOLSSONARO POR SOLUÇõES

Herculano
26/06/2020 18:35
da série: quando um advogado deixa a causa do cliente e passa a ser parte do problema e da exposição perante a sociedade e a legislação.

WASSEF MUDA VERSÃO E DIZ QUE ESCONDEU QUEIROZ PARA EVITAR ASSASSINATO

Conteúdo do Congresso em Foco. Texto de Erick Mota, de Brasília. O advogado Frederick Wassef apresentou uma terceira versão para o aparecimento de Fabrício Queiroz em sua casa em Atibaia (SP), no interior de São Paulo. Segundo ele, o amigo de três décadas de Jair Bolsonaro sofria ameaças de morte, se o assassinato acontecesse, tentariam incriminar o presidente. Wassef afirma que a família Bolsonaro não sabia que ele tinha escondido o ex-assessor de Flávio. As declarações foram dadas para a revista Veja.

"Passei a ter informações de que Fabrício Queiroz seria assassinado. O que estou falando aqui é absolutamente real. Eu tinha a minha mais absoluta convicção de que ele seria executado no Rio de Janeiro", disse.

Segundo Wassef, o plano de matar Queiroz tinha como objetivo final incriminar Jair Bolsonaro. Porém, o advogado não teria informado aos clientes sobre a situação e nem mesmo recorrido à polícia. Em vez disso, o advogado diz que agiu por conta própria e escondeu Queiroz.

"Além de terem chegado a mim essas informações, eu tive certeza absoluta de que quem estivesse por trás desse homicídio, dessa execução, iria colocar isso na conta da família Bolsonaro. Havia um plano traçado para assassinar Fabrício Queiroz e dizer que foi a família Bolsonaro que o matou em uma suposta queima de arquivo para evitar uma delação", disse.

"Eu tive informações absolutamente procedentes e formei a minha convicção de que iriam matar Queiroz e iriam colocar a culpa no presidente Bolsonaro para fazer um inferno da vida dele. Na verdade, seria uma fraude. Algo parecido com o que tentaram fazer no caso Marielle, com aquela história do porteiro que mentiu", afirmou.

O ex-advogado de Flávio e Jair Bolsonaro, figura muito presente no Palácio do Alvorada e no Planalto, havia dito que não sabia onde estava Queiroz. Após o ex-assessor de Flávio ser encontrado em sua casa, ele negou que Fabrício Queiroz estivesse morando lá.

"Nunca escondi ninguém na minha vida. Queiroz não morou naquela localidade por mais de um ano, isso também não é verdade", havia dito o advogado após o ex-assessor ser encontrado em sua casa. Veja a entrevista que ele deu para a TV Cidade Verde em reportagem exibida no dia 22.

Agora, portanto, apresentou uma terceira versão, onde confirma que escondeu o amigo do presidente sem a ciência do chefe do Executivo.

O terreno onde Queiroz foi encontrado pertence a Wassef e sua ex-esposa, Cristina Boner Leo, que é a dona da Globalweb Outsourcing, empresa que tem contratos que ultrapassam a soma dos R$ 218 milhões com o governo federal.

No último dia 24, o Tribunal de Contas da União (TCU) e a Procuradoria-Geral da República (PGR) foram acionados por deputados do PT para apurar e tomar medidas legais cabíveis diante de possíveis irregularidades em contratos firmados entre a empresa Globalweb Outsourcing e o governo Jair Bolsonaro.

Em resposta à reportagem do UOL que revelou os contrato, Cristina Boner Leo afirmou que "todos os contratos conquistados junto ao governo foram resultados de processos licitatórios eletrônicos disputadíssimos, vencidos de forma transparente e lícita. Contaram com a competição de dezenas de empresas concorrentes e muitos lances de descontos em relação a proposta apresentada originalmente. A empresa tem áreas de compliance, governança, auditoria interna e externa, central de denúncias e um quadro de executivos de mercado que demonstra a lisura e a correção com que atua no mercado", disse em nota.
Herculano
26/06/2020 18:29
da série: a hermenêutica própria e contra lei expressa e contra decisões apenas para favorecer os poderosos de plantão.

DESEMBARGADOR QUE LIVROU FLÁVIO QUERIA ANULAR CONTRA 95 INVESTIGADOS POR RACHADINHAS, por Renan Ramalho, em O Antagonista.

O desembargador Paulo Rangel, autor do voto decisivo que deu foro privilegiado a Flávio Bolsonaro, queria anular não só as provas contra ele, mas de outras 94 pessoas que foram investigadas na primeira instância pelo esquema de rachadinha.

Além de Flávio e Fabrício Queiroz, seriam beneficiadas a loja de chocolates do senador e sua esposa, Fernanda Antunes Figueira Bolsonaro, mais empresas, ex-assessores e familiares suspeitos de colaborarem para o esquema, alvos de quebras de sigilo e buscas e apreensões determinadas no ano passado pelo juiz Flávio Itabaiana, de primeira instância.

A lista inclui também a mulher de Queiroz, Márcia Oliveira de Aguiar (atualmente foragida) e a filha Nathalia Queiroz, que já ocupou cargo na Alerj e no gabinete de Jair Bolsonaro na Câmara dos Deputados

Todos respondem no inquérito por peculato, lavagem de dinheiro e/ou organização criminosa.

Em seu voto, Paulo Rangel considerou que, como, para ele, Itabaiana não tinha competência para supervisionar a investigação, todos os seus atos no caso seriam nulos, citando a teoria dos "frutos da árvore envenenada, isto é, os vícios da planta transmitem-se aos seus frutos".

"CONCEDO HABEAS CORPUS DE OFÍCIO, aplicando o artigo 580 do CPP, estendendo os efeitos subjetivos da decisão aos demais investigados, considerando ainda que 95 pessoas de 'uma só canetada' tiveram seus direitos constitucionais atingidos e violados".

O voto só não prevaleceu por causa da desembargadora Mônica Tolledo que, apesar de votar pela remessa do caso ao ?"rgão Especial, manteve válidos os atos de Flávio Itabaiana.

A relatora, Suimei Cavalieri, votou para manter o caso com o juiz, por entender que ele sempre teve competência e, portanto, teve legitimidade para autorizar as diligências e coletar as provas.
Miguel José Teixeira
26/06/2020 12:11
Senhores,

"É o Brasil. É o faz de conta", diz Marco Aurélio sobre decisão pró-Flávio. (UOL)

E não é que ele tem razão?

Muitos querem adiar a eleições municipais por causa do coronavírus.

Já o STF, pelo mesmo motivo, antecipou as suas, que parece-nos ser de "mentirinha", pois todos já sabiam quem seria o próximo presidente.

O Brasil, definitivamente, não é para amadores.

Porém, como D. Pedro I já havia sido alertado pelo pai, D. João VI, é profícuo para aventureiros. . .
Miguel José Teixeira
26/06/2020 09:25
Senhores,

1) A Rádio Cercadinho informa que ouviu o seguinte diálogo entre um assessor puxa-saco e a ministra damares:

- Ministra, adorei o DECOTElli!
- Não seja indecoroso, menino!

Mais tarde ela descobriu que Decotteli era o ministro da Educação e não o decote de sua blusa.

2) Ninguém reparou no decote da dilma dos bolsominions, a tal sara winter.

Reparou-se apenas em sua vistosa "tornozeleira giromini".

3)Parece-me que muita gente grande anda lendo esse democrático espaço do Herculano Domício.

Já teclei aqui sobre a "metamorfose" do "Jairzinho paz & amor". Duas expressões utilizadas em artigo abaixo replicado.

