O nanico PSC elegeu Melato do poderoso PP. Agora, o PSC morreu e a jogada é a mesma - Jornal Cruzeiro do Vale

O nanico PSC elegeu Melato do poderoso PP. Agora, o PSC morreu e a jogada é a mesma

04/06/2020

Silvio (à direita) saiu do PSC e foi dar no PP de Melato para ajudá-lo a elegê-lo

 

Na impossibilidade da coligação, Melato e Silvio Cleffi se unem por interesses comuns.
Um para continuar no poder de mando.
E outro porque se cansou da aventura de ser contra o poder de plantão.

 

A esperteza come o dono I

Os políticos antigos, mas principalmente os que se dizem “novos” na prática política e que alardeiam, falsamente, estarem plugados com as atuais exigências dos seus eleitores, sinceramente, não entenderam nada do surpreendente recado das urnas de outubro de 2018. Senão vejamos. Sessão da Câmara de Gaspar do dia 26 de maio. Depois que a máquina de moer verdades do governo de Kleber Edson Wan Dall, MDB, autorizou o MDB, PP, PSDB e PDT a se desfazer do blocão criado para enterrar a CPI das dúvidas nas obras de drenagem da Rua Frei Solano, e serem então novamente ele partidos “autônomos”, o mais longevo dos vereadores, José Hilário Melato – seis legislaturas - assumiu a tribuna como líder do PP. E alguém teria alguma dúvida que seria outro? Pois, próprio Melato insinuou que sim!

A esperteza come o dono II

Todo cerimonioso, Melato, esfregando e desinfetando as suas mãos em álcool gel, agradeceu ao mais novo filiado ao PP, o vereador Silvio Cleffi, por ele, “ter permitido” que o próprio Melato fosse o líder do PP na Câmara. Não riam. Chorem. Melato no PP que faz vice com Kleber – onde nasceu e está até hoje - e com o passado político que possui, só conseguiu se reeleger porque o nanico PSC de Silvio, que teve mais votos (936) do que o Melato (927), e o do suplente José Ademir de Moura (835 votos) salvaram Melato. Já a turma de Kleber deu um chá de sumiço em Moura tão logo filiou ele na marra no PP para dar maioria no blocão na Câmara. Eleito pelo PSC, basicamente, Melato botou banca. Foi ser o diretor-presidente do Samae por três anos e meio. Ou há outra história e fatos para serem narrados?

A esperteza come o dono III

A “cerimônia” de Melato com Silvio tem cara de ironia e arrogância. Por que Silvio se tornou logo em dezembro de 2017 o vilão e “traidor” para Kleber, o padrinho político e irmão de templo? Por causa do Melato! Feita uma reunião para decidir quem seriam os presidentes da Câmara para os anos de 2018/20, a ata não foi assinada por quem? Melato! E ele enrolou. E por que? Silvio estava mapeado para 2020. E Melato, pelo sim, pelo não, como voltaria à Câmara este ano, resolveu não assinar o documento. Era para não passar mais uma vez o atestado público de romper acordos desse tipo. O último, foi quando estimulado e ajudado pelo PT, tomou a vaga da Andreia Symone Zimmermann Nagel, então no DEM. Silvio, na verdade foi “ajudado” pela oportunidade. Descontente viu a vaga cair no seu colo. Ela foi articulada em segredo pelo então mais ferrenho dos oposicionistas a Kleber, Roberto Procópio de Souza, PDT, e hoje governista roxo. Aquela eleição, foi memorável para Kleber, um ex-presidente da Câmara. Ele foi ao plenário para “festejar” a vitória, a força da sua articulação e do poder da coligação que não tinha o PSDB. Viu Silvio presidente e tucana Franciele Daiane Back, derrotada, pois esperou a vitória sem articular nada. Sobraram, então, palavras duras.

A esperteza come o dono IV

Desde então, Silvio comeu o pão que o diabo amassou; e também exagerou. Sílvio presidente deu maioria oposicionista na Câmara; obrigou o poderoso prefeito de fato, Carlos Roberto Pereira, MDB, exilar-se na secretaria da Saúde por quase um ano. Em compensação, Silvio foi riscado do mapa pelo rolo compressor de Kleber, a tal ponto que pediu para sair no atendimento municipal em cardiologia; ficou apenas como médico do postinho do Bela Vista, onde mora; transferiram-no para o Gaspar Alto, onde diz gostar. Quis montar uma estrutura para vasculhar o governo a partir Câmara. Por ser própria, cara e inchava, caiu em desgraça. Recuou. Quis construir o prédio da Câmara, foi boicotado. Quis instalar a UTI no Hospital foi colocado em salmoura. Então depois de dar quórum para a CPI da Frei Solano, e assim ser contra o próprio o Samae de Melato, Silvio resolveu voltar à estaca zero. Aliou-se novamente ao grupo de Kleber. Estava cansado. O preço da volta? Fazer votos para o Melato no PP pois não há mais coligações. E agora, Melato acha que é uma deferência muito especial Silvio deixar Melato, ser o líder do PP na Câmara. Silvio merecia melhor sorte, diante dos salamaleques das velhas raposas políticas daqui vai devolvendo os salamaleques. O diabo está nas urnas... Acorda, Gaspar!

 

TRAPICHE

Não durou 40 dias o discurso de economia do dinheiro público prometido pelo prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB. Ele acaba de nomear dois servidores de carreira para a secretaria da Saúde e a secretaria de Assistência Social, respectivamente, o enfermeiro Arnaldo Munhoz e a psicóloga, Silvânia dos Santos.

Quando no dia 25 de março Kleber anunciou a saída de cinco secretários titulares da máquina de votos para eles serem candidatos em outubro, e diante da crise econômica que se avizinhava pela pandemia, Kleber afirmou que os cargos seriam ocupados por interinos, sem intimidade com as áreas e tudo pela economia.

Ela giraria em torno de R$68 mil por mês numa arrecadação de impostos em queda, também não de 60% como anunciou o seu líder de governo na Câmara, Francisco Solano Anhaia, MDB. Kleber fazia o improviso e o discurso, na verdade, para proteger o seu salário de R$27.356,69, um dos mais altos da região.

Como se vê, Kleber caiu na própria armadilha. Ele e sua turma apostam na surdez, na incapacidade de fazer contas das pessoas perdendo emprego e falindo negócios ou na falta de memória dos seus eleitores.

O vereador Dionísio Luiz Bertoldi, PT, já tinha provado com planilhas que esta suposta economia de R$68 mil por mês era balela. Na verdade, a máquina de empregar continuou azeitada enquanto discursava e dava entrevistas.

Agora quem prova que essa suposta economia é balela, é o próprio Kleber. Ele está tentando resolver três problemas graves. O primeiro é o mais grave de todos diz respeito ao o mesmo secretário que empenhou despesas numa secretaria foi o que liquidou na outra.

Ao mesmo tempo a secretaria da Assistência Social que está virada num pau velho ao menos ganha alguém do ramo. E finalmente, ao trazer dois servidores efetivos para serem secretários, Kleber tenta amenizar o ambiente tóxico entre os efetivos. Eles não aguentam o aparelhamento de caça votos pelo poder de plantão e com gente sem qualificação.

Por outro lado, com uma máquina de cooptar partidos, simpatizantes, empregar e até constranger os adversários, críticos e parte da imprensa livre, os “çabios” que dirigem a reeleição de Kleber, acham que o melhor mesmo é não ter eleição em outubro. Estranho!

O DEM de Gaspar está com nova comissão executiva. Na cabeça o suplente de vereador do Distrito do Belchior, Paulo Filippus (466 votos) e na vice Wellington Carlos Laurentino, o Lelo Piava (438), tudo sob a orientação do ex deputado Federal e ex-prefeito de Blumenau, João Paulo Kleinubing. Sobre os demais da comissão, um segredo colegiado (?)

“E terão candidatos a prefeito?” Paulo arrisca que sim. “Quem é?”, pergunto. “Um empresário”. Insisto e ouço: “mas ele não quer se expor agora. Está com medo de ser perseguido pela máquina política da prefeitura”. Ai, ai, ai.

Aí eu penso com os meus botões: Gaspar virou uma Venezuela ou um daqueles grotões cheio de donos e coronéis políticos, que nada tem a ver com os romances e contos de Jorge Amado, as narrativas de Euclides da Cunha, ou a ficção de Dias Gomes.

O DEM em Gaspar pode até ter um candidato a prefeito - e empresário não é sinônimo de solução. Mas o candidato tem medo de ir à rua porque pode ser perseguido pelo poder de plantão, só porque ele decidiu ser candidato? Tudo errado! E se for assim, não serve como candidato ou é um infiltrado do poder de plantão no DEM.

E por que? Quem for candidato, além de denunciar as pressões que sofre e viraram uma “normalidade” por aqui, tem que assumir de que não fará isso, se por acaso for eleito. Simples assim. Filippus voltou com tudo às redes sociais. Mas está focado bem longe, em Brasília. Parece que aqui, bem perto, ainda não é o seu campo de guerra. Estranho!

A Live do PSL de Gaspar na segunda-feira com a presença do relator da CPI das supostas irregularidades das obras da Rua Frei Solano, Cícero Giovane Amaro, PL, bombou. A prefeitura tentou melar com uma Live no mesmo horário. Na Live do PSL, Cícero foi cercado pela patrulha do poder de plantão. Acorda, Gaspar!

Edição 1954

Comentários

Miguel José Teixeira
08/06/2020 10:41
Senhores,

Bolsonaro dá aval à vaquinha de empresários para "sossegar" Olavo de Carvalho"

Por: Vicente Nune
Em: http://blogs.correiobraziliense.com.br/vicente/bolsonaro-da-aval-a-vaquinha-de-empresarios-para-sossegar-olavo-de-carvalho/

Citado nominalmente em vídeo divulgado por Olavo de Carvalho, no qual ele diz que pode derrubar a "merda do governo Bolsonaro", o empresário Luciano Hang, dono da Havan, deu início a uma vaquinha com empresários a fim de recolher pelo menos R$ 2,8 milhões para saldar dívidas do guru dos bolsonaristas com a Justiça.

Segundo um integrante do Palácio do Planalto, Hang conversou com Bolsonaro sobre o vídeo no qual Carvalho critica e agride o presidente com palavrões. A conclusão foi a de que é preciso dar um socorro financeiro ao guru para que ele "sossegue". Tanto Bolsonaro quanto o empresário se mostraram surpreso com a agressividade de Carvalho, que é idolatrado pelos filhos do presidente, sobretudo Eduardo Bolsonaro.

A desculpa encontrada por Hang para levantar o dinheiro para calar a boca de Carvalho é de que ele continue "trabalhando pelo Brasil". Mas, por trás desta ação de benemerência, está o temor de que o guru desarticule a base de apoio a Bolsonaro nas redes sociais.

Olavo de Carvalho movimenta nas redes o grupo mais ideológico de apoio a Bolsonaro. No entender de assessores do presidente, não é nada confortável ter o guru como adversário. Portanto, qualquer esforço para que ele se acalme é muito bem-vindo.

Não é qualquer quantia

Resta saber se os empresários estão dispostos a entrar na vaquinha encabeçada por Hang. Carvalho quer muito mais do que os R$ 2,8 milhões que ele precisa para pagar uma ação judicial que perdeu para o cantor Caetano Veloso. "Não é qualquer quantia que Olavo de Carvalho quer. Isso pode ser medido pelo tamanho da agressividade dele no vídeo.

O guru dos bolsonaristas gravou mensagem reclamando que está isolado e que nunca teve apoio de presidente. No vídeo, ele diz que está sendo cobrado por "multas" e que não tem como pagar, pois está sem dinheiro. O guru deixou claro que esperava estar numa situação financeira melhor com Bolsonaro no governo.

"Bolsonaro, o que ele fez para me defender? Bosta nenhuma! Chega lá, me dá uma condecoraçãozinha? enfia essa condecoração no seu cu", disse Carvalho. "Essas multas que esses caras estão cobrando de mim vão me arruinar totalmente. Como é que eu vou poder sobreviver aqui nos Estados Unidos sem nenhum tostão furado?", indagou.

Hummm. . .parafraseando Os 3 Xirus:

"Nós temos lá em casa uma vaquinha preta
Fora de série, tem VÁRIAS tetas
Esta vaquinha é a nossa "salvaçom"?"
Miguel José Teixeira
08/06/2020 09:00
Senhores,

1) A volta de quem não foi

E o wizard, hein?

Barganhou o cargo de estafeta da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do ministério da ressusreição pelo cargo de EGR - exumador-geral da república.

E ainda carregará no lombo a séria acusação feita contra os Secretários Estaduais de Saúde.

Há muito pano para as mangas. . .

2) Todo presidente mambembe tem o carvalho que merece

O carvalho do lula, era o gilberto, vulgo coroinha do belzebú. Depois da infeliz frase do ex e futuro presidiário "ainda bem que a natureza criou esse monstro chamado coronavírus", considero lula o próprio belzebú.

Já o carvalho do "capitão zero-zero", é o olavo, vulgo ideólogo do nada, que tachou-o de "inativo e covarde".

Bom. . .de carvalho, eu aprecio mesmo é a cachaça curtida em barris feitos com ele!

3) A Rádio Cercadinho, pesquisa:

De quem será a vaga deixada pelo Wizard?

a) dos militares
b) do centrão ou
c) qualquer outro incauto.

Respostas para o gabinete do ódio que poderá receber vultoso aporte financeiro oriundo do "Bolsa-Família Nordeste."
Herculano
07/06/2020 18:18
GASPAR FAZ MANCHETE ESTADUAL NO RETIRO PRIVADO DO GOVERNADOR

O governador Carlos Moisés da Silva, PSL, veio a Gaspar, para descansar no Hotel Fazzenda Park, depois de uma semana estressante com segunda fase da Operação Oxigênio e a CPI dos respiradores na Assembleia.

Quis ficar longe dos holofotes ilhéus, mas o anonimato pretendido em ambiente privado foi traído pelo cantor Rick, que estava hospedado no hotel e deu uma "palhinha". Além de Rick, Moisés virou atração.

E por conta disso, ele durante o jantar foi filmado - de longe - conversando, sem mascará de proteção. O vídeo correu o estado, cobrando uma postura de proteção do governador em tempos de Covid-19, e que ele, ao menos nas aparições oficiais, sempre tem demonstrado e pedido essa postura até aqui.

A nota oficial diz o seguinte do governo ao SC em Pauta, que reproduziu o vídeo na rede diz o seguinte:

"O governador Carlos Moisés esteve hospedado em um hotel em Gaspar neste fim de semana. No momento em que jantava, um hóspede que fazia apresnrtação musical no ambiente mencionou a presença do chefe do Executivo Estadual, que passou a ser procurado por outras pessoas em sua mesa e, por cortesia, interrompeu por um momento a refeição e conversou brevemente com algumas delas. Todas as normas de segurança foram observadas pelo governador, assim como pelo estabelecimento em que ele se hospedou, que respeitou a limitação na ocupação máxima em razão da pandemia".
Herculano
07/06/2020 11:01
da série: coisa de doidos. Como pode dar certo?

"AINDA ESTOU DO LADO DE BOLSONARO", DIZ OLAVO DE CARVALHO APóS XINGAR O PRESIDENTE

Conteúdo de O Antagonista. Horas depois de dizer que pode derrubar "a merda do governo" de Jair Bolsonaro, Olavo de Carvalho usou o Facebook na manhã deste domingo para afirmar que ainda está ao lado do presidente.

"Mas ele que não espere mais de mim palavras doces que só podem ajudá-lo a errar", disse.

"Ainda estou do lado do Bolsonaro. Lutarei por ele com todas as minhas armas."
Herculano
07/06/2020 10:10
PROPOSTAS ÀS CEGAS PODEM RESULTAT EM TIRO NO PÉ, por Marcos Lisboa, economista, presidente do Insper, ex-secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda (2003-2005), no jornal Folha de S. Paulo.

Aumentar a tributação pode acarretar efeitos colaterais inesperados

Propostas de política pública devem ser avaliadas com cuidado, afinal podem ocorrer efeitos colaterais inesperados.

No caso da saúde, existem protocolos bem definidos de testes aleatorizados com grupo de controle para avaliar os impactos de novos tratamentos, de modo a evitar desastres como o da talidomida. No Brasil, entretanto, alguns parecem achar que bastam boas intenções para justificar suas propostas.

O Congresso anda abarrotado de projetos que se baseiam em dados antigos para aumentar a tributação. A renda do setor privado neste ano, no entanto, pode cair mais de 10%, com queda bem maior do lucro das empresas, o que significa que as projeções de arrecadação estão superestimadas.

Além de dificultar a recuperação da economia, essas propostas não analisam seus efeitos indiretos sobre a produção. Trabalhadores e firmas reagem às mudanças na tributação e cabe à análise econômica utilizar as bases de dados e as técnicas da estatística para estimar suas consequências.

A dificuldade reside em conseguir uma estratégia que permita identificar os efeitos das medidas, algo equivalente ao que a medicina faz com os grupos de controle para testar medicamentos.

Esta coluna utiliza alguns exemplos das estimativas sobre o impacto da contribuição sobre a folha de salários para ilustrar como os problemas são mais sutis do que muitos acham.

Haanwinckel e Soares estimam que cada 1 p.p. a mais de contribuição sobre a folha salarial aumenta em 0,27 p.p. o número de trabalhadores sem carteira no Brasil. Paula e Scheinkman, por sua vez, calculam que o aumento da informalidade eleva o custo do capital das empresas em 30% e reduz a produtividade.

Os detalhes da política pública importam. A contribuição sobre a folha salarial incide legalmente sobre as empresas, porém a conta pode ser paga integralmente pelos trabalhadores.

No caso do Chile, documenta Gruber, a redução da contribuição levou ao aumento dos salários reais, sem impacto sobre o emprego, mas isso não ocorreu em países emergentes ou desenvolvidos com políticas públicas um pouco diferentes.

Haanwinckel e Soares indicam que, no Brasil, a redução da contribuição tem impacto maior sobre a formalização do emprego do que uma transferência de renda para os trabalhadores com carteira, como o abono salarial.

Esses são apenas alguns exemplos da extensa pesquisa aplicada sobre os efeitos colaterais das diversas formas de intervenção pública.

Por aqui, no entanto, fazemos propostas sem análises detalhadas das suas consequências. Existem na economia muitas variantes da cloroquina.
Herculano
07/06/2020 10:06
da série: o governador Carlos Moisés da Silva, PSL, paga caro pela arrogância, presunção e inabilidade no ambiente político quando montou o seu governo e levou toxidade para o Centro Administrativo, via as agendas da Agronômica.

BORBA ESTARIA ELIMINANDO PROVAS, por Roberto Azevedo, no Makingof

Na coletiva realizada pela força-tarefa que envolve Ministério Público, Polícia Civil e Tribunal de Contas, neste sábado (6), dois pontos ficaram claros sobre a prisão preventiva do ex-secretário da Casa Civil, Douglas Borba, e do amigo dele, o advogado Leandro Barros: a detenção foi por eles estarem agindo para apagar rastros e provas e que os R$ 11 milhões já recuperados vieram mesmo da Veigamed, em dinheiro rastreado pela Procuradoria Geral do Estado.

