Adeus a João Paulo de Oliveira - Jornal Cruzeiro do Vale

Adeus a João Paulo de Oliveira

04/12/2015 10:00

“Uma dor intensa toca meu coração! Hoje perco um dos meus melhores amigos, que virou meu cunhado, e adotado por meus pais, virou meu irmão! João Paulo, Jotinha, como era conhecido, era apaixonado pela minha irmã desde os tempos de criança! Quis o destino que após muitas festas, baladas, namoradas, os dois se reencontrassem e começassem uma linda história de amor, fé e perseverança! Confesso que quando começaram o namoro eu fui contra, Jotinha, até aquele momento, nunca tinha sido homem de uma mulher só! Mas eu estava enganado, ele me provou a partir daquele dia toda aquela paixão armazenada durante anos! Foi um namorado (marido) fiel, leal e comprometido! Namoraram anos! Jotinha praticamente morava na casa dos meus pais! Eu saí para morar fora e ele ocupou meu espaço! Um filho saiu de casa e outro entrou! Muitos planos pela frente e marcaram o casamento para setembro de 2011! Dois meses antes do casamento veio o diagnóstico, câncer no pulmão com metástase óssea! Sobrevida de seis meses! Naquele momento, o desespero tomou conta de todos, menos dele. Ele nunca falou em morte e acreditava que ia viver muito ainda. Várias visitas aos médicos e ele começou o tratamento por via oral. Começava ali uma batalha. Veio setembro e o casamento. Foi emocionante (chorei a cerimônia toda), ele estava respondendo super bem ao tratamento e com muita qualidade de vida. Um ano após o casamento, e com a mesma qualidade de vida, resolvem ter um filho. Minha irmã sabia que provavelmente criaria uma criança sozinha. Mas aquela criança é que motivaria ele a viver mais. Ficou grávida e, no sexto mês, num exame de rotina, descobriu que nosso anjinho tinha uma “bola” na cabeça do tamanho de uma bola de sinuca, e que os médicos não sabiam dizer o que era - havia inclusive suspeita de um tumor. Naquele momento, e nos três meses seguintes, o sofrimento nosso, e principalmente do Jotinha, que achava que poderia ter sido o causador do suposto tumor, foi muito intenso e dolorido. Em 12/12/12, às 12h, nasceu Carolina Zimmermann de Oliveira, nosso anjinho, o pedaço do Jotinha que fica pra nós e para os amigos. Nasceu com aquela bola na cabeça, e depois de exames feitos em SP, veio um pequeno alívio, não se tratava de um tumor, mas sim de um angioma, que muito provavelmente teria que ser retirado (operado) nos próximos meses. O médico receitou um remédio para Carol tomar e, mês a mês, aquela bola foi sumindo, como se fosse uma obra divina, até a cabecinha dela voltar ao normal! Com certeza foi Deus! Desde o nascimento da Carol até hoje o que se viu foi um caso de extremo amor entre pai e filha! Ele fazendo de tudo pra compartilhar e viver mais e mais com ela. E ela, mesmo não tendo noção nenhuma do que estava acontecendo, tinha um carinho fora do comum por ele! Nos últimas visitas, ele totalmente inconsciente na cama do hospital, e ela pedia pra ver o papai, e quando chegava no hospital, subia sobre ele, beijava, beijava e dizia que o amava. Minha irmã, por outro lado, foi uma guerreira, nunca desanimou e praticamente o acompanhou em todas as consultas e tratamentos. Fez o que podia e o que não podia por ele. Um amor indescritível, lindo de se ver! Mas hoje, depois de muito sofrimento, temos que nos despedir, meu grande amigo! As lágrimas correm aos meus olhos neste momento e em todo o texto, porque você nos mostrou o verdadeiro sentido da vida! Fostes um guerreiro e guerreiros não morrem, apenas nos deixam temporariamente! Obrigado por tudo! Te amo, meu irmão!”
Marcial Luis Zimmermann, via Facebook

 

Edição 1765

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