Corroboração de que o Glorioso Cruzeiro do Vale está no caminho certo!
Herculano
26/06/2020 09:14
SOMBRAS EXPLOSIVAS DA NOSSA HISTóRIA, por Cristina Serra, no jornal Folha de S. Paulo

Com Queiroz e Wassef, o Brasil desenha círculos no tempo

Queiroz, Wassef, PC Farias e Fortunato. O que essas figuras têm em comum? A história é pródiga em personagens dos arredores sombrios do poder que, não raro, levam a desfechos trágicos. Em agosto de 1954, no episódio que ficou conhecido como o "atentado da rua Tonelero", Carlos Lacerda, o mais ferrenho opositor do então presidente Getúlio Vargas, ficou ferido e o major da Aeronáutica Rubens Vaz morreu. O crime desencadeou a crise que culminou no suicídio de Vargas. O chefe da guarda pessoal do presidente, Gregório Fortunato, acusado de ser o mandante do crime, foi condenado e morreu assassinado na prisão.

Um salto no tempo nos traz a 1992. Escândalos em série levam à criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito para investigar um tentacular esquema de corrupção chefiado por Paulo César Farias, tesoureiro da campanha do então presidente Fernando Collor. A CPI leva ao impeachment do presidente, o primeiro na história do Brasil. O que segue é enredo de cinema: PC Farias foge e é preso na Tailândia. No Brasil, é condenado, preso, mas logo posto em liberdade condicional. Em junho de 1996, duas balas certeiras matam o empresário e a namorada em sua casa de praia. O crime é um mistério até hoje.

Mais um salto e outro caso de polícia nas cercanias de um presidente, com duas peças-chave. O notório Fabrício Queiroz, suspeito de ligações com milicianos, amigo de Jair Bolsonaro e faz-tudo do filho deste, Flávio Bolsonaro, quando era deputado estadual. Segundo as investigações, Queiroz operava o esquema de "rachadinha" que beneficiava o deputado. O segundo personagem é Frederick Wassef, advogado dos Bolsonaros, pai e filho, até menos de uma semana atrás. O desaparecido Queiroz foi encontrado pela polícia na casa de Wassef.

O advogado e operador tem personalidades muito distintas. Wassef é tipo histriônico, dado aos holofotes e que, até outro dia, arrotava sua intimidade com o presidente. Já Queiroz, se valia da penumbra para articular esquemas criminosos com múltiplas ramificações. Ambos são bombas-relógio de alto teor explosivo. A história desenha círculos no tempo.
Herculano
26/06/2020 09:11
ADA SOBRE MOISÉS: "EM QUE MUNDO ELE 'VÉVE'?", por Cláudio Prisco Paraíso

Durante o governo Raimundo Colombo, Ada, emedebista de quatro costados, era secretária de Justiça e Cidadania e por mais de um ano teve o então desconhecido bombeiro da reserva Carlos Moisés da Silva entre seu quadro de colaboradores. Ou seja, é uma proximidade que já vem de algum tempo e que confere à deputada ainda mais legitimidade para criticar o chefe do Executivo

A postura do governador Carlos Moisés (PSL) diante das crises política e de saúde em Santa Catarina motivou críticas da deputada estadual Ada de Luca (MDB). A parlamentar lamentou que o governador não reconheça os equívocos cometidos e opere para desviar o foco da compra de 200 respiradores ao custo de R$ 300 milhões, que está sob investigação.

"Tem concedido cada entrevista, que me dá nos nervos. Não sei em que mundo ele 'véve'? Não é nem vive, é 'véve'. Tentou até dizer a pergunta que os repórteres têm que fazer pra ele, dizendo que imprensa não podia estar falando do caso dos respiradores, que deveria estar falando sobre a gestão dele, que ele diz que é 'exitosa'. Deus nos livre de um governo que seja um fracasso", afirmou Ada, na tribuna virtual da Assembleia Legislativa.

A parlamentar disse que concorda com Moisés na declaração de que "o melhor de Santa Catarina é o seu povo". "Santa Catarina anda praticamente sozinha, basta o governo não atrapalhar, se ajudar, como os governos anteriores ajudaram, nós somos um Estado de excelência", disse a deputada.
Herculano
26/06/2020 09:07
ISOLANDO-SE DO FILHO, CAPITÃO EVITA QUEIROZ-VÍRUS, por Josias de Souza.

A prisão de Fabrício Queiroz transformou Jair Bolsonaro em adepto do isolamento social. O presidente distanciou-se do próprio filho. Decorridos oito dias, não pronunciou em público uma mísera palavra de solidariedade a Flávio Bolsonaro. Pesquisa Datafolha divulgada nesta sexta-feira revela que, por enquanto, a estratégia funcionou. O Queiroz-vírus ainda não infectou a imagem de Bolsonaro a ponto de enviar sua Presidência para um respirador.

A quantidade de pessoas que não acreditam no envolvimento de Bolsonaro no caso da rachadinha (46%) é superior ao número de eleitores que apostam que o presidente é cúmplice do primogênito (38%). Entre os que se declaram bolsonaristas, a confiança na isenção do presidente é quase absoluta. Oito em cada dez devotos de Bolsonaro declaram acreditar na inocência do mito.

Foi grande o interesse dos brasileiros pela transferência de Queiroz do cafofo mantido em Atibaia por Frederick Wasseff, ex-advogado dos Bolsonaro, para uma cela no Rio de Janeiro. Disseram ter tomado conhecimento da prisão 75% dos entrevistados. Desse total, 64% acham que Bolsonaro sabia do paradeiro de Queiroz. O próprio presidente falou sobre o tema numa live transmitida na semana passada. Associou a presença do amigo em Atibaia a um tratamento contra o câncer.

A despeito de tudo, a popularidade de Bolsonaro se manteve estável. Sua taxa de aprovação, que era de 33% no final de maio, escorregou para 32%. A reprovação oscilou de 43% para 44%. Bolsonaro vai se consolidando como o presidente de um terço dos brasileiros.

Os dados reforçam a impressão de que a blindagem anti-Queiroz, montada por Bolsonaro de improviso, surtiu efeitos. Além de tomar distância do próprio filho, o presidente exibe um comportamento inusual. Já não dá a mesma atenção ao cercadinho do Alvorada. Ergue a bandeira branca para o Legislativo e o Supremo.

Na live desta quinta-feira, após anunciar a prorrogação do pagamento do vale corona por mais três meses -"R$ 500, R$ 400 e R$ 300" - Bolsonaro pediu a um sanfoneiro que tocasse "Ave Maria" em homenagem aos mortos do coronavírus. Mais um pouco e acaba virando um ex-Bolsonaro.
Herculano
26/06/2020 09:04
A CPI ESTÁ DIANTE DE UMA ENCRUZILHADA, por Roberto Azevedo, no making of

O secretário Amândio João da Silva Júnior, da Casa Civil, conversou na última quarta (24) com o governador Carlos Moisés sobre o episódio da foto em que aparece ao lado de um depoente e investigado pela força-tarefa, que virou assunto retumbante do final da reunião da CPI dos Respiradores.

O chefe da Casa Civil explicou que a videoconferência foi no dia 22 de abril e que desde então não mais conversou com Samuel de Britto Rodovalho, de quem é amigo, e que nunca trataram da venda de respiradores, nem antes nem depois do episódio.

O mais interessante é que a CPI tem o registro, retirado do telefone celular quebrado de Rodovalho como um trunfo, sem contextualizar que Amândio não estava mais no governo, que foi um encontro de empresários, e nem mesmo o atual assessor Sandro Yuri Pinheiro, farmacêutico, estava no governo à época.

Há dois fatores que fazem a CPI focar em Amândio: o fato dele ter trazido o empresariado para dentro do governo, o que pode, em futuro próximo, aumentar a pressão sobre os deputados, e dele ter, por missão, diminuir a tensão e buscar o apoio dos deputados às pautas da administração Moisés, o que pode significar que falta munição contra o governador.
DETALHE

Embora a foto com Rodovalho tenha sido assunto estrondoso na comissão, a época do ocorrido foi três semanas depois do pagamento antecipado de R$ 33 milhões pelos respiradores à Veigamed, ou seja, o representante da Cima, que se coloca como amigo de Amândio, já havia perdido, por duas vezes, a chance de vender os aparelhos.