O anúncio foi feito, direto da sede do MP, pelo coordenador da força-tarefa, promotor de Justiça Maurício Medina, na companhia do coordenador do Gaeco, promotor de Justiça Alexandre Graziotin; Rodrigo Schneider, delegado da DEIC; e Sidney Antonio Tavares Júnior, diretor de Contas do TCE, que durou 37 minutos.

Na maior parte do tempo, eles se limitaram a dar as informações gerais e, impedidos pela legislação, evitaram dar detalhes sobre as pessoas presas, duas delas no Rio de Janeiro: Davi Perini Vermelho, atual presidente da Câmara de Vereadores de São João do Meriti (RJ), comprador da empresa Veigamed; e Cesar Augustus Martinez Thomaz Braga, advogado da Veigamed; sendo que Pedro Nascimento Araújo, que atuava como uma espécie de procurador da Veigamed, prossegue foragido. Mas na coletiva, falou-se em seis mandados de prisão.

Há busca e apreensão também no Estado de São Paulo e as prisões foram feitas com o apoio das polícias civis fluminense e paulista.

DESTINO TRAÇADO

Douglas Borba, que nega sempre a participação no pagamento antecipado dos R$ 33milhões à Veigamed já tinha o pedido de prisão preventiva solicitado na primeira parte da Operação Oxigênio, fato negado pela prerrogativa de for que ele possuía, à época à frente da Secretaria da Casa Civil, e por erros no pedido encaminhado.

Há muito ele era o alvo, pois tanto Helton Zeferino (ex-secretário da Saúde) quanto Márcia Regina Geremias Pauli (ex-superintendente de Gestão Administrativa da Secretaria da Saúde) relataram, as pressões que ele fazia. Márcia Regina acrescentava que Leandro Barros agia como preposto de Borba e transitava livremente pelo governo, sem ter cargo público.

PEDIDO

O deputado João Amin (PP), integrante da CPI dos Repiradores, saiu na frente e pediu ao presidente da comissão, deputado Sargento Lima (PSL), que seja garantida força-policial para trazer Borba à acareação, marcada para a próxima terça-feira (9).

O mesmo pedido foi feito, em um primeiro momento de forma digital, depois será oficiado, ao procurador-geral de Justiça, Fernando da Silva Comin, para que ele auxilie na ação policial para levar Borba à reunião da comissão.

E AGORA?

Força-tarefa apurou que a Veigamed, que só enviou 50 dos 200 respiradores ao Estado, não teria sequer comprado outros 100, que dirá o restante do lote.

E que não nenhum deputado estadual ou federal investigado por conta da possibilidade de pressão na vende de respiradores ou na indicação de empresas, como chegou a ser relatado por Márcia Regina e Douglas Borba, que, com "amnésia seletiva", não se lembram dos nomes dos parlamentares.

LIMINAR GARANTE LIMA

Uma liminar concedida pelo juiz Humberto Goulart Silveira, da 3ª Vara Cível da Comarca de Florianópolis, impede que se cumpra o pedido de suspensão do deputado Sargento Lima das funções partidárias na Assembleia, o que, na prática, implicaria na saída dele da presidência da CPI dos Respiradores e de outras comissões.

O advogado Paulo Roberto Silveira de Borba, que representa Lima, afirma que a decisão judicial, que ainda terá o mérito analisado, corrige uma distorção, pois mesmo que o deputado tenha sido penalizado administrativamente pela sigla, estranha-se o fato de um ofício, assinado pelo presidente Fabio Schiochet, ser encaminhado um dia depois do conselho de ética pesselista se manifestar, 19 de maio, ao presidente Julio Garcia (PSD) para que o afastamento fosse cumprido.

NA ASSEMBLEIA

Ocorre que não existe um Regimento de Bancada no Regimento Interno do Legislativo Estadual, como há no Congresso, e Julio Garcia submeteu a decisão da cúpula do PSL, feita de forma virtual, em plena pandemia do Coronavírus, à Procuradoria da Assembleia, que ainda não se pronunciou.

A liminar foi expedida enquanto Lima recorre da decisão do PSL catarinense junto ao diretório nacional.

HISTóRIA ANTIGA

Lima está suspenso por sete meses de suas funções partidárias e responde por infidelidade partidária, embora tenha um histórico de votar 95% com o governo de Moisés, mas a pendenga é sobre a ruptura com o governador a partir do afastamento de Jair Bolsonaro.

Em novembro passado, o deputado recebeu um ofício extrajudicial do PSL em que avisava que ele tinha o pedido de expulsão sob análise da cúpula, caso que ganha mais repercussão agora já que preside a CPI e ainda dispara contra o advogado Douglas Borba, ex-secretário da Casa Civil e secretário-geral do partido, que era o home-forte do governo Moisés.

OS OUTROS

Felipe Estevão, também integrantes da CPI dos Respiradores, pegou sete meses de suspensão, assim como Ana Caroline Campagnolo.

Jessé Lopes foi punido com sete meses e, como já tinha sido afastado por cinco meses por conduta indevida, acumula um ano de punição.

ZIMMER COM VIGNATTI

Autor de um dos pedidos de impeachment contra o governador Carlos Moisés, que tramitam na Assembleia, por ter concedido a equiparação de salários dos procuradores do Estado com os da Assembleia, o defensor público Ralf Zimmer Júnior filiou-se ao PSB, presidido pelo ex-deputado federal Cláudio Vignatti. Zimmer Júnior, ex-defensor público-geral, era tucano, concorreu a deputado federal na última eleição, nega que sua veia política seja o objetivo da representação contra Moisés. Ao lado de Vignatti, à direita, o defensor público declarou que entra no PSB para "para construir pontes de diálogo republicano e democrático com as demais forças políticas com foco em boas práticas de gestão e firmeza no combate a todo tipo de desmandos e desperdícios", e jura que não projeta nenhuma candidatura.
Herculano
07/06/2020 09:54
da série: O presidente Jair Messias Bolsonaro, sem partido, esticou a corda de novo. Como estamos numa democracia e as instituições ainda funcionam, vai perder outra vez. É uma confusão atrás da outra ao invés de centrar nos temas prioritários.

Manchete deste domingo, depois que pela terceira vez seguida por ordem direta do Presidente, começou-se a esconder dados: MP DÁ 72H PARA MINISTÉRIO DA SAÚDE EXPLICAR MUDANÇA NA DIVULGAÇÃO DE MORTES

Herculano
07/06/2020 09:47
MORO EXIBE DISCURSO DE CANDIDATO ANTI-BOLSONARO, por Josias de Souza, no UOL

Livre das amarras que o cargo de ministro da Justiça lhe impunha, Sergio Moro se equipa para a disputa presidencial de 2022. Faz isso com método. Em nova entrevista, dessa vez à Folha, Moro exibe a retórica de um provável candidato anti-Bolsonaro.

A estratégia do presidenciável não declarado está escancarada em três pontos da entrevista. Num, Moro se apropria da agenda anticorrupção, que Bolsonaro tomara emprestado e jogou no lixo. Noutro, equipara o ex-chefe ao PT. Num terceiro ponto, esgrime um discurso moderado, distante da polarização.

"Alianças com algumas figuras políticas questionáveis não contribuem para a imagem do governo", declarou Moro, numa alusão à aliança de Bolsonaro com o centrão.

Ele acrescentou: "Entregar cargos, com orçamentos expressivos, para serem preenchidos por indicações políticas provenientes de pessoas condenadas ou acusadas de corrupção contraria tudo o que a Lava Jato representou."

Em 2018, Bolsonaro enrolou-se na bandeira da Lava Jato. O que o ex-juiz da 13ª Vara de Curitiba declarou, com outras palavras, foi mais ou menos o seguinte: "Ninguém melhor para fazer o papel de porta-bandeira da Lava Jato do que eu."

A certa altura, Moro critica o petismo por não fazer uma autocrítica. Ele equipara a aversão do PT ao reconhecimento dos próprios erros ao negacionismo de Bolsonaro em relação ao coronavírus. Eis o que afirmou Moro:

"A estratégia que eles adotam, negando os crimes que foram praticados durante a presidência do PT, durante o período que o partido tinha o controle sobre a Petrobras, junto a seus aliados, é mais ou menos o equivalente à postura do presidente da República, que nega a existência de uma pandemia no momento atual. É um erro isso."

Nesse ponto, o autor da sentença que levou Lula a passar uma temporada na cadeia se credencia como beneficiário do antipetismo - uma força eleitoral que impulsionou a vitória de Bolsonaro em 2018.

Noutro trecho, Moro revela-se disposto a rubricar manifestos em defesa de valores democráticos supostamente ameaçados por Bolsonaro. "Essa é uma questão em aberto. Minhas posições sempre foram muito favoráveis à democracia e ao Estado de Direito, e assim tenho me manifestado publicamente."

A eventual companhia de políticos de esquerda, mesmo aqueles que criticam seu trabalho como juiz, não parece incomodar Moro: "Na democracia temos muito mais pontos em comum do que divergências. As questões pessoais devem ser deixadas de lado."

Com essas palavras, Moro posiciona-se na conjuntura como uma espécie de placa de trânsito, como se desejasse sinalizar aos brasileiros cansados de polarizações e extremos que basta segui-lo para chegar ao centro.
Herculano
07/06/2020 09:35
da série: as urnas de 2018 foram implacáveis, as deste ano também serão por razões diversas e entre elas porque muitos políticos não entenderam direito o recado de 2018, e eles já cheiraram isso. Então estão pedindo a prorrogação de mandatos para não serem julgados pelas urnas.

TRÊS CENÁRIOS DE HORROR E UMA SAÍDA PARA O MUNDO DEPOIS DA PANDEMIA, por Vinicius Torres Freire, no jornal Folha de S. Paulo.

Acemoglu pinta panoramas de opressão estatal e privada, mas aponta saída progressista

O mundo pode continuar no caminho da degradação até o ponto de surgir algo ainda pior do que desigualdade, descrença na democracia e nacionalismo populista. Pode sucumbir à tentação de adotar um despotismo eficaz como o da China. Talvez se renda à opressão privada das empresas gigantes de tecnologia.

Daron Acemoglu pinta esses cenários para um mundo depois da pandemia. Saída: retomar os avanços da social-democracia, prejudicada pela maré conservadora que subiu nos anos 1980.

Economista, historiador e professor do MIT, Acemoglu ficou mais conhecido pelo livro "Por que as Nações Fracassam", que escreveu com James Robinson. Cedo ou tarde, deve ganhar um Nobel por algum dos seus trabalhos teóricos, um monte impressionante. Na idiotice do debate brasileiro, seria chamado de "ortodoxo". Publicou no site Project Syndicate um artigo sobre o Estado no pós-Covid.

A pandemia é o que chama de "momento crítico", um dos raros abalos que tiram a história dos países de certo movimento inercial. As consequências desses choques são incertas, mas pequenas diferenças nas decisões ou oportunidades de como enfrentá-los levam a desenvolvimentos muito diferentes e dificilmente reversíveis no longo prazo. O abalo atual é o enorme aumento do papel do governo (mais gasto, mais intervenções, mais vigilância) e/ou a necessidade de governança maior e mais competente.

No cenário "business as usual trágico", não há mudança institucional. A desigualdade social e econômica se torna endêmica, assim como o desprezo por especialistas e ciência. A polarização e a descrença nas instituições democráticas se agravam.

Assim, governos mais poderosos e maiores, mas incapazes de lidar com a crise socioeconômica, provocam mais revolta ou mais indiferença pela vida pública. A tragédia é a desintegração da política democrática, como já se vê.

No cenário "China de Leve", insegurança e incerteza podem levar as pessoas a querer um Leviatã. Pelo menos a pandemia indica que um governo forte é necessário para lidar com emergências.

A China seria um exemplo: sua infraestrutura política e técnica de controle social deu resposta mais rápida e eficaz à desgraça do vírus. Democracias seriam tidas como ineficientes e lerdas para lidar com crises tais e um mundo globalizado.

Aos poucos, o poder ampliado dos governos e a imitação de exemplos do despotismo opressivo mais eficaz dos chineses levariam os EUA a serem uma versão "bastarda" da China, sem as competências burocráticas tradicionais, um "Detran" atrapalhado por tuítes presidenciais.

No cenário "servidão digital", as grandes empresas de tecnologia substituem cada vez mais o governo. Começam por testar e rastrear doentes; dão soluções à administração remota de fábricas e escritórios. Quanto mais indispensáveis, mais poderosas, dadas a subserviência e a inoperância dos governos.

O público deixaria de vez de se opor à coleta e à mercantilização de seus dados; à manipulação de seu comportamento. A economia da inteligência artificial seguiria na sua toada, que não é inevitável: produz desigualdade e obriga trabalhadores a viver da ninharia da renda básica.

A saída é pela social-democracia. Por que tal movimento não ocorreu até agora, se a tensão social e econômica fervilha ou explode, como nos protestos nos EUA? Acemoglu não diz. A crise é uma oportunidade de reorganizar a campanha por mais seguros sociais e regulação mais inteligente até para domar a iniciativa privada da inteligência artificial, de modo a criar mais empregos.

O governo, maior depois da epidemia, tem de ser controlado por novos meios de participação política democrática. Já aconteceu, depois da Grande Depressão e da Segunda Guerra. É preciso fazer política para que dê certo de novo.
Herculano
07/06/2020 09:26
MANIPULAÇÃO DE DADOS, por Merval Pereira, no jornal O Globo

Seremos um dos únicos países do mundo em que a curva dos infectados será derrubada por uma canetada

Teremos em poucas dias mais confusão estatística provocada pela obsessão do governo Bolsonaro de manipular os números oficiais. O aumento das queimadas na Amazônia e na Mata Atlântica foi negado pelo ministério do Meio-Ambiente, a ponto de haver uma intervenção no Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), até que a realidade ficou patente.

Agora, teremos várias contagens dos mortos e infectados pela Covid-19, pois o Tribunal de Contas da União (TCU) e o Congresso estão dispostos a colher os dados diretamente das fontes estaduais para obter um número mais próximo da verdade possível, enquanto o ministério da Saúde pretende esconde-los.

O governo é tão desorganizado que deixou evidente desde o inicio sua intenção de não revelar os dados da Covid-19 para grande parte da população, depois que os ministros técnicos - Luis Henrique Mandetta e Nelson Teich - saíram por absoluta impossibilidade de trabalhar.

Atrasou a divulgação dos dados para que eles não fossem anunciados pelo Jornal Nacional, mas quando a má-fé ficou evidenciada, o jornalismo da Rede Globo decidiu noticiar os números oficiais na hora em que fossem divulgados, o que fez com que a novela fosse interrompida para o anúncio, com uma audiência muito maior.

A jogada seguinte foi anunciar que os números oficiais seriam revisados, sob a alegação do governo de que são maiores que na realidade. O ministério da Saúde tentar camuflar os dados de infectados e mortos pelo Covid-19 é de uma ousadia poucas vezes vista.

O único plano para combater o novo coronavírus é uma oficialização da subnotificação que, como se sabe, é muito grande no Brasil, quantificada por especialistas em pelo menos cinco vezes o número oficial.

Além de alterar os critérios, o governo já mudou a tabela de divulgação dos dados, omitindo o total geral de mortos e infectados pela doença. Seremos um dos únicos países do mundo em que a curva dos infectados será derrubada por uma canetada, como se isso resolvesse os problemas da população.

Nos igualaremos a países como a China, a Rússia, a Coréia do Norte, a Bielorrússia, cujos dados oficiais são ridicularizados mundialmente. A ideia foi do secretário de ciência e tecnologia do Ministério da Saúde, Carlos Wizard, que, ignorando a subnotificação existente, quer acabar com o que considera ser uma supernotificação, alegando que os governadores aumentam as notificações para aumentar as verbas publicas que recebem para combater a Covid-19.

Sua declaração foi considerada pelo conjunto dos secretários de saúde dos Estados "grosseira, falaciosa, desprovida de qualquer senso ético, de humanidade e de respeito, merece nosso profundo desprezo, repúdio e asco". O ministro do TCU Bruno Dantas, baseado no fato de que em matéria de saúde há uma obrigação do Estado de divulgar estatísticas que viabilizem decisões de políticas públicas, está entrando em contato com os tribunais de contas estaduais para viabilizar uma contagem que seria consolidada pelo TCU, cujo presidente José Múcio já autorizou o trabalho conjunto.

Cada TCE pode requisitar, sob pena de multa aos gestores, os dados das secretarias estaduais. A divulgação local também pode ser feita por cada TCE e a nacional (que nada mais é do que a soma dos dados estaduais) pela própria ATRICON, a associação que congrega ministros do TCU e conselheiros de TCEs de caráter nacional.

A ideia é bastante simples, mas precisa do engajamento dos tribunais de contas estaduais, porque são eles que têm poder para requisitar os dados das secretarias de saúde dos Estados, e não existe subordinação entre eles e o TCU.

Diante do perigo que é o país não ter os indicadores corretos para realizar as politicas públicas adequadas, pior mesmo é não ter ter um ministro da Saúde há 22 dias. Tendo um General como interino na pasta todo esse tempo, no auge da pandemia, Bolsonaro resolveu imitar seu "amigo, irmão" Trump e está em litígio com a Organização MUndial de Saúde. Ao criticar seu diretor-geral Tedros Adhanon Ghebreyesus, saiu-se com essa:" Nem médico é".
Herculano
07/06/2020 09:24
da série: este editorial do jornal Folha de S. Paulo, pode explicar o porquê do prefeito de Gaspar, Kleber Edson Wan Dall, MDB, não tocar até agora no seu alto salário de R$27.356,69 diante da crise econômica provocada pela Covid. Ele chegou a informar que estava economizando mais de R$68 mil não nomeando titulares para cinco secretarias cujos titulares - furtos da máquina política de catar votos para o poder de plantão - vão ser candidatos. Entretanto, Kleber não resistiu a planilhas. Elas demonstraram ao contrário. Desmentido na Câmara, nesta semana, Kleber resolveu azeitar ainda mais a sua máquina de votos com dinheiro público. Duas das cinco secretárias que seriam a parte do sacrifício que anunciou para não tocar no seu salário, já possuem titulares.

ELITE INTOCADA, editorial do jornal Folha de S. Paulo

Autoridades recusam o urgente debate sobre o corte de salários do setor público

Nutrida por generosos recursos públicos, a elite dos servidores do Estado brasileiro tem o dever de partilhar dos custos econômicos impostos a toda a população pela pandemia de Covid-19. Não é o que pensam, no entanto, as autoridades consultadas por esta Folha ao longo das últimas duas semanas.

A lista inclui o presidente Jair Bolsonaro, os presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, todos os ministros do Poder Executivo e do Supremo Tribunal Federal, o procurador-geral da República, os presidentes dos dez maiores partidos políticos, governadores e prefeitos de capitais.

