Tremedeira? Pode ser Mal de Parkinson - Jornal Cruzeiro do Vale

Tremedeira? Pode ser Mal de Parkinson

30/03/2012

parkinsonMD.jpgHá 15 anos, Walter Sabel recebeu o diagnóstico de que era portador de Mal Parkinson, uma doença neurológica que afeta os movimentos do corpo.  Para ele, o resultado dos exames não foi surpresa. O senhor de 74 anos explica que desde novo sempre teve trepidações. ?Elas eram mais leves, não se manifestavam tanto, mas sempre estiveram ali?, esclarece.

A doença de Parkinson já faz parte da família do morador do bairro Figueira há alguns anos. ?Meu pai tinha Parkinson, meu irmão também e meu filho mais velho tem. A doença já é hereditária?. Por este motivo, a descoberta da doença não foi um choque nem para ele, nem para a família. ?Não ficamos assustados com a descoberta porque já estávamos acostumados com meu pai. E esta é uma doença que não dói, acho que existe coisa muito pior?.

As limitações enfrentadas pelo senhor, segundo ele, são pequenas. ?Minha maior dificuldade é assinar. Esses dias eu fui ao banco e até consegui, mas é uma exceção. Por conta disso, até tive que fazer uma procuração dando poder para minha esposa assinar em meu lugar?, conta. Walter diz ainda que muitas vezes deixa de aceitar convites para jantares onde têm pessoas que não conhece. ?As trepidações são pequenas. Mas, quando eu fico nervoso ou quando estou em público, elas geralmente aumentam. Se qualquer pessoa tivesse no meu lugar, garanto que também evitaria?, explica o senhor, esclarecendo que, fora isso, não possui outras limitações.

Quando o Parkinson foi diagnosticado na vida de Walter Sabel, ele chegou a ficar internado em um hospital de Curitiba durante três meses. ?Naquela época, a situação não estava muito boa. Tive que ser tratado por um especialista, pois ninguém diagnosticava algo concreto?. Hoje, o aposentado é atendido pelo médico do posto de saúde do bairro em que mora, a cada quatro meses. ?Contando todos os remédios que eu tomo, dá um total de oito. Os que são da doença, o governo disponibiliza. Há seis meses, o médico aumentou a dose do meu remédio e agora eu tomo meio comprimido pela manhã e meio à noite. O medicamento ajuda muito?, declara.

Dia a dia
O senhor diz que, agora que está aposentado, gosta de passar o dia na companhia da família, pescando ou na casa de amigos. ?Gosto muito de ir jogar dominó e baralho com meus amigos. Às vezes, eles vEem meu jogo. Eles chegam até, na hora da brincadeira, a fazer piadas. Mas eu sempre levo na brincadeira, pois sei que não estão falando sério, e acabo fazendo piadas também?, declara.

Saiba mais sobre a doença
A doença de Parkinson é causada por uma diminuição na produção de dopamina, que é uma substância que ajuda na transmissão de mensagens entre as células nervosas. Com esta diminuição, o controle motor do portador da doença é perdido, ocasionando sinais e sintomas característicos do Parkinson.

O quadro clínico do par-kinsoniano é composto por quatro sinais principais, que são: tremores, lentidão e diminuição dos movimentos voluntários, enrijecimento dos músculos e dificuldades relacionadas ao equilíbrio. A doença geralmente é detectada em pessoas com idade maior de 60 anos. Dentre os números, 10% dos portadores possuem idade inferior a 40 anos, denominado de parkinsonismo de início precoce. Nos casos em que jovens com menos de 21 anos detectam a doença, ela é denominada de parkinsonismo juvenil. O diagnóstico da doença é feito através da história clínica do paciente e do resultado do exame neurológico. O tratamento da doença é iniciado assim que o paciente começa a ter diminuição da qualidade de vida devido aos sintomas, quando vários tipos de remédios são usados.

Hereditariedade
A doença, geralmente, não pode ser considerada hereditária. Nos casos em que acontece, em geral, trata-se de casos com início precoce. Os genes que favorecem o desenvolvimento da doença devem agir de forma indireta, juntamente com outros fatores.

A data
O dia 4 de abril foi a data escolhida para comemorar mundialmente o dia de atenção à doença de Parkinson. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde, cerca de 1% da população com mais de 65 anos tem a doença. No mundo todo, mais de quatro milhões de pessoas são afetadas. Já no Brasil, a estimativa é de que cerca de 200 mil pessoas com mais de 60 anos sejam portadoras da doença.


Fonte:
www.parkinson.org.br

www.abneuro.org


Edição 1375

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