O leitor opina - Jornal Cruzeiro do Vale

O leitor opina

13/08/2010 08:40

Parabéns
Quero parabenizar pela matéria feita com meu filho, Lucas Colzani, atleta que irá representar Santa Catarina nos Jogos Estudantis Brasileiros, mas solicitar uma correção lamentável no final da reportagem, em que o repórter Jerry troca o nome dele e escreve Bruno Colzani. Obrigada.
Maria Crescencia Bento Colzani | Gaspar


Candidatura única
Já vi esta situação antes, quando o único candidado a deputado era o Pedro B., porém o Celso Z. colocou a sua esposa que não entende de política que nem ele, e melou o projeto de um deputado para Gaspar.
Pedro Jairo Nicoletti |Gaspar


Incêndio na Igreja Universal
Sem dúvida o incêndio criminoso registrado em Gaspar na semana passada contra a Igreja Universal do Reino de Deus é mais um ataque inconsequente de algum perturbado emocionalmente contra esta instituição, que tem por meta resgatar aqueles que se encontram nas sarjetas da vida. Mas, sabemos que neste país, o certo é sempre errado e vice versa, não é mesmo?!
Vejamos qual será o empenho das autoridades na apuração dos fatos, lembrando-os que aqueles que frequentam a IURD, não apenas contribuem com a igreja, mas também pagam os salários dessas autoridades e merecem esclarecimentos.
Ramires de Oliveira | Gaspar


Eleições
Gostaria apenas de relembrar a todos os leitores do Jornal Cruzeiro do Vale que não é ou não seria possível que, ao invés de nos sentirmos cidadãos eleitores, corrermos de novo os riscos de nos tornarmos palhaços dos deputados(as)!
Pois isso é o que mais acontece, ou estou errado? Nós, o povo, podemos sim acabar com isso, basta anularmos o nosso voto para o legislativo e senadores e ficarmos só com os políticos das cadeiras majoritárias. Que tal, comunidades?
Sandro Quintino Pereira | Gaspar


À deriva
Estamos numa nau, Barco a Vela, de mais ou menos do ano de 1500, período das grandes navegações, que saía de Portugal com destino à Índia e quando chegava na linha do Equador lá no ponto da convergência dos ventos alísios, parava e passava longo período a deriva, até encontrar um rumo e que nem sempre era dos melhores.
Gaspar encontra-se a deriva até agora, mas tem um ventinho soprando tentando mostrar um caminho e como a esperança é última que morre, quem sabe o povo gasparense queira encontrar esse caminho, não é difícil, basta querer e se não for assim continuará com os mesmos no poder.
Podemos recomeçar tudo a partir do ínicio dos anos 70, vamos fazer um backup desse tempo e se não der certo, voltamos para 2012.
Roberto Basei |Gaspar


Chumbo

Gilberto, imagine se este cidadão citado na última edição da coluna Chumbo, que não queres revelar o nome, for supersticioso. Fatos como este acabam acorrendo quando o cidadão passa dos 60.
Certa vez lá em Meia Praia, como o Marquinhos Schramm não estava, fiz uma caipirinha para receber o Tepe e a Stela, como tinha dois potes transparentes, fui no primeiro, achei que tinha açúcar, não deu outra, como cavalheiro passei para a Stela dar a primeira golada, pense no que deu; o Tepe acaba de contar, passei vergonha.
Outro fato inusitado em Gaspar aconteceu no Belchior Alto, o pai do saudoso Ursinus Schmitt chegou em casa cansado do trabalho, como de costume, foi direto na prateleira da cozinha pegar seu copo de pinga. Seu Schmitt não havia notado que sua esposa tinha colocado num copo óleo de sassafrás, fez uso do produto repentinamente e foi parar no hospital por vários dias. Este fato não me constrange, pois foi o próprio Ursinus que, quando vereador, sempre vinha saber das coisas na contabilidade. O Charles deve saber disto. Fica este registro como uma lembrança sempre presente desses gasparenses que ajudaram construir Gaspar.
Odir Barni | Gaspar