Questionados sobre a possibilidade de cortes em seus próprios salários e nos do funcionalismo, quase todos ficaram calados ou se manifestaram contra a ideia.

A elite pública brasileira parece crer em uma realidade paralela de fartura de recursos. Nem de longe é o caso. As projeções para o déficit orçamentário neste ano já se aproximam dos R$ 800 bilhões, e isso sem contar os juros de uma dívida pública em disparada.

Enquanto a suspensão de contratos de trabalho e a redução de até 70% nos salários atingem cerca de 9 milhões de trabalhadores, as corporações estatais se eximem da responsabilidade de propor medidas de cortes de gastos fixos. Em cálculos simples, uma redução de vencimentos em 25% por três meses geraria R$ 35 bilhões.

O gasto público com pessoal ativo no Brasil - estimado, segundo metodologia internacional, em quase 14% do Produto Interno Bruto - está entre os mais altos do mundo, graças principalmente aos salários muito superiores aos do setor privado. O Judiciário, em particular, apresenta custos sem paralelo entre os principais países.

Ressalve-se o bom exemplo de autoridades como os governadores do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), e do Piauí, Wellington Dias (PT), que reduziram voluntariamente seus contracheques e os de auxiliares.

Trata-se, porém, de iniciativas apenas simbólicas, de ínfimo impacto orçamentário. A nova realidade trazida pela pandemia exige o enfrentamento amplo de privilégios e desperdícios. Desde já.
Herculano
07/06/2020 09:11
SEGURANÇA VÊ AMEAÇA DE SELVAGERIA NESTE DOMINGO, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

Baseado em informações de setores de inteligência, o governo está preocupado com a segurança dos prédios dos ministérios da Educação e das Relações Exteriores, que podem sofrer ataques e depredação na manifestação deste domingo (7) contra o presidente Jair Bolsonaro. Analistas de inteligência advertem que os dois prédios viraram alvos em razão das declarações polêmicas dos ministros, Abraham Weintraub e Ernesto Araújo, detestados pela oposição por se declararem de "direita".

JÁ TENTARAM ANTES

Nos protestos de 2013, tentaram depredar e incendiar o Itamaraty, sede do Ministério das Relações Exteriores, que guarda importante acervo.

LEI ANACRôNICA

O problema é que, por lei, a Polícia Militar do DF não pode fazer a proteção de prédios federais, tarefa da Força Nacional de Segurança.

PM NA LINHA DE FRENTE

Os soldados da Força Nacional estarão a postos, domingo, mas como reserva das forças da PM local. Só entram em ação se o pau quebrar.

CAMISAS NEGRAS

Domingo (31), manifestantes antibolsonaristas promoveram agressões e depredações, como ocorreu na estação do metrô da Avenida Paulista.

MORTE 'CUSTA' POUCO E UNIMED RECUSA TRATAMENTO

O plano de saúde Unimed foi condenado a pagar indenização de R$10 mil, por danos morais, após recusar tratamento a uma cliente de Minas Gerais com câncer raro diagnosticado nas células musculares. A vítima do leiomiossarcoma metastático morreu em decorrência da doença e sua família processou a Unimed. Até o plano de saúde avaliou como risível a indenização de R$10 mil, por isso decidiu não recorrer da sentença. Saiu mais barato indenizar a família da vítima que pagar pelo seu tratamento.

JURISPRUDÊNCIA

A 14ª Câmara Cível do TJMG mostra que a vida humana pouco vale, e seguiu o padrão em casos de recusa de tratamento por planos de saúde.

É A NORMA

Como planos de saúde, bancos são beneficiados pela Justiça: R$5 mil é a indenização padrão por inscrever indevidamente clientes no Serasa.

SEM RESPOSTA

Questionada pela coluna, a Unimed de Minas Gerais não explicou até o fechamento da edição a estratégia cruel e desumana contra a clientela.

ELES SÃO OS INVENTORES

Políticos são chamados de mentirosos. Já em campanha, mentem contra adversários ou para conquistar votos. Um grupo desses profissionais da mentira quer definir o que é real e o que é "fake" nas redes sociais.

BOA COISA NÃO É

Juristas como Fábio Medina Osório, ex-ministro da Advocacia Geral da União, desconfiam de projetos contra fake news, até porque a legislação é abundante na punição de crimes inclusive nas redes sociais.

QUEM NÃO É?

O assunto mais comentado no 3º e 4º andares do Planalto, nesta sexta (5), não foi covid-19, manifestação ou OMS, mas a demissão de Miguel Falabella da Globo. São numerosos os fãs do ator no centro do poder.

CIDADÃOS VIGILANTES

Em menos de uma semana, o "Corruptovírus" recebeu 40 denúncias de mau uso de recursos na pandemia. Segundo o Instituto Não Aceito Corrupção, as denúncias serão enviadas ao Ministério Público.

O QUE É RUIM, ESCONDE

A pelegada da CUT ligada ao "ramo financeiro" alega que o presidente Bolsonaro "ameaça bancos públicos". Mas se calou quando os governos do PT aparelharam e roubaram fundos de pensão... e bancos públicos.

BYE, BYE, BRASIL

O grupo Delta Faucet, gigante dos metais e dona das marcas Delta e Brizo, anunciou dias atrás o encerramento das atividades no Brasil, após sete anos, para seguir "estratégia global" de economia.

PASSOS LENTOS

Pesquisa em 103 shoppings pelo país comprova que a reabertura ainda engatinha no âmbito financeiro. Segundo a Alshop, a circulação de pessoas caiu cerca de 60% e o faturamento despencou em até 70%.

'S' TESTA

O Sest/Senat vai realizar em todo o país testes rápidos de covid-19 em 30 mil trabalhadores do transporte, entre 8 e 12 de junho. Serão caminhoneiros autônomos, motoristas profissionais, cobradores etc.

PENSANDO BEM...

...sem Bolsonaro, nem Trump, à OMS só vai restar a China e a cloroquina.
Herculano
07/06/2020 09:04
BOLSONARO TENTA ATROPELAR GOVERNADORES E INCENTIVA REPRESSÃO A PROTESTOS, por Bruno Boghossian, no jornal Folha de S. Paulo

Aceno do presidente a policiais pode gerar um novo conflito com políticos estaduais

Jair Bolsonaro lançou as bases para um novo conflito com governadores. Depois de sabotar medidas de isolamento contra o coronavírus para satisfazer seu projeto de poder, o presidente agora mira as polícias estaduais e as ações desses agentes durante os protestos que acontecem em algumas capitais.

Nos últimos dias, Bolsonaro fez acenos às forças de segurança comandadas pelos governos locais. Estimulou a repressão a manifestantes e disse esperar que policiais militares "façam seu devido trabalho se porventura esses marginais extrapolarem os limites da lei".

Com essa sinalização, o presidente atropela a autoridade de governadores e tenta reforçar ainda mais seus laços com essas corporações, onde a simpatia pelo nome de Bolsonaro vem de seus tempos como deputado. De quebra, ele aposta em potenciais confrontos nas ruas para alimentar sua propaganda contra os protestos organizados por seus opositores.

Sem surpresas, Bolsonaro replica um item da cartilha de Donald Trump diante das manifestações contra o racismo nos EUA. Numa videoconferência com governadores, o presidente americano incentivou uma reação agressiva das polícias locais a esses atos. "Se vocês não dominarem, eles vão passar por cima de vocês, e vocês vão parecer um bando de babacas", declamou.

No caso brasileiro, as provocações de Bolsonaro metem os governadores numa cilada. Em caso de repressão violenta, eles serão responsabilizados pela brutalidade. Se deixarem de responder a algum tumulto, serão alvo de insatisfação nas polícias e se tornarão peças de exploração política por parte do presidente.

Além de intimidar adversários, a retórica de Bolsonaro tende a inflamar o ânimo de forças que estão fora do alcance de seu poder, já que as PMs obedecem às ordens dos governadores. Se os agentes decidirem escutar as recomendações do Palácio do Planalto, a insubordinação se instala e o presidente ganha uma tropa de choque política nos estados. Ele parece contar com isso.
Herculano
07/06/2020 08:58
A QUEDA, A QUEDA E A QUEDA, por Carlos Brickmann

O presidente Bolsonaro foi a Águas Lindas, em Goiás, para inaugurar um hospital de campanha que já estava pronto há 40 dias, o primeiro construído pelo Governo Federal para as vítimas da pandemia. Desceu do helicóptero, escorregou e caiu no chão de terra. Levantou-se em seguida, sem problemas.

No fim do ano passado, Bolsonaro já havia tido uma queda, escorregando no banheiro do Palácio da Alvorada e batendo a cabeça. Passou a noite em observação, no hospital. De manhã voltou ao palácio, sem problemas.

Mas piores são as quedas políticas: o presidente Donald Trump, seu ídolo, que antes dele já falava em cloroquina, disse que se os EUA tivessem lidado com a pandemia como o Brasil (e a Suécia), sem uma rígida quarentena, poderiam ter tido de um a dois milhões e meio de mortos, em vez de 105 mil. Justo Trump, que já chamou Bolsonaro de "Trump tropical". E nosso vice, general Hamilton Mourão, abriu o jogo sobre como Bolsonaro vê o Governo: se o Ministério da Segurança Pública for separado do Ministério da Justiça, o objetivo será "acomodar aliados", que "trariam um apoio maior para a base governamental dentro do Congresso". O Centrão sabe seu valor.

Mourão falou também sobre o desempenho do Governo. Diz que deveria ter criado tratado de conter o desmatamento da Amazônia no ano passado, e que o Brasil "perdeu a narrativa do ponto de vista ambiental e é tratado como vilão". Para quem cai nas pesquisas, perder Trump e ouvir Mourão é terrível.

FIRME

Nada disso significa que Bolsonaro esteja à beira da queda, embora seja difícil, com apoio reduzido, retomar os patamares de popularidade em que já esteve. Bolsonaro tem menos de um terço do eleitorado, dificultando, em termos políticos, uma tentativa de impeachment. Talvez metade desse terço seja seu núcleo duro, que não irá abandoná-lo. E a, digamos, conquista do Centrão impede a aprovação do impeachment no Congresso. Bolsonaro é do ramo, mas é difícil que mesmo ele crie uma crise em que perca o cargo.

OLHANDO O EXEMPLO

Só que, em política, as coisas podem mudar rapidamente. Donald Trump era favorito na luta pela reeleição. Mas a forma pela qual lidou com a pandemia - inicialmente negando-a, depois anunciando que a cloroquina era a solução (o caro leitor não se lembra de algo?) e, numa frase especialmente infeliz, sugerindo injeção de desinfetante para tratar coronavírus - minou sua popularidade. Ficou pouco abaixo do adversário Joe Biden. Veio então o episódio George Floyd, no qual Trump não teve a menor participação. Caiu mais e, nas últimas pesquisas, ficou com 41%, contra 51% de Joe Biden.

TUMULTOS AMERICANOS

George Floyd era um segurança negro, grande e forte, detido por suspeita de tentar passar US$ 20 falsos. Tentou fugir, resistiu, acabou subjugado, com um policial pressionando-o no pescoço. Disse algumas vezes que não conseguia respirar e, após nove minutos de pressão, morreu. O policial, branco, está numa prisão de segurança máxima, acusado de homicídio. Não há qualquer evidência de que tenha morto Floyd de propósito, ou por ser negro. Mas, de qualquer maneira, exagerou. E, por algum motivo, o assassínio incendiou os Estados Unidos: o slogan "Vidas de negros importam" pegou fundo, e tudo virou um protesto violento contra o racismo - protesto em que manifestantes acabaram matando um policial negro. Trump ameaçou colocar o Exército na parada, o que é proibido pela Constituição (e os militares foram os primeiros a dizer isso). A Guarda Nacional atua, mas sob o comando dos governadores, não do presidente.

OS NÚMEROS

Condenar o racismo é sempre válido. Mas saquear lojas e incendiá-las? E vejamos números oficiais americanos (fonte, FBI, relatório sobre 2013). Número de assassínios por milhão de habitantes: negros mortos por brancos, 0,77. Brancos mortos por negros, 9,83. Brancos mortos por brancos, 10,22; Negros mortos por negros, 53,94. Sim, há causas que levam a isso, que têm de ser corrigidas. Mas por que esta morte, justamente esta, inflamou o país?

TERCEIRO DO MUNDO

O Brasil tem a quinta população do mundo e é hoje o terceiro em mortos pelo coronavírus, atrás apenas de Estados Unidos e Grã-Bretanha. Chegou a esta posição 79 dias depois da morte da primeira vítima do Covid, em 17 de março. A "gripezinha" matou, até quinta-feira, 34.021 pessoas no Brasil. No mundo, já morreram 390 mil pessoas. Especialistas se dividem: há quem diga que a pandemia já reduziu a taxa de contaminação e logo isso irá se refletir em menos casos; há quem diga que vivemos o pico da doença, que logo mostrará sinais de queda; há quem diga que o pico da doença virá daqui para a frente e só começará a cair em agosto.

E há os que temem a volta da pandemia, a "segunda onda", que atingiria até quem já teve Covid e pensa estar imunizado.

Nós, não especialistas, o que podemos fazer é rezar e torcer.
Herculano
07/06/2020 08:49
COMO VIRUS, PRECONCEITUOSOS SÃO TRANSMISSSÍVEIS E ESTÃO POR AÍ, DO CENTRAL PARK A ALPHAVILLE, por Elio Gaspari, nos jornais O Globo e Folha de S. Paulo

Tanto Amy Cooper como Ivan Storel vocalizaram preconceitos: ela, de cor, ele, de classe

Adiante vão duas cenas dos últimos dias. Uma aconteceu no Central Park, em Nova York. A outra no bairro de Alphaville, em São Paulo (R$ 5.700 por metro quadrado).

25 de maio: Amy Cooper, com MBA pela Universidade de Chicago, chefe do setor de seguros de uma firma de investimentos (US$ 70 mil anuais), passeava com seu cachorro, solto, pelo parque. Christian Cooper (nenhum parentesco) disse-lhe que devia prender a coleira do bicho.

Negro, ele tinha um binóculo e observava os passarinhos. Ela se descontrolou, sacou o celular e chamou a polícia, dizendo que "um afro-americano está ameaçando minha vida". Christian diplomou-se por Harvard em ciência política. Também sacou o celular e gravou a cena. (O vídeo seria visto por 40 milhões de pessoas.)

No dia 28 Amy foi demitida. Desculpou-se, mas Christian recusou-se a encontrá-la.

Nesse mesmo dia o cabo Edson, da PM paulista, foi enviado a uma casa de Alphaville, atendendo a uma denúncia de violência doméstica. Enquanto conversava com a mulher, apareceu o marido, o joalheiro Ivan Storel. Em bolsonarês castiço, que repeliu o cabo:

"Você pode ser macho na periferia, mas aqui você é um bosta. Aqui é Alphaville, mano",

"Eu ganho R$ 300 mil por mês", "Você é um merda de um PM que ganha R$ 1 mil", "Tenho uns 50 caras pra enfrentar você."

Uma policial (que também foi insultada) registrou a cena.

Seis dias depois, Storel gravou um vídeo, reconheceu seu erro, revelou que está em tratamento psiquiátrico e que agiu sob o efeito de álcool e remédios. Disse que se envolveu "numa polêmica" com a polícia e pediu "perdão" a todos os policiais, inclusive aos que ofendeu.

Fica combinado assim. Tanto Amy Cooper como Ivan Storel vocalizaram preconceitos. Ela, de cor. Ele, de classe. Como o vírus, são preconceitos transmissíveis e estão por aí.

Entrevistado no programa de Fátima Bernardes, o cabo Edson mostrou-se surpreso pela viralização do vídeo e revelou que "não quis mostrar para a minha esposa e nem para os meus filhos porque não sabia como ia ser a reação deles".

INTERVENÇÃO MILITAR

Num país com os mortos da Covid passando de 30 mil, mais de 12 milhões de desempregados, numa recessão histórica, "lunáticos" (palavras de Gilmar Mendes) falam em intervenção militar.

Tudo bem, mas vale lembrar uma cena ocorrida há alguns anos em Brasília.

Um çábio defendia seu projeto e tirou da manga o que supunha ser um grande argumento:

"Se fizermos isso, o Paraguai fica na nossa mão".

Respondeu-lhe um sábio:

"E você faz o que com ele?"

CANSAÇO

Se o ministro da Educassão reclamar de cansaço e pedir para ir embora, seu motivo será entendido.

BOLSONARO DÁ CARGOS AO CENTRÃO, MAS NÃO EXPLICA EDITAL VICIADO PARA COMPUTADORES

Continua faltando contar quem e como botou aquele jabuti na forquilha

Depois do vexame da nomeação e da exoneração do presidente do Banco do Nordeste do Brasil, Bolsonaro e sua Nova Política entregou ao centrão as presidências da Fundação Nacional da Saúde e do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação. Juntos, movimentam R$ 57 bilhões.

Com menos de dois anos de governo, o capitão está no quarto presidente do FNDE e até agora ninguém explicou quem preparou o edital viciado para a compra de 1,3 milhão de computadores, laptops e notebooks ao custo de R$ 3 bilhões. Pelo seu desenho, os 255 alunos de uma escola da rede pública mineira receberiam 300.020 laptops.

Outro dia o vice-presidente Hamilton Mourão defendeu as negociações com o centrão e disse que "compete aos organismos de fiscalização cumprir seu papel e o ministro da área ficar em cima disso aí, para que está aí a Controladoria-Geral da União?"

Bingo. Foi a CGU que sentiu cheiro de queimado no edital e provocou a sua revogação. Continua faltando contar quem e como botou aquele jabuti na forquilha.

ASTRO REI

Lula recusou-se a assinar os manifestos em defesa da democracia e explicou: "Eu, sinceramente, não tenho condições de assinar determinados documentos com determinadas pessoas".

Gleisi Hoffmann, presidente do PT, deu nome aos bois: Lula não poderia assinar um manifesto junto com Fernando Henrique Cardoso e Michel Temer, que não assinou coisa alguma.

Cada um assina o que quer, mas em 1941, quando a Alemanha invadiu a União Soviética, o primeiro-ministro inglês Winston Churchill aliou-se imediatamente a Stalin e disse:

"Se Hitler invadisse o inferno, eu diria uma boa palavra a respeito do Diabo na Câmara dos Comuns".

Churchill tinha horror aos comunistas e, uma semana depois, proibiu que a BBC tocasse seu hino, a Internacional.

DUAS FACES

Existem empresários e empresários. O restaurante La Casserole, tradicional casa de pasto do andar de cima, está comemorando seu 66º aniversário com uma campanha para arrecadar recursos, destinados a fornecer refeições para 6.600 necessitados do centro de São Paulo. Cada R$ 20 doados servirão para cobrir os custos de uma refeição. A iniciativa ajudará também as famílias de 50 funcionários, parceiros e fornecedores.

Com 192 doadores, já conseguiram R$ 52 mil. Um freguês deu R$ 4.000.

