Enquanto a propaganda oficial paga, e cara, corre solta, as dúvidas se multiplicam. - Jornal Cruzeiro do Vale

Enquanto a propaganda oficial paga, e cara, corre solta, as dúvidas se multiplicam.

13/02/2019

Depois delas serem noticiadas por aqui, chegou a vez dos vereadores da oposição se interessarem pelo assunto 

Olha só o que aportou na sessão da terça-feira passada na Câmara de vereadores de Gaspar. O requerimento de número cinco do vereador Dionísio Luiz Bertoldi, PT. Eu esperei a imprensa local se interessar sobre o assunto questionado pelo vereador e que reputo ser grave. Nada! Eu já havia escrito sobre isso. O pessoal do paço alegou, internamente, e irritado, que se tratava da minha “perseguição” contra o governo e não contra o errado, o mal esclarecido, o duvidoso.

E quando acuados, os políticos vão às redes sociais, com chantagens sobre quem quer esclarecimentos, incluindo os vereadores, alegando que os questionamentos têm o objetivo para impedir as obras, as melhorias, os benefícios à população que sofre com poeira, lama, falta de água, inundação, esgoto a céu aberto, falta de pontos de ônibus, de lâmpadas que funcionem etc. Ninguém é contra essas obras e melhorias, mas que tudo seja feito dentro da lei, de forma transparente, com segurança das pessoas que realizam o trabalho, ao menor custo e naquilo que foi prometido como resultado coletivo e não para poucos.

Qual a justificativa do vereador que já teve o irmão, Lovídio Carlos Bertoldi, como secretário de Obras do município, ou seja, deve conhecer do riscado? “Conforme visita ‘in loco’, verificou-se que os tubos foram entregues na rua antes do dia 26 de outubro, e a aprovação do Projeto de Lei Complementar 03/2018 (que permite ao Samae realizar drenagens pluviais) foi apenas em 13 de novembro”.

Então, por isso, o requerimento do vereador pede simplesmente que se esclareça o seguinte sobre à obra de drenagem da Rua Frei Solano, no Bairro Gasparinho, a mesma de onde se tirou os paralelepípedos, colocando-os no bota-fora, fato que tratei na coluna desta segunda-feira, pela segunda vez, pois a exposição desse desperdício originalmente tratei no dia 26 de dezembro do ano passado:

“Cópia do projeto de execução; Cópia dos Contratos/Aditivos; Cópia do Decreto/Portaria indicando o agente público responsável pela fiscalização de cada obra (Art. 67 da Lei 8666/1993); Cópia dos Diários de Obra, individualizados e em ordem cronológica; Cópia das Notas de Empenhos/Sub-empenhos; Cópia das Notas Fiscais (frente e verso) com relatórios de serviços/materiais; Cópia das autorizações de pagamento das respectivas notas de Empenho e Sub-empenhos”. Uau!

“FISCAIS DO POVO”

Em minoria, o PT e com poucas chances de ser protagonista em temas que possam encurralar o Executivo como aconteceu no ano passado quando estava em maioria com o PSC de Silvio Cleffi, o PSD de Wilson Luiz Lenfers e Cícero Giovane Amaro, além do PDT de Roberto Procópio de Souza, que debandou para ser governo, passou a atuar com maior rigor na fiscalização das ações de Kleber Edson Wan Dall, MDB, do sumido vice Luiz Carlos Spengler Filho, PP e do prefeito de fato, ainda na secretaria da Saúde, Carlos Roberto Pereira, MDB. Espera-se que agora, o Ministério Público da Comarca ou via a Ouvidoria em Florianópolis, seja mais acionado e atuante, como é em Ilhota.

Um requerimento, colocou no atacado, pedidos de explicações sobre várias obras que foram feitas nos últimos dois anos pela atual gestão. O que os vereadores Dionísio, Mariluci Deschamps Rosa, que já foi vice-prefeita por oito anos, e Rui Carlos Deschamps querem? Cópias do projeto; cópia dos Contratos/Aditivos; cópia do Decreto/Portaria indicando o agente público responsável pela fiscalização de cada obra (Art. 67 da Lei 8666/1993); cópia dos Diários de Obra, individualizados e em ordem cronológica; cópia das Notas de Empenhos/Sub-empenhos; cópia das notas fiscais (frente e verso) com relatórios de serviços/materiais; e cópia das autorizações de pagamento das respectivas notas de Empenho e Sub-empenhos das obras feitas na Rua Maria Vieira, bairro Santa Terezinha (manutenção na drenagem pluvial, colocação do meio fio, pavimentação em lajota sextavada, com 70% da obra já concluída); Rua Júlio Zimmermann, bairro Coloninha (drenagem pluvial, pavimentação, colocação de meio fia e lajota sextavada); Rua Fernando Lemos, bairro Bateias ( confecção da cancha, pavimentação asfáltica, drenagem pluvial); Rua Pedro Carlos Schmitt, bairro Macuco (drenagem pluvial, pavimentação em lajota sextavada); Rua Adolfo Schiller, bairro Figueira (drenagem pluvial, pavimentação em lajota sextavada).

Enquanto a propaganda oficial paga, e cara, corre solta para sensibilizar mentes e corações aos votos, as dúvidas se multiplicam na distribuição da própria verba oficial de comunicação em Gaspar

Estava na cara de que o aborto pelo Executivo daquele projeto de lei de origem legislativa e cujo veto foi ao final aprovado pela Câmara, e que previa a identificação para o povo pagador de pesados impostos, dos custos de cada publicidade oficial municipal nos veículos daqui e de fora, era coisa manjada por gente que sabia o que estava fazendo.

Bingo. Eu sinalizei. Primeiro, o projeto nasceu torto e foi feito para a vingança do suplente vereador Welligton Carlos Laurentino, o Lelo Piava, do DEM, incomodado com a liberdade de opinião dos veículos. Devia ter como viés único a transparência.

Segundo, quando o poder de plantão torceu o nariz para esse projeto, alegando tão somente, falsos problemas burocráticos, sabia o que estava fazendo. Sob pressão envolveu os próprios veículos para esconder o que deveria ser explícito. Afinal, qual a dificuldade do pagador de impostos saber como está sendo usado o seu dinheiro?

Terceiro, verbas públicas para publicidade são tapa-bocas na maioria dos casos. E em Gaspar não é diferente. Tecnicamente, quais são os critérios para a distribuição da verba de publicidade na mídia? E eles não sendo públicos, não são debatidos e questionados.

Se o critério é quem tem maior audiência e credibilidade, alguma coisa não está funcionando. O jornal e o portal Cruzeiro do Vale, por exemplo, não recebem verbas oficiais. E a razão é muito simples: não está alinhado, não é editado na prefeitura de Gaspar. “Meu compromisso é com a comunidade e não com os políticos”, argumenta o proprietário e editor, Gilberto Schmitt.

Esse negócio da verba publicitária oficial não pode, por outro lado, ser olhada apenas pelo lado da mídia. Os gastos são drenados para outras rubricas como a produção de vários materiais. Quem controla isso? Quem controla por exemplo, o retorno dos 20% de comissões da agência? Quem controla a bonificação de volume que alguns veículos dão para as agências?

Resumindo, a parte mais visível, é a mídia formal, mas na comunicação há uma outra parte que se esconde e pouco se sabe e se controla. Ou, você acha que as mídias sociais é algo amador e que não tem gente experiente por detrás, ganhando para estrutura-la e fazer do prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB, o repórter de si mesmo? Enfim, se o objetivo da comunicação é atingir o maior número de pessoas, qual a razão de se escolher mais, veículos com menor poder de alcance com os preços dos líderes? Hum!

E tenta encontrar respostas em números no Portal da Transparência da prefeitura de Gaspar. Uma confusão! Aliás, o Portal está fora do ar, e na prefeitura todos caladinhos, comemorando. A cara da atual gestão!

Encerrando: o que está na mesa do prefeito para ele responder a pedido da bancada petista, que conhece desse assunto como poucos, pois o viveu no poder? O requerimento pedindo informações da “prestação de serviços de publicidade e propaganda para atender a superintendência de comunicação”, especialmente os relativos às campanhas: “Gaspar Terra prá se Orgulhar” e “Programa Gaspar É + Saúde”.

Os vereadores querem a cópia dos contratos e seus famosos aditivos; cópia do decreto ou portaria indicando o agente público responsável pela fiscalização de cada obra (Art. 67 da Lei 8666/1993); cópia da autorização para a realização das peças publicitárias; cópia das Notas de empenhos/sub-empenhos; cópia das Notas Fiscais (frente e verso); cópia da liquidação das despesas; cópia das autorizações de pagamento das respectivas notas de empenho e sub-empenhos. Acorda, Gaspar!