Outro ponto a ser considerado, antes do chefe da Casa Civil ir à Assembleia na próxima terça, é o de que Amândio não figurou nem como testemunha nem como investigado pela força-tarefa, sequer foi convidado a depor no Gaeco ou na Deic. A relevância política da foto parece ter sido maior do que o objeto do inquérito.

APERTOU

A CPI decidiu pedir o afastamento do controlador-geral do Estado Luiz Felipe Ferreira por considerar que ele foi "omisso e inoperante" no processo de compra dos 200 respiradores.

Mal havia sido divulgada a decisão, que depende de análise do plenário da Assembleia, e os advogados Rodolfo Macedo do Prado e Rycharde Farah, que defendem Ferreira, anunciaram que o relatório da sindicância investigativa pedida pelo controlador-geral sobre o episódio de pagamento antecipado já havia sido entregue à CPI, ao assegurarem que todas as medidas cabíveis já haviam sido tomadas.

O FOCO

A responsabilidade apontada pelo relatório recai sobre como o processo tramitou na Secretaria da Saúde, mas Ferreira garante que haverá punição para os envolvidos.

Mas o foco do controlador-geral agora está apontado para quem vazou partes do documento, episódio que será apurado com rigor, garante Ferreira. Não precisa mais, pois os deputados da CPI trataram de pôr os nomes à disposição, a velha estratégia de provocar o pré-julgamento, principalmente para revelar que, um deles, é o do atual secretário de Saúde, André Motta Ribeiro.

ANTECIPAÇÃO

O relator da CPI dos Respiradores, deputado Ivan Naatz(PL), pediu ao presidente da Assembleia, em plenário, que seja acelerada a análise dos pedidos de impeachment contra o governador Carlos Moisés e a vice-governadora Daniela Reinehr, um dos quais patrocina. Ouviu de Julio Garcia (PSD) que o tempo desta análise deve ser jurídico, não político.

Se juntar à lista a quantidade de pedidos de afastamento que faz formal e informalmente, Naatz antecipa seu relatório, mantém o protagonismo. Resta saber a reação dos demais oito integrantes da CPI.

CHEIRO DE ESCÂNDALO

A última safadeza que deve cercar o combate ao Coronavírus no Brasil é a suspeita de que empresas distribuidoras de medicamentos estejam sem receber ou na retenção de medicamentos para sedação dos pacientes de Covid-19.

Há claras manifestações de secretários da saúde e governadores de que os preços das medicações aumentaram em até 300%, um crime tão grande quanto a estocagem, que seria a maneira de lucrar na crise. Se for comprovado, cadeia é pouco.

CONTRA O CONSELHO

Senador Esperidião Amin (PP) tem razão ao afirmar que criar um conselho de regulação para evitar as fake News, ou seja, o provedor ganha o poder de censor, o troco poderá ser uma granada contra o Congresso.

Amin batalhou pela legislação, mas confronta que a legislação em debate é um futuro palanque contra o Senado, em uma "uma tramitação desastrosa", em uma casa que sequer consegue dar força à CPI das notícias falsas.

CURRÍCULO

Daniella Abreu chega ao governo do Estado na condição de secretária executiva de Assuntos Internacionais com um currículo invejável.

Ela é doutora em Engenharia pela Universidade de Birmingham, na Inglaterra, engenharia civil, trabalhou em temas como cidades do futuro, inteligentes e sustentáveis e atuou como gerente de sustentabilidade para projetos internacionais de Infraestrutura e Construção na Europa, EUA e América Latina.


PROCESSO ELETRôNICO

Colégio de Procuradores de Justiça decidiu em videoconferência que a escolha dos integrantes do Conselho Superior do Ministério Público de Santa Catarina será totalmente eletrônica este ano. A reunião virtual, presidida pelo procurador-geral de Justiça Fernando da Silva Comin, confirmou a manutenção das medidas de enfrentamento à Covid-19. E tem mais: o sistema de votação eletrônico implementado pelo MP catarinense serve de modelo nacional e o Ministério Público Federal (MPF) já utilizou a ferramenta na votação do seu Conselho Superior e a considerou a mais segura de todas.
Herculano
26/06/2020 08:51
OS CAMINHOS DA JUSTIÇA, por Merval Pereira, no jornal O Globo

O julgamento de ontem do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro mostra como são difíceis, e muitas vezes tortuosos, os caminhos da Justiça. A transferência da primeira instância para o ?"rgão Especial do TJ da competência para julgar o caso de Flavio Bolsonaro, acusado de ser o chefe de uma quadrilha que cometeu peculato com o dinheiro público - a vulgarmente chamada "rachadinha", quando um parlamentar fica com parte do salário dos funcionários de seu gabinete - beneficiou o filho do presidente por um lado, mas não anulou as provas já obtidas durante a fase em que a primeira instância cuidou do caso.

A defesa queria duas coisas: tirar o caso do juiz Itabaiana e anular todas as provas obtidas nas investigações. Teve vitória parcial, e se alguém foi beneficiado foi Flavio Bolsonaro, pois existe uma jurisprudência do Supremo Tribunal Federal (STF) de que quando o parlamentar perde o mandato, seu caso vai para a primeira instância.

A alegação de que Flavio Bolsonaro era deputado estadual quando cometeu o suposto crime, e por isso é beneficiado pelo foro privilegiado, é uma dessas interpretações distorcidas que, com os recursos, acabará sendo anulada no Supremo.

A decisão que limitou o foro privilegiado teve como relator o ministro Luis Roberto Barroso numa Ação Penal, que não produz efeito vinculante, o que quer dizer que não há obrigatoriedade de os desembargadores aderirem a ela, embora fosse recomendável.

No entanto, com a decisão de passar para a segunda instância, pela lógica todo o processo anterior deveria ter sido anulado, e o inquérito começaria da estaca zero, o que não aconteceu. Pode vir a acontecer quando a defesa de Flavio Bolsonaro recorrer ao ?"rgão Especial, órgão máximo do Tribunal de Justiça do Rio, formado por 25 desembargadores. Mas pode também o ?"rgão Especial considerar que a primeira instância é que é competente para julgar o caso, seguindo a jurisprudência do STF.

Isso tudo para dizer que Bolsonaro acusar o Judiciário de perseguir sua família por questões políticas não resiste a uma análise isenta. Desde a prisão do seu amigo Fabrício Queiroz, acusado de ter parte com às milícias e ser o coordenador da "rachadinha", Bolsonaro está completamente diferente, a começar pela feição. Sua postura no vídeo da saída do Weintraub, no mesmo dia da prisão do Queiroz, mostra como está impactado com a notícia, que o envolve diretamente, porque seu amigo foi preso na casa de Frederick Wassef, advogado dos Bolsonaro.

Desde então, está calado, evita fazer aqueles mini comícios na saída do Alvorada, baixou a crista, como se diz de um energúmeno que se submeteu à realidade. Todos seus seguidores também reduziram muito os ataques, e com ele calado, o clima politico mudou muito.

Bolsonaro não passa da retórica, nunca teve um gesto para unir as pessoas, sempre trabalha na desunião, na disputa política, na guerra. E todo dia tinha assunto novo, um ataque a alguém, a alguma instituição. Ao contrário, ontem amanheceu propondo novamente a união entre os Poderes. Esse estender de mão é consequência do impacto que foi para Bolsonaro pessoalmente a prisão do Queiroz.

Ele sabe o que está em jogo, sabe o que pode sair dali. Sabe o que fez no passado, ele, seus filhos, o Queiroz, ele sabe que os inquéritos no STF são fortes, está ficando cada vez mais claro que a interferência na Polícia Federal existiu, e que o interesse era evitar processos contra o filho Flavio senador e a prisão de Queiroz. Além do caso do impulsionamento de WhattsApp no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Só há dois problemas para esse novo acordo proposto: o primeiro é a pessoa do presidente, que não é nem controlável, nem confiável. Depois, a cabeça dele não vai mudar - a busca do poder sem limitações, de que o Executivo tem que comandar, que o Legislativo e o Judiciário o impedem de governar. Ninguém ganha espírito democrático tendo sido autoritário a vida inteira.