Na outra ponta fica a Enel, concessionária de energia de São Paulo. Tendo retirado das ruas os funcionários que liam os relógio do consumo, cobrou R$ 7.000 ao Casserole, que está parado. A conta não deveria ter chegado a R$ 100, mas ela se baseou no consumo médio do último ano. Apanhada, ela promete compensar suas vítimas.

VALENTE PRESIDENTE DA CAIXA LEVOU DOIS MESES PARA PERCEBER QUE TRABALHADORES SENTAM

Benefício de R$ 600 foi aprovado no fim de março e só no começo de junho a Caixa se comprometeu a providenciar cadeiras

O doutor Pedro Guimarães, presidente da Caixa, é um homem valente e tem 15 armas em casa.

O benefício de R$ 600 para os invisíveis foi aprovado no fim de março e só no começo de junho a Caixa se comprometeu a providenciar cadeiras para as pessoas que vão para as filas diante de suas agências.

Levaram mais de dois meses para perceber que os bípedes sentam.

AS CORES DE ARAS

O procurador-geral Augusto Aras fará história pelas suas falas e pelos seus silêncios, mas já conseguiu animar Brasília pela policromia de suas gravatas.

Com um presidente que usa casaca de gola redonda, a única curiosidade da indumentária dos hierarcas estava nos patacões que carregam nos pulsos. Os ministros Braga Neto e Augusto Heleno têm relógios de astronauta. O embaixador Ernesto Araújo carrega um patacão que parece ter até horóscopo. Chique, só o da ministra Tereza Cristina, de aço, que parece ser um Cartier.

CERCO

O governador Wilson Witzel (Harvard Fake '15), deve se preocupar com possíveis confissões premiadas de pessoas que trabalharam no seu governo, ou mesmo de gente que bicava no entorno.

Seu nome está na roda desde janeiro, colocado por um atravessador de negócios paraibano.
Miguel José Teixeira
06/06/2020 21:54
Senhores,

O usurpador de quadrilha

A Rádio Cercadinho sugere que o capitão zero-zero está matutando em recriar o ministério do trabalho para indicar como seu estafeta, o tal paulinho da farsa sindical, livrando-o da cadeia.

Base curricular: integrante do centrão e condenado pelo STF.

De alguém que quer extinguir a covid-19 por decreto, não se duvida!
Herculano
06/06/2020 13:15
BOLSONARO AGORA PõE EM DÚVIDA NÚMERO DE MORTOS, por Josias de Souza, no Uol

O Brasil ainda tem muito a desaprender com Jair Bolsonaro. O presidente não se limita a fazer tudo errado na crise do coronavírus. Ele se esmera no erro. Faz o pior o melhor que pode.

Depois de esvaziar a pasta da Saúde até reduzi-la à função de calculadora de cadáveres, Bolsonaro decidiu desmoralizar os cálculos. Quer "provar" que a única coisa que as estatísticas oficiais provam é que as estatísticas não provam nada. Em vez de tratar a doença, prefere retocar a radiografia.

A contabilidade da Saúde é feita sobre números enviados pelos estados. Sabe-se que há subnotificação, pois o índice de testagem é baixo. Mas o presidente passou a sustentar o contrário. Insinua em privado que governadores inflacionam dados para "politizar" o vírus, "arrancar dinheiro" da União e colocar cadáveres em 2022.

O desconforto de Bolsonaro com os números da pandemia é grande. Aumenta na proporção direta do crescimento da pilha de mortos. O incômodo foi potencializado pelo Jornal Nacional, uma vitrine que leva corpos, caixões e covas à sala dos brasileiros todas as noites, a partir de 20h30.

Quando Henrique Mandetta era ministro da Saúde, o acerto de contas do vírus era divulgado às 17h ?"com direito a entrevista coletiva. Sob Nelson Teich, a coisa foi deslizando para as 20h. Entrevistas, só de raro em raro. Na gestão interina do general Eduardo Pazuello, o horário passou a ser 22h. Sem explicações.

Na noite de quarta-feira, a pasta da Saúde atribuiu o atraso a questões técnicas. Na quinta, absteve-se de comentar. Nesta sexta, coube a Bolsonaro desvendar o mistério numa entrevista à CNN, na porta do Alvorada: "Acabou matéria do Jornal Nacional." Heimmm?!?!? "Ninguém tem que correr para atender a Globo."

William Bonner viu-se compelido a prometer: "Os espectadores da Globo podem ter certeza de uma coisa: serão informados sobre os números tão logo sejam anunciados, porque o jornalismo da Globo corre sempre para atender o seu público". O apresentador retornaria às 21h45 para anunciar: 1.005 mortes nas últimas 24 horas, totalizando 35.026 óbitos.

"Nós dissemos que você teria esses números assim que fossem anunciados. Estamos aqui cumprindo o que nós dissemos", disse Bonner. Horas depois, Renata Lo Prete esmiuçaria os dados e as manobras no Jornal da Globo.

Quer dizer: obcecado em prejudicar o Jornal Nacional, Bolsonaro esticou e enobreceu o horário nobre da TV Globo. Prepara-se agora para magnificar sua própria mediocridade, torturando estatísticas para que elas informem o que lhe parecer conveniente.
Herculano
06/06/2020 12:40
POLÍCIA DE ESTADO

O Delegado Geral de Polícia de Santa Catarina, o gasparense Paulo Norberto Koerich, fez questão de dizer duas coisas:

- Que foi demandado pelo governador Carlos Moisés da Silva, PSL, para integrar a "força" operacional e de inteligência da Operação 02.

- Que a Polícia Civil se mostrou ser uma polícia de estado, e foi atrás dos problemas ocorridos dentro do próprio governo do estado, na tripartite com o Ministério Público e o Tribunal de Contas.
Herculano
06/06/2020 12:35
A LEI DE ABUSO DE AUTORIDADE PROTEGE OS BANDIDOS QUE ROUBAM OS PESADOS IMPOSTOS DE TODOS OS CIDADÃOS.

NA ENTREVISTA COLETIVA DESTE SÁBADO DA SEGUNDA FASE DA OPERAÇÃO OXIGÊNIO, O QUE MAIS SE OUVIU PARA NÃO NOMINAR OS IMPLICADOS É QUE NÃO SE QUERIA INFRIGIR A LEI DE ABUSO DE AUTORIDADE E DESSA FORMA, FAVORECER OS CRIMINOSOS COMO VÍTIMAS PERANTE A JUSTIÇA

SEGUNDO O PROCURADOR GERAL, ESTE "CUIDADO" FOI PARA PRESERVAR A INTIMIDADE DOS INVESTIGADOS. INTIMIDADE? A DE SER BANDIDO CONTRA O DINHEIRO DOS CIDADÃOS? MEU DEUS!
Herculano
06/06/2020 12:03
AUDIÊNCIA

Mais de 500 estavam assistindo on-line a entrevista dos coordenadores da Operação O2, em Florianópolis.
Herculano
06/06/2020 11:58
TEM GENTE EM GASPAR NERVOSA COM A OPERAÇÃO OXIGÊNIO. PODE FALTAR AR PARA ALGUNS
Miguel José Teixeira
06/06/2020 09:31
Senhores,

Um dos comentários pinçados pelo Herculano e postados abaixo, indaga:

"Fico imaginando quem deu a ideia a Bolsonaro de não divulgar os números para não sair no JN."

Bom. . .aí estão explícitas as digitais do tal zero 02, que se imagina o bam-bam-bam da comunicação.

Um reles "vereadôzinho" do Rio, que tem até gabinete no palácio do Planalto, como dizem, e com a bandeira em que está escrito "?"dio e Retrocesso".
Herculano
06/06/2020 08:47
O EX-SECRETÁRIO DOUGLAS BORBA É PRESO. É O RESULTADO DA INVESTIGAÇÃO DO DEIC QUE O PRóPRIO GOVERNADOR MANDOU FAZER, "DOA A QUEM DOESSE", DISSE ELE AO DELEGADO GERAL DA POLÍCIA CIVIL, O GASPARENSE PAULO NORBERTO KOERICH, E QUE É TITULAR DO COLEGIADO DE SEGURANÇA EM SANTA CATARINA

O ex-secretário da Casa Civil, Douglas Borba foi preso na manhã deste sábado (6) na segunda fase da Operação Oxigênio. Além dele o advogado Leandro Barros também teve a prisão preventiva cumprida.


A informação foi confirmada pelo delegado Jeferson Prado da DEIC (Delegacia de Repressão a Crimes Ambientais da Diretoria Estadual de Investigações Criminais). São cumpridos ainda mandados de busca e apreensão em Santa Catarina, São Paulo e Rio de Janeiro.

No dia 9 de maio foi deflagrada a primeira fase da Operação Oxigênio. A investigação apura fraudes na compra de 200 respiradores pela Secretaria de Estado da Saúde, pelo valor de R$ 33 milhões.

O aviso de pauta da secretaria diz o seguinte:

Segunda fase da Operação 0² cumpre mandados de prisão preventiva e de busca e apreensão
Mais detalhes serão repassados em entrevista coletiva às 11 horas por videoconferência.

Na manhã deste sábado (06/06), a força-tarefa composta pelo Ministério Público de Santa Catarina (MPSC), pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE) e pela Polícia Civil(PCSC/DEIC) desencadeou a segunda fase da Operação 0². Estão sendo cumpridos 14 mandados de busca e apreensão e 06 mandados de prisão preventiva.
A operação está sendo realizada em 05 municípios e em 3 estados da federação, envolvendo aproximadamente 50 policiais de Santa Catarina, Rio de Janeiro e São Paulo.

A força-tarefa investiga crimes contra administração pública em processo de dispensa de licitação para aquisição emergencial de 200 ventiladores pulmonares, a fim de auxiliar no enfrentamento da covid-19, ao custo de R$ 33 milhões pagos de forma antecipada, sem a exigência de qualquer garantia e sem as mínimas cautelas quanto a verificação da idoneidade e da capacidade da empresa vendedora o que resultou no descumprimento da entrega dos referidos equipamentos.
Coletiva às 11 horas, quando serão repassados mais detalhes, será realizada por videconferência.
Herculano
06/06/2020 08:40
O EX-SECRETARIO DOUGLAS BORBA É PRESO
Herculano
06/06/2020 08:32
CONTRA OS PODEROSOS NO PODER DE PLANTÃO, DE TODOS OS MATIZES IDEOLóGICOS, JORNALISMO E TRANSPARÊNCIA SÃO CAPAZES DE DEIXÁ-LOS NÚ

Qualquer semelhança com Gaspar, é mera coincidência.

Ontem, tão logo terminou o Jornal Nacional, às 21h45min, o Ministério da Saúde, tocado por um general e cumprindo ordens do presidente Bolsonaro, revelou aos país e aos brasileiros o número de mortes do dia por Covid-19.

O que aconteceu? Mais uma dé série: quando a esperteza é demais, ela como o dono, segundo o mineiro Tancredo de Almeida Neves. A Globo, em Rede entrou com o Plantão da Globo. Impacto em plena novela.

Pincei três comentários do twitter, no mesmo sentido e que resume a cagada planaltina.

Elpídio Maia
Toda vez que o icônico Plantão da Globo aparece a gente logo pensa: morreu alguém importante... MORRERAM, MORRERAM 1005 PESSOAS NAS ÚLTIMAS 24H! Bolsonaro tenta esconder o impacto diário da Covid aí vai lá a Globo e interrompe a novela. Jornalismo com assinatura!

Juba
Estratégia brilhante do governo Bolsonaro: trocaram uma matéria no JN, que a maior parte das pessoas nem prestaria atenção, por um plantão da Globo, que é basicamente as trombetas do Apocalipse. Não tem uma alma que não fique abalada só com a música.

Marcelo Luiz Paz
Fico imaginando quem deu a ideia a Bolsonaro de não divulgar os números para não sair no JN. Deve ter se sentido o cara mais inteligente da sala. Aí vem a rebordosa, o número sai no Plantão da Globo. Podemos concordar que o forte desse governo não é a inteligência. 35.026 mortos
Herculano
06/06/2020 07:56
O NÚMEROS DE MORTOS REGISTRADOS ONTEM POR COVID-19 E QUE O PRESIDENTE JAIR MESSIAS BOLSONARO, SEM PARTIDO, ESCONDEU DOS TELEJORNAIS DAS TEVÊS ABERTAS PARA NÃO CRIAR IMPACTO NACIONAL, FOI DE 1005 VIDAS.

Segundo os dados oficiais do Ministério da Saúde, morreram até agora 35.026 brasileiros por Covid-19. ao esconder dados, o governo abre espaço para fake news nas redes sociais, especulações entre os analfabetos, ignorantes e desinformados, bem como investigações sobre os dados pela própria imprensa, as quais podem desmoralizar os números apresentados oficialmente pelo governo.

Sonegar ou alterar dados oficiais, também coloca em check outros setores, como o da economia e isso pode afetar fortemente a segurança dos investidores e trabalha contra a política de abertura econômica a investimentos estrangeiros do governo Bolsonaro. Wake up, Brazil!
Herculano
06/06/2020 07:46
UEBA! BRASILEIRÃO VIRA ANTIFÃO!, por José Simão no jornal Folha de São Paulo

E os minions já estão gritando pros antifas: 'Vão pros Estados Unidos'

Buemba! Buemba! Macaco Simão Urgente! O esculhambador-geral da República! E a jornalista Adriana Carranca: "O Brasil é o único país do mundo que está relaxando o isolamento que nunca fez!". Brasileiro fez isolamento na calçada, fez isolamento fazendo campeonato de pipa em Padre Miguel. E apresentação da banda militar em Belém. E não sei por que o Covas liberou concessionária. Carro eu só compro com o Queiroz! Rarará!

E o Weintraub escreve racismo com cê-cedilha e chinês com xis: RAÇISMO e XINÊS! A Xina! Rarará! E o Trump mudou o nome da Casa Branca para Casa da Supremacia Branca! E atenção! "Torcidas antifascistas marcam ato contra Bolsonaro neste domingo em várias capitais!" O Brasileirão virou Antifão! E como não teremos campeonato de futebol esse ano, a torcida que derrubar Bolsonaro vira campeã! E se o Bolsonaro cair, pênalti pro Corinthians! E se o Palmeiras derrubar o Bolsonaro, ganha um mundial. Rarará.

E essas manifestações são efeito dominó das americanas. E os minions já estão gritando pros antifas: "Vão pros Estados Unidos". Cuba e Venezuela estão defasados. Agora é "Vai pros Estados Unidos!". Rarará!

Centrão não tem casos confirmados, tem cargos confirmados! E o centrão exige 300 toalhas brancas, dez caixas de champanhe, frigobar lotado e R$ 100 bilhões em notas de R$ 2! É o Rock in Rios de dinheiro. E o que me deixa mais atônito é saber que o Roberto Jefferson tá solto. O mensalão volta ao Planalto! E o chargista Sinovaldo revela o que o centrão gritou pro Bolsonaro: "Agora me passa as cuecas!". Rarará! E tem tanto milico na Saúde que quando você espirra eles não gritam saúde, gritam Selva! ATCHIM! SELVA! ATCHIM! SENTIDO! Não me estou me sentindo bem: dez cloroquinas e 50 flexões! Rarará!

E quem acha que o Brasil é uma democracia racial, pergunta pra polícia! O primeiro a ser preso é um negro, o segundo, é um negro, e o terceiro, é um negro. E se couber no camburão, prende um branco! E jornalistas que acompanham as manifestações de Nova York deviam ganhar por quilômetro! Tem uma loira linda da GloboNews que já está sem fôlego: "Os manifestantes, arf, vão andar por mais 12 km, arf, em direção a Washigton Square, arf". Rarará!

E os apoiadores do Weintraub carregando ele nos ombros com a bandeira do Brasil Império. Os apoiadores são monarquistas e ele é caçador de comunista. Sendo que o último comunista do Brasil já morreu, o Niemeyer! E agora o Maia tá todo dia na televisão. Fala parecendo boneco de táxi, só balança a cabeça! Tartaruguinha de táxi, só fica balançando a cabeça! Rarará.

Nóis sofre, mas nóis goza!

Que eu vou pingar o meu colírio alucinógeno!
Herculano
06/06/2020 07:36
'MORTADELAS' ESTÃO DE VOLTA EM ôNIBUS ALUGADOS, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

Dezenas de ônibus foram alugados em Brasília para transportar "mortadelas" das cidades próximas até o centro do Plano Piloto, para "fazer número" na manifestação deste domingo (7) contra o governo de Jair Bolsonaro. Além dos ônibus, também foram contratados lanches a serem distribuídos entre manifestantes, que também receberão cachê. Modelo idênticos aos protestos contra o impeachment de Dilma Rousseff.

NASCE UMA ESTRELA

O rapaz espancado por dois PMs na cidade de Planaltina, perto de Brasília, será um dos "mortadelas", neste domingo. Vai virar "estrela".

PRODUÇÃO CARA

Já nesta sexta-feira (5), policiais interceptaram nos acessos a Brasília diversos veículos transportando materiais de "suporte" à manifestação.

PM VAI REVISTAR

Uma preocupação central da PM é quanto ao uso de armas brancas, porretes, coquetéis molotov e outros apetrechos, por isso haverá revista.

GARANTIA DA SEGURANÇA

O secretário Anderson Torres alinhou com o governador Ibaneis Rocha e o ministro André Mendonça (Justiça) todo o esquema de segurança.

PICO DO CORONAVÍRUS NO BRASIL FOI EM 12 DE MAIO

A briga pela audiência e a guerra ideológica, que permeiam o noticiário, tem sonegado dos brasileiros o número de óbitos de fato ocorridos a cada dia. O noticiário prefere destacar "mortes nas últimas 24 horas", uma mentira, quando na verdade inclui óbitos de outros dias confirmados naquela data. Os brasileiros não foram informados, por exemplo, que, segundo o mais recente boletim sobre as datas de óbitos, à disposição de interessados no Ministério da Saúde, revela que o pico foi registrado em 12 de maio: 670 mortes, menos da metade do total alardeado.

FALANDO PARA PAREDES

Eduardo Macário, do Ministério da Saúde, diz que os 1.381 óbitos de quarta-feira ocorreram ao longo de 60 dias, sendo 245 em 72 horas.

NO DETALHE

A dificuldade de país continental como o Brasil aparece no detalhe: uma morte confirmada em 3 de junho ocorreu na verdade dia 31 de março.

NÚMEROS NÃO MENTEM

O gráfico de mortes por data mostra que a curva de letalidades tem diminuído e a capacidade de resolução de casos antigos aumentado.

JUSTIÇA DE JOELHOS E...

A Justiça de São Paulo já soltou até agora 3.799 criminosos a pretexto de covid-19, dos quais 120 foram presos novamente porque voltaram a crimes e sete foram novamente soltos. E ninguém faz nada contra isso.

...O ESTADO SOB FALÊNCIA

Otávio, ouvinte de Guarulhos do programa "Bastidores do Poder", da Rádio Bandeirantes, resumiu bem: "O mesmo Estado que não protegeu o cidadão agora protege o bandido. Não sei onde está Justiça nisso".