Trapiche

O prefeito de fato e secretário da Saúde, Carlos Roberto Pereira, retomou à presidência MDB de Gaspar. Durante as eleições de outubro do ano passado o comando do partido ficou com o vice, Valter Morello. A formalização da troca aconteceu na reunião do MDB gasparense feita na segunda-feira à noite, na Sociedade Alvorada e receada de visitantes e comissionados.

Na foto, o doutor Pereira (advogado) com o colega Valmor Beduschi Júnior, membro do Conselho da Cidade e articulador político do poder de plantão – já fez esse papel no tempo de Pedro Celso Zuchi, PT, - e o mais novo alinhado com o governo de Kleber Edson Wan Dall, MDB, o vereador Roberto Procópio de Souza, PDT.

O palanque político pré-eleitoral da Gestão Compartilhada, tocada por Roni Muller está sendo questionado. Apareceu e foi aprovado na Câmara um requerimento dos vereadores Cícero Giovane Amaro, PSD e Silvio Cleffi, PSC, morador do bairro, pedindo a ata da audiência pública da Gecom de 2017 no Bela Vista. Ai, ai, ai.

Enquanto isso, o vereador Rui Carlos Deschamps, PT, foi mais longe: pediu todas as atas das audiências do Gecom realizadas em 2017 e 2018. Hum! Não custa lembrar que o titular da Gecom era cabo eleitoral nas eleições passadas.

Este aumento de impostos sobre alimentos da Cesta Básica, determinado pelo ex-governador Eduardo Pinho Pinho Moreira, MDB, no dia 27 de dezembro do ano passado, horas antes de deixar o governo, mostra a face perversa dos políticos que se elegem com os votos dos pobres e enfiam mais impostos via a alimentação dos carentes, para pagar os privilégios de poucos ou daquilo que fizeram para se tornar governo e mal gerenciam.

Para não ir longe. Um exemplo: feijão, arroz, macarrão, farinha e pão passaram de 7% para 12% no ICMS, um aumento de 58,3%. Os deputados ensaiam pressão no atual governador Carlos Moisés da Silva, PSL, que está lavando as mãos.

Como Moisés não se mexe para rever ou revogar o decreto, diminuir o custo da máquina e parar de esfolar o povo para sustentar a farra dos políticos no governo como prometeu, bancada do PP na Assembleia Legislativa apresentou uma Proposta de Sustação de Ato.

Ela entende que este aumento absurdo de impostos não poderia ser feito por decreto do governador e sim, por lei debatida, aperfeiçoada e aprovada na Alesc. Assinam a proposta os deputados Altair Silva, João Amin e José Milton Scheffer.

Depois da vaca no brejo, os vereadores acordaram e querem secar o charco para desatolar a falta de planejamento da secretaria de Planejamento, secretaria de Obras e da Ditran.

Relatei na coluna de segunda-feira como se improvisou na obra, mas principalmente no desvio que se fez para poder realizar as obras “emergenciais” de estaqueamento no trecho da Rua Anfilóquio Nunes Pires, na sexta-feira e sábado à noite e de madrugada, ali defronte ao supermercado Archer.

O desvio feito pela Figueira, Águas Negas e Gaspar Grande colocou até gente daqui perdida naquele trecho sob escuridão e falta de sinalização. Imagina-se os de fora, mesmo com GPS. E houve quem fosse parar em cercas de arame farpado e dentro do pasto. Uma vergonha de dar dó a que se diz eficiente naquilo que faz.

Aportou ontem na Câmara, o requerimento do vereador Dionísio Luiz Bertoldi, PT, pedindo o mínimo, e que deve começar lá no Sesi em Blumenau, advertindo os motoristas do problema, do desvio e a possibilidade deles tomarem o rumo da BR 470. Em Gaspar, por outro lado, no trecho alternativo, por ser de madrugada, com sinalização clara (refletiva) e adequada para que ninguém se perca e se acidente, se não há comboio.

O Sintraspug já tem a sua comissão que vai negociar e discutir (?) com a prefeitura de Gaspar a reposição e outros benefícios da pauta salarial de 2019 já está montada. Ela tem Alam Luciano dos Santos, Ana Janaina Medeiros de Souza, Everton Batista, João Basílio Schramm, Jovino Emir Masson, Lodemar Luciano Schmitt e Serlau Antunes, os três últimos, candidatos a presidente do Sindicato.

Desde dezembro, a Área Azul não Gaspar não funciona. Até ontem, não havia blocos para disciplinar o estacionamento rotativo. E a Ditran estava sem previsão para tê-los novamente. Alegava outras prioridades. Impressionante.

O PT de Gaspar, como em outros municípios, comemorou os 39 anos de existência do partido. Pedro Celso Zuchi governou Gaspar três vezes:2001/2004, 2009/12 e 2013/16. A foto abaixo, revela como está o diminuto núcleo duro, golpeado não pela derrota nas últimas eleições, mas pelo radicalismo que fez do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, um santo imaculado para essa gente diante de tantas evidências de dúvidas e erros.

Pensando bem. Se o Plano Diretor formal existente, não revisado oficial e espertamente como manda a lei, apesar da baba de dinheiro dos pesados impostos de todos os gasparenses para isso, e o que está por esquartejamento sendo “adicionado” ao não revisado dizem que Gaspar vai crescer para a zona sul, qual a razão ao fechamento da escola multiseriada no Macucos? Não seria o caso de transformá-la logo numa escola básica? Gaspar projeta, mas não consegue se inventar no seu próprio futuro. Acorda, Gaspar!

O cabo bombeiro militar, ex-superintendente da Defesa Civil de Gaspar, Rafael de Araújo Freitas, acaba de arrumar sarna para se coçar.

Em reunião recente, ele – como voluntário - assumiu à presidência da Agapa – Associação Gasparense de Proteção aos Animais. Todos que estavam lá, prometeram ajudá-lo, diante da falência da entidade cheia de dívidas, um ente maltratado pelo governo de Kleber Edson Wan Dall, MDB.

Se fizer um bom trabalho, com independência técnica e sem favores políticos, alguém vai lhe passar a perna como passou na Defesa Civil. Se não conseguir viabilizar suas ideias, pois tem muitos interesses – inclusive políticos e partidários - em jogo, Rafael vai ser rotulado de incapaz.

A Agapa não pode ser uma mera tratadora de animais maltratados e abandonados em Gaspar e até de outros municípios que aparecem lá. Ela precisa trabalhar por uma política pública de cadastro, conscientização, adoção, castração e um centro de zoonoses para colocar sob controle e até diminuir a população de rua de cães e gatos em Gaspar.

Gaspar possui características diferentes de muitos centros urbanos. É uma cidade dormitório, de gente muitas vezes não identificada com a cidade, passageira ou feita gente carente, onde os animais soltos se proliferam sem controle algum, pois o foco dessas pessoas está na sobrevivência delas mesmas, a maioria, com problemas sociais graves e abandonadas pelo poder público. É um desafio e tanto ao bombeiro Rafael acostumado ao fogo, tempestades e traumas. Remédio há, mas custa caro e o tratamento é de longo prazo. Acorda, Gaspar!

Começou. Existem 17, no mínimo, resoluções assinadas pela nova mesa diretora da Câmara de Gaspar. Só uma está publicada no seu site. O que se esconde nas demais? E a área de comunicação da Casa fez publicar um press release tecendo loas ao site e ao seu sistema de transparência. Casa de ferreiro, o espeto é de pau, ou é a típica propaganda enganosa.

Recordes: na primeira sessão da Câmara foram 34 indicações. Ontem, 27. Uma já está na fila para a próxima terça-feira. No ano passado foram 509. Entretanto, se a gente classificá-las, chega-se fácil a conclusão de que Gaspar não possui manutenção: bueiro entupido, mato, pavimentação danificada, falta de sinalização vertical e horizontal, pontos de ônibus e falta de lâmpadas. Impressionante. Este é o verdadeiro Avança Gaspar.

Manual de como destruir a imagem de um negócio, ainda mais num mundo virtual, plural e aberto às redes sociais e aplicativos de mensagens. Advogados são péssimos comunicadores e relações públicas. E escrevo de algo que conheço bem, estou aprendendo, errando, mas não dessa forma. Nem na década de 1970 aprovei algo assim para quem pude orientar.

Quem é que patrocina aquele papelão público contra a imagem do Bombinhas Summer Beach? Dói ver aquele teatro mambembe de quinta categoria. Não seria mais barato e eficaz promover a solução? E o mais rapidamente possível? Há empresário – e gestores - que não chegou no século 21 e não aprendeu as lições do 20.