Qual é a solução para esse caso? Que Bolsonaro esqueça a tese de golpe, esqueça a tentativa de controlar outros Poderes, se adapte à democracia representativa, ao presidencialismo de coalizão e faça acordos com partidos políticos no Congresso dentro da legalidade. Mas entendendo que isso não absolve o Queiroz, nem o Flavio, nem o Jair de nada do que fizeram.
Herculano
26/06/2020 08:48
JAIRZINHO PAZ E AMOR, por Eliane Cantanhêde, no jornal O Estado de S. Paulo

É melhor 'presidente banana' que ex-presidente prematuro e Bolsonaro tenta uma inflexão

A escolha do professor Carlos Alberto Decotelli da Silva para o estratégico e sofrido Ministério da Educação é mais um passo na metamorfose do presidente Jair Bolsonaro em Jairzinho Paz e Amor. Decotelli é conservador, sim, e não se poderia esperar algo diferente, mas carrega um belo currículo, não tem nada a ver com o antecessor Abraham Weintraub e muito menos é do grupo "olavista". Logo, já é um avanço. Sua nomeação ocorre com Bolsonaro acuado, se enfraquecendo na área militar, e esquece manifestações golpistas e se aproxima de Judiciário e Legislativo, amenizando até a expressão facial e o tom de voz. Não à toa. São duas investigações contra ele no Supremo, uma contra Flávio Bolsonaro na Justiça Federal do Rio e outras contra parlamentares, empresários e militantes bolsonaristas, por fake news e atos golpistas, que se aproximam do "gabinete do ódio" e dos filhos do presidente.

O vice Hamilton Mourão entrou no radar, Bolsonaro finalmente concluiu que estava afundando e era hora de nadar e parar de afogar todo o resto. Essa pausa para reflexão, digamos assim, tem um papel fundamental da ala militar do governo, que manifestou incômodo com a ignorância e beligerância de Weintraub e não se dispõe a um abraço de afogados por problemas pessoais de Bolsonaro e seus filhos.

Tanto a queda de Weintraub quanto a ascensão de Decotelli, que teve uma fugaz passagem pela Marinha, têm a influência direta da ala militar, que tem tido contatos com ministros do Supremo e as cúpulas da Câmara e do Senado. Bolsonaro sempre bate no peito para demonstrar autoridade e já perguntou: "vou ser um presidente banana?". Bem, é melhor ser um presidente um tanto "banana" do que um ex-presidente antes do tempo. De um lado, os militares mostraram desconforto. Do outro, o tal Olavo de Carvalho extrapolou ao postar um vídeo, aos palavrões, ameaçando o presidente. Somados, os dois movimentos reequilibraram o jogo, com a vitória da ala militar sobre a ala ideológica não só na questão pontual do MEC, mas na estratégia de sobrevivência.

Qualquer equilíbrio, porém, é precário. Bolsonaro atacou governadores, prefeitos, STF, Câmara e Senado. E também universidades, professores, alunos, médicos, enfermeiros, ambientalistas, indigenistas, jornalistas, artistas, intelectuais, militantes dos direitos humanos, movimentos negros... E a imagem do Brasil no exterior jamais esteve tão tristemente esgarçada desde os tempos da tortura. Bolsonaro não é vítima e sim réu nesse desgaste nas relações institucionais, federativas e internacionais. E é nesse ambiente adverso que tem de enfrentar as ações no Supremo e as revelações sobre a simbiose entre Flávio, Fabrício Queiroz, Márcia Aguiar, Capitão Adriano, milícias e o imprevisível Frederick Wassef.

Aliás, por que o general Augusto Heleno, do GSI, implodiu de vez a versão mal-ajambrada de Bolsonaro para a acusação de interferência na PF? O presidente dizia que seu alvo não era a PF, mas sim a segurança dele e da família do Rio, a cargo do GSI, quando, furioso, reclamou: "Eu não vou esperar foder a minha família toda (...), porque eu não posso trocar alguém (..)." Em oficio, Heleno responde que não houve "óbices ou obstáculos" para troca nenhuma. Em um ano e meio de governo, foram três na segurança no Rio.

Assim, o presidente tirou Weintraub, nomeou um nome respeitável para o MEC, reabre o diálogo e faz a alegria do Centrão, mas a crise continua. As investigações se aprofundam e não se tem ideia de como Bolsonaro vai se virar no depoimento ao STF. Sobretudo depois de Heleno, é impossível manter a versão inverossímil. E que outra versão podem inventar? O depoimento de Bolsonaro não será mais mera formalidade. E é um problemão.
Herculano
26/06/2020 08:45
MASCARADOS DE MENTIRINHA

Tem empresa em Gaspar, com uso intensivo de pessoas, que até deu máscaras aos seus empregados. Entretanto, lá, está tudo liberado.

Quando avisada de que pode estar vindo a fiscalização, avisa os empregados para fazerem uso da máscara.

A questão não é essa da irresponsabilidade e do engana que eu gosto.

Quem está sob ameaça é o próprio empresário, sem noção.

Primeiro: ele arrisca perder mão-de-obra se houver contaminação de alguns de seus empregados. Perderá mais, se mais se contaminarem no ambiente de trabalho. Perderá ainda muito mais, se um empregado seus resolver contar o caso ao Ministério Público do Trabalho. Acorda, Gaspar!
Herculano
26/06/2020 08:39
OS QUE TOCAM A SAÚDE PÚBLICA DE GASPAR NÃO SABEM A DIFERENÇA ENTRE RESPIRADOR MECÂNICO E VENTILADORES DE RESPIRAÇÃO. INCRÍVEL. SE SABEM, NÃO POSSUEM TRANSPARÊNCIA E CAPACIDADE DE ESCLARECIMENTO. ACORDA, GASPAR!
Miguel José Teixeira
26/06/2020 08:34
Senhores,

"Lula: militar no MEC mostra que Bolsonaro transforma governo em quartel" (UOL)

Pois é. . .o ex e futuro presidiário, chefe da quadrilha que está prestes à ser rebaixada para a série "B", ainda insiste que "nóis pega peixi" do haddad é correto. Acorda, lula! Já é "ora de i trabaiá, omi"

"Qual cisne branco que em noite de lua
Vai deslizando num lago azul
O meu navio também flutua
Nos verdes mares de Norte a Sul". . .

Será que o MEC, sob o comando de um Oficial da Marinha Reformado restituirá as disciplinas EMC - Educação Moral e Cívica e OSPB - Organização Social e Política do Brasil?

A maioria dos brasileiros e principalmente os "homens públicos" não sabem o significado de "moral", "civismo" e muito menos de "organização social e política.

Certas "otoridades", ignorando esses conhecimentos, pensam e agem como se o setor público fosse a "casa-da-mãe-joana".

Prova disso, são esses constantes ataques ao erário, aproveitando-se da pandemia, rebaixando-se até a usufruir dos 600 reais de auxilio emergencial.

Em Blumenau, consta que familiares de 2 (dois) NOBRES VEREADORES pegaram carona no coronavoucher.

Infames! Desprezíveis!

E, é esse tipo de gentalha que age pela prorrogação de seus mandatos.

Em tempo: quando especializei-me em Assessoria Parlamentar na UnB, no "Monte Olimpo", apresentei uma tese sobre a EMC e OSPB, fui aclamado!
Herculano
26/06/2020 06:59
da série: uma Justiça feita com hermenêutica para proteger os pesados interesses dos poderosos de plantão.