MANIFESTANTE MELANCIA

Curioso observar como os petistas trocaram de roupa. Se antes vestiam vermelho e agitavam a bandeira do partido, agora vestem verde e misturam xingamentos a Bolsonaro com supostas teses ambientalistas.

JOGADA

Adversários do governador de Pernambuco, a quem chamam de "Paulo Câmara lenta", acham que ele acionou a Polícia Civil para tentar esvaziar as investigações Polícia Federal de desvios de verbas contra covid-19.

QUESTÃO CONSTITUCIONAL?

O líder do PT no Senado, Rogério Carvalho (SE), pediu que a CCJ ouça Marcelo Câmara, coronel e assessor do gabinete presidencial, suposta parte do "sistema de informação paralelo" de Jair Bolsonaro.

ORIGEM DO óDIO

Depois das denúncias contra Joice Hasselmann, Bolsonaro disse que a relação desandou com a recusa em ajudar na campanha para a Prefeitura paulistana. " ela começou a atacar, do nada".

SEM ESCÂNDALO

A Comissão do Coronavírus da Câmara vai começar a discutir, na quarta (10), planos de retomada das atividades comerciais e serviços. Participam representantes da CNC, Fiesp, Fecomercio. Sem protestos.

CRONOGRAMA DEFINIDO

Tocantins vai retomar as aulas a partir de 29 de junho para alunos do 3º ano do Ensino Médio no formato não presencial e, a partir de 3 de agosto, semipresencial, gradualmente ampliado para as demais séries.

PERGUNTA NA MANIFESTAÇÃO

O kit manifestante vai incluir máscara e álcool gel ou vai se limitar ao pão com mortadela?
Herculano
06/06/2020 07:28
PAZ, AMOR E CARGOS, por Julianna Sofia, secretária de redação da sucursal de Brasília do jornal Folha de S. Paulo

Ministério da Saúde se divide entre fisiologismo político e burocracia militarizada

Jair Bolsonaro entregou mais um anel ao centrão na bufonaria que promove com cargos públicos para tentar blindar seu mandato. Nomeou para a Secretaria de Vigilância do Ministério da Saúde - área nevrálgica no combate à pandemia - um afilhado político dos partidos com os quais negocia verbas e postos-chave em troca de apoio.

Mais de uma dúzia de posições foram franqueadas pelo Palácio do Planalto a essas legendas desde que as fagulhas do impeachment passaram a chispar mais alto. Outras secretarias da própria Saúde são objeto da cobiça, e a presidência da Funasa foi parar nas mão do PSD.

(Aliás, sob a interinidade do general Eduardo Pazuello, o Ministério da Saúde passa por uma extravagante mutação e adquire feições híbridas entre o fisiologismo político e a burocracia militarizada. Já são ao menos 26 fardados no órgão.)

Na barganha desmedida, o Banco do Nordeste ganhou novo presidente na terça-feira (2) para perdê-lo na quarta. Passou despercebida pelos arapongas da Abin uma investigação do TCU sobre malfeitos do nomeado. Com a divulgação do caso, o Planalto determinou a demissão. Há um mês, no entanto, deu de ombros ao saber que, dias após a nomeação do novo diretor-geral do Dnocs, o deputado que o apadrinhou foi alvo de operação policial.

Embora custe pontos à popularidade cadente de Bolsonaro - segundo o Datafolha, 67% dos eleitores avaliam que o presidente age mal ao negociar com o centrão -, os préstimos do bloco têm sido satisfatórios. Há seis meses dormita no Conselho de Ética o caso em que o deputado Eduardo Bolsonaro cogitou a volta do AI-5. Os novos capangas de Bolsonaro frearam tentativas de ampliar benefícios a trabalhadores afetados por cortes de salários, o que afetaria as contas públicas.

O centrão paz, amor e cargos também desistiu da disputa de R$ 25 bilhões do orçamento impositivo. Em fevereiro, Augusto Heleno (GSI) xingou parlamentares e acusou-os de chantagem na briga pelos recursos.
Miguel José Teixeira
05/06/2020 19:26
Senhores,

"O que será que será
Que andam suspirando pelas alcovas
Que andam sussurando em versos e trovas
Que andam combinando no breu das tocas". . .
(MN & CB)

Será que o tiro desferido pela PGR no "peito do centrão" atingiu o capitão zero-zero?

Será que a PGR atirou no que viu e acertou no que não viu?

Será que é "fogo amigo" do maia?

Será que é coisa do lula que está com ciúmes do "capita" por comandar o centrão?

Será que o dinheiro subtraído do Bolsa-Família Nordeste irá para praticantes do "gabinete do ódio"?

Será que a mangueira que derrubou o "capita" é coisa de terrorista?

Será que o trump já abandonou a nau "Brasil" que está à deriva?

Será que os 300 que apoiam o capitão zero-zero estão lotados nos gabinetes do 300 picaretas citados por lula?

Respostas, para o "pancrácio", por favor, por questões de segurança pública!
Paulo Filippus
05/06/2020 18:45
Informo que me causou espanto a informação de que o Sr. Adilson Schmith estaria filiado ao nosso partido, o DEM, em Gaspar. Até porque, enquanto atual presidente, fui eu quem teve de assinar todas as fichas dos nossos novos filiados, pré-candidatos ou não, e não filiei ele.

Mas antes de desmentir aqui, fui verificar a lista oficial do partido e descobri que ele se filiou SEM N?"S SABERMOS, fez diretamente com a secretaria estadual do partido.

Independente do modo que fez, enquanto presidente eu acabo de DESFILIA-LO na data de hoje, 05/06/2020. Se ele realmente tinha planos de correr nesta eleição, deveria antes de mais nada ter nos convencido, e não tentando passar por cima da executiva municipal.

Eu nunca poupei criticas a politico algum, inclusive do meu próprio partido, e não será diferente agora. E justamente por isso não aceitarei carteirassos como esse. Não interessa qual seja o tamanho da afinidade da pessoa seja com o político que for, do partido que for, incluindo o qual faço parte.

Aristóteles já dizia, "Um homem que se curva não endireita os outros". Esse sempre foi e continuará sendo meu lema. Então sob a minha supervisão essas coisas não vingarão em Gaspar.
Herculano
05/06/2020 18:17
EXCLUSIVO: PGR ATIRA NO PEITO DO CENTRÃO, por Claudio Dantas, de O Antagonista.

O Antagonista apurou que a PGR acaba de denunciar ao STF o líder do PP na Câmara, Arthur Lira, expoente do Centrão e pré-candidato à sucessão de Rodrigo Maia - com apoio de Jair Bolsonaro.

Lira é acusado de embolsar propina de R$ 1,6 milhão da Queiroz Galvão, por meio de um assessor parlamentar, no esquema do petrolão. Se o Supremo aceitar a denúncia, o parlamentar responderá por corrupção passiva.

O valor foi oferecido e pago por Idelfonso Colares Filho, ex-presidente da empreiteira que morreu em 2017, e Francisco Ranulfo Rodrigues, superintendente de obras da Queiroz Galvão em Goiás.

O PP integrou o esquema de corrupção que saqueou a Petrobras e mantinha controle sobre a Diretoria de Abastecimento, com Paulo Roberto Costa.

Segundo a denúncia, a propina foi paga em 2012 pela Queiroz Galvão, para "manter a boa relação" com o parlamentar, que havia se tornado líder do partido.
Herculano
05/06/2020 18:12
FAKE NEWS E CHANTAGEM: A BATALHA NOS TRIBUNAIS QUE DIVIDE OS WEITRAUB

Conteúdo da Revista Veja. Texto de João Batista Jr. É conhecida a maior parte das polêmicas e batalhas de Abraham Weintraub, o (ainda) titular da pasta da Educação. A extensa relação de desatinos inclui piada de cunho racista com sotaque chinês, falsa acusação de plantações de maconha em universidades públicas e, recentemente, na mais grave de suas manifestações destemperadas, a bravata "por mim, botava esses vagabundos todos na cadeia, começando no STF", dita na célebre reunião comandada por Jair Bolsonaro no dia 22 de abril. No ambiente familiar, longe dos holofotes das redes sociais, terreno que usa com frequência para despejar provocações a adversários e caneladas na língua portuguesa, o ministro trava uma outra guerra ao lado do irmão, Arthur Weintraub, assessor especial do presidente. O inimigo é o pai deles, o psiquiatra Mauro Weintraub, devido a uma discussão sobre patrimônio que se arrasta na Justiça nos últimos anos. Até agora, não se conhecia quase nenhum detalhe sobre a pendenga que rachou o clã e revela no âmbito particular a mesma disposição bélica demonstrada em público pelo ministro.

A briga tem como ponto central a doação de quatro imóveis do pai a Renata, sua segunda mulher, com quem está casado há 24 anos. O total é de estimados 3 milhões de reais. A discussão começou em 2011, quando os irmãos deram um ultimato: se o pai não anulasse a doação e transferisse tudo para o nome deles, ficaria sem ver os três netos (filhos de Abraham com a economista Daniela Weintraub). Mauro argumentou que eles não seriam lesados da expectativa da herança natural que cabe aos filhos, que é de 50% do patrimônio, e que havia dado um apartamento de presente para cada um. Os irmãos não se conformaram com o argumento e entraram com quatro ações: duas no Tribunal de Pequenas Causas, apenas no nome de Arthur, para o pai continuar pagando o plano de saúde dele e um pedido de busca no imóvel para recuperar seus desenhos infantis. As outras duas, essas em conjunto, eram mais delicadas: anulação de doação e interdição.

A alegação dos irmãos era que Mauro, então com 61 anos, não gozava de juízo perfeito para administrar os próprios bens. Listaram inúmeras razões para tanto, como senilidade e incapacidade cognitiva. Argumentaram que Mauro não conseguiria administrar mais de 1 milhão de reais em investimentos bancários. Psiquiatra formado pela USP, Mauro fala fluentemente oito línguas: hebraico, espanhol, francês, italiano, iídiche, japonês e alemão, além de português. Os irmãos perderam, mas recorreram. O pai precisou fazer tomografia do cérebro para provar que não tinha problemas cognitivos. Em uma audiência para requerer a interdição, quando Mauro e o filho Arthur estiveram cara a cara, pessoas presentes lembram de o pai falar da sensação de receber "uma facada pelas costas". O juiz Alexandre Lazzarini, da 9ª Câmara de Direito Privado de São Paulo, encerrou a ação de interdição da seguinte forma: "Sem êxito quanto à comprovação da incapacidade de seu pai para os atos de sua vida civil e nem apresentaram evidência de patologia", escreveu o magistrado. Já o processo de anulação de doação está em fase final e, mesmo colecionando derrotas, os irmãos não desistiram da briga (procurados por VEJA, nenhum dos envolvidos quis falar sobre o caso).

Até então, nada no histórico familiar sugeria que a relação pudesse chegar a esse ponto. Mauro e Renata se casaram em 1996, seis anos após a separação de Mauro e Marilisa, mãe de Abraham e Arthur. Renata não foi o pivô do divórcio, conforme mostram os autos do processo. Os dois rapazes decidiram ficar com o pai após a separação e, quando ele se casou com Renata, conviveram em harmonia na mesma casa por cinco anos. Tudo corria bem até Marilisa morrer, em 2003, em decorrência de um acidente vascular cerebral. Os irmãos foram à Justiça para tirar da casa da mãe o padrasto, que se recusava a deixar a residência. Segundo pessoas próximas, a sensação de terem sido enganados pelo padrasto fez os irmãos, na sequência, centrar fogo na madrasta, mesmo que para isso fossem obrigados a romper com o pai.

Mauro Weintraub sempre foi o maior ídolo intelectual dos filhos. Foi dentro de casa que ambos aprenderam a tocar flauta e violão. Todos são conhecedores de mitologia grega. Embora escorregue na grafia portuguesa, Abraham sabe de cor passagens de Os Lusíadas, de Luís de Camões, e Arthur tem inglês impecável graças ao apreço por línguas, por parte do pai. O atual ministro da Educação desde sempre mostrou vontade de liderar: integrou grupo de escoteiros e gostava de saraus literários. Já Arthur tinha comportamento tímido e com oscilações de humor. Os dois adoravam escutar as histórias dos avós paternos, Joseph e Frida Weintraub, que migraram para o Brasil no fim dos anos 40, após trabalhar como escravos do regime nazista em uma fábrica de munições na cidade polonesa de Skarzysko-Kamienna. Ao chegar aqui, Joseph instalou-se no bairro da Lapa, em São Paulo, onde ajudou a fundar a Sinagoga Israelita da Lapa.

Mauro sempre foi ateu ?" e seus filhos há até pouco tempo também declaravam seguir o mesmo caminho. "Estou nessa área há trinta anos e posso garantir que nenhum deles pisou nesta casa", conta um religioso que cuida da Sinagoga da Lapa. Parentes afirmaram a VEJA que o ministro da Educação recorre ao judaísmo apenas quando lhe convém. No enterro do avô paterno, em 2015, ele e o irmão não deram as caras. No recente episódio da busca e apreensão na casa de bolsonaristas envolvidos no inquérito das fake news, Weintraub equiparou a ação à Noite dos Cristais (ele não foi alvo da operação, mas é também investigado no caso). Na triste passagem histórica em questão, ocorrida em 9 de novembro de 1938, nazistas atacaram milhares de judeus na Alemanha, matando 91 e depredando centenas de lojas, edifícios e sinagogas. A comparação absurda gerou protestos da comunidade judaica no Brasil.

No governo Bolsonaro, Weintraub ocupa há algum tempo a lista de candidatos à demissão. Salvaram sua pele nos momentos mais críticos o fato de ser conhecido dentro do governo como o mais conservador dos ministros e, por isso, gozar do respaldo de Carlos e Eduardo Bolsonaro. A simpatia do Zero Dois e do Zero Três não o blindou, porém, de problemas com a Justiça. A bravata sobre a prisão dos ministros do STF lhe rendeu uma convocação da Polícia Federal para depor sobre o caso no último dia 29, quando optou por permanecer calado diante do delegado. No caso das fake news, um pedido do ministro da Justiça para anular o inquérito aguarda julgamento do plenário do STF, previsto para ocorrer no próximo dia 12. Weintraub responde ainda a um processo no Supremo por suposto racismo contra chineses. Ele foi aberto após o ministro insinuar em uma rede social que o país asiático lançou o coronavírus no mundo para se beneficiar com a doença. Como já foi destacado pelos próprios filhos do presidente, Weintraub serve muito mais à guerra cultural contra a esquerda do que à evolução da educação no país. Até projetos anunciados com alarde pelo governo, como os colégios militares, caminham a passos lentos. Na pandemia, o ministro fez uma enorme confusão sobre a necessidade de adiamento do Enem e só aceitou tomar a decisão óbvia depois da pressão do Senado. Nos últimos dias, aumentaram os rumores de que poderá pedir demissão do cargo em breve, conforme revelou a coluna Radar, de VEJA.

Embora tenha menos projeção que o irmão, Arthur não fica atrás na capacidade de criar confusões. No Palácio do Planalto, ganhou o apelido de "homem-tocha", por inflamar todas as discussões e ser aliado dos integrantes do gabinete do ódio, como é conhecida a central de produção de fake news contra inimigos do governo. Ex-ateu, o advogado de formação virou evangélico recentemente. Nas hostes bolsonaristas, isso é um upgrade no currículo, uma vez que Bolsonaro declarou querer alguém "terrivelmente evangélico" para o STF. Em reuniões no Planalto, Arthur já se queixou de o pai ter deixado "tudo" para a madrasta, sem fazer cerimônia sobre a batalha familiar. A guerra dos Weintraub, que tanto influenciam a cabeça do presidente, começa dentro de casa.
Welligton Carlos Laurentino
05/06/2020 17:53
E completando,só quero deixar claro o afastamento da política nesses ultimos tempos, foi devido as viagens de minha profissão...E também ao esgotamento de não conseguir mudar a ideia de uma Gaspar, que pensa muito antigo ainda e eleger o prefeito atual como melhor de todos é triste...Mas vamos a luta.Paz no coração de todos até mesmo no dono desse Jornal.
Welligton Carlos Laurentino
05/06/2020 17:47
Ok Herculano parabenizo seu trabalho de sempre mostrar a verdade, e quando tem algo pra criticar,falo a você mesmo, só citei os erros pois não foi a primeira vez.

Mas lembrando sempre de seu honesto trabalho, acredito que deveria partir para uma plataforma própria, pois muito mais pessoas assim como eu passaria a acompanha-lo , novamente, já te passei algumas coisas por email dessa velha política nojenta de Gaspar e do Brasil.Abs e não tem nada contra você e seu trabalho
Herculano
05/06/2020 16:27
TRUMP VOLTA A CITAR O BRASIL ENTRE OS PAÍSES COM PROBLEMAS NO COMBATE À PANDEMIA

Presidente americano diz que nação liderada pelo aliado Bolsonaro está em 'momento muito difícil'

Conteúdo das agências internacionais de notícias. Texto do jornal Folha de S. Paulo. O presidente dos EUA, Donald Trump, voltou a citar o Brasil entre nações que enfrentam problemas no combate à pandemia de coronavírus. Nesta sexta-feira (5), durante entrevista coletiva, o líder republicano afirmou que o país comandado pelo aliado Jair Bolsonaro está em um "momento difícil".

Ao citar a situação econômica americana em meio à crise da Covid-19, Trump projetou bons números para os próximos meses, ressaltando que os EUA são a maior economia do mundo e que, segundo ele, as medidas tomadas no combate à propagação do vírus "fecharam o país".

"Possivelmente salvamos 2 milhões, 2,5 milhões de vidas. Agora, poderiam ter sido 1 milhão de vidas (...) Mas, se você pensar, hoje estamos em 105 mil, (...) e poderia ser dez vezes esse valor", disse ele. "Se você olha para o Brasil, eles estão passando por um momento muito difícil."

Em seguida, Trump citou a Suécia, país europeu cuja estratégia contra o coronavírus é alvo de polêmica por, diferentemente de seus vizinhos nórdicos, não ter adotado o "lockdown", ainda que regras de distanciamento social tenham sido colocadas em prática.

Para o republicano, a Suécia, que contabiliza 4.562 mortes e quase 42 mil casos confirmados, está em um "momento terrível". "Se fizéssemos isso, teríamos perdido 1 milhão, 1,5 milhão, talvez até 2 milhões e meio ou mais de vidas. No entanto, estamos em 105 mil."

Os EUA registraram, até agora, 108.664 mortes e 1,8 milhão de infecções, números bem superiores aos do país europeu e do Brasil, que acumula 34 mil óbitos e quase 615 mil contaminações, de acordo com dados compilados pelo universidade Johns Hopkins.

O líder americano, no entanto, diz que as elevadas cifras de casos se devem ao número de testes realizados no país. Em números absolutos, os EUA são o país que mais testam no mundo, segundo o site Worldometer, com 19,9 milhões de exames.

