04/06/2020
Silvio (à direita) saiu do PSC e foi dar no PP de Melato para ajudá-lo a elegê-lo
Os políticos antigos, mas principalmente os que se dizem “novos” na prática política e que alardeiam, falsamente, estarem plugados com as atuais exigências dos seus eleitores, sinceramente, não entenderam nada do surpreendente recado das urnas de outubro de 2018. Senão vejamos. Sessão da Câmara de Gaspar do dia 26 de maio. Depois que a máquina de moer verdades do governo de Kleber Edson Wan Dall, MDB, autorizou o MDB, PP, PSDB e PDT a se desfazer do blocão criado para enterrar a CPI das dúvidas nas obras de drenagem da Rua Frei Solano, e serem então novamente ele partidos “autônomos”, o mais longevo dos vereadores, José Hilário Melato – seis legislaturas - assumiu a tribuna como líder do PP. E alguém teria alguma dúvida que seria outro? Pois, próprio Melato insinuou que sim!
Todo cerimonioso, Melato, esfregando e desinfetando as suas mãos em álcool gel, agradeceu ao mais novo filiado ao PP, o vereador Silvio Cleffi, por ele, “ter permitido” que o próprio Melato fosse o líder do PP na Câmara. Não riam. Chorem. Melato no PP que faz vice com Kleber – onde nasceu e está até hoje - e com o passado político que possui, só conseguiu se reeleger porque o nanico PSC de Silvio, que teve mais votos (936) do que o Melato (927), e o do suplente José Ademir de Moura (835 votos) salvaram Melato. Já a turma de Kleber deu um chá de sumiço em Moura tão logo filiou ele na marra no PP para dar maioria no blocão na Câmara. Eleito pelo PSC, basicamente, Melato botou banca. Foi ser o diretor-presidente do Samae por três anos e meio. Ou há outra história e fatos para serem narrados?
A “cerimônia” de Melato com Silvio tem cara de ironia e arrogância. Por que Silvio se tornou logo em dezembro de 2017 o vilão e “traidor” para Kleber, o padrinho político e irmão de templo? Por causa do Melato! Feita uma reunião para decidir quem seriam os presidentes da Câmara para os anos de 2018/20, a ata não foi assinada por quem? Melato! E ele enrolou. E por que? Silvio estava mapeado para 2020. E Melato, pelo sim, pelo não, como voltaria à Câmara este ano, resolveu não assinar o documento. Era para não passar mais uma vez o atestado público de romper acordos desse tipo. O último, foi quando estimulado e ajudado pelo PT, tomou a vaga da Andreia Symone Zimmermann Nagel, então no DEM. Silvio, na verdade foi “ajudado” pela oportunidade. Descontente viu a vaga cair no seu colo. Ela foi articulada em segredo pelo então mais ferrenho dos oposicionistas a Kleber, Roberto Procópio de Souza, PDT, e hoje governista roxo. Aquela eleição, foi memorável para Kleber, um ex-presidente da Câmara. Ele foi ao plenário para “festejar” a vitória, a força da sua articulação e do poder da coligação que não tinha o PSDB. Viu Silvio presidente e tucana Franciele Daiane Back, derrotada, pois esperou a vitória sem articular nada. Sobraram, então, palavras duras.
Desde então, Silvio comeu o pão que o diabo amassou; e também exagerou. Sílvio presidente deu maioria oposicionista na Câmara; obrigou o poderoso prefeito de fato, Carlos Roberto Pereira, MDB, exilar-se na secretaria da Saúde por quase um ano. Em compensação, Silvio foi riscado do mapa pelo rolo compressor de Kleber, a tal ponto que pediu para sair no atendimento municipal em cardiologia; ficou apenas como médico do postinho do Bela Vista, onde mora; transferiram-no para o Gaspar Alto, onde diz gostar. Quis montar uma estrutura para vasculhar o governo a partir Câmara. Por ser própria, cara e inchava, caiu em desgraça. Recuou. Quis construir o prédio da Câmara, foi boicotado. Quis instalar a UTI no Hospital foi colocado em salmoura. Então depois de dar quórum para a CPI da Frei Solano, e assim ser contra o próprio o Samae de Melato, Silvio resolveu voltar à estaca zero. Aliou-se novamente ao grupo de Kleber. Estava cansado. O preço da volta? Fazer votos para o Melato no PP pois não há mais coligações. E agora, Melato acha que é uma deferência muito especial Silvio deixar Melato, ser o líder do PP na Câmara. Silvio merecia melhor sorte, diante dos salamaleques das velhas raposas políticas daqui vai devolvendo os salamaleques. O diabo está nas urnas... Acorda, Gaspar!