Agora a cidade está contra o empreendimento que emporcalha a praia, desafia moradores e veranistas; a mídia encontrou o caminho da roça, as redes sociais mancham a imagem comercial do empreendimento e o negócio vai levar muito tempo para recuperar a magia m- a preço nada módicos - que vende no seu site.

Parabéns aos donos, investidores, gestores, assessores e até advogados - os únicos que estão ganhando tempo e dinheiro - com esse circo onde chamaram a Justiça para arbitrar algo que passa antes pela consciência cidadã. Meu Deus!

Samae inundado I. Como as coisas funcionam. O Samae implantou a nova rede de água no Gasparinho. Tudo certo? Nada! Quando abriram os registros, não veio a água. Verificado, notou-se que o engate da rede estava errado. Quando reabriram-na, só areia e água turva. E reclamações.

Samae inundado II. Na Câmara e aqui, sempre se advertiu que o Samae não entendia e que não havia projetos claros e técnicos para a implantação de drenagens por Gaspar como quis e fez valer e passou na Câmara a gestão de Kleber Edson Wan Dall, MDB, por suposta sobra de recursos, que na verdade, são da venda de água e coleta de lixo, sobra que deveria ser reinvestido nesse serviço.

Samae inundado III. A Rua Leopoldo Alberto Schramm, conhecida como Beco, na Coloninha, é mais um dos exemplos que se multiplicam. Ela acaba de passar por obras de drenagem. Veja como ficou na primeira chuva forte que enfrentou depois da obra feita: inundada. Acorda Gaspar!

 

 

Comentários

Herculano
14/02/2019 16:29
BLOCOS DA ÁREA AZUL DE GASPAR VOLTAM AMANHÃ?

É o que informa o portal do Cruzeiro do Vale, após ouvir a Ditran.

A Gaspar das grandes obras, estava sem blocos da Área Azul, coisa simples e rotineira, o que demonstra falta de controle e planejamento, desde dezembro.

Na coluna Olhando a Maré de sexta-feira passada reportei esse caso. Era preciso? Em uma semana estão tentando resolver o que não fizeram em meses. Acorda, Gaspar!
Herculano
14/02/2019 08:17
DELEGADO REGIONAL CONFIRMADO

Egídio Maciel Ferrari, eficaz ex-delegado de Gaspar entre 2012 e 2016, está sendo confirmando para permanecer na função de Delegado Regional de Blumenau. A "posse" será hoje na sede da OAB, de Blumenau.
Herculano
14/02/2019 08:09
PERGUNTAR NÃO OFENDE

Mesmo não tendo filhos ainda dentro e com idade para interferir nas decisões do governo, quem é o Carlos Bolsonaro do governo Kleber Edson Wan Dall, MDB?
Herculano
14/02/2019 08:07
"NEM FILHOS NEM TUÍTES PõEM GOVERNO PARA FUNCIONAR"

Conteúdo de O Antagonista. Helio Gurovitz explicou qual é o problema da fritura de Gustavo Bebianno:

"Bebianno é personagem lateral no governo Bolsonaro. Mais importante é o que o episódio revela sobre o centro real do poder (os filhos do presidente) e a forma como ele é exercido (via redes sociais) (...).

Para Bolsonaro, o principal efeito do episódio é político. Sem ocupar cargo, seus filhos se mostram mais poderosos que ministros. Tuítes se revelam ferramentas eficazes para que atinjam seus objetivos. Mas nem filhos nem tuítes põem o governo para funcionar.

Bolsonaro precisará de todos os votos que estiverem a seu alcance para aprovar no Congresso a reforma da Previdência, o pacote de segurança pública elaborado pelo ministro Sergio Moro e qualquer outra iniciativa legislativa. Se seu próprio partido está conflagrado, que força ele pode esperar das demais legendas?"
Herculano
14/02/2019 08:06
ABERRAÇÃO: BOLSONARO E FILHO SUBMETEM UM MINISTRO DE ESTADO A UMA HUMILHAÇÃO INÉDITA NA REPÚBLICA. SERÁ ISSO BOM PARA O PAÍS? NÃO! Por Reinaldo Azevedo, na Rede TV

Gustavo Bebianno foi submetido à maior humilhação pública de que a Política tem notícia em muitos anos. Sim, mandatários já praticaram antes deselegâncias. Lula, por exemplo, demitiu Cristovam Buarque, seu primeiro ministro da Educação, por telefone. Em tempos um pouco mais decorosos - inclusive no petismo -, ouviu-se um "Ohhh". O presidente Jair Bolsonaro tratou Bebianno não como adversário, mas como inimigo. Na prática, este foi demitido, embora diga que não sai. O protagonismo assumido por Carlos - o filho do meio, o "Zero Dois", o "pitbull" - é de uma truculência inédita, calculada e, em muitos aspectos, malsã. Porque põe numa situação difícil o próprio governo. O problema é que, como se viu, ele contou com anuência do pai, em quem parece exercer uma influência que chega a ser assustadora para padrões republicanos. Será que isso é bom para o país e para as reformas? Não.

A história já é mais do que conhecida. Com os laranjas do PSL a se multiplicar, Bolsonaro resolveu arrumar um responsável, um bode expiatório. A deixou claro: é coisa de Gustavo Bebianno, a culpa é dele. E não se fez questão nenhuma de esconder a coisa da imprensa. Acuado, o ministro tentou a "Saída 17" do Manual de Sobrevivência Política. Disse que estava tudo bem, que não existia crise nenhuma e que já havia falado com o presidente três vezes. Ocorre que Carlos Bolsonaro havia gravado a resposta que o pai dera a seu ministro.

Não podia conversar. Não queria papo. O Segundo Filho foi ao Twitter, desmentiu o ministro - desafeto desde a campanha - e ainda colocou no ar o áudio do pai. Sem a anuência deste? Viu-se que não. O pai retuitou o filho. E, com esse clique, demitia o seu ministro. Como a dispensa não foi formalizada, este afirmou que não sai. Bem, a pergunta é necessária, ainda que apenas retórica: caso Bebianno fique, que voz ativa terá? Quem vai querer falar com ele? Que garantia pode oferecer ao interlocutor de que fala com a anuência do presidente?

É claro que, ao tratar Gustavo Bebianno como pária, o cálculo de Bolsonaro é um só: evidenciar à opinião pública que ele não tem nada a ver com "isso daí". Quem não se lembra de um vídeo de Lula, quando pululavam as evidências de malfeitos no escândalo apelidado de "mensalão", a pedir desculpas à nação? Disse que não sabia de nada e que havia sido traído. Mas sem nominar culpados. Anunciou ainda que ninguém seria poupado. A investigação, com efeito, atingiu a cúpula do PT por obra do Ministério Público e da Polícia Federal. José Dirceu caiu logo depois. Mas o então presidente não entregou ninguém aos leões. Bolsonaro não é do tipo que pede desculpas, como revela o episódio das barbaridades que disse à petista Maria do Rosário. Age como se Bebianno não tivesse sido seu braço direito na campanha. Passa um recado a quem quiser ser seu aliado:

"Neste governo, é preciso ter sangue Bolsonaro para ser poupado". A política é um território afeito a traições, claro! Mas é preciso haver alguma lealde ao menos para atravessar o rio. Ou estamos na fábula do sapo que dá carona ao escorpião. É claro que o episódio fará muita gente pensar: quanto vale a fidelidade ao presidente? E, convenha, o agora ministro foi fidelíssimo. Do ponto de vista exclusivamente deles, não da lei, está sendo injustiçado. Mas reitero: espantam o modo, a exposição ao ridículo, a humilhação.

E aqui cumpre destacar uma questão muito relevante, já bastante exótica à época. O então deputado Jair Bolsonaro anunciou a sua candidatura, mas não sabia por qual partido. Acabou migrando para o PSL de Luciano Bivar, então na presidência da legenda. Qual foi a exigência do candidato? O comando do partido, em caráter temporário, enquanto durasse a campanha, teria de ser passado a uma pessoa de sua estrita confiança, que falasse por ele. E foi assim que Gustavo Bebianno se transformou numa figura única na história das eleições: um presidente temporário de legenda.