Ainda que o republicano diga que "fechou o país", Trump defendeu retomar a economia muito antes do recomendado por especialistas de saúde de seu próprio governo, entrando em choque com epidemiologistas e governadores de diversos estados, principalmente os liderados por democratas.
Herculano
05/06/2020 16:14
BOLSONARO TINHA RAZÃO: O SISTEMA DE INTELIGÊNCIA E INFORMAÇÃO SENSÍVEL DO BRASIL PARA A PRESIDÊNCIA É UMA MERDA

O presidente dos Estados Unidos, o Republicano Donald Trump, há semanas vem repetindo que o pior na Covid-19 para o Brasil estava por vir. Hoje repetiu a ladainha comemorando os bons números de lá e que passou a empregar mais.

As perguntas que se fazem são as seguintes: o presidente Jair Messias Bolsonaro, sem partido, não foi avisado pela Abin, GSI, PF, ministério da Saúde e tantos outros, de que a coisa por aqui estava e iria ficar feia? O Trump é ou não seu amigo dele e do Brasil como Bolsonaro repete por ai? Se é amigo, não deveria avisar que o sistema de inteligência e informações sensíveis do Brasil para o presidente Bolsonaro estava falhando? Se Trump ou a Embaixada avisaram, Bolsonaro ignorou o amigo, o que espiona o Brasil?

Então restou a Bolsonaro atrasar as informações para o povo não soubesse do erro, dos números escabrosos e de que a coisa está piorando, ou seja, enrolar nas uma morte por minuto por aqui.... Wake up, Brazil!
Renato
05/06/2020 14:31
O DEM vai ter como candidato a prefeito, o ex-prefeito e veterinário Adilson Schmitt, ele se filiou ao DEM no dia 04/04/2020. Ele não afirmou que não mais se filiaria a qualquer partido?
E a sua irmã se filiou ao PL? Família desunida esta...
Quando ele era prefeito seu irmão era secretário e do PSDB.
Herculano
05/06/2020 13:41
LULACENTRISMO, por Gustavo Nogy, no site da Gazeta do Povo, Curitiba PR

Lula foi o proletário que todo ideólogo pediu a Marx no finzinho dos anos 70. Com as greves do ABC, surgiu como liderança simbólica no hiato entre uma ditadura que acabava e uma democracia em gestação.

Acontece que ele e a democracia tinham relação complicada. Tratavam-se com estranhamento, senhor, senhora, "entra, Lula", "é cedo ainda, Democracia". Sem intimidade, como primos distantes que se vissem nas festas de aniversário e nos sepultamentos.

Talvez por isso o PT tenha votado contra o texto da Constituição de 88, dita cidadã, quando havia consenso entre direita e esquerda que, embora prolixa e esquizofrênica, aquela constituição seria melhor do que a falta de qualquer constituição. Depois assinou porque tinha de assinar.

Finda a ditadura, terminado o desastroso governo Sarney, Lula disputa pela primeira vez a presidência, numa das eleições mais esquisitas da história (superada somente em 2018).

Eleito Fernando Collor de Mello, com aquilo roxo, Lula ficou roxo de raiva e assumiu o papel cujo texto sabia de cor e salteado: o de oposição sistemática, inoportuna e oportunista a qualquer projeto, proposta, promessa que não fossem dele.

Collor durou pouco, estragou muito, saiu de cena, Itamar saiu do camarim, e o Brasil, nos planos de Lula, fazia as vezes de palanque, de palco, de picadeiro. Ele quebrava a quarta parede e falava com o povo.

O seu povo, mais precisamente: os proverbiais 30% de fiéis que o acompanharam nas futuras derrotas para o, ora vejam, intelectual uspiano FHC, convertido num centro-esquerdista civilizado e de propensões liberalizantes.

Pois o sociólogo reuniu alguns dos maiores economistas e capitaneou ?" ainda no governo de Itamar Franco, e depois em seu próprio governo ?" um nada desprezível plano monetário e de estabilização que, defeitos à parte, fez do Brasil um país viável novamente.

Sim, FHC cometeu erros. Sim, a reeleição foi um deles. Reeleição denunciada (e depois desejada) pelo PT, que pediu impeachment (impeachment é golpe?), desprezou o Plano Real, criticou cada privatização ou tentativa de modernização da máquina pública.

O relativo sucesso de FHC no aumento do poder aquisitivo dos mais pobres (com o controle inflacionário e os programas sociais) ofendia o representante oficial dos mais pobres. O pobre era propriedade privada do PT. Ainda é.

Porque Lula nasceu para ser oposição. E oposição continuaria sendo, para sempre, se não tivesse encontrado um certo marqueteiro, se não tivesse assinado uma certa carta, se não tivesse acenado com uma das mãos a banqueiros e empreiteiros, e com a outra a sindicatos e militantes.

Repaginado, todo paletó-e-gravata, enfim conquistou a simpatia do eleitorado excedente e do empresariado leniente. O saudosismo do intelectual marxista virou carne no homem que àquela altura já não era nem vestígio de operário ?" ganhava presentes, abraçava ditadores, multiplicava o patrimônio. Mas ninguém precisa levar tudo tão a sério. O que vale é a intenção.

E a intenção foi se desvelando sem muita demora. Iniciado um bom primeiro governo, em que conduziu a política econômica de maneira razoável, logo em 2005 o país vê estourar o escândalo do Mensalão. Aquilo que ele acusou em FHC, ele foi lá e fez melhor.

Joaquim Barbosa desmontou o esquema de compra de votos e prendeu metade da cúpula. O então presidente só foi salvo porque o povo gostava dele, os banqueiros gostavam dele, a oposição gostava dele, o Congresso gostava dele.

O inferno astral viria aos poucos, bem devagarinho, com os primeiros deslizes na condução da economia, e os primeiros (ou segundos, ou terceiros) comprometimentos com o Centrão daquela época, que não era chamado de Centrão. Os 300 picaretas com anel de doutor.

Se, naquele momento, terminado o segundo mandato, tivesse devolvido a bola para que o jogo continuasse a ser jogado sem ele, talvez hoje sua biografia fosse outra: mais parecida com biografia que com ficha corrida. Ele não é capaz dessa grandeza.

Lula indicou a gerentona Dilma Rousseff. Dizem que ela é honrada e não participou do esquema de corrupção. Pode ser, pode não ser. O que sabemos é que, se honra lhe sobrava, competência lhe faltava. Cada ano a mais de governo era um ano a menos de Brasil.

A Operação Lava Jato, em que pese o jacobinismo suicida, mostrou que o aparelhamento do Estado ia muito além do que se convencionava fazer na já pouco envergonhada política nacional. Por muito menos, durante décadas, o PT acusou todos os outros partidos.

Petistas bradarão: "Sérgio Moro prendeu um inocente!" Do ponto de vista processual, a prisão de Lula foi controversa. Havia montanhas de indícios, mas também havia parcialidade. Outros processos virão, outras sentenças pesarão, veremos.

Abro parêntese. Presunção de inocência (judicial) não é presunção de ingenuidade (política). Me custa acreditar que ele não conhecia, nem se aproveitava, do esquema que movimentou bilhões de reais no seu governo, sob o seu governo, para o seu governo. Fecho parêntese.

O relógio do populismo andou, Dilma sofreu impeachment, Temer assumiu, Lula foi preso, Haddad foi boneco, Bolsonaro foi eleito, Lula foi solto.

Até que, nos últimos dias, uma ampla frente de oposição ganhou forma e conteúdo. Líderes políticos, intelectuais, artistas, eleitor comum. A ideia é juntar forças, aparar arestas, relevar divergências, antes que seja tarde demais para haver forças, arestas e divergências. Todos de acordo?

Nem todos de acordo. Lula gira em torno de seu próprio eixo e defende o lulocentrismo. Declarou, com a soberba peculiar, que não assina, endossa, aprova ou se entusiasma com movimentos suprapartidários. A única força suprapartidária no país é Lula e somente Lula.

A esquerda democrática se enforca no cordão umbilical do PT. Mãos atadas, pés amputados, não sabe o que fazer, o que propor, nem consegue correr para longe do narcisismo autofágico de Lula. Tudo o mais constante, o movimento suprapartidário morrerá no parto.

O fim toca o início. Lula encontra a si mesmo, sua versão mais antiga, sob as muitas camadas de tintura cívica que já começam a descascar, na encruzilhada entre a autossabotagem e a mistificação. O Brasil? É o palanque, o palco, o picadeiro.
Herculano
05/06/2020 13:39
AO WELLINGTON PIAVA COM "n"

1. Não fui eu quem o chamou de 'VEREADOR CABAÇO", até porque você é suplente. Neste momento, entendo melhor a razão disso.

2. Eu, particularmente, defendi a sua ideia, você leu isso nesta coluna, exatamente pela intenção da transparência no ambiente público. O governo Kleber Edson Wan Dall, MDB, é quem trabalhou, com a máquina política e votos na Câmara, para vetá-la.

3. Se a sua ideia tivesse em vigor, você e os gasparenses saberiam que o jornal e o portal Cruzeiro do Vale, o mais acessado e credibilidade, foi preterido na divisão das verbas públicas municipais. E paga caro - e não é de hoje - por sua independência.

4. Sobre os meus erros, penitencio-me. São imutáveis as suas observações. O seu nome é com "n" e o total de votos recebidos por você é e sempre foi 498, como já registrei aqui várias vezes. Não sei de onde pude grafar tão errado assim e lhe tirando 60 votos. Desculpas a você, mas principalmente aos leitores e leitoras que receberam duas informações erradas.

5. Você escreve e reproduzo com os erros de grafia original: "O DEM quer fazer uma nova politica em Gaspar, com verdade e sem mandos e desmandos, sem os acordos que tem na Camara e no governo, não pensando em si própio e amigos. Abs"

6. Eu acredito e torço, muito. Mas, quem esteve aqui esse tempo todo "mostrando os mandos e desmandos" do atual governo e de outros, sempre foi esta coluna e principalmente o jornal e o portal Cruzeiro do Vale, com 30 anos de circulação. Qual o jornal local ou regional que fez isso pelos gasparenses, pagadores de pesados impostos?

7. Por outro lado, muitos políticos que vão pedir votos neste outubro, ficaram bem caladinhos durante quase quatro anos. Se não foi por preguiça, foi para não ficar exposta à máquina de perseguição, desmoralização e constrangimento que está no poder. Então...

8. Agora, "acordo de governabilidade", o DEM vai precisar fazer na Câmara de Vereadores. Não terá outro jeito. Até porque, você mesmo não nenhum cabaço e já viu como funciona na Câmara que colocou no arquivo o seu projeto de lei. Acordos são permitidos em qualquer jogo democrático e plural, desde que sejam eles claros, comuns e a favor dos cidadãos e da cidade.

9. Mais do que isso, e no fundo à razão da sua manifestação: não é escondendo o possível candidato do DEM à majoritária em Gaspar, que alguém vai se estabelecer na nova política, na transparência... como se prega. Sucesso!
Anti PT e anti MDB
05/06/2020 13:18
Herculano

Você observou que aquele desbarrancamento na Dr. Nereu Ramos, onde gastaram milhões e e pela segunda vez apresenta fissuras? Isso por quê o Rio Itajaí Açu continua calmo e sonolento.
Serviço de 5a categoria, a preço altíssimo e sem garantia.
E o governo municipal, acaba de receber quase 10 milhões por conta do COVID 19. Tá sobrando dinheiro.
Novidades, Samae segue em passos largos rumo a privatização, acabam de enviar para a prefeitura o setor de RH. Sim vai pra iniciativa privada.
E o fedor do lixo continua, com contrato emergencial e outra empresa montada do dia pra noite a exemplo do que aconteceu com a Say Mueller.
Welligton Carlos Laurentino
05/06/2020 12:27
Bom dia, esse jornal já me chamou de "VEREADOR CABAÇO" por um projeto de transparência dos valores das publicações do pode publico, até hoje eu não sei o porque do receio. Mas deixar errar dados inúmeras vezes aqui, não posso deixar, foram 498 Votos
e o meu nome é "Welligton" sem o N

O DEM quer fazer uma nova politica em Gaspar, com verdade e sem mandos e desmandos, sem os acordos que tem na Camara e no governo, não pensando em si própio e amigos. Abs
Miguel José Teixeira
05/06/2020 10:53
Senhores,

Será o primeiro aviso?

"Bolsonaro inaugura um hospital de campanha em Goiás e leva tombo ao chegar de helicóptero.
Ele não usava máscara e, ao dirigir-se ao local da cerimônia, caiu ao tropeçar em uma mangueira".

Leia mais e veja o vídeo em:

https://g1.globo.com/go/goias/noticia/2020/06/05/presidente-jair-bolsonaro-chega-para-inauguracao-do-hospital-de-campanha-de-aguas-lindas-de-goias.ghtml

Parafraseando Drummond:

No meio do caminho tinha uma mangueira
Tinha uma mangueira no meio do caminho. . .
Herculano
05/06/2020 09:21
EXPECTATIVA EM SC, por Cláudio Prisco Paraíso

A acareação entre os três principais investigados no caso dos respiradores é muito aguardada nos meios políticos e jurídicos do Estado. Os ex-secretários Douglas Borba e Helton Zeferino, e a servidora de carreira Márcia Pauli, estão no epicentro do escândalo.
A sessão está marcada para a próxima terça-feira e já vem dando o que falar. A proposta para realizar o encontro entre os três é do deputado João Amin, que queria já ter colocado o trio cara a cara. Isto acabou motivando um bate-boca entre ele e o relator da Comissão, deputado Ivan Naatz, que também é o proponente da investigação.

Como já havia agenda prevista, com o atual secretário da Saúde e um empresário, não foi possível encaminhar a acareação ontem, como desejava Amin. Além disso, Naatz tem um bom argumento.

Precisa de um pouco mais tempo para estudar o depoimento deles, objetivando encontrar inconsistências, contradições naquilo que disseram Borba, Zeferino e Márcia Pauli. No depoimento do trio, esta semana, ficou escancarado o jogo de empurra. Um querendo colocar a culpa no outro.

DESNECESSÁRIO

Este tipo de situação, de bate-boca entre os parlamentares, além de desagradável é desnecessária.
É fundamental que Naatz esteja preparado, pois a acareação pode elucidar muitas situações que estão ainda obscuras neste processo de compra dos equipamentos.

CONSISTÊNCIA

Também podem reforçar o relatório final do próprio Naatz e que será submetido à apreciação da Comissão.
Não adianta simplesmente levar eles lá sem se aprofundar no que foi dito por eles na CPI e ao Gaeco, que também trabalha no caso.

HOLOFOTES

Voltando ao bate-boca, é até compreensível. Ocorreu depois de 10h de sessão, com os deputados cansados, estressados. Mas é preciso tomar cuidado, sobretudo com estrelismos, aquela vontade de ganhar os holofotes.

MANTER O FOCO

O grande objetivo do trabalho dos deputados é buscar esclarecimentos. Não adianta ficar de bravatas. Outro ponto importante, as testemunhas não precisam e nem devem ser tratadas como bandidos, como criminosos. Eles estão indo à CPI na condição de depoentes. Não existe qualquer decisão que incrimine quem quer que seja. O tratamento, a todos, deve ser cortês, educado.

ARGUMENTO

Senão, ali adiante algum depoente pode conseguir, pela via judicial, que sua convocação seja barrada. Essa, aliás, é uma preocupação de João Amin. DE qualquer foram o relator ponderou da necessidade de buscar mais informações para obter melhor desempenho na terça que vem.

SUSPEITA

Outra questão a se destacar neste contexto. O presidente da CPI, deputado Sargento Lima solicitou que os deputados se manifestem sobre terem atuado em favor de empresas perante o governo do estado neste momento de pandemia.

Por ora, não se sabe quem teria feito o papel de lobista. A suspeita, portanto, recai sobre os 40 parlamentares e sobre a instituição Assembleia Legislativa.

LOCAL ERRADO

Há informações dando conta que, no centro de operações de emergência da Saúde, o que mais se via eram fornecedores circulando com grande desenvoltura por lá. Como é?
Num momento de pandemia, o que representantes de empresas estariam fazendo lá? Não é ambiente para eles, como também não para parlamentares.

PRESENÇAS

Também há indícios de que deputados teriam participado de reuniões no centro de operações de emergência. As câmeras do local podem ter flagrado essas presenças. Ou essa presença nestes encontros. Se isso ocorreu à luz do dia, até pode ser, mas se parlamentares e fornecedores participaram da mesma reunião com autoridades do governo, aí as coisas se complica. É um comportamento inadmissível. Até aqui, sabe-se que o dinheiro, os R$ 33 milhões saíram da conta do governo estadual. Onde foram parar, ninguém sabe. Os respiradores não foram entregues e, de alguma maneira, todo mundo está querendo dizer que não sabe de nada. Postura que remonta a Lula da Silva, que declarou inúmeras vezes, não ter conhecimento do mensalão e do petrolão.
Herculano
05/06/2020 09:14
DOBRADINHA BOLSOLULA, por Ruy Castro, biógrafo, no jornal Folha de S. Paulo

Se Bolsonaro se aliar a Lula, seus seguidores continuarão com ele.

Jair Bolsonaro se elegeu prometendo acabar com a corrupção, mas, a cada minuto, trabalha na sombra para impedir que ela seja investigada. E, mesmo assim, seus seguidores continuam com ele. Bolsonaro se faz de vestal para seu público, embora já tenha entrado para o governo cercado de laranjas, bandidos digitais e simples matadores e sua própria família seja um ninho de ratos. Mas seus seguidores continuam com ele. Bolsonaro se valeu da aura de santidade de Sergio Moro para se eleger e tratou-o a bofetadas no ministério, até que Moro se cansou, foi embora e o denunciou. Mas, entre ele e Moro, seus seguidores continuaram com ele.

Bolsonaro vive repetindo o bordão bíblico de que "a verdade vos libertará", mas ninguém mente mais do que ele. Não há dia em que não desdiga o que disse na véspera, não transfira para os adversários as suas próprias lambanças e não ejacule ameaças que sabe que não poderá cumprir. E não há dia em que não seja desmentido. Mas seus seguidores continuam com ele.

Bolsonaro prometeu acabar com a velha política do toma lá, dá cá e, ao se ver ameaçado de impeachment, aliou-se aos piores praticantes dessa política ?"inclusive os que serviram aos governos Lula, Dilma e Temer. Bolsonaro nem se dá ao trabalho de disfarçar. Mas seus seguidores continuam com ele. Aliás, se Bolsonaro se aliar a Lula, seus seguidores também continuarão com ele.

E não há nada de absurdo nesse hipotético casamento ?"lembre-se de que Lula, traindo seu passado e seus eleitores, aliou-se um dia a Fernando Collor, José Sarney, Paulo Maluf e a grande parte dos, segundo ele, "300 picaretas do Congresso". Em política, os picaretas se entendem, e uma união Bolsonaro-Lula, por mais improvável, não é impossível.