E O LIVRO BRASILEIRO?
Comparando as listas de livros mais vendidos de duas das grandes revistas semanais de informação brasileiras, chamou-me a atenção o fato de que na categoria ficção, não há nenhum livro de autor brasileiro nas primeiras dez colocações. Na categoria ?não-ficção? até há alguns, mas daí, é claro, não estamos falando de literatura - esses livros falam de auto-ajuda, política, moda, etiqueta e até história. Nos dez livros infantojuvenis mais vendidos, de novo, nenhum autor nacional.
Isso é uma evidência de que o leitor brasileiro, que já não lê tanto quanto deveria, seja pelo preço do livro, seja pela educação ou falta dela, não gosta de ler os autores da terra.
E a ausência de escritores brasileiros entre os mais lidos é comum, em qualquer época. Lá de vez em quando aparece um, mas na maior parte das vezes é na categoria não-ficção.
Por que será que brasileiro compra quase só livros importados? Por que são melhores? Temos obras de escritores nacionais melhores do que muito enlatado. Mas é claro que quem só lê autores estrangeiros não sabe, porque não leu o autor da terra e não pode comparar.
Talvez porque o livro importado tem muito mais divulgação, já vem com o pacote completo e com status de best seller. Há, até, leitores que só compram os livros que estão na lista dos mais vendidos. E sabemos que a compra, em muitos casos, é influenciada por essas listas, que queremos crer sejam honestas e não tentem apenas induzir o leitor a comprar.
As editoras brasileiras deveriam, talvez, trabalhar mais as obras de escritores da terra. Mas se é tão mais fácil vender os enlatados, que já vem com um rastro de sucesso - que nem sempre é verdadeiro - para que gastar energia e dinheiro com os daqui?
Não que alguns dos livros estrangeiros não tenham valor, mas o livro é negócio para as editoras e elas dão preferência para aqueles que as diversas mídias ajudam a divulgar. Sem despesa para elas.
Nós, leitores, deveríamos ser menos sugestionáveis e dar mais valor à prata da casa, que pode ser melhor que o enlatado.
Luiz Carlos Amorim | Escritor

 

 

ARTIGO

 


...amanhã não tem aula, vou mexer no Orkut...