TJ-RJ IGNORA SUPREMO; DEMOCRACIA NELES!, por Reinaldo Azevedo, no jornal Folha de S. Paulo.

Concessão de foro especial a Flávio Bolsonaro ignora a regra do jogo

O presidente Jair Bolsonaro descobriu a autocontenção só depois que a Justiça decretou a prisão de Fabrício Queiroz. A propósito: a concessão, pelo TJ-RJ, de foro especial a Flávio Bolsonaro afronta decisão do Supremo. Tem de ser revertida por meio de recurso especial ao STJ ou de reclamação ao próprio STF.

Fui contra o fim do foro especial - e apanhei muito dos bolsonaristas por isso?", mas o meu entendimento foi derrotado. Viva o colegiado! A menos que a 3ª Câmara Criminal do TJ-RJ tenha encontrado no acórdão alguma regra excetuando filhos de Bolsonaro, esse Flávio volta para as mãos do outro, o Itabaiana. Que coisa! O apreço de certos varões de Plutarco pela democracia depende mais da polícia do que da Constituição.

A luta é longa, e estamos só no começo. Enquanto o primeiro-amigo se homiziava na realidade quântica de Frederick Wassef - o buliçoso advogado que, ao mesmo tempo, abrigava e não abrigava o subtenente de milícia -, o "capitão" nos ameaçava com a cólera das legiões, secundado por fardas e pijamas verde-oliva pendurados nos cabides do Planalto.

O Brasil anda tão doidão que debatíamos até a semana retrasada se um golpe, ou autogolpe, era ou não possível. Dar golpe para quê? Para render as Forças Armadas ao Comando de Rio das Pedras? Para transformar o país num grande Ministério da Saúde de Recrutas Zero, onde sobram coturnos e faltam médicos?

O Brasil já está levando pito até de fundos de investimento, alertando que o país não verá o verde do dinheiro enquanto não controlar a Amazônia em chamas. Entidades de defesa do meio ambiente e dos direitos humanos denunciaram à ombudsman da União Europeia os retrocessos em curso. Eurodeputados enviaram carta ao presidente da Câmara conclamando o Legislativo a resistir à devastação.

O acordo Mercosul-UE está subindo no telhado; os investimentos externos, já minguados, podem nos abandonar de vez; o agronegócio de ponta é hoje prejudicado por madeireiros e grileiros de casaca mal cortada, que ousam falar pelo setor. E lá estávamos nós a interpretar falas e silêncios de generais. No país dos cemitérios eloquentes, fazíamos um debate com quase 60 anos de atraso. A prisão de Queiroz evidenciou o ridículo dentro do trágico.

Golpe? Autogolpe? Não percamos mais tempo com as ideias mortas que oprimem o cérebro dos vivos. Participo nesta sexta à noite do que pretende ser um grande ato virtual em defesa da democracia. Não se trata de frente ampla de partidos nem de ensaio geral para a deposição de Bolsonaro ou para a disputa eleitoral de 2022.

A exemplo de outras iniciativas, como o manifesto Estamos Juntos, brasileiros se articulam em defesa da garantia dos direitos fundamentais assegurados pela Constituição, repudiando retrocessos no terreno institucional. Mas não só. O coronavírus não é professor nem guia moral. É um patógeno assassino. Mas também ensina.

E as milhares de vítimas da pandemia - todas sem vela e muitas sem sepultura - escancaram a necessidade de a democracia avançar além das garantias formais. A cor da morte na pandemia é preta. Seu lugar privilegiado na pirâmide das iniquidades é a pobreza. Não podemos mais tolerar um modelo que tenta harmonizar privilégios inaceitáveis com racismo, miséria e desigualdade aviltante.

O mais provável hoje é que Bolsonaro caia. E depois? Ele lidera o desastre, mas as condições que o levaram ao poder sobreviveriam. E é nelas que mora o problema. Há que se cobrar democracia em miúdos: em políticas públicas, em atendimento aos vulneráveis, em fim de privilégios. Para que ela possa existir também para os pretos e para os pobres.

E viva esta Folha, com sua campanha em defesa da democracia e com as aulas de Oscar Pilagallo sobre a ditadura militar! É preciso pensar o passado para instruir o futuro, em vez de ser esmagado por ele. Bolsonaro e seus golpistas são só o que passa.

Reitere-se: o TJ-RJ não tem licença para ignorar decisão do Supremo. É a regra do jogo, coisa dessa tal democracia.
Herculano
26/06/2020 06:55
TSE ALEGA COVID-19 PARA MANTER PREFEITO QUE CASSOU, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou nesta sexta-feira, nos jornais brasileiros

O prefeito de Presidente Figueiredo (AM), Romeiro Mendonça, é um prodígio. Cassado no TRE e TSE, em razão de patifarias na campanha de 2016, tem o incrível "talento" de se manter impune. Em abril, obteve do ministro Luiz Felipe Salmão, do Tribunal Superior Eleitoral, sua recondução ao cargo vinte dias depois de afastado. Alegou "pandemia", apesar de o substituto estar apto à guerra contra o Covid. Além disso, a condenação por improbidade e corrupção foi endossada pelo TSE.

É UM PERIGO

O Ministério Público Eleitoral Apelou contra sua recondução em 27 de maio, na luta para afastar Romeiro Mendonça dos cofres públicos.

O TEMPO PASSA

Salomão tem retirado o processo da pauta. Se o TSE não julgar o caso na terça (30), isso pode garantir o prefeito ímprobo, no cargo, até o fim.

QUE PANDEMIA?

Ao reassumir, o prefeito condenado por improbidade mandou fazer uma piscina de R$517 mil, em plena pandemia que tanto preocupa o ministro.

CONDUTA REPROVADA

O desatino do prefeito com a rica piscina fez o procurador Ruy Marcelo Mendonça requerer "ampla investigação" e a suspensão da obra.

DF LIDERA O RANKING DE VIOLÊNCIA CONTRA IDOSOS

O Distrito Federal é a unidade da federação com maior índice de denúncias de violações contra idosos, considerando o número de casos por habitantes. De acordo com o levantamento mais recente do Disque 100 (Disque Direitos Humanos), em 2019 foram 32,7 denúncias de violações por 100 mil habitantes. No total, foram 989 casos. Com quase 3 milhões dos 16,2 milhões de habitantes do centro-oeste, o DF ocupa o primeiro lugar no ranking regional e o terceiro de todo o País.

VIOLAÇõES COVARDES

Levantamento do Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos revela 93,3 mil tipos de violações contra idosos em 2019, no País.

NEGLIGÊNCIA E ABUSO

No ano passado foram denunciados 38.542 casos de negligência, 18.573 de abuso financeiro e econômico e 122 de discriminação contra idosos.

CRITÉRIO TÉCNICO

O critério "por 100 mil habitantes" permite comparar diferentes localidades, independentemente do tamanho da população.

DECISÃO HISTóRICA

O marco do saneamento vai modernizar o setor mais atrasado da infraestrutura. Investir em saneamento reduz doenças e, portanto, gastos em saúde pública. Sem contar os investimentos privados a caminho.

ELE NÃO É ASSIM

Viralizou o vídeo de Luiz Philippe Vieira de Mello Filho, vice-presidente do Tribunal Superior do Trabalho, dizendo um palavrão. Mas ao contrário do que sugere o episódio, o ministro costuma ser delicado e atencioso.

PROTAGONISMO

Calou fundo a conversa do deputado André Ferreira (PE), líder do PSC, com o presidente Bolsonaro, durante café da manhã, esta semana. A expectativa é que o partido ganhe novo protagonismo no governo.

SEM PRESSA, NEM CENSURA

O deputado JHC (PSB-AL), líder da frente da Economia Digital, pediu o adiamento da votação para garantir um debate maior sobre a lei das fake news. Para ele, o projeto, como está, abre caminho para censura.