Analisando a questão, Sérgio Moro, o ministro da Justiça, seria levado a constatar que a interferência de Bolsonaro na assunção de Bebianno como chefe do partido foi muito mais direta do que a de Lula na nomeação dos diretores da Petrobras. Ora, ora... Sem a suposição ?" e isto está lá nas sentenças de Moro e de Gabriela Hardt, sua discípula - de que Lula tivera interferência direta na composição das diretorias da Petrobras, como ligar as falcatruas na empresa ao apartamento de Guarujá e ao sítio? Sim, todos os que lemos as duas sentenças - umas dez pessoas -, sabemos que a ligação entre os contratos e a suposta propina nunca foi estabelecida. Mas se assegura em ambas: Lula era o garantidor último da permanência daqueles diretores em seus respectivos cargos. E acabou recendo favores de empreiteiras. Logo... Não há dúvida de que Bolsonaro foi o promotor e o garantidor de Bebianno na chefia do PSL. Ora, o que quer que este tenha feito, convenham, o fez em benefício do agora presidente também. Vai que dê a louca em Bebianno, cansado de ser tratado como pária, e ele demonstre que parte dos desvios de recursos, supostamente gastos pelas laranjas, foi parar na campanha presidencial... E aí?

Espanta ainda outra coisa: por enquanto, o que há contra Gustavo Bebianno são indícios muito fortes de que o PSL recorreu a laranjas na campanha. A investigação ainda está no começo. O presidente, no entanto, decidiu tritura-lo com desonra. Que diferença, não é?, quando quem está na berlinda é um dos filhos. O pai presidente os chama de "garotos" e passa a mão em sua cabeça. Fez isso quando Eduardo afirmou que um cabo e um soldado fechariam o Supremo sem nem precisar de jipe. E "garoto" foi também a palavra que empregou para se referir a Flávio, agora senador, nos escândalos da Alerj e das milícias.


Eles são todos da mesma turma. Que se entendam. Por enquanto, a reforma da Previdência é vista pelo mercado como algo que independe da política. É uma ilusão. Com essa inabilidade e com essa rapidez para esmagar mesmo os amigos, o trâmite da dita-cuja pode ter vida difícil. O tal mercado pode descobrir mais cedo do que seria desejável que a reforma é, sim, muito importante, mas panaceia não é. Há males que ela não cura. E a desordem no governo e no Congresso - e os celerados pretendem arrastar o Judiciário - é um deles.
Herculano
14/02/2019 07:48
GOVERNO TEM DE PARAR DE ENLOUQUECER, por Vinicius Torres Freire, no jornal Folha de S. Paulo

Núcleo mais biruta e enrolado do bolsonarismo afeta até a boa vontade da elite

O governo de Jair Bolsonaro junta rolos demais e faz muita inimizade gratuita para apenas seis semanas de mandato.

Os filhos do presidente detonam ou amplificam crises. Alguns de seus ministros insultam cidadãos de bem. Etc.

Não quer dizer que daí saia uma crise relevante. Mas escândalos e malquerenças são passivos que ficam no armário, dívidas que podem ser executadas em caso de dificuldades e fraquezas.

O problema pode ir da negociação de um voto importante no Congresso ao caso extremo da deposição, a depender do ambiente político geral.

Quando um não quer, dois não brigam, no entanto. O dito popular bonitinho também serve para as sujidades da política.

Um governo cheio de rolos não dança se o Congresso não quiser, e o Congresso não costuma se levantar da cadeira se o povo não subir nas tamancas.

O monte de escândalos do governo FHC deu em nada, graças também a um Ministério Público amigo. Lula se reelegeu com um mensalão nas costas. Não foi assim com Fernando Collor ou Dilma Rousseff.

O clima é muito favorável a Bolsonaro, em uma situação de risco, porém.

Dois terços dos eleitores estão otimistas com o governo e a economia. A confiança de empresários e consumidores cresce desde a eleição, mesmo que a economia permaneça quase estagnada no buraco do inferno em que caiu.

O governo não tem liderança no Congresso, mas líderes de uma maioria parlamentar ainda gelatinosa têm um programa afinado com o establishment reformista.

A elite econômica quase inteira faz vista grossa para as grossuras do governo, quando não comunga dos maus modos ou incentiva selvagerias. Não há oposição política ou social organizada.

O país econômico está quase parado à espera da Previdência. Presidente de banco, executivo de rede de varejo, incorporador imobiliário, industrial de fábrica média, dono de pizzarias, ouve-se de todos a mesma conversa.

Não vão decidir negócios novos relevantes antes de ver que bicho vai dar na reforma. Aprovada depois de julho, não haverá tempo para que a economia reaja com mais força neste ano.

Confia-se, desconfiando, em que a coisa vá melhorar. Enquanto isso, quase não melhora, apesar de um ou outro sinal de vida, no mercado imobiliário ou do crédito para pessoa física. A água suja ainda está pelo nariz. O acúmulo de escândalos pode fazer marolas perigosas.

As vendas no comércio crescem em ritmo cada vez mais devagar desde abril do ano passado. O crescimento da renda média do trabalho baixou a 0,6% em 2018. A soma de todos os rendimentos cresceu 1,7%, ritmo que não deve ser muito diferente neste 2019, mesmo que passe a reforma.

A ociosidade na indústria voltou a aumentar; a produção não se recuperou da baixa do caminhonaço.

O excesso de escândalos do bolsonarismo pode encarecer votos no Congresso. Na maioria das situações, isso é apenas "business as usual" e, mais do que de costume, o establishment está interessado em reforma econômica, ainda mais avesso a tumulto político.

Mesmo assim, o núcleo mais biruta do governo Bolsonaro está forçando a amizade. Um tropeço no Congresso vai dar problema grave.

O vice-presidente, que tem conversado com muita gente de peso pelo país, sabe disso. Mais do que procurar um lugar político de destaque, Hamilton Mourão está agindo de caso pensado ao fazer papel de voz da razão e das tolerâncias apaziguadoras: está dizendo ao restante do governo que pare de enlouquecer.
Herculano
14/02/2019 07:39
VOTAÇõES FOLGADAS ANIMAM O GOVERNO NA CÂMARA, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

O governo mostrou, logo nas primeiras votações na Câmara, que deve reunir apoio suficiente para aprovar até propostas de emenda como a reforma da Previdência, que necessitam de quórum qualificado de 308 votos. Já na primeira sessão deliberativa, o governo contabilizou 294 votos favoráveis, ao rejeitar tentativas do PT & cia de adiar a votação do projeto que prevê bloqueio de bens de terroristas. E aprovou o texto.

O GOVERNO SOBRA
O governo está sobrando na Câmara. Os líderes governistas avaliam que, com algum esforço, chegam aos 350 votos favoráveis à reforma.

FALTA CONSIDERAÇÃO
Mas nem tudo são flores nas hostes governistas. Muitos deputados, inclusive do PSL, reclamam da falta de consideração no governo.

MINISTROS IGNORAM
Líderes governistas colecionam queixas de parlamentares que não são recebidos por ministros. Ou são submetidos a longos chás-de-cadeira".

COBRAS E LAGARTOS
Deputados dizem ter ouvido de Rodrigo Maia cobras e lagartos, ontem, contra Onyx Lorenzoni, chefe da Casa Civil. O clima azedou.

TRAGÉDIA IMPUNE PODE RENDER SALÁRIOS DE MARAJÁ
A bilionária Vale e suas sócias, responsáveis pelo desastre em Mariana (MG), que matou 19 pessoas e mais o rio Doce, manobram para não pagar multas ambientais e indenizam vítimas em insultuosas 59 parcelas mensais. Mas a Fundação Renova, que a Vale é obrigada a manter com a Samarco e a BHP, graças a Termo de Transação e Ajustamento de Conduta assinado com o ministério público, parece disposta a remunerar executivos no melhor estilo "meu pirão primeiro".

OFERTA ATRAENTE
Um "head hunter" ("caçador de talentos", em inglês) oferece em Brasília R$38 mil por mês a quem aceite atuar na área institucional da Renova.

TRÊS VEZES MAIS
A Fundação Renova existe para reparar os estragos causados em Mariana. Por enquanto, só deixou felizes os próprios executivos.

NADA DE LISTA
A Renova não deu a lista de executivos e respectivos salários, como a coluna solicitou, e negou que pague salários acima do mercado.

FÉRIAS ABASTADAS
Os deputados federais cujos mandatos acabaram no dia 31 passado obtiveram "ressarcimento de despesas", supostamente realizadas em janeiro, no valor de R$8,3 milhões. Quem não foi reeleito fez a festa.

'MOZÃO' GARANTE NOTÍCIA
O falante general Hamilton Mourão faz a alegria dos repórteres que cobrem a vice-presidência: dali sempre sai notícia. Eles até já tratam Mourão com certa intimidade. Chamam-no de "Mozão".

EM NOME DO PAI
Eleita por aclamação para presidir a mais importante comissão do Senado, a de Constituição e Justiça, a senadora Simone Tebet (MDB-MS) homenageou o pai, saudoso Ramez Tebet, ex-presidente da Casa.