Na verdade, ela sempre aconteceu ?"porque, como se viu nesta semana, Lula precisa de Bolsonaro para sobreviver e vice-versa. Salta uma dobradinha Bolsolula.
Herculano
05/06/2020 09:08
UM PONTO QUE IGUALA GOVERNOS, por Roberto Azevedo, no Makingof

No depoimento do empresário catarinense de Navegantes, Onofre Joaquim Rodrigues Neto, CEO da Exxomed, com sede em São Carlos (SP), a versão sobre o pagamento antecipado de R$ 33 milhões por 200 respiradores fica mais grave porque ele avisou à então superintendente de Gestão Administrativa da Secretaria da Saúde, Márcia Regina Geremias Pauli, de que a Veigamed não havia feito a reserva nem a compra do equipamento na China.

Governos são arrogantes e Onofre Neto afirma que Márcia Regina o chamou de "atravessador", com o pior dos desfechos: a informação repassada por ele foi ignorada e a compra já havia sido feita sem garantias.

Convidado por Leandro Estevão, da empresa Ortomedical, de São José, Onofre, que representa a empresa que certifica, instala e faz manutenção dos respiradores, entrou na história da CPI como o especialista que receberia uma carta para garantir o passaporte para entrar na China e acompanhar o despacho das peças desde lá.

Não deu certo, porque a Consultoria Jurídica da Saúde não forneceu o documento e hoje o empresário está à vontade para declarar que o processo de compra do equipamento estava totalmente errado do início ao fim.

EXAGEROS

Há indelével diferença entre ser um astuto perguntador, um insistente interrogador e um irascível inquisidor.

Pressionar e induzir respostas têm sobrado na CPI dos Respiradores, provocar constrangimento também, uma procura por likes e votos que, por muitas vezes, tira o foco da comissão, inclusive com m deputado que deixou escapar até palavrão durante o depoimento desta quinta (4).

PREPARADO

Secretário da Saúde, André Motta Ribeiro, estava tranquilo e bem preparado no depoimento à CPI.

Contrastava com o ânimo do seu defensor constituído que partiu para o enfrentamento com o deputado Kennedy Nunes (PSD) e outros.

INSISTÊNCIA

Se o Hospital de Campanha foi o recorrente assunto da CPI dos Respiradores, fora do contexto do que se investiga, a insistência de querer firmar posição de que o isolamento social no Estado não era necessário tomou conta do debate agora.

Há muitos deputados no processo de mutilação da imagem, mais uma vez para jogar para a torcida no campo ideológico e para agradar quem reclamou por perdas econômicas.

MEZZO A MEZZO

Partido como o maior número de prefeitos no Estado, 102, o MDB enfrenta uma situação única, escancarada com a reunião virtual conduzida pelo presidente estadual Celso Maldaner e o nacional Baleia Rossi, ambos deputados federais. Com mais de 60 mandatários do Executivo presentes, 25 vices e pré-candidatos, eles decidiram que querem mesmo a eleição no dia 4 de outubro, com o argumento de que, se alterada a data para 15 de novembro ou para 6 de dezembro, dificultaria a transição. Mas não encontrariam tanta resistência em que o calendário eleitoral fosse unificado para 2022. Rossi garante que prefere a tese, mas como representaria a prorrogação dos mandatos, um novo período de cinco anos e o fim da reeleição, vê dificuldade em passar no Congresso.
Herculano
05/06/2020 09:03
HÁ MAIORIA NO STF PARA LEGITIMAR INQUÉRITO DAS FAKE NEWS

Conteúdo de O Antagonista. Ministros do STF ouvidos em caráter reservado por O Globo "apontam que, por maioria, o inquérito das Fake News será considerado legítimo e as investigações vão continuar".

Segundo a reportagem, "o plenário deverá declarar que a PGR tem o direito de se manifestar ao fim das investigações, para opinar se será apresentada denúncia ou se o caso deve ser arquivado".

É o jeitinho brasileiro para legitimar o que nasceu ilegítimo segundo a Constituição.
Herculano
05/06/2020 09:00
NAS RUAS, por Merval Pereira, no jornal O Globo

Em tempos de pandemia, a pulsão individual tem que ser controlada pela realidade, o que é difícil de acontecer. Nos deparamos, então, com situações excêntricas que definem quem está ao lado de quem.

Partidos políticos de oposição pedindo para o povo não ir às ruas protestar contra o governo de Bolsonaro? O próprio presidente incentivando manifestações populares, quebrando o distanciamento social e abraçando seus seguidores?

Partidários dos movimentos da sociedade contra o governo acham que não é o momento de fazer protestos nas ruas, por causa do coronavírus. E, ainda por cima, há o perigo de pessoas se infiltrarem para fazer baderna e dar razão a Bolsonaro.

Mesmo assim, várias manifestações estão programadas para o próximo domingo, e deve haver confronto, apesar de o presidente Bolsonaro ter pedido aos seus seguidores para não se manifestarem no mesmo dia que os opositores. Tentou parecer magnânimo: "Deixem as ruas para eles".

Está sendo apenas realista, já viu que as ruas não são suas, como chegaram a comemorar seus seguidores em frente ao Palácio do Planalto numa daquelas domingueiras a cada dia mais esvaziadas.

Novamente o "nós contra eles" incensado pelo ex-presidente Lula, que levou três semanas para aderir ao movimento pelo impeachment de Bolsonaro, e agora renega a frente ampla que se tenta construir contra o governo porque não aceita estar junto de pessoas que não o consideravam um preso político, mas um político preso, como o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, ou o ex-ministro Ciro Gomes.

Parece que não aprendeu com a derrota de 2018, ou quer repetir a dose em 2022, achando que fazendo a coisa errada seguidamente acaba dando certo no final. Não dá. Einstein já ensinou: "A definição de insanidade é fazer a mesma coisa repetidamente e esperar resultados diferentes".

Petistas menos inflexíveis aderiram a diversos movimentos, mas barraram a assinatura de Sérgio Moro. Essa é apenas uma das grandes diferenças que separam Mandela de Lula, apesar da tentativa de igualá-los: Mandela juntou-se a Frederik de Klerk, presidente do governo sul-africano que o manteve na cadeia por 30 anos, para assinar o fim o apartheid. Na Espanha pós-franquista, o líder conservador Adolfo Suarez e o socialista Felipe Gonzalez não deixaram de ser adversários para assinar os Pactos de Moncloa.

Claro que não estamos nem perto desses marcos históricos, mas pela instransigência demonstrada por uma parte petista da esquerda, não chegaremos lá. Bolsonaro criticou ?" com razão ?" a baderna que aconteceu em Curitiba, em protesto contra o racismo e o fascismo, mas, sem razão, chamou os manifestantes de "terroristas".

Ontem, um deputado governista quis propor uma lei que criminalizasse quem queimar a bandeira nacional, como aconteceu em Curitiba. O presidente da Câmara Rodrigo Maia perguntou: "E quem leva cartazes e faixas defendendo o fechamento do Congresso vai ser criminalizado também?".

Essa é a questão central do "nós contra eles" tão ao gosto de Bolsonaro e Lula, ambos com popularidade decadente. Classificar de "terroristas" os manifestantes contrários, mas incentivar que seus apoiadores a se armarem para "defender a democracia", é uma "bolsonarice" típica.

O melhor exemplo é o acampamento dos 300 em Brasília, comandado pela militante Sara Winter, que posa armada com revolver e metralhadora e está sendo investigada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no inquérito das fake news.

Em meio a esse pandemônio político, Bolsonaro anunciou que vai flexibilizar a posse e o porte de armas. São demonstrações de agressividade perigosas num momento como o que estamos vivendo, em que o presidente perde a capacidade de ser intermediário, um negociador entre as partes, porque está envolvido com um lado da questão, e o incentiva a se manifestar e a se armar.
Herculano
05/06/2020 08:56
O QUE O GOVERNO BOLSONARO, COMO OUTROS, TENTAM ESCONDER DA POPULAÇÃO VIA OS NOTICIÁRIOS DA NOITE DAS TEVÊS? A REALIDADE

Antes era divulgado sempre as cinco horas da tarde, seguida de explicações.

Depois passou para as 19h

Agora, o Ministério da Saúde, comandado por um militar de alta patente que não é médico subordinado ao presidente da República, Jair Messias Bolsonaro, sem partido, só divulga os dados crescentes e assustadores de mortes, só depois que termina o Jornal Nacional, da Globo, num reconhecimento explícito do seu valor, credibilidade e audiência. E que tanto combate para desacreditá-lo.

Ontem foi mais um recorde de mortes.

O boletim diário oficial da pandemia do coronavírus no Brasil, mostrou que o país teve 1.473 mortes confirmadas em 24 horas e chegou a 34.021 no total.

Os dados apontaram, pelo terceiro dia consecutivo, o maior número contabilizado no período
Herculano
05/06/2020 08:36
DIRETOR VAPT-VUPT DO BNB FOI INDICADO POR BEZERRA, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou nesta sexta-feira nos jornais brasileiros

A passagem vapt-vupt de Alexandre Cabral pela presidência do Banco do Nordeste (BNB), por apenas um dia, mostrou que "fake news" são frequentes na imprensa formal. É que Cabral não foi indicado pelo "centrão" e nem mesmo pelo PL do ex-deputado Valdemar Costa Neto (SP): foi uma escolha de Fernando Bezerra (MDB-PE), líder do governo no Senado e, especialista em arrumar boquinhas para apadrinhados, agiu rápido antes de o "centrão" emplacar seu indicado. O amigo do senador tinha ficha suja, acusado de irregularidades, e foi logo demitido. O nome do PL para presidir o BNB é o diplomata Flávio Cals Dolabella, que atuou nos ministérios das Cidades e da Fazenda. O governo ainda faz um levantamento sobre a vida pregressa de Dolabella. Ele chegou a ser acusado por um delator da Odebrecht, Antonio Almeida, por receber mesada de R$15 mil para vazar cópias das atas de reuniões do Comitê de Financiamento e Garantia das Exportações, do Ministério da Fazenda.

COISA DE PROFISSIONAL

No governo ninguém explica como Bezerra driblou o sistema que checa a vida pregressa de indicados para entronizar o enrolado Cabral no BNB.

AJUDA NA ECONOMIA

Fonte do Planalto diz que Bezerra teve ajuda de Salim Mattar, secretário de Desburocratização do Ministério da Economia, para a troca no BNB.

ESTRATÉGIA DE OCUPAÇÃO

A presidência do BNB era uma antiga aspiração do líder do governo, que já tinha no banco alguém de sua confiança em uma das diretorias.

QUASE USUCAPIÃO

Bezerra sabia que a troca era questão de tempo: o presidente do BNB foi indicado por Eunício Oliveira, que não é senador desde o final de 2018.

HOSPITAL DE CAMPANHA EM SP É QUASE CENOGRÁFICO, ATESTAM DEPUTADOS

Bastou uma visita de inspeção de deputados estaduais de São Paulo para descobrir que é praticamente cenográfico o "hospital de campanha" instalado pela prefeitura paulistana no Anhembi. Só a montagem custou R$12 milhões, além dos R$10 milhões mensais para sua "manutenção". Pareciam esconder alguma coisa: tentaram impedir o acesso dos deputados à força, segundo eles relataram. Márcio Nakashima (PDT), chegou a ser empurrado. A prefeitura chamou o caso de "invasão" e informou que promoverá "queixa-crime" contra os parlamentares.

NÃO HÁ UM Só RESPIRADOR

Uma das observações mais graves, feita pelo deputado Coronel Telhada, é que nesse festejado "hospital de campanha" não há um só respirador.

Só 10% DE OCUPAÇÃO

O hospital de campanha do Anhembi foi montado para receber 1.800 pacientes, mas os deputados conferiram: só havia 10% disso.

NÃO TEM CAMA, COLCHÃO...

Os deputados quase não viram camas e, quando as encontraram, estavam sem colchões. Viram também geladeiras ainda embaladas.

PORTA-VOZ DE VOLTA

O porta-voz da Presidência da República, general Otavio Rego Barros, retornou ontem ao trabalho após duas semanas se recuperando de covid-19. Foi recebido com regozijo por sua equipe.

CAFÉ TRIPLO

Circulava nos corredores do Planalto, ontem, a história de um suposto encontro, fora da agenda, na manhã de sexta (29), entre Rodrigo Maia, João Dória, e Alexandre de Moraes (STF), na casa do ministro. Humm...

ANTIMODERNIZAÇÃO

O governo estuda autorizar a cessão de trabalhadores entre empresas privadas, como acontece entre órgãos públicos. Antes de sair do papel, a ideia já sofre ataques de quem parece preferir que sejam demitidos.

EXPLORAÇÃO NÃO DÁ

A reabertura dos shoppings em Brasília revelou uma surpresa pouco agradável: em vez de caírem, os preços subiram, e muito. Comerciantes tentam recuperar as perdas em prazo curtíssimo, explorando a clientela.

FEZ DIFERENÇA?

Em um período de dois dias, o PSB convocou atos contra Bolsonaro, comemorou protestos de torcida organizada, condenou queimar a bandeira e depois se arrependeu: "não é hora de tomar as ruas".

'SEVERRÃ' RESISTE

Resiste à pandemia com bravura o tradicional restaurante francês La Chaumière, de Brasília, tocado pelo pernambucano Severino ("Severrã"). Clientes fazem fila na porta à espera dos pratos solicitados por telefone.

TRABALHO REMOTO AJUDA

Desde a adoção do trabalho remoto, em março, o Tribunal de Justiça de Minas Gerais já executou 11,5 milhões de atos processuais. Até 2 de junho, o TJMG registrou 571.436 sentenças e decisões.

OTIMISMO COMPENSOU

A B3 revelou que a queda no índice Bovespa atraiu investidores de olho em uma futura recuperação. Foram 223 mil novas pessoas investindo pelo menos R$ 500, apenas em março. De lá para cá, alta de 30%.

PENSANDO BEM...

...a boa notícia para 2020 é que a propaganda eleitoral só começa em agosto.
Herculano
05/06/2020 08:25
FAKE NEWS E DISPAROS POR WHATSAPP SÃO CORRUPÇÃO ELEITORAL DO SÉCULO 21, DIZ PAI DA LEI FICHA LIMPA

Ex-juiz Márlon Reis sugere versão de lei contra notícias falsas e defende facilitar cassação por disparo ilegal de mensagens
Conteúdo do jornal Folha de S. Paulo. Texto e entrevista de José Marques. Idealizador da Lei da Ficha Limpa, aprovada pelo Congresso e sancionada pelo ex-presidente Lula (PT) há dez anos, o ex-juiz Márlon Reis, 50, afirma ver as fake news e os disparos ilegais de mensagens como os grandes problemas a serem combatidos nas eleições atualmente.

Depois da lei que barrou candidaturas de políticos cassados ou condenados em segunda instância (como o próprio Lula em 2018), o ex-magistrado sugere que o projeto sobre fake news que tramita no Senado "deixe claro que constitui abuso de poder econômico e dos meios de comunicação" o disparo em massa de fake news.

Em entrevista à Folha, ele afirma que isso facilitaria "processos de cassação, com a vantagem de que essas ações, realizadas com esse fundamento, ainda geram inelegibilidade". "Uma ficha limpa digital", diz.

Márlon, que largou a magistratura em 2016 e entrou para a política, concorreu pela Rede nas eleições ao Governo do Tocantins duas vezes em 2018 - uma delas era uma eleição tampão após a cassação do ex-governador Marcelo Miranda (MDB). Atualmente, está filiado ao PSB.

Qual a sua avaliação desses dez anos da Lei da Ficha Limpa?
Totalmente positiva. A Lei da Ficha Limpa de fato pegou. Lamentavelmente temos experiências de leis que não são efetivamente aplicadas, e a Ficha Limpa é um 'case' de sucesso, inclusive com a orientação do próprio Supremo Tribunal Federal, que a declarou completamente constitucional, e do Tribunal Superior Eleitoral, que ajudou muito a sacramentar sua coroação.

Advogados e políticos afirmam que a lei não respeita a presunção de inocência, porque aplica uma pena antes do trânsito em julgado [o fim do processo]. Como o sr. vê essas críticas?
Essas críticas revelam um desconhecimento do direito eleitoral. Eles [os críticos] procuram aplicar ao direito eleitoral um princípio que é próprio do direito penal. O Supremo Tribunal Federal já enfrentou essa questão e afirmou que o princípio da presunção da inocência não é aplicado porque a inelegibilidade não é uma pena. É uma condição para o registro da candidatura.

Não é uma punição à pessoa?
Não, é uma condição. Assim como, por exemplo, pode-se estabelecer uma condição para a celebração de um contrato. Por exemplo: 'Eu defino que estou fazendo uma doação à criança, mas essa doação só se completará quando ela atingir 14 anos de idade'. A inelegibilidade tem a mesma natureza, é uma condição para estabelecer uma candidatura.

A prova de que inelegibilidade não é uma pena é que algumas circunstâncias nem ilícitas são e geram inelegibilidade.

Por exemplo?
Parentesco. Não tem ilicitude, mas é suficiente segundo a Constituição para impedir a candidatura de um cônjuge sucedendo o outro na chefia do Executivo, a não ser que ele possa se reeleger e renuncie seis meses antes.

O senhor tem levantado uma discussão, no âmbito do MCCE (Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral), a respeito de disparos ilegais de mensagens e fake news.
Essa é a grande corrupção eleitoral do século 21. Isso se generalizou pelas campanhas e espera-se que aconteça muito isso nessas eleições. São criadas verdadeiras redes e máquinas virtuais de destruição de reputações.

Quais mudanças na legislação seriam necessárias?
Está em trâmite um projeto sobre transparência e responsabilidade na internet que tem entre os autores a deputada Tabata Amaral (PDT-SP) e o deputado [Felipe] Rigoni (PSB-ES), e é um projeto importante, mas creio que deve haver uma ampliação do debate. Segmentos mais amplos têm que ser ouvidos.

Eu percebo que há uma pressa do Parlamento de legislar e entendo a necessidade e urgência de tratamento do tema no Congresso. Mas isso não implica que se deva abrir mão de uma expansão do debate até o máximo possível, porque tem muitas organizações dispostas e com muita capacidade de opinar sobre o tema.

Já houve uma polêmica sobre esse tema no Senado e o texto que ia ser votado foi adiado. O sr. chegou a ver esse texto? O que achou?
Sim. Um dos maiores problemas diz respeito à imunidade das redes sociais. As redes sociais não podem ser responsabilizadas pelas postagens, agora isso não quer dizer que elas não devam responder imediatamente às determinações judiciais.

Justamente por isso que entendo que uma maneira de solucionar isso, em vez de responsabilizar a empresa por não fazer uma análise de todas as postagens, o que é virtualmente impossível, poderia ser aumentar os canais institucionais de atuação para pronta retirada desses conteúdos.

O que o senhor sugeriria de adicional a essa matéria?
Além da que eu falei, acho que tem que ter um sistema de controle. Envolve não apenas as empresas, mas fundamentalmente o nosso sistema de garantias constitucionais. Alguém se sente lesado, recorre à Justiça, obtém uma determinação judicial e com isso se retira o conteúdo. Se o projeto de lei se concentrasse na construção desse sistema, ele já significaria um passo muito positivo.