FONSECA DE VOLTA

Ex-ministro da Secretaria Geral da Presidência, no governo Michel Temer, Ronaldo Fonseca havia se afastado da política, mas agora decidiu retornar com a força de sua base eleitoral evangélica em Brasília.

BRIGA POR PROCURAÇÃO

Uma entidade de agentes autônomos de investimentos decidiu acionar o Itaú na Justiça, em razão de um comercial advertindo para os riscos de confiar dinheiro a gente de fora de banco. O comercial claramente mirava a XP Investimentos, muito ligada à associação que tomou suas dores.

PARCERIA MANTIDA

Ao contrário do que tem sido noticiado, segue a parceria com o governo dos Estados Unidos. Nesta quinta, o Brasil recebeu 200 respiradores. Segundo o embaixador Todd Chapman, é a "primeira leva de 1.000".

PAUTA ALINHADA

O vice Hamilton Mourão se reuniu ontem com os governadores da Amazônia Legal para alinhar ac?o?es de preservação e desenvolvimento. Participou da reunião o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles.

PENSANDO BEM...

...quem discute a renda mínima, quase sempre tem renda máxima.
Herculano
26/06/2020 06:49
VOLTAR À ESCOLA COM UM ENSINO TRADICIONAL OU RENOVADO? por Claudia Costin, diretora do Centro de Excelência e Inovação em Políticas Educacionais, da FGV, e ex-diretora de educação do Banco Mundial, no jornal Folha de S. Paulo.

Pandemia traz a possibilidade de uma educação inovadora se houver boas políticas públicas

Nesta quarta-feira (24), o governo do estado de São Paulo anunciou que a volta às aulas será no dia 8 de setembro, por rodízio de estudantes, desde que a evolução da Covid-19 permita. Foi apresentado um detalhado plano que incluía os protocolos sanitários e os procedimentos pedagógicos para diminuir os riscos à saúde da comunidade escolar e recuperar perdas de aprendizagem que ocorreram no período de isolamento social.

Ao falar do plano, o secretário destacou, por um lado, o tamanho do desafio logístico do retorno ?"o que justifica anunciar com tanta antecedência sua realização?" e as regras que irão reger a educação básica em todo o território do estado.

Há dois pontos que ficam claros quando se pensa o retorno a atividades presenciais. O primeiro diz respeito à impossibilidade de se trabalhar nas escolas o currículo inteiro, mesmo que se prolongue o ano letivo. O segundo é o fato de que, de alguma maneira, trabalharemos com ensino híbrido ?"uma tendência educacional própria do século 21?" mesmo que sem o necessário preparo para tanto, pelo menos até o final deste ano letivo.

No primeiro caso, a aprendizagem emergencial em casa, que vem ocorrendo neste momento anterior à volta às aulas, beneficiou-se da existência da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), que definiu as aprendizagens mínimas a serem asseguradas a todos e, assim, servir também de base para o ensino à distância. Cerca de 93% das redes que ofereceram aulas ou conteúdos pedagógicos durante a pandemia utilizam a BNCC como referência, de acordo a pesquisa "A Educação não pode parar", conduzida pelo Iede e pelo Instituto Rui Barbosa, ligado aos Tribunais de Contas.

Será necessário, na volta, dada a exiguidade de tempo de aulas que teremos no retorno, para além de usarmos a BNCC, sermos seletivos na abordagem dos tópicos a serem estudados. Daí por que o trabalho "O Mapa do Foco da BNCC", do Instituto Reúna, ao priorizar as aprendizagens a serem enfatizadas no tempo de aula que restará, pode se mostrar particularmente útil. Para tanto, formações sólidas dos professores serão necessárias, assim como uma avaliação diagnóstica que nos dê segurança de que nenhum aluno ficará para trás.

Mas é o segundo ponto que trará a possibilidade de uma educação inovadora se houver boas políticas públicas para isso. A continuidade, por algum tempo, de atividades em casa, dado o rodízio, desde que com apoio de tecnologias adequadas e acessíveis a todos, poderá permitir que o professor progressivamente passe a atuar mais como um assegurador de aprendizagens e menos como um mero fornecedor de aulas. O tempo dirá se deu certo!
Herculano
26/06/2020 06:35
MENTIROSO OU OTÁRIO?

Desaparecido da cena política, mas preferido e vestido de vice-prefeito na reeleição do prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB, Marcelo Brick de Souza, PSD, resolveu mentir e dar nome em sua conta na rede social a supostos padrinhos dos novos respiradores para o Hospital de Gaspar.

Caiu do cavalo. E vem se enfraquecendo com as espertezas. Vamos a história.

Temos agora 20 respiradores para dez leitos de UTI Covid-19 e os novos respiradores não substituirão e diminuirão a cara conta dos gasparenses para os respiradores que estão na UTI Covid-19, pois os dela se tratam de um contrato fechado, como explicou o chefe de gabinete a Rádio Sentinela do Vale, Jorge Luiz Prucino Pereira, PSDB. Meu Deus!

Os novos respiradores vão servir, se servirem, para a ampliação de leitos se a coisa da Covid-19 ficar feia por aqui, e vão servir um dia, se a UTI da Covid-19, que tem dia para fechar, virar uma UTI de fato para o Hospital de Gaspar.

Se isso não acontecer, eles servirão para qualquer coisa dentro do Hospital. Santo Deus! Mais um exemplo de improviso e "desplanejamento" na área de Saúde e principalmente dentro do Hospital que está sob intervenção do prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB.

Volto. Marcelo, o que se agarra de longa data em fantasias e cargos públicos em qualquer lugar e estava até há poucos dias numa assessoria da presidência da Assembleia, foi desmascarado na lata pelo deputado Ivan Naatz, PL, aquele que não tem papas na língua e não por acaso, é o presidente da CPI na Assembleia Legislativa que apura a compra superfaturada e que não chegou a Santa Catarina, dos 100 respiradores que custaram a absurda quantia R$33 milhões paga antecipada, e deixam o governador Carlos Moisés da Silva, PSL, exposto e nas cordas.

O que escreveu como resposta a Marcelo, o deputado Ivan Naatz?

"A Internet virou terra de ninguém. Até quem nunca chegou perto da secretaria da Saúde virou responsável pela entrega de ventiladores. O pior é que tem quem acredita! Faz favor não tira a turma prá otário por que não tem mais otário tá ok".

O que tinha escrito Marcelo e que gerou uma resposta tão dura de um deputado?

" O nosso esforço juntamente com o deputado Laércio Schuster [PSB] conseguimos 10 respiradores para o Hospital de Gaspar. De imediato, os novos respiradores serão um reforço em nossa UTI. Os equipamentos chegarão em Gaspar nesta quinta-feira (25). Se cuidem e se puderem fiquem em casa"

Marcelo conseguiu ser desmentido duas vezes: pelo deputado Ivan Naatz e pelo próprio chefe de gabinete a que pretende servir como vice de Kleber. Caramba!

Quem tem medo de eleições, perguntei na coluna desta sexta-feira feita especialmente para a edição impressa do Cruzeiro do Vale, o mais antigo e com 30 anos na liderança de circulação em Gaspar e Ilhota.

Resposta: Kleber e o poder de plantão com um amontoado de partidos. Eles precisam da propaganda enganosa feita para aliciar analfabetos, ignorantes, desinformados e animar cabos eleitorais sem ânimo à campanha, mas obrigados pelo emprego que possuem nos cargos públicos comissionados pagos com dinheiro público. Acorda, Gaspar!
Herculano
26/06/2020 06:04
CEGUEIRA DO STF, editorial do jornal Folha de S. Paulo

Sem cortes de salário, máquina pública ruma ao colapso agarrada a suas vantagens

Só um corporativismo estatal tão poderoso quanto obtuso pode explicar a lerdeza com que se arrasta a regulação, urgente a esta altura, da redução de jornadas de trabalho e salários dos servidores públicos.