UNIVERSIDADE APARELHADA
A Universidade Federal de Alagoas (Ufal) acaba de batizar de Marielle Franco o restaurante do Campus do Sertão, em Delmiro Gouveia, a 300km de Maceió. Os sertanejos, com as próprias vítimas da violência a homenagear, estão indignados com o aparelhamento do PSOL.

VOCÊ BANCA PARTIDOS
A eleição 2018 mal acabou e a próxima só será em 2020. Mas a Justiça Eleitoral já pagou R$64 milhões aos partidos este ano, usando recursos do Fundo Partidário. O PT recebeu mais: R$8,6 milhões.

LESA-PÁTRIA
No Nordeste, o setor sucroenergético garante 600 mil empregos diretos e indiretos, ameaçado pela atitude inescrupulosa dos distribuidores/atravessadores de importar álcool podre (muito poluente) americano, à base de milho, quase sem pagar impostos.

PARQUE TEMÁTICO
A Secretaria de Agricultura do DF vai retirar quem ocupa irregularmente a área reservada ao parque em Brasília. As tratativas prosseguem com o Sindepat e a Associação Mundial de Parques Temáticos.

TRANSPARÊNCIA GERAL
Rodrigo Agostinho (PSB-SP) quer criar um banco de dados com patrimônio de agentes públicos (efetivos e comissionados), além de cônjuges, filhos e dependentes para identificar "incompatibilidades".

PENSANDO BEM...
...com tragédias e mortes em sequência, o ano de 2019 podia dar um tempo para enxugarmos as lágrimas.
Herculano
14/02/2019 07:29
A PRAGA DO AMARELINHO E A POLÍTICA, por Roberto Dias, secretário de Redação do jornal Folha de S. Paulo

Revelações sobre candidaturas de laranjas expõem a fragilidade do discurso ético do PSL

A combinação de laranja e política já foi bem mais divertida. Tem lugar de honra no anedotário o debate de Mário Covas e Paulo Maluf sobre a então pouco popular praga do amarelinho, na campanha de 1998. A partir dali, o progresso tecnológico conteve a propagação da doença nos laranjais de SP.

Não há consenso sobre que caminho levou a palavra laranja a tomar outro sentido, bem menos saudável: o de batizar a pessoa que tem seu nome utilizado para alguma fraude. Mas é inequívoco que nenhum avanço legal parece estar sendo capaz de deter a incidência desse mal.

A última manifestação apareceu na Folha nos últimos dias. As revelações expõem a fragilidade do discurso ético do PSL, o partido do presidente. É interessante notar que a reação do bolsonarismo vai sendo diferente da de Jair no episódio Wal do Açaí e da de Flávio no caso Queiroz. Parece agora faltar coragem para sustentar que laranja não é laranja.

O enredo repete capítulos de outros escândalos de tal modo que dá desânimo. Recorrer a gráficas para fazer mutreta? Tem isso. Empresas de fachada? Estão lá. Dirigentes partidários que nada sabem e nada viram? Escalados. Usar a luta pela participação feminina na política para cometer desvio? Feito, e acrescido de misoginia aberta.

Após tudo o que houve em campanhas passadas, as mudanças do marco legal continuam longe, muito longe, de terem abafado o problema. Ministério Público e Judiciário deveriam fazer desse caso um processo exemplar, indo de verdade até o fim. E a ideia de que o que acontece na lei eleitoral fica na lei eleitoral, sem criminalizar os envolvidos, precisa ser combatida como a praga que é.

O primeiro teste de estresse político do governo Bolsonaro serviu também para demonstrar o que já se suspeitava: o grupo no poder é um ninho de cobras em que ninguém confia em ninguém. Trabalho em equipe não deve ser o forte ali.
Herculano
14/02/2019 07:25
da série: como empregados de empresas que se tornaram "campeãs" e funcionários públicos corruptos, colocaram exposta uma industria modelo

GRAMPOS ENTRE FISCAIS DO GOVERNO E JBS PODEM REAQUECER A CARNE FRACA, por Iva Velloso, em Os Divergentes

O governo Bolsonaro pode ter de administrar uma crise herdada de gestões anteriores que já parecia superada. Escutas telefônicas feitas pela Polícia Federal, com autorização da justiça, envolvendo fiscais agropecuários e empresários da JBS - dos irmãos Joesley e Wesley Batista ?", com diálogos inéditos sobre o esquema de corrupção flagrado pela Operação Carne Fraca podem ser divulgados em breve. Elas ainda estão sob sigilo.

A pedido da senadora e ex-ministra da Agricultura Kátia Abreu, a Justiça Federal decide nos próximos sobre a quebra do sigilo dessas conversas grampeadas. A informação de agentes federais é de que seu conteúdo pode dá novo gás as investigações internas e reacender as pressões externas sobre as exportações de carne pelos frigoríficos brasileiros. De acordo com informações da PF, os ex-ministros Wagner Rossi, Antônio Andrade e Neri Geller, este último deputado federal pelo Mato Grosso, estariam envolvidos no esquema.

Em março de 2017, a Polícia Federal deflagrou a Operação Carne Fraca, a maior do país com mais de 1100 agentes envolvidos, 309 mandados em seis estados e no Distrito Federal e a decretação, pela Justiça Federal, de 27 prisões preventivas e 11 temporárias.

A PF descobriu um esquema de corrupção envolvendo frigoríficos e fiscais agropecuários. Na época vários países pediram explicações ao Brasil e alguns chegaram a suspender a importação de carne.

A questão foi resolvida sem que nenhum mercado fosse fechado, mas as investigações continuaram. No mesmo ano, em delação premiada, a JBS entregou ao Ministério Público uma lista com nomes de mais de 300 fiscais que estariam recebendo "horas extras" da empresa. A Justiça pode decidir também abrir o sigilo dessa lista.

A divulgação dos nomes dos fiscais agropecuários envolvidos em corrupção e a quebra do sigilo das conversas telefônicas entre empresários, servidores do ministério e ex-ministros poderão afetar gravemente o mercado externo e interno de carne do Brasil. Será mais uma dor de cabeça para a ministra Tereza Cristina, que vem enfrentando as propostas da equipe econômica em retirar os subsídios do programa de financiamento da agropecuária brasileira.
Herculano
14/02/2019 07:19
ZERO UM, ZERO DOIS E ZERO TRÊS

Conteúdo de O Antagonista. Não dá para misturar os filhos de Jair Bolsonaro.

Eduardo saiu da cola do pai e ganhou vida própria. Flávio teve de submergir. E Carlos está implodindo o governo.
Herculano
14/02/2019 07:09
BOLSONARO ATERRISSA NO LARANJAL DO PSL E LEVA CRISE PARA O PLANALTO

Chamado de mentiroso pelo presidente, Bebianno pode cair atirando

Liberado do hospital após 17 dias, Jair Bolsonaro embarcou no avião presidencial em São Paulo e pousou no meio do laranjal do PSL. As falcatruas dos aliados e as barbeiragens da família levaram para dentro do Palácio do Planalto as suspeitas sobre o esquema de candidaturas de fachada revelado pela Folha.

O novo governo mostrou mais uma vez sua inabilidade em construir barreiras para a contenção de crises. Acuado, Bolsonaro decidiu jogar na fogueira o ministro Gustavo Bebianno, que comandou o PSL durante a campanha eleitoral.

O auxiliar sofreu um ataque público inusual. Para negar rumores de que seria demitido, Bebianno declarou que havia conversado com Bolsonaro sobre os repasses financeiros feitos a candidatas suspeitas. O presidente e um de seus filhos fizeram questão de detonar a versão.

Em uma publicação nas redes sociais, Carlos acusou Bebianno de mentir sobre esses diálogos. Reproduziu ainda uma gravação em que Bolsonaro dizia ao ministro que não trataria do assunto. No fim do dia, o presidente repetiu essa informação.

Chamado de mentiroso pelo chefe, Bebianno perde condições de ficar no cargo, mas diz que não deixará o governo. É vergonhoso, aliás, que Bolsonaro escolha queimar um auxiliar em vez de apenas demiti-lo.

Uma eventual saída de Bebianno seria insuficiente para estancar a crise. Sua dimensão pode até crescer. O ministro sabe que tem responsabilidade pelos cheques que assinou pelo partido, mas também conhece o caminho do dinheiro. Exposto em praça pública, ele pode cair atirando.

Os primeiros alvos seriam o ministro Marcelo Álvaro Antônio (Turismo) e o atual presidente do PSL, Luciano Bivar, que direcionaram os recursos para as candidaturas laranjas. Se a lei da gravidade funcionar, a queda da dupla será inevitável.