E sobre quem praticou o ato ilegal?
Poderia deixar claro que a prática desses atos constitui abuso de poder econômico e dos meios de comunicação, facilitando processos de cassação, e com a vantagem de que essas ações, realizadas com esse fundamento, ainda geram inelegibilidade. É um ponto positivo que não está no projeto que poderia representar um avanço.

Como se fosse uma ficha limpa das fake news?
Uma ficha limpa digital.

Alguns advogados eleitorais já entendem que produzir fake news e disparar conteúdo de forma ilegal já é abuso de poder econômico e dos meios de comunicação. Com certeza, mas aí é mediante interpretação, porque a lei não diz isso. Seria interessante que a lei tratasse efetivamente da matéria. Hoje é possível chegar a essa conclusão, mas por interpretação de normas que foram redigidas antes mesmo da existência da internet. É preciso atualizar e legislar de acordo com as características da atualidade.

Como o sr. avalia a experiência de ter deixado a magistratura e ingressado na política nos últimos anos?
Foi muito positiva. Eu deixei a magistratura não para me candidatar, tanto é que deixei alguns anos antes da candidatura. Depois disso, decidi ir para o Tocantins, que é meu estado.

Deixei a magistratura para ter liberdade cívica, que eu tenho no momento. Se quiser voltar a me candidatar eu posso, se não eu também posso. Posso ter um ativismo, uma militância que não se espera dos magistrados. Sou muito feliz com a decisão que tomei, especialmente com a profissão que exerço hoje que me dá toda essa liberdade, que é a advocacia.

Este ano o sr. pretende se candidatar?
Eu não serei candidato este ano, vou me dedicar à atividade profissional na advocacia eleitoral.
Herculano
05/06/2020 08:15
GUERRA DECLARADA. E NÃO É DE HOJE

A prefeitura de Gaspar declarou guerra ao agente de trânsito, Pedro Silva. A causa, como alega o vice-prefeito e também agente de trânsito licenciado, Luiz Carlos Spengler Filho, PP, em mensagem enviada a servidores da Ditran, é devido à filiação de Silva ao PL e o temor dos que estão no poder de plantão, de que ele seja candidato a vereador.

Mas, a geladeira ao agente Silva pelo atual governo é muito antiga. Por outro lado, a filiação de Silva ao PL é bem recente. Talvez, como consequência da perseguição.

Silva pode representar o temor represado pelos servidores efetivos ao atual governo de Kleber Edson Wan Dall, MDB e principalmente do prefeito de fato, Carlos Roberto Pereira, presidente do MDB, ex-coordenador de campanha de Kleber e atual secretário de Fazenda e Gestão Administrativa.

A associação que Luiz Carlos faz de Silva ao vereador Cícero Giovane Amaro, PL, servidor público efetivo no Samae, está diretamente ligado a um requerimento que o vereador fez ao prefeito pedindo informações para esclarecer como se deu essa geladeira ao agente Silva.

Mas, como diz o vice-prefeito na mensagem, "quem não teme". E isto é fato e se espera. Mas, na CPI das dúvidas das obras de drenagens da Rua Frei Solano, a prefeitura precisou do tapetão para fazer o relatório do jeito que os que estão no poder queriam, inclusive o PP do vice que detinha o Samae, com o vereador José Hilário Melato. Acorda, Gaspar!
Herculano
05/06/2020 08:02
BOLSONARISTAS APOSTAM QUE STF VAI LIMITAR MORAES

Conteúdo de O Antagonista. Deputados bolsonaristas alvos do STF apostam que o plenário vai limitar o objeto do chamado "inquérito do fim do mundo", conduzido por Alexandre de Moraes, diz Igor Gadelha, da Crusoé.

"Os parlamentares investigados preveem que, por uma questão de 'corporativismo', a maioria dos ministros da corte deixará com Moraes apenas a parte que apura ofensas e ameaças a integrantes do STF, remetendo outros pontos para o Ministério Público Federal conduzir a investigação."
Herculano
05/06/2020 07:57
MÉDICOS E PROFESSORES, O VALOR DA APRENDIZAGEM PROFISSIONAL, por Claudia Costin, diretora do Centro de Excelência e Inovação em Políticas Educacionais, da FGV, e ex-diretora de educação do Banco Mundial, no jornal Folha de S. Paulo.

A Covid-19 parece funcionar como uma aceleradora de futuros, para o bem ou para o mal

No esplêndido livro "A Grande Gripe", o historiador americano John M. Barry relata como a formação de futuros médicos demorou muito, nos Estados Unidos, a, de fato, prepará-los para a profissão. No século 19, boa parte dos cursos de medicina do país não demandava dos ingressantes conhecimentos científicos e não contava com laboratórios - e o que dizer de hospitais universitários? Mesmo em Harvard, os cursos eram ministrados na forma de palestras e um certo preconceito com a prática era bem disseminado no país.

E, bem no final do século, inspirados por avanços científicos na Europa, as coisas começaram a mudar no país, com muitos médicos - profissão sem grande prestígio à época - indo estudar na Europa e aí vivenciar uma formação bem diferente. O necessário diálogo entre teoria e prática em laboratórios equipados, no acompanhamento de tratamentos dados a pacientes reais, teria trazido uma nova perspectiva a esses profissionais. Afinal, o médico não deveria ser pouco mais que um barbeiro, como fora considerado outrora, ou só um intelectual da medicina.

Este desafio em valorizar a profissão foi associado a uma mudança de perspectiva que surgiu quando se constatou algo que hoje parece claro: doenças podem ser tratadas desde que, em pesquisas controladas, se constate uma evolução positiva que supere eventuais efeitos colaterais da aplicação de um tratamento.

Ao mesmo tempo, teve que enfrentar uma batalha com a crença prevalente na época sobre como universidades deveriam formar médicos - a partir de um sólido e exclusivo contato com a teoria.

Esta nova abordagem adotada no final do século 19 em medicina, inclusive tornando o acesso à profissão mais seletivo, é também necessária em educação no Brasil. A profissão de professor é extremamente complexa, como perceberam muitos pais ao apoiarem a aprendizagem de seus filhos em casa, e demanda formação em que haja um componente prático sólido, de preferência desde os primeiros anos do curso.

Isso já foi realidade no Brasil, no antigo magistério de nível médio. Ao passarmos, no entanto, esta tarefa de preparar futuros mestres às universidades ou a faculdades isoladas de educação, perdemos esta dimensão de preparo para a profissão, especialmente nas licenciaturas. Felizmente, o Conselho Nacional de Educação aprovou recentemente parecer que estabelece a nova Base Nacional Docente, que inclui enfoque mais profissionalizante.

Muito tempo poderia se passar até que essa medida entrasse em efeito, mas a Covid-19 parece funcionar como uma aceleradora de futuros, para o bem ou para o mal. A história nos dirá se deu certo.
Herculano
04/06/2020 20:08
"FIQUE EM CASA", DIZ BOLSONARO SOBRE ATOS CONTRA O GOVERNO

Conteúdo de O Antagonista. Jair Bolsonaro pediu na live para as pessoas não participarem da manifestações de "marginais" contra o governo, marcadas para o próximo domingo.

"Peço a todos que nos seguem, nos acompanhem, fique em casa, vá para outro lugar qualquer. Deixem mostrar só eles o que é democracia para eles. Não estou torcendo para ter quebra quebra não, mas a história diz que esses marginais de preto, que vão com soco inglês, com punhal, barra de ferro, coquetel molotov, geralmente apedrejam e queimam bancos, estações de trem."

Desta vez, o presidente não vai aparecer montado num cavalo.
Herculano
04/06/2020 20:00
republicado das 12.47

O BRASIL NÃO É PARA AMADORES

Os 600 Reais para os carentes foram pagos para presidiários que estão nas cadeias, bandidos de todos os tipos soltos, para gente que não precisa dessa ajuda feita dos pesados impostos de todos - inclusive dos desempregados, doentes e falidos -, para gente que usou a documentação de famosos com o único propósito de desmoralizar os famosos e o sistema de controle do governo, mas os pobres, os desvalidos de verdade, continuam na fila.

Estão esperando que seus cadastros sejam aceitos como cidadãos que realmente precisam ou estão incluídos nos parâmetros definidos como eleitos para receberem os 600 Reais.

Meu Deus!
Herculano
04/06/2020 19:58
DESPROPORÇÃO

Blumenau possui 360 mil habitantes. Quatro tinham morrido por Covid-19 até agora. Isso deve aumentar logo, quando os coletivos voltarem a funcionar. A mobilidade das pessoas é a mobilidade do vírus.

Gaspar tem em torno de 70 mil almas, segundo o IBGE. Duas morreram em hospitais de Blumenau por Covid-19. Aliás, foi de Gaspar, a primeira vítima da região.

Proporcionalmente, é desproporcional.

Gaspar tem uma UTI só para a emergência da Covid-19 nbo Hospital de Gaspar. Ficou mais de três semanas sem ninguém por lá - duas dessas semanas só esperando a habilitação do Ministério da Saúde, que saiu - para Gaspar e outros municípios catarinenses - numa gestão do senador Dário Berger, MDB.

O primeiro paciente que internaram na UTI de Gaspar para Covid-19, não tinha Covid-19. Estava acometido de pneumonia, provaram-se os testes e exames.

E ai o pessoal do abafa - políticos ligados ao governo de plantão - diz que não foi a emergência ou o intensivista do Hospital que decidiu pelo internamento na UTI, mas o regulador regional de UTIs de Covid-19

Contudo, o regulador só tomou esta decisão depois do diagnóstico daqui. Nem mais, nem menos. Não se trata de conspiração, mas de constatação. Ainda bem que ao final, desta vez, todos se salvaram, principalmente o doente. Acorda, Gaspar
Herculano
04/06/2020 19:57
da série: saiu do governo porque Bolsonaro, segundo o ex-ministro, não tinha mais compromisso no combate à corrupção.

MORO NÃO DESCARTA SER CANDIDATO: QUERO CONTINUAR NO DEBATE"

"Mas não é momento para avaliar essa possibilidade, enquanto o país enfrenta dificuldades para conter o novo coronavírus", disse.

Conteúdo do jornal Correio Braziliense, de Brasília. Texto e entrevista de Alessandra Azevedo. Há pouco mais de um mês fora do governo, o ex-ministro da Justiça Sergio Moro quer continuar fazendo parte do debate público e não nega a possibilidade de se candidatar a algum cargo nos próximos anos. Mas "não é momento" para avaliar essa possibilidade, enquanto o país enfrenta dificuldades para conter o novo coronavírus, avaliou o ex-juiz federal, em entrevista ao vivo no canal da Arko Advice, nesta quarta-feira (3/6).

Com ou sem pretensões eleitorais, Moro manteve uma postura política na conversa. Criticou a atuação do presidente Jair Bolsonaro, disse ter sido uma "voz da moderação" no governo e comentou os principais assuntos do país, de fake news a covid-19. Perguntado sobre a chance de ser candidato nas próximas eleições, ele disse que precisará "se reinventar", depois de ter deixado a magistratura e a Esplanada, mas que não definiu ainda nos próximos passos.

O ex-ministro acredita que não é o melhor momento para avaliar a possibilidade de entrar de vez para a política, especialmente diante da crise do novo coronavírus. "Estamos no meio de uma pandemia. Então, não tenho sequer cabeça para pensar em perspectivas eleitorais. Não passa, no momento, pela minha mente isso", disse. "Ainda estou, por conta da turbulência da saída, discutindo mais a turbulência do que qualquer outra coisa", explicou.

Moro garantiu, porém, que não vai deixar de conversar com a sociedade, de uma maneira ou de outra. "O que quero é continuar participando, de alguma forma, do debate público. Acho que tenho condições de contribuir com o debate público, ainda que como espectador, comentarista. Não tem necessidade de ser um participante. Mas, como disse, não é momento de discutir essas questões", afirmou.

Críticas

Moro classificou o governo Bolsonaro como "populista com arroubos autoritários", mas sem intenção de acabar com a democracia. "E acho que o populismo de direita é tão ruim quanto o de esquerda. Não faz bem para o país", acrescentou. Apesar das críticas, o ex-juiz disse não ver indícios de uma ruptura institucional ou golpe militar. "Falando francamente, pelo que vi no governo, não (há)", afirmou.

"A minha percepção é que as Forças Armadas têm compromisso profissional muito robusto e sério com as instituições, com a democracia", avaliou. "À vezes, a presença muito intensa de militares da reserva e da ativa pode dar uma impressão errada a respeito de alguns arroubos retóricos", observou. "São mais blefes, mas têm seu impacto. Gera desconforto e só atrapalha", criticou o ex-ministro.

Na visão dele, o assunto só veio à tona por conta de "arroubos retóricos que não deveriam existir" e geram instabilidade. Como exemplo, ele citou a postura do presidente em relação à pandemia do novo coronavírus. "Não adianta negar a existência da pandemia. Isso faz parte do populismo, negar a realidade. Ou interferir nas instituições de uma maneira, com todo respeito ao presidente, mas de uma maneira arbitrária. Isso não é bom, tem que ser evitado".

Moderado

O ex-juiz aproveitou a conversa para lembrar quando saiu do time de Bolsonaro. "Realmente não tinha alternativa para ficar (no ministério) sem quebrar meus compromissos, explicou. "Fui para o governo com projeto de consolidar avanços anticorrupção e avançar em outra áreas. Fui muito criticado, mas muita gente, também, na época, gostou. Gente falava 'que bom que você está no governo. Vai ser uma voz de moderação", contou. "E eu me via assim dentro do governo", admitiu.

Para ele, a "polarização extremada entre esquerda e direita" é um dos grandes problemas na política atualmente. "As pessoas têm que baixar um pouco o nível da temperatura", acredita Moro, que chegou a ser considerado um "superministro" no início do governo. Ele aconselhou Bolsonaro a evitar os "arroubos retóricos". "Digo isso com muito respeito ao presidente da República, que não deveria realizar (esse tipo de fala), porque é algo que gera instabilidade institucional", comentou.

Fake news

Moro também opinou sobre a legislação atual sobre fake news, tema de um projeto de lei que tem gerado muita discussão atualmente no Senado, e lembrou que as informações falsas não prejudicam apenas políticos. Para ele, é importante haver alguma regulação. "Circulação de ideia é fundamental. Mas ideias deliberadamente falsas só prejudicam o debate e podem ser coibidas pela lei", afirmou.

O ex-juiz ressaltou a necessidade de "cautela" para que a lei não afronte a liberdade de expressão, mas disse que é possível resolver o problema respeitando os princípios constitucionais. "Um maior controle realmente parece que é necessário. Essa questão de robôs para disseminar, criar falsa aparência de aderência a determinado discurso, isso é distorção, é fraude. Não vejo como pode ser protegido pela liberdade de expressão", disse.
Herculano
04/06/2020 19:46
PROBLEMA DA EDUCAÇÃO É BOLSONARO, NÃO WEINTRAUB, por Josias de Souza, no UOL

Pela segunda vez em menos de uma semana, o ministro Abraham Weintraub expôs o país a um duplo constrangimento. Primeiro ao constatar que o ministro da Educação teve de atender a intimações da polícia. Segundo ao verificar que Weintraub foi chamado a depor sobre encrencas que não têm nada a ver com Educação, o tema que deveria mobilizá-lo.

No primeiro depoimento, na sexta-feira passada, Weintraub preferiu ficar em silêncio para não se autoincriminar no caso que apura as ofensas que proferiu na reunião ministerial de 22 de abril, quando disse que, se pudesse, prenderia os "vagabundos do STF."

No segundo depoimento, ocorrido nesta quinta-feira, Weintraub continuou em silêncio. Mas entregou uma defesa por escrito, negando o caráter racista de uma postagem em que associou os chineses ao personagem de gibi Cebolinha, ironizando-os por trocar o 'R' pelo 'L'.

Nos dois casos, o ministro Weintraub revelou-se um personagem sem nexo. No primeiro, porque, depois de chamar magistrados de vagabundos e de dizer que Brasília é um cancro de corrupção, o ministro passou a recepcionar os apadrinhados do corrupto centrão no fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação, principal cofre do seu ministério. No segundo, porque um ministro que não domina adequadamente o português não deveria ironizar um chinês que consegue se expressar na língua de Camões.

A movimentação do ministro Weintraub mostra que o Brasil tem um problema na área da Educação. Alguns acham que o problema é o ministro Weintraub. Se estivessem certos, a solução seria simples. Bastariam dois golpes de esferográfica. Mas estão enganados.

O problema da Educação se chama Jair Bolsonaro. Em algum momento, o presidente pode até afastar Weintraub, porque o ministro se inviabilizou com o Legislativo e o Judiciário. Mas se isso vier a ocorrer, o problema tende a se manter, porque o presidente nomeará um novo Weintraub. Ou coisa pior.
Herculano
04/06/2020 19:37
UM EX-PRESO GANHA E OUTRO PERDE BANCO ESTATAL. SOBREVOE A PAPUDA, GENERAL! por Reinaldo Azevedo, no UOL

É do balacobaco!

O governo Bolsonaro vai desmoralizar até a fisiologia!

O Conselho de Administração do Banco do Nordeste destituiu nesta quarta Alexandre Borges Cabral, que tinha sido empossado presidente da instituição na terça.

Seu padrinho é o ex-deputado Roberto Jefferson, que comanda o PTB - aquele que agora resolveu defender Bolsonaro de fuzil na mão e metralhadora na língua.

Conforme revelou reportagem do Estadão, o Tribunal de Contas da União (TCU) apura suspeitas de irregularidades em contratações quando Cabral presidia a Casa da Moeda, em 2018. O valor envolvido na investigação é de R$ 2,2 bilhões.

Então ele foi demitido por isso?

Olhem, se o critério for esse, vai ser difícil encontrar almas impolutas no fundão do Centrão. Afinal, o homem havia sido indicado por um ex-presidiário.

Ocorre que o busílis não está aí.

O cargo já tem dono. Pertence a um outro ex-presidiário: Valdemar Costa Neto, dono do PL.

Há dias, Bolsonaro afirmou que estava, sim, distribuindo cargos entre partidos, mas nada de entregar estatais e bancos...

Vê-se.

Na disputa dos ex-presidiários pelo Banco do Nordeste, Costa Neto levou a melhor.

Daqui a pouco, Jefferson posa com uma bazuca. O alvo será definido de acordo com o atendimento ou não de sua, como direi?, visão elevada do papel do Estado brasileiro.

Bolsonaro prometeu inovar e está inovando. Nunca antes na história deste país, o presidente de um banco estatal ficou um dia só no cargo porque ex-presidiários querem o mesmo banco.

O governo Bolsonaro já juntava ineficiência a autoritarismo. Agora soma as contribuições de Jefferson e Costa Neto, que sempre souberam ler os cofres públicos.

Mais um pouco, o general Fernando Azevedo e Silva terá de sobrevoar de helicóptero a Papuda. Para saudar as manifestações de apoio ao governo...

Viram? Quem disse que Bolsonaro não acredita na recuperação de presidiários? Acredita! Dá até banco para eles!

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