O fato/trabalho que vou narrar aconteceu já faz 4 anos, foi orientado Michele Kamers (FURB), Mestre em Educação pela Universidade de São Paulo, e aconselhado por atuais  professores estou retomando-o e enviando um resumo ao Jornal Cruzeiro do Vale de Gaspar. Terça-feira 25 de Abril de 2006, surge o fato que me chamou atenção para escrever este artigo. Uma das crianças da vizinhança da empresa onde trabalhava voltava da escola feliz e esbanjando aos berros a notícia de sua felicidade à sua mãe; ?Oba amanhã não tem aula!?.Como se tratava de uma conhecida, perguntei oque ela iria fazer na  manhã seguinte, na hora que estaria na escola e ela me respondeu:?Vou mexer no Orkut?.(página da internet de relacionamentos diversos, relacionados principalmente por comunidades que expressão idéias, atos e paixões comuns a quem participa).
Me instigou o fato de quanto a escola está perdendo espaço de interesse das crianças (de todos de uma maneira geral) e com isso sua função de inserção das crianças no mundo adulto de forma gradativa, está sendo substituída pelo simples conceito de ?Aprenda sozinha, você tem meios para isso?. Essa substituição torna a escola ?menos? interessante que o Orkut (pois teoriza o que Orkut supostamente faz o viver), mas o site é um mero meio de oralidade, que mesmo contendo a escrita, essa está pouco presente e representa apenas uma subjetividade, comparável como se estivessem todos falando ao telefone. A arte de viver, participar do mundo social, da qual a criança ainda não está inserida se torna mais interessante pela internet do que pela escola, onde teria que realmente conviver com o público (isso implica em não ser amada por todos) e sair da segurança da casa dos pais, para conhecer o mundo alheio onde tem ainda que fazer o esforço de ler muito mais coisas e pela leitura conhecer e desfrutar esse mundo,  que chega fácil pelos aparelhos midiáticos, no caso a internet. Mesmo que ela tenha que ler o tal Orkut, é mera subjetividade por vezes representada com total ou parcial distorção da linguagem dos símbolos, com erros ortográficos e substituição de palavras por simples letras, prejudicando a utilização e entendimento do código usado para tradução da cultura que ela está inserida, refletindo em abstenção do mundo social que a rodeia, diferente dos livros que mesmo que exijam total concentração e possuem histórias que por vezes não são reais, vão aos poucos introduzindo os leitores nas artes e  no mundo em que vivem.
Esse mundo midiático por sua mera oralidade coloca as crianças perante o mundo da mesma maneira que na Idade Média, por ela estar sujeita, no caso específico pelo Orkut, as mesmas formalidades do mundo adulto atual (que compreende um universo tão vasto que vai desde pornografia (legal-ilegal) e violência, às mais diversas artes, poemas etc...) atrelado á isso sem o interesse e a leitura da escola (meio pelo qual se aprende os códigos, as letras, ler e escrever, da tradução da cultura do que já existe antes delas) assim não existe uma diferenciação entre adulto e criança.
Depois da criação da prensa tipográfica, ler passou a ser a maneira das crianças ?esquecidas?  pelo homem letrado de se introduzirem no mundo dos adultos, havia sido criado a diferença entre adulto e crianças, como cita Hannah Arendt (Entre o Passado e o Futuro) onde os adultos sabiam ler e as crianças não, mas a medida que aprendiam passavam a desfrutar aos poucos da vida social dos adultos, que é o que interessa. Então quando uma criança de sete anos (em início da idade escolar na nossa sociedade) apresenta mais interesse por mecanismos como o Orkut, está sujeita a precocidade, a se tornar um adulto o mais depressa possível, o que é valorizado pelos meios sociais, como Philippe Ariès ilustra (História social da criança e da Família) considerava-se nos século XVI e XVII, assim como hoje, que a precocidade é sinônimo de sucesso (basta ver Michael Jackson, Miley Cyrus, Maisa etc...)
Hoje nossa sociedade altamente competitiva e de valorização como nunca do econômico; a criança que se adapta ao mundo é melhor aceita, é vista como melhor entre uma maioria e  o quanto antes esse ?crescimento? acontecer, o sistema social vigente segue com a lógica de gratificação pois às vê como profissionais melhores no futuro afinal chegaram a maturidade antes das demais. Essa relação de apresentação do mundo tal como o Orkut apresenta, sem relação do educador (que teria como função, servir como mediador entre o velho e o novo, ou seja, representante do mundo velho para apresentá-los aos mais novos) chama mais atenção, mas não permite a abertura de espaço para que se sustente qualquer idéia de mudança do mesmo, de agente ativo desse mundo, de emancipação de qualquer idéia, por que não instiga o pensar, apenas a estagnação. Com exceção de poucos. Para a maioria a lógica do Orkut causa mais interesse por se tratar de uma novidade (todos os dias) que reformula as relações entre as pessoas e apresenta uma suposta liberdade para expressão do próprio mundo, de conhecer o mundo dos outros, no caso o mundo adulto para as crianças, papel que estaria mais presente no convívio escolar (professores e demais profissionais da educação) e na família (não importando o tipo, composição ou número de pessoas) até décadas atrás. Então esses últimos agentes (educadores) precisam se reinventar, sempre, ser novos outros, com todo o farto conhecimento que tem para ser mais atrativos que uma página da internet, afinal o que se busca são relações sociais e nada melhor que feitas por pessoas (ser amado por alguém).O que preciso fazer para ser amado por fulano de tal? ? estudar seria a resposta? Nesse contexto podemos considerar que a falta de interesse na escola, perante os meios midiáticos, mostra um quadro alarmante em que se está conduzindo o futuro da sociedade, pois a medida que as crianças são deixadas como se ?conseguissem viver por suas próprias leis?(Orkut também é isso) e a relação de apresentação do mundo velho às crianças de uma maneira que possam interagir (pela leitura, entendimento do mundo que já existia antes delas)deixa de existir, acrescido pelo fim cada vez mais precoce da infância; estará nossa sociedade criando um futuro de adultos que não pensará, não compreenderá e consequentemente não será agente ativo do mundo em que vive, por desconhecer o mundo anterior? E se por conseqüência disso estarmos voltando gradativamente aos valores da Idade Média, estará nossa sociedade globalizada extinguindo as culturas (de forma horizontal) e formando uma ?mistura de valores? que serão esquecidos gradativamente na subjetividade do cotidiano; se preparar parar para um evento só para postar algo depois na internet. Ou formaremos apenas oradores como no império Grego?
Ai está mais um desafio, que não cabe apenas, mas especialmente para os professores atuantes e que estão se preparando (e professores de professores) líderes de movimentos sociais, representantes locais e superiores e todos da sociedade a fim de reconhecer (valorizar) nesses profissionais a possibilidade de voltar a fazer da escola um lugar com um sentido para as pessoas, para as crianças em seu cotidiano, a ponto deles associarem as novas tecnologias midiáticas (e todas as maravilhosas possibilidades da tecnologia atual) como no caso da internet, com o que lhes é instigado a aprender na escola; apresentar aos mais jovens os conhecimentos dos mais velhos como se fossem novidades com a liberdade deles de poder pensar a respeito sem esquecer da utilização do código cultural, escrita/leitura; seja virtual ou impressa mas com materiais de produção do conhecimento produzido pela humanidade, a fim de fazer dessas crianças e jovens transformadores e elaboradoras de uma sociedade mais consciente de seus atos para com a natureza e para com os outros que vivem ao seu redor, sem que essas idéias sejam mera utopia de poucos.

Victor Caglioni (Univ. Nacional San Martin, Buenos Aires - Argentina)

EDIÇÃO 1220

Comentários

Ronaldir Knoblauch
16/08/2010 22:04
Gostaria de enviar um comentário em forma de anexo (word), qual seria a forma mais prática?

Deixe seu comentário


Seu e-mail não será divulgado.

Seu telefone não será divulgado.