As sequelas do conflito podem ainda causar novas dores de cabeça em Bolsonaro. Homem de confiança do presidente na disputa eleitoral, Bebianno conhece como poucos aliados os segredos de sua campanha.
Pro justo
13/02/2019 19:39
O prefeito fantoche exonerou Ana Karina mas o prefeito de fato o Pereira não quer deixar, pior foi exonerada por causa da história do tarado que assédio a funcionária, por que não exonera ele?
Herculano
13/02/2019 18:15
da série: afinal quem é o presidente. Os filhos de Bolsonaro são os maiores adversários dele neste momento.

OMISSÃO DE BOLSONARO AVALIZA ATAQUE PÚBLICO DE CARLOS A MINISTRO

Conteúdo de O Antagonista. O Antagonista apurou que Gustavo Bebianno falou, sim, com Jair Bolsonaro pelo WhatsApp ontem, como o próprio ministro disse ao Globo.

Segundo interlocutores, os contatos se deram por trocas de mensagens e áudios.

Bolsonaro mandou Bebianno cancelar sua viagem ao Pará e também a audiência com o diretor de Relações Institucionais do Globo, Paulo Tonet Carmargo.

Questões menores que não justificariam o ataque público de Carlos, não fosse a intenção do filho do presidente de desgastar o ministro na carona das suspeitas de uso de candidatas laranjas pelo PSL - mesmo ciente de que a responsabilidade pelos repasses é dos diretórios estaduais.

Até agora, Bolsonaro não repreendeu o filho, o que sugere que Carlos faz o que faz com aval do presidente da República. A divulgação do áudio enviado por Bolsonaro a Bebianno corrobora essa interpretação.

Se Jair Bolsonaro não confia mais em seu ministro, bastava demiti-lo. Não precisava usar de subterfúgios nem terceirizar a tarefa para o filho.
Herculano
13/02/2019 11:17
HOJE É O DIA MUNDIAL DO RÁDIO
Herculano
13/02/2019 10:31
"A GENTE FICA ENGOLINDO UMAS COISAS QUE NÃO TEM QUE ENGOLIR"

Conteúdo de O Antagonista. O general Augusto Heleno se recusou a falar sobre os laranjas do PSL que foram usados para desviar a cota feminina do fundo partidário em Minas Gerais e em Pernambuco:

"Disso eu não falo. Bom dia."

Sobre o sínodo da Igreja Católica, porém, ele falou um bocado:

"O sínodo quer falar de terra indígena, quer falar de exploração, de plantação, quer falar de distribuição de terra. Isso são assuntos do Brasil. O Brasil não dá palpite no deserto do Saara, no Alasca. Cada país cuida da sua soberania. Eu estou preocupado que o sínodo não entre em assuntos que são afetos à Amazônia brasileira (...).

A gente fica engolindo umas coisas que não tem que engolir. Às vezes a gente esquece que é a nona economia do mundo, que é um país soberano, independente. Isso a gente precisa deixar claro. Nessas horas a gente precisa deixar claro."
Herculano
13/02/2019 10:28
CARLOS VELLOSO: PRESENÇA DE MAGISTRADOS EM EVENTOS PATROCINADOS PODE SER OBJETO DE IMPEACHMENT

Conteúdo de O Antagonista. Texto de Renan Ramalho. Se por um lado acha inviável uma CPI da Lava Toga da forma como proposta no Senado, Carlos Velloso considera que a participação de magistrados em eventos patrocinados por empresas que são parte em julgamentos, por exemplo, poderia levar a outro tipo de apuração.

"Poderia ser objeto de impeachment, em que o Senado seria o juiz", disse o ministro aposentado a O Antagonista.

Para Velloso, uma investigação do tipo só poderia ser levada a cabo com um caso concreto. "É preciso que as coisas sejam postas, bem tipificadas. Que se faça uma acusação".
Herculano
13/02/2019 10:23
A ESPERTEZA DE POLITICO QUE SABE LIDAR COM A IGNORÂNCIA ALHEIA E PROTEGER O ERRO DOS OUTROS PARA OBTER VOTOS

Era inconstitucional. Todos atestaram isso. Mas, o ex-presidente da Assembleia de Santa Catarina, e candidato derrotado ao governo do estado, Gelson Merísio, PSD, fez um projeto de lei e o promulgou, para perdoar a pontuação dos infratores do trânsito, naquilo que no período de um ano o estado não tivesse cobrado ou punido.

É flagrantemente inconstitucional porque quem pode legislar sobre este assunto é o governo Federal. A Justiça acaba de dizer isso. Era óbvio. Era esperado.

Gelson não é burro.É político. É esperto. Era candidato. Sabia o que estava fazendo.Estava cercado de sabidos e bem pagos assessores no assunto com dinheiro dos nossos pesados impostos.A Alesc possui uma assessoria caríssima e sabida para ajudá-lo e nos livrar desse tipo de malandragem.O que Gelson fez foi gastar mais dinheiro pra se promover junto aos incautos e infratores eleitores para ter votos.Mesmo assim, perdeu. Ganharam a lei, os catarinenses e a disciplina mínima do trânsito
Herculano
13/02/2019 10:16
PRODUTIVIDADE COMPROMETIDA

Quando você comprar leite e se assustar com o preço, lembre-se que você paga caro graças ao governo e aos lobistas da "produção nacional".

Eles estão impedindo a importação de leite em pó e nem querem ver falar em aumentar a produtividade dessa atividade. A soja brasileira, por exemplo, apesar da logística brasileira extremamente cara - modal rodoviário, longas distâncias, estradas em péssimas condições, portos congestionados, a produtividade a torna competitiva mundialmente.
Miguel José Teixeira
13/02/2019 10:16
Senhores,

Da série: "pensando bem":

É preferível o pijama do que o cabo e o soldado. . .

Consta que o Marechal Deodoro da Fonseca proclamou a República de pijama!
Herculano
13/02/2019 10:11
REFORMA DA PREVIDÊNCIA NO HOSPITAL, por Vinicius Torres Freire, no jornal Folha de S. Paulo

Congresso tem bons e maus motivos para adiar voto da mudança das aposentadorias

Saber o destino da Previdência renderia um bom dinheiro até para quem conhece apenas operações rudimentares no mercado financeiro.

Não é, pois, por acaso nem necessariamente por preocupação com o futuro nacional que os negociantes de tutu grosso tentam fazer prognósticos precisos sobre a reforma.

A depender das probabilidades do que Jair Bolsonaro e o Congresso vão decidir, ações e juros irão para lá ou para cá, é óbvio.

Quem lê seções de economia e finanças deve ter visto especulações sobre "Bovespa em 120 mil pontos" (alta de 25% em caso de sucesso da reforma, chuta-se). Menos "pop", lê-se que, no caso de o país tomar o caminho luminoso das reformas, as taxas de juros de longo prazo cairiam logo para perto de 4%, chance de ganhar bom dinheiro fazendo apostas de curto prazo com títulos do governo ("Tesouro Direto").

Isto posto, a gente sabe muito pouco de como vai se desenrolar a reforma, apesar da minúcia amalucada das especulações. Bolsonaro vai receber o projeto antes ou depois do almoço do primeiro dia depois da alta do hospital? Sim, sarcasmo.

Seja lá como for, há um tempo considerável de tramitação no Congresso, o que tem sido objeto de calculismos divertidos de consultorias e casas financeiras.

As comissões da Câmara terão apreciado o projeto do governo e fechado um texto até abril? Aprovação em maio? Junho? Agosto?

Pelas normas de tramitação, a Câmara pode votar a coisa até em maio, caso o presidente reassuma logo a cadeira ora vazia da Presidência e não peça mudanças que alterem a espinha da reforma.

Difícil, porém, estimar esse tempo pensando apenas em experiências anteriores de reforma ou prazos regimentais.

Qual será o tempo político da reforma? Rodrigo Maia (DEM-RJ) tem demonstrado que quer uma tramitação rápida, mas sem atropelar normas e os tantos e diversificados aliados políticos que o reconduziram ao comando da Câmara dos Deputados. Isto é, a votação vai para a virada de maio para junho. Mas tem mais caroço nesse angu.

Será logo na reforma da Previdência que um Congresso até agora largado pelo governo fará a primeira e talvez maior experiência de como é possível extrair compensações de Bolsonaro, pelos piores e melhores motivos. Essa negociação vai definir o tempo político da tramitação no Parlamento.

Além do mais, como a história prega suas peças, pode haver pressão da rua (improvável, dada a ruína da esquerda) ou de redes sociais. Pode haver algum escândalo no caminho, denúncias contra líderes do governo ou do governismo.

Apenas com muita competência e sorte o governo aprova a reforma na Câmara antes do recesso de meio de ano. Quanto mais tempo, mais chance para o azar.