Não durou 40 dias o discurso de economia do dinheiro público prometido pelo prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB. Ele acaba de nomear dois servidores de carreira para a secretaria da Saúde e a secretaria de Assistência Social, respectivamente, o enfermeiro Arnaldo Munhoz e a psicóloga, Silvânia dos Santos.
Quando no dia 25 de março Kleber anunciou a saída de cinco secretários titulares da máquina de votos para eles serem candidatos em outubro, e diante da crise econômica que se avizinhava pela pandemia, Kleber afirmou que os cargos seriam ocupados por interinos, sem intimidade com as áreas e tudo pela economia.
Ela giraria em torno de R$68 mil por mês numa arrecadação de impostos em queda, também não de 60% como anunciou o seu líder de governo na Câmara, Francisco Solano Anhaia, MDB. Kleber fazia o improviso e o discurso, na verdade, para proteger o seu salário de R$27.356,69, um dos mais altos da região.
Como se vê, Kleber caiu na própria armadilha. Ele e sua turma apostam na surdez, na incapacidade de fazer contas das pessoas perdendo emprego e falindo negócios ou na falta de memória dos seus eleitores.
O vereador Dionísio Luiz Bertoldi, PT, já tinha provado com planilhas que esta suposta economia de R$68 mil por mês era balela. Na verdade, a máquina de empregar continuou azeitada enquanto discursava e dava entrevistas.
Agora quem prova que essa suposta economia é balela, é o próprio Kleber. Ele está tentando resolver três problemas graves. O primeiro é o mais grave de todos diz respeito ao o mesmo secretário que empenhou despesas numa secretaria foi o que liquidou na outra.
Ao mesmo tempo a secretaria da Assistência Social que está virada num pau velho ao menos ganha alguém do ramo. E finalmente, ao trazer dois servidores efetivos para serem secretários, Kleber tenta amenizar o ambiente tóxico entre os efetivos. Eles não aguentam o aparelhamento de caça votos pelo poder de plantão e com gente sem qualificação.
Por outro lado, com uma máquina de cooptar partidos, simpatizantes, empregar e até constranger os adversários, críticos e parte da imprensa livre, os “çabios” que dirigem a reeleição de Kleber, acham que o melhor mesmo é não ter eleição em outubro. Estranho!
O DEM de Gaspar está com nova comissão executiva. Na cabeça o suplente de vereador do Distrito do Belchior, Paulo Filippus (466 votos) e na vice Wellington Carlos Laurentino, o Lelo Piava (438), tudo sob a orientação do ex deputado Federal e ex-prefeito de Blumenau, João Paulo Kleinubing. Sobre os demais da comissão, um segredo colegiado (?)
“E terão candidatos a prefeito?” Paulo arrisca que sim. “Quem é?”, pergunto. “Um empresário”. Insisto e ouço: “mas ele não quer se expor agora. Está com medo de ser perseguido pela máquina política da prefeitura”. Ai, ai, ai.
Aí eu penso com os meus botões: Gaspar virou uma Venezuela ou um daqueles grotões cheio de donos e coronéis políticos, que nada tem a ver com os romances e contos de Jorge Amado, as narrativas de Euclides da Cunha, ou a ficção de Dias Gomes.
O DEM em Gaspar pode até ter um candidato a prefeito - e empresário não é sinônimo de solução. Mas o candidato tem medo de ir à rua porque pode ser perseguido pelo poder de plantão, só porque ele decidiu ser candidato? Tudo errado! E se for assim, não serve como candidato ou é um infiltrado do poder de plantão no DEM.
E por que? Quem for candidato, além de denunciar as pressões que sofre e viraram uma “normalidade” por aqui, tem que assumir de que não fará isso, se por acaso for eleito. Simples assim. Filippus voltou com tudo às redes sociais. Mas está focado bem longe, em Brasília. Parece que aqui, bem perto, ainda não é o seu campo de guerra. Estranho!
A Live do PSL de Gaspar na segunda-feira com a presença do relator da CPI das supostas irregularidades das obras da Rua Frei Solano, Cícero Giovane Amaro, PL, bombou. A prefeitura tentou melar com uma Live no mesmo horário. Na Live do PSL, Cícero foi cercado pela patrulha do poder de plantão. Acorda, Gaspar!
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