Cem anos de solidão - Jornal Cruzeiro do Vale

Cem anos de solidão

10/05/2011 08:00

Acabo sair das páginas de Cem Anos de Solidão, romance escrito pelo escritor colombiano Gabriel García Márquez. Estou emociona e feliz pelo que encontrei na velha Macondo, aldeia fictícia e remota da América Latina criada pelo autor para ser o cenário dessa inimaginável trama.


A obra  encanta pelo imenso e criativo enredo que envolve o leitor do início ao fim. O romance agradou tanto a critica que Gabriel levou para casa o Prêmio Nobel da Literatura em 1982.


Em Março de 2007, Cem anos de solidão foi considerada a segunda obra mais importante de toda a literatura hispânica, ficando apenas atrás de Dom Quixote de la Mancha.


Ao ler a saga que envolve a família  Buendía e Íguarán, formada pelo casal José Arcadio Buendía que se casou aos dezenove anos de idade com sua prima Úrsula Iguarán, que tiveram três filhos, dando início a uma história de cem anos povoada de netos, bisnetos e trinetos.


O que espanta é a facilidade com que o autor cria seus personagens, a criatividade com que ele encaminha a história no estilo do realismo fantástico é instigante. Convido ao leitor a se aventurar na esquecida Macondo, pois a aldeia vive às margens da civilização, isso é que à torna ainda mais fascinante; convido o leitor a se surpreender com as consequências que a introdução da civilização traz para os moradores da pequena aldeia. Gostei tanto do romance que fui pesquisar um pouquinho da vida do escritor, tenho dessas manias.


Cada vez que um romance mexe com minhas vísceras , procuro saber um pouco mais da vida do escritor, principalmente às circunstâncias nas quais ele enveredou-se pela escrita. Me chamou muita atenção na biografia de Márquez, o fato de ele ter vivido parte da infância com seus avós maternos. Constatei que o pequeno Márquez cresceu num clima de intensas contações de histórias, isso mesmo! Seu avô materno Nicolás Márquez, que era um veterano da Guerra dos Mil Dias, cujas histórias encantavam o menino, e sua avó materna Tranquilina Iguarán, tinha o hábito de contar histórias ao neto; concluí numa obviedade escancarada que os avós exerceram forte influência na vida de Márquez. Mas onde eu quero chegar com essa conversa toda? dirão os leitores!


Além de compartilhar todo o encantamento que a leitura de Cem anos de Solidão proporciona, quero concluir uma vez mais, o quanto é importante a contação de histórias para as crianças. A infância está em imagística ebulição, fomentá-la com livros de contos infantis, com as famosas histórias da vovó, podem contribuir para tornar a criança num escritor(a) promissor(a), como foi o caso de Márquez, que se tornou um dos maiores contadores de história.


Umas das mais doces lembranças da minha infância, era de quando meu avô paterno, Aloísio Schmidt, passava horas me ?alucinando? com suas histórias sobre bois de duas cabeças, luzes vermelhas que alumiavam o pasto durante a noite...o único problema é que eu não dormia a noite inteira ?imaginando? e aumentando os pormenores das histórias do vovô. Quanta saudade!


Então, irmãos mais velhos, tias, avós, pais e professores, mãos à obra, literalmente! Vamos contar histórias, o resultado poderá ser surpreendente.


Cassiane Schmidt

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