Enfim e para voltar ao começo, nem sabemos que reforma haverá. Ainda circulam ideias doidas como idades mínimas regionais ou regras de transição loucamente duras, como aquelas do rascunho que vazou da reforma, por exemplo.

Ou o pessoal do governo está nos dando um baile com múltiplas versões fictícias do projeto ou não sabe ainda o que fazer, o que seria grave.

Comenta-se que Bolsonaro vai definir o formato final do projeto como se o presidente fosse escolher o almoço em um cardápio. Até pode ser simples assim. Então, Bolsonaro teria apitado pouco sobre o assunto.

Mudanças relevantes em assuntos como idade mínima, regras de transição, benefícios assistenciais, pensões e valor de benefícios podem exigir um recálculo importante da reforma. Ficaria para o Carnaval?
Herculano
13/02/2019 10:04
JUIZ ASSASSINADO NÃO É LEMBRADO COMO MARIELLE, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

Já se organizam em todo o País eventos para lembrar o primeiro ano da morte da vereadora Marielle, em 14 de março. Mas outro crime brutal completará 16 anos no mesmo dia 14 de março, com tudo para passar em branco: o assassinato do juiz Antonio José Machado Dias, da Vara das Execuções Penais de Presidente Prudente. Juiz decente, rigoroso, que não dava mole para bandidos, ele foi executado aos 48 anos a mando da organização criminosa que controla presídios.

ERRO CRUCIAL
O ex-governador Geraldo Alckmin ofereceu um presídio de segurança máxima paulista, onde estava o comando do PCC, para receber o traficante Beira-Mar.

SENTENÇA DE MORTE
Rigoroso, o juiz não cedia à pressão para transferir presos da facção e para facilitar a vida de Beira-Mar. Sua morte foi sentenciada.

PRÊMIO E CASTIGO
Presos, os bandidos "Funchal", "Ferrugem" e "Chocolate" têm pensão vitalícia de R$5 mil da organização criminosa pelo assassinato do juiz.

SILÊNCIO CONSTRANGEDOR
Geraldo Alckmin nunca admitiu o erro de colocar Beira-Mar no mesmo presídio onde estava o comando da facção criminosa.

CEO DA DISNEY FAZ VISITA A BRASÍLIA... PELA FOX
O principal executivo do conglomerado Disney, Roberto Iger, visitou Brasília nesta terça (12) para participar de reunião no Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), que examina grandes aquisições e fusões para evitar concentração e monopólio. Ele veio tratar da compra, pela Disney, do grupo 21st Century Fox, dono de estúdio de cinema, canais de TV a cabo etc e subsidiárias. Incluindo os canais Fox no Brasil. O que está "pegando" é a inclusão, no pacote, da FoxSports.

FISCALIZAÇÃO
?"rgãos de controle de concorrência nos Estados Unidos implicaram. A Disney, que é dona dos canais ESPN, queria controlar a FoxSports.

CONFLITO
A Disney queria a FoxSports, 3ª potência dos canais esportivos no Brasil, atrás de SporTV e ESPN. Mas poderia virar concentração.

OUTRO ASSUNTO
A visita de Roberto Iger coincide com os planos do DF de atrair parque temático Disney para Brasília. Mas a visita não teve esse objetivo.

CRIME SEM CASTIGO
Documentos de 2017 e 2018 mostram que a Vale sabia do iminente "colapso" (rompimento) da barragem de Brumadinho, que matou quase 350 pessoas. E não fez nada, nem mesmo afastou a população do perigo. Apesar disso, nenhum diretor da Vale foi preso ainda.

APOIO A LAVA JATO
Pesquisa Paraná revelou que 77,2% dos brasileiros acreditam que as ações da Lava Jato contra a corrupção vão aumentar este ano e 65,7% acham que a operação é justa. Apenas 10,3% veem algum excesso.

MELHOR EVITAR
A Latam decidiu cobrar 15 dólares (quase 60 reais) de quem pretenda marcar o assento em voos internacionais, mesmo no balcão de check-in. A chantagem é: ou paga ou entra no sorteio automático, criado para separar famílias. A "agência reguladora" Anac, claro, faz que não vê.

GOVERNO SEM VOTO
Em Brasília, o governador Ibaneis Rocha (MDB) ficou perplexo com a iniciativa do ministério público, que reuniu blocos para fixar regras e horários aos blocos no Carnaval. Como se não houvesse governo.

SEM DEMORA
Enquanto o Brasil levou 1 ano e 7 meses para julgar e condenar Lula só no caso do tríplex, em apenas 2 meses a justiça americana julgou e condenou a prisão perpétua o supertraficante 'El Chapo' Guzman.

CELEIRO DO MUNDO
A Conab divulgou dados sobre a área plantada no Brasil e os números comprovam a tese de celeiro do mundo. Apenas 41 países são maiores que os 626 mil km2 de área plantada estimada para a safra 2018/2019.

CLAQUES FORA
A Câmara dos Deputados restringiu o acesso ao salão que precede o plenário. É que em dias de matérias polêmicas a área acaba invadida por mortadelas e lobistas. Agora só entram deputados e servidores.

TUDO CERTO, MAIS OU MENOS
A divisão das comissões entre partidos no Senado parece ter sido feita em acordo, mas ninguém esquece o vexame na eleição do presidente da Casa. Vale lembrar que eleição nas comissões também é secreta.

PENSANDO BEM...
...sabendo do risco de rompimento dois anos antes, a Vale assumiu o risco de matar, como o irresponsável que bebe antes de dirigir.
Herculano
13/02/2019 09:53
da série:quando a esperteza é demais ela come o dono (Tancredo Neves). No poder, inventa-se argumentos para o sabor do poder.Vergonha. Os magistrados não servem pela idade e não pelo que pensam e produzem contra os que querem outra sentença

ALIADOS DE BOLSONARO TENTAM DAR UM GOLPE DO PIJAMA NO SUPREMO, por Bruno Boghossian, no jornal Folha de S. Paulo

Proposta de antecipar aposentadoria de ministros é truque para emparedar o tribunal

Há 50 anos, os generais da ditadura decidiram mandar para casa três ministros do STF considerados obstáculos ao regime. Victor Nunes Leal tinha 54 anos quando ouviu no rádio a notícia de sua aposentadoria forçada. Ele se virou para um colega que jantava em sua casa e disse: "O senhor já não está falando com um ministro do Supremo".

Aliados de Jair Bolsonaro querem dar um novo golpe do pijama no tribunal. A ideia é mudar a Constituição para antecipar a idade de aposentadoria dos ministros de 75 para 70 anos e abrir caminho para que o presidente possa indicar, de uma só vez, quatro integrantes para a corte.

A manobra é mais do que oportunista. Em 2015, o Congresso aprovou a PEC da Bengala, que aumentou a idade de aposentadoria no Judiciário para 75 anos - uma malandragem para impedir Dilma Rousseff de fazer novas indicações para o STF. Bolsonaro votou a favor da proposta.

Agora, o casuísmo pode ser duplicado. Numa artimanha para acomodar a lei a seus interesses políticos, os parceiros do governo querem revogar a PEC para tirar da corte Celso de Mello, Marco Aurélio, Ricardo Lewandowski e Rosa Weber. Mudariam o equilíbrio do tribunal sem precisar chamar um cabo e um soldado.

Bolsonaristas colhem assinaturas de apoio ao projeto. A deputada Bia Kicis (PSL) subiu à tribuna nesta terça (12) para dizer que a proposta atende ao "clamor das redes sociais". Ela quer presidir a Comissão de Constituição e Justiça, mas começa mal ao tentar torcer a legislação para favorecer seu grupo político.
Em entrevista ao SBT em janeiro, Bolsonaro festejou a PEC de 2015 e disse que não faria "gestões para revogar" a medida. Ele deveria passar essa orientação a seus seguidores.

O novo Congresso decidiu enfrentar o Judiciário, mas flerta com uma crise que pode pulverizar a relação entre as instituições. A popularidade do STF está no buraco, mas um expurgo seria injustificável. Mudar a regra do jogo quando for conveniente é só um truque barato para atropelar desafetos e concentrar poder.
Herculano
13/02/2019 09:42
A HORA DOS GENERAIS, por Carlos Brickmann,

Que ninguém se iluda: não há divergência séria entre Bolsonaro e o vice. Há divergências entre os filhos de Bolsonaro e o vice; mas alguém me disse que essas divergências, embora continuem a existir, serão dia a dia menos barulhentas. Olavo de Carvalho, ideólogo de boa parte do Governo, autor da indicação de pelo menos dois ministros, Educação e Relações Exteriores, da total confiança de Eduardo Bolsonaro, tem seguidores e já abriu fogo contra o vice Mourão. Olavo é ouvido. Mas muito mais ouvido do que ele é um ministro que fala baixo, porém silencia as estridências de outros: o general Augusto Heleno, respeitadíssimo, principal contato de Bolsonaro com as Forças Armadas. Augusto Heleno, por sua força, evita ao máximo os conflitos abertos. Mas, em caso de divergência, é ele que ganha.