A possibilidade foi prevista há 20 anos na Lei de Responsabilidade Fiscal, para casos em que as despesas com pessoal superam o teto de 60% da receita. Em 2002, uma decisão provisória do Supremo Tribunal Federal a suspendeu. Somente agora, a corte concluiu o julgamento da norma - e, por 7 votos a 4, considerou-a inconstitucional.

A maioria dos magistrados escudou-se numa leitura estrita do princípio da irredutibilidade salarial - não aplicável, observe-se à parte, para os trabalhadores da iniciativa privada, ainda mais em tempos de recessão e pandemia.

Os votos vencidos, a começar pelo do relator, Alexandre de Moraes, ampararam-se na tese de que a Constituição já permite até a demissão de servidores quando há excesso de gastos. Logo, por esse raciocínio, a legislação viabilizaria uma solução menos drástica e, portanto, favorável ao funcionalismo.

Argumentos do tipo, porém, não sensibilizam corporações que se negam a rediscutir o que consideram seus direitos à luz da realidade das finanças públicas e do país.

De acordo com o levantamento mais recente do Tesouro Nacional, 12 estados fecharam 2018 com folhas de pagamento acima do limite máximo legal. Nos últimos anos, tornaram-se rotineiros, em diversas unidades da Federação, atrasos nos pagamentos de salários.

Agora, a crise do coronavírus faz desabar a arrecadação e explodir a dívida governamental - enquanto o Estado brasileiro sustenta bovinamente um dos quadros de pessoal mais caros do mundo.

A responsabilidade não é apenas do STF, diga-se. Durante os anos em que a questão esteve empacada, governo e Congresso tiveram tempo de sobra para negociar uma emenda constitucional que desse conta do problema. Nem agora se animam a fazê-lo, entretanto, e tampouco se viu a prometida proposta de reforma administrativa.

Mas essa não foi a única demonstração de alheamento da realidade por parte do Supremo. Por 6 votos a 5, o tribunal decidiu que o Executivo não pode limitar repasses ao Legislativo e ao Judiciário caso a receita fique abaixo do esperado. Em outras palavras, só um dos Poderes arca com o prejuízo.

Ao se agarrarem de modo intransigente a suas vantagens e garantias insustentáveis, a máquina pública e seus dirigentes vão desperdiçando a oportunidade de promover um ajuste racional e planejado.

Alimentam os riscos de colapso de serviços e pagamentos, na ilusão de que poderão transferir a conta, indefinidamente, à sociedade.
João Corsani Lessa
25/06/2020 22:23
Ilhota em Chamas...
Sobre a saída do Drun, Drun dizem as más e
as boas línguas que existem vários rolos e rolos grandes com as empreiteiras, ou seja, era o lobo cuidando do galinheiro. Daí a história se repete como já tinha ocorrido em 2008 e que virou capa de jornal. Segundo fontes de plantão o bafão já tá no MP.
Herculano
25/06/2020 21:15
CONTA QUE NÃO FECHA

Em plena pandemia, políticos oportunistas confundem a cidade e os cidadãos. Afinal, quantos leitos há na UTI de Gaspar? Dez ou 20? Quantos respiradores são necessários para dez leitos? Dez ou 20? Acorda, Gaspar!
Herculano
25/06/2020 18:44
DESEMBARGADOR QUE DEU VOTO MAIS FAVORÁVEL A FLÁVIO BOLSONARO É ALVO DO CNJ

Conteúdo de O Antagonista. Autor do voto mais favorável a Flávio Bolsonaro na 3ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro - a favor tanto do habeas corpus quanto da anulação (não obtida) das decisões do juiz de primeira instância Flávio Itabaiana ?", o desembargador Paulo Sérgio Rangel é alvo de um procedimento aberto pelo corregedor nacional de Justiça, Humberto Martins, com base em reportagem da revista Crusoé.

A apuração mira a conduta de Paulo Rangel por comprar parte de uma corretora de seguros de saúde do empresário Leandro Braga de Sousa, preso na Operação Favorito.

Sousa, como registrou O Antagonista em 18 de maio, é investigado por contratos supostamente superfaturados firmados entre o Instituto Data Rio, contratado para administrar unidades de pronto atendimento pelo governo estadual do Rio, e serviços terceirizados de alimentação.

Os desvios, segundo o Ministério Público Federal, alcançam R$ 3,95 milhões.

Paulo Rangel comprou de Sousa participação na LPS Corretora de Seguros, que trabalha com a intermediação de planos e seguros voltados justamente para a área de benefícios e assistência à saúde.

O desembargador deu três alegações:

"1 - Adquiri participação minoritária em corretora de seguros, onde figuro como sócio cotista, sem poder de administração, na forma do artigo 36, I, da LOMAN;

2 - A empresa é voltada ao setor privado e não possui qualquer relação com qualquer investigação criminal em curso. A investigação é contra ex-sócio que se retirou em janeiro de 2020, bem antes da crise da saúde;

3 - O CNJ receberá todas as informações."
Herculano
25/06/2020 18:40
MODERADO E APOIADO POR MILITARES, DECOTELLI TEM A MISSÃO DE DISTENSIONAR RELAÇÃO COM PODERES

Novo ministro da Educação adotou tom conciliador após indicação por Bolsonaro

Conteúdo do jornal Folha de S. Paulo. Texto de Renato Machado, da sucursal de Brasília. Com perfil conciliador e técnico, Carlos Decotelli chega para comandar o Ministério da Educação como uma vitória de militares, na tentativa de buscar interlocução com os demais Poderes e a sociedade civil após a saída tumultuada de Abraham Weintraub.

O ex-ministro deixou o cargo após uma série de desgastes com o STF (Supremo Tribunal Federal) e o Congresso, onde se tornou desafeto do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ).

Não à toa, Decotelli, o primeiro negro ministro do governo de Jair Bolsonaro, adotou tom conciliador nas primeiras palavras após ter a indicação confirmada pelo presidente Jair Bolsonaro.

"É o tom que eu sei fazer, vim para fazer o que eu sei fazer. O que eu sei fazer é sala de aula, é conversa, é gestão, é ajuste, é muito diálogo e construção de projetos a serem entregues para a educação. A minha prioridade será trabalho, trabalho, trabalho com gestão integrada", disse em entrevista à CNN Brasil.

Pessoas da área de educação avaliam que a nomeação de Decotelli, o terceiro ministro da Educação do governo Bolsonaro, pode significar um distensionamento nas relações e uma reconstrução de pontes derrubadas por Weintraub e pelo antecessor, Ricardo Vélez.

?Sua escolha tem sido interpretada em Brasília como uma tentativa de diminuir a influência do escritor Olavo de Carvalho na pista.

"O fato de ter participado do governo de transição direciona seu posicionamento de alinhamento com a linha ideológica do governo como um todo [sem olavismo]", afirma Andressa Pellanda, coordenadora-geral da Campanha Nacional pelo Direito à Educação.

Após passar para a reserva da Marinha, ele seguiu carreira na educação, sempre nos campos de administração e finanças. Passou parte de sua formação no exterior, realizando seu pós-doutorado na Alemanha e o doutorado na Universidade Nacional de Rosário, na Argentina.

O novo ministro foi professor da área de finanças na Fundação Dom Cabral e na FGV (Fundação Getúlio Vargas), além de ter lecionado e ter sido criador do curso de pós-graduação em finanças da PUC (Pontifícia Universidade Católica) do Rio Grande do Sul.

Na direção do FNDE, entre fevereiro e agosto de 2019, teve uma posição apagada e criticada por setores da sociedade civil ligados à educação. O fundo é responsável pela maioria das ações e programas relacionados à educação básica do país. No entanto, durante sua gestão, teve dificuldades até para levar adiante licitações para abastecer as atividades.

Decotelli chega ao MEC sob o aval da cúpula militar, em uma sugestão dos almirantes do governo. O almirante Flavio Rocha (Secretário de Assuntos Estratégicos) teve papel essencial na aproximação do novo ministro com o presidente.?

Decotelli é considerado próximo do próprio Bolsonaro. Integrantes do governo ressaltam sua lealdade em todos os momentos, mesmo quando afastado da presidência do FNDE e quando o governo sofreu baixas consideráveis, como a saída do ex-ministro Sérgio Moro (Justiça).

Ele deixou o FNDE no ano passado para dar a lugar a Rodrigo Sérgio Dias, indicado pelo chamado "centrão" na Câmara e o presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), como fatura política pela aprovação da reforma da Previdência. Dias, porém, acabou sendo exonerado no fim de 2019.

Ao precisar ceder seu cargo no FNDE, Decotelli ganhou a promessa de uma secretaria no próprio MEC - a Semesp (Secretaria de Modalidades Especializadas de Educação), que lida com o direito à educação de pessoas com deficiências, população do campo e indígenas, por exemplo. Descontente com a situação, sem alarde, ele acabou deixando o MEC.
Herculano
25/06/2020 18:32
GENTE PIRADA

O programa matinal da Band, "Aqui na Band", um misto de jornalismo e entretenimento foi retirado da grade de programação. E o mundo ruiu. E isso foi o tititi nas redes sociais nesta quinta-feira entre os conservadores, direitistas, bolsonaristas e outros, enquanto o jornalismo de verdade, focava em Fabrício Queiroz e Flávio Bolsonaro.

Um dos seus apresentadores, Luiz Ernesto Lacombe, vindo da Globo, tinha se declarado "conservador" e um neobolsonarista. Fez até entrevistas com ícones da direita, incluindo o blogueiro Allan dos Santos, preso recentemente pela Polícia Federal.

Qual era o tititi do dia? Que a Band - que historicamente nunca foi conservadora no jornalismo - tinha capado um programa que dava voz aos conservadores.

Por isso, a Band se tornou novamente chinesa, só porque tem um tratado de cooperação de conteúdos com uma tv chinesa. E como a China é comunista....

Para encurtar a conversa fiada. A Band tirou o seu programa do ar, porque era vexaminosa a audiência dele. E como ela precisa de audiência para vender e sustentar o programa, resolveu reformula-lo, inclusive com novos âncoras.

Ou seja e resumindo: tendo oportunidade, os conservadores não fizeram a parte deles dando audiência e nem estavam dispostos a bancar comercialmente um programa sem telespectadores.

O programa da Band, em São Paulo, sede dela, perdia no horário até para reprises mofadas daquelas pegadinhas sem escrúpulos do João Kleber, na Rede TV, também com sede em São Paulo. Simples assim.

Outro tititi. Gente sem noção, quer que Lacombe, Alexandre Garcia e Allan dos Santos formem um trio e vá para uma emissora bolsonarista como a Record ou o SBT, e façam um programa jornalístico para o público conservador - e não para os brasileiros - exatamente no horário do Jornal Nacional, da Globo.

Os bispos da Record podem fazer de tudo, menos jogar dinheiro fora. Eles captam. Nem mesmo o octogenário Senor Abravanel, teria tamanha insensatez contra o negócio chamado SBT que bate com frequência a Record pelo segundo lugar na busca por audiência nas tevês abertas.

Essa gente, tem tem a menor noção da realidade. E estão jogando fora a oportunidade rara que lhes apareceu. O PT e a esquerda do atraso está que nem jacaré: de boca aberta esperando a presa para abocanhá-la sem muito esforço. Wake up, Brazil!
Herculano
25/06/2020 18:32
BOLSONARO TORNOU-SE PRISIONEIRO DE SUA INVERDADE, por Josias de Souza.

No trecho predileto de Bolsonaro, o Evangelho de João anota: "Conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará." No inquérito sobre a tentativa de transformar a Polícia Federal em aparato político, o capitão tornou-se prisioneiro de uma inverdade. A partir de esclarecimentos prestados pelo general Augusto Heleno, amigo do presidente e ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, descobriu-se que Bolsonaro opera num mundo em que há duas verdades: a dele e a verdadeira.

Heleno informou à Polícia Federal que "não houve óbices ou embaraços" para a realização de substituições na equipe de segurança de Bolsonaro no Rio de Janeiro. Confirmou que houve três trocas. Com isso, virou farelo o argumento que Bolsonaro vinha esgrimindo de que se dirigia a Heleno, não a Sergio Moro, quando cobrou, na reunião ministerial de 22 de abril, mudanças na "segurança" do Rio de Janeiro.

Ficou entendido que Bolsonaro falava mesmo sobre Polícia Federal quando disse que não iria esperar pelo surgimento de "sacanagem" contra sua família e amigos para trocar o comando da "segurança" no Rio. "Se não puder trocar, troca o chefe dele. Não pode trocar o chefe dele? Troca o ministro. E ponto final. Não estamos aqui para brincadeira", disse o presidente na fatídica reunião.

Bolsonaro se considera um bom presidente, acha que merece respeito. A Polícia Federal passou a considerar que ele merece um bom interrogatório. Nos próximos dias, o presidente passará por constrangimentos. A delegada federal Christina Correa Machado submeterá Bolsonaro a um interrogatório de suspeito clássico. Falta saber se o presidente será constrangido pessoalmente ou por escrito.

Guardadas as proporções, isso já tinha acontecido com Michel Temer, que também foi interrogado pela PF no exercício da Presidência. Esperava-se que Bolsonaro fugisse desse figurino. Mas o Brasil parece condenado a ser o mais antigo país do futuro do mundo.
Herculano
25/06/2020 18:31
editado originalmente as 9.49 de 25.06

PERGUNTAR É NECESSÁRIO. PARA QUE MESMO SERVE A UTI DE COVID-19 NO HOSPITAL DE GASPAR?

Este é o texto chamada do portal Cruzeiro do Vale - o mais acessado de Gaspar e Ilhota -, ao anunciar a morte do terceiro morador daqui.

"Trata-se de uma mulher de 62 anos, que faleceu na noite de quarta-feira, dia 24 de junho. A vítima estava internada em um leito clínico do Hospital de Gaspar desde o dia 22 de junho. Na quarta, dia 24, ela chegou a ser transferida para a UTI, mas não resistiu às complicações causadas pela doença e faleceu".

VOLTO

Esclarecedor por si só. Eu poderia encerrar por aqui, mas...

Já escrevi várias vezes que uma UTI no Hospital de Gaspar não é esperança, nem a solução para a vida e a recuperação de doentes. É preciso antes, melhorar todo o Hospital, principalmente a sua imagem, a começar pela recepção aos doentes no Pronto Atendimento.

O corpo clínico sabe disso, mas não quer a questão - seja da imagem, seja do atendimento, seja dos resultados, seja da transparência, seja da UTI - discutida publicamente, porque supostamente afeta a credibilidade deles e do Hospital.

Afugenta potenciais "clientes", argumenta-se matreiramente. Afugenta-se também os supostos doadores para um Hospital mal gerenciado e sem transparência para aquilo que é publico, pois o Hospital de Gaspar está sob intervenção do governo de Kleber Edson Wan Dall, MDB e nada fez até hoje para mudar este quadro de improviso herdado do governo petista de Pedro Celso Zuchi.

Kleber já trocou a gestão do Hospital quatro vezes em três anos e meio. Ou seja, o doente é próprio Hospital nas mãos de políticos, gente curiosa e ou sem habilitações para o tamanho da encrenca. Então se pede para a imprensa ficar calada. E tem gente que atende.

Mas, como ficar calada se o que está em jogo são vidas, o presente e o futuro do Hospital, vital para uma comunidade de mais de 70 mil habitantes?

Só para lembrar e encerrar, porque os fatos vão continuar a demonstrar a falta de liderança para prover soluções neste ambiente. O primeiro paciente internado na UTI de Covid do Hospital de Gaspar, não a possuía. Diagnosticou-se que era pneumonia. Desta vez...

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