Heleno tem excelentes relações com Mourão e com Bolsonaro. Dizem que já pediu aos filhos de Bolsonaro que, exatamente por ser filhos, não se sintam tentados a pressionar o pai. Tudo indica que foi ouvido.

Um bom exemplo da ação de Heleno é o Sínodo da Amazônia, que se realiza em outubro, no Vaticano. Governistas radicais acusaram a Igreja de dar voz à esquerda para atacar Bolsonaro. Heleno disse que o Brasil deve só defender a Amazônia brasileira, sem se envolver em nada que envolva soberania de outros países ou temas religiosos. O Brasil não aceita lições de países que desmataram mais do que nós. Foi duro - e sem ataque à Igreja.

BEM APOSENTADOS

Há meses o país debate a reforma da Previdência - e fomos informados de que, se não houver reforma, o Tesouro quebra. Goiás, depois de longo período de Governo tucano, está em situação de emergência financeira. Mas nem todos ficam tristes: a folha de pagamento oficial de auditores fiscais, alguns na ativa, alguns aposentados, mostra que em dezembro o menor salário foi de R$ 54.893,00 - mais de 50% acima do recebido pelos ministros do Supremo Tribunal Federal, o máximo que poderia ser pago se no Brasil a lei fosse cumprida. O maior pagamento é de R$ 58.797,00.

MUITO BEM APOSENTADOS

Mas não inveje os auditores fiscais de Goiás: na Bahia, igualmente com imensas dificuldades financeiras, há pagamentos mais substanciosos. Bom exemplo é a folha de dezembro de desembargadores ativos e inativos. O mais bem aquinhoado recebeu, líquidos, após os descontos, R$105.346,66. No meio há quatro ganhando pouco acima de R$ 95 mil (e um, menos favorecido, ganhando apenas R$ 90 mil e algumas quireras). O mais mal pago das Excelências tem de sobreviver com R$ 32.370 mensais - e, como é salário líquido, também superior aos vencimentos dos ministros do STF, que deveriam ser o teto dos pagamentos feitos a servidores públicos.

Claro, este salário é em folha. Vantagens extras, como carro com chofer, gasolina, plano de saúde e vale-refeição, são pagas por fora.

IDEIA DE F?"LEGO

O Governo e a indústria química acabam de lançar um projeto que, além de suas finalidades específicas, sejam quais forem, já que pelo título fica difícil entender quais serão, testará o fôlego de quem se envolver nos trabalhos. Nome: "Programa de Articulação Nacional entre Empresas, Governo e Instituições Acadêmicas para a Prevenção e Mitigação do Risco de Eventos Químicos, Biológicos, Radiológicos e Nucleares Selecionados".

O programa já nasce com um apelido: Pangeia. O nome é grego e significa "toda a Terra". E todo o ar, para respirar enquanto se diz o nome da coisa.

MUITOS EM UM

El Salvador, na América Central, escapou à disputa tradicional entre os dois maiores partidos e elegeu presidente da República um deputado não muito conhecido: Nayib Bukele, 37 anos. Sua avó paterna, católica romana, nasceu em Belém, na área que hoje é administrada pela Autoridade Palestina; o avô paterno, ortodoxo grego, nasceu em Jerusalém. Seu pai se converteu ao islamismo. Sua esposa é judia. Um exemplo de conciliação, num país que enfrentou décadas de guerra civil e ainda hoje tem as marcas.

NÃO PARA

Bolsonaro se recupera bem, mas enfrentou há pouco uma séria cirurgia e teve pneumonia. Aparentemente, não dá importância a isso: tem viagem para os Estados Unidos de 18 a 20 de março, a convite de Trump. Passa rapidamente por Brasília, rearruma as malas e segue para o Chile, de 22 a 23 de março. Aí tem um mês e pouco de permanência no Brasil e volta aos EUA, em 14 de maio, para receber o título de Pessoa do Ano, conferido pela Câmara de Comércio Brasil - Estados Unidos - "reconhecimento de sua intenção fortemente declarada de fomentar laços comerciais e diplomáticos mais próximos entre Brasil e EUA e seu firme comprometimento em construir uma parceria forte e duradoura entre as duas nações".

O título é entregue num jantar de gala no Museu de História Natural de Nova York.
Herculano
13/02/2019 09:32
Da série: o diagnóstico de uma doença grave e que coloca põe sob fragilidade a Justiça como um mando de igualdade de todos perante a Lei

OS JUÍZES NO DESERTO DE JURISTAS, por Elio Gaspari, nos jornais O Globo e Folha de S. Paulo e

Pesquisa sobre magistrados contou tudo e sua digestão ajudará o debate

Os juízes brasileiros vivem num deserto de jurisconsultos. Isso foi o que revelou a pesquisa da Associação de Magistrados Brasileiros depois de ouvir 4.000 doutores ativos ou aposentados. Diante de um pedido para que citassem três juristas que viam como referências importantes para o direito brasileiro, mencionaram cerca de 3.000 nomes. Os professores Luiz Werneck Vianna, Maria Alice de Carvalho e Marcelo Burgos filtraram os mais citados e disso resultou uma lista de 47 juristas. Apesar de seus 196 anos de existência, o Supremo Tribunal Federal só produziu nove nomes.

Da atual composição da corte entraram quatro: Luís Roberto Barroso, Celso de Mello, Luiz Fux e Alexandre de Moraes. Barroso, com 320 citações entre os juízes de primeiro e segundo graus, só perdeu para o monumental Pontes de Miranda (1892-1979), autor de mais de 300 obras. Entre os ministros de tribunais superiores, teve uma solitária menção, enquanto Pontes de Miranda ganhou cinco. (Conhecendo o tamanho dos egos do meio, os professores listaram as preferências dos juízes por ordem alfabética.)

A cultura jurídica dos magistrados que responderam à pesquisa revela grande respeito por autores que lidam com o lado processual da máquina e, em alguns casos, por advogados que produziram competentes manuais. Exagerando, pode-se dizer que são como pilotos que leem tudo sobre o funcionamento das aeronaves, mas não consideram relevante a autobiografia de Charles Lindbergh, a primeira pessoa a atravessar o Atlântico, num voo solo de 33 horas a bordo de um monomotor. Podem ter razão.

Juristas como Vitor Nunes Leal e Hermes Lima, ex-ministros do STF cassados em 1968, ficaram de fora. Na outra ponta, José Carlos Moreira Alves, procurador-geral do general Emílio Médici, nomeado para a corte em 1975, também não entrou. Alfredo Buzaid, ministro da Justiça da ditadura de 1969 a 1974, teve uma citação, mas Francisco Campos, o grande jurista do Estado Novo, autor do preâmbulo do primeiro Ato Institucional, não se classificou.

É surpreendente que entre os autores das 15 obras acadêmicas e filosóficas mais citadas pelos magistrados estejam apenas dois americanos. Isso numa época em que o direito brasileiro sofre as dores do parto da delação premiada e se discute a introdução de um mecanismo da "plea bargain" sem que haja sequer tradução consolidada para o instituto. (O ministro Sergio Moro diz que é "solução negociada", mas há quem fale em "transação penal") Mais de 80% dos magistrados brasileiros gostam da ideia. É verdade que o direito americano é diferente do brasileiro, mas, se o negócio é importar jeans, rock e leis, a discussão melhorará quando alguém citar Oliver Wendell Holmes (1841-1935), um campeão das liberdades públicas que ainda por cima combateu pelo Norte durante a Guerra da Secessão.

O relatório da pesquisa chama-se "Quem Somos - A Magistratura que Queremos" e está na rede. Foram 198 questões que produziram cerca de 800 tabelas. É um tesouro em si porque mergulhou na vida dos magistrados e, acima de tudo, porque a equipe de professores fez esse mesmo trabalho há 20 anos. Desta vez, sua realização foi coordenada pelo ministro Luis Felipe Salomão, do Superior Tribunal de Justiça. Poucos países do mundo puderam fazer a mesma coisa. Sua completa digestão deverá levar algum tempo.

Quem quiser começar a examiná-la partindo de temas atuais, pode ter um auxílio começando pela questão 176, a da "situação de moradia": 70% dos juízes de primeiro grau e 93% daqueles do segundo grau vivem em casa